Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quinta-feira, maio 29, 2008

Campanha sem tabaco




31de maio:Dia Mundial Sem Tabaco


O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) apresentaram em Brasília, as novas imagens de advertências de embalagens de produtos com tabaco.

O lançamento ocorre por conta da proximidade do Dia Mundial Sem Tabaco, marcado para 31 de maio.

“Juventude livre do tabaco”.
Esse é o tema que a Organização Mundial da Saúde, OMS, escolheu para comemorar o Dia Mundial sem Tabaco de 2008.

O objetivo é alertar a sociedade para;
■ as estratégias que a indústria do cigarro utiliza para atrair novos consumidores, como embalagens atrativas, sabores diferenciados
■ o patrocínio de eventos que atraem o público jovem: corridas de carro, esportes radicais e shows de rock, por exemplo.

“O Brasil tem sido líder global no controle do tabaco e sempre foi uma liderança na iniciativa de políticas para avançar neste tema, tais como proibição de publicidade, rótulos de avisos e a proibição de publicações enganosas”, afirmou Douglas Bettcher, diretor da Iniciativa Livre de Tabaco da OMS, no evento do Ministério da Saúde, que iniciou a celebração do Dia Mundial Sem Tabaco no Brasil.

Pesquisa das imagens
O estudo que auxiliou a escolha das imagens da nova campanha foi desenvolvido, de 2006 a 2008, pelo Inca em parceria com universidades do Rio de Janeiro e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A pesquisa mediu a reação emocional de 212 jovens entre 18 e 24 anos, fumantes e não fumantes, de três faixas de escolaridade (ensino fundamental, médio e superior), divididos igualmente em homens e mulheres. As novas imagens foram consideradas mais aversivas, em comparação com as anteriores, aumentando o potencial de gerar uma atitude de afastamento do produto.

“O nosso foco são os jovens. Nós percebemos que a indústria desenvolve estratégias para capturar essa garotada e queremos mostrar a outra face da realidade” disse o ministro da Saúde.
Com base nessa pesquisa e em estudos e experiências nacionais e internacionais, os pesquisadores selecionaram dez temas de advertência capazes de provocar reação de repulsa nos jovens: Substâncias tóxicas, Letalidade do câncer do pulmão, Malefícios para o feto, Envelhecimento precoce, Fumo passivo, Doenças Cardiovasculares, Acidente vascular cerebral, Mutilação, Dependência e Impotência.

Os pesquisadores não incluíram imagens que funcionam como gatilhos para fazer o fumante ter vontade de fumar, como pessoas fumando, cinzeiros, isqueiros, cigarros acesos e embalagens do produto. “As imagens têm o objetivo de provocar repulsa pela utilização de um produto que pode causar aquele tipo de lesão que está sendo demonstrada”, afirmou Luiz Antônio Santini, diretor-geral do Inca.

As novas imagens só deverão chegar ao mercado daqui a nove meses, em fevereiro de 2009. Mesmo assim, especialistas em tabagismo já comemoram a nova campanha. Segundo eles, as imagens chocantes são capazes de fazer com que os fumantes pensem duas vezes antes de acenderem o cigarro.

Estratégia
O Brasil foi o segundo país, após o Canadá, a adotar imagens de advertência como estratégia para diminuir a prevalência e evitar a experimentação do cigarro por jovens e adolescentes. Desde 2001, os fabricantes de produtos de tabaco são obrigados, por lei, a inserirem advertências sanitárias ilustradas com fotos. Quase 90% dos fumantes regulares começam a fumar antes dos 18 anos, fazendo com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considere o tabagismo uma doença pediátrica.

As imagens fazem parte de um conjunto de medidas propostas pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo que, nos últimos 20 anos, vem obtendo resultados positivos;
■ a redução da proporção de fumantes na população de 34,8%, em 1989, para 22,4%, em 2003.
■ O Banco Mundial publicou uma análise em 2007 que mostra o aumento de famílias não fumantes de 66% para 73%, entre 1995/1996 e 2002/2003. Outro ponto importante é a redução na taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre os homens, que em 90% dos casos acontece entre os fumantes.

Vídeo




Novas embalagens
1. Vítima deste produto: Este produto prejudica a mãe e o bebê, causando parto prematuro e morte.
2. Gangrena. O uso deste produto obstrui as artérias e dificulta a circulação do sangue.
3. Morte. O uso deste produto leva à morte por câncer de pulmão e enfisema.
4. Infarto. O uso deste produto causa morte por doenças do coração.
5. Fumaça Tóxica. Respirar a fumaça deste produto causa pneumonia e bronquite.
6. Horror. Este produto causa envelhecimento precoce da pele.
7. Produto Tóxico. Este produto contém substâncias químicas como amônia, formol e arsênico.
8. Sofrimento. A dependência da nicotina causa dor e morte.
9. Impotência. O uso deste produto diminui, dificulta ou impede a ereção.
10. Perigo. O risco de derrame cerebral é maior com o uso deste produto.

Fotos ampliadas com imagens fortes
http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529100509.html

http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529104518.html

http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529104623.html

http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529104718.html

http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529104805.html

Fonte: Divisão de Comunicação Social - Instituto Nacional de Câncer – 27 de maio de 2008

Comentário:
Cerca de 200 mil pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de doenças associadas ao tabaco gerando despesas de R$ 400 milhões ( 200 milhões de dólares) por ano só em atendimento médico. O Brasil tem 23 milhões de fumantes.
A cada ano, o cigarro mata quase 5 milhões de pessoas em todo o mundo; 200 mil, somente no Brasil.
Segundo o Inca, a dependência está associada;
■ a 90% dos casos de câncer de pulmão,
■ 85% dos óbitos por enfisema pulmonar,
■ 40% dos derrames cerebrais
■ e 25% dos infartos fatais.

No Brasil, em 17 municípios estudados, o percentual de estudantes de 12 a 16 anos que já experimentaram cigarros varia, entre meninos, de 53%, em Fortaleza, a 28% em Salvador; e entre meninas, de 54%, em Porto Alegre, a 26% em Salvador (Vigescola – Vigilância de Tabagismo em Escolares).

Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 1989 e 2004, o consumo per capita de cigarros no país caiu 32%. A prevalência de fumantes entre os brasileiros com mais de 15 anos de idade também diminuiu no período, passando de 32% para 17%. Esse índice, segundo o ministério, coloca o Brasil em situação favorável em relação a países desenvolvidos e em desenvolvimento, que apresentam taxas médias de 27,4% e de 28,9%, respectivamente.

O percentual brasileiro de fumantes está mais próximo do registrado em países como Estados Unidos (20,8%) e Canadá (20%) do que o verificado em nações como México (34,8%) e Argentina (40,4%).

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terça-feira, maio 27, 2008

Cuidado com os aerossóis; Risco de Explosão

Os problemas da WD-40 com as latas explosivas começaram quando a empresa mudou nos anos 70 , o propelente freon (restringido pelas leis federais de proteção ao meio ambiente, de acordo com o testemunho de Ray Miles, diretor técnico da WD-40, em processo legal). O freon não queima, mas destrói a atmosfera da terra.
A empresa começou a utilizar como propelente o propano. Os acidentes começaram no final dos anos 70, com dezenas de pedidos de compensação e processos legais. Muitos desses processos, foram devidos a explosão de latas WD-40, que usam como propelente o propano.
Os casos mais sérios contra WD-40 envolvia latas que explodiram depois de tocar em fios elétricos, de acordo com documentos obtidos pela Bloomberg Business News, através de um pedido com base na Lei de Liberdade de Imprensa.
Principais acidentes relatados:

■ Em novembro de 1988, Dan Horton, de Ocean Springs (Missippi) estava lubrificando um ventilador de parede com WD-40, quando a lata tocou em um fio conectado. O conteúdo explodiu e provocou queimaduras em Lauren, a filha de 18 meses de Horton.

■ Em novembro de 1988, em Jackson, Missippi, William Sharp estava usando o spray no cabo do velocímetro de seu caminhão quando a lata encostou num amperímetro. A lata explodiu e sua mulher ficou presa na cabine em chamas, mas sobreviveu.

■ Em abril de 1994, Toni McLane, de Yreka (Califórnia), estava usando o WD-40 para reduzir o ruído de um secador quando a lata tocou em um interruptor ligado e explodiu, queimando o rosto e braços.

■ Em 1994, Leon Fields estava aplicando WD-40 em seu carro para impedir avanço da corrosão, "um dos 1.000 usos", anunciados para o spray lubrificante, quando a embalagem, de lata, encostou em um fio conectado e em outro pedaço de metal e explodiu em uma bola incandescente de óleo e propano. A coisa espalhou como napalm, disse Fields, um professor de 58 anos de idade, que queimou 24% de seu corpo no acidente. Fields processou a WD-40 Co, fabricante de lubrificantes e ganhou US$ 5 milhões de dólares em acordo na justiça.

A empresa não mudou o rótulo de seu principal produto para advertir que suas latas poderiam explodir se tocassem em fios conectados ou terminais de baterias até o início deste ano. Ela ainda não testa a segurança de seus produtos e apenas tornou o produto (que está em 80% dos lares nos Estados Unidos) mais seguro, depois que uma lei da Califórnia de proteção ao meio ambiente sobre liberação de compostos voláteis na atmosfera, forçou a empresa a fazê-lo (alteração do propelente para dióxido de carbono).

A empresa teve um faturamento líquido de US$ 20,5 milhões de dólares em 1995, em 1991, US$ 15,3 milhões de dólares. Até o momento o seguro cobriu quase todos os acordos legais. Mas se os advogados dos querelantes conseguissem ganhar, as punições sobre danos, a Califórnia e outros estados exigem que a empresa pague.

Fonte: Gazeta Mercantil

Comentário:
Nas especificações de segurança do produto (MSDS, Material Safety Data Sheet) dos fabricantes de WD-40, recomendam manter afastado o WD-40 das fontes de ignição. Exposição ao calor pode causar explosão. Manter afastado de corrente elétrica ou de terminais de bateria. O arco voltaico produzido pode perfurar a lata, provocando uma explosão (flash fire, incêndio em nuvem de gás), causando ferimentos graves. Atualmente o propelente (dióxido de carbono) não é inflamável, mas existe o risco potencial de explosão em relação a fontes que geram calor e eletricidade.
Esse problema não acontece somente com WD-40, mas sim com todo spray que tem como propelente substância inflamável Basicamente o aerossol é um sistema que consiste em uma embalagem que permita ser pressurizada, onde temos no interior desta embalagem uma mistura de um produto (desodorante, cabelos, tinta, inseticida, lubrificante, etc.) e um gás propelente (isobutano, butano, di-metil éter, etc.).

Nas indústrias é comum encontrar os aerossóis;
■ lubrificantes, produtos para limpeza (cleaner),
■ detergentes para tintas de prensas,
■ tintas em spray (mistura de resinas, pigmentos, solventes orgânicos e butano/propano como propelente) etc.,
armazenados na área de manutenção ou no setor de almoxarifado, em prateleiras metálicas junto com outros tipos de lubrificantes ou produtos utilizados em manutenção. Em caso de incêndio, os aerossóis funcionarão como foguetes (rocket) ou lança-chamas, propagando o incêndio em todas as direções. É recomendável o armazenamento dos aerossóis em armários de segurança ou em locais isolados.

O vídeo não é educativo, pois a spray é utilizado por adolescentes como brincadeira de fogo . Nos Estados Unidos existem relatos de acidentes graves com adolescentes durante o aquecimento da lata de spray, ela demora para explodir e por imprudência os adolescentes aproximam da lata e nesse momento ela explode. Entretanto a conseqüência da explosão é real e é como se comporta em um incêndio. Nunca faça esse tipo de brincadeira perigosa.

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domingo, maio 25, 2008

Flagrante de insegurança

Os portugueses e brasileiros são tão criativos, até mesmo na insegurança. É a famosa gambiarra. A bandeira diz que a cidade de Faro é capital da cultura.
Aqui como lá, enaltecemos a cultura de modo geral, mas esquecemos da cultura de segurança.

O que é a cultura de segurança?
O ideal seria uma reflexão coletiva que viesse a contaminar as consciências com a cultura da segurança. Mas isso é utopia; consciências não se contaminam; consciências são formadas por meio de um lento processo: educação.

A cultura da segurança compreende comportamento, capacitação, investimentos, manutenção, fiscalização, participação, tecnologia, enfim, uma série de fatores que dependem de ações contínuas e do acúmulo de experiência. Educação para a prevenção: é isso que precisamos.

Os conceitos básicos de prevenção de acidentes - no trânsito, no trabalho, em casa - precisam ser semeados a partir dos bancos escolares e cultivados nos cursos técnicos e universidades. Se assim for feito, os seus frutos - ambientes seguros e saudáveis - serão colhidos durante a vida de todos os cidadãos.

Cada vez que essa colheita estiver ameaçada, os cidadãos conscientes estarão preparados para combater as pragas que se apresentarem, principalmente o descaso, desleixo, desrespeito, incompetência e má fé dos administradores públicos e privados, sejam eles governantes, parlamentares, empresários, fiscais ou tecnocratas de plantão.

Respeito aos trabalhadores, ao público e ao meio ambiente é um exercício de cidadania. Priorizar a segurança e a saúde do ser humano em todos os empreendimentos é uma forma de garantir esse exercício e isso é um direito e dever de todos nós. (Ricardo Pereira de Mattos, engenheiro eletricista e engenheiro de segurança do trabalho).

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sexta-feira, maio 23, 2008

Acidente durante manutenção da sinalização da estrada

Observa-se pelo vídeo que funcionários de uma empresa estão fazendo manutenção da sinalização do pórtico da rodovia.
O guindaste ocupa uma das faixas de rolamento da estrada, com sinalização. Entretanto o braço ou lança do guindaste com cesto aéreo movimenta-se em toda largura da rodovia, sem sinalização e com altura inferior ao pórtico. O vídeo mostra o choque do ônibus com o cesto aéreo.




Comentário
Os pórticos são estruturas para suporte de placas compostas de duas colunas e uma viga instalada sobre o vão da faixa de rolamento e acostamento, fixadas com blocos de fundação.
As colunas dos pórticos devem ser providas de chumbadores apropriados para fixação nos blocos de fundação. Podendo conter passadiço para manutenção, limpeza e escada para acesso.
A altura livre entre a pista de rolamento e as placas instaladas em pórtico deve ser de no mínimo de 6 metros.

A altura de ônibus, dependendo do modelo, varia de 3,10 a 4,10 m e de caminhões com cargas podem chegar a 5 m de altura.

Durante a operação com cesto aéreo suspenso, toda a área sob sua movimentação deverá estar isolada, delimitando-se tal área como aquela determinada pelo círculo cujo centro coincide com o centro de giro da lança, e tendo raio igual ao máximo raio que atingirá a lança do equipamento de guindar durante toda a operação. A área sob a movimentação do guindaste deverá estar claramente contemplada na análise de prevenção de riscos.

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quinta-feira, maio 22, 2008

Motorista desce com carro escadaria na Avenida Paulista

Por volta das 10h de terça-feira, 13 de maio de 2008, um motorista errou a entrada do estacionamento e o carro de marca Toyota Corolla invadiu a escadaria de um prédio, localizado no número 1.776 da avenida Paulista, em São Paulo.
Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) tentaram, durante uma hora e meia, retirar o carro da escada.

Guincho
Foi necessário interditar duas faixas da Paulista, no sentido Consolação, para que um guincho retirasse o veículo das escadas.

Danos
Não houve danos ao carro e o motorista também não foi multado.

Testemunhas
Segundo informações de pessoas que estavam no local o motorista falava ao celular no momento do acidente.





Vídeo


Fonte: G1 - 13 de maio de 2008


Comentário:
Pela foto, as setas 1, indica o trajeto correto em que o motorista deveria seguir, mas ele seguiu a trajetória da seta 2. Se ele tivesse prestando atenção, ele perceberia que a manobra que estava fazendo em diagonal era muito estranha para entrar numa garagem.
Quando o motorista olha para uma determinada placa de trânsito ou situação em que ele desejar efetuar (estacionar, entrar em garagem, atravessar cruzamento, entrada ou saída de garagem com utilizando passeio para pedestre), tem que entender o que o sinal ou a informação está lhe transmitindo, para que tenha o comportamento desejado (manobrar, parar, atravessar, etc) . Perceber este sinal ou informação de maneira errada, certamente o colocará em perigo, com risco de envolver-se em acidentes. Hoje, o motorista tem diversos equipamentos no carro que pode desviar sua atenção no trânsito, tais como, MP3, celular, etc.

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terça-feira, maio 20, 2008

Contêiner com isqueiros explode

Um contêiner carregado com cerca de 1,4 mil caixas de isqueiro explodiu na manhã de sexta-feira, 16 de maio de 2008, no lado paraguaio da Ponte da Amizade, fronteira com Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. O acidente teria acontecido as 10h.
O carregamento de produtos veio da China. Segundo a assessoria de imprensa da Receita Federal em Foz do Iguaçu, entrou no Brasil do Porto de Paranaguá, e estava sendo levado para o Paraguai.

Vítimas:
Com a explosão e incêndio, três funcionários do Pátio de Controle Integrado, em Cidade do Leste, ficaram feridos.
Dois dos funcionários que faziam a fiscalização da carga eram brasileiros, da Receita Federal. Os dois brasileiros foram levados ao Hospital Costa Cavalcanti, em Foz. Um deles teve 36% do corpo queimado e está em estado grave. O outro sofreu queimaduras em 32% do corpo e está em observação. O funcionário paraguaio foi encaminhado a um hospital em Ciudad del Este.

Corpo de bombeiros
Bombeiros de Foz do Iguaçu foram chamados para controlar o fogo. Com o calor das chamas, o contêiner ficou deformado.

Fonte: Gazeta do Povo – 16 de maio de 2008

Carro lotado de isqueiros explode no pátio da Receita

Um carro carregado de isqueiros contrabandeados explodiu dentro do pátio da Delegacia da Receita Federal de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, no domingo, 24 de fevereiro de 2008.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 15 horas. No veículo Siena vermelho estavam 32.250 isqueiros. Com a explosão, a lataria e a parte interna do veículo foram danificadas.


Pouco depois, pequenas explosões foram notadas em um Corsa prata. O Corpo de Bombeiros conseguiu conter uma explosão em maior escala. Dentro do Corsa havia 20 mil isqueiros.

Segundo os bombeiros acreditam que o forte calor tenha provocado a explosão espontânea.

Os dois veículos foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Céu Azul, também na região Oeste, por volta das 23h30 de sábado, 23 de fevereiro de 2008. Eles foram abordados na BR-277. Após a apreensão os veículos foram levados até o pátio da Delegacia e seriam vistoriados ao longo da semana.

Fonte: Gazeta do Povo Online – 25 de fevereiro de 2008


Comentário:
Muito provável a explosão ocorreu devido à temperatura excessiva do contêiner. O isqueiro não pode ser exposto à temperatura acima de 50º C ou à incidência direta de raios solares.
Os motoristas que guardam isqueiros no porta-luvas do carro ou colocam nos consoles devem tomar cuidados, pois a temperatura interna do carro aumenta excessivamente em função da temperatura ambiente. Outro problema que aumenta o risco é a compra de isqueiro no comércio ilegal (contrabando), sem qualidade, deficiência do invólucro para suportar gás sob pressão.

Não é somente com isqueiro que acontece esse problema, mas sim com todo spray que tem como propelente substância inflamável Basicamente o aerossol é um sistema que consiste em uma embalagem que permita ser pressurizada, onde temos no interior desta embalagem uma mistura de um produto (desodorante, cabelos, tinta, inseticida, lubrificante, etc.) e um gás propelente (isobutano, butano, di-metil éter, etc.). Essa mistura permanece no interior desta embalagem, por meio de um dispositivo que chamamos de válvula. Ao pressionarmos essa válvula, a mistura de produto e gás é liberada para a atmosfera sob a forma de um spray com o nome técnico de aerossol (dispersão de partículas em um meio). Não percebemos que estamos manuseando um produto que pode transformar-se num lança‑chama ou uma pequena bomba incendiária ou num foguete, dependendo da situação potencialmente perigosa no local ( incêndio, calor, perfuração da lata, etc).

Veja o ensaio e teste efetuado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) com isqueiros descartáveis a gás.

O isqueiro, sendo um dispositivo de produção de chama, pode, como todas as fontes de fogo, apresentar riscos à segurança do usuário.
Nos últimos dois anos, jornais ingleses noticiaram diversas notícias sobre acidentes, alguns fatais, causados durante a utilização de isqueiros descartáveis. A maior parte dos acidentes relatados ocorria devido à explosão dos isqueiros durante o uso normal.

Com base nestas informações, o Sindicato Nacional da Indústria de Fósforos, preocupado com a qualidade dos isqueiros descartáveis comercializados, legalmente e ilegalmente no país, solicitou ao Inmetro a realização de ensaios em isqueiros descartáveis.
A análise realizada em isqueiros descartáveis objetiva verificar a conformidade destes produtos disponíveis no mercado nacional em relação aos requisitos de segurança, ou seja, verificar se o consumidor tem acesso a produtos seguros e que atendam às suas necessidades. Como não existe norma nacional para este produto, utilizou-se, para a realização dos ensaios a norma internacional ISO 9994.

Deve ser destacado que estes ensaios não se destinam a aprovar marcas ou modelos de produtos. O fato das amostras analisadas estarem ou não de acordo com as especificações contidas em uma norma técnica indica uma tendência do setor em termos de qualidade. A partir dos resultados obtidos, são definidas as medidas necessárias para que o consumidor tenha, à sua disposição no mercado, produtos adequados às suas necessidades.

Normas e Documentos de Referência
Os ensaios verificaram a conformidade das amostras de isqueiros analisados com as seguintes normas: Norma ISO 9994 – Ligthers – Safety especification (editada em 1995).

Laboratório Responsável pelos Ensaios
Os ensaios foram realizados no Laboratório do British Standards Institution – BSI, localizado na Inglaterra.

Marcas Analisadas
A seleção das marcas a serem analisadas foi precedida de uma pesquisa de mercado nos seguintes estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Paraná.
Foram selecionadas 4 (quatro) marcas de isqueiros descartáveis, duas nacionais e duas importadas.
Devido ao grande número de marcas de isqueiros descartáveis importados e vendidos ilegalmente, o Inmetro solicitou às Superintendências da Receita Federal a cessão de isqueiros descartáveis apreendidos por importação ilegal para a realização de ensaios.

Requisitos de rotulagem (instruções e avisos)
Todos os isqueiros devem ser acompanhados por informações apropriadas de segurança (instruções e/ou avisos) comunicando ao usuário o método correto de uso. Esta informação de segurança deve estar no próprio isqueiro, ou em um folheto ou panfleto separado embalado com o isqueiro, ou na embalagem do produto disponível ao consumidor no ponto de venda. As informações de segurança devem estar visivelmente posicionadas, com um fundo contrastante, cor, tamanho do tipo ou estilo distintos de outra informação.

Para todos os isqueiros, as informações de segurança devem ser acompanhadas pela palavra específica "ATENÇÃO" próxima às informações de segurança e deve conter as seguintes declarações:
■ mantenha longe de “crianças" ou "mantenha fora do alcance de crianças" (a declaração usada deve ser enfatizada e nítida);
■ acenda o isqueiro longe do rosto e roupas; "contém gás inflamável";
■ nunca expor ao calor acima de 50°C ou à luz solar prolongada;
■ nunca perfurar ou incinerar;
■ certifique-se que a chama está apagada após o uso.

Conclusões;
Os resultados gerais obtidos diferem entre as marcas formais e marcas apreendidas analisadas.

■ Em relação às marcas comercializadas legalmente a maior incidência de não conformidades ocorreu no item que verifica a rotulagem do produto. As amostras das marcas não apresentavam todas as instruções e avisos necessários para o uso correto e seguro do produto.
Os resultados gerais destas marcas podem ser considerados satisfatórios no que diz respeito à segurança oferecida pelo produto.

■ Marcas ilegais – Riscos de segurança
Em relação às marcas apreendidas os resultados gerais obtidos foram críticos. Todas as amostras das marcas apreendidas apresentaram alturas de chama acima do máximo permitido, não resistiram à temperatura elevada, entre outras não conformidades que comprometem a segurança do usuário.
A elevada incidência de não conformidades que comprometem a segurança do consumidor, principalmente nas marcas apreendidas, revela a necessidade de implementação de um programa de certificação para os isqueiros descartáveis à gás com o objetivo de preservar a segurança dos usuários destes produtos e uma campanha de esclarecimento quanto ao uso correto e seguro dos mesmos.

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segunda-feira, maio 19, 2008

Terremoto: China decreta 3 dias de luto

Foto: China fez pausa de 3 minutos -trens, ônibus e navios utilizaram sirenes e buzinas Robert F. Bukaty / AP

As autoridades chinesas decretaram três dias de luto nacional e desde as 5h desta segunda-feira (hora local, 18h do domingo no horário de Brasília) a bandeira da China está hasteada a meio mastro na Praça da Paz Celestial e em todos os edifícios oficiais.
Às 14h28 de hoje (1h28 desta segunda no Brasil), uma semana exata depois do terremoto, foi guardado em todo o país silêncio de três minutos. Os transportes públicos -trens, ônibus, navios- utilizaram sirenes e buzinas para anunciar solidariedade às vítimas.

8 graus na escala Richter
A magnitude do terremoto que assolou a província de Sichuan foi de 8 graus na escala aberta de Ritcher, cuja intensidade máxima é de 11 graus, segundo anunciou o Governo chinês, que decidiu 3 dias de luto nacional.

O Escritório Sismológico da China revisou o número anterior de magnitude 7,8 graus, que tinha mantido apesar de especialistas dos Estados Unidos terem cifrado a magnitude do terremoto em 7,9 graus.

Foto: Parente segura mão de uma criança morta, vítima do desabamento de uma escola durante o terremoto que atingiu a província de Sichuan, na China, em 13/05/2008 – Reuters

Os números da tragédia chinesa: até 19 de maio de 2008
■ 34 mil mortos, pelo menos
■ 10 mil soterrados
■ 220 mil feridos
■ 4,8 milhões desabrigados
■ 3 milhões de propriedades destruídas
■ 15,6 milhões de casas danificadas
■ 58 cidades afetadas
■ 135 mil soldados e médicos envolvidos nos resgates
■ US$ 20 bilhões de prejuízo
■ 400 represas danificadas
■ As doações para as vítimas do terremoto já chegam a US$ 1,4 bilhão. Segundo a rede de televisão CFTV, a ajuda humanitária vinda do exterior supera os US$ 860 milhões. A quantia é somada às doações internas que, segundo o governo chinês, ultrapassam os US$ 500 milhões.

Fonte: UOL Ultimas Notícias, Globo Online e BBC - 19 de maio de 2008

Comentário:
A natureza é implacável, quando exige a retomada de seu espaço territorial.

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domingo, maio 18, 2008

Ecológico, mas ruim; soldas sem chumbo


Remover o chumbo das soldas foi uma excelente medida para a saúde e o ambiente. Mas está provocando defeitos em inúmeros produtos eletrônicos

Riscos em atividades complexas e perigosas
■ Em abril de 2005, a usina nuclear Millstone, nos Estados Unidos, se apagou quando um curto-circuito danificou o sistema de monitoramento da pressão do vapor.
■ Em 2006, uma grande remessa de relógios suíços teve de passar por um recall que custou ao fabricante US$ 1 bilhão. Nos dois casos, os culpados foram os mesmos: microscópicos filamentos de estanho metálico que se desenvolveram nos pontos de soldagem das placas dos circuitos integrados. Condutores de eletricidade, esses fios provocam curtos ao tocar em outros circuitos. Não foi a primeira vez que essas misteriosas estruturas foram responsabilizadas por defeitos em produtos eletrônicos. Em 1998, o satélite de comunicações Galaxy IV parou de funcionar por culpa deles.
■ Os militares americanos também atribuem a eles o mau funcionamento dos sistemas de radar do caça F-15 e pelas falhas de orientação dos mísseis Phonex e Patriot.
■ Em 1986, a Food and Drug Administration, que regulamenta o uso de remédios e alimentos nos EUA, chamou um recall de marcapassos cardíacos devido ao mesmo defeito.

A origem do problema é conhecida
O problema é conhecido desde os anos 1940 e, além do estanho, atinge o cádmio e o zinco. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele encurtou a vida útil dos capacitores de freqüência dos rádios das aeronaves aliadas. Uma década depois, causou curto-circuitos nas centrais telefônicas da companhia americana AT&T.

A solução? Era misturar chumbo
Misturar chumbo na solda, como foi feito a partir de anos 1950. Mas, devido aos imensos problemas ambientais e de saúde que causa (é um dos produtos mais tóxicos que se conhece), o chumbo foi sendo banido aos poucos em todo o mundo. Primeiro na gasolina, depois também nas soldas. Países como Estados Unidos e Japão já fizeram isso.

O problema é que sem o chumbo para controlá-lo, o estanho se comporta de maneira estranha nas placas de circuitos eletrônicos. Sozinhos, os revestimentos metálicos geram espontaneamente microscópicos filamentos - com dimensões entre um e cinco mícrons, menos de um décimo da espessura de um fio de cabelo humano - que se erguem a partir da base. Se esses filamentos aumentarem o suficiente para tocar em circuito por onde passa outra corrente elétrica, podem causar um curto e danificar o equipamento.

No momento não há substituto para o chumbo: confiável e barato
Estudos indicam que os substitutos do chumbo nas soldas - estanho puro, estanho-zinco, estanho-prata-cobre - não se equiparam em termos de confiabilidade, durabilidade e custo (especialmente a prata é muito cara). Dessa forma, os militares americanos, a Nasa e os fabricantes de equipamentos médicos e de testes de alta precisão continuam usando chumbo nas suas soldas.

Mas e quanto ao nosso computador? Se ele parar de funcionar, pode ser esta a causa?

A Nasa não vai bancar o risco de ver o Hubble (telescópio espacial) cair. Mas se um computador pessoal em milhares estragar devido a esses filamentos, ninguém fará qualquer coisa a respeito disso - afirmou John Ketterson, físico de materiais sólidos da Universidade Northwestern (EUA).

Limpar bem as superfícies e reduzir o estresse mecânico sobre os componentes soldados são medidas que reduzem o surgimento de filamentos.

Recentemente, o Centro de Excelência dos Fabricantes de Eletrônicos dos EUA descobriu que modificando as temperaturas em que os itens soldados são banhados e guardados, é possível reduzir o surgimento de filamentos. Mas Bob Willis, diretor técnico do Grupo Surface Mount and Related Technology (Smart), da Grã-Bretanha, disse que até onde se sabe, não há solução definitiva.

Problemas da solda sem chumbo
■ O crescimento de filamentos metálicos de estanho ocorre, ocasionalmente, quando o chumbo é retirado da solda.
■ Os fios de estanho formam estruturas cristalinas eletricamente condutoras que, às vezes, crescem das superfícies do metal (especialmente estanho galvanizado).
■ Várias falhas de sistemas eletrônicos foram atribuídas a curto-circuitos causados pelo crescimento desses filamentos, que se estendem e entram em contato com os elementos de circuito próximo.

Chumbo - útil e muito perigoso
■ O chumbo foi um dos primeiros metais a ser trabalhado pela humanidade. Há registros conhecidos do seu uso datados de 3500 a.C.
■ Devido ao baixo custo e a suas propriedades físicas (é macio, maleável e pobre condutor de eletricidade), vinha sendo utilizado em uma grande variedade de produtos, como gasolina, tintas, cerâmicas, baterias e até cosméticos.
■ Mas o metal é tóxico e pesado. Pesquisas mostram que principalmente as crianças são vulneráveis a sua toxicidade, sofrendo problemas como déficit de atenção, adaptabilidade, aprendizagem, lapsos de memória, agressividade e outros. Mesmo pequenas quantidades afetam o rendimento nos testes de inteligência.
■ O chumbo também é associado ao aumento da pressão sangüínea, ao mau funcionamento dos rins, à infertilidade e à catarata. Por isso, seu uso vem sendo banido em todo o mundo.

Fonte: Diário Catarinense - 06 de maio de 2008

Comentário
Em 21 de novembro de 2005, a revista Inovação Tecnológica publicava um artigo alertando sobre o problema de soldas sem chumbo.
“Grupos ambientalistas do mundo todo vêm, há anos, fazendo campanhas em favor da substituição das soldas que contêm chumbo e das camadas protetoras dos componentes eletrônicos por metais e ligas que não sejam danosos ao meio-ambiente.Na Europa, essas campanhas já deram resultados e as soldas à base de chumbo serão banidas em Julho de 2006.
Os fabricantes de outras partes do mundo, se quiserem continuar exportando para a Comunidade Européia, deverão seguir o mesmo caminho.Mas ainda há problemas técnicos a serem resolvidos. Ligas de estanho sem chumbo, ou mesmo soldas de estanho puro, tendem a formar "bigodes" - finíssimas estruturas filamentosas, algumas chegando a medir vários milímetros de comprimento. Esses defeitos podem levar a curto-circuitos e falhas dos componentes e conectores”.

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sexta-feira, maio 16, 2008

A empresa Bunge e o meio ambiente


Proibida a utilização de lenha como matriz energética por prejudicar o meio ambiente


A 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ontem, 5 de março, sob a relatoria da Desembargadora Federal Selene Maria de Almeida, julgou pedido da Fundação Águas do Piauí (Funaguas) para sustar o funcionamento de unidade da empresa Bunge Alimentos no Município de Uruçuí, no Piauí, com a utilização de lenha como matriz energética.

Alega a Funaguas que a empresa de alimentos, destinada a processamento de grãos, utiliza lenha como fonte energética extraída da madeira e que, para isso, estaria a devastar o cerrado. A Fundação é contra os termos de um acordo, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que fora feito a sua revelia, entre a Bunge, o Ministério Público do Piauí e o Ministério Público Federal, em que a Bunge prometera procurar novas fontes de energia.

Devastação do cerrado
Explicou a Funaguas que as atividades realizadas pela empresa estaria a devastar o cerrado, em razão da retirada da vegetação original. Afirmou ainda que os Estudos de Impactos Ambientais (EIA) apresentados pelas empresas estariam falhos e que, mesmo assim, as licenças foram concedidas. Que não concordou com os termos do TAC e que nada até hoje foi feito para cumprir a promessa da empresa de alimentos de procurar novas fontes energéticas e, assim, abandonar a lenha como fonte.
A relatora, ao decidir, explicitou a gravidade da retirada da vegetação original no Estado do Piauí, o que tem causado extensos impactos ambientais. Pontuou a julgadora que no caso do Estado do Piauí, segundo imagens captadas por satélite, há ameaça de desertificação.

Disse a magistrada que o fato de serem outras fontes mais onerosas não deve levar a Bunge a desconsiderar a necessidade de buscar outras alternativas de matrizes energéticas. O próprio Ministério Público Federal apresentou outras fontes menos danosas ao meio ambiente, como o gás liquefeito de petróleo e o coque verde do petróleo. Acrescentou ainda a desembargadora que não é aceitável o desmatamento do cerrado piauiense sob o argumento de que as empresas criam empregos, podendo elas procurarem por alternativas que são economicamente sustentáveis e ao mesmo tempo não-devastadoras do meio ambiente.

Suspensão de lenha como matriz energética
Ao final, a Desembargadora determinou a desconstituição do TAC, a suspensão na utilização de lenha pela empresa como matriz energética. Anulou, ainda, a sentença de 1º grau e ordenou a volta do processo ao juízo de origem para a realização de perícia sobre os danos ambientais e conseqüente prolação de sentença de mérito.

Fonte: Apelação Cível 2003.40.00.005451-0/PI -Tribunal Regional Federal da 1ª Região - 07 de março de 2008

Comentário
Hoje as empresas procuram através das certificações moldarem suas imagens como empresas preocupadas com o meio ambiente, segurança e sociedade. Entretanto, vemos ou lemos que em escala mundial, as empresas transferem seus trabalhos ou processos sujos para países menos desenvolvidos ou estados que necessitam ou atraem empresas para o desenvolvimento dessas regiões. Como vivemos numa sociedade em que a comunicação predomina, não sabemos realmente os objetivos sociais das empresas, se elas são falsos ou verdadeiros, pois o marketing predomina nesses objetivos, vestindo as empresas em um padrão ”tailor-made” de comunicação. É só acessar qualquer site de empresas está lá, a política de sustentabilidade da empresa, a responsabilidade social, a preocupação com o meio ambiente, etc. Defino isso, como “marketing do botox” só cuida da aparência. Como exemplo, a empresa siderúrgica X compra carvão de terceiros, que emprega mão de obra escrava e contribui para desmatamento de mata natural. A siderúrgica alega que a empresa terceirizada não faz parte da empresa. Assim sucessivamente, temos nos fabricantes de tênis, roupas, que utilizam mão de obra barata, escrava e crianças. Também estão sendo utilizados em lixos industriais, as empresas transferem seus resíduos tóxicos para empresas terceirizadas que por suas vez, transferem para os paises mais pobres mediante pagamento.

Se alguém acessar o site da Bunge, que alardeia o respeito ao meio ambiente, encontrará os seguintes compromissos da empresa;

A Política de Sustentabilidade da Bunge no Brasil estabelece os seguintes compromissos:
■ Associar os objetivos de negócios às questões da responsabilidade socioambiental.
■ Procurar ir além do cumprimento da legislação ambiental local e de outros requisitos aplicáveis a seus processos, produtos e serviços.
■ Promover a melhoria contínua do ambiente e o desenvolvimento sustentável, aplicando os princípios de gerenciamento, indicadores de desempenho e avaliações de risco ambiental.
■ Investir na formação de parceiros, que devem entender os conceitos empregados e apresentar sua visão do processo.
■ Manter uma postura ética e transparente em todas as atividades e nos relacionamentos de negócio.
■ Gerar valor, empregos, renda e riquezas para as comunidades e para o país onde opera.
■ Demonstrar responsabilidade social procurando atender às expectativas das comunidades onde atua e promover o uso responsável dos recursos naturais.
■ Contribuir para o desenvolvimento da cidadania por meio de ações de valorização da educação e do conhecimento.
Obs: O compromisso da empresa em relação à legislação ambiental é muito mais rígido.

Responsabilidade Ambiental
■ A preocupação com os recursos naturais e o respeito ao meio ambiente, conduzindo políticas e ações que integrem homem e natureza.

A Bunge tem a certificação ISO 14001
O que estabelece a certificação
A ISO 14001 estabelece o melhor procedimento para uma gestão pró-ativa do impacto ambiental de sua organização. Quando você possui um Sistema de Gestão Ambiental certificado ISO 14001, você vai além do mero cumprimento da lei. O seu foco torna-se o aperfeiçoamento constante. O certificado de qualidade ISO 14.001, é a chancela que garante ao cliente e consumidor que a empresa que o detém respeita o meio ambiente, adotando prática e políticas ecologicamente corretas, no que concerne a assuntos que vão desde os processos de fabricação dos produtos, quanto a temas que transcendem tal finalidade.

As certificações para a maioria da empresas são meros compromissos de intenções com intuitos de ingressarem no disputado mercado global de produtos e serviços.

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quinta-feira, maio 15, 2008

Programa de Melhoramento Contínuo da Prevenção de Perdas

Hoje a empresa está em busca de um produto perfeito que atenda as necessidades do cliente e ao mesmo tempo produzindo este produto com qualidade a um preço competitivo.
O que significa qualidade a um preço competitivo? Podemos dizer que é o produto feito de acordo com a conformidade de especificação.

Para que a empresa tenha conformidade de especificação, ela deve ter um produto com desenvolvimento multidisciplinar, isto é, todos os setores envolvidos procuram reduzir as etapas do projeto do produto, layout flexível ou célula de manufatura e o pessoal da fábrica engajado em busca da qualidade com redução do índice de refugo, redução do set-up de máquina e a manutenção dando apoio logístico à produção através da confiabilidade de funcionamento dos equipamentos e máquinas.
E finalmente a área comercial que faz a ponte entre o produto e cliente, pois é o termômetro para captar as ansiedades, desejos e contrariedades dos clientes.

Nesse momento, a fábrica está funcionando a mil maravilhas, vendendo muito bem os produtos, os funcionários contentes e finalmente chegou o momento da verdade, um princípio de incêndio propagou-se atingindo a área de produção e interrompeu a produção.

O incêndio veio na melhor hora, em que a fábrica estava à plena capacidade de produção e faturando? Ou lembrando a lei de Murphy, "a natureza está sempre a favor da falha".
O gerente da fábrica pensando nos fatos, lembrou que há pouco tempo esteve na fábrica o pessoal de prevenção de perdas, que presta serviço de consultoria, eles não foram bem atendidos.

Eles vieram no momento em que estávamos produzindo a plena capacidade e na época pensou, "mais recomendações"', "isto nunca acaba", "vai atrapalhar o meu trabalho", "mais relatórios para analisar", "essa visita vai estourar meu orçamento". E as recomendações foram sendo proteladas e ao mesmo tempo o gerente financeiro colaborou, o porquê gastar mais em prevenção?

Qual foi o erro da empresa, estava no processo de qualidade e um problema que ocorreu provocou um desastre? O leitor pode indagar o que tem a ver qualidade com acidente?
Lembramos que a qualidade não se limita ao trabalho, tais como; manufatura e produção, mas sim é um processo contínuo de melhoramentos que deverá abranger toda a comunidade (podemos considerar que a fábrica é uma comunidade, onde trabalhamos, produzimos e passamos às vezes a maior parte do nosso dia na empresa).

Em sentido geral a qualidade é um processo de reordenação das etapas para aprender e agir em qualquer situação. Em geral toda empresa mede sua eficiência pelos resultados apresentados pela economia de custos.
O gerente financeiro pensa quanto vai gastar na implementação de uma recomendação de prevenção e quanto vai economizar no seguro? Mas o que pensa a qualidade?

A qualidade compara o preço ou serviço da não conformidade x custo de qualidade. O que significa um produto fabricado de acordo com não conformidade?

Significa um produto com índice elevado de rejeição ou perda, custo elevado devido à repetição do trabalho (retrabalho) ou um produto que não satisfaça as necessidades do cliente.

Entretanto para prevenção de perda, o que significa um produto (incêndio, máquinas e equipamentos) com elevado risco, que não está de acordo com a conformidade?
Significa que a empresa possui um produto perigoso que poderá colocar em risco os clientes internos ou paralisar a fábrica ou que não satisfaz as necessidades do cliente interno para agir em caso de acidente.

O que significa produzir com a não conformidade de especificação?

É não obedecer à conformidade com os requisitos ou em caso de prevenção não obedecer às normas de segurança.
Notamos que existem inúmeros pontos em comum, principalmente em termos de método, entre a qualidade e prevenção.

Senão, vejamos;

Em geral o empresário está preocupado com a implementação do programa de qualidade ou com a estratégia da empresa em relação aos seus concorrentes, pois dependendo das decisões tomadas podem comprometer os resultados esperados, afetando a sua posição no mercado competitivo. Isto significa que o empresário está consciente que existe um risco para se manter no mercado, a posição de sua empresa ou aumentá-la ou quais são as empresas que possam desafiá-la.

Portanto o risco é um limitador de desempenho em todas as atividades, em que devemos identificar, selecionar e analisar.

Concluindo;
Programa de Prevenção de Perdas é um Programa de Melhoramento Contínuo da Qualidade de Riscos; mas lembramos que este processo não é estático ou passivo, mas sim dinâmico, ou melhor, é como pedalar a bicicleta, se você pára de pedalar, você perderá estabilidade e poderá cair.

Fonte: Referência Bibliográfica: Excelência através da Qualidade - Alcoa Alumínio SA.

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terça-feira, maio 13, 2008

Maior shopping de Curitiba abre as portas, com irregularidades

O shopping, que abriu as portas ao público às 11h de sexta-feira, 9 de maio, não tem laudo do Corpo de Bombeiros e nem alvará da prefeitura que permitem o seu funcionamento.

Bombeiros realizaram uma vistoria e constataram uma série de irregularidades;
■ Problemas nos equipamentos de combate a incêndio, nas saídas de emergência e no sistema de exaustão de fumaça do shopping.
■ O chefe do setor de vistorias do Corpo de Bombeiros, disse que o sistema de sprinkler não pôde ser testado pela falta de água na tubulação.
■ As saídas de emergência seriam pequenas e não sinalizadas.
■ Os bombeiros também apontam como irregularidade a falta de um sistema de tubulação para exaustão de fumaça que deveria percorrer todo o prédio, desde o subsolo até o exterior. “Em caso de incêndio a fumaça não seria dissipada e poderia intoxicar os freqüentadores”, explica Fernandes.
O laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros é um dos requisitos obrigatórios para que a Prefeitura emita o alvará de funcionamento para o shopping.


Foto: Faltam vidros de proteção em muitos locais. Uma situação perigosa para crianças.


Empresário nega irregularidades no sistema de segurança do shopping
Segundo Anibal Tacla, diretor do grupo Tacla, responsável pelo empreendimento, quando a vistoria ocorreu, algumas obras ainda não estavam prontas. “Algumas coisas foram feitas no outro dia e no dia seguinte. Estamos pedindo para o Corpo de Bombeiros uma nova vistoria. Dentro da opinião dos nossos engenheiros, as condições básicas estão plenamente atendidas”, diz.

O que prevalece é o interesse comercial e não a segurança
Anibal Tacla conta que a decisão de inaugurar o Palladium, mesmo sem a documentação necessária, foi tomada para poder cumprir os contratos publicitários fechados para a data, previamente pagos com o chamado fundo de promoção, rateado com o dinheiro dos lojistas, e por pressão das lojas, que já estão com funcionários contratados e mercadoria parada nas prateleiras. “Fizemos uma avaliação há uma semana e achamos que as coisas essenciais estariam prontas”, diz Tacla.

O chefe do setor de vistorias do Corpo de Bombeiros, diz que a atual situação do shopping oferece riscos ao próprio Corpo de Bombeiros, na necessidade de atuação em caso de algum sinistro. Na tarde de sexta-feira, 9 de maio, o tenente convocou os responsáveis pelo Palladium para uma reunião na qual entregou um laudo técnico apontando item por item as orientações necessárias para a liberação do shopping. “A nova vistoria não tem data. Para ser feita, é preciso que eles formalizem uma documentação técnica do projeto com as adequações sugeridas e apresentem soluções alternativas para as medidas não adotadas”, diz Fernandes.

Foto: Entulho na parte do fundo do shopping que não foi terminada

Público, lojistas e obras em andamento e acidente
Considerado o maior shopping do Sul do Brasil, sexta-feira de manhã, 9 de maio, parte das lojas ainda estava fechada ou com funcionários arrumando o estoque de produtos. Os estabelecimentos já finalizados aproveitaram para lucrar com o grande número de visitantes, que tiveram trabalho para desviar de pedreiros, eletricistas e áreas isoladas. Uma funcionária de uma das lojas do shopping escorregou no piso empoeirado e foi encaminhada pelo Siate para um hospital da cidade. Ela sofreu ferimentos leves.

Liminar que pede interdição do shopping
O pedido de liminar movido pelo Ministério Público a fim de interditar o Shopping Palladium será analisado pelo juiz da 3ª Vara Cível de Curitiba. O Ministério Público alega que a falta de alvará de funcionamento e do laudo do Corpo de Bombeiros justificam a interdição do local. O shopping recebeu na sexta-feira o laudo técnico dos bombeiros indicando as modificações a serem feitas para a liberação do laudo definitivo. A assessoria de imprensa do Palladium informou que as modificações já estão sendo feitas durante as madrugadas. A previsão da administração do Palladium é que o alvará definitivo saia no máximo até a semana que vem.

Inauguração especial para os convidados
O coquetel de inauguração, na noite de quinta-feira, 8 de maio, foi reservado para convidados. Entre as autoridades presentes estavam o vice-governador do estado, o prefeito de Curitiba, e o secretário municipal de Turismo.

Shopping inaugurado com obras em andamento
O novo centro comercial foi inaugurado com 86% das suas 356 lojas e 12 restaurantes prontos. Segundo Anibal Tacla, diretor do grupo Tacla, responsável pelo empreendimento, dentro de 15 dias ele deve estar 95% concluído. “São praticamente 400 obras para serem concluídas no mesmo momento, com toda a variedade de problemas que isso pode acarretar” disse Tacla.

O que diz os primeiros visitantes do shopping
■ A auxiliar de enfermagem Regina Batista Ramos aproveitou que trabalha próximo do shopping e foi visitar o local. ''O lugar está muito bonito, mas deveriam ter esperado mais um pouco para abrir. A inauguração seria mais impactante'', opina.
■ A poeira acumulada no terceiro andar irritou a recepcionista Milena Cristina dos Santos. ''Tive uma crise de rinite e saí de lá. Vim almoçar mas há poucas opções abertas'', conta. O primeiro restaurante a ficar pronto finalizou as obras nove horas antes da inauguração.
■ A advogada Sandra Amaral não acredita que as obras inacabadas sejam um problema. ''Está tudo ótimo. Temos que ter paciência já que é um empreendimento muito grande''.

Valor do investimento
Para a construção do shopping foram investidos R$ 280 milhões. Depois de pronto, o Palladium deve gerar 5,5 mil empregos diretos. A previsão de faturamento é de cerca de R$ 500 milhões nos primeiros 12 meses.

Palladium recebeu 300 mil visitantes no fim de semana
A curiosidade do consumidor curitibano foi maior do que a polêmica envolvendo o alvará de funcionamento do Shopping Palladium, no Portão. No fim de semana de sua inauguração, o empreendimento recebeu cerca de 300 mil visitantes. O número superou a previsão da organização do shopping.
Grande parte dos freqüentadores foi ao Palladium motivada pela curiosidade. Moradores de vários bairros da capital paranaense, especialmente da região sul da cidade, se deslocaram ao local e enfrentaram filas no acesso ao shopping, no estacionamento e até mesmo nas lojas. Para os lojistas, o movimento foi bastante satisfatório.

Canteiro de obras continua
O shopping ainda é um grande canteiro de obras. Estão em construção às salas de cinema, o centro comercial e a sala de cinema digital, que devem ficar prontos apenas no segundo semestre.

Fontes: Jornale; Gazeta do Povo e Folha de Londrina, no período de 9 de maio a 12 de maio de 2008

Comentário
Durante a inauguração para os convidados restritos estavam presentes autoridades públicas da cidade e do Estado, as quais deveriam dar exemplo, pois o shopping estava irregular perante ao poder público, mas essas autoridades funcionam como blindagem de autorização de funcionamento do empreendimento.
Os bombeiros vão ao local para efetuar inspeção no sistema de proteção contra incêndio, constata que não há água para funcionamento do sistema de sprinkler. A água é um requisito básico para o sistema de proteção de incêndio, sem levar em conta as características técnicas do sistema (vazão, pressão, área de cobertura, etc). O diretor do empreendimento acha natural esse problema, o que se deduz a falta completa de conscientização de segurança. Na fase final de qualquer shopping, durante a montagem de lojas estão presentes vários fatores de riscos, tais como; instalação elétrica em execução, revestimentos combustíveis, pintura, cola, etc., simultaneamente com o acabamento do shopping, corte e solda, instalação elétrica, entulho, etc., que tudo isso pode gerar foco de incêndio ou um grande incêndio. O que aconteceria se no local houvesse um incêndio em que o sistema de proteção contra incêndio não está pronto e não tem água?
No caso em questão, o Corpo de Bombeiros apontou as deficiências de segurança do local, e encaminhará o relatório a prefeitura para tomar as providências necessárias. Culpa de quem, se o shopping está funcionando com irregularidades?

Para obter o alvará, a empresa precisa apresentar às secretarias municipais de Urbanismo e Finanças o laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros que autorize as atividades. Para abertura de qualquer empreendimento comercial sem alvará está sujeita a sanções legais, que se iniciam por notificação, passam por autuação (multa) e podem chegar a embargo. Enquanto a burocracia pública empurra o problema, o shopping continua funcionando, como se estivesse tudo perfeito.

Em todo grande incêndio no país, ninguém estava preparado (os responsáveis pela segurança do prédio, a fiscalização pública e o Corpo de Bombeiros) para combater ao incêndio, prevalecendo à falta de planejamento e preparação. O pior de todos os riscos, a insegurança do prédio, as deficiências dos órgãos públicos, auxiliam para que o incidente se torne uma tragédia.

Vide artigo sobre segurança de shopping, já publicado
http://zonaderisco.blogspot.com/2008/05/shopping-preveno-melhor-estratgia.html

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sábado, maio 10, 2008

Líquidos inflamáveis e combustíveis em laboratórios

Como é determinada a inflamabilidade das substâncias?
A inflamabilidade é definida levando em conta a temperatura na qual o líquido emite vapores capazes de sustentar a combustão, chamada de “ponto de fulgor” (flash point).
É a menor temperatura em que um líquido fornece vapor suficiente para formar uma mistura inflamável quando uma fonte de ignição (faísca, chamas abertas, etc.) está presente. Dois testes são usados para determinar o ponto de fulgor: Recipiente aberto e recipiente fechado.

Quanto menor for essa temperatura, maior o risco!
Exemplos de líquidos altamente inflamáveis: acetaldeído, éter etílico, dimetílico e de petróleo, óxido de etileno, propano, acetona, etanol, isopropanol, ciclo-hexano, acetonitrila, benzeno, etc.
Por exemplo, o éter de petróleo pode emitir gases combustíveis a -46o C ! (46 graus abaixo de zero !).

Procedimentos de prevenção a serem adotados para evitar acidentes com líquidos inflamáveis em laboratórios

a) A estocagem de líquidos inflamáveis não deve ser feita em geladeiras domésticas, dados os riscos envolvidos. A refrigeração não evita a formação de vapores altamente inflamáveis, e a estocagem deve ser feita em recipientes adequados (apropriados para inflamáveis), em armários destinados a essa finalidade, e em local afastado e bem ventilado. O pequeno efeito da temperatura de refrigeração sobre a evaporação do líquido não justifica os riscos. As geladeiras apropriadas para estocagem de líquidos inflamáveis são chamadas “blindadas” (explosion-proof).

Um exemplo de recipiente adequado é o “contêiner de segurança” (safety can), com sistema corta-chamas. Dependendo do líquido a ser contido, pode se escolher entre os fabricados em metal ou em polietileno.
Recipientes desse tipo devem ser estocados em armários para líquidos inflamáveis que podem inclusive ter fechamento automático.

Os armários contendo líquidos inflamáveis podem ser colocados em local ventilado, de forma a evitar o acúmulo de eventuais vapores emanados dos recipientes.

b) Os procedimentos laboratoriais de todos os envolvidos com a manipulação de líquidos inflamáveis devem obedecer às normas de segurança.

c) Deve ser adotada uma política de segurança em relação aos produtos inflamáveis, que inclua pelo menos:
■ A minimização da quantidade de substâncias inflamáveis nos laboratórios, agendando as compras de acordo com o consumo;
■ Usar líquidos inflamáveis somente na capela, não na bancada, utilizando equipamento de proteção individual (luvas, óculos de proteção, avental de algodão, etc.);
■ Rotular todos os recipientes contendo substâncias inflamáveis e combustíveis com letras e cores chamativas, e o Diagrama de Hommel ou Diagrama do Perigo;
■ Guardar as substâncias inflamáveis e combustíveis em recipientes e armários adequados, em locais bem ventilados;
■ Manter as substâncias inflamáveis e combustíveis afastadas o máximo possível de fontes de calor, chama (bicos de Bunsen) e de ignição (faíscas, eletricidade estática, máquinas, equipamento elétrico, etc.);
■ Instalar chuveiros de segurança e lava-olhos em locais de rápido acesso;
■ Proibir de fumar em qualquer dependência laboratorial ou próxima;
■ Proibir o despejo de líquidos inflamáveis ou combustíveis na rede de esgotos;
■ Desobstruir os corredores e saídas das edificações ;
■ Proibir a estocagem de substâncias inflamáveis ou combustíveis nos corredores;
■ Desobstruir o acesso a equipamentos de combate a incêndios (extintores, mangueiras, etc.) e painéis de eletricidade;
■ Aterrar os recipientes que contenham líquidos inflamáveis para evitar eletricidade estática;
■ Treinar de forma regular as pessoas envolvidas no trabalho laboratorial em relação aos procedimentos de segurança, de destinação de resíduos e de emergência, obrigando os docentes e técnicos de laboratório, em particular, a comparecer aos cursos de treinamento;
■ Manter uma brigada de prevenção e combate a incêndios devidamente treinada e equipada;
■ Efetuar a instalação de detectores de fumaça e alarmes contra incêndio em todos os laboratórios que ofereçam maior risco de incêndios;
■ Treinar os vigias para saber como proceder no caso de sinistros (eles devem fazer parte da brigada de incêndios);
■ Não aceitar que pessoas deixem recipientes de qualquer tipo, devendo comunicar aos responsáveis imediatamente as ocorrências desse tipo.

A adoção de uma política de segurança permitirá minimizar os riscos de acidentes. Todos os esforços e recursos destinados à prevenção de acidentes têm um custo irrisório comparados à perda de vidas ou a seqüelas causadas por negligência ou fatalidade.

Líquidos inflamáveis e produtos químicos combustíveis associados às suas classes de inflamabilidade pela National Fire Protection Association (NFPA).

Líquido inflamável – Classe IA

Classe IA: Têm Ponto de Fulgor abaixo de 22,7o C e ponto de ebulição abaixo de 37,7o C:

Líquido inflamável –Classe IB
Classe IB: Têm Ponto de Fulgor abaixo de 22,7o C e ponto de ebulição acima de 37,7o C

Líquido inflamável – Classe IC

Classe IC: Têm Ponto de Fulgor entre 22,7o e 37,7o C

Líquido Combustível – Classe II
Classe II: Têm Ponto de Fulgor entre 37,7o e 60o C

Líquido combustível – III A
Classe III A: Têm Ponto de Fulgor entre 60 o e 93,3o C

Líquido combustível – Classe III B

Classe III B: Têm Ponto de Fulgor acima de 93,3o C




Quantidades máximas recomendadas para estocagem em laboratório






Exemplos de recipientes para líquidos inflamáveis:











Fonte:
■Material Safety Data Sheets and the National Fire Protection Agency document "NFPA 321: Classification of Flammable and Combustible Liquids, 1991 Edition." (adaptado)
■Boletim Mensal da Comissão Interna de Segurança Química – CISQ - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) - Setembro de 2003


Comentário:
Por que os acidentes acontecem?
A variedade de riscos nos laboratórios é muito ampla, devido à presença de substâncias letais, tóxicas, corrosivas, irritantes, inflamáveis, além da utilização de equipamentos que fornecem determinados riscos, como alteração de temperatura, radiações e ainda trabalhos que utilizam agentes biológicos e patogênicos.
As causas para ocorrência de acidentes nos laboratórios são muitas, mas resumidamente são instruções não adequadas, uso incorreto de equipamentos ou materiais de características desconhecidas.

1-Acidente em laboratório

Uma prática muito comum consiste na estocagem de materiais voláteis, alguns dos quais inflamáveis, em geladeiras de uso doméstico (comerciais).
Essas geladeiras não são fabricadas para essa finalidade, em virtude do que podem gerar faíscas seja no acendimento da luz interna, seja no motor, e causar um grave acidente.
A foto mostra as conseqüências de um acidente que poderia ter sido muito pior. Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) - Setembro de
2003
Guarde materiais voláteis inflamáveis em geladeiras apropriadas (para essa finalidade) ou em local muito bem ventilado e sem fontes de ignição, sempre em recipientes adequados, como os contêineres de segurança (safety cans) e armários para líquidos inflamáveis.



2-Incêndio destrói laboratório de Química da USP
Em 19 de fevereiro de 1989, um incêndio destruiu o laboratório de Química Orgânica do Instituto de Química da USP, na cidade Universitária. Não havia ninguém trabalhando no local. O fogo foi percebido às 12 h pelos estudantes de pós-graduação trabalhando em outros laboratórios.
A área do laboratório era separada por divisórias de madeiras que contribuiu para aumentar a extensão dos danos.
O Corpo de bombeiros chegou rápido ao local, com 06 viaturas e 20 bombeiros, iniciando o combate ao fogo com extintores e posteriormente tiveram que usar água com risco de reação com substâncias (sódio, em contato com água pega fogo), cianeto de potássio (em contato com ácido libera vapor altamente venenoso). O hidrante instalado no local não funcionou.

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quinta-feira, maio 08, 2008

Erro Humano

A segurança e a qualificação de pessoal são fatores constantes de qualquer filosofia empresarial que tenha como objetivo primordial a melhoria da qualidade e da produtividade. No entanto, estas condicionantes têm sido negligenciadas e tornam-se, em muitos casos, as principais responsáveis pelo fracasso nas tentativas de implementação de novas filosofias gerenciais e operacionais em empresas.

Resultados de investigações de grandes acidentes mostram que as falhas responsáveis pelos mesmos estão associadas a quatro fatores principais, a saber:
■ tecnologia,
■ sistemas de gerenciamento,
■ fatores humanos e
■ agentes externos.

Deste modo, muitas organizações têm se preocupado com a confiabilidade de seus equipamentos e investido em melhores tecnologias. Porém, uma análise mais detalhada acerca das causas que precedem estas situações mostra que o erro humano e a falta de sistemas de gerenciamento de riscos adequados são os contribuintes mais significativos para a concretização dos acidentes.

Portanto, o desconhecimento dos riscos associados ao uso de novas tecnologias e a velocidade com que determinadas ações devem ser tomadas frente a problemas operacionais conduzem ao aumento da probabilidade de falha humana, podendo comprometer o bom andamento operacional e resultar em acidentes catastróficos, com elevadas perdas tanto materiais quanto humanas.

A qualificação de pessoal e estabelecimento de condições mais seguras e confiáveis de operabilidade, reduzindo riscos e, consequentemente, perdas de material humano e de capital, e auxiliando no desenvolvimento tecnológico e social das empresas nacionais.

Com base nestas premissas, incluindo nestes o fator humano, de sorte a auxiliar empresas na melhoria de seus aspectos operacionais e na redução de perdas decorrentes de incidentes ou acidentes que prejudiquem as metas estabelecidas pela organização. Com este propósito, procurou-se a integração das características prevencionistas apresentadas pela Gerência de Riscos, em especial através da utilização de uma técnica de Análise de Riscos, com o treinamento individualizado de funcionários.

As consideráveis vantagens materiais e sociais obtidas pelo homem através do uso das tecnologias sempre foram acompanhadas pelo surgimento de riscos, sendo que os acidentes resultantes da concretização destes riscos, de maneira cada vez mais alarmante, ameaçam a qualidade de vida e, não raramente, a própria vida dos seres humanos.

Nesta tentativa de produzir melhores condições de vida o homem faz uso de ferramentas, máquinas e veículos que causam acidentes fatais, cria novos materiais, produtos e alimentos altamente prejudiciais, transforma substâncias naturais em concentrados radioativos, pondo em risco o meio ambiente e todo o ecossistema e, consequentemente, a sua existência. E, paradoxalmente, todo este processo considerado "evolutivo" é comandado pelo instinto de "sobrevivência" da espécie.

Deste modo, o risco sempre esteve e sempre estará presente em toda e qualquer atividade humana e, ao logo de sua evolução, o homem continuará a ser agredido pelas suas próprias descobertas. Assim, a solução mais sensata parece ser a admissão, por parte da sociedade, da relação intrínseca existente entre a sua existência e a sua autodestruição, aprendendo a identificar, controlar e conviver com os riscos inevitáveis.

Não existe uma definição universalmente reconhecida para a palavra risco. Assim, os significados associados a esta palavra diferem, tanto semântica quanto sintaxicamente, em função de suas origens.

Portanto, a palavra risco pode significar desde um resultado inesperado de uma ação ou decisão, seja este positivo ou negativo, até, sob um ponto de vista mais científico, um resultado não desejado e a probabilidade de ocorrência do mesmo. No entanto, abordaremos o risco como a incerteza de ocorrência de um evento indesejado dentro de um sistema organizacional. Neste sentido, diversas são as definições encontradas que buscam um significado mais completo para a palavra risco.

De um ponto de vista objetivo, o risco representa a probabilidade de ocorrência de um evento indesejável e pode ser facilmente quantificado através de medidas estatísticas. Sob uma visão subjetiva, o risco está relacionado à possibilidade de ocorrência de um evento não desejado e depende de uma avaliação individual sobre a situação, sendo, portanto pouco quantificável.

O erro humano não era considerado, até pouco tempo atrás, como um fator de risco significativo dentro de um sistema industrial, e, portanto não era tratado com a devida importância com relação aos aspectos de segurança.

Qual a probabilidade de falha nesta situação? As confiabilidades do alarme e da válvula são normalmente conhecidas e desta forma pode-se prever as suas probabilidades de falha. No entanto, uma peça fundamental deste sistema está sendo ignorada: a confiabilidade do operador, ou seja, a possibilidade de erro humano. Será que o operador realmente irá fechar a válvula no espaço de tempo disponível?

O comportamento humano nem sempre é constante e racional, e, portanto não segue padrões rígidos pré-estabelecidos.

No entanto, a caracterização do erro humano não é simples e direta, mas depende de uma definição clara do comportamento ou do resultado esperado. Uma definição mínima de erro humano comporta a idéia de um desvio anormal com relação a uma norma ou padrão estabelecido.

A inclusão deste fator psicológico na confiabilidade do sistema é, portanto, decorrente dos riscos apresentados pelo processo, da urgência na tomada de decisões e da ambigüidade dos objetivos que o operador supostamente persegue. Desta forma, os processos de percepção e aceitação do risco e de tomada de decisão, os quais nem sempre dependem do comportamento visível do operador, mas, principalmente, de suas características cognitivas, caracterizam-se como os principais catalisadores do erro humano.

Certas falhas do sistema não são significativas, sendo usualmente aceitas como acontecimentos normais do processo e que podem ser corrigidas sem maiores danos. Além do mais, muitas vezes o próprio processo tende a compensar o desvio em busca da estabilidade. No entanto, algumas falhas podem conduzir a resultados indesejáveis, às vezes catastróficos, que prejudicam ou impedem o funcionamento do sistema.

A falha de um sistema comumente é precedida por um conjunto de condições (riscos) que anunciam a sua predisposição à desordem. Estas situações, ao serem analisadas, demonstram que, em sua maioria, originaram-se da inobservância dos aspectos que antecipavam a falha do sistema.

A percepção, pelo elemento humano, dos indicadores que precedem à falha do sistema, bem como o processo decisório que deve ser desencadeado a partir desta observação, dependem tanto do seu conhecimento sobre o sistema como das características cognitivas do indivíduo.

Desta forma, o processo de percepção do risco pelo homem nem sempre é objetivo, ou quem sabe racional, mas fortemente influenciado;
■ por fatores diversos que variam de indivíduo para indivíduo,
■ em função de sua estrutura mental e
■ do seu background, adquirido principalmente pela sua experiência dentro do sistema.

Assim, nota-se que é de suma importância o conhecimento profundo sobre os riscos presentes dentro de um sistema organizacional, para que seja possível, por parte do indivíduo, a identificação e a correção dos desvios do sistema antes que ocorra a sua falha, reduzindo-se, desta forma, a probabilidade de erro humano. No entanto, mesmo que todos os riscos sejam conhecidos, ainda persistirá a possibilidade de falha humana, pois cada indivíduo organiza e interpreta as situações de maneira diferente.

Dado o exposto até o momento, pode-se observar a importância do elemento humano como um fator de risco dentro de um sistema. No entanto, não são raras as empresas que ainda desconsideram este aspecto e, o que é mais alarmante, diversas são as que desconhecem e não analisam os riscos de seus processos operacionais.

Além do mais, estudos demonstram que a ocorrência de erro humano é agravada principalmente em organizações em que:
■ Não há reconhecimento da importância do fator humano para a prevenção de perdas e danos à propriedade.
■ Não existem regras a serem seguidas e as responsabilidades de cada indivíduo não são claramente definidas.
■ O indivíduo desconhece os riscos e as ações corretas a serem tomadas frente às variações do sistema.

A norma requer;
■ que as empresas preparem programas que incluam a participação ativa dos trabalhadores em termos de identificação e conhecimento sobre os riscos, e na investigação de acidentes.
■ “profundo conhecimento sobre processo e desempenho das variáveis operacionais” são componentes essenciais para a melhoria da confiabilidade humana.

Apesar do treinamento nem sempre auxiliar na redução da incidência de erros humanos, aumenta a sensibilidade quanto à sua identificação, aumentando a probabilidade para que sejam corrigidos a tempo.

Portanto, como no Brasil a ausência de uma consciência sobre os riscos operacionais e a falta de treinamento adequado de funcionários ainda são constantes nos diversos segmentos organizacionais, qualquer iniciativa no sentido de minimização de riscos e melhoria das condições de trabalho deve ser considerada válida e implementada o mais brevemente possível por empresas que possuam consciência de seu valor social.

Fonte: Célia Menezes - Doutora em Psicologia, Administradora, Consultora nas áreas de RH, Qualidade, Treinamento e Gestão.

Comentário :
Como subsídio ao problema de erro ou falha humana, as penalidades aplicadas pela OSHA predominam os seguintes problemas:
■ Treinamento adequado para os empregados, conscientizando o que devem fazer e quando fazê‑lo.
■ Proteções /dispositivos de segurança para máquinas, equipamentos e instalações elétricas.
sistema eficaz de travamento /bloqueio de energia (treinamento e procedimento).
■ Definição do programa de segurança por escrito da empresa e sua aplicação .
■ Controle de acidentes: recomenda que a empresa deverá manter um diário com registros de todas as ocorrências de acidentes e doenças profissionais
■ Comunicação de riscos: treinamento/informação ao empregado - recomenda que a empresa deverá fornecer informações concretas e treinamento aos empregados sobre material/substância perigosa nos locais de trabalho.
Observação: A maior parte das penalidades envolve treinamento de funcionários e falha da organização na política de prevenção de acidentes.

Entre as falhas humanas, predominam:
■ Deficiência de julgamento, por exemplo, erro na avaliação do problema.
■ De supervisão, por exemplo, por exemplo, falta de procedimento de segurança e fiscalização.
■ Planejamento, por exemplo, falha da organização (empresa).
■ Aspectos psicológicos e indisciplina, por exemplo, personalidade do trabalhador.

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terça-feira, maio 06, 2008

Shopping – Prevenção é a melhor estratégia

O modelo arquitetônico e o grande fluxo de pessoas são duas características específicas dos shoppings centers que devem levar seus administradores a redobrarem os cuidados contra o risco de incêndios.
A própria estrutura do empreendimento, geralmente uma grande caixa fechada com diversas interligações em seu interior e áreas abertas ligando os pavimentos, facilita a propagação do fogo, da fumaça e de gases tóxicos. O alerta é do tenente coronel Sérgio Araújo, chefe da Divisão de Operações e Treinamento do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, que realizou estudo sobre o assunto.
Aprimorar a conscientização e a cultura de segurança e da auto proteção é fundamental para se evitar grandes transtornos para empreendedores e consumidores.



Foto:Em 28 de fevereiro de 2005, por volta das 15 h, um incêndio no São Luís Shopping, um dos maiores centros comerciais da capital maranhense, provocou tumulto entre os clientes e os funcionários que estavam no estabelecimento. O fogo começou na casa de máquinas do ar-condicionado do shopping.

O investimento em medidas de proteção contra incêndio e pânico tem custo e não geram lucro imediato, mas a sua não realização pode implicar perdas econômicas, patrimoniais, institucionais e, acima de tudo, de vidas humanas.

Estatísticas
As estatísticas mostram que os problemas de eletricidade respondem por quase 60% das causas dos incêndios ocorridos em shoppings cariocas, à maioria nas lojas da praça de alimentação, informa o coronel Araújo.
Os motivos variam;
■ instalações malfeitas que provocam curto-circuito,
■ uso de produtos fora das especificações ou
■ sobrecarga no sistema elétrico.

Cozinhas
As ocorrências mais significativas, no entanto, são nos dutos de gordura das cozinhas que precisam de manutenção e monitoramento constante.
Forro
Os forros de algumas lojas são altamente combustíveis, escondendo um emaranhado de fiação e dutos.
Lixeiras
É preciso cuidado especial também com as lixeiras, responsáveis por 20% dos incêndios, que geralmente começam com uma ponta de cigarro jogada em lixeira que contém papel. Na lista dos causadores de incêndio seguem-se os veículos, as frituras, as soldas, lâmpadas e depósitos.
Iluminação de lojas
O uso de spots (luminárias) em decoração é fator de risco, pois são lâmpadas que esquentam muito e podem provocar a combustão de produtos próximos, principalmente se forem altamente inflamáveis, como plásticos. Precauções também devem ser tomadas com os letreiros de néon.

Propagação de incêndio
A velocidade de propagação de um incêndio em geral é muito rápida, bastando alguns minutos para atingir elevadas temperaturas. Contribuem para esta velocidade a quantidade de produtos sintéticos usados cada vez mais em nosso dia a dia, como náilon, viscose e espumas, entre outros. Tais materiais geram fumaças altamente tóxicas e letais com a liberação de monóxido de carbono e gás cianídrico.
Um incêndio evolui lentamente até o terceiro minuto; depois a velocidade de propagação é elevada até o 12º minuto, tornando-se estável enquanto existir combustível e oxigênio. Neste momento a temperatura atinge cerca de 1.000º C, de acordo com experiência realizada pela ISO (International Standard Organization) sobre incêndio estrutural, o que é o caso de uma loja, por exemplo.

Riscos de fumaça e incêndio
Geralmente as pessoas se preocupam muito mais com o fogo do que com a fumaça, a principal causa das mortes em incêndios. O máximo que o ser humano pode resistir à fumaça é 12 minutos, sem falar nos gases tóxicos. Os shoppings devem se preocupar seriamente durante o projeto com a instalação de dispositivos de extração automática de fumaça, recomenda o Corpo de Bombeiros. Outro fator a ser levado em consideração durante o projeto é a compartimentação de incêndio, que limita a propagação do incêndio (permitindo que as pessoas sejam retiradas com mais facilidade) e reduz perdas.

GLP - vazamento de gás combustível.
O uso de botijões ou cilindros (GLP) deve ser reduzido ao mínimo, porque dificultam o controle de qualquer emergência do tipo vazamento ou incêndio. A canalização de gás combustível deve passar por monitoramento e inspeções periódicas, de forma visual e com o uso de equipamentos de detecção de gases. Além disso, as normas de instalação têm de ser seguidas com rigor.

Medidas de segurança
Acesso de carros de bombeiros
Na fase inicial do projeto do shopping, deve-se prever o acesso dos carros do Corpo de Bombeiros, considerando-se as suas dimensões, peso, ângulo e altura de operação, além de um local para pouso de helicóptero.

Instalações de incêndios
Não podem faltar instalações de combate a incêndio, extintores portáteis, sistemas de sprinklers automáticos e sistemas de detecção de incêndio em conformidade com as normas técnicas.

Dispositivos automáticos - dumpers
Recomenda-se ainda a instalação de sistema de detecção, extinção e fechamento automático de dutos de gordura. São dispositivos adaptados em coifas e sistema de tiragem de calor e gordura nos restaurantes com o objetivo de detectar o surgimento, limitar a propagação de um incêndio e apagá-lo de forma automática.

Brigada de incêndio
A Brigada de Bombeiros profissionais civis é fundamental para a primeira intervenção e para o trabalho conjunto com o Corpo de Bombeiros local. Cabe a ela fazer a inspeção rotineira dos riscos de incêndio, auxiliar na manutenção dos dispositivos de segurança, agir nas situações de emergência, prestar os primeiros socorros, realizar busca de pessoas em meio à fumaça e coordenar o escape até a chegada do Corpo de Bombeiros.

Pára-raios
A instalação de pára-raios deve ser considerada como elemento adicional de proteção contra descargas atmosféricas, visando à proteção da área total contra descargas que podem gerar desde colapso e queima de equipamentos a incêndios e fatalidades.

As saídas de emergências
Constituem-se basicamente de:
■ Escada de segurança, resistente ao fogo, com largura e número suficiente para a saída dos usuários do prédio;
■ As portas corta-fogo, com largura e números suficientes;
■ Dutos de entrada de ar e saída de fumaça, para renovação do ar;
■ Antecâmara para evitar a entrada de fumaça na escadaria;
■ Sinalização e luz de emergência.

Pânico
Diversos fatores podem desencadear uma situação de pânico, desde o princípio de incêndio, um vazamento de gás até uma briga ou assalto. As pessoas tendem a abandonar o local de forma rápida e desordenada, gerando confusão e acidentes.
Alguns procedimentos podem evitar essa situação.
■ É preciso manter a iluminação e sinalização indicativa de escape do tipo elétrica auto-suficiente e fotoluminescente.
■ As portas devem abrir sempre no sentido do escape, principalmente em locais onde se concentram mais de 50 pessoas, impedindo-se também o ingresso no sentido contrário à barra antipânico, dispositivo que permite a saída de qualquer pessoa com um simples empurrão.

Fonte: Revista Shopping Centers - Agosto de 2000

Comentário:
A Indústria de Shopping Centers no Brasil conta com 622 shoppings.

Histórico de incêndios de shoppings:

1-Incêndio atinge shopping em São Paulo
Em 28 de Julho de 2004, à noite, um incêndio ocorreu no shopping D, na zona norte de São Paulo. A fumaça produzida pelo fogo na cozinha do restaurante "Livorno" assustou os freqüentadores do cinema.
A fumaça produzida pelo incêndio espalhou-se pelos dutos e chegou a uma das salas do cinema, localizada no mesmo andar, que teve de ser esvaziada.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo deslocou cinco veículos da corporação para atender a um chamado de incêndio no local. O fogo foi controlado e ninguém saiu ferido.

2-Fogo em prédio do Cal Center deixa um ferido
Um princípio de incêndio no edifício onde se localiza o Shopping Cal Center, na Avenida Brigadeiro Faria, mobilizou os bombeiros na manhã de domingo, 24 de janeiro de 1999. O fogo, que começou em um quarto do 12º andar, onde fica toda a fiação elétrica do prédio, foi rapidamente controlado.
As causas do incêndio não foram apuradas, mas tudo indica que houve curto-circuito.
Vítimas
Segundo o Corpo de Bombeiros, um funcionário ficou levemente ferido quando abriu a porta do quarto e as chamas o atingiram. A vítima foi socorrida pelos próprios funcionários do local.
De acordo com trabalhadores do edifício, a área atingida pelo fogo compõe a parte administrativa do shopping.
Interdição de restaurante
No dia 8 de janeiro de 1999, o Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru) interditou, por falta de segurança, o restaurante Beer Grill, localizado nas dependências do shopping Cal Center. Segundo o Contru, a falta de extintores de incêndio e irregularidades nas instalações elétricas foram os principais motivos apontados pelos engenheiros. A equipe já havia feito outra inspeção em novembro de 1998. Na ocasião, foi emitida intimação com os itens a serem reparados pela administração do edifício.
Em janeiro, quando os engenheiros voltaram para vistoriar as instalações, poucos serviços foram executados.

3-Fumaça assusta cliente de shopping
Às 11 h 30 min, de 25 de novembro de 1997, um curto-circuito no sistema de exaustão da Churrascaria W Grill, causou um princípio de incêndio. A fumaça provocada pela queima de gordura acumulada na coifa se espalhou pelos quatro andares do shopping Ibirapuera, São Paulo, que é um dos maiores da cidade, com 163 mil metros quadrados. O princípio de incêndio foi controlado em poucos minutos pela própria brigada de incêndio, composta de 40 homens.
Houve correria e confusão na saída do estacionamento, que estava com as cancelas travadas. Apesar do incidente, os motoristas eram obrigados a pagar o estacionamento para poder destravar as cancelas.
Em março de 1997, o shopping foi interditado por dois dias pelo Depto de Controle de Uso de Imóvel (Contru), após um incêndio que destruiu a loja de discos Breno Rossi.

4-Shopping tem princípio de incêndio
Em 19 de agosto de 1997, às 11 h, ocorreu um principio de incêndio numa coifa do restaurante Espeto Grill.. O andar do shopping São Caetano, São Caetano, ficou interditado por quase meia hora para que o Corpo de Bombeiros pudesse controlar o princípio de incêndio.
O Shopping não precisou ser esvaziado. Meia hora depois, estava tudo sob controle e todas as lojas voltaram a funcionar normalmente. O restaurante permaneceu fechado para trabalhos de rescaldo e limpeza do local.

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