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quarta-feira, abril 24, 2024

POR QUE MORTES DE IDOSOS POR QUEDAS QUASE DOBRARAM EM 10 ANOS NO BRASIL

 Dados do Ministério da Saúde revelam que esse tipo de acidente tem crescido de forma acelerada no país

Em 2013, 4.816 idosos morreram vítimas de queda da própria altura. Já em 2022, esse número saltou para 9.592 óbitos.

Considerada a terceira causa de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos, as quedas mataram 70.516 idosos, entre 2013 e 2022, no país.

Os especialistas apontam três fatores para a alta incidência desses acidentes:

·        Maior expectativa de vida da população brasileira, que faz o número de idosos ser cada vez maior e consequentemente deste tipo de acidente;

·        Menor subnotificação da rede hospitalar de casos de queda da própria altura, o que facilita os registros deste tipo de acidente e, por consequência, aumenta o número de casos;

·        Falta de políticas públicas para a população idosa se locomover, favorecendo a ocorrência de quedas.

POR QUE CAÍMOS MAIS AO ENVELHECER?

Com envelhecimento natural, corpo humano vai perdendo massa e força muscular, favorecendo desequilíbrio

Apesar de tombos serem frequentes durante a vida, é após os 60 anos que eles podem se tornar mais comuns.

João Antonio Matheus Guimarães, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), explica que, com o envelhecimento natural, o corpo humano vai perdendo massa e força muscular, a chamada sarcopenia.

"Essa perda de massa muscular faz com que os idosos tenham uma tendência maior de desequilíbrio, o que acaba gerando a maior parte dos acidentes", aponta.

Contudo, não é apenas a perda de massa muscular que gera os acidentes.

"Ao mesmo tempo, quem tem mais de 60 anos, possui maior tendência de ter comorbidades, como alterações neurológicas, que podem, por exemplo, gerar uma tontura e uma consequente queda", diz Guimarães.

Foi o que aconteceu com Irene, de 66 anos, que, após um desmaio dentro de casa, sofreu uma queda que a obrigou a ficar semanas fazendo fisioterapia.

"Só me lembro que, como de costume, naquele dia, acordei e fui no quintal de casa. Foi quando do nada desmaiei", diz ela.

"Ao acordar, me vi toda ensanguentada no chão. Até hoje, não sei quanto tempo fiquei lá."

Socorrida pelo filho, Irene passou por uma bateria de exames que não apontaram gravidade nos ferimentos, mas acenderam o alerta na família.

"Depois do susto, a gente muda a rotina", conta a aposentada.

"Por ter diabete e fibromialgia (doença crônica caracterizada por dores fortes nas articulações, músculos e tendões), sei que não posso levantar da cama correndo ao acordar, como antes. Então, hoje, levanto, sento um pouco e só depois começo o meu dia."


OUTRAS COMORBIDADES

DOENÇAS NAS ARTICULAÇÕES

Também entra na lista de motivos que nos fazem cair mais ao envelhecer outras comorbidades corriqueiras do avanço da idade.

É o caso de doenças nas articulações, que tendem a ficar mais frágeis.

Por isso, por exemplo, situações de artrose — causada pelo desgaste progressivo da cartilagem e inflamação da articulação — são corriqueiras após os 60 anos, sendo capazes de causar tropeços fatais e consequentes quedas.

OUTRA CAUSA QUE GERA MUITOS ACIDENTES

"Outra causa que gera muitos acidentes por queda é a osteoporose — doença que se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos", ressalta Lourenço Peixoto, médico ortopedista e chefe do Centro de Cirurgia do Quadril do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).

"Hoje, já temos vários medicamentos que ajudam na fortificação óssea. Por isso, a importância de sempre ficar de olho nos sinais que seu corpo dá."

Problemas para enxergar de perto ou de longe e o próprio sistema nervoso mais debilitado com o acentuado índice de cabelos brancos também podem ser um indicativo de risco para ocorrência desse tipo de acidente.

MAIS IDADE, MAIOR RISCO


"O paciente mais idoso tende a levantar mais vezes à noite, por conta de urgência urinária e, muitas vezes, ele está sonolento", ressalta Guimarães. "Nesse levantar, muitas vezes ele sofre a queda."

Dados do Into apontam que quanto maior a idade, maior o risco de queda. Isso porque, entre os idosos com 80 anos ou mais, em média, 40% deles sofrem ao menos algum tipo de queda todos os anos.

O levantamento vai ao encontro da pesquisa liderada pela nutricionista Ilana Carla Gonçalves da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucurí (UFVJM) sobre a tendência de mortalidade por quedas em idosos no Brasil.

Ao analisar os óbitos de idosos brasileiros por queda, entre 2000 e 2019, a pesquisadora constatou que mais da metade das mortes foram de idosos com 80 anos ou mais.

No respectivo período, das 135.209 mortes de idosos por queda:

·        17,57% foram de idosos de 60 a 69 anos;

·        26,31% foram de idosos com 70 a 79 anos;

·        56,12% foram de idosos com 80 anos ou mais.

"Esse número de mortes já é um indicativo de alerta, a pergunta que fica é o que estamos fazendo para evitar esse tipo de acidente", ressalta a pesquisadora.

"Isso porque quando o idoso não morre, ele fica acamado e tem todo um processo de recuperação que é mais lento."

ENVELHECIMENTO POPULACIONAL

Na opinião de Gonçalves, é preciso que o Brasil repense seu modelo de organização das cidades para uma população que tende a ser cada vez mais idosa.

O Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 10,9% do total de habitantes do país têm 65 anos ou mais – o maior percentual de idosos em relação ao total de habitantes desde que o primeiro recenseamento, de 1872.

"O envelhecimento populacional, não acompanhado dos devidos ajustes na infraestrutura e outras medidas que facilitem a mobilidade e promovam a qualidade de vida dessa população, pode contribuir para o aumento do número de óbitos em decorrência de queda da própria altura", diz Gonçalves.

"Vias públicas precárias, com calçadas quebradas e irregulares e iluminação insuficiente, aliadas aos fatores intrínsecos originados do processo de envelhecimento, compõem um cenário que conduz a mais episódios de quedas, aumentando as taxas de mortalidade por essa causa, o que merece atenção especial dos gestores e dos profissionais da saúde."

COMO EVITAR QUEDAS

Contudo, além de políticas públicas, especialistas, apontam para a necessidade de conscientização das famílias sobre os potenciais perigosos que os idosos correm na própria casa.

"É preciso que as pessoas compreendam que cair não é normal, e que existem atitudes que podem evitar esses acidentes", diz Isabela Oliveira Azevedo Trindade, fisioterapeuta da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Entre as mudanças que podem diminuir os riscos de queda estão colocar interruptor próximo à cama, ter pisos com características antiderrapantes, evitar tapetes e instalar barras de apoio nos banheiros.

Ao mesmo tempo, Trindade defende mudanças na vida do idoso, como dar preferência por sapatos com antiderrapante e nunca andar só de meias.

"Junto com isso, há uma grande necessidade de também investir em exercício físico com o envelhecimento, porque a prática de atividade física diminui o risco de queda", afirma a fisioterapeuta.

Para quem já foi vítima de queda, ela ressalta que não adianta só o envolvimento da família na prevenção de acidentes. É necessário conscientizar o próprio idoso.

"A gente como idoso muitas vezes tem dificuldade para aceitar que não temos mais a agilidade de antes. Só fui aceitar depois do que aconteceu comigo, de ficar toda roxa e até quebrar o braço", diz Georgina, sobre o acidente que sofreu. "Mas, graças a Deus, foi somente isso, poderia ter sido pior."

CONFIRA ABAIXO UMA LISTA DE DICAS PARA ADOTAR EM CASA COM O OBJETIVO DE EVITAR QUEDAS:

NO QUARTO

·        Coloque lâmpada/lanterna e telefone perto da cama;

·        Os armários devem ter portas leves e maçanetas grandes para facilitar a abertura, assim como iluminação interna para ajudar na visualização dos pertences;

·        Dentro do armário, arrume as roupas em lugares de fácil acesso, evitando os locais mais altos;

·        Substitua lençóis e acolchoado por produtos feitos por materiais não escorregadios, como, por exemplo, algodão e lã;

·        Não deixe o chão do quarto bagunçado.

NA SALA E CORREDOR

·        Organize os móveis de maneira que tenha um caminho livre para passar;

·        Instale interruptores de luz na entrada das dependências para que não seja necessário andar no escuro;

·        Mantenha fios de telefone, elétricos e de ampliação fora das áreas de trânsito; nunca debaixo de tapetes;

·        Nas áreas livres, coloque tapetes com as duas faces adesivas ou com a parte debaixo não deslizante;

·        Não sente em cadeira ou sofás baixos, porque o grau de dificuldade exigido para se levantar é maior. Além disso, estes devem ser confortáveis e com braços;

NA COZINHA

·        Remova os tapetes que promovem escorregões;

·        Limpe imediatamente qualquer líquido, gordura ou comida que tenham sido derrubados no chão;

·        Armazene a comida, a louça e demais acessórios culinários em locais de fácil alcance;

·        As estantes devem estar bem presas à parede e ao chão para permitir o apoio quando necessário;

·        Não suba em cadeiras ou caixas para alcançar os armários que estão no alto;

NA ESCADA

·        Interruptores de luz devem estar instalados tanto na parte inferior quanto na parte superior da escada. Outra opção é instalar detectores de movimento que podem fornecer iluminação automaticamente;

·        Mantenha uma lanterna guardada em algum lugar próximo, em caso de falta de luz;

·        Remova os tapetes que estejam no início ou fim da escada;

·        No caso de carpete fixo, selecione aquele que tenha cor sólida (sem desenhos ou muitas formas) para que seja possível visualizar claramente as bordas dos degraus;

·        Coloque tiras adesivas antiderrapantes em cada borda dos degraus;

·        Instale corrimões por toda a extensão da escada, em ambos os lados. Eles devem estar em uma altura de 76 centímetros acima dos degraus.

NO BANHEIRO

·        Coloque um tapete antiderrapante ao lado da banheira ou do box para sua segurança na entrada e saída;

·        Instale barras de apoio nas paredes do banheiro;

·        Duchas móveis são mais adequadas;

·        Substitua as paredes de vidro do box por um material não deslizante;

·        Ao tomar banho, utilize uma cadeira de plástico firme com cerca de 40 centímetros, caso não consiga se abaixar até o chão ou se sinta instável. Fonte: Ministério da Saúde

Fonte: BBC Brasil - 2 janeiro 2024

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sexta-feira, abril 19, 2024

MENINA SOBE EM PRIVADA E MORRE APÓS PEDAÇO DO VASO SANITÁRIO QUEBRAR EM SC

Uma menina de 7 anos morreu após se cortar com o pedaço de um vaso sanitário em São Francisco do Sul (SC).

O QUE ACONTECEU

O vaso sanitário quebrou após Alana subir nele para mudar a temperatura do chuveiro. A informação foi dada pela família ao Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. O caso foi registrado no sábado (16)

A menina foi encontrada desmaiada, com um corte na axila direita. Quando os bombeiros chegaram, ela já não apresentava sinais vitais.

Ela chegou a ser levada ao hospital, mas teve a morte constatada na unidade de saúde. "Estou sem chão. Deus cuide do meu anjo.", afirmou a mãe da menina. Fonte: UOL, em São Paulo - 18/03/2024

COMENTÁRIO

ENTENDA COMO PREVENIR ACIDENTES COM VASOS SANITÁRIOS

Muitas pessoas, ao usarem banheiros públicos ou locais com pouca higiene, acabam subindo no vaso sanitário para não encostar no assento. Até mesmo em casa, há relatos daqueles que se apoiam na estrutura para alcançar o chuveiro, um armário, ou mesmo para fazer limpeza na parte mais alta do banheiro. Contudo, o risco dessa prática é alto, e não são raros os casos de pessoas que se machucaram gravemente após a porcelana do vaso sanitário se quebrar.

A explicação para isso está no fato de que o material do qual são feitas as peças, a porcelana, não suportar peso excessivo.

Contudo, é importante ressaltar que esse conceito de “peso excessivo” é variável, uma vez que a estrutura do vaso sanitário é construída para suportar o peso humano, de até 250 kg distribuído em suas bordas [segundo as diretrizes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)]. Dessa forma, quando uma pessoa fica em pé sobre a peça - mesmo que tenha 70 quilos, por exemplo - seu peso se concentra em apenas um local, fazendo com que a louça, muitas vezes, não resista e quebre.

Quando a porcelana se quebra, suas “pontas” tornam-se altamente cortantes, podendo perfurar órgãos e artérias importantes do corpo, levando à morte, ou causando danos irreversíveis à vítima.  

COMO EVITAR ACIDENTES

O Corpo de Bombeiros recomenda em relação ao uso do vaso sanitário é que ele foi projetado para suportar o peso do seu corpo distribuído, ou seja, devidamente sentado. Quando a pessoa sobe para ficar ali naquela posição de cócoras, agachada em cima do vaso sanitário, ela coloca todo o peso numa única extremidade para subir em cima dele, é onde ele costuma quebrar, e a louça, ela corta e corta muito, e isso em um ambiente altamente contaminado, que pode provocar lesões sérias, atingir artérias, hemorragia arterial, podendo evoluir para casos mais graves como o óbito, por exemplo. Fonte: O Popular - 13 de fevereiro de 2024

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quinta-feira, abril 18, 2024

ACIDENTES DE TRABALHO EM 2022

 Dados divulgados pelo MTE em 2023 revelam que, em 2022, o número total de acidentes de trabalho no Brasil foi de 612,9 mil, o que resulta na média de 69 acidentes por hora ou 1,15 acidente por minuto. No ano passado, do total de acidentes, 2.538 resultaram em mortes de trabalhadores e quase 19 mil incapacitações permanentes. No caso dos trabalhadores formais incapacitados, esses recebem o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em 2013, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou que o mundo perde 4% do Produto Interno Bruto (PIB) em decorrência de acidentes e doenças do trabalho. 

No Brasil, com base no PIB do ano de 2022, a estimativa apresentada pelo MTE é de que os prejuízos gerados pelos acidentes de trabalho podem ter alcançado a cifra de R$ 396 bilhões, com custos e perdas para empregados, empresas, poder público e a sociedade em geral.  Fonte: Agência Brasil – Brasília - Publicado em 18/04/2024

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quarta-feira, abril 10, 2024

EXPLOSÃO EM SILO DA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL C.VALE, EM PALOTINA (PR)

 

Uma explosão em um silo da cooperativa agroindustrial C.Vale, em Palotina (PR), a 595 km de Curitiba, deixou pelo menos dois mortos, duas pessoas feridas em estado grave e nove desaparecidos no final da tarde de quarta-feira (26/07).  

A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros.

O QUE ACONTECEU:

A explosão ocorreu em um túnel de transporte de grãos, por volta das 16h50, mas a causa ainda não foi identificada, segundo a C.Vale informou em comunicado. A cooperativa ressaltou que a "prioridade" agora é a "integridade dos colaboradores atingidos e seus familiares".

O silo estava sendo usado para armazenar milho e fica a nove quilômetros do centro de Palotina, numa área com vários silos. A explosão teria ocorrido em um túnel de transporte e, segundo os bombeiros, também destruiu parcialmente outros dois silos.

Funcionários da cooperativa estavam fazendo a manutenção na estrutura quando ocorreu a explosão, cuja causa ainda não foi identificada.

Por volta das 20h, os bombeiros ainda não haviam conseguido entrar no silo destruído. Como ele ameaçava ruir, primeiro foi necessário fazer o escoramento da estrutura, para ingressar com segurança e procurar os desaparecidos.

DANOS A CIRCUNVIZINHANÇAS

Há relatos de que o estrondo foi ouvido a quilômetros de distância e chegou a provocar a quebra de vidros de janelas de imóveis que ficam em bairros próximos ao local

EXPLOSÕES EM CADEIA


O Corpo de Bombeiros detalhou que houve ao menos cinco explosões em sequência em um silo de secagem de grãos da cooperativa. Segundo a corporação, as explosões começaram por volta das 16h50.

O capitão Guilherme Rodrigues, do Corpo de Bombeiros, detalhou que o ambiente onde ocorreu a primeira explosão é bem fechado e com bastante pó, com partículas inflamáveis que, em contato com qualquer fagulha, podem provocar explosões em série.

"Essas partículas pegam fogo com facilidade. Essa primeira explosão faz com que outras partículas em estruturas metálicas também sofram o mesmo efeito."

Conforme o oficial, oito pessoas estavam no local da primeira explosão. As outras acabaram destruindo quatro barracões no entorno, onde trabalhavam mais vítimas.

CORPO DE BOMBEIROS

Os bombeiros disseram que foram acionados por volta das 17h, quando foram até o local. Uma força-tarefa com 11 viaturas, mais de 35 socorristas e cães de Palotina, Cascavel e Toledo foi mobilizada para ajudar a conter as chamas e socorrer os feridos.

VÍTIMAS

Oito pessoas morreram, onze ficaram feridas e uma está desaparecida. Por volta da 1h30 de quinta-feira (27), os bombeiros informaram que um trabalhador foi resgatado com vida.

Na quinta‑feira (27/07/2023) , 10 pessoas estavam em estado grave, mas com a oitava morte, passam a ser nove os feridos gravemente. Uma pessoa está desaparecida, segundo Defesa Civil.

Todos os feridos foram encaminhados para hospitais da região.  

Oito pessoas morreram e 11 ficaram feridas no acidente. As vítimas são sete haitianos e um brasileiro, segundo os bombeiros. Segundo a Secretaria de Saúde (Sesa), 9 pessoas estão em estado grave.  

RESGATE

O capitão Rodrigues, do Corpo de Bombeiros, explicou que parte das vítimas estavam em um túnel que interliga os armazéns do silo na hora das explosões.

"As vítimas estavam no subsolo, nesse túnel, e a estrutura veio abaixo por conta da explosão. Estamos trabalhando o mais rápido possível no resgate. É uma corrida contra o tempo." O oficial detalhou, também, onde dois corpos estavam. "Provavelmente elas foram atingidas pela onda de choque que se propaga no momento da explosão e acabaram morrendo [...] Um dos corpos estava à frente do armazém, onde era realizado o serviço, e outra vítima estava atrás", afirmou.

RESGATE DE DESAPARECIDOS

Um trabalhador que estava entre os desaparecidos foi resgatado com vida após oito horas de buscas, na madrugada de quinta-feira (27). O homem foi socorrido em estado grave e levado para um hospital de Cascavel.

O trabalhador socorrido durante a madrugada  é haitiano e sofreu queimaduras pelo corpo, segundo os bombeiros. Ele foi o primeiro a ser resgatado entre os funcionários que estão desaparecidos.

CAUSA PROVÁVEL

De acordo com o major Tiago Zajac, a explosão ocorreu no interior do túnel de um dos silos da cooperativa. Na sequência, se estendeu a outros três tuneis interligados.

O major explica que o período atual é de colheita da safra de milho, e que esses armazéns recebem o produto e o estoca até a secagem, para então ser processado.

O major acrescenta que as causas da explosão serão investigadas pelos peritos da polícia científica. Ele, no entanto, antecipou algumas das hipóteses sobre quais substâncias presentes no local poderiam ter servido de combustível para a explosão.

“A compactação da massa de milho pode produzir gás por conta da fermentação. É também possível que a explosão tenha sido causada pela poeira do milho, que também pode gerar uma atmosfera explosiva”, disse o major. “Esses riscos tornam imprescindível a limpeza rotineira desses tuneis”, acrescentou.

O QUE DIZ A EMPRESA

A C.Vale se pronunciou por meio de nota e disse que está colaborando com as forças de segurança.  

"A C.Vale comunica aos seus associados e comunidade em geral que nesta quarta‑feira, 26 de julho, às 16h50, um sinistro de grandes proporções atingiu nossa unidade central de recebimentos de grãos em Palotina, oeste do Paraná, devido a causas ainda não identificadas.

No momento, a prioridade está centrada na mobilização de todos os esforços e recursos necessários à preservação da integridade dos colaboradores atingidos pelo incidente e apoio aos familiares das possíveis vítimas atingidas.

No momento, todas as equipes de segurança da cooperativa estão ativas colaborando com autoridades públicas envolvidas, visando minimizar efeitos desse lamentável evento.

Assim que todas as variáveis forem identificadas e apuradas as repercussões geradas pelo incidente, nova nota de esclarecimento será emitida pela equipe de gerenciamento de crise instalada nessa oportunidade".

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO INVESTIGARÁ  A COOPERATIVA

O Ministério Público do Trabalho de Cascavel (MPT) abriu um inquérito civil para investigar eventuais responsabilidades na série de explosões que resultou em mortes na cooperativa C. Vale, em Palotina, no oeste do Paraná.

Conforme o órgão, a investigação vai tentar descobrir se houve irregularidade por parte da empresa na hora do incidente. "O MPT investigará aspectos relacionados à regularidade dos trabalhadores vitimados pela explosão no silo", diz a nota.

DANOS MATERIAIS NA VIZINHANÇA

Cerca de 200 imóveis foram danificados informou o secretário de administração do município Lucas Pedron na segunda-feira (31).

"Todas com pequenos danos, nenhum dano grave que necessite de mobilização. [...] A C.Vale está trabalhando primordialmente para o ressarcimento desses danos e atendimento as vítimas", afirmou o secretário. Entre os danos, estão portas, vidraças e telhados que foram atingidos por destroços ou mesmo pelo tremor causado pelas múltiplas explosões registradas.

VÍTIMAS – BALANÇO FINAL

A tragédia na cooperativa completou um mês no sábado (26/08). A série de explosões registradas no dia 26 de julho em um silo de grãos provocou a morte de dez pessoas e deixou outras dez gravemente feridas.

LAUDO DIVULGADO PELO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

 O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concluiu que a explosão que atingiu o silo de secagem de grãos da cooperativa agroindustrial C. Vale, em Palotina (PR), em 26 de julho de 2023, foi causada pelo excesso de poeira de grãos em suspensão e depositada em diversos pontos da unidade. O acidente causou a morte de dez trabalhadores e deixou outros dez feridos.

De acordo com a nota divulgada pelo MTE;

·        a poeira de grãos estava no ar,

·    também, concentrada no chão, nas paredes e máquinas, dentro dos túneis subterrâneos das esteiras transportadoras de grãos.

O laudo explica que a poeira pode se tornar um combustível, quando somada à presença de oxigênio e associada a uma fonte de ignição (combustão), que teria lavado à explosão na empresa.

No documento, o Ministério do Trabalho e Emprego expõe situações que poderiam ter iniciado o acidente na cooperativa paranaense;

·        como um curto nas instalações elétricas precárias,

·        aquecimento por fricção dos roletes das esteiras transportadoras de grãos,

·        faíscas em motores ou outro fator a ser identificado pela perícia técnica.

OUTRAS IRREGULARIDADES

Os cinco auditores-fiscais da Inspeção do Trabalho detectaram outras irregularidades no local;

·        como trabalhadores avulsos que não possuíam capacitação adequada para o trabalho em espaços confinados;

·        falta de supervisão suficiente;

·        excesso de jornada;

·        falta de descanso semanal;

·        vestimentas inadequadas para a área de trabalho;

·        ingresso de trabalhadores nos túneis em funcionamento sem a devida parada do sistema;

·        sistemas de transporte por correias sem monitoramento de temperatura e desalinhados;

·        pressão por prazos (safra com alta demanda);

·        instalações elétricas inadequadas.

Durante a investigação, os auditores-fiscais identificaram outras questões de descumprimento de itens de gestão da cooperativa;

·        como a ineficácia dos sistemas de controle para retirada da poeira em suspensão,

·        não havia procedimento suficiente de limpeza da poeira depositada nos túneis;

·        e a empresa não tinha uma gestão adequada dos seus espaços confinados.

Uma norma do ministério define como espaços confinados aqueles que não são projetados para ocupação humana contínua; que possuem meios limitados de entrada e saída; e onde existe atmosfera perigosa, por exemplo, com a possibilidade de explosão.

A equipe de fiscalização lavrou 26 autos de infração, ainda em fase de recurso por parte da empresa.

Fontes: g1 PR e RPC Cascavel - 26/08/2023; g1 PR-29/07/2023; RPC Cascavel e g1-27/07/2023; Agência Brasil – 27/07/2023; g1 PR e RPC - 27/07/2023; g1 PR e RPC Cascavel - 26/07/2023;  UOL, em São Paulo-26/07/2023; Agência Brasil – Brasília - Publicado em 20/03/2024

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segunda-feira, março 25, 2024

CEMIG FAZ RAIO-X DOS ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA NO BRASIL

 Os acidentes envolvendo eletricidade continuam causando mortes e deixando pessoas feridas no Brasil. De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2023 – ano base 2022, produzido pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), ocorreram 1.828 acidentes no Brasil, resultando em 686 mortes. Segundo o estudo, apenas em Minas Gerais, foram 132 ocorrências que resultaram em 35 óbitos no ano passado.   

SUBESTIMADO OS INCIDENTES

Apesar do alto número, a Abracopel acredita que os números reais possam ser até três vezes maiores, uma vez que nem todos os incidentes são registrados pela associação. Portanto, é provável que o número de mortes relacionadas a acidentes elétricos no Brasil esteja mais próximo de 2 mil.   

CAUSADORES DE ACIDENTES ELÉTRICOS

De acordo com a Abracopel, os principais causadores de acidentes elétricos são;

·        fios desencapados e de má qualidade,

·        utilização de "Ts" e benjamins (grandes causadores de incêndios),

·        mau uso da energia e

·        acidentes na construção civil, entre outros.   

FIOS DESENCAPADOS E DE MÁ QUALIDADE EM RESIDÊNCIAS 

Acidentes causados por fios desencapados representam uma séria preocupação em termos de segurança elétrica, especialmente dentro das casas. Fios elétricos desencapados podem expor a corrente elétrica, aumentando o risco de choques elétricos e curtos-circuitos. Essas situações podem levar a incêndios, danos aos equipamentos elétricos e, em casos mais graves, lesões ou até mesmo a morte.   

"A exposição dos fios elétricos geralmente ocorre devido a desgaste, mau isolamento, instalação inadequada ou danos físicos aos cabos. É essencial que todas as instalações elétricas sejam realizadas por profissionais qualificados, seguindo as normas de segurança adequadas. Além disso, é fundamental que essas instalações sejam inspecionadas periodicamente para identificar e corrigir esses riscos", explica César Souza, técnico de Segurança do Trabalho da Cemig.    

Conforme o Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica da Abracopel, em 2022 ocorreram 874 incêndios devido à sobrecarga de energia no Brasil, resultando em 55 mortes e causando danos a propriedades residenciais, comerciais e industriais. Esse número representa um aumento de 35% em relação a 2021, quando ocorreram 590 incêndios com 47 mortes.   

"TS" E BENJAMINS PODEM CAUSAR SOBRECARGAS NAS REDES DAS CASAS 

A utilização de réguas de tomadas ("Ts"), benjamins e extensões para conectar simultaneamente vários aparelhos é comum em muitos lares brasileiros. No entanto, essa prática é perigosa, pois pode causar sobrecarga de energia e curtos-circuitos em redes residenciais que não foram projetadas para suportar a carga elétrica exigida, resultando em incêndios e até acidentes fatais.   

Caso seja necessário conectar vários equipamentos em uma única tomada, o ideal é usar um filtro de linha que desligue automaticamente em caso de sobrecarga de energia. "Os filtros de linha podem ser usados, desde que o dispositivo interno de proteção esteja funcionando corretamente e não tenha sofrido alterações", explica o técnico da Cemig. Além disso, é importante destacar que as improvisações nas instalações elétricas são totalmente desaconselhadas e perigosas.    

MAU USO DE ENERGIA NOS AMBIENTES INTERNOS 

Com a popularização dos smartphones, as pessoas adquiriram o hábito perigoso de usar o dispositivo enquanto está conectado à tomada. Isso pode resultar em acidentes graves. Segundo o especialista da Cemig, os incêndios podem ocorrer durante o carregamento do celular. "Normalmente, isso acontece quando há um curto-circuito na bateria. Há um problema com o carregador, que envia uma tensão maior do que o celular suporta. Com esse curto-circuito, o aparelho superaquece e entra em combustão", explica o especialista. "A bateria não tem potência para causar um dano tão grande em condições normais. Em todos os casos que conheço, o aparelho estava conectado a uma tomada e, durante o carregamento, a bateria superaqueceu e explodiu", completa.   

CONSTRUÇÃO CIVIL   

De acordo com dados da Abracopel, somente no ano passado, no Brasil, 104 trabalhadores da construção civil perderam a vida em acidentes com a eletricidade, seja no ambiente do trabalho ou em toques involuntários nas redes das distribuidoras. Os tipos de profissionais que tiveram mais óbitos nessa atividade foram pedreiros e ajudantes (34), eletricistas autônomos (31) e pintores ou ajudantes (20).   

A Abracopel destaca ainda que há dois tipos de acidentes: o interno (quando acontece dentro do canteiro da obra) e o externo (que é ocasionado por toque acidental na rede da distribuidora de energia elétrica). Somente no ano passado, em Minas Gerais, foram 23 acidentes, com nove mortes. A principal causa foi o toque acidental nos cabos das distribuidoras de energia (11 ocorrências e 4 óbitos).   

Na construção civil, o maior risco de acidentes é relacionado com as tarefas realizadas na mesma altura da rede de média tensão, como a reforma de telhado e construção de segundo e terceiro pavimentos, por exemplo. “É preciso ter muito cuidado, porque na rede de média tensão nem é necessário o contato direto para se machucar. A simples aproximação já pode causar choque de até 13.800 Volts, o que provoca queimaduras graves e até mesmo a morte”, alerta o especialista da Cemig.   

PINTOR

Os profissionais que utilizam cabos de rolo de pintura feitos de alumínio ou de outros materiais condutores de eletricidade também devem ser bem cautelosos na hora do manuseio. César Souza também alerta que cabos de madeira também conduzem eletricidade ao tocar ou se aproximar da rede de alta tensão e expõem as pessoas ao mesmo risco de choque elétrico.    

EQIIPAMENTO DE PROTEÇÃO

“É importante ressaltar que a utilização de equipamentos de proteção individuais e coletivos para impedir a queda de nível para trabalhos em altura também são indispensáveis. Boa parte dos acidentes com a rede elétrica é provocada pela queda e não pelo choque em si, inclusive as fatalidades. Por isso, é preciso ter toda atenção com este tipo de trabalho”, finaliza o especialista.   Fonte: Cemig ( Companhia Energética de Minas Gerais S.A. )- 9 agosto 2023    

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quarta-feira, março 13, 2024

MÁQUINA DE CAFÉ EXPLODE E DEIXA LOJA CONVENIÊNCIA DESTRUÍDA EM GOIANA

 Uma máquina de café expresso acabou explodindo e destruindo parcialmente uma loja conveniência de um posto de combustíveis, na madrugada da última segunda-feira, 01/05/2017, às margens da Rodovia BR-101, no município de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.

Segundo informações obtidas devido a uma possível falha mecânica em uma máquina de café expressa, o equipamento veio a explodir e deixou um rastro de destruição. Funcionários relataram que além da destruição do teto de gesso, uma peça da máquina chegou a voar na direção contrária, quebrando uma placa de vidro, distante há cerca de 5 metros. As atendentes que trabalhavam no momento da explosão ficaram bastante abaladas e com o corpo cobertos por pó de café. Os clientes que estavam no local também foram surpreendidos com a explosão, mas felizmente ninguém se feriu.

A direção do Posto BR Maria de Lourdes, responsável pela conveniência BR Mania, franquia do segmento de alimentação exclusiva dos postos Petrobras, esclareceu que a manutenção da máquina havia ocorrido há poucos dias, na última quinta-feira (27/04), e que a Franquia Br Mania está investigando as causas do acidente. Por conta desse ocorrido, a franquia nacional adotou novas medidas de segurança, selecionando uma nova empresa para venda e manutenção das máquinas de café expresso, além do requisito obrigatório de emissão de laudos mensais das unidades franqueadas. A conveniência BR Mania do Posto Maria de Lourdes retornará ao funcionamento normal a partir desta sexta-feira (05). Fonte: Blog Anderson Pereira - 04 maio 2017

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segunda-feira, março 04, 2024

ROBÔ FERIU ENGENHEIRO EM FÁBRICA DA TESLA NOS EUA

 Um engenheiro de software da Tesla sofreu ferimentos quando foi atacado por um robô na fábrica de carros elétricos em Austin, Texas.

Testemunhas disseram que o robô, que foi projetado para mover peças de alumínio de automóveis, prendeu o engenheiro e feriu suas costas e seu braço, deixando um rastro de sangue no piso.

O engenheiro estava programando um software que controla robôs cuja função é cortar peças de automóveis a partir de peças de alumínio recém-fundidas.

Embora dois dos robôs tenham sido desativados para que o engenheiro e sua equipe pudessem trabalhar nas máquinas, um terceiro foi deixado ligado inadvertidamente – resultando no ataque, disseram testemunhas ao site “The Information”.

A lesão aparentemente não foi grave o suficiente para exigir que o funcionário se ausentasse do trabalho.

O site de notícias disse que obteve o relatório de acidentes que foi submetido às autoridades federais e também às autoridades de saúde do condado de Travis.

Relatórios de lesões apresentados à Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA,  mencionaram que quase um em cada 21 trabalhadores da fábrica Giga Texas acidentou‑se no ano passado.

Na indústria automotiva, a taxa média de lesões no ano passado foi de um em cada 30 trabalhadores.

Vários ex-empregados e atuais da fábrica disseram ao The Information,  que a empresa regularmente economiza na construção, manutenção e operações de uma maneira que os colocam em riscos.Fonte: New York Post - Published Dec. 26, 2023, ​

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domingo, fevereiro 18, 2024

TRABALHADOR FICA PRESO A 12 M DE ALTURA E É RESGATADO


O QUE ACONTECEU

O trabalhador trocava uma placa publicitária em um shopping de Fortaleza quando ficou preso. A cadeira rapel usada por ele travou.

RESGATE

Bombeiros militares foram acionados pela administração do North Shopping e fizeram o resgate. A operação ocorreu às 5h de quinta-feira, (15/02).

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os bombeiros foram chamados para socorrer um trabalhador que estava trocando uma placa quando a cadeira de rapel travou e ele ficou preso na plataforma elevada.

Ele foi retirado do rapel defeituoso e "preso" ao bombeiro por um sistema de cabo paralelo, que o levou até o chão em segurança. O trabalhador não sofreu ferimentos.

NORTH SHOPPING

O North Shopping informou em nota que comunicou imediatamente o Corpo de Bombeiros, que agiu prontamente, seguindo todos os protocolos de segurança e garantindo a integridade de todos os envolvidos.

"Reforçamos ainda que a empresa terceirizada era contratada do restaurante lojista e possuía toda a documentação necessária para executar o serviço", disse North Shopping. Fontes: g1 CE - 16/02/2024; UOL, em São Paulo -16/02/2024

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sexta-feira, janeiro 19, 2024

SENTADO OU DE PÉ? QUAL FORMA DE TRABALHAR É MELHOR PARA A SAÚDE

No dia a dia, muitos de nós passamos a maior parte do tempo sentados. Uma recente revisão
de pesquisas sobre o assunto reiterou o impacto negativo de passar longos períodos nessa 
posição.

Muitos locais de trabalho passaram a adotar mesas ajustáveis, que permitem sentar ou ficar em pé pressionando um botão ou alavanca, para evitar os efeitos nocivos de ficar sentado por muito tempo.

Mas é melhor ficar de pé e parado? Também há riscos de ficar parado nessa posição por muito tempo?

Abaixo, falamos sobre o que a pesquisa diz a respeito dos riscos de ficar em pé ou sentado demais e se realmente vale a pena investir — ou abandonar — uma mesa ajustável.

QUAIS OS RISCOS DE FICAR SENTADO POR MUITO TEMPO?

Pessoas que passam muito tempo sentadas têm maior risco de desenvolver doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer, além de terem uma expectativa de vida mais curta.

Ficar sentado por muito tempo pode causar desconforto muscular e ósseo, especialmente no pescoço e nas costas.

Isto é ainda mais prejudicial à saúde em pessoas que praticam pouco exercício ou que não atingem os níveis recomendados de atividade física.

Ser fisicamente ativo é importante para neutralizar os riscos à saúde associados ao sedentarismo, mas pode não anular completamente os efeitos negativos de ficar sentado durante muitas horas do dia.

FICAR EM PÉ E PARADO

No entanto, ficar em pé e parado por muito tempo também pode ser prejudicial.

Longos períodos em pé pode piorar a saúde muscular e óssea, causar sintomas dos sistemas muscular e esquelético, como fadiga muscular, inchaço nas pernas, varizes, bem como dor e desconforto na região lombar e nas extremidades inferiores (quadris, joelhos, tornozelos e pés).

Estudos recentes recomendam limitar os períodos de pé a 40 minutos sem descanso.

Isso reduziria as chances de desenvolver dores musculares e articulares associadas à posição.

Essa estratégia se aplica principalmente às pessoas que já tiveram sintomas, mas também àquelas que nunca os tiveram.

Nem todas as pessoas que ficam em pé por longos períodos apresentarão sintomas musculoesqueléticos e haverá aqueles que serão mais resistentes aos efeitos de ficar em pé.

No entanto, mesmo que você faça uma pausa e tenha desenvolvido problemas relacionados, é provável que os sinta novamente quando se levantar.

Reduzir ou interromper o tempo sentado, ficando em pé ou em movimento, pode melhorar a circulação sanguínea, o metabolismo, a saúde cardíaca, a saúde mental e a expectativa de vida.

Estudos mostram que apenas deixar de ficar sentado por uma hora por dia leva ao emagrecimento da cintura e melhorias nos níveis de gordura e colesterol.

Os benefícios são ainda maiores quando a posição sentada é substituída por caminhadas ou atividades moderadas ou mais intensas.

Interromper períodos prolongados sentado com sessões de 2 minutos em pé a cada 20 minutos, ou 5 minutos a cada 30 minutos, pode melhorar os níveis de glicose, gordura e colesterol.

Outros estudos mostram que dividir os períodos de tempo com três minutos de caminhada rápida ou exercícios simples de resistência, como agachamentos a cada 30 minutos, também é eficaz.

Os governos e as instituições internacionais alertam para os riscos de ficar sentado por muito tempo.

MESAS AJUSTÁVEIS

Mesas ajustáveis ​​podem efetivamente reduzir o tempo que os trabalhadores passam sentados durante o dia.

Os usuários desses equipamentos ​​tendem a alternar entre as posições em pé e sentado, em vez de ficarem sentados por longos períodos.

No entanto, nem todos adquirem o novo hábito de trabalhar em pé. As mesas ajustáveis ​​por si só não são suficientes para mudar o comportamento.

Os trabalhadores e as empresas devem ter isto em mente ao formularem políticas de local de trabalho, ambientais e culturais, para garantir que as iniciativas de "sentar menos e se movimentar mais" sejam implementadas e mantidas.

Mesas ajustáveis ​​tendem a ocupar muito espaço e você pode obter melhores benefícios se movimentando

DEVO ABANDONAR MINHA MESA AJUSTÁVEL?

Se você é daqueles que já possui uma mesa ajustável, deve considerar vários fatores para continuar usando o equipamento ou não.

PENSE EM SEUS FATORES DE USO. VOCÊ USA SUA MESA PRINCIPALMENTE QUANDO ESTÁ EM PÉ OU SENTADO?

·    Tenha em mente o seu conforto. Ficar muito tempo em pé ou sentado causa algum tipo de desconforto ou cansaço? Nesse caso, pode ser necessário ajustar sua rotina de sentar e levantar ou incluir suportes adicionais, como um tapete para maior conforto ao ficar em pé ou um apoio para os pés ao se sentar, para evitar desconforto;

·    Verifique o quão ergonômica é sua mesa. Ela é adequada para trabalhar em pé e sentado? Uma secretária ergonomicamente adequada é essencial para que possa trabalhar com conforto e segurança, tanto no escritório como em casa;

·    Pense um pouco sobre suas necessidades de saúde. Interromper longos períodos sentado com períodos em pé pode aliviar o desconforto ou ajudar a melhorar sua saúde metabólica e cardíaca? Ficar em pé e se movimentar regularmente ao longo do dia proporcionará os mesmos benefícios, independentemente do tipo de mesa que você usar.

·    Se você já tiver uma doença ou sintomas musculoesqueléticos, procure orientação de um profissional de saúde ou pergunte ao seu empregador sobre como marcar uma consulta com um ergonomista. A orientação especializada pode ajudá-lo a tomar uma decisão sobre sua mesa.

Finalmente, considere os requisitos de custo e espaço para sua mesa ajustável. Se você não a usa muito na posição de pé, talvez ela esteja ocupando espaço e não dando retorno do investimento?

No final das contas, a decisão de manter ou descartar sua mesa ajustável dependerá do equilíbrio de todas essas considerações.

É importante que as empresas implementem planos que mantenham as pessoas ativas no escritório.

O MAIS IMPORTANTE É ESTAR ATIVO

Governos como o da Austrália ou agências de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendam que os adultos limitem o número de horas que passam sentados.

Interromper e substituir o tempo sentado por atividades físicas de qualquer intensidade, mesmo leve, traz benefícios à saúde.

A OMS sugere ainda que os adultos "procurem fazer além dos níveis recomendados de atividade moderada a intensa" para reduzir os efeitos nocivos de ficar sentado.

Em outras palavras, ficar em pé, parado, não é suficiente para reduzir os danos de ficar sentado por muito tempo. Temos que nos sentar menos e nos movimentar mais. Fonte:  BBC Brasil – The Conversation 24.09.2023

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segunda-feira, dezembro 18, 2023

RISCO DE INCÊNDIO E ADAPTAÇÃO DE CARREGADORES EM PRÉDIOS RESIDENCIAIS SÃO DESAFIOS PARA CARROS ELÉTRICOS

Ocorrem, em média, 25,1 incêndios a cada 100 mil carros elétricos em circulação, segundo dados divulgados pelos EUA

Carregar 50 litros de gasolina de um lado para o outro não parece ser algo seguro, mas é isso que ocorre com milhões de carros pelo mundo todos os dias. Visto por esse lado, os carros elétricos parecem ser ainda mais amistosos. Mas não é bem assim.

Vídeos em que motonetas ardem em garagens e Teslas acidentados queimam como fogos de artifício revelam um novo problema: a dificuldade em se controlar o fogo nas baterias.

"É relativamente mais difícil controlar as chamas pela composição química presente nas baterias de íon-lítio. Quando pegam fogo, podem produzir labaredas altas e intensas, sem a possibilidade de apagar", diz o corpo docente da Flex Company Treinamentos, escola técnica que oferece capacitação para manutenção e manuseio de veículos híbridos e elétricos.

Pela complexidade do tema, a instituição optou por criar um comitê de professores para responder às perguntas enviadas pela reportagem. Os especialistas disseram ainda que há o risco de, mesmo após a energia ser cortada, o fogo continuar por mais um longo tempo.

"Existem substâncias nas baterias com compostos químicos como o próprio lítio, que é um metal reativo e pode ocasionar queimaduras graves; o fósforo, que também é um elemento inflamável e que pode alimentar as chamas; e o cobalto, que pode liberar gases tóxicos em caso de incêndio."

As probabilidades mostram que não é caso para pânico, mas, sim, para prevenção. Segundo dados divulgados em 2022 pelo NTSB (sigla em inglês para Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA), ocorrem, em média, 25,1 incêndios a cada 100 mil carros elétricos em circulação. O número sobe para 1.529 a cada 100 mil no caso dos carros com motor a combustão.

Se o pior acontecer, a situação é especialmente preocupante em garagens, como alerta o arquiteto Paulo de Tarso Souza, que tem mais de 20 anos de experiência com edificações.

"Se há um incêndio dentro do estacionamento subterrâneo de um prédio, não há veículo de socorro que seja capaz de entrar", afirma. "É necessário que façam normas para garantir alguma proteção, e o subsolo é sempre mais complicado."

"O que deve preocupar arquitetos, engenheiros e construtores é a nossa capacidade de prever, prevenir e proteger os imóveis das más empresas", diz Souza, referindo-se a possíveis problemas de instalações ou adaptações envolvendo pontos de recarga.

Com a futura massificação dos carros elétricos e híbridos com tecnologia plug-in (que também podem ser recarregados por meio de tomadas), pode ser necessário mexer na rede de energia de edifícios que não foram preparados para isso.

O engenheiro eletricista Victorio da Cruz Amaral, especializado em projetos para condomínios, afirma que a instalação de uma estação de recarga deve respeitar a norma NBR 17.019 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

"Seguindo as normas, o risco é minimizado ao menor fator possível. Todo veículo elétrico já vem com suas respectivas proteções, e a estação de recarga também tem componentes que protegem todo o sistema", diz o especialista. "O trabalho bem executado não gera risco."

Amaral explica que uma estação de recarga de 7 kW (quilowatts) –como as encontradas em alguns shoppings– absorve uma potência inferior à registrada em um chuveiro elétrico (7,5 kW). "Em um edifício antigo, ninguém se preocupa se todos os moradores instalarem um chuveiro elétrico extra em seus apartamentos."

O engenheiro diz ainda que os plugues devem utilizar a infraestrutura elétrica de maior potência disponível no condomínio. "Cálculos de demanda energética devem ser feitos tanto individualmente como coletivamente, com isso sempre pode ser encontrada a solução mais adequada e segura para cada condomínio."

Thiago Castilha, diretor da empresa de carregadores E-Wolf, também afirma que, se todas as normas forem seguidas, não haverá risco. Entretanto, diz que serviços fora de padrão trazem problemas sérios.

"Há empresas de instalação derivando circuitos para os carregadores, o que pode ser muito perigoso, pois a corrente de recarga de um veículo elétrico pode chegar a até 32A (amperes) e não se sabe como está o circuito embutido na parede, por exemplo. Está sobrecarregado? Está com pontos quentes? Há emendas?"

Davi Bertoncello, CEO da Tupinambá Energia, diz que é necessário utilizar dispositivos de proteção, como o que interrompe o fornecimento em caso de fuga de corrente elétrica. "Sua principal função é proteger as pessoas de choques que podem ser causados por equipamentos conectados à rede elétrica."

O executivo cita ainda o equipamento que protege o sistema caso ocorra um pico de luz.

"Entre os erros mais comuns já observados em instalações, há a exposição indevida a intempéries, a falta de dispositivos de proteção contra choques elétricos, o uso de cabos subdimensionados e os terminais elétricos mal apertados, que podem resultar em mau contato e sobreaquecimento", diz Bertoncello, que menciona ainda as responsabilidades do eletricista.

"O profissional responsável pela instalação deve fornecer uma ART [Anotação de Responsabilidade Técnica] que descreva o serviço técnico a ser realizado, garantindo a conformidade do projeto elétrico e a tranquilidade do consumidor."

O executivo afirma que uma alternativa é a implementação de estações de recarga compartilhadas no condomínio, onde os usuários realizam e pagam suas recargas por meio de um aplicativo específico.

A advogada Tatiana Dratovsky Sister, sócia da área de contratos comerciais do escritório BMA, diz que, quando se trata de uma demanda individual para a instalação de um ponto de recarga em uma vaga demarcada, geralmente é o proprietário quem deve arcar com os custos.

"Mesmo nessa situação, o morador deve obter autorização prévia e expressa do síndico e do conselho do condomínio ou da assembleia."

Em relação à legislação, Tatiana diz que, até o momento, não há uma lei nacional sobre pontos de carregamento de carros elétricos em condomínios.

"Na cidade de São Paulo, no entanto, já está em vigor a lei municipal nº 17.336/2020, que torna obrigatória a previsão de postos de carregamento em todos os condomínios novos desde o projeto da edificação", diz a advogada.

"A lei também prevê a individualização da medição do consumo dos pontos de carregamento de uso comum, mas não especifica como a cobrança deve ser feita."

Mesmo se todas as especificações técnicas forem seguidas, ainda haverá o risco de incêndio por problema no veículo. Nesta semana, a Jaguar divulgou o recall do elétrico i-Pace, que pode apresentar superaquecimento. A solução do problema está na atualização do software, serviço que leva cerca de uma hora para ser concluído, segundo a marca.

"Uma condição de sobrecarga térmica do veículo, com a presença de chamas ou fumaça, poderá, por sua vez, levar a um incêndio na bateria de alta tensão, podendo se propagar para todo o veículo. Isso poderá resultar em risco de lesões graves nos ocupantes do veículo e/ou terceiros", diz o comunicado divulgado pela empresa.

Em casos como esse, a responsabilidade é da fabricante.

"As montadoras têm a responsabilidade de fazer um carro elétrico seguro, que saia da fábrica sem esse tipo de risco", diz Klaus Mello, gerente de engenharia da Ford nos Estados Unidos. Ele trabalhou no desenvolvimento das versões elétricas da picape F-150 e do Mustang Mach-E.

"O que pode acontecer são coisas como o usuário fazer alguma alteração no veículo ou ocorrer um acidente que está fora dos cenários que analisamos, mas cabe às empresas apresentar soluções."

Victor Cruz, fundador e CEO da Vela Bikes, também aponta o mau uso como uma das causas de incêndios de bicicletas elétricas que, recentemente, causaram preocupação nos EUA.

"Acompanhamos de perto os incêndios lá fora, principalmente em Nova York. Sabemos que a maioria dos casos está relacionada a dois principais fatores: modelos de baixo custo com economia no sistema de gerenciamento da bateria e serviços de baixa qualidade na expectativa de recuperar a vida de baterias antigas."

Segundo Cruz, as baterias das bikes da Vela têm formato cilíndrico e podem ser retiradas. A recarga pode ser feita dentro do apartamento, mas é preciso ter alguns cuidados.

"Utilizar carregadores não originais, de especificação inadequada, pode sobrecarregar a bateria e superaquecer as células. Se esse superaquecimento não for controlado, pode ocasionar a perda completa da bateria ou até mesmo um incêndio", diz o CEO.

"Normalmente os cuidados devem estar mais na parte do carregador, do conector e da bateria em si, mas não existem muitos cuidados na parte da rede elétrica, pois o carregador tem consumo baixo, similar ao de uma fonte de notebook."

Para o arquiteto Paulo de Tarso Souza, se há a possibilidade de ocorrer um incêndio, há também a obrigação de criar um protocolo adequado para instalações em prédios, acompanhado de normas padronizadas para combater o fogo em carros elétricos. Fonte: Folha de São Paulo - 1º.dez.2023

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