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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sexta-feira, março 24, 2023

O DILEMA DA EXTRAÇÃO DO LÍTIO USADO EM CARROS ELÉTRICOS

Por transporte mais ecológico, demanda global pelo metal que compõe baterias destes veículos aumentou. Mas as diversas formas de extração do "ouro branco" não estão livres de polêmica. Um carro elétrico, na realidade, não precisa de muito lítio para rodar. Uma bateria de 300 quilos, ou capacidade de 50 kWh, de um modelo de tamanho médio contém apenas cerca de 8 quilos do metal leve.

Mesmo assim, com o setor de carros elétricos acelerando mais do que o esperado, a demanda pelo material necessário para fabricar as baterias está aumentando. Uma evolução problemática, já que projetos para a extração de lítio, muitas vezes controversos, levam diversos anos para serem desenvolvidos.

Alguns projetos enfrentam protestos porque minas a céu aberto destroem paisagens e podem afetar as reservas de água nas regiões onde ocorrem.

Em 2016, 43 mil toneladas métricas de lítio foram extraídas em todo o mundo, segundo a Agência de Recursos Minerais da Alemanha (Dera, na sigla em alemão). Até 2022, segundo o órgão, o montante era três vezes maior, ou seja, 130 mil toneladas métricas. A agência estima ainda que, até 2030, a quantidade minerada poderia mais do que quadruplicar novamente.

O especialista em lítio da Dera, Michael Schmidt, afirma que a questão, agora, é saber como extrair o mineral para a produção de baterias de forma sustentável para suprir essa demanda. "Há dinâmicas em jogo que eu jamais testemunhei em 12 anos de economia e gestão de matérias-primas", aponta.

Na verdade, o lítio, frequentemente descrito como "ouro branco" devido ao valor de mercado e à cor prateada, é abundante na crosta terrestre – mas a distribuição é bastante esparsa. Pesquisadores acreditam que a quantidade do metal leve nos oceanos do planeta seja de cerca de 200 bilhões de toneladas. Depósitos em rochas e lagos de água salgada adicionam 98 milhões de toneladas métricas à soma – desse montante, 26 milhões de toneladas poderiam ser exploradas economicamente nas próximas décadas.

Em 2022, 47% da demanda global por lítio foi coberta pela mineração de rochas sólidas em minas a céu aberto na Austrália, 35% veio de lagos de água salgada na América do Sul, 15% de reservas da China e menos de 1% veio, respectivamente, do Zimbábue, de Portugal e da América do Norte.

LÍTIO DE LAGOS DE ÁGUA SALGADA

Os maiores depósitos de lítio ficam nos lagos de água salgada subterrâneos da Bolívia, da Argentina e do Chile e a estimativa é de que contenham 42 milhões de toneladas do metal. Segundo dados preliminares do Serviço Geológico dos Estados Unidos, cerca de 45 mil toneladas foram extraídas em 2022.

A salmoura é bombeada a partir do subsolo para enormes bacias onde evapora ao sol em até dois anos. Em seguida, a solução salina concentrada é filtrada e o carbonato de lítio, material de base para a produção de baterias, é extraído quimicamente.

 As emissões de gás carbônico geradas por esse método de extração são relativamente baixas, ficando entre 50 e 100 kg de CO2 por bateria de carro (50 kWh), segundo um estudo do Instituto Sueco para o Meio Ambiente.

Porém, esse tipo de extração de lítio pode levar a problemas na água potável. O bombeamento da salmoura pode diminuir os níveis das águas subterrâneas. Ao mesmo tempo, leitos de rios e zonas úmidas podem secar. Em algumas regiões, falta água para agricultura.

LÍTIO DE ROCHEDOS SÓLIDOS

O maior volume de lítio atualmente é extraído em minas a céu aberto na Austrália pela exploração dos chamados pegmatitos, rochas ígneas (ou magmáticas) compostas basicamente por granito. Segundo avaliações preliminares, cerca de 61 mil toneladas foram extraídas no país em 2022. As reservas de lítio da Austrália são estimadas em atualmente 6,2 milhões de toneladas.

O minério de lítio é extraído por perfuração e jateamento. Em seguida, os grumos são esmagados numa fábrica e o lítio é separado das sobras de rocha por um processo químico e metalúrgico.

O próximo passo é transportar o lítio à China por navio, onde é refinado e processado, e transformado em células de bateria. Segundo uma pesquisa do Argonnen National Laboratory – um centro de pesquisa e desenvolvimento com financiamento federal dos Estados Unidos – a extração de lítio a partir dos minérios precisa de seis vezes mais energia que a de lagos de água salgada, fazendo deste método muito mais nocivo ao meio ambiente.

Segundo um estudo, também dos EUA, o processo de extrair lítio de minérios também usa o dobro de quantidade de água em comparação à extração nos lagos de água salgada. A enorme mina a céu aberto de Greenbush fica numa região bastante úmida no sudoeste da Austrália. Assim, de acordo com relatório do Instituto Federal de Geociência e Recursos Naturais, o consumo de água é menos problemático nesse caso. Porém, no norte da Austrália, a seca região mineradora de Pilbara enfrenta um desafio maior de fornecimento de água.

LÍTIO A PARTIR DE ENERGIA GEOTÉRMICA

Os preços do lítio registram alta e, para atender à demanda crescente de baterias de carros, diversas iniciativas também estão sendo promovidas na Europa. Isso inclui projetos de mineração na Finlândia, Irlanda, Alemanha, República Checa, Áustria, Sérvia, Espanha e Portugal.

Parecido com o sistema na Austrália, o lítio deverá ser extraído de depósitos de rocha ígnea em minas a céu aberto e subterrâneas. Todos os projetos são considerados lucrativos.

Separadamente, projetos de extração de lítio a partir de águas termais estão sendo desenvolvidos no Reino Unido, na França e na Alemanha. As fábricas geotérmicas bombeiam águas a uma profundidade de até 5 mil metros, com temperaturas de até 200°C e usam o calor para gerar eletricidade e para redes de aquecimento. A água resfriada é então empurrada de volta ao fundo.

Em alguns casos, a água extraída contém lítio, que pode ser diretamente separado pela tecnologia conhecida como DLE, ou extração avançada de lítio. Atualmente, não existem fábricas de extração do tipo em escala industrial.

A empresa teuto-australiana Vulcan Energy planeja iniciar a extração comercial no Vale Superior do Reno, no sul da Alemanha, produzindo 4 mil toneladas de lítio na primeira fase, em 2025. Estima-se que existam cerca de 3 milhões de toneladas do metal leve na área de mineração da Vulcan.

O impacto ambiental menor é citado como vantagem desse processo: a energia para o processo de extração vem da energia geotérmica profunda para que tenha emissão zero e, além disso, o lítio obtido dessa forma não precisa ser transportado pelos oceanos para a produção de baterias na Europa.


LÍTIO OBTIDO POR RECICLAGEM E VENDAS

Em algumas décadas, o lítio também poderia ser extraído como um subproduto de fábricas de dessalinização, tapando buracos de fornecimento. Atualmente, esse método não é considerado lucrativo.

No futuro, a extração de lítio de baterias velhas também deverá ganhar importância. Segundo cenários desenhados pela agência Dera, a reciclagem deverá cobrir parte da demanda do metal nos anos 2030.

Mas hoje os volumes de baterias disponíveis são muito pequenos para a extração comercial, e baterias de lítio de carros elétricos estão instaladas em amplos sistemas de armazenamento – a exemplo de parques solares.

"Uma vez que os volumes de baterias usadas aumentar, devermos ter mais lítio obtido a partir da reciclagem. Isso também é crucial em termos de uso sustentável", explica Michael Schmidt, da Dera.

Além disso, especialistas em matérias-primas como Schmidt e associações ambientais vêm exigindo um uso mais eficiente do lítio de baterias. Eles dizem que construir carros elétricos grandes com as maiores baterias possíveis não é uma utilização sustentável dos recursos.

Em vez disso, veículos mais leves deveriam ser vendidos como prioridade e disponibilizados à mais ampla base de consumidores possível. Também ajudaria se os serviços de car-sharing fossem ampliados, além do transporte público, para que menos pessoas precisassem do seu próprio carro elétrico, possibilitando uma demanda reduzida do chamado "ouro branco". Fonte: Deutsche Welle - 17/03/2023

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sexta-feira, março 17, 2023

ACIDENTE ENTRE TREM E ÔNIBUS ESCOLAR DA APAE DEIXA DOIS MORTOS NO PARANÁ

 Um ônibus escolar da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Jandaia do Sul, norte do Paraná, foi atingido na lateral por um trem, deixando duas meninas mortas e mais de 20 pessoas feridas, entre monitores e estudantes da instituição.  A colisão ocorreu por volta das 11h30.

O acidente aconteceu na zona urbana do município, na quinta‑feira (9/03). Segundo o Corpo de Bombeiros, o veículo transportava 29 pessoas ao todo, sendo 25 crianças, três monitores e o motorista.

COMO ACONTECEU O ACIDENTE?

A batida entre o trem e o ônibus escolar foi registrada na Rua Presidente Kennedy, no bairro Vila Rica, em Jandaia do Sul. Um vídeo registrou o exato momento da colisão. Assista acima.

As imagens mostram o ônibus avançando na linha férrea. Ao lado direito, há uma placa preta sinalizando aos motoristas que cruzam o trecho: "Pare, olhe e escute".

Do outro lado da rua, o motorista de um carro branco freia para o trem passar.

QUEM ESTAVA NO ÔNIBUS?

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o ônibus levava 25 estudantes da Apae da cidade para casa. Além das crianças e adolescentes, três monitores e o motorista seguiam no veículo.


VÍTIMAS

Segundo a Polícia Civil, duas meninas morreram. Kimberly Caroline Ribeiro Pimenta, de 15 anos, e a prima dela, Maria Vitória Gomes Ferreira, de 11, estudavam na Apae.

Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico-Legal (IML) de Apucarana.

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) detalhou que equipes de toda a região foram mobilizadas para a ocorrência. No total, 27 pessoas ficaram feridas.

As vítimas mais graves foram levadas para hospitais de Sarandi, Maringá, Londrina, Apucarana e Arapongas.

Somente para o Hospital da Providência, em Apucarana, os socorristas encaminharam oito pessoas, sendo cinco em estado grave.

CORPO DE BOMBEIROS

Equipes do Corpo de Bombeiros de Apucarana e Jandaia do Sul atenderam o acidente, que também contou com apoio aéreo e ambulâncias de municípios vizinhos.

INQUÉRITO POLICIAL

A Polícia Civil confirmou que o motorista estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida desde janeiro. Segundo o boletim de ocorrência do acidente, o documento venceu em 23 de janeiro de 2023.

O delegado de Jandaia do Sul, disse que o motorista do ônibus foi ouvido após o acidente. Ele foi liberado por ter prestado socorro às vítimas, o que está previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). "Ele confirmou que não viu o trem se aproximando, e sequer ouviu barulho, mesmo após um carro ter parado do outro lado da rua", disse o delegado.

De acordo com a polícia, o condutor pode ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal culposa.

As circunstâncias do acidente ainda vão ser investigadas.

O QUE DIZ A EMPRESA?

A Rumo Logística, concessionária da linha férrea se manifestou por meio de nota.  .

"A concessionária lamenta profundamente o acidente envolvendo um trem e um veículo escolar nesta quinta-feira (9), em Jandaia do Sul (PR). A empresa acionou imediatamente suas equipes de atendimento de emergência e o Corpo de Bombeiros para atender a ocorrência. O maquinista acionou a buzina para alertar sobre a travessia do trem, bem como acionou os freios quando foi surpreendido pela travessia do veículo. Vale lembrar, que por ser uma composição de carga de grande escala, o trem pode levar até 500 metros para conseguir parar por completo após o acionamento do freio. A empresa está à disposição das autoridades policiais para contribuir com todas as informações necessárias." Fontes: Folha de São Paulo - 9.mar.2023; g1 PR — Londrina - 10/03/2023   



COMENTÁRIO:

Acidentes não têm causa única. No caso em questão,  no cruzamento,  existia apenas uma placa preta sinalizando aos motoristas que cruzam o trecho: "Pare, olhe e escute". Esse aviso seria suficiente?  O local tinha apenas sinalização passiva e a sinalização ativa?

O enfoque de um programa de prevenção de riscos deve ser muito mais abrangente

O manual especifica outros dispositivos, tais como;   sinais sonoros e luminosos, sinalização semafórica, cancelas e bandeiras.



FALHAS HUMANAS

As falhas humanas são as principais causas dos desastres. Nesse cenário de acidente, poderemos indagar, como é simples parar num cruzamento ferroviário ou numa rua ou avenida, olhar para os lados e seguir em frente. Mas existe outros fatores que envolvem nesse ato simples de parar, tornando-o mais complexo, o comportamento humano.

Entre as falhas humanas, as principais são; deficiência de julgamento, aspectos psicológicos e indisciplina.

As vítimas de acidentes ferroviários sofrem lesões semelhantes aos acidentes rodoviários. Lesões comuns, como resultado de acidentes ferroviários incluem trauma craniano e lesões na medula espinhal, concussões e lesões na cabeça, entorses, fraturas, escoriações, queimaduras e lesões de tecidos moles e internos.

CÓDIGO BRASILEIRO DE TRÂNSITO (CTB

De acordo com as recomendações do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), os motoristas devem atender à indicação de “Pare, olhe e escute”.

Todos os veículos devem parar antes de fazer uma travessia de passagem em nível, já que não cumprir essa regra é considerado infração gravíssima. Deve-se redobrar a atenção aos sinais visuais e sonoros (como a buzina das locomotivas). Além disso, durante a travessia de um trem, é necessário manter uma distância segura dos trilhos.

PASSAGEM EM NÍVEL (PN)

É o cruzamento da via férrea com a via rodoviária no mesmo plano horizontal. As  passagens de nível rodoviárias são os cruzamentos entre o modal rodoviário e o ferroviário, sendo pontos de alto risco de acidentes. As melhorias físicas devem ser feitas para proporcionar condições mais seguras nestes pontos e a escolha do tipo de melhoria a ser implementada em cada situação vai depender das condições de cada local, baseadas em vários parâmetros que influenciam na segurança de cada travessia.

Os elementos de proteção compreendem, entre outros, os sinais manuais, sonoros e luminosos, sinalização semafórica, cancelas e bandeiras

Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito - VOLUME IX - Cruzamentos Rodoferroviário

TREM NÃO PODE PARAR RAPIDAMENTE.

Um trem de carga médio com  90 a 120 vagões percorre 1,6 a 2 km  até parar.  Trem com velocidade de 90 km/h pode percorrer  1,60 km ou mais para parar,  após o maquinista acionar o freio de emergência. Um trem de passageiros com 8 carros, com velocidade de 130 km/h precisa de cerca de 1,6 km para parar.

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domingo, março 12, 2023

COZINHEIRA PERDE A VIDA APÓS EXPLOSÃO DE PANELA DE PRESSÃO EM CHURRASCARIA


Por volta das 20h00 de quinta-feira (09), a cozinheira morreu após ser atingida por uma panela de pressão que explodiu na cozinha de uma churrascaria que fica situada nas margens Rodovia SP 340, próximo ao Distrito Industrial Getúlio Vargas e empresa Mahle.

A cozinheira, estava no seu primeiro dia de trabalho, segundo informações. Outros funcionários do estabelecimento acionaram o SAMU de imediato, mas ao chegar, os socorristas já se depararam com a vítima em óbito, inclusive com perda de massa encefálica, causada pelo impacto da explosão.

A Polícia Civil esteve presente no local do acidente e a Polícia Científica realizou os trabalhos de Perícia para apurar as causas e as responsabilidades da fatalidade. O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária. O corpo da vítima foi encaminhado ao IML de Mogi Guaçu e deverá ser liberado aos familiares para o sepultamento. Fonte: Mogi Guaçu Acontece- sexta-feira, março 10 2023

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POR QUE A PANELA DE PRESSÃO PODE EXPLODIR E QUE CUIDADOS DEVEMOS TOMAR?

PANELA DE PRESSÃO – UMA CALDEIRA A VAPOR

A panela de pressão é equivalente a um vaso de pressão destes que encontramos nas indústrias, só que em volume muito menor, mas o princípio técnico de funcionamento é idêntico, por exemplo, a uma caldeira de vapor.

Na panela de pressão, a temperatura e a pressão são grandezas as quais nós classificamos como diretamente proporcionais, isto é, quando a temperatura aumenta a pressão também aumenta e vice e versa.

COMO FUNCIONA

Numa panela aberta comum, a água entra em ebulição quando a temperatura atinge 100 ºC, no entanto, na panela de pressão, a intensa vaporização da água faz aumentar a pressão, pois não há saída para o vapor uma vez que a tampa com borda emborrachada é vedada por pressão mecânica. Com o aumento da pressão de vapor, a temperatura de ebulição da água sobe e a pressão interna torna-se maior que a pressão atmosférica. Por isso, a ebulição não ocorre, mesmo que a temperatura esteja aumentando.

Quando a pressão de vapor atinge um determinado valor (por exemplo, 2 atm), a força aplicada pelo vapor eleva a válvula central de alívio. A água, em estado gasoso, começa a escapar e estabiliza-se a pressão interna. Somente nesse momento é que a ebulição começa  estabilizando‑se também a temperatura.

Na panela de pressão, a temperatura pode atingir até 120ºC, fazendo com que o alimento tenha um melhor cozimento, fazendo também com que o tempo de preparo seja reduzido. A pressão na panela de pressão atinge valores na ordem de 2 a 2,5 atm. O vapor tem que ser liberado gradativamente, a medida que o alimento vai cozinhando, executado pela válvula central de alívio situada no meio da tampa.

SEGURANÇA AO COZINHAR

O funcionamento perfeito da válvula central de alívio do vapor é fundamental para a segurança do processo, pois sua função é limitar a pressão interna do vapor. Se esta válvula de alívio não funcionar direito, a pressão irá aumentar acima do limite e aí tem que entrar em cena, a válvula de segurança, que também está situada na superfície da tampa. Se esta válvula de segurança estiver travada, ou montada de maneira invertida, ou mesmo não existir, o risco da panela explodir é muito grande.

COMO SABER SE A VÁLVULA DE ALÍVIO ESTÁ FUNCIONANDO CORRETAMENTE?

Se sua panela não estiver soltando pressão pela válvula circular central de alívio, isto pode indicar que ela esteja com algum entupimento e para resolver esse problema será necessário primeiro você desligar o fogo e retirar a panela do fogão. Coloque-a sobre a pia e retire a pressão de forma manual, utilizando um objeto tipo garfo, ou mesmo uma faca, levantando-a delicadamente para liberar a pressão. Após o retirar todo o vapor, desobstrua os furos de saída da válvula, limpando-os com um arame fino igual ao que usamos para desentupir as bocas do fogão. O furo de saída da tampa, que liga a parte interna da panela até a válvula de alívio, também deve ser limpo e desobstruído.

PARA QUE SERVE A VÁLVULA DE SEGURANÇA?

Como o nome já diz, ela é a segurança do sistema e nunca deve ser retirada da tampa. Se esta válvula for retirada da tampa e, inadvertidamente for montada ao contrário, o que é perfeitamente possível, será como se sua panela não tivesse válvula alguma. A válvula de segurança funciona tal e qual um fusível num circuito elétrico, ou seja, ela foi projetada e dimensionada para abrir em condições de extremo risco e liberar automaticamente a saída de vapor.

POR ISSO É IMPORTANTE SABER COMO USÁ-LA A FIM DE SE EVITAR ACIDENTES QUE PODEM SER MUITO GRAVES, MAS PARA ISSO BASTA SEGUIR ALGUMAS REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA.

CUIDADOS QUE VOCÊ DEVE TER COM A PANELA DE PRESSÃO:

1-SELO DO INMETRO É ESSENCIAL

A panela de pressão escolhida pelo consumidor precisa ter o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), para comprovar que ela passou por testes de segurança antes de ser comercializada. Se não tiver esse selo, não compre.

2-COMO SABER O VOLUME QUE A PANELA SUPORTA?

O volume que a panela suporta também precisa ser levado em consideração na hora da compra. É preciso respeitar a quantidade que vai ser preparada dentro da panela de pressão, e existem tamanhos variados no mercado.

Dentro da panela costuma ter uma marca, com letras e/ou números, que deve ser respeitada na hora de inserir os ingredientes. Ela fica abaixo da altura do cabo — informação importante para as panelas mais usadas que podem ter perdido essa marcação.

3- EM QUAL BOCA DO FOGÃO COLOCAR A PANELA?

A quantidade de calor que vai ser aplicada na panela de pressão também exige cuidados. O fogo não pode "envolver" o fundo da panela. Ele precisa estar concentrado no centro do fundo.

"Se a panela tem 20 cm, o fogo não pode exceder 18 cm. O fogo nunca deve ultrapassar essa marca. Tem que haver uma distância de pelo menos 3 cm a 5 cm sem fogo, para que esse fogo não lateralize."

"Nunca deve deixar o fogo passar da lateral da panela. Desta forma o fogo fica concentrado, e sabemos que é uma quantidade correta de temperatura para que essa panela não exceda a pressão", completou o professor.

4-USO DE ESPONJA DE AÇO PARA LIMPEZA É ARRISCADO?

A limpeza faz parte de uma manutenção da panela, e é comum usar esponja de aço para tirar manchas com o passar do tempo. Porém a palha ou a esponja de aço é um material abrasivo que danifica o metal da panela de pressão.

"Esse metal, que geralmente é o alumínio, ele vai desbastando. Um indicador disso são as letras do fundo da panela. Se você já passou tanta palha de aço a ponto dessas letras não estarem bem legíveis ou terem desaparecido completamente, é um indício que essa panela de pressão deve ser substituída."

5-PODE TIRAR A PRESSÃO DEBAIXO DA TORNEIRA DA PIA?

Nunca se deve tirar a pressão da panela à força, colocando-a debaixo da torneira na pia.

"Não faça isso. Estamos num ambiente com pressão; uma atmosfera diferente do ambiente externo. Quando colocamos a panela de pressão e debaixo da água fria, provocamos choque térmico, acarretando contração e dilatação do material.

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6-PANELA PAROU DE FAZER BARULHO DO NADA. E AGORA?

Sabe quando a panela começa a fazer o barulho de que "pegou pressão" e solta o ar pelo pino (válvula)? Esse é o comportamento normal dela. Se o barulho parar do nada, é preciso agir rápido.

"Se em determinado momento você perceber que aquele barulho diminuiu muito ou cessou, olha o fogo. Se o fogo ainda estiver aceso, a panela estava com pressão e parou repentinamente, desligue rapidamente o fogo se estiver perto e saia da cozinha. Se está afastado, longe e não dá tempo de chegar no fogo, avise as pessoas da cozinha, saia e desligue o gás para fora da cozinha", completou o professor.

DICAS DE SEGURANÇA

1-O risco de explosão da panela de pressão também é alto se pedaços de alimentos ficarem presos à válvula. Ela pode ficar entupida quando o utensílio abriga quantidades excessivas de água e comida. Por isso, nunca ultrapasse dois terços de sua capacidade total.

2-Nunca use a panela de pressão para preparar frituras por imersão. O óleo quente pode danificar as peças de borracha e aumentar os riscos de acidente.

3-Nunca abra a panela de pressão se notar vapor saindo pela válvula. O maior e mais perigoso erro no uso da panela de pressão é tirar a tampa quando ainda há pressão dentro do utensílio.

4-Os cuidados com a panela de pressão continuam com sua higienização adequada. Ao lavar o utensílio, certifique-se que não há restos de alimento nos buraquinhos da válvula e retire a borracha de vedação da tampa para que ela seja limpa separadamente.

5- É muito importante também checar borracha de vedação da panela de pressão. Na hora de lavar, procure por frestas ou áreas amassadas na tampa, elas podem fazer com que o vapor escape. Na montagem da borracha verifique sempre se ela está montada corretamente. Depois do uso, limpe bem a panela. A tampa e a borracha de vedação devem ser lavadas à parte. Troque a borracha de vedação a cada três meses. Com o uso, ela vai perdendo a elasticidade e sua função de vedar a panela fica comprometida. Observe também sempre a data de validade de sua borracha e se apresentar rachaduras ou sinais de ressecamento ela deve ser trocada. Fonte: g1 Campinas e Região - 10/03/2023

 Vídeo:

Essa experiência foi realizada na Escola Waldorf em Bauru no dia 07 de maio de 2009. O Objetivo dessa experiência é explicar os fenômenos de física (termologia) relacionados à panela de pressão bem como do perigo que a explosão de uma panela de pressão apresenta

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domingo, março 05, 2023

POR QUE TOMAMOS CHOQUE AO TOCAR EM OBJETOS OU PESSOAS?

Muito provavelmente, você já passou por um episódio desses: ao tocar num objeto, como a maçaneta da porta de casa ou do carro, ou ao apertar a mão de alguém, sente um choque. Às vezes, é possível até ouvir um barulho ou ver uma faísca.

MAS, AFINAL, POR QUE ISSO ACONTECE?

O professor Claudio Furukawa, responsável pelo Laboratório de Demonstrações do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), explica que o fenômeno tem a ver com a eletricidade estática.

Vamos lá: todos os materiais são feitos de átomos. E os átomos, por sua vez, são constituídos por duas partículas principais: os prótons (que são positivos) e os elétrons (negativos).

Na maioria das vezes, os átomos se encontram num estado neutro. Na prática, isso significa que a quantidade de prótons e elétrons é a mesma.

Mas esse equilíbrio se altera quando encostamos e friccionamos dois objetos com características distintas.

Nesse momento, os átomos de ambos se aproximam demais, e isso pode "embaralhar" todos aqueles elétrons.

Pode ser que um objeto "roube" uma porção dessas partículas para si. Ou seja: um dos materiais fica com mais elétrons.

Aquele estado de neutralidade anterior, então, deixa de existir. O material que perdeu elétrons fica positivo e aquele que ganhou essas partículas se torna negativo.

É isso o que ocorre, por exemplo, quando arrastamos os nossos pés (principalmente com calçados) num carpete, ou se usamos roupas feitas de lã e tecido sintético por algum tempo.

A fricção desses materiais diferentes (pés-carpete ou braços-blusa sintética) "embaralha" os elétrons, o que eletrifica os corpos envolvidos nessa interação.

Só que os átomos sempre buscam voltar à neutralidade. Daí, quando tocamos num terceiro objeto (que está neutro), como a maçaneta da porta, aquele excedente de elétrons é, literalmente, descarregado.

E isso gera um campo elétrico que nos dá o leve choque (geralmente seguido por um susto).

"A formação desse campo elétrico é capaz até de soltar uma rápida faísca", descreve Furukawa.

O fenômeno se torna mais frequente em dias secos. A pouca umidade no ar dificulta a troca contínua de partículas, o que faz um corpo acumular mais cargas ao longo de um período.

Isso ocorre porque as moléculas de água são boas condutoras de eletricidade e podem livrar o corpo do excedente de elétrons aos poucos.

Porém, num dia seco, o excesso só é descarregado de vez ao tocar em objetos condutores de eletricidade, como superfícies metálicas ou a mão de outra pessoa.

Vale destacar que o material que recebeu aquela carga (como a maçaneta) não fica eletrificado. O excedente de partículas é distribuído por uma massa muito maior ou acaba aterrada — uma vez que a maçaneta está na porta, que se conecta à parede, que tem ligação com o chão e assim por diante.

FAZ MAL?

Furukawa estima que, para que uma pequena faísca salte no espaço entre a mão e o objeto, é preciso que exista um campo elétrico de 3 mil volts no espaço de um milímetro.

"Para comparar, entre os dois pólos de uma tomada há 110 ou 220 volts, uma tensão insuficiente para soltar faíscas", compara o físico.

Já uma pilha tem 1,5 volt. "E se você colocar os dedos nos dois terminais da pilha, não vai tomar um choque", diz o especialista.

Mas será, então, que levar um tranco elétrico ao tocar em objetos ou pessoas pode fazer mal? A resposta é não.

Segundo Furukawa, isso se deve a dois fatores: a duração do episódio e o local em que ele ocorre.

"Primeiro, a carga de partículas acumuladas é relativamente baixa e volta à neutralidade com rapidez, em milésimos. Segundo, o campo elétrico passa pelos dedos e não atravessa nenhum órgão vital, como o cérebro ou o coração", explica.

Por mais inofensivas que essas descargas sejam, não dá pra negar que elas são um tanto incômodas. Há algo que pode ser feito para evitá-las?

"A dica é, antes de pegar no local em que você usualmente toma o choque, tocar em outros objetos maiores e mais diversos. No caso da maçaneta, por exemplo, vale mexer no molho de chaves, que possui uma superfície de contato maior", responde Furukawa.

"Você também pode abrir a torneira e lavar as mãos ou andar descalço para descarregar os elétrons", conclui o físico. Fonte: BBC Brasil - 26 fevereiro 2023

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