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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

segunda-feira, maio 27, 2013

Explosão em usina de álcool no interior de São Paulo

Uma explosão ocorreu na tarde de segunda-feira, 6 de dezembro de 2004,  na usina Vale do Rosário, em Morro Agudo (382 km a norte de São Paulo).
O acidente ocorreu por volta das 14h , quando o fundo da caixa do sistema de pré-evaporação se rompeu, provocando o vazamento de cerca de 500 litros de caldo com temperatura aproximada de 120o C. A caixa fica localizada a cerca de três metros do chão.
Com o rompimento da caixa de pré-evaporação, o líquido e o vapor saíram com muita pressão, foi lançado longe atingindo funcionários que trabalhavam na fábrica e uma parte invadiu uma sala de um prédio próximo (distante 200 m), onde estavam 19 funcionários entre diretores e gerentes da usina para uma reunião realizada semanalmente. A explosão não provocou incêndio.

CAUSAS PROVÁVEIS
■Ocorreu um pico de pressão, que superou as duas válvulas de segurança existentes
■Fadiga de material é uma das hipóteses apontadas pela direção da usina Vale do Rosário.

VÍTIMAS
Cerca de 52 funcionários sofreram ferimentos devido à explosão, sendo 30 de natureza leve, quase todas atendidas no próprio ambulatório da usina.

BALANÇO DAS VÍTIMAS
22 funcionários foram encaminhados aos hospitais da região.
10 funcionários foram atendidos e liberados.
12 funcionários em estado grave foram internados, sendo 9 em Ribeirão Preto, 01 em Orlândia , 01 em Catanduva e 01 em Bauru.

VÍTIMAS FATAIS
01 funcionário, operador de caldeira, no local do acidente
10 funcionários morreram no decorrer da hospitalização, sendo dois diretores.

INTERNAMENTO
Em 11 de fevereiro de 2005,  o funcionário da usina, Ronaldo Quirino Costa, teve alta do Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto. Ele teve 21% do corpo queimado, passou por diversas cirurgias para reconstituição da pele. Continua ainda internado um funcionário, sem data prevista de alta.

CORPOS DE BOMBEIROS
Equipes do Corpo de Bombeiros de Franca, Ribeirão Preto e Orlândia se deslocaram para o local do acidente.

COMUNICADO DA USINA
A direção da usina negou que tenha ocorrido falhas na manutenção. Em entrevista coletiva, os diretores Eduardo Junqueira e Ricardo Prado explicaram que as manutenções acontecem semanalmente em peças específicas como na que ocorreu o acidente. "Anualmente, toda a usina é desmontada para uma manutenção geral, como ocorre em todas as outras usinas. A fatalidade pertence a ela mesma", disse Eduardo Junqueira. Este foi o primeiro acidente com vítima fatal ocorrido na Vale do Rosário.
A direção da empresa disse que só na safra passada investiu mais de R$ 12 milhões em manutenção. “Estamos enquadrados em todos os tipos de prevenção de acidentes com a Cipa (Comissão interna de prevenção de acidentes). Temos a ISO 9000 e vivemos cercados de cuidados, mas, como o próprio nome diz, acidente é uma coisa totalmente imprevisível”, lamentou um dos diretores da usina, em entrevista coletiva após o acidente.

INQUÉRITO E PERÍCIA
O acidente está sendo avaliado por peritos da cidade de Ituverava, que foram à usina e devem se reunir com membros do Instituto de Criminalística do Estado de São Paulo. A Polícia Civil abriu o inquérito para apurar o acidente.

LAUDO DO IC SOBRE ACIDENTE EM USINA NÃO FOI CONCLUSIVO
O Laudo do Instituto de Criminalística, julho de 2005,  indicou  que uma sobrecarga em um dos equipamentos da Usina Vale do Rosário, em Morro Agudo, foi a causa do acidente.Mas a polícia considera o laudo do IC insuficiente para concluir o inquérito.

EMPRESA; VALE DO ROSÁRIO
A usina Vale do Rosário é uma das maiores do país e produz açúcar, álcool, energia, ração animal e outros produtos. Ela foi fundada em 1964 e fica localizada na Fazenda Invernada, em Morro Agudo. Atualmente tem mais de 700 funcionários e uma área plantada de 80 mil hectares de cana.
A produção atual  atinge   153 milhões de litros de álcool hidratado e 74 milhões de litros de álcool anidro. Além disso, a companhia produz energia elétrica e outros subprodutos.
A sua grande estrutura conta também com a Nova Aliança Agrícola e Comercial Ltda, uma das mais significativas da área. Fundada em 1978, a empresa tem como objetivo a produção de mudas selecionadas de cana-de-açúcar.
Utilizando novas tecnologias no campo das variedades da cana, a companhia segue sua missão: a de produzir matéria-prima de alta qualidade. A empresa tem como perspectiva colher cerca de 80% da cana da Usina Vale do Rosário mecanicamente, o que deve equivaler a 4 milhões de toneladas. A companhia vem investindo em tecnologia de ponta no setor de transporte, através de logística e o uso de técnicas e equipamentos modernos, como o transbordo e rodotrens.
Fontes: Cosmo Online, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Comercio da Franca, Jornal de Araraquara, no período de 07 de dezembro de 2004 a 12 de fevereiro de 2005

Comentários:

PRÉ-EVAPORAÇÃO
Na pré-evaporação o caldo é aquecido a 115ºC, (1,7 kgf/cm2) evapora água e é concentrado a 20ºBrix. Este aquecimento favorece a fermentação por fazer uma "esterilização" das bactérias e leveduras selvagens que concorreriam com a levedura do processo de fermentação.

Incrustação na tubulação
A  incrustação  no  sistema  de  evaporação em usina de álcool tem  origem  nos  sais  que  se  encontram  no  caldo  de  cana.  Inicialmente  esses  sais  estão  solúveis  no  caldo,  porém  devido  à  elevação  da  temperatura  e  da  concentração  durante  a  evaporação  o limite  de solubilidade  desses sais  é  excedido,  iniciando  uma  formação  cristalina  que  tende  a  se  depositar  nas  paredes  dos  tubos formando  a  incrustação.
Em acidente não existe a fatalidade, como alguns profissionais divulgam, mas uma somatória de fatores não previstos ou falhas ocultas que os responsáveis não percebem devido à falta de visão global do problema, criando assim uma “sensação de segurança”. Num dado momento esses eventos independentes convergem e se somam para provocar o acidente. 

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quinta-feira, maio 23, 2013

Armazenamento de paletes vazios

Os paletes costumam ser arrumados, quando vazios, em pilhas de altura variável. Este tipo de arrumação, onde existem espaços entre as pilhas e entre os paletes empilhados, favorece a propagação de um eventual incêndio  em todas as direções, cujo combate se torna muito difícil.

 Foto: – Incêndio em paletes na área externa
Os pequenos e poucos espaços livres entre os paletes contribuem para agravar esta situação, dificultando ou impossibilitando o acesso às zonas afetadas.
Na seqüência de testes realizados por laboratórios de ensaios de fogo, verificou-se que o método  mais eficaz de proteger um depósito de pilhas altas de paletes é descarregando água em grande quantidade, tanto na área afetada como nas adjacentes.

Este método é difícil de ser executado por meios manuais de extinção (mangueiras, etc) e, mesmo com um sistema de "sprinklers", exige um dimensionamento especial para produzir uma grande densidade de descarga de água sobre uma grande área.

As características de incêndios em depósitos de paletes de plástico são as mesmas dos depósitos de paletes de madeira, apresentando, no primeiro caso, uma situação ainda mais crítica, já que a propagação é mais rápida, a quantidade de calor liberado é maior (são atingidas temperaturas da ordem dos 6000 C, no teto) e a área ocupada pelo fogo é maior, devido à combustibilidade do plástico fundido que se espalha pelo piso.

1 – LOCALIZAÇÃO DO DEPÓSITO

 Figura 1 – Localização, por ordem de preferência dos depósitos de paletes


A primeira norma de proteção contra os riscos inerentes a um armazenamento de paletes, consiste na escolha adequada da localização do mesmo. Todos os sistemas de proteção  adicionais dependerão desta escolha.

A Figura 1 representa, por ordem de preferência, os possíveis locais para armazenamento de paletes vazios.

1-Armazenamento localizado no pátio, sujeito à intempéries ou sob cobertura. Neste caso, a distância mínima de segurança ao edifício mais próximo será em função do número de paletes armazenados e da construção da parede exposta do edifício. Essas distâncias são dadas na Tabela 1. Em circunstância alguma a altura das pilhas de paletes deve ser superior à altura do edifício.
2-Em depósito fechado, de construção simples, afastado pelo menos 6 metros de outros edifícios.
3-Numa área isolada. situada na parte externa, mas com uma parede comum ao edifício.
4-Numa área isolada, situada no interior do edifício, mas com uma parede exterior comum ao mesmo.
5-Numa sala isolada, situada em qualquer zona interior do edifício. Devido à severidade do incêndio em paletes de plástico, esta solução não é recomendada para o armazenamento deste tipo de paletes.
 2 – ASPECTOS CONSTRUTIVOS
Em certos casos, não será possível fazer o armazenamento dos paletes no pátio, portanto, será necessário escolher uma das soluções de 3 a 5. Nestas condições, devem ser levados em consideração os aspectos construtivos descritos a seguir.

a)   Isolamentos.
Os compartimentos de armazenamento de­vem ser completamente fechados e isolados. Os elementos construtivos, tanto das paredes co­mo das portas, devem ter resistência ao fogo, no mínimo 2 horas. As portas.devem ser de fechamento automático e permanecer em posição normalmente fechada. No caso de serem armazenados paletes de plástico, é recomendável que a área do recinto não seja superior a 100 m2.

b) Proteção de estruturas metálicas.
Foto:– Incêndio em paletes na área externa

As vigas ou pilares metálicos adjacentes ou interiores ao recinto de armazenamento devem ser protegi­dos com isolamento que lhes proporcione resistência ao fogo, pelo menos, 2 horas . O revestimento deverá ser inspecionado periodicamente para verificar se não se encontra danificado e se continua em condições de assegurar a proteção adequada. Uma alternativa a este isolamento será a instalação de sistemas de "sprinklers" no teto e na parede, apontados para as estruturas metálicas e colocados de 0,5 a 1 metro acima das pilhas de paletes.

Nos casos 4 e 5 mencionados anteriormente, as estruturas do teto (vigas, suportes, etc) devem ser protegidas quando a altura das pilhas de paletes de madeira for superior a 2,40 m, e em qualquer  altura, se forem de plástico.
No caso de paletes de madeira, esta proteção pode ser feita com revestimento retardante ao fogo ou com a instalação de "sprinklers" no teto.

Tabela 1 – Distância  mínima do local de armazenamento de paletes vazios, em relação à edificação

Parede exposta do edifício
Distancia mínima em “m”, da parede
Menos de 50 paletes
De 50 a 200 paletes
Mais de 200 paletes
Alvenaria
Sem janelas
0
0
0
Alvenaria
Com janelas
3
6
9
Alvenaria
Com janelas com vidro aramado e sistema de sprinklers
0
3
6
Metálica com isolamento incombustível
Sem janelas
3
6
9
Metálica com isolamento incombustível
Com janelas
6
9
15
Metálica com isolamento incombustível
Com janelas com vidro aramado e sistema de sprinklers
3
6
12
Metálica com isolamento combustível
Com ou sem janelas
6
9
15

O sistema de "sprinklers" colocado no teto dará boa proteção  à estrutura metálica, se obedecer a quaisquer das duas condições:

■dispor de bicos de sprinklers com diâmetros de saída de 15 mm, sendo a área coberta por cada bico inferior a 9 me a pressão mínima , por bico, de 1,72 kg/cm2;
■dispor de bicos de sprinklers com diâmetros de saída de 13 mm, mas com uma área coberta máxima de 4,65 m2 por bico.

No caso de armazenamento de paletes de plástico, o processo mais fácil para proteger a estrutura é a aplicação de revestimento retardante ao fogo.

c) Saída de fumaça.
É recomendável a instalação de sistema de ventilação mecânica que permitam a saída de fumaça de calor, em caso de incendio em depósitos de paletes.

Estes dispositivos deverão ser, entretanto, de acionamento manual. Só no caso 4, já citado, e quando se tratarem de paletes de plástico será permitido o acionamento automático. Neste caso, as dimensões das aberturas de saída deverão ser de 0,1 m2 de área de exaustão por cada 2,5 m2 de área de armazena­mento.

3 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

Tabela II – Valores de projeto para sistema de “sprinklers”em depósitos  internos
Tipo de paletes
Altura da pilha (m)
Densidade
(mm/min)
Área de cobertura
(m2) *

Até 1,80
8
186
De 1,80 a 2,40
12
232
De 2,40 a 3,70
24
325
De 3,70 a 6,10
24
418
Plástico
Até 2,40
24
418
Obs: * sprinklers com ampolas que atuam na temperatura de 141o C

Qualquer que seja a localização do depósito de paletes, será necessária uma proteção mínima  com extintores e sistema de hidrantes externos.

No interior da área de armazenamento devem ser instalados extintores para fogo de classe A, estrategicamente distribuídos.
Deve-se dispor ainda, de uma rede de hidrantes externos. A demanda de água para este sistema será no mínimo de 1.893 l/min durante duas horas.

A proteção por sprinklers  é a mais confiável  e a de maior eficácia para combater incêndios em depósitos de paletes  dos tipos 3, 4 e 5, citados anterior­mente.

O fator que determina a escolha e disposição dos componentes do sistema de "sprinklers" é a altura do depósito. E este valor que determina a densidade de fornecimento de água e a área de cobertura dos "sprinklers". Estes parâmetros estão especificados na Tabela II.

Como já foi dito anteriormente, quando a altura das pilhas de paletes exceder 2,4 metros, será necessário proteger a estrutura metálica do depósito.

A instalação de um sistema de "sprinklers" não elimina a necessidade de se dispor de meios manuais de combate a incêndios, como extintores e sistema de hidrantes.

Para o dimensionamento de uma fonte de alimentação de todos os sistemas de proteção contra incêndios, deve ser calculada a demanda de água dos "sprinklers", segundo os dados da tabela II, sendo acrescentada a demanda de água para os hidrantes, com previsão de 1.893 l/min, durante  2 horas.

Em função do alto risco de perigo apresentado pelos depósitos de paletes, deverão ser seguidas as medidas preventivas normais recomendadas para as áreas de armazenamento. Essas medidas são;
■proibição de fumar,
■estabelecimento de autorização para trabalhos de corte e solda
■uso de equipamento elétrico adequadamente instalado e mantido
■separação das pilhas de paletes das paredes do edifício,
■inspeção periódica do bom estado e acesso aos meios de combate a incêndios, etc.

4 – PALETES EM ZONAS DE PRODUÇÃO
É freqüente a presença de pilhas de paletes vazios em áreas de produção. A necessidade de colocar os produtos intermediários ou acabados em paletes causa essas acumulações. Este fato, embora completamente lógico do ponto de vista operacional para a produção, pode ter resultados desastrosos no caso de se deflagrar um incendio sem que tenham sido adotadas normas mínimas de segurança e proteção.

Os requisitos para proteção de armazenamentos ou pilhas de paletes vazios são, normalmente, mais rigorosos que os exigidos para os riscos comuns existentes nas fabricas.

Por isso, uma área da fabrica cuja proteção  está  de acordo com a ocupação e a utilização que dela normalmente se faz, pode ficar completamente exposta perante um incendio que afete uma pilha de paletes, já que os meios de proteção da área não estão dimensionados para essa finalidade.

Em conseqüência das razoes expostas devem ser consideradas as seguintes normas gerais de proteção para o armazenamento de paletes em áreas de produção:
■as quantidades de paletes em áreas de produção devem ser reduzidas ao mínimo  necessário ao funcionamento normal da fabrica;
■como norma geral, a altura máxima recomendada para as pilhas de paletes é de 1,80 m; considera-se que o combate a incêndios com estas características (em pilhas de paletes), não  difere muito numa área de produção normal, por isso, se área de produção está bem protegida, os meios de proteção deverão ser suficientes para debelar um eventual incêndio  nos paletes;
■caso seja necessário fazer várias pilhas de paletes, é aconselhável que sejam mais afastadas possíveis uma das outras, deve-se evitar, a todo custo, o acúmulo excessivo de paletes numa mesma área;
■no caso de existir um sistema de "sprinklers", devem ser analisadas as características da instalação existente, em especial no que se refere aos parâmetros de densidade de descarga e área de cobertura e, a partir deles, determinar a altura máxima admissível para as pilhas de paletes.
Fonte: Instrucciones Técnicas Itsemap de Protección contra Incêndios – Fundación Mapfre e NFPA – National Fire Protection Associationincendio

Vídeo:

Empilhamento de paletes em área externa de forma desordenada  facilitando a propagação do incêndio.


Comentário: 

Recomendações práticas sobre armazenamento de mercadorias
  
CUIDADOS NO ARMAZENAMENTO - EMBALAGENS
■Não armazenar embalagens abertas, danificadas ou com vazamento.
■As embalagens devem ser armazenadas sobre paletes para evitar o contato direto com o piso do depósito.
■As embalagens contendo produtos líquidos devem ser armazenadas com a tampa voltada para cima.
■As embalagens devem ser dispostas de tal forma que as pilhas fiquem afastadas das paredes (50 cm) e do teto (1 metro).
■As embalagens devem ser dispostas de tal forma a proporcionar melhores condições de aeração do sistema e permitir facilidade de manuseio e/ou movimentação do conjunto.
■As embalagens devem ser dispostas de tal forma, que na mesma pilha haja somente embalagens iguais e do mesmo produto.
■As embalagens de formato retangular devem ser empilhadas com apoios cruzados, o que assegura uma auto-amarração do conjunto, bem como uma maior resistência do mesmo.
■Deve ser efetuado um controle permanente das datas de validade dos produtos, para evitar o vencimento. É importante aplicar um sistema de rodízio, de tal forma que a primeira mercadoria a entrar seja a primeira a sair.
■Periodicamente (2 vezes ao ano), devem ser realizadas vistorias no depósito, para checar suas condições de segurança.

EMPILHAMENTO MÁXIMO
A seguir apresentamos sugestões sobre a altura máxima de empilhamento.

Atenção: Sempre verifique a informação de altura máxima de empilhamento escrito na embalagem, Ficha de Informação de Segurança de Produto (FISP) ou cheque direto com o fabricante. A altura máxima de empilhamento pode variar em função da qualidade e resistência do material utilizado na embalagem.

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sábado, maio 18, 2013

Carro feito no Brasil é mortal

O jornal americano The New York Times publicou em seu site ampla reportagem da agência Associated Press intitulada "Carros feitos no Brasil são mortais".

A reportagem afirma que os veículos produzidos no País são feitos com soldas mais fracas, poucos itens de segurança e materiais de qualidade bem inferior aos dos fabricados nos Estados Unidos e na Europa

"O que acontece quando esses veículos vão para as ruas está se transformando numa tragédia nacional", afirma a reportagem.  

A alta taxa de mortalidade no trânsito no Brasil seria quatro vezes superior à americana, resultado da fragilidade dos modelos brasileiros. O artigo aponta que de cada cinco carros analisados no País, quatro não passariam em testes de colisão feitos por empresas independentes.

Em resposta ao polêmico artigo, as montadoras declararam que os automóveis brasileiros respeitam normas de segurança vigentes no Brasil. O número de mortes de motoristas e passageiros é atribuído por elas à má conservação de ruas e estradas.

Outro número levantado chama à atenção: da última década para esta, subiu em 72% o índice de mortes no trânsito do Brasil. O artigo relaciona esse dado ao boom da classe média brasileira.

Em dez anos, 40 milhões de pessoas ascenderam das classes D e E à classe C. Nessas condições, a quantidade de gente comprando o primeiro automóvel aumentou. Assim, com mais motoristas de carros inseguros nas ruas, as mortes tendem a ser cada vez mais frequentes.

A reportagem da Associated Press ouviu Alexandre Cordeiro, representante do governo brasileiro, que admitiu a falta de equipamento de testes de impacto (crash-test) no governo federal e a necessidade de aperfeiçoamento da legislação relativa à segurança veicular.
Fonte: Estadão - 13 de maio de 2013

Comentário:
Os testes de impacto (test-crash)  foram efetuados pela Latin NCAP. A  Latin NCAP é uma iniciativa conjunta da Federação Internacional do Automóvel (FIA), a Fundação FIA, a Global New Car Assessment Programme (GNCAP), a Fundação Gonzalo Rodríguez, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a International Consumer Research & Testing (ICRT).  E tem como objetivo:
■ oferecer aos consumidores da América Latina e do Caribe avaliações independentes e imparciais de segurança dos carros novos;
■estimular os fabricantes a melhorarem o desempenho em segurança de seus veículos à venda na região da América Latina e do Caribe;
■ incentivar os governos da América Latina e do Caribe a aplicarem as regulamentações exigidas pelas Nações Unidas quanto aos testes de colisão para os veículos de passageiros.


Para analisar com mais detalhes os testes de impacto
LatinNCAP

Comentário: ESTATÍSTICA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO NO MUNDO
a) na China, as mortes chegaram a 70.000, para uma frota de 53.990.000 veículos, um total de 1.296 mortes para cada um milhão de veículos;

b) na Índia, em 2009, havia uma população de 1.144.734.000 e uma frota de veículos de mais de 121 milhões, apresentando um índice de mortes de 135.000, 1.109 mortes por cada 1 milhão de veículos, ficando atrás apenas da China. Porém, cabe notar que seus números são de 2009 (enquanto os da China são de 2010).

c) na Rússia foram 26.600 mortes, para uma frota de 38.010.000 veículos, ou seja, 699 mortes para cada 1 milhão de veículos;

d) já o Brasil, que tinha em 2010 uma frota de 64.817.974 veículos e registrou 42.844 mortes, no mesmo período, teve 661 mortes para cada 1 milhão de veículos.

e) nos Estados Unidos, o número de mortes foi de 32.885, 134 mortes para cada 1 milhão de veículos;

f) o trânsito europeu matou 31.030 pessoas, ou seja, 113 para cada 1 milhão de veículos;

g) o Japão é, dentre esses países, o que ostenta o menor número de mortes no trânsito: 4.863 mortes, em uma frota de 75.420.000 veículos, 64 mortes para cada 1 milhão de veículos.

Comparando-se os EUA, a Europa e o Brasil, nosso país é o que mais mata, registrando uma morte a cada 12 minutos em 2010, enquanto na Europa e Estados Unidos uma morte ocorreu a cada 16.9 minutos e 16 minutos (respectivamente).

Nos Estados Unidos, em 2010, a população de 308.745.538 habitantes fazia uso de uma frota de 244.970.000 veículos, quase 794.000 mil veículos para cada 1 milhão de habitantes.

A Europa tinha uma população estimada de 501,79 milhões em 2010 e contava com uma frota de mais de 273 milhões de veículos, entre veículos de passageiros e de transporte, cerca de 544.000 para cada 1 milhão de habitantes.

O Brasil, no trânsito, é o 4º país mais violento do mundo. Portanto, mesmo alterando o critério do anúncio dessas mortes, não há como deixar de enfatizar que estamos diante de uma tragédia de proporções hecatômbicas. De outro lado, enquanto no Brasil esse número cresce 4% ano, na Europa acontece exatamente ao contrário (5% menos, a cada ano).

Não estamos percorrendo o caminho correto da prevenção, que passa pela Educação, Engenharia, Fiscalização, Primeiros socorros e Punição. Fonte: Instituto Avante Brasil

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terça-feira, maio 14, 2013

Incêndio em prédio residencial em Campo Grande

Um incêndio ocorreu por volta das 3h da madrugada de domingo, 02 de outubro de 2011, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul,   no apartamento 904, do Edifício Leonardo da Vinci, que fica na Rua Amazonas, bairro Monte Castelo.

CAUSA
As reais causas do incêndio ainda serão investigadas, mas de acordo com os profissionais do CB, o fogo teria começado na cozinha do apartamento e depois se espalhado principalmente para a sala, resultando assim nesses dois cômodos mais atingidos pelas chamas.

COMBATE AO FOGO
Foram necessários mais de 3 mil litros de água para conter as chamas. 12 viaturas do CB estiveram no local e cerca de 30 profissionais trabalharam na ocorrência.

VÍTIMA FATAL
O  publicitário GSDL, 24 anos, morreu horas depois de ser socorrido a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois transportado para a Santa Casa
“O rapaz teria inalado muita fumaça, e essa provavelmente foi a causa do óbito dele”, disse o 1º Tentente do CB, Reginaldo de Moraes.
Ainda segundo as informações do CB, o jovem, que era portador de necessidades especiais, morava num apartamento próximo ao local do incêndio (provavelmente no 10º andar).
 “Quatro pessoas estavam no apartamento 904, mas não sofreram queimaduras. Conseguimos chegar rapidamente até elas”, comentou o tenente-coronel de Paula, chefe do departamento de relações públicas da corporação.

VÍTIMAS
Segundo informações obtidas na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da capital, outras pessoas foram encaminhadas para a Santa Casa de Campo Grande por causa de inalação de fumaça.
São moradores próximos ao apartamento 904, os defensores  públicos  FJSB e a esposa, KSSB.
Ainda segundo informações do delegado plantonista da Depac, uma criança, que não teve a idade revelada, também estaria interna por ter inalado grande quantidade de fumaça.

INTERNAMENTO NO HOSPITAL
Teve morte cerebral na segunda-feira , 3 de outubro,  a defensora pública KSSB, de 37 anos,  no hospital particular Miguel Couto, por causa de inalação de fumaça.
O marido de KSSB, continua internado no Miguel Couto e seu estado de saúde é delicado. O filho do casal, JM, um menino de seis anos estava internado na Santa Casa de Campo Grande e recebeu alta médica do CTI (Centro de Tratamento Intensivo).  
Outro morador que ainda está internado é o servidor do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) EBS, que está na Clínica Campo Grande.

IMPORTÂNCIA DE UM PREPARO DOS MORADORES PARA ESCAPAR DE UM INCÊNDIO.
Para o tenente-coronel De Paula, a fatalidade registrada nesta madrugada serve de alerta para que os moradores tenham informações básicas de como agir em casos como esse. “Alguns procedimentos simples podem ser muito importantes na hora do desespero e podem salvar vidas, como usar equipamentos para conter as chamas”.
Ainda como exemplo, De Paula lembrou que, em todo o andar dos edifícios, existe porta corta-fogo  conter incêndio e fumaça. Mas durante o incêndio, provavelmente esta porta ficou aberta por muito tempo e a fumaça se espalhou por outros andares do prédio.

O PRÉDIO FOI NOTIFICADO POR IRREGULARIDADE
O edifício Leonardo da Vinci foi notificado pelo Corpo de Bombeiros no mês passado por deixar abertas as portas corta-fogo.
A informação é do chefe do departamento de relações públicas, Tenente Coronel De Paula. “Ainda no mês passado notificamos o edifício por deixar as portas corta-fogo abertas. Elas devem ficar fechadas exatamente para evitar que fumaça e calor em um possível incêndio se alastrem, como aconteceu no domingo”, disse.
 “Todo prédio, ao ser construído, tem que ter o PPCIP (Projeto de Prevenção Contra Incêndio e Pânico), elaborado pelo engenheiro ou arquiteto do prédio. Após isso, o Corpo de Bombeiros analisa o projeto e aprova se estiver tudo certo. Depois de construído, o prédio passa por nova vistoria dos Bombeiros para ver se o que estava no projeto foi executado. Somente assim o prédio consegue o habite-se da prefeitura”, esclarece De Paula.

AS PORTAS CORTA-FOGO DEVEM FICAR FECHADAS
“No prédio todas essas normas tinham sido seguidas, as portas corta-fogo que estavam sempre abertas e é imprescindível que fiquem sempre fechadas. É preciso lembrar que as pessoas não têm se preocupado com a prevenção de incêndio ao comprar os apartamentos, isso é grave”, diz o tenente coronel.
 “A antecâmara e escada de fuga de incêndio são lugares que devem ficar sempre isolados, esquecidos nos prédios e lembrados apenas nas ocasiões devidas. Muitos moradores usam o lugar para colocar lixo, por exemplo, o que é errado”, finaliza.

RESPONSABILIDADE PELO INCÊNDIO
Os donos do apartamento 904  podem responder pela morte da defensora pública  KSSB e do publicitário GSDL.
Segundo o que foi levantado pela perícia técnica, um fogão esquecido aceso foi a causa do incêndio. Basta agora ser divulgado quem deixou o aparelho doméstico ligado. Esta pessoa poderá responder por duplo homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.
A proprietária do apartamento revelou que no dia do incêndio preparou um risoto para o jantar e depois a família foi prestigiar uma peça de teatro.  
No momento do incêndio a esposa, marido e uma menina dormiam, enquanto que o filho do casal, estava no apartamento da namorada que fica no mesmo prédio.

Há informações de que por volta das 0h30 o filho do casal o 904 chegou com a namorada, pararam no apartamento dele e depois seguiram para o dela no 13º andar cerca de meia hora depois. Por volta das 2h alguém o avisou que o apartamento da família dele parecia estar incendiando. Neste momento o rapaz desceu até o nono andar e se deparou já com muita fumaça.

LAUDO PERICIAL
O laudo pericial constatou que o calor irradiado do forno do fogão causou o incêndio no apartamento.
O  fogão estava embutido em um armário planejado, muito perto da madeira. “A distância era de 5 a 10 centímetros, quando o mínimo necessário é de 40 a 60 centímetros do modulado”, esclareceu o perito Antônio César Moreira de Oliveira.
 “A preocupação é com este tipo de móvel e como as pessoas estão instalando o fogão em casa. Nós visitamos o apartamento ao lado e nele havia o mesmo projeto para a cozinha. É um perigo, uma bomba-relógio dentro de casa”, alerta o perito.
 “É preciso seguir as normas de instalação do produto, conforme o manual de instruções. Além do móvel, tinha um tapete à frente do fogão. O calor irradiado atingiu a temperatura de ignição dele e do móvel, provocando o incêndio. Para se ter uma idéia do calor gerado pelo forno, uma panela de alumínio estava dentro e foi derretida, o que só acontece quando a temperatura atinge cerca de 600 graus”, explicou o perito Almicar de Serra e Silva Netto.

DINÂMICA  DO FOGO
De acordo com a polícia, o casal saiu para um evento por volta das 18h e retornou ao apartamento por volta das 23h. Os peritos calculam que o forno pode ter sido ligado por volta de 0h30 e o incêndio percebido pelo filho do casa, JG,  por volta de 2h12, quando ele retornou do apartamento da namorada, no 13° andar.

Ele teria percebido a fumaça da sacada daquele andar e desceu de elevador até o andar dos pais para avisá-los. Ao chegar, tentou entrar pela área de serviço, mas ela já estava incendiada. De acordo com as imagens internas do edifício analisadas, ele teria entrado pela porta social do apartamento. Após abrir a porta, mais oxigênio entrou no apartamento e aumentou o incêndio. Ele conseguiu avisar o pai, que ficou com a filha na suíte. Ele e a mãe ficaram na sacada do apartamento espertando pelos bombeiros.
Com o sensor de incêndio, o elevador do prédio teria travado, o que dificultou o resgate de GSDL, que usava cadeira de rodas.

INDICIADOS
Apesar da conclusão do laudo da perícia, o inquérito policial ainda não terminou. “Precisávamos desse resultado para confrontar informações com a família que morava no apartamento. Eles alegaram, por exemplo, não terem deixado nada ligado no fogão”, disse o delegado Miguel Said.

Com isso, há várias possibilidades de indiciamentos a partir dos laudos, como o fabricante do móvel planejado, o projetista do móvel, caso se constate um erro de projeto ou quem teria esquecido o forno ligado. “É leviano dizer agora quem será indiciado, temos que comprovar as culpabilidades e individualizá-las”, explicou Said. (Atualizada às 15h44 para correção de informações).

POLÍCIA INDICIA ESTUDANTE POR DUPLO HOMICÍDIO E CONCLUI INQUÉRITO
Segundo o delegado Miguel Said, responsável pelas investigações, após serem feitas inúmeras oitivas e diligências aliadas ao trabalho pericial, ‘a hipótese mais provável e os indícios são de que uma pessoa esqueceu ligado o botão do forno do fogão, fato constatado por peritos, que ainda encontraram resquícios de comida e uma altíssima temperatura, capaz de derreter a lâmpada interna da máquina.

“É um caso complexo, com duas mortes, que precisou de muita investigação para que fosse formado o juízo de convicção. Com a conclusão do inquérito policial, já encaminhado ao poder Judiciário, foi indiciado o estudante JG, 22 anos.  A Justiça irão decidir a pena, que poderá ser de detenção de um a três anos ou até mesmo revertida em multa ou outra punição, de acordo com o entendimento do juiz”, explica o delegado.

RELEMBRANDO O FATO
 Horas antes, a família, composta por um casal,  a filha portadora de necessidades especiais e o estudante estavam na casa. O jovem saiu com a namorada e a mãe foi preparar o jantar, servido para o marido e a menina na cozinha.

Após a refeição, eles saíram para ir ao teatro, por volta das 20h30, fato confirmado pelo circuito de filmagem do prédio, segundo as investigações da 1ª Delegacia de Polícia. A família teria retornado por volta das 0h, sendo que todos foram dormir. Quarenta minutos depois chega o jovem. A namorada dele mora no 13° andar do mesmo prédio.

Em depoimento, ele alegou que subiu direto para a residência da moça. Porém, as câmeras mostram que ele parou no seu andar e ela teria subido para o 13°. Foi um intervalo de dez minutos onde posteriormente ele alegou que ocorreu porque decidiu trocar de roupa e também aproveitou para tomar água.

A análise da filmagem realmente o mostrou subindo o elevador com outra roupa, de bermuda e camiseta. Porém, é neste momento que a polícia constatou que possivelmente o estudante teria colocado a comida no forno, principalmente porque a perícia localizou um recipiente no local.

JG, na casa da namorada, uma hora e vinte minutos depois de ter saído do seu andar, sentiu o cheiro da fumaça. E, de acordo com a polícia, foi neste momento que saiu pela sacada e viu a fumaça saindo do seu andar. "Quando ele desceu, as imagens mostram o Hall de entrada cheio de fumaça. Ele então chamou os pais, que já estavam acordados. JG foi com a mãe para a sacada e a irmã mais nova seguiu para o banheiro da suíte com o pai. Eles ficaram no local até a chegada do Corpo de Bombeiros”, garante o delegado.

A partir daí, o pânico se instalou no local. As portas corta-fogo,  ficaram abertas para  passagem dos moradores e com isso a fumaça espalhou mais rapidamente.
Fontes: MidiaMax- período de 02 de outubro a 23 de novembro de 2011

Comentário: Nos EUA, a cozinha lidera a principal causa de incêndio
■ Em 2011, os Corpos de Bombeiros dos EUA atenderam 370.000 incêndios residenciais. Esses incêndios causaram 13.910 feridos, 2.520 mortes e U$ 6,9 bilhões em danos patrimoniais.       
■ 92% de todas as mortes de ocorreram em residências.
■ Cozinha é a principal causa de incêndios em estrutura e  lesões em residência. A cozinha é a principal fonte de origem de incêndios em residências (42%) e  lesões de fogo (37%).
■ Apenas 4% dos incêndios residenciais começaram na sala de jantar, sala de estar ou escritório; esses incêndios causaram 24% das mortes .
■ Sete por cento dos incêndios residenciais atendidos  começaram no quarto. Esses incêndios causaram 25% das mortes, 20% das lesões e 14% dos danos patrimoniais.
■ O cigarro  a principal causa de mortes em incêndios residenciais..
■ Os principais incêndios ocorreram no  período das 17 h a 20 h.
■ Quase dois terços (67%) das mortes ocorreram em residências sem alarmes de fumaça ou alarmes apresentaram defeitos.
■ A maioria dos incêndios morreu uma ou duas pessoas.
■ Em 2011, 12 incêndios mataram cinco ou mais pessoas. Esses 12 incêndios resultaram na morte de 67 pessoas. Fonte: NFPA

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