Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, fevereiro 27, 2018

Fator Humano: Emergência

O alarme se ativa, mas ninguém faz nada: por que até os melhores sistemas de proteção da vida precisam ser parte de um plano de resposta que leve em conta o comportamento humano.

Faz alguns anos estava num aeroporto importante dos Estados Unidos quando um alarme de incêndio se ativou. Eu tinha passado pela segurança e avançava num conector (área de espera) entre terminais quando o alarme tocou – uma série de bips, seguidos de uma mensagem de voz gravada que anunciava, “HÁ UMA EMERGÊNCIA DE INCÊNDIO NO EDIFÍCIO POR FAVOR, DIRIJAM-SE A SAÍDA MAIS PRÓXIMA.” Minha primeira reação foi parar, escutar o aviso gravado e procurar uma saída, embora admita ter buscado uma saída que não implicasse passar de novo pela segurança, no caso de ser um falso alarme. Não vi uma saída imediatamente, então avancei até o terminal mais próximo e comecei a procurar uma porta de saída.

Como era de esperar, aparentemente eu era o único fazendo isso. Encontrei uma porta de saída de emergência, mas antes de me dirigir para lá (tentando decidir se queria arriscar algumas interações interessantes com a segurança do aeroporto se eu passasse por ela), notei que no terminal os strobos (lâmpada que fica piscando bastante rápida ) e os alto-falantes não estavam ativados. Meu treinamento como profissional da segurança começou a surtir efeito e algumas coisas ficaram logo óbvias. O terminal não estava separado do conector (área de espera)por uma barreira contra incêndio. O terminal pertencia a uma zona diferente do sistema de notificação. Não havia mensagens de alerta nas zonas adjacentes. E as pessoas que trabalhavam na área, incluindo os empregados das linhas aéreas, os contratados e a segurança, não pareciam responder ao alarme.

AUSÊNCIA DE PREOCUPAÇÃO
Nesse momento a curiosidade ganhou. Esperei no terminal (com uma saída na porta de embarque atrás de mim), perto do conector (área de espera) onde podia ver e ouvir o alarme, e fiquei observando. Algumas pessoas olharam para os strobos, mas, além disso, ninguém parecia ter um comportamento fora do normal. Isso ocorria tanto com o público como com os empregados do aeroporto. Muitas pessoas ainda passavam pela área do conector (área de espera)onde os alarmes estavam ativados, parando apenas para consultar os painéis de vôos. Mesmo os carregadores que levavam os passageiros em cadeiras de rodas continuavam a circular. Isso continuou por 10 ou 15 minutos, até que os alarmes pararam sem nenhum aviso.

Essa reação, ou sua ausência, era preocupante, não tanto em relação ao público, cuja falta de reação era de esperar, mas pela forma como evidenciava o comportamento do pessoal do aeroporto. Sempre otimista, pensei que o os empregados do aeroporto tinham esse comportamento porque tinham informação sobre a causa de ativação do alarme que o público não tinha. Ficava ainda um pouco de tempo antes de meu vôo – uma demora de uma hora que poderia chegar até duas horas – então decidi fazer algumas perguntas.

A primeira parada foi no balcão de informação situado no meio do conector (área de espera)onde os alarmes se tinham ativado. O encarregado desconsiderou logo o evento como sendo um falso alarme. Quando perguntei como sabia que era falso, ele já tinha a resposta. “Isso acontece às vezes, e ninguém faz nada,” ele me disse. Perguntei como poderia saber se havia um incêndio real e ele respondeu, “suponho que receberia uma chamada...”

FALSOS ALARMES
A próxima parada foi na minha porta de embarque. Decidi verificar com a encarregada da porta se ela tinha ouvido algo sobre a origem do alarme. Ela disse que não, mas mencionou que eles tinham falsos alarmes varias vezes por semana, incluindo uma aproximadamente às seis da manhã no mesmo dia. Perguntei especificamente acerca dos carregadores, para ver se tinham recebido alguma informação sobre a natureza do alarme antes de empurrar pessoas com mobilidade reduzida através da área do “incêndio”. Ela me disse que os alarmes eram tão freqüentes que os carregadores os ignoravam a não ser que recebessem uma chamada de radio para dizer que era uma emergência real.

Eu pensei logo em duas perguntas mais:
■ se os empregados não respondem a um alarme sem uma notificação manual por outros meios, qual é o propósito do sistema de notificação?
■ E quem ligaria pelo telefone ou pelo radio para todos os empregados? Eu não fiz as perguntas.

NÃO É UMA OCORRÊNCIA ISOLADA
Imagino que a maioria dos leitores teve pelo menos uma experiência similar com um alarme de incêndio num local público. Durante os anos que seguiram esse evento, passei pela mesma situação em dois aeroportos importantes dos Estados Unidos. Em ambos os casos, as respostas do público e dos empregados foram idênticas e os comentários do pessoal do aeroporto foram similares. Em outra ocasião, estava num restaurante com membros de um comitê técnico da NFPA quando um alarme se ativou. Fomos os únicos a abandonar a mesa e enquanto esperávamos fora víamos as pessoas que continuavam a entrar no edifício quando os veículos dos bombeiros estavam chegando.

DEFICIÊNCIA DOS PLANOS DE RESPOSTA DE EMERGÊNCIA
Felizmente, todas essas experiências foram relativamente benignas. A preocupação é que elas demonstram uma fraqueza dos planos de resposta de emergência, problemas que poderiam ter efeitos devastadores. Os empregados têm tarefas de manutenção, mas se eles não respondem a uma emergência ou respondem de forma inadequada, o plano de resposta fracassa.

Um exemplo trágico desse tipo de situação foi o incêndio ocorrido no supermercado YcuaBolanos no Paraguay em 2004. esse incidente, um incêndio iniciado acima da praça de alimentação do supermercado se propagou rapidamente por todas as instalações. As deficiências das características construtivas do supermercado e da capacidade das saídas limitaram a possibilidade de saída dos clientes, deixando aproximadamente 400 mortos e 360 feridos. Além de haver vários aspetos nas instalações que não estavam em conformidade com os códigos, as ações do pessoal de segurança que tinha fechado as portas para prevenir os furtos aumentaram provavelmente o número de mortes dificultando ainda mais a saída.

ALARMES DE INCÊNDIO E OS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO DE EMERGÊNCIA COMO SISTEMAS ESSENCIAIS PARA A SEGURANÇA HUMANA
Contamos com os alarmes de incêndio e os sistemas de comunicação de emergência como sistemas essenciais para a segurança humana em locais de reunião de público, mas quão efetivos são? Sem um plano de resposta bem executado que leve em conta o comportamento humano, até a melhor solução tecnológica vai falhar.

O que você faria se ouvisse um alarme de incêndio? A resposta depende do lugar onde se encontre? Muitos lugares de trabalho organizam exercícios regulares para garantir que os empregados saibam como responder a um alarme de incêndio. Em casa, você deveria ter um plano de escape preparado e estar pronto para responder quando o alarme de fumaça se ativa.

Mas o que acontece num espaço público? Sua resposta será diferente? Deveria ser diferente? A necessidade de validação é um rasgo de comportamento reconhecido. A maioria das pessoas, quando se depara com um indicador de situação anormal como um sinal de alarme, busca uma confirmação para validar a percepção inicial antes de agir. Num aeroporto ou numa loja varejista, as pessoas procurariam provavelmente uma validação por parte de um empregado ou de um agente da segurança, assumindo que eles têm informação adicional disponível. A inibição social diminui a probabilidade que uma pessoa responda à indicação inicial; numa multidão, poucos querem tomar a iniciativa.

Para orientações sobre como levar em conta esses fatores no planejamento de emergência, os gerentes das instalações e os profissionais da segurança podem consultar a Seção 4.8 do NFPA 101®, Código de Proteção da Vida, que descreve os elementos de um plano de ação de emergência, incluindo os procedimentos para notificações de emergência e resposta dos ocupantes e do pessoal às emergências. Os efeitos sociais e de comportamento subjacentes são descritos em detalhe no Manual de Engenharia de Proteção contra Incêndios, publicado pela Sociedade de Engenheiros de Proteção Contra Incêndios.

A resposta do público a esses incidentes era esperar, considerando que os empregados não ofereceram nenhuma validação. Infelizmente, a resposta dos empregados era também compreensível dada a freqüência dos falsos alarmes e a necessidade de evitar os transtornos nas operações dos aeroportos. Quando as pessoas estão expostas a falsos alarmes freqüentes, elas se acostumam a ignorá-los.

A lição subjacente aqui para os projetistas de sistemas de proteção da vida e gerentes das instalações é reconhecer as respostas inscritas no comportamento normal e tentar acomodá-las no projeto dos sistemas de segurança.

Os elementos essenciais a considerar incluem:
■ Os falsos alarmes fortalecem os comportamentos errados. A maioria das pessoas tem mais experiência com os falsos alarmes que com as verdadeiras emergências, então a hipótese é que cada alarme é falso a não ser que se prove o contrário. Isso promove a inação contra a ação, a não ser que haja outro sistema de gerenciamento que promova a ação.
■ Sempre que possível, os testes e a manutenção dos alarmes de incêndio em instalações públicas deveriam ser planejados para evitar a geração de alarmes para o público. Quando for necessário ativar os alarmes em situações que não são de emergência, a ativação deveria ser acompanhada de uma notificação clara antes do alarme e de um “all clear” depois.
■ A tecnologia mais moderna e melhor não é suficiente por si só. As soluções de detecção aplicadas de forma adequada podem ser usadas para reduzir a freqüência dos falsos alarmes e as abordagens especializadas de notificação incluindo seqüências de alarmes positivos podem reduzir ainda mais as notificações acidentais ao público. Contudo, esses sistemas somente serão efetivos se forem executados no âmbito de um plano de resposta de emergência que leve em conta o comportamento humano.
■ Os empregados são essenciais para influenciar o comportamento do público.
O público tem tendência a procurar a validação de sinais ambíguos e até não tão ambíguos. Se os empregados não responderem de forma adequada, o público provavelmente fará o mesmo. Os empregados, incluindo contratados e inquilinos, devem ter papeis definidos claramente e o gerente das instalações deve responsabilizá-los no desempenho de seus papeis.

OS INCÊNDIOS NÃO SÃO AS ÚNICAS EMERGÊNCIAS.
As áreas de reunião de público devem considerar uma variedade de ameaças, incluindo atiradores ativos, ameaças de bomba e condições climáticas extremas, entre outras. A resposta desejada, tanto dos empregados como do público, pode ser diferente para cada emergência. Uma maior consciência em relação aos tiroteios em massa obrigou a evacuar vários terminais no Aeroporto Internacional de Los Angeles em agosto 2016 e a estação de New York Penn em abril 2017 devido aos fortes estrondos que foram percebidos como disparos. Algumas instalações, incluindo os aeroportos, têm preocupações de segurança e operacionais – incluindo a busca de armas, o controle da admissão, a prevenção dos furtos nas lojas e outros – isso pode criar importantes desafios logísticos durante uma evacuação. Os empregados e socorristas deveriam ser treinados para responder de forma adequada em cada situação.

Até o melhor sistema de segurança vai fracassar se as pessoas tiverem sido condicionadas para responder de forma inadequada ou para não responder. Considerando o comportamento humano no projeto dos sistemas de segurança, podemos ajudar a garantir que os sistemas de alarme de incêndio e de comunicações de emergência não sejam meras caixas na parede que não oferecem nada senão um falso sentimento de segurança. Fonte: Journal Latinoamericano – Janeiro 30, 2018 - Thomas Scherpa é consultor de segurança contra incêndio na DuPont em Sullivan, New Hampsihire.

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quinta-feira, fevereiro 22, 2018

Perda auditiva: outro perigo no trabalho com gasolina

Existe a possibilidade de perda auditiva dos frentistas de postos de combustíveis, segundo pesquisa publicada na revista "Audiology - Communication Research". O prejuízo está relacionado à evaporação da gasolina.
Áreas de alta concentração de vapores de solventes têm sido objeto de estudos pela possibilidade de provocar surdez (ototoxicidade). Pesquisas relacionadas à baixa exposição a solventes, como é o caso dos frentistas, entretanto, são restritas, assinalam Fernanda Zuchi e colaboradores do Departamento de Fonoaudiologia da USP/Bauru (SP) e do Departamento de Estatística da UNESP/Botucatu (SP).

Na revista "Audiology - Communication Research", os autores referem que constituintes solúveis da gasolina são compostos tóxicos para o ambiente e no ser humano atuam como depressores do sistema nervoso central por toxicidade crônica.
Estudando o perfil auditivo de frentistas de postos de gasolina através de exames de audiometria e pesquisa do reflexo acústico, os autores encontraram nos resultados dos exames ação prejudicial dos combustíveis no sistema auditivo.

Os autores consideram relevante a inclusão dessa categoria profissional em programas de prevenção de perda auditiva.
Acrescentam que a categoria profissional dos frentistas deve ser submetida a avaliação auditiva periódica, pois ela permanece à margem do reconhecimento da necessidade de prevenção das alterações observadas no sistema auditivo e que são induzidas por solventes. Fonte: Folha de São Paulo - 13/01/2018  


Comentário:

Os postos de combustíveis de todo o país têm obrigações com relação à saúde do frentista devido à possibilidade de exposição ao benzeno, substância presente na gasolina.

■ Os trabalhadores que exerçam suas atividades com risco de exposição ocupacional ao benzeno devem realizar, com frequência mínima semestral, hemograma completo com contagem de plaquetas e reticulócitos. Os resultados dos hemogramas devem ser organizados sob a forma de séries históricas, de fácil compreensão, com vistas a facilitar a detecção precoce de alterações hematológicas. Ao final do contrato de trabalho, a série histórica dos hemogramas deve ser entregue ao trabalhador;
■ Os postos devem exigir das empresas contratadas para prestação de serviços de manutenção técnica a apresentação dos procedimentos operacionais, que informem os riscos da exposição ao benzeno e as medidas de prevenção necessárias;
■ Nas situações em que a medição de tanques tiver que ser realizada com régua, é obrigatória a utilização dos EPIs;
■ É proibido utilizar flanela, estopa e tecidos similares para a contenção de respingos e extravasamentos;
■ Para a limpeza de superfícies contaminadas com combustíveis líquidos contendo benzeno, será admitido apenas o uso de tolhas de papel absorvente, desde que o trabalhador esteja utilizando luvas impermeáveis apropriadas;
■ Os testes de combustíveis líquidos contendo benzeno devem ser realizados em local ventilado e afastado das outras áreas de trabalho, do local de tomada de refeições e de vestiários;
■ As análises em ambientes fechados devem ser realizadas sob sistema de exaustão localizada ou em capela com exaustão;
■ Os postos devem dispor de área exclusiva para armazenamento de amostras coletadas de combustíveis líquidos contendo benzeno, dotada de ventilação e temperatura adequadas, e afastada de outras áreas de trabalho, dos locais de tomada de refeições e de vestiários;
■ Os postos devem manter sinalização, em local visível, na altura das bombas de abastecimento de combustíveis líquidos contendo benzeno, indicando os riscos dessa substância, nas dimensões de 20 x 14 cm com a informação: “A GASOLINA CONTÉM BENZENO, SUBSTÂNCIA CANCERÍGENA. RISCO À SAÚDE.
■ A higienização dos uniformes será feita pelo empregador com frequência mínima semanal. Neste caso, o empregador pode contratar os serviços de lavanderia ou comprar uma máquina de lavar e instalar no posto para lavagem dos uniformes dos funcionários.

ATENÇÃO:
No uso de EPI, a máscara é de face inteira, com filtro para vapores orgânicos e fator de proteção não inferior a 100, assim como equipamentos de proteção para a pele.

Quando é preciso usar o EPI:
Os trabalhadores que fazem conferência de gasolina no caminhão-tanque; coletam amostra-testemunha com amostrador específico; fazem medição volumétrica de tanque subterrâneo com régua; descarregamento de combustíveis para tanques subterrâneos; desconexão dos mangotes e retirada do conteúdo residual; análises físico-químicas para o controle de qualidade dos produtos comercializados; limpeza de válvulas, bombas e seus compartimentos de contenção de vazamentos; esgotamento e limpeza de caixas separadoras; limpeza de caixas de passagem e canaletas; aferição de bombas de abastecimento; manutenção operacional de bombas; manutenção e reforma do sistema de abastecimento subterrâneo de combustível.

NÃO PRECISA USAR EPI:
Abastecimento de combustíveis e em recipientes certificados; e estacionamento do caminhão, aterramento e conexão via mangotes aos tanques subterrâneos não se exige o uso de EPI.
Fonte: Revista Combustíveis & Conveniência

PORTARIA N.º 1.109, DE 20 DE SETEMBRO DE 2016
(DOU de 22/09/2016 - Seção 1)
Aprova o Anexo 2 - Exposição Ocupacional ao Benzeno em Postos Revendedores de Combustíveis - PRC - da Norma Regulamentadora n.º 9 - Programa de Prevenção de Riscos 

Link: PORTARIA N.º 1.109  

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segunda-feira, fevereiro 12, 2018

Trabalhador com epilepsia: Segurança no ambiente de trabalho

Alguns ambientes de trabalho representam muitos riscos possíveis para pessoas com epilepsia, enquanto outros podem não ser adequados para alguém com convulsões. Ao olhar para a segurança no local de trabalho, uma série de fatores devem ser considerados, tais como:

O tipo de trabalho - Alguns empregos podem representar maiores riscos ou não ser corretos para uma pessoa com convulsões. Isso envolve dirigir, trabalhar em torno de máquinas perigosas, voar?

Riscos no meio ambiente - O trabalho requer escalada? A área é segura se uma pessoa tenha uma convulsão?

Horário de trabalho - Alguns horários de trabalho podem aumentar a probabilidade de alguém ter uma convulsão, como mudança frequente de turnos ou  trabalhos noturnos, resultando em privação de sono.

Disponibilidade de primeiros socorros - As pessoas estão disponíveis para ajudar se a pessoa precisar ou trabalha sozinho? As pessoas sabem como prestar ajuda adequada?

Atitudes e comportamentos dos empregadores e dos empregados - Quais são as atitudes e reações das pessoas no local de trabalho? Eles são solidários e compreensivos?

Necessidade de divulgação sobre convulsões - O empregador precisa saber sobre suas convulsões? Se as convulsões são bem controladas e não afetam a capacidade de fazer o trabalho, as pessoas devem pensar cuidadosamente sobre a divulgação de informações sobre epilepsia ou qualquer condição de saúde.

ACOMODAÇÃO- LOCAL DE TRABALHO
A maioria dos empregos pode ser mais segura com algumas mudanças e, em muitos casos, os empregadores são obrigados por lei a fazer ajustes razoáveis. Esses ajustes ou "acomodações" são mudanças no trabalho, no meio ambiente ou outros apoios que permitirão à pessoa realizar o trabalho e são "razoáveis" para o empregador fazer.

Discutir o potencial risco de segurança com o empregador é o primeiro passo antes que os ajustes nas responsabilidades ou no ambiente do trabalho possam ser feitos. Por exemplo:
■Um funcionário sem crise recente obteve aprovação do chefe para usar carro da empresa em vez de usar um carro de aluguel enquanto viaja a trabalho.
■ Uma funcionária  de escritório com crises parciais complexas que causam perda de orientação  usa uma folha de sinalização para que os colegas de trabalho não estejam preocupados quando ela estiver da área de trabalho ou  para o almoço ou recados relacionados ao trabalho.
Indivíduos que obtêm o controle total de convulsões com medicamentos antiepilépticos não precisam de planos de segurança no trabalho. Certos empregos, como motorista de ônibus escolar ou neurocirurgião, são muito arriscados para as pessoas cujas crises não estão totalmente controladas. Esses empregos colocam a pessoa com convulsões e outras em risco.

CONVULSÕES E TIPO DE ACOMODAÇÃO NO LOCAL DE TRABALHO
Algumas mudanças no local de trabalho podem ser feitas com muita facilidade. Por exemplo;
■ Um contador com convulsões parciais complexas ocasionais que causam quedas pediu para trabalhar em um escritório com carpetes para amortecer a queda se ocorrer uma convulsão.
■ Um engenheiro com convulsões parciais complexas raras que causam desorientações  solicitou um escritório longe das escadas.
Alguns trabalhos que apresentam riscos para pessoas com convulsões podem ser mais seguros com dispositivos de segurança ou outros ajustes.
■ Um funcionário que recentemente começou apresentar um quadro de convulsões *tônico‑clônicas* trabalhava como limpador de piscinas há anos e gostava de seu trabalho. Depois que as crises iniciaram, ele começou a usar colete salva-vidas para prevenir   afogamento se a crise ocorresse enquanto estivesse perto da piscina.
■ Uma funcionária, que sofreu crises parciais complexas após um acidente automobilístico, sempre quis trabalhar em balcão de frios. Ela  pediu aos colegas de trabalho para não usar o cortador de carne e usava luvas de borracha ao fazer sanduíches para evitar cortes graves nas mãos.
■ Dispositivos de segurança como capacetes e cintos podem ser usados para pessoas que trabalham em alturas e dispositivos de bloqueio automático ou protetores de segurança para pessoas que trabalham em volta de máquinas.

DICAS GERAIS DE SEGURANÇA
■ Use o elevador em vez de escadas.
■ Trabalho que exige subir ou descer, limitar a altura (escadaria em geral, escada manual, escada industrial, etc.)  que poderiam causar ferimentos, se ocorrer uma crise.
■ Se as convulsões não são controladas, fale com seu médico sobre como as convulsões devem ser tratadas no trabalho.
■ Desenvolva um plano para primeiros socorros com seu empregador e envolva colegas de trabalho relevantes (que podem estar presentes quando ocorrerem as convulsões). Certifique-se de que este plano inclua atendimento de emergência, se necessário.
Criar um ambiente de trabalho seguro para as pessoas com ataques incontroláveis,  que requerem dos colegas de trabalho e empregadores  os ajustes necessários de segurança. Existem empregadores e colegas de trabalho amigáveis com a epilepsia. Fonte: Epilepsy Foundation - Steven C. Schachter, MD, Patricia O. Shafer, RN, MN, Joseph I. Sirven, MD, on Wednesday, October 23, 2013

Nota explicativa
Convulsões tônico-clônicas estão associadas à perda súbita da consciência. O quadro dura poucos minutos. Na fase tônica, todos os músculos dos braços, pernas e tronco ficam endurecidos, contraídos e estendidos e a face adquire coloração azulada. Em seguida, a pessoa entra na fase clônica e começa a sofrer contrações rítmicas, repetitivas e incontroláveis. Em ambas as situações, a saliva pode ser abundante e ficar espumosa. Mordida pelos dentes, a língua pode sangrar. Dr Drauzio Varella


Comentário:
Trabalhador sofre ataque epilético e morre ao cair de trator no Piauí
Um trabalhador identificado como Odaildo de Rosa Rodrigues, de 31 anos, morreu nesse domingo (31 de Janeiro de 2016) após sofrer um ataque epilético e cair do trator na zona rural de Jatobá do Piauí, Norte do Piauí. Segundo o agente Francisco Alcantra, da Polícia Civil de Campo Maior, na queda a vítima bateu com a cabeça no veículo, vindo a óbito no local.
"Ele estava sozinho quando passou mal com a máquina em movimento e teve ter se contorcido até morrer, por volta das 14h desse domingo. Acreditamos que a vítima também bateu com a cabeça ao cair do veículo, porque a região estava suja de sangue. Com o incidente, o trator saiu desgovernado e só parou ao bater em algumas árvores", informou. A polícia só soube do caso às 18h e enviou uma equipe até o local. O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado e removeu o corpo para Teresina. Fonte: G1 Piauí - 1/02/2016
 

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