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sexta-feira, fevereiro 24, 2023

O USO DE ELEVADORES POR BOMBEIROS

O uso de elevadores durante um incêndio exige o estabelecimento de procedimentos de operação específicos.

A logística da operação de combate a incêndio fica drasticamente facilitada quando os bombeiros utilizam os elevadores, de forma segura, para ter acesso aos andares mais altos de um edifício. Infelizmente, os elevadores geralmente param de funcionar ou funcionam de forma errática durante um incêndio, podendo deixar os bombeiros presos entre andares, em uma grave situação de risco.

Quando um elevador pára em um andar tomado pelo fogo, os bombeiros que estiverem dentro dele poderão ser expostos a um risco considerável. Por essa razão, alguns corpos de bombeiros proíbem o uso de elevadores em incêndios em prédios altos, ao passo que outros estabelecem regras para o seu uso como parte dos procedimentos de operação padrão (POPs). Ao preparar os procedimentos para elevadores, lembre-se dos seguintes fatores:

•Nunca use um elevador se não estiver convencido de que é seguro, e não use elevadores em incêndios nos pavimentos mais baixos.

•Um POP deve sempre especificar o pavimento a partir de qual um elevador pode ser utilizado.

•Nunca vá diretamente para o pavimento do incêndio. Sempre desça no mínimo dois pavimentos abaixo dele.

•Se disponíveis, utilize as portas corta-fogo e os elevadores de poços duplos (split-bank).

•A operação dos elevadores deve ser controlada exclusivamente pelos bombeiros.

•Controle todos os elevadores, quando houver mais de um.

•Nunca superlote os elevadores e sempre utilize EPIs, inclusive com equipamentos de respiração autônomos.

Ao utilizar um elevador, os bombeiros devem sempre portar ferramentas para arrombamento e devem pará-lo periodicamente para garantir que o equipamento responde aos controles. Devem também examinar os andares para verificar se há fumaça, fogo ou vítimas e para familiarizarem‑se com a distribuição física do andar.

Podemos aprender muito sobre elevadores durante o planejamento pré-incidente. Por exemplo, alguns prédios são divididos em zonas de incêndio ao passo que outros, como hospitais, deveriam ser construídos com separações à prova de fogo. Essas separações são importantes quando estivermos controlando o alastramento das chamas e fumaça e protegendo a exposição interna.

Em um hospital, por exemplo, é melhor deslocar os pacientes até uma zona protegida localizada no mesmo piso do que utilizar um elevador para tentar evacuar pacientes confinados ao leito. Se for necessário utilizar um elevador para deslocar os bombeiros ou evacuar vítimas, é mais seguro utilizarmos os elevadores separados do local de incêndio por duas ou mais portas corta‑fogo.

Além disso, alguns halls de elevadores assemelham-se a escadas à prova de fumaça. Não estão conectadas diretamente ao prédio principal, mas separadas por um espaço vazio. É geralmente seguro utilizar elevadores do tipo split-bank se o Comandante de Operações tiver certeza que o poço do elevador termina abaixo do andar do incêndio. Todas essas informações devem estar incluídas nos planos pré-incidente do corpo de bombeiros.

O Comandante de Operações deve realizar uma análise de risco x benefício antes de permitir que os bombeiros utilizem um elevador. Algumas questões a serem avaliadas são a altura e configuração do edifício, os equipamentos automáticos de extinção de incêndio e o risco de vida potencial. Os POPs dos elevadores devem estar sempre atualizados e todos os bombeiros devem estar plenamente familiarizados com os mesmos. Esses procedimentos devem também incluir métodos alternativos para transportar equipamentos até o andar do incêndio quando os elevadores não puderem ser usados.

Mito: Nunca use elevadores em um prédio em chamas.

Fato: Permitir ou não que os bombeiros utilizem elevadores durante um incêndio depende de vários fatores e faz parte da análise de risco x benefício feita pelo Comandante da Operação.

Fonte: Este artigo foi adaptado do livro Structural Fire Fighting, disponível pela NFPA através do site www.nfpa.org ou pelo fone (11) 3846-7194. O objetivo desse livro é preparar o oficial para assumir o controle das operações em incêndios estruturais, utilizando os recursos disponíveis de forma segura e eficiente.

NFPA Journal - Setembro/Novembro de 2001. Por Ben Klaene e Russ Sanders. Russ Senders serviu no Corpo de Bombeiros de Louisville, no estado americano de Kentucky por 29 anos, sendo que nos últimos nove anos ocupou o cargo de Comandante. 

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domingo, fevereiro 19, 2023

TRABALHADORES FICAM GRAVEMENTE FERIDOS EM EXPLOSÃO NO SILO DA JBS DE XANXERÊ


Na tarde de quarta-feira (2/11/2022)), por volta das 17h, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atendimento de ocorrência de explosão na fábrica de ração JBS Foods, localizada na rua José Alencar, no bairro Vista Alegre, em Xanxerê, próxima ao Cemitério Municipal.

VÍTIMAS

No local, duas vítimas foram socorridas em estado grave em decorrência de queimaduras, sendo necessário intervenção médica da equipe do Samu.

As vítimas eram trabalhadores que realizavam manutenção (solda em estruturas metálicas) no momento do acidente, no interior do espaço. Oito bombeiros atuaram na cena e houve necessidade de apagar pequenos focos de incêndio em virtude da pirólise de alguns materiais.

MORTES

Leandro faleceu na manhã de quinta-feira,(03/11) no hospital. Ele teve 90% do corpo queimado.

Na noite de quinta-feira, dia 3, o segundo trabalhador, Bruno,  faleceu. Ele estava internado em estado grave no Hospital Regional São Paulo (HRSP), de Xanxerê, com diversas queimaduras pelo corpo.

CAUSA DA EXPLOSÃO

De acordo com os bombeiros, por ser um galpão de armazenamento de produtos cujos insumos contém quantidades significativas de farelo de grãos, a poeira gerada em sua movimentação (seja no transporte, processamento ou armazenagem) tende a gerar uma atmosfera saturada com partículas que, por se tratar de material orgânico e com grande superfície de contato, aumenta consideravelmente sua capacidade explosiva, ainda mais se tratando de um espaço confinado, onde há pouca ventilação.

O contato desse pó com uma fonte de ignição, chama da máquina de solda, por exemplo, é a principal probabilidade da causa do sinistro. Como houve comprometimento da estrutura, o local foi isolado para posterior averiguação. Fonte: TudoSobreXanxere-02/11/2022  

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sexta-feira, fevereiro 10, 2023

O PROBLEMA POUCO CONHECIDO DO PLÁSTICO BIODEGRADÁVEL

O plástico descartável está presente em quase todos os aspectos da nossa vida: desde o copo de café que você compra para beber a caminho do trabalho ao canudo para tomar água de coco – sem contar nas fibras dos lenços umedecidos e nos fragmentos de glitter da maquiagem.


Das 6,3 bilhões de toneladas de plástico que jogamos fora desde o início da produção em massa do material na década de 1950, apenas 600 milhões de toneladas foram recicladas – e 4,9 bilhões de toneladas foram enviadas para aterros sanitários ou descartadas no meio ambiente.

Embora a conscientização sobre o impacto negativo que o plástico pode ter no meio ambiente tenha aumentado nos últimos anos, só agora alternativas ecológicas estão ganhando força.

À medida que a proibição de sacolas plásticas descartáveis se espalha pelo mundo, novos materiais se tornam cada vez mais importantes. Mas será que eles são tão bons quanto dizem?

Os plásticos biodegradáveis estão se tornando um substituto popular, uma vez que os consumidores exigem cada vez mais alternativas ecológicas.

Em vez de levar centenas de anos para se decompor – atributo pelo qual o plástico era valorizado quando começamos a usá-lo – o plástico biodegradável pode ser decomposto por micróbios e convertidos em biomassa, água e dióxido de carbono (ou na ausência de oxigênio, metano, em vez de CO2).

Uma parte deles é compostável, o que significa que não apenas é decomposto por micróbios, como também pode ser transformado – juntamente com alimentos e outros resíduos orgânicos – em adubo.

No entanto, somente uma pequena parte desses plásticos é apta à compostagem doméstica; portanto, quando o rótulo diz “compostável” geralmente significa compostagem industrial. Ou seja, aquele copo de café que você comprou com o logotipo de biodegradável não vai se decompor muito rapidamente, se é que vai se decompor, na pilha de compostos orgânicos da sua casa, mas certamente vai se decompor dentro do equipamento industrial apropriado.

Há um padrão europeu para embalagens compostáveis: EN 13432. A certificação prevê que a embalagem se decomponha em condições de compostagem industrial em 12 semanas, deixando não mais de 10% do material original em fragmentos maiores que 2mm, sem prejudicar o solo por meio de metais pesados ou deteriorando sua estrutura.

A maioria dos plásticos biodegradáveis e compostáveis são bioplásticos, feitos de plantas, em vez de combustíveis fósseis. Dependendo do uso, há muitas opções para escolher.

A professora de biotecnologia Izabela Radecka, da Universidade de Wolverhampton, no Reino Unido, e seus colegas estão produzindo um tipo de bioplástico chamado polihidroxialcanoatos (PHAs). Ou melhor, estão fazendo com que micróbios produzam este material para eles.

"Quando estão sob estresse, esses micróbios produzem grânulos dentro das células, e esses grânulos são biopolímeros", explica.

"Quando você os extrai da célula, eles apresentam propriedades semelhantes às dos plásticos sintéticos, mas são totalmente biodegradáveis."

A princípio, Radecka oferecia óleo de cozinha usado aos micróbios para produzir PHAs, mas nos últimos anos começou a investigar como resíduos plásticos, como o poliestireno, podem ser transformados em um novo tipo de plástico biodegradável.

Segundo ela, é preferível usar este método, uma vez que poupa as plantas que podem ser usadas como alimento e, ao mesmo tempo, utiliza os resíduos plásticos.

Atualmente, os PHAs representam cerca de 5% dos plásticos biodegradáveis no mundo. Cerca de metade dos plásticos biodegradáveis são feitos a partir de misturas de amido. E o ácido polilático (PLA), normalmente usado em copos e tampas de copo de café, corresponde a um quarto.

Mas, embora a maioria desses bioplásticos demande compostagem industrial para ser decomposto após ser descartado, estamos longe de garantir que isso aconteça.

Dado o histórico da humanidade, faz sentido se perguntar o que acontece se eles forem parar onde não deveriam.

O PROBLEMA DOS RÓTULOS

Para testar como os diferentes tipos de sacolas plásticas se saem em ambientes distintos, Imogen Napper, da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, coletou sacolas com várias indicações de biodegradabilidade e colocou em três ambientes naturais diferentes durante um período de três anos: enterradas no solo, na água do mar, e penduradas ao ar livre.

Ela testou sacolas rotuladas como biodegradáveis, compostáveis e oxibiodegradáveis, assim como sacolas convencionais de polietileno de alta densidade (HDPE). (A Comissão Europeia recomendou recentemente a proibição de plásticos oxibiodegradáveis, devido ao receio de que se decomponham em microplásticos.)

No experimento de Napper, a sacola rotulada como "compostável" (que afirmava estar em conformidade com a norma EN 13432) desapareceu completamente dentro de três meses quando foi deixada na água do mar. No solo, permaneceu intacta por dois anos, mas se desintegrou quando os pesquisadores encheram ela de compras.

O restante das sacolas – incluindo a rotulada como “biodegradável” – ainda estava presente tanto no solo, quanto na água do mar após três anos. E podiam ser usadas até para carregar compras.

Depois de nove meses ao ar livre, todas as sacolas haviam se desintegrado ou estavam começando a se desfazer – sobretudo, se decompondo em microplásticos.

Isso acontece porque a luz do sol ajuda a degradar o plástico por meio de um processo chamado foto-oxidação, no qual o plástico se torna desgastado e quebradiço, e acaba se fragmentando, em vez de decompor seus compostos orgânicos.

"Na verdade, isso não significa que estão se decompondo em carbono e hidrogênio, quer dizer apenas que estão se tornando pedaços menores", explica Napper.

"O que poderíamos dizer que é mais problemático, uma vez que é impossível de limpar – é como tentar pegar m&ms com pauzinhos."

É claro que até mesmo a sacola compostável testada no experimento de Napper não foi desenvolvida para se decompor no mar ou no solo.

Quando os plásticos se decompõem no mar, eles se tornam microplásticos, o que Napper argumenta ser mais problemático

Mas, segundo ela, o fato de que precisam ser compostadas industrialmente não vem explicado adequadamente nas sacolas. E isso faz com que os consumidores fiquem tentando adivinhar as propriedades das mesmas e, mais importante, o que devem fazer com elas após o uso.

"As pessoas precisam estar cientes de que colocar para reciclagem, tentar fazer a compostagem ou jogar na lixeira de resíduos em geral não necessariamente levará aos resultados que estão sendo anunciados", diz Napper.

Uma empresa que investiga como seus próprios produtos se decompõem em um ambiente marinho é a Novamont, que produz o Mater-Bi – plástico à base de amido usado nas sacolas compostáveis lançadas pela rede de supermercados Co-op no ano passado.

Um relatório da companhia – realizado em parceria com a Hydra, instituto de pesquisa marinha alemão, e a Universidade de Siena, na Itália – mostrou que o produto se biodegrada totalmente na água do mar em uma escala de tempo de quatro meses a um ano, sem deixar resíduos tóxicos.

Mas Francesco Delgi Inoccenti, responsável pela qualidade ecológica dos produtos da Novamont, diz que a empresa não tem planos de anunciar esse tipo de atributo ao comercializar plástico, porque não quer incentivar a produção de lixo.

Em vez disso, os testes funcionam como uma apólice de seguro, caso seus produtos acabem em algum lugar onde não deveriam.

"Não será uma alegação comercial, porque as pessoas podem realmente entender mal o significado disso", diz ele.

Embora plásticos finos compostáveis, como sacolas plásticas, possam se decompor no oceano, é esperado que o PLA mais espesso e robusto – usado para fazer copos descartáveis, canudos e outras embalagens de alimentos – aja como o plástico tradicional na água do mar, e simplesmente não se decomponha.

Então será que as empresas estão adotando plásticos biodegradáveis que pdem não se decompor no mar como uma jogada de marketing, o chamado greenwashing?

Não necessariamente. Esses plásticos podem não resolver o problema da poluição dos oceanos, mas são adequados para enfrentar outra questão ambiental importante: o desperdício de alimentos.

LIMPANDO NOSSAS AÇÕES

A área em que os plásticos compostáveis têm maior potencial de impacto é na indústria de alimentação. De copos a embalagens de sanduíches e recipientes para levar comida para viagem, colocar alimentos em plásticos compostáveis significa – em um mundo ideal, pelo menos – que o plástico e qualquer resto de comida grudado nele podem ser compostados juntos.

É uma vitória tripla: reduz a quantidade de plástico enviado aos aterros sanitários, impede que a reciclagem seja contaminada com alimentos e, ao mesmo tempo, garante que os alimentos desperdiçados sejam devolvidos ao solo, e não deixados para apodrecer nos aterros sanitários, onde vão liberar metano.

David Newman, diretor da Associação das Indústrias Biodegradáveis e de Base Biológica (BBIA), acredita que idealmente tudo – desde saquinhos de chá a etiquetas de frutas e sachês de condimentos – deveria ser compostável por lei, de modo que cada vez mais as sobras de alimentos e o plástico que os acompanha possam ser processados ao mesmo tempo.

Ao reduzir a quantidade de plástico convencional que contamina o descarte de alimentos, podemos pelo menos garantir que parte da comida jogada fora seja por fim usada como adubo, em vez de acabar em aterros sanitários ou sendo incinerada.

Há ainda outros usos para os plásticos biodegradáveis.

Tradicionalmente, os agricultores usam um filme plástico, à base de polietileno, conhecido como “mulching”, para cobrir o solo das lavouras, impedindo o crescimento de ervas daninhas e economizando água – cerca da metade desse plástico acaba em aterros sanitários após ser usado.

Mas desde 2018, um novo padrão europeu de biodegradabilidade para essas coberturas prevê que os agricultores podem ter acesso a um plástico que não precisa ser removido após a colheita, uma vez que vai se decompor e não danificará o solo.

A indústria também está começando a usar biolubrificantes para manter maquinários funcionando, em vez de produtos à base de combustíveis fósseis.

"Cada vez mais, eles são de origem vegetal", diz Newman.

“Se vazar, e todos os óleos de máquina em algum momento acabam vazando, não vai danificar o meio ambiente.”

Mas, embora o “mulching” e os óleos sejam capazes de se decompor no meio ambiente, sabemos que a maioria das embalagens de alimentos não pode. Como garantir então que as embalagens compostáveis sejam de fato compostadas?

DESMISTIFICANDO O PROCESSO

Primeiro, precisamos resolver o problema de imagem do plástico.

Newman acredita que a mensagem não deveria ser: “Vamos acabar com a poluição por plástico usando plástico compostável”. E, sim: “Vamos ajudar a melhorar a qualidade do solo de maneira sustentável no longo prazo usando plástico compostável”.

"Ah, por falar nisso, podemos reduzir algumas embalagens de plástico também”, acrescenta.

Ele admite, no entanto, que a indústria precisa desmistificar como os consumidores devem lidar com os plásticos compostáveis para que dê certo.

Um sistema de rótulos mais claro, semelhante ao modo como a reciclagem é sinalizada nas embalagens de alimentos, está em andamento, mas levará alguns anos para ser implementado, segundo ele.

"Enquanto isso, é claro que uma grande quantidade de plástico compostável vai ser incinerada, e muito plástico convencional vai acabar parando em usinas de compostagem. É assim que vai ser nos próximos dois ou três anos."

Atualmente, o sistema de resíduos do Reino Unido não está preparado para lidar com compostagens, pelo menos a nível doméstico.

Embora existam instalações de compostagem capazes de processar talheres, copos e outros utensílios compostáveis, as autoridades locais não costumam coletar esses itens; então, os consumidores ficam sem opção a não ser descartá-los no lixo comum, que vai para os aterros sanitários ou é incinerado.

Algumas autoridades locais aceitam sacos de lixo para compostagem se foram usados para coletar restos de comida, mas em algumas usinas essas sacolas são removidas dos resíduos de alimentos antes de serem compostadas.

Se descobrirmos como processar adequadamente esses resíduos, os plásticos compostáveis podem ajudar também na reciclagem do plástico convencional.

Ao separar os restos de alimentos e as embalagens compostáveis associadas a eles, o lixo para reciclagem é mantido longe de borras de café e saquinhos de chá, por exemplo, evitando o risco de contaminação.

"Quando você mistura a comida com todo o resto, como acontece hoje no Reino Unido, tudo fica difícil de reciclar", diz Newman.

O progresso feito por países como a Itália – que proibiu a distribuição de sacolas plásticas não biodegradáveis, e onde as mesmas podem ser recicladas como parte da ampla coleta de resíduos de alimentos – mostra que há possíveis soluções à vista.

“Se o descarte de alimentos é feito corretamente, como ocorre em vários países, todo o resto se torna mais fácil de reciclar”, explica Newman.

O desafio é colocar todas as peças do quebra-cabeça no lugar.  Fonte: BBC Future - 9 outubro 2020

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quinta-feira, fevereiro 02, 2023

OS PERIGOS DA CÁPSULA RADIOATIVA PERDIDA NA AUSTRÁLIA

Pequena cápsula de cerca de 8 milímetros desaparecida numa estrada de 1.400 km contém césio-137, a mesma substância que provocou o maior desastre radioativo do Brasil, em 1987, em Goiânia.

A mineradora internacional Rio Tinto e os serviços de emergência da Austrália Ocidental talvez nunca vão encontrar uma pequena cápsula radioativa que se perdeu, possivelmente quando era transportada de um local de minério de ferro em Pilbara para Perth, no início de janeiro, na Austrália. No domingo (29/01) a empresa se desculpou pelo desaparecimento .

A cápsula tem aproximadamente o tamanho de uma borracha de lápis, e pode estar em qualquer lugar de um trecho de 1.400 quilômetros. Pode até ter se alojado no pneu de um carro e agora estar a muitos quilômetros de distância.

As autoridades alertam: se alguém encontrá-la deve manter distância e imediatamente acionar os serviços de emergência, devido ao perigo.

POR QUE A CÁPSULA É RADIOATIVA?

Imagem ilustra tamanho de cápsula radioativa perdida na Austrália, comparando-a com uma moeda

A cápsula de prata de seis milímetros por oito milímetros contém césio-137, material radioativo que emite raios gama, radiação ionizante muito perigosa, que pode penetrar profundamente no corpo. O césio-137 foi o responsável pela maior tragédia radioativa do Brasil, em 1987, em Goiânia. Muitos anos depois, quem teve contato com a substância ainda vive as consequências.

Os raios gama são o tipo mais energético e perigoso de radiação ionizante, que pode retirar elétrons dos átomos de organismos vivos, danificando células e DNA. A quantidade de radiação que a cápsula emite é de 19 gigabecquerels, o equivalente a cerca de dez raios-X por hora.

Esse tipo de cápsula é comumente usada na indústria de mineração em medidores de densidade de minérios de ferro, fundamentais para executar operações de mineração com mais eficiência: a radiação vinda do medidor é absorvida pelo material proporcionalmente à sua densidade.

COMO A CÁPSULA FOI PERDIDA?

Especialistas supõem que a cápsula radioativa esteja perdida em algum ponto de um trecho de estrada de 1.400 quilômetros

A cápsula radioativa provavelmente caiu do caminhão que a transportava ao longo de um trecho de 1.400 quilômetros de estrada da mina Gudai-Darri da Rio Tinto, ao norte de Newman, na região de Pilbara, até Perth.

O desaparecimento foi percebido numa inspeção em 25 de janeiro. A cápsula fora vista pela última vez em 12 de janeiro.

As autoridades acreditam que as vibrações do caminhão soltaram parafusos e porcas, fazendo a cápsula radioativa do medidor cair e escorregar por uma fresta no caminhão.

QUÃO PERIGOSA É A CÁPSULA?

O risco para o público em geral é "relativamente baixo", afimema as autoridades. Mas, caso alguém veja algo parecido ao longo da estrada, não deve tocar. Em vez disso, deve se afastar imediatamente, avisar as autoridades e não ficar a menos de cinco metros da cápsula.

Embora a cápsula de prata seja muito pequena, devido à radiação gama que emite pode representar alguns riscos graves para a saúde, dependendo da proximidade e da duração da exposição. Em geral, quanto mais próxima se está de uma fonte de radiação, maior a dose que se recebe e maior o risco de efeitos nocivos.

Felizmente, a cápsula "não pode ser usada como arma", de acordo com um comunicado da Western Australia Health.

QUAIS SÃO OS RISCOS PARA A SAÚDE?

A exposição à cápsula pode causar queimaduras ou síndrome aguda de radiação. Queimaduras de radiação podem se apresentar como vermelhidão ou irritação na pele (como uma queimadura solar), mas também causar bolhas ou sintomas piores, em casos mais graves.

Doença de radiação ou síndrome aguda de radiação (ARS, na sigla em inglês) é causada pela exposição a altos níveis de radiação ionizante, como os raios gama.

Os sintomas variam dependendo da dose e da duração da exposição, incluindo náusea, vômito, diarreia, fadiga, irritação da pele e diminuição do número de glóbulos brancos, o que pode enfraquecer o sistema imunológico. Em casos mais graves, pode levar à falência de órgãos e até a morte.

A exposição prolongada aos raios gama pode aumentar o risco de certos tipos de câncer, como de tireoide ou leucemia.

COMO ESTÁ SENDO REALIZADA A BUSCA?

O ponto positivo é que as equipes de busca têm os dados do GPS do caminhão, então sabem exatamente onde procurar a cápsula. O ponto negativo é que o trecho tem 1.400 quilômetros.

Encontrar uma cápsula de oito milímetros num perímetro tão grande parece quase impossível. Ainda assim, as autoridades do oeste da Austrália tentam resgatá-la, dirigindo lentamente com detectores de radiação ao longo da  estarda Great Northern, de acordo com um alerta emitido pelo Departamento de Bombeiros e Serviços de Emergência (DFES).

O QUE É CÉSIO-137?

O césio-137 é um isótopo radioativo do elemento químico césio. Os isótopos têm o mesmo número de prótons, mas um número de nêutrons em seu núcleo diferente daquele do elemento original.

O isótopo radioativo encontrado na cápsula é um subproduto muito comum da divisão de elementos mais pesados como o urânio, durante a fissão nuclear, que é o princípio de funcionamento dos reatores nucleares. Também é usado nas radioterapias para tratamento de câncer.

O césio-137 tem uma meia-vida de cerca de 30 anos, ou seja: após esse prazo, metade do isótopo terá se desintegrado, liberando sobretudo radiação gama no processo.

ENCONTRADA CÁPSULA RADIOATIVA PERDIDA NA AUSTRÁLIA

 Pequena cápsula de cerca de 8 milímetros contendo césio-137 foi localizada em área remota do estado da Austrália Ocidental. "Foi como achar uma agulha no palheiro", comemoram autoridades.

Após dias de busca, a cápsula radioativa desaparecida na Austrália foi encontrada, informou o Ministério dos Serviços de Emergência na quarta-feira (01/02).

Uma equipe de mais de 100 pessoas participou da busca ao longo de um trajeto de 1.400 quilômetros.

De acordo com as autoridades, um equipamento de detecção portátil foi usado para encontrar a cápsula, que estava localizada a cerca de 2 metros do acostamento de uma estrada deserta a sul da cidade de Newman.

"Quando você considera o escopo da área de busca, localizar este objeto foi um desafio monumental, a equipe literalmente encontrou uma agulha no palheiro", disse Stephen Dawson, Ministro dos Serviços de Emergência da Austrália Ocidental. "Acho que os cidadãos da Austrália Ocidental poderão dormir melhor esta noite", completou.

Uma zona de exclusão de 20 metros foi criada ao redor da cápsula enquanto os membros da força de defesa a verificavam por meio de um número de série.

A cápsula deve ser colocada em um recipiente de chumbo e armazenada em segurança na cidade de Newman, aproximadamente 1.200 quilômetros a noroeste de Perth, para onde deve ser levada apenas na quinta-feira.

COMO A CÁPSULA FOI PERDIDA?

A cápsula radioativa provavelmente caiu do caminhão que a transportava ao longo de um trecho de 1.400 quilômetros de estrada da mina Gudai-Darri da Rio Tinto, ao norte de Newman, na região de Pilbara, até Perth.

O desaparecimento foi percebido numa inspeção em 25 de janeiro. A cápsula fora vista pela última vez em 12 de janeiro.

As autoridades acreditam que as vibrações do caminhão soltaram parafusos e porcas, fazendo a cápsula radioativa do medidor cair e escorregar por uma fresta no veículo.

POR QUE A CÁPSULA É RADIOATIVA?

A cápsula de prata de seis milímetros por oito milímetros contém césio-137, material radioativo que emite raios gama, radiação ionizante muito perigosa, que pode penetrar profundamente no corpo.

Os raios gama são o tipo mais energético e perigoso de radiação ionizante, que pode retirar elétrons dos átomos de organismos vivos, danificando células e DNA. A quantidade de radiação que a cápsula emite é de 19 gigabecquerels, o equivalente a cerca de dez raios-X por hora.

Esse tipo de cápsula é comumente usado na indústria de mineração em medidores de densidade de minérios de ferro, fundamentais para executar operações de mineração com mais eficiência: a radiação vinda do medidor é absorvida pelo material proporcionalmente à sua densidade. Fontes: Deutsche Welle – 31.01.2031; 01.02.2023

Comentário: Césio 137: o mais grave acidente radioativo do Brasil

O césio-137 foi o responsável pela maior tragédia radioativa do Brasil, em 1987, em Goiânia. Muitos anos depois, quem teve contato com a substância ainda vive as consequências.

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