Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quarta-feira, dezembro 28, 2011

Acidente na plataforma da Petrobras no Rio Grande do Norte deixa um morto

Um acidente na Plataforma Ubarana 3 (PUB-3) da Petrobrás, em alto mar, na área de Guamaré (165 km de Natal), Rio Grande do Norte, na tarde de segunda-feira, 16 h 30min, 26 de dezembro, provocou uma vitima fatal e dois feridos.

O ACIDENTE
O acidente ocorreu durante o transbordo da embarcação para a plataforma, quando, segundo informações, o guindaste de transbordo, após manobra brusca, teria se chocado com os alojamentos e balançado o cesto, com isso, alguns trabalhadores que estavam dentro do equipamento caíram de uma altura aproximada de seis metros.

VÍTIMAS:
Três vítimas, sendo uma fatal o técnico de segurança ADL, e dois feridos o mecânico FWV e o técnico de operação PLSN.
ADL permaneceu em atendimento médico na enfermaria da PUB-2, devido seu estado grave, com a necessidade de estabilizá-lo para poder desembarcar e ser atendido em hospital. Mas era muito grave e faleceu antes, às 20h40, com suspeita de fratura interna, hemorragia e parada cardíaca.
O mecânico FWV conseguiu segurar em um corrimão e sofreu apenas escoriações leves, o técnico de Operação PLSN fraturou o fêmur e o tornozelo.

EMERGÊNCIA/ATENDIMENTO
Os feridos foram atendidos na enfermaria da PUB-3 e depois transferidos para mais atendimentos na plataforma Ubarana 2 (PUB-2). Após os primeiros procedimentos, os dois feridos desembarcaram para acompanhamento em Natal. O técnico de segurança ADL, não resistiu aos ferimentos, morreu por volta das 20h40 ainda na plataforma.

FALHA NO ATENDIMENTO
Segundo parente de uma das vítimas, o socorro chegou por volta das 19h30.
Segundo Sindipetro-RN, faltaram helicópteros e atendimento adequado para os trabalhadores acidentados.

CESTO DE TRANSBORDO
Segundo o sindicato uma empresa do porte da Petrobras não poderia usar tecnologia tão frágil, como esta que acidentou três trabalhadores.

INVESTIGAÇÃO
Uma comissão técnica da empresa já foi instituída para apurar as causas do acidente e deve se pronunciar nas próximas semanas. "A Polícia Civil e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foram comunicadas oficialmente sobre a ocorrência”, informou a Petrobras, garantindo que a empresa "está prestando toda a assistência à família do empregado e dos outros dois trabalhadores."

Fontes:UOL Notícias, Tribuna do Norte e Nominuto - 27 de dezembro de 2011

Comentário:
Como toda grande empresa a Petrobras tem seu portfólio do Meio Ambiente e Segurança. do tipo Taylor-Made. É o portfólio do imaginário e não do real. Chamo isso, de marketing do botox, é o marketing da simulação, o importante não é o que as coisas são, e sim o que parecem ser ou procuram transmitir para que os outros pensem que sejam um produto de alta qualidade, atuação responsável, etc
O que diz o código de ética da empresa que está no site:
“ O respeito à vida em todas as suas formas, manifestações e situações é o principio ético fundamental e norteia o cuidado com a qualidade de vida, a saúde, o meio ambiente e a segurança no Sistema Petrobras.
Se levarmos ao pé da letra esse item do código, a empresa deveria buscar na tecnologia de segurança, o que há de inovação quanto a transferência de pessoal (embarque/desembarque). No mercado de tecnologia de ofshore há equipamentos de segurança inovadores em relação ao tradicional cesto de corda. O desastre é inerente a qualquer tipo de atividade, mas a empresa deve demonstrar aos trabalhadores sua preocupação quanto a sua proteção com equipamentos considerados mais seguros e confiáveis.
A transparência na gestão da empresa deve ser integral, incluindo a ética, a transparência e qualidade aos trabalhadores quanto à segurança.

RECOMENDAÇÕES PARA TRANSFERÊNCIA DE PESSOAL COM MAIS SEGURANÇA
Com base na análise dos dados de incidentes acessíveis os seguintes passos são recomendados como um meio para melhorar a segurança de Transferências de Pessoal para as Plataformas Marítimas

Foto - Cesto de corda – Acidente ocorreu com esse tipo de cesto – Preço – US$ 2.000,00

1. TREINAMENTO DE TRIPULAÇÕES E PASSAGEIROS
Operadores de guindaste e equipes devem ser adequadamente treinados para conduzir operações de transferência de pessoal. Fornecedores/fabricantes de equipamentos de transferência devem oferecer vídeos técnicos e treinamento no local de trabalho como planejamento e auxílio no treinamento.
Os Fornecedores/Fabricantes também devem oferecer treinamento em terra e plataforma offshore, especialmente em instalações com transferências regulares.

2. EQUIPAMENTO ESPECIALMENTE PROJETADO
Equipamento adequadamente projetado deve proteger os passageiros das quedas, s desembarques pesado, impactos e imersão.
Os novos equipamentos de transferência com estruturas rígidas são muito mais eficazes nesses objetivos. As estruturas rígidas têm vantagens importantes sobre uma cesta de corda, quando transportando uma maca, fornecendo proteção contra impactos laterais.

Foto-cesto com estrutura semi-rígida

3. PLANEJAMENTO PRÉ-OPERACIONAL
Antes de realizar qualquer operação de transferência de pessoal, planejamento e avaliação de risco sistemático devem ser realizados. Isso deve levar em conta as condições locais, tais como ventos, estado do mar, visibilidade, área de pouso, operador de guindaste e equipe de convés de sinalização. Os operadores devem tomar medidas adequadas para gerenciar os riscos onde eles são considerados altos. Recomenda-se que todas as operações de transferência estão devidamente registradas e assinadas por pessoas responsáveis. Isso também servirá como um registro muito útil de operações de transferência e ajudará na possível análise de operação.

4. GUINDASTE EQUIPAMENTO VERIFICA
Uma parte importante de garantir uma transferência segura é manter boas práticas de manutenção do guindaste. Recomenda-se também que as inspeções especiais e controles são efetuados antes das transferências de pessoal, uma vez que a conseqüência de qualquer falha pode ser muito grave.

Foto- Cápsula de segurança

5. CHECAR EQUIPAMENTOS DE TRANSFERÊNCIA
Inspecionar completamente todos os equipamentos de transferência e verificar corretamente o içamento antes de usá-lo. Isto deve ser realizado em conformidade com as diretrizes dos fabricantes.
A execução de qualquer um dos itens individuais acima deve resultar em uma melhoria na segurança. A execução de todas as recomendações deve resultar em uma grande melhoria. Fonte: Offshore Technology

Vídeo:
Cesto de corda com estrutura semi-rígida 

Vídeo:
Cesto de corda com transferência de pessoal pelo lado externo

Vídeo:
Cápsula de Segurança

Vídeo:
Cápsula de Segurança

Vídeo:
O que deu quase errado na transferência

Marcadores: , ,

posted by ACCA@9:29 PM

0 comments

segunda-feira, dezembro 26, 2011

Mulher embriagada cai na linha do trem na estação de Barnsley

Imagens da câmera de segurança liberada para chamar atenção dos perigos da embriaguês nas estações ferroviárias

Mulher cai no vão entre o trem e a plataforma da estação em Barnsley A polícia liberou o vídeo de uma mulher embriagada caindo sob os trilhos, como parte de uma campanha para alertar as pessoas sobre os perigos da embriaguês nas plataformas das estações.

As imagens da câmera de segurança, foram tiradas no início deste ano, mostram a mulher saindo de um trem na estação de Barnsley, em South Yorkshire, e imediatamente cambaleia e cai no vão entre o trem e a plataforma.

A polícia britânica de Transporte disse que a mulher foi retirada imediatamente dos trilhos e levado ao hospital com cortes e contusões. Os trens atrasaram 20 minutos.

"Esta mulher teve sorte, pois a queda provocou apenas lesões leves e, se não fosse a rapidez de outros passageiros que a ajudaram, poderíamos ter lidado com lesões potencialmente graves", disse o Inspetor Graham Bridges. "Entendemos que nesta época do ano, com as festas do final do ano se aproximando, as pessoas vão comemorar, consumindo muito bebida. Pedimos que as pessoas consumam bebidas de forma responsável."

A polícia nesse período de festas aumenta o efetivo policial para tranqüilizar o pessoal da ferroviária e os passageiros. Tradicionalmente, há aumento de pessoas usando trens e estações nesta época do ano.

Por favor, pode se divertir, mas é importante que você se lembre de se comportar adequadamente.

Fonte: The Guardian - 22 de dezembro de 2011

Vídeo:

Marcadores: ,

posted by ACCA@7:52 PM

0 comments

terça-feira, dezembro 20, 2011

Eletrobrás-conseqüências do incêndio - part.2

INTERRUPÇÃO DE NEGÓCIOS – CONSEQÜÊNCIAS DO INCÊNDIO
PREJUÍZOS DAS EMPRESAS LOCALIZADAS NO PRÉDIO


BANCO REAL
Os peritos do Banco Real informaram ainda que a agência do banco que fica no térreo acabou de passar por uma reforma, que custou R$ 1,5 milhão (US$ 536 mil). De acordo com eles, a agência, que não foi atingida pelo fogo, vai ter que ficar fechada, causando um prejuízo enorme para o banco, já que era a segunda maior agência em arrecadação no Rio.

SUL AMÉRICA NÃO PERDEU DADOS ELETRÔNICOS
A Sul América Capitalização (Sulacap) divulgou nota em que informa não ter perdido informações eletrônicas. A empresa informou também que possui uma apólice de seguros para cobertura dos prejuízos decorrentes do incêndio no prédio onde funciona a sede da empresa, no Centro. O grupo comunicou ainda que não havia nenhum funcionário da Sulacap no prédio na hora do incêndio, pois o expediente começa às 8h.
A empresa ocupava o 16o e o 19o andares no edifício. O 19o andar, onde funcionavam o call center e outras operações, foi atingido pelo fogo e todas as tarefas das unidades que ocupavam o andar estão sendo transferidas para outras instalações. O atendimento aos clientes, segundo a empresa, estará normalizado na segunda-feira (01/03). As informações eletrônicas, segundo a Sul América, ‘‘estão abrigadas em um centro de computação localizado em outro endereço’’. No comunicado, a companhia informa que ‘‘os imóveis, móveis e utensílios da Sul América Capitalização estão cobertos por uma apólice de seguro. Esclarece que todos os seus escritórios estão operando normalmente.

ELETROBRÁS DIZ TER RECUPERADO DADOS ESSENCIAIS
O presidente em exercício da Eletrobrás, José Drummond Saraiva, disse que todas as informações essenciais para o funcionamento da empresa foram recuperadas antes que o incêndio do prédio se alastrasse. A Eletrobrás é a holding que controla as empresas federais da área de energia elétrica.
"Todas as informações corporativas (referentes ao funcionamento da empresa) foram preservadas e todos os serviços já foram retomados, inclusive os financeiros", afirmou.
Segundo Saraiva, houve perdas de documentos, a maioria passível de recuperação, mas a empresa ainda não tem uma avaliação do que foi perdido. As ações da Eletrobrás chegaram a ficar em baixa de mais de 2% na Bovespa, mas fecharam com queda de apenas 0,52%.

ESTIMATIVA DO PREJUÍZO
O incêndio na sede da Eletrobrás deverá causar um prejuízo de R$ 2 a R$ 3 milhões (US$ 700 mil a US$ 1 milhão) para a estatal, que será coberto pelo seguro. Essas são as estimativas preliminares do presidente em exercício e diretor financeiro interino da companhia.. Além do seguro predial, com a Porto Seguro, no valor de R$ 23 milhões (US$ 8 milhões), a Eletrobrás tinha seguro próprio de até R$ 11,5 milhões (US$ 4 milhões),, com a Marítima Seguradora, para cobrir equipamentos no local. Cerca de 400 microcomputadores foram perdidos e, logo após o incêndio, todas as conexões (links) do servidor foram interrompidas, tendo sido retomadas 48 horas depois.

SEGURADORA VAI LIBERAR R$ 1 MILHÃO (US$ 360 MIL)
O seguro no valor de R$ 1 milhão (US$ 360 mil), referente ao mobiliário e às máquinas destruídas no incêndio, deverá ser entregue pela Seguradora à Eletrobrás..

ACERVO DA EMPRESA FOI DESTRUÍDO
Segundo o diretor-interino da Eletrobrás, o acervo Eletrobrás foi todo queimado. Apesar de admitir perda de informações importantes para a empresa, Saraiva explicou que grande parte dos documentos estava digitalizada na rede de computadores e foi salva quando o primeiro foco de incêndio foi apagado e a equipe de informática da estatal pôde entrar no prédio.

“Vamos contabilizar perdas nos nossos ativos de conhecimento, mas isso não afeta o funcionamento da empresa” explicou.

A Eletrobrás é a maior companhia do setor elétrico brasileiro e tem um valor de mercado (soma do preço de todas as ações) de R$ 18 bilhões. Segundo estimativas de analistas, o faturamento da estatal no ano passado deve ser de R$ 18 bilhões, com lucro líquido de R$ 2 bilhões,.
A empresa é uma holding, que controla as maiores geradoras de energia do país, que são Chesf, Furnas e Eletronorte. Além disso, a companhia controla a Eletronuclear, que administra as usinas nucleares de Angra 1 e 2.

ELETROBRÁS VAI ALUGAR ANDARES DE EDIFÍCIO ATINGIDO POR INCÊNDIO NO RIO
A Eletrobrás anunciou que a empresa não voltará a ocupar o Edifício Herm. Stoltz, atingido por incêndio. Segundo a empresa, o aluguel de alguns andares do prédio número 66 da Praia do Flamengo, no Rio, está sendo negociado.
"O objetivo é que a transferência dos empregados lotados no edifício Herm. Stoltz para essa área seja feita ainda no mês de março . A previsão da diretoria é de que a instalação definitiva da empresa, em nova sede, seja concluída em aproximadamente um ano", informa a empresa, em nota.

EXPEDIENTE SÓ DEVE VOLTAR AO NORMAL EM 10 DIAS
O expediente no edifício só será normalizado nos andares que não foram atingidos pelo incêndio em 10 dias. “Esperamos que o pagamento aos 950 funcionários seja feito segunda-feira, conforme acordo com os bancos do Brasil e Real”, disse o presidente em exercício da Eletrobrás e diretor de Projetos Especiais, José Drummond Saraiva.
Temporariamente, funcionários da Eletrobrás vão trabalhar em três endereços: em outro edifício da empresa, na Avenida Marechal Floriano; na sede da Eletronuclear, na Rua da Candelária, e no prédio de Furnas, em Botafogo.

Fontes: Folha de São Paulo, O Dia –RJ, JB Online, O Globo, no período de 26 de Fevereiro a 14 de Jhno de 2004 e relatório de Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro - Relatório do 1º Ten BM GUASTINI - Comandante do 1º Socorro do GOCG - Publicado em: 2004-03-10

Comentário:
Podemos indagar, por que motivo algumas empresas ocorrem desastres e outras não? Seria simplesmente fatalidade ou sucesso na definição clara de uma política de prevenção? De forma simplista, a diferença entre ganhar ou perder em um desastre é normalmente a presença ou ausência da capacidade de gerenciar a política de prevenção. As empresas que planejam a possibilidade de um desastre, que formulam estratégia para recuperação ou de funções críticas e que treinam os empregados para executarem essas estratégias geralmente sobrevivem a desastres.

Atualmente é comum, após um desastre, a empresa anuncia comunicado público, declarando que a empresa cumpre as normas de segurança. Mas cumprir a norma de segurança é a condição necessária e suficiente para fazer face ao desastre?

Mas que tipo de norma? Seria a norma para atender as condições ou requisitos técnicos para funcionamento da empresa? Ou através da implantação de uma política prevencionista, em que a norma é discutida sobre os aspectos estáticos (requisitos) e aspectos dinâmicos (peculiaridade do risco) onde a exigência de proteção ao risco, poderá estar acima da exigência da norma padrão, pois a discussão é feita sobre os fatores dinâmicos que envolvem os riscos (busca da qualidade de uma norma, que enquadra a proteção).

Os sistemas de informações são agora o componente básico de quase todas as organizações comerciais. Nestes sistemas existem interações entre as atividades e máquinas que passam despercebidos e são raramente analisadas. São as dependências de fluxos de informações contínuas de seus sistemas e as conseqüências para as empresas, se os computadores forem desligados por conseqüências de desastres.

As estatísticas mostram que;
■A empresa média perderá de 2 a 3% de suas vendas brutas dentro de oito dias de interrupção sustentada pelo computador
■A empresa média que experimenta uma interrupção do computador por mais de 10 dias nunca se recuperará totalmente. Cinqüenta por cento estará fora de atividade dentro de cinco anos.
■As chances de sobreviver a um desastre afetando o CPD são de menos de 7 em 100. As chances de experimentar esse desastre são de 1 em 100.
Fonte: Disaster recovery planning – Jon William Toigo

Na essência, quando uma empresa não tem um plano que foi testado para reagir e recuperar de um desastre, muito provável a empresa coloca em risco todos os seus outros planos e objetivos.

Marcadores:

posted by ACCA@9:44 PM

0 comments

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Incêndio no prédio da Eletrobrás - part.1

O fogo começou na quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2004, por volta das 4h30 da madrugada, na cidade de Rio de Janeiro. A brigada de incêndio do prédio tentou controlar o incêndio no 17o andar, mas os bombeiros foram acionados às 4 h 36 min e chegaram 16 minutos depois de receber o chamado. O primeiro foco foi logo controlado. Às 7h, uma explosão fez o fogo se propagar para os cinco andares superiores.

INICIO DO COMBATE AO INCÊNDIO NO 17O ANDAR PELOS BOMBEIROS
Os bombeiros encontraram o 17º andar com o seguinte cenário:
■O comandante deslocou-se, juntamente com alguns integrantes da guarnição para o 14º andar através de uma prumada de elevadores oposta à aquela na qual havia a fumaça não identificada. A guarnição utilizou a escada para acessar o 17º andar.
■A porta de acesso ao hall dos elevadores do 17o fechada, com fumaça saindo por suas aberturas inferiores e superiores. A porta foi arrombada e o comandante da guarnição constatou que o local estava completamente ocupado pela fumaça, somente sendo possível a penetração com o uso de aparelho de respiração autônoma.
■Foi necessário o arrombamento de mais 02 (duas) portas. O comandante separou a guarnição em grupos compostos por 03 (três) elementos, equipados com aparelhos de respiração autônoma em condições de uso imediato, para penetrar no local em busca do foco do incêndio
■A guarnição conseguiu, após alguns minutos, identificar o foco principal do incêndio e iniciou o combate ao fogo utilizando o sistema preventivo do prédio, através da caixa de incêndio do 18º andar.

COMBATE AO INCÊNDIO INICIAL
O comandante solicitou o reforço da viatura APM-06 (plataforma mecânica, a mais alta da corporação), único equipamento com altura suficiente para combater o incêndio externamente e bem como remessa para o local de mais cilindros de ar comprimido cheios para uso pela guarnição nos aparelhos de respiração autônoma

A viatura APM-06 foi posicionada na Av. Rio Branco com abastecimento através de uma Auto-Bomba que, por sua vez, seria abastecido por um hidrante de coluna.
Naquele momento, o incêndio no 17º andar estava sob controle com o foco identificado e sendo combatido.

REFORÇOS DE CILINDROS DE AR
Algum tempo depois chegaram ao local mais 10 (dez) cilindros de ar, os quais foram imediatamente empregados na operação. O comandante determinou que fossem trazidos para o local e qualquer cilindro disponível para que em nenhum momento houvesse falta de cilindros para as guarnições.

TEMPERATURA DO FOGO AUMENTA
O comandante e mais 03 (três) integrantes guarnição, equipados com aparelho de respiração autônoma, perceberam que o ambiente estava com temperatura muito mais elevada, porém com menos chamas, do que anteriormente. No interior do 17º andar os bombeiros se orientavam, desde o início, através do caminho estabelecido pela linha de combate (três mangueiras de 1 1/2” conectadas à caixa de incêndio do 18º andar), e por uma corda de prontidão estabelecida também com este objetivo.

Os bombeiros perceberam alguns ruídos, que deduziram serem de janelas quebrando e o forro do teto desmoronando. As condições de visibilidade eram extremamente precárias e os bombeiros foram surpreendidos por um fenômeno que, pelas características assemelhava-se a um “Flash Over”, o qual os forçou a se abaixarem e, como estavam com a visibilidade prejudicada, acabaram por se separar, tendo em vista que a mangueira foi arremessada e momentaneamente perderam o contato com a corda de prontidão (guia).
Por volta das 7 h 15 min, o comandante da guarnição informou ao Centro de Operações a real situação, solicitando reforços para o auxílio no combate, bem como a presença do Maj Diretor de Operações e executando também a evacuação das edificações próximas.

POSICIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS DE COMBATE AO FOGO NA PARTE EXTERNA DO PRÉDIO
O estabelecimento final da viatura APM-06 foi executado já com a presença do Maj BM Diretor de Operações. Foram estabelecidas;
■duas linhas de combate através da edificação localizada na Rua da Alfândega, em frente ao prédio em chamas, através de seu sistema preventivo e
■uma linha de combate através do prédio com paredes geminadas ao prédio em chamas, também através de seu sistema preventivo, com fachada para a Avenida Presidente Vargas, além do combate pelo interior da edificação sinistrada (16º Andar).

PROPAGAÇÃO DO FOGO – EXPLOSÕES INTENSIFICARAM O FOGO
Por volta das 7 h, houve um “flash over” explosão provocada pelo superaquecimento dos gases em combustão
Às 11h 10, o Corpo de Bombeiros anunciou que o fogo estava controlado, mas surgiram novos focos às 13 h 30 no 20º andar e às 15 h15 ocorreu uma nova explosão, dessa vez no 21º andar , galões de óleo diesel usados para abastecer geradores e o sistema de refrigeração provocaram ainda quatro explosões.

ÁREA ISOLADA
Trabalhadores de prédios vizinhos foram retirados do local e a energia na região foi cortada.
Cerca de 40 policiais militares do 13º Batalhão do Rio fazem o isolamento de parte da avenida Rio Branco, da avenida Presidente Vargas e das ruas Buenos Aires, Alfândega e Uruguaiana, centro da cidade.

DESTROÇOS CAÍAM
Esquadrias das janelas e dos aparelhos de ar-condicionado derreteram. Os aparelhos caíram e vidraças explodiram.
"As labaredas ultrapassavam o prédio e caíam bolas de fogo e aparelhos de ar-condicionado", disse o empresário Carlos Eijoan, que chegou ao trabalho às 7 h 30.

PRÉDIOS INTERDITADOS
Pelo menos oito prédios foram interditados pela Defesa Civil.

PRÉDIO
Construído em 1955, o prédio Herm Stoltz é um prédio de arquitetura moderna, típico da Avenida Presidente Vargas. Edificação comercial co*m área construída total de 25.783 m² , com 25 andares, sendo: subsolo, térreo, sobreloja, 2º ao 23º andares.

O que funcionava no prédio
Ao todo, cerca de 900 funcionários e prestadores de serviços da Eletrobrás trabalhavam no prédio e outros 250 ligados à Sul América Capitalização.
1o ao 6o andar – Banco Real
7o ao 13o – Fundação Eletros
14o – Informática da Eletros
15o – RH Eletros
16o – Sul América
17o – Eletrobrás
18o – Eletrobrás
19o – Sul América
20o – em diante, Sul América

ÁREAS ATINGIDAS PELO FOGO
Das áreas atingidas, a em¬presa ocupava o 17o (único de propriedade da Eletrobrás), o 18o , o 20o e o 21o andares, alugados a terceiros.
O incêndio atingiu os departamentos de Auditoria, Relações Internacionais, Engenharia, Comunicação Social, Recursos Humanos, Informática e Acompanhamento Empresarial. O 19o andar era ocupado pela Sul América Capitalização (que também tinha atividades no 16o andar) e 22o andar era usado pelos condôminos para armazenar material de apoio.

EQUIPAMENTOS DE COMBATE CONTRA INCÊNDIO DO PRÉDIO
A edificação possui, o projeto de incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros.
O sistema preventivo era composto;
■por uma canalização preventiva com 50 mm de diâmetro (2”), com sucção positiva e
■ pressurização através de 02 (duas) eletrobombas de 5,0 CV cada, sendo uma de reserva, e possuía uma caixa de incêndio por andar.
A escada existente possuía enclausuramento de acordo com a Lei nº 374/63, a qual determina que a escada possua uma porta corta-fogo por andar.
As eletrobombas não estavam funcionando adequadamente, no momento do incêndio, mas a altura estática permitiu uma pressão satisfatória ao combate.

PROBLEMAS DIFICULTARAM O COMBATE
O comandante do Corpo de Bombeiros da Capital, coronel Francisco Carlos Bragança, admitiu que a corporação enfrentou duas dificuldades para combater o incêndio que atingiu a sede da Eletrobrás;
O coronel disse que algumas mangueiras furaram por causa dos cacos de vidro no chão, mas logo foram substituídas. Para ele, não houve imperícia dos bombeiros ao carregar o equipamento.
Outra dificuldade foi o excesso de divisórias, que teria atrapalhado o acesso aos focos.

VÍTIMAS
O incêndio causou intoxicação em 16 bombeiros. Outros dois teriam sofrido queimaduras leves.
Três pessoas que estavam próximas ao prédio também ficaram feridas sendo duas delas atingidas por fragmentos que caíram do edifício. A outra vítima, uma mulher, foi atropelada por um carro de salvamento, segundo o Corpo de Bombeiros, e levada para o Hospital Souza Aguiar.
A estudante Luana de Santa Isabel Mendes, 18 anos, continua em estado grave no Hospital Souza Aguiar. Ela foi atropelada pelos bombeiros quando chegava ao trabalho, na hora do incêndio. Luana teve traumatismo craniano, contusão torácica, fratura na tíbia esquerda e está com um coágulo no cérebro.

INCÊNDIO CONTROLADO
O comandante do Corpo de Bombeiros, cel. Francisco Carlos Pessanha Bragança informou, que o incêndio no prédio da Eletrobrás está controlado. Segundo ele, existem 120 homens do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil atuando no combate às chamas. Agora eles trabalham para extinguir pequenos focos de fogo que ainda se encontram no prédio. "Com certeza o incêndio já está controlado. O único risco que corremos é que o fogo volte a surgir por causa dos vento", disse o coronel, explicando que o vento pode fazer com que pequenas chamas se espalhem pelos andares por meio do duto de ar-condicionado central.

RESCALDO E LIMPEZA DO LOCAL
Os focos de fogo só foram totalmente extintos no sábado, 28 de Fevereiro, por volta das 7 horas, 27 horas após o início do incêndio. Durante a madrugada, cerca de 60 bombeiros trabalharam no resfriamento dos sete andares atingidos pelo fogo (seis ficaram totalmente destruídos e um foi parcialmente atingido).

As equipes do Departamento de Operações Especiais da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros estão fazendo a limpeza externa da fachada para retirar parte de concreto e esquadrias de alumínio que estejam na iminência de despencar. Este trabalho começou com a retirada das esquadrias de alumínio das fachadas voltadas para a Rua da Alfândega e Avenida Rio Branco. As equipes da Defesa Civil vão concluir o trabalho com a demolição e retirada das esquadrias e aparelhos de ar-condicionado com risco de queda voltados para as avenidas Rio Branco e Presidente Vargas.

RISCO DE DESABAMENTO
Uma comissão formada pelas Defesas Civis do Estado e do município e membros do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) concluíram que o prédio da Eletrobrás não corre risco de desabamento, mas que parte da fachada terá que ser demolida. .
Luís André Moreira Alves, engenheiro da Defesa Civil municipal, disse que alguns pilares e lajes ficaram comprometidos e terão que passar por uma reforma estrutural: "Mas não há risco de desabamento porque outras estruturas absorveram o peso das que ficaram comprometidas".
As grandes rachaduras que o prédio apresenta, segundo Alves, estão em dois painéis de alvenaria que revestem a fachada, começarão a ser demolidos assim que a perícia do instituto de criminalística liberar o local.
De acordo com ele, a demolição será feita manualmente. A previsão é que ela esteja concluída até segunda-feira (01 de março) e que o prédio seja liberado na terça-feira (02 de março).

FUNCIONÁRIOS RECOLHEM DOCUMENTOS
Afastado o risco de desabamento, funcionários da Eletrobrás que foram distribuídos em prédios da própria empresa, da Eletronuclear e de Furnas, puderam subir até o nono andar para recolher documentos, arquivos e disquetes.

PRÉDIOS E RUAS LIBERADOS NA REGIÃO
Dos oito prédios que foram evacuados devido ao incêndio, somente dois permanecerão vazios, o número 417 da Avenida Presidente Vargas, que está sendo utilizado pelos bombeiros para o trabalho de limpeza e o da CBF, que fica na Rua da Alfândega´.
As avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, fechadas parcialmente, por onde circulam mais de 200 mil veículos por dia , foram liberadas no sábado após a as operações de rescaldo do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do Município fossem concluídas.

HÁ MUITA ÁGUA NOS ANDARES INCENDIADOS
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) chamou a atenção para a grande quantidade de água usada para o combate às chamas, que agora se acumula nos andares.

CAUSA PROVÁVEL
As causas do incêndio ainda são desconhecidas, mas muito provável é curto-circuito.

CORPO DE BOMBEIROS
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros da capital, Francisco Bragança, 11 quartéis, 21 viaturas operacionais e quatro ambulâncias estão fazendo o controle do fogo. Onze carros-pipas fizeram o abastecimento dos bombeiros

MATERIAL EMPREGADO:
Inicialmente foi utilizado somente o sistema preventivo da edificação e, posteriormente, estabelecido 04 (quatro) frentes principais de combate.

RECURSOS HÍDRICOS:
Havia recursos hídricos suficientes no local para abastecimento das viaturas e utilização dos sistemas preventivos das edificações próximas. Foram utilizados, principalmente, um hidrante de coluna situado próximo à Rua Primeiro de Março interligado a uma bomba-reboque (Rosembauer), o reservatório superior da edificação sinistrada, o reservatório superior da edificação localizada na esquina da Rua da Alfândega com Avenida Rio Branco.
Posteriormente os funcionários da CEDAE compareceram ao local e executaram manobras hidráulicas, para manter os hidrantes de coluna da área “em carga”.

PERÍCIA : LAUDO FINAL - CONCLUSÃO
De acordo com a perícia realizada pelo Instituto de Criminalista Carlos Éboli (ICCE), falhas na instalação do sistema elétrico do andar provocaram o curto-circuito. O relatório final sobre as causas do incêndio é assinado por três peritos do ICCE e ficou concluído em junho de 2004.

Para os peritos, a instalação elétrica sob o piso elevado do 17o andar apresentava problemas, como emendas e cabos torcidos. Foi nesse local, próximo ao primeiro pilar interno, que o fogo começou por volta de 4 h 30 min do dia 26. Funcionários da empresa e do edifício foram ouvidos durante a elaboração do laudo.
O ICCE descobriu ainda que do sexto até o 22o andar do prédio não existiam detectores de fumaça ou sistema automático contra incêndio, que poderiam controlar mais rapidamente as chamas.

Fontes: Folha de São Paulo, O Dia –RJ, JB Online, O Globo, no período de 26 de Fevereiro a 14 de Junho de 2004 e relatório de Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro - Relatório do 1º Ten BM Guastini - Comandante do 1º Socorro do GOCG - Publicado em: 2004-03-10


COMENTÁRIO
Análise da ocorrência com dados obtidos do relatório do Corpo de Bombeiros, disponível no site da Corporação
■04 h 45min da manhã – Corpo de Bombeiros foi acionado
■04 h 50 min – chegada ao local do incêndio, e a segurança do prédio informa da existência de um foco de fumaça não identificada no 17o andar
Inicia-se a subida para o 14o andar para evitar a fumaça e posteriormente para 17o andar (origem do foco de incêndio).
■05 h 20 min – Chegada ao 17o andar - Os bombeiros constata que o local tem muita fumaça.
■05 h 30 min – Os bombeiros conseguiram identificar o foco do incêndio, inicia-se o combate ao fogo, com hidrante do 18o andar (tempo estimado, houve dificuldade dos bombeiros para acessar o andar, arrombamento de portas)
O comandante constata da dificuldade de controlar o foco, ordenou a uma viatura buscar na unidade do Corpo de Bombeiros, mais cilindros de ar para os aparelhos de respiração autônoma e providenciasse para que a plataforma mecânica (equipamento mais elevado) viesse para o local.
Entre a ida e vinda da viatura para o local, com os cilindros , tempo gasto estimado – 30 min
Tempo gasto para levar os cilindros para 17o andar – 10 min
Tempo gasto para chegada da plataforma – 20min
Com a chegada da plataforma, conforme relatório do CB, subentende-se, que a plataforma ficou em sobre-aviso no local designado para eventual utilização
■ 6 h - Enquanto isso, no andar em chamas, os cilindros de ar, são utilizados pelos bombeiros
■Entre 6 h – 7 h – Houve uma explosão “flash over” segundo o comandante da operação, mas é muito provável que seria “backdraft” (combustão instantânea muito rápida de gases emitidas por materiais que estão queimando na condição de insuficiência de oxigênio)
■ 7 h 15 min – O comandante da operação naquele momento informa ao Centro de Operações a real situação, solicitando reforços para o auxílio no combate, bem como a presença do Maj Diretor de Operações e executando também a evacuação das edificações próximas.
Entre a chamada do Corpo de Bombeiros (4 h 45 min) e o reconhecimento que o incêndio estava descontrolado e necessitava de reforços (7 h 15 min), demorou quase duas horas e meia para tomar essa decisão.
Os especialistas americanos consideram que o incêndio na fase inicial em que predomina a fumaça é extremamente perigoso devido a concentração de gases em local confinado (insuficiência de oxigênio) que poderá resultar em explosão de fumaça (backdraft). Esse tipo de incêndio é que provoca as principais vítimas entre os bombeiros.
Os bombeiros subestimaram esse tipo de incêndio com predominância inicial de fumaça e demoraram em iniciar o ataque frontal.

Marcadores:

posted by ACCA@9:56 PM

1 comments

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Manutenção e inspeção de mangueira de incêndio

A fim de manter a mangueira de incêndio pronto para a ação e em boas condições, é importante familiarizar-se com que freqüência os serviços de manutenção são necessários no equipamento
Inspeção e manutenção
A mangueira de incêndio, quando submetida a inspeção visual, não deve apresentar nenhuma das situações descritas abaixo ou situações que coloquem em risco o funcionamento adequado da mangueira no momento do combate ao incêndio.

VERIFICAÇÃO:
■Toda mangueira de incêndio deve ser inspecionada e ensaiada hidrostaticamente antes de ser colocada em uso (para mangueiras novas pode ser aceito o certificado de ensaio hidrostático emitido pelo fabricante).
■ A mangueira, após ter sido utilizada em combate, deve ser encaminhada para a inspeção, a fim de se manterem as condições mínimas exigidas para uso.
■ Desgaste por abrasão no revestimento externo.
■ Presença de manchas e/ou resíduos na superfície externa, proveniente de contato com produtos químicos ou derivados de petróleo.
■ Desprendimento do revestimento externo.
■ Evidência de deslizamento das uniões em relação à mangueira.
■ Dificuldades para acoplar o engate das uniões (os flanges de engate devem girar livremente).
Obs: Recomenda-se que também seja verificada a dificuldade de acoplamento das uniões com o hidrante e com o esguicho da respectiva caixa/abrigo de mangueira. É permitido utilizar chave de mangueira para efetuar o acoplamento.
■ Deformações nas uniões provenientes de quedas, golpes ou arraste.
■ Ausência de vedação de borracha nos engates das uniões ou vedação que apresente ressecamento, fendilhamento ou corte.
■ Ausência de marcação conforme ABNT NBR 11861, que impossibilite a identificação do fabricante. Neste caso, a mangueira deve ser encaminhada para manutenção.
Obs: Se for constatado na inspeção condições evidentes para as quais não haja possibilidade de reparo e ensaio hidrostático, a mangueira deve ser condenada.

FREQÜÊNCIA DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO

APÓS UTILIZAÇÃO
■ A mangueira, após ter sido utilizada em combate, deve ser encaminhada para a inspeção, a fim de se manterem as condições mínimas exigidas para uso.

REEMPATAÇÃO
Geral
■ A mangueira, após manutenção que obrigue redução em seu comprimento, somente deve retornar para uso caso a redução seja de no máximo 2% de seu comprimento nominal.

LIMPEZA
■Todo resíduo, mofo ou mancha deve ser removido, quando possível, da superfície externa da mangueira.
■ Quando necessária apenas uma limpeza a seco, deve-se utilizar uma escova com cerdas não metálicas longas e macias, e o escovamento deve ser executado cruzado, ou seja, no sentido da trama e do urdume.
■ Para lavagem, deve ser utilizada água potável e, se necessário, sabão neutro e escova com cerdas. Recomenda-se utilizar equipamento de alta pressão.

SECAGEM
■ A mangueira deve estar seca quando na condição de uso, salvo recomendação específica do fabricante.
■ A secagem deve ser efetuada à sombra, estando a mangueira na vertical ou apoiada em plano inclinado.
■ Quando utilizado equipamento para secagem forçada, recomenda-se que a temperatura não ultrapasse 50°C.

SUBSTITUIÇÃO
Mangueiras consideradas condenadas para uso devem ser substituídas por mangueiras novas do mesmo tipo e diâmetro.

CUIDADOS DE PRESERVAÇÃO
Para preservação da mangueira durante o uso, devem ser observadas as recomendações abaixo:
■ evitar contato com cantos vivos e pontiagudos;
■ evitar manobras violentas de derivantes, entrada repentina de bomba e fechamento abrupto de esguichos, registros e hidrantes que causam golpes de aríete na linha (a pressão pode atingir sete vezes a pressão estática de trabalho, o que pode romper ou desempatar uma mangueira);
■ evitar contato direto com o fogo, brasas e superfícies quentes;
■ evitar arraste da mangueira e uniões sobre o piso, principalmente se ela estiver vazia ou com pressão muito baixa (isto causa furos, principalmente no vinco);
■ evitar queda de uniões;
■ evitar contato da mangueira com produtos químicos e derivados de petróleo, salvo recomendação específica do fabricante;
■ evitar guardar a mangueira molhada;
■ evitar permanecer com a mangueira conectada no hidrante;
■ evitar curvamento acentuado da mangueira junto à união, quando em operação;
■ não utilizar as mangueiras para algum outro fim (lavagem de garagens, pátios etc.), que não seja o combate a incêndio;
■ para maior segurança, não utilizar as mangueiras das caixas ou abrigos em treinamento de brigadas, evitando danos e desgastes. As mangueiras utilizadas em treinamento de brigadas devem ser identificadas e mantidas somente para este fim;
■ evitar a passagem de veículos sobre a mangueira durante o uso, utilizando-se um dispositivo de passagem de nível;
■ inspecionar as caixas e abrigos para verificar se eles são eficazes para a conservação da mangueira;
■ efetuar a limpeza e secagem, respectivamente, sempre que necessário;
Obs: Após a manutenção e acondicionamento, a mangueira deve retornar, preferencialmente, para o mesmo hidrante ou abrigo em que se encontrava antes da manutenção.
■ a mangueira aprovada para uso deve ser armazenada em local ou compartimento seco e ventilado, protegida da incidência direta de raios solares e atmosferas agressivas, tais como vapores de derivados de petróleo, vapores ácidos etc.

CLASSIFICAÇÃO DAS MANGUEIRAS
Conforme determina a norma ANT-NBR 11861 – Os requisitos e métodos de ensaio, da ABNT, as mangueiras são classificadas conforme sua característica de construção e sua pressão máxima de trabalho:

Define-se pressão de trabalho como sendo a pressão máxima à qual a mangueira pode ser submetida em condições normais de uso.

IDENTIFICAÇÃO DAS MANGUEIRAS
A mangueira de incêndio deve ser identificada nas duas extremidades com:
■ Nome ou marca do fabricante;
■ Número da norma de fabricação (NBR 11861);
■ Tipo da mangueira;
■ Mês e ano de fabricação.

Esta marcação deve ser indelével, em caracteres de 25 mm de altura mínima, iniciando á distância de 0,5 m a 1,4 m de cada extremidade da mangueira.

ACONDICIONAMENTO DE MANGUEIRA
De acordo com o tipo de utilização, as mangueiras podem ser acondicionadas conforme descrito a seguir:
■ forma ziguezague deitada: a mangueira em forma ziguezague deve ser apoiada por um de seus vincos sobre superfície não abrasiva. Podem ser acoplados vários lances para formação de linha pronta;
■ forma ziguezague em pé: a mangueira em forma ziguezague deve ser posicionada na vertical sobre ela própria;
■ forma espiral: consiste em enrolar a mangueira a partir de uma de suas extremidades, sobre ela mesma, formando uma espiral. Esta forma só deve ser utilizada para armazenamento em estoque;
■ forma aduchada: consiste em enrolar a mangueira previamente dobrada contra ela mesma, formando uma espiral a partir da dobra em direção às extremidades. Recomenda-se esta forma de acondicionamento nas caixas de hidrantes.
Obs: Recomenda-se que a mangueira seja enrolada para acondicionamento com a formação de novo vinco, ou seja, a posição anterior de dobra deve ser não tensionada, salvo recomendação específica do fabricante.

BOAS PRÁTICAS
■ utilize a mangueira especificamente para incêndio
■ faça circular água pelo interior da mangueira, duas vezes ao ano.
■ teste hidraulicamente, segundo a pressão indicada para o trabalho, uma vez ao ano.
■ submeta a mangueira a teste de pressão hidráulica, após dez anos de uso e posteriormente a cada dois anos.

Fonte: NBR NBR 11861/12779 , Total Fire.

Marcadores: ,

posted by ACCA@3:26 PM

7 comments

terça-feira, dezembro 06, 2011

Incêndios nos Estados Unidos em 2010

GERAL
1.331.500 incêndios foram registrados nos EUA em 2010.
■ queda de 1% em relação a 2009
■ 3.120 mortes
■ 17.720 feridos
■ US $ 11,6 bilhões em danos à propriedade
■ 72 mortes de bombeiro
Mortes bombeiro não se restringem a incêndios.

EDIFICAÇÕES
482 mil incêndios ocorreram nos EUA em 2010.
■ menos de 1% de aumento em relação a 2009
■ 2.755 mortes
■ 15.420 feridos
■ US $ 9,7 bilhões em danos à propriedade

VEÍCULOS
215.500 incêndios de veículos ocorreram nos EUA em 2010.
■ queda de 1% em relação a 2009
■ 310 mortes
■ 1.590 feridos
■ US $ 1,4 bilhão em danos materiais

OUTROS INCÊNDIOS
634 mil em áreas descobertas e outros incêndios ocorreram nos EUA em 2010.
■ queda de 2% em relação a 2009
■ 55 mortes
■ 710 feridos
■ 501 milhões dólares em danos materiais

Fonte:Fire Loss in the United States During 2010 by Michael J. Karter, Jr., NFPA, Quincy, MA
Firefighter Fatalities in the United States – 2010, by Rita F. Fahy, Paul R. LeBlanc and Joseph L. Molis, NFPA, Quincy, MA

Comentário:
Com a estatística americana de incêndio podemos analisar com detalhes as ocorrências de incêndios e programar uma política de prevenção de incêndio. Aqui no Brasil não temos isso. Geralmente danos tiro no escuro para fazer essa análise. A função da estatística é coletar dados para manutenção de sistemas com finalidade de identificar, analisar, selecionar e efetuar tratamento desses dados, permitindo assim organizar programas de proteção, prevenção contra incêndios e política educacional. No Brasil, após uma grande tragédia, indagamos: O que houve de errado? E nunca preocupamos com a prevenção. O que pode dar errado?
Passado algum tempo, voltamos à rotina das deficiências dos órgãos competentes, isto é, o ciclo dos cinco F’s;
■ Falta de recursos dos órgãos responsáveis,
■ Falta de fiscalização,
■ Falta de aplicação das normas de segurança e
■ Falta de prevenção.
■ Falta de estatística.

Marcadores: ,

posted by ACCA@3:24 PM

0 comments

sábado, dezembro 03, 2011

Dois funcionários morrem atropelados por trem da CPTM em Barueri

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou na sexta-feira, 02 de dezembro,  que mais dois funcionários da empresa foram atropelados por um trem enquanto faziam inspeções na via. Os dois morreram no local. Em uma semana, este é o segundo acidente envolvendo atropelamento e morte de funcionários da empresa.

O acidente aconteceu na sexta-feira, de manhã, às 10h05. Ocorreu perto da Estação Barueri, região metropolitana da capital paulista, quando um trem da linha 8-Diamante (Julio Prestes-Itapevi) atropelou dois funcionários da empresa. EAD, 55, e ACS, 63, que realizavam inspeção da via. Ambos trabalhavam a mais de 30 anos na empresa.

Em nota, a CPTM lamentou o ocorrido e afirmou que irá abrir sindicância para apurar o acidente. “Cabe esclarecer que essas inspeções são regulares e realizadas por dupla de técnicos para identificar possíveis falhas na estrutura dos trilhos e dormentes, durante o dia. Nestes casos, os técnicos não devem acessar os trilhos. Eles caminham ao lado da via férrea, fora dos trilhos, para observar se há algum ponto danificado e, assim, informar à manutenção que providenciará o reparo.”, diz um trecho da nota.

Ainda segundo a companhia, os trabalhadores “estavam devidamente paramentados, utilizando todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) exigidos para o serviço, como capacete, colete com faixas refletivas e botas”. O texto diz, ainda, que ambos receberam treinamento em campo e “um deles passou por reciclagem sobre “ações de segurança para atuar nas linhas”. A CPTM fez questão, também, de ressaltar que “ambos tiraram férias, um em julho e o outro em agosto”.

Fontes: Folha.com e UOL Notícias – 02 de dezembro de 2011

Comentário: Para a CPTM os funcionários que inspecionavam a via permanente não adotaram o procedimento correto de inspecionar a via pelo lado externo (fora da via). Em menos de uma semana cinco casos fatais, alguma falha tem no sistema de segurança adotado pela empresa. Parece que a empresa sofre de cultura de segurança anêmica? A organização tem de reconhecer que existe algo errado nesse procedimento e corrigi-lo. A finalidade de uma investigação é procurar as falhas do sistema (organização, pessoal, material) para que possam ser corrigidas ou alteradas para que eventos similares possam ser prevenidos no futuro. Pela foto (amarelo) a  visão do local do acidente é total
As regras de segurança devem ser elaboradas visando efetivamente o pessoal de via permanente, com suas restrições e riscos. Não devemos esquecer os riscos são dinâmicos (dependem de diversos fatores do local do trabalho) e as regras de segurança são estáticas.
Nos EUA algumas empresas adotam a inspeção e manutenção em horários de pouco movimento
Os responsáveis pela inspeção e manutenção devem comunicar aos operadores de tráfego. Os trens devem entrar numa zona de risco de 180 m com velocidade reduzida 35 km/h e devem passar com autorização dos inspetores. Em vias compartilhadas devem ser usadas sinalização manual (funcionários).

Vídeo:
Existe tecnologia wireless, em que o trabalhador envia o sinal para o centro de operação.

Marcadores: , ,

posted by ACCA@5:32 PM

0 comments

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Trem atropela e mata três funcionários na zona leste de SP

Três pessoas morreram após serem atropeladas por um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) na madrugada de domingo, 27 de novembro, na região do Brás, zona leste de São Paulo. Uma pessoa, também atropelada, ficou ferida.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia do Metrô, uma das vítimas atropeladas por um trem da Linha-11-Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) era de nacionalidade espanhola. O engenheiro J.J.D.C era um dos funcionários da fabricante de trens espanhola CAF. O engenheiro M.L.A.S e o técnico S.E.B.S são as outras duas vítimas do atropelamento.

EMERGÊNCIA E RESGATE
Seis veículos do Corpo de Bombeiros foram enviados ao local, mas as três pessoas não resistiram aos ferimentos e morreram. O ferido foi atendido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urrgência) ao pronto-socorro Tatuapé.

AS VÍTIMAS REALIZAVAM TESTES EM UMA NOVA COMPOSIÇÃO
Segundo a CPTM, as vítimas realizavam testes em uma nova composição. Elas estacionaram o trem na oficina que fica na região do Belém, na Zona Leste da capital paulista. Em seguida, seguiram caminhando sobre os trilhos, o que não é permitido nem mesmo a funcionários da empresa. A CPTM vai apurar o caso.

A CPTM informou ainda que uma quarta pessoa foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Ela ficou em estado de choque com o acidente e recebeu acompanhamento psicológico nesta manhã.
" A Companhia está prestando suporte às famílias das vítimas e apurará os motivos do descumprimento das normas de segurança", diz a CPTM, em nota emitida nesta manhã.

Em uma segunda nota enviada à imprensa, a CPTM esclareceu que o "grupo estava destacado para realizar testes em um novo trem que está sendo entregue pela empresa espanhola". Segundo o comunicado, "após o término dos trabalhos na composição, que ficou estacionada no pátio anexo ao complexo de oficinas, na região do bairro Belém, o grupo seguiu caminhando sentido Estação Brás sobre a via dos trens. Essa prática é proibida".

MAQUINISTA TENTOU FREAR
O maquinista da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que dirigia o trem da Linha 11-Coral, ainda teria tentado frear o trem e alertar as vítimas, com a buzina do trem, segundo a assessoria da CPTM.

SEGUNDO A CPTM OS FUNCIONÁRIOS NÃO SEGUIAM AS NORMAS DE SEGURANÇA DA EMPRESA
A CPTM informou, por meio de nota, que as três pessoas que morreram atropeladas por uma composição não seguiam as normas de segurança da empresa. Uma das vítimas era um funcionário da companhia.
A companhia ressaltou "que apenas empregados que realizam serviços diretamente sobre o leito ferroviário têm permissão para transitar sobre as vias e durante o período de execução do trabalho, devidamente uniformizados". Além disso, "outras medidas de segurança são adotadas durante as obras, como interrupção da circulação dos trens no trecho".

Fontes: Folha.com e Diário da CPTM - 27 de novembro de 2011

Comentário: A CPTM está analisando apenas a norma de segurança. Pela foto, nota-se que o único caminho nivelado onde os funcionários poderiam caminhar e ter referencia de direção seria a linha de ferrovia. Os funcionários estavam seguindo pela linha de ferrovia porque era de madrugada, escuro, etc. O que acho inconcebível um trem tem apenas faroletes para identificação e não para iluminação. Grande parte da linha da CPTM é ao ar livre e os trens deveriam ter faróis que iluminassem grande distância. Vi no Youtube os trens da CPTM trafegando a noite, com as lanternas acesas, mas são apenas para identificação. Faróis potentes servem para o maquinista ter uma boa visão o que se passa na frente. É questão de prevenção e segurança.
Pesquisa realizada pela agência americana, Federal Railroad Administration (FRA) em conjunto com Volpe Center, com finalidade de avaliar a intensidade de iluminação e a percepção humana, em relação ao potencial de risco durante cruzamento da linha de ferrovia, chegou a seguinte conclusão:
Faróis ligados, principal e auxiliares – distância de iluminamento de 1.500 m, tempo de reação do elemento humano,42 segundos, com locomotiva a 60 km/h.

Vídeo: Iluminação inadequada do trem da CPTM

Marcadores: , ,

posted by ACCA@1:01 PM

0 comments