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quinta-feira, fevereiro 22, 2024

AMAZÔNIA REGISTRA DÉCIMO MÊS CONSECUTIVO DE REDUÇÃO DO DESMATAMENTO,

O desmatamento da floresta amazônica teve queda de 60% em janeiro, em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgados nesta quarta-feira (21), este é o décimo mês consecutivo de redução no desmatamento.

O monitoramento por imagens de satélite do Imazon mostra que a área devastada em janeiro de 2024 foi de 79 km². Em janeiro do ano anterior, a floresta perdeu 198 km² para o desmatamento.

Em dezembro, a destruição registrada havia sido de 108 km². Apesar da queda, o desmatamento observado em janeiro equivale à perda de mais de 250 campos de futebol por dia de floresta.

Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto. O sistema detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal e leva em conta degradações florestais o que ocorreram em áreas a partir de 1 hectare, o que equivale a aproximadamente 1 campo de futebol.

Nota explicativa: A  Amazônia Legal é a região que corresponde a 59% do território brasileiro e que engloba a área de 9 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão.

O resultado de janeiro é o menor registrado para o mês desde 2018. Na época, o sistema mostrou que 70 km² da Amazônia foram desmatados. (veja no gráfico abaixo)

Desmatamento na Amazônia em janeiro. Dados são do Imazon e se referem a janeiro de cada ano, em km².

 


ESTADOS COM MAIOR DEVASTAÇÃO

A partir do monitoramento, é possível identificar os estados da Amazônia Legal com maior área desmatada. Roraima foi o estado com maior devastação em janeiro, com 32 km² desflorestados. A área representa 40% do total desmatado na região no período.

Mato Grosso e Pará compõem o ranking dos estados com maior área desmatada, com 19 km² e 14 km², respectivamente.

Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon, explica que a liderança de Roraima no ranking de janeiro provavelmente ocorreu pelo regime de chuvas no estado funcionar de forma inversa aos outros oito que compõem a região.

“Enquanto os outros passam por um período de chuvas, Roraima está com o clima mais seco, o que facilita a prática do desmatamento, assim como a detecção da destruição pelos satélites”, analisa.

Apesar aparecerem no topo da lista, os resultados são de queda se comparados os anos de 2023 e 2024. No ano anterior, Roraima, por exemplo, teve 41 km² devastados, o que representa uma diminuição de 22% em comparação com este ano.

Todos os estados da Amazônia Legal registraram queda no desmatamento em relação ao ano anterior.

Roraima também concentra mais da metade das terras indígenas mais desmatadas na Amazônia em janeiro. Dos dez territórios indígenas com maior área devastada, seis ficam no estado.

Desmatamento por estados da Amazônia Legal em km²

Em janeiro de 2024, Roraima, Pará e Mato Grosso lideram a lista de estados que mais desmatam na região.


Com relação às unidades de conservação, Pará e Amazonas contabilizam a maior parte dos territórios entre aqueles com mais floresta derrubada. São três no Pará e três no Amazonas.

SISTEMA DE MONITORAMENTO DO IMAZON

O sistema do Imazon detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal.

Chamado de SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), o programa foi desenvolvido pelo Imazon em 2008, para reportar mensalmente o ritmo da degradação florestal e do desmatamento na região.

O sistema utiliza atualmente os satélites Landsat 7 e 8, da NASA, e Sentinel 1A, 1B, 2A e 2B, da Agência Espacial Europeia (ESA). Ambos são de domínio público, ou seja: seus dados podem ser usados por qualquer pessoa ou instituição.

Combinando esses satélites, o sistema é capaz de enxergar a mesma área a cada cinco a oito dias. Por isso, o sistema prioriza a análise de imagens adquiridas na última semana de cada mês.

Desse modo, caso uma área tenha sido degradada no início do mês e, depois, desmatada no final do mês, ela pode ser identificada como desmatamento no dado final.

Assim como o Deter, do Inpe, o calendário de monitoramento do SAD começa em agosto de um ano e termina em julho do ano seguinte por causa da menor frequência de nuvens na Amazônia. Os sistemas também são semelhantes porque servem como um alerta, mas não representam um dado oficial de desmatamento. Fonte: g1 - 21/02/2024 00h02 

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quarta-feira, janeiro 03, 2024

TORNADO ATINGIU OS MUNICÍPIOS CATARINENSES DE SEARA E ITÁ.

Um tornado atingiu a região de divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina durante a madrugada da quinta-feira (16/11). 

O fenômeno ocorreu em áreas de zonas rurais entre os municípios catarinenses de Seara e Itá, quase na divisa com o estado gaúcho. 

Uma vez que o fenômeno não alcançou as áreas urbanas dos dois municípios, não se observou a ocorrência de danos estruturais.


CONFIRMAÇÃO DO TORNADO

A confirmação do fenômeno foi possível mediante a análise dos efeitos do vento na vegetação e por imagens de radar da Defesa Civil de Santa Catarina que captaram o que se denomina de assinatura de vórtice de tornado (tornado vortex signature), com um eco em gancho (hook echo) acompanhando a instabilidade, indicando rotação e a presença de  mesociclone, de onde derivou o tornado. Os impactos do tornado foram essencialmente na vegetação por onde passou o funil. Em Itá, a formação tornádica decepou e torceu grande número de eucaliptos em uma propriedade e árvores foram arrancadas pela raiz.

No município vizinho de Seara, logo ao Norte, as consequências foram semelhantes com várias árvores decepadas em seus troncos ou derrubadas com a força do vento durante a passagem do tornado pela região.

MAS O QUE CAUSOU O TORNADO?

Um complexo convectivo de mesoescala atuou entre a noite de quarta e a madrugada da quinta‑feira na metade norte do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, produzindo tempestades severas.

NOTA DA DEFESA CIVIL

Informa que as  tempestades provocaram danos associados a vendavais e chuvas intensas, com diversas ocorrências de quedas de árvores, alagamentos e enxurradas. Destacam-se as ocorrências registradas no município de Itá, onde foram observados dezenas de eucaliptos torcidos e algumas árvores removidas pela raiz. Em Seara, município vizinho, também foram relatadas quedas de árvores. Fonte: g1 SC - 16/11/2023

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quinta-feira, dezembro 28, 2023

AS PIORES CATÁSTROFES DE 2023

Recordes de calor em varias partes do mundo, seca histórica na Amazônia , enchentes na Europa. O ano de 2023 registrou eventos climáticos de proporções inéditas.

SECA HISTÓRICA NA AMAZONIA

Nos últimos meses do ano, a maior floresta tropical do mundo enfrentou a pior seca já registrada. Alguns cientistas temem que o bioma possa estar se aproximando do chamado ponto de não retorno, quando a Amazônia não será mais capaz de gerar chuvas, o que daria inicio a um processo de savanização. A floresta também foi atingida por uma série de incêndios florestais

ENCHENTES NO SUL DO BRASIL

Em setembro, fortes enchentes atingiram a região sul do Brasil. A passagem de um ciclone extratropical causou a pior tragédia natural do estado do Rio  Grande do Sul, onde quase 90  municípios registraram danos. As fortes chuvas deixaram dezenas de mortes e milhares de desabrigados, além de estradas bloqueadas , isolando comunidades inteiras durante dias.

Fatalidades - 47 mortos

Feridos -924

Desabrigados-4.794

Desalojados - 20.490 

Estimativa de danos - 1,3 bilhão de reais

LITORAL NORTE – SÃO PAULO

São Sebastião: em fevereiro, um temporal devastou São Sebastião, causando deslizamentos e alagamentos na cidade.

Vítimas – 65

Desalojados – 228

Desabrigados- 338

SÃO PAULO:

Novembro começou com um vendaval que derrubou árvores, provocou mortes e deixou mais de dois milhões de pessoas sem energia no estado.

Um dos impactos provocados pelas tempestades foi o apagão que afetou cerca de 1,4 milhão de endereços na cidade de São Paulo e na Região Metropolitana, após a queda de centenas de árvores sobre as fiações, além da derrubada de postes, transformadores e do rompimento de fios elétricos  A falta de luz durou quase uma semana em alguns locais, causando prejuízos bilionários para o comércio, a indústria e os moradores, que tiveram alimentos e remédios estragados. Fonte:  Wikipédia

VERÃO  O MAIS QUENTE JÁ REGISTRADO NO HEMISFERIO NORTE

O verão de 2023 no Hemisfério Norte foi de longe o mais quente já registrado, segundo a Organização de Meteorológica Mundial (OMN) e o programa Copernicus. As altas temperaturas causaram secas, inundações e incêndios florestais. O período entre janeiro  e agosto deste ano foi o segundo mais quente da história da região, atrás apenas de 2016.

GRÉCIA: MAIOR INCÊNDIO FLORESTAL DA UNIÃO EUROPÉIA

A Grécia sentiu os efeitos da forte onda de calor no verão europeu, na metade do ano, e enfrentou os maiores incêndios florestais já registrados no continente. Milhares de pessoas tiveram de ser retiradas das ilhas turísticas como Rodes, Corfu e Evia.

O país chegou a registrar mais de 600 focos de incêndio simultâneos com temperaturas que se aproximava de 50º C.

Data - 17 de julho de 2023 - Agosto de 2023

Área queimada- 159 227 hectares

Fatalidades - 5

Feridos - 148

INCÊNDIOS DE COSTA A COSTA NO CANADÁ 

Na metade do ano, incêndios florestais no Canadá se espalharam de costa leste para  oeste, queimando quase o dobro da área do recorde anterior. Segundo a World Weather Attribution (WWA), as mudanças climáticas ajudaram a criar um clima seco  e entre 20% a 50% mais a a propenso a incêndios, mais do que dobrando a probabilidade de incêndios extemos no leste do Canadá.

Área queimada – 4.300.000 hectares

ENCHENTES DO SÉCULO NO NORTE DA ITÁLIA


Em maio , a região de Emília Romagna; no norte da Itália, três tempestades  provocaram deslizamentos de terra e inundações consideradas as piores em um século.

Segundo pesquisadores, um período específico de chuva de 21 dias, único em 200 anos e com apenas 0,5% de probabilidade de acontecer anualmente, poderia ter ocorrido com ou sem mudanças climáticas.

Fatalidades- 15 pessoas

Desabrigados – 15 mil pessoas

Prejuízos– 8 bilhões de euros


SECAS NA FRANÇA


No primeiro semestre de 2023, a França atravessou uma das piores secas dos últimos anos. As autoridades adotaram medidas de emergência para economizar água. A região mais afetada foi o sul do país, onde algumas cidades chegou a ser proibido lavar carros ou encher piscinas durante semanas. O tempo seco contribuiu para a propagação de incêndios florestais.

INUNDAÇÕES MATAM  MILHARES NA LÍBIA

A tempestade Daniel gerou inundações  que causaram o rompimento de duas barragens  e mataram milhares de pessoas na Líbia no início de setembro. A cidade de Derna foi quase totalmente destruída. Os esforços humanitários internacionais foram prejudicados pela divisão política da Líbia, em meio à guerra civil que assola o país.

Fatalidades – 4.300 pessoas

Desaparecidos – 8.500 pessoas

Desabrigados – 40.000 pessoas

RECORDES DE CALOR NO SUL DA ÁSIA

Países do sul asiático como; Índia, Vietnã, Laos, Bangladesh e Miamar superaram recordes de calor em 2023. A Tailândia registrou temperaturas de 45º C pela primeira vez na história. Cientistas atribuem o calor extremo na região às mudanças climáticas. Fonte: UOL, em São Paulo - 29/12/2023; DW - Natureza e Meio Ambiente Global - 26 de dezembro de 2023

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segunda-feira, outubro 30, 2023

SECA HISTÓRICA AGORA AFETA TODAS AS 62 CIDADES DO AMAZONAS

 
A seca histórica de 2023 agora afeta todas as 62 cidades do Amazonas. Segundo a Defesa Civil do Estado, a estiagem atinge diretamente mais de 600 mil pessoas.

Das 62 cidades que compõem o Amazonas, 60 estão em emergência, incluindo Manaus. Curso d'água que banha a capital, o Rio Negro, passa pela pior seca em 121 anos de medição.

Na quinta-feira (26), Apuí e Presidente Figueiredo, as únicas que permaneciam com o status de "normalidade" até então, decretaram situação de alerta e entraram para a lista de municípios afetados pela seca.

A previsão da Defesa Civil do Estado é que essas duas cidades passem a integrar a relação de municípios em emergência, nos próximos dias. As prefeituras dos dois municípios já entraram com o pedido junto ao órgão e, segundo a instituição, só estão cumprindo exigências burocráticas.

Para entrarem terem o pedido aceito, as prefeituras precisam comprovar, entre outras informações, o número de pessoas afetadas nas cidades.

A partir de dados coletados junto aos municípios, a Defesa Civil do Amazonas estima que 608 mil pessoas são afetadas pela estiagem até o momento. Essas pessoas pertencem a 152 mil famílias.

MANAUS

Em Manaus, a seca é a pior em 121 anos. A cota do Rio Negro na quinta-feira (26) está em 12,70m, a menor já registrada desde 1902, quando começaram as medições do volume do rio. O recorde de alta foi de 30,02 metros em 16 de junho de 2021.

O cenário coincide com o momento em que se intensifica o fenômeno El Niño, caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) e pelo aquecimento anormal das águas superficiais da porção leste da região equatorial do Oceano Pacífico. Essas mudanças na interação entre a superfície oceânica e a baixa atmosfera ocorrem em intervalos de tempo que variam de três a sete anos e têm consequências no tempo e no clima em diferentes partes do planeta. Isso porque a dinâmica das massas de ar no Oceano Pacífico adota novos padrões de transporte de umidade, afetando a temperatura e a distribuição das chuvas.

Para o géografo Marcos Freitas, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), só o El Niño não explica a situação do Rio Negro. Segundo ele, há indícios de que a estiagem no Amazonas está relacionada com o aquecimento global do planeta. Isso porque as chuvas na região do rio são formadas sobretudo pelos deslocamentos de massas de ar provenientes não do Oceano Pacífico, mas do Atlântico.

SECA NO AMAZONAS

A seca tem afetado comunidades inteiras. Em Manaus, lagos secaram na área urbana e o Rio Negro se afastou da orla da cidade.

Em Parintins, a área rural da ilha é a mais afetada. De acordo com a Defesa Civil de Parintins, 32 comunidades estão em situação de difícil acesso ou em completo isolamento.

São Gabriel da Cachoeira é outra cidade que sofre com racionamento de energia, encarecimento de alimentos e desabastecimento.

FIM DA SECA

A estiagem já encerrou na calha do Rio Solimões, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), antigo CPRM. Influenciado pelas águas do Rio Solimões, o Rio Negro depende da subida das águas no Peru e na tríplice fronteira, onde está situada a cidade de Tabatinga.

Com a retomada do processo de cheia no Rio Solimões, o Rio Negro reduziu o ritmo de descida em Manaus, nos últimos três dias e chegou a estabilizar entre quinta (26) e esta sexta-feira (27). Fontes: g1 AM - 27/10/2023 ; Agencia Brasil -26/10/2023

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quinta-feira, outubro 12, 2023

MANAUS AMANHECE ENCOBERTA POR 'ONDA' DE FUMAÇA PELO SEGUNDO DIA CONSECUTIVO

Manaus segue encoberta por fumaça nesta quinta-feira (12). Esse é o segundo dia em que a fumaça toma conta da capital, reflexo das queimadas usadas de forma irregular por agropecuaristas.

Nesta manhã, nas Zonas Sul e Centro-Sul da capital, edifícios desapareceram e a visibilidade para os motoristas era ruim já nas primeiras horas do dia.

Desde a quarta-feira (11) uma 'onda' de fumaça cobre Manaus. A fumaça foi tanta que universidades tiveram que suspender as aulas presenciais.

A World Air Quality Index, uma plataforma acompanha os níveis de poluição no mundo, colocou a capital entre as piores cidades do planeta em poluição do ar por causa do nível de fumaça.

FUMAÇA VEM DA REGIÃO METROPOLITANA, DIZ IBAMA

Na noite da quarta-feira, o Superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, disse que a 'onda de fumaça' que encobre Manaus está vindo dos municípios do Careiro e Autazes e é causada por agropecuaristas.

Ponte Rio Negro, em Manaus

Essa fumaça vem dessa região e é provocada pelo uso inadequado do fogo em áreas de agropecuária e que se estendem para áreas de vegetação. — Joel Araújo, superintendente do Ibama no Amazonas

Segundo o superintendente, há brigadistas tentando apagar as chamas. "O Ibama tem 45 brigadistas atuando em um grande incêndio ambiental, o maior da região, no município do Careiro, na tentativa de diminuir essa fumaça, que está sendo carregada de lá para a cidade de Manaus", disse o superintendente.

De acordo com as autoridades, o estado do Amazonas registrou 9 mil focos de incêndio entre setembro e outubro, o que fez com que o estado decretasse emergência ambiental.

Segundo o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Autazes é o quarto município que mais registra queimadas em toda a Amazônia Legal no mês de outubro. Somente nos dez primeiros dias do mês a cidade registrou 236 focos de calor.

Autazes e Careiro, inclusive, estão localizadas na região da BR-319, que tem a sua revitalização cobrada por políticos do estado e é palco de discussão entre ambientalistas e pecuaristas. Fonte: g1 AM- 12/10/2023

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domingo, outubro 08, 2023

COM 55 CIDADES AFETADAS PELA SECA SEVERA, AM DECRETA EMERGÊNCIA

O governador do Amazonas decretou situação de emergência na sexta-feira (29), após 55 municípios do estado serem afetados pela seca severa que atinge os rios da região. O decreto tem duração de 180 dias e pode ser prorrogado.

Para enfrentar a estiagem, o governador também instalou um gabinete de crise.

O governador destacou os impactos da estiagem sobre a econômica, em virtude das cotas dos rios, que estão próximas de atingirem os menores índices já registrados.

"Tem muita gente já com dificuldade para ter acesso a alimentos, segurança alimentar, água potável e outros insumos que são importantes. Temos dificuldades porque é exatamente por esse rio que chegam os insumos, a matéria prima para a Zona Franca e também por onde saem os produtos acabados", completou.

ATUAL CENÁRIO

Segundo levantamento da Defesa Civil do Amazonas, divulgado na sexta-feira (29/09), 19 municípios das calhas do Alto Solimões, Baixo Solimões, Juruá, Médio Solimões e Purus estão em situação de emergência, afetando 174,7 mil pessoas; outras 36 cidades estão em alerta; e cinco em atenção.

A previsão é que, devido a influência do fenômeno El Niño, a estiagem afete mais de 50 municípios e 500 mil pessoas.

Conforme a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas (Arsepam), 90% das 136 embarcações que atuam nas 116 linhas no estado operam com algum tipo de restrição, implicando no transporte de 50% da capacidade de cargas e apenas 45% do total de passageiros.

Dos 62 municípios, 59 dependem do transporte hidroviário. O Rio Negro atingiu 15,88m na  sexta. Fonte: g1 AM - 29/09/2023

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quinta-feira, outubro 05, 2023

RIO MADEIRA: SECA HISTÓRICA CAUSA DESLIGAMENTO DE UMA DAS MAIORES LINHAS DE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL

 

Uma das maiores linhas de transmissão de energia elétrica do Brasil, que liga as regiões Norte e Sudeste, foi desligada na quarta-feira (4), em Rondônia, devido à seca histórica do rio Madeira. A informação foi confirmada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A linha de transmissão é conhecida como Linhão do Madeira e liga as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau à subestação de Araraquara (SP).

De acordo com o ONS, o desligamento da linha tem como objetivo priorizar o abastecimento nos estados do Acre e de Rondônia. Isso porque a hidrelétrica de Santo Antônio, uma das maiores do Brasil, foi desligada essa semana por causa da seca do rio Madeira.

HIDRELÉTRICA DE SANTO ANTÔNIO

Instalada no rio Madeira, a hidrelétrica de Santo Antônio é uma das maiores do Brasil, tem 50 turbinas gerando energia para várias regiões do Brasil, com potência instalada de 3.568 megawatts. Em 2022, a hidrelétrica ocupou a 4ª posição no ranking de geração de energia.

Segundo a hidrelétrica de Santo Antônio, a vazão de água que passa pela calha do rio para gerar energia está baixa por conta da seca histórica do rio Madeira, o que pode comprometer o funcionamento das turbinas. A hidrelétrica funciona em sistema de fio d'água, ou seja, mantém um reservatório pequeno e depende da vazão do rio para funcionar.

DESLIGAMENTO DA HIDRELÉTRICA

Com o desligamento da hidrelétrica de Santo Antônio, permaneceu em funcionamento a de Jirau, também instalada no rio Madeira. Na terça-feira (4), a Jirau Energia informou à Rede Amazônica que seguia operando normalmente.

“As turbinas da usina hidrelétrica Jirau foram projetadas para operar com uma queda líquida entre 10 e 20 m, e não visualizamos necessidade de paralisar a operação, considerando que a queda atual é 12,20 m”, informou em nota.

DESLIGAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO

Segundo o ONS, o desligamento da linha de transmissão que leva a energia de Jirau e Santo Antônio para o restante do país foi necessário para priorizar o abastecimento em Rondônia e Acre, já que apenas uma das hidrelétricas está em funcionamento. O ONS aponta que a retomada da operação do sistema é avaliada constantemente.

"Diante da impossibilidade de manter as unidades geradoras do setor de 230kV da UHE Santo Antônio em operação, bem como a maioria das unidades geradoras do setor de 500kV, os sistemas do Complexo do Madeira foram desligados", confirmou o ONS.

Não há previsão de quando as operações da hidrelétrica de Santo Antônio serão retomadas.

BACIA DO RIO MADEIRA

"A bacia do rio Madeira encontra-se em uma condição hidrometeorológica bastante desfavorável. A UHE Santo Antônio foi paralisada devido ao fato de os níveis da usina estarem abaixo do nível mínimo necessário", informou o ONS.

O QUE DIZ O ONS?

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou a parada temporária das máquinas na Santo Antônio como "medida temporária e excepcional" em decorrência das "condições adversas hidrometeorológicas vivenciadas na Região Norte do país". Segundo o ONS, essas  condições inviabilizam a operação segura e eficiente da hidrelétrica.

Apesar disso, aponta que "o abastecimento de energia em todo país está garantido".

A nota esclarece que a hidrelétrica de Santo Antônio é uma usina de fio d'água, ou seja, mantém um reservatório pequeno e depende da vazão de água que passa pela calha do rio para gerar energia.

O Operador aponta que "permanecerá reavaliando a decisão e, assim que essa situação melhorar, retornará com o despacho da usina para o Sistema Interligado Nacional (SIN)".

O QUE É O LINHÃO DO MADEIRA?

Classificada como uma das maiores linhas de transmissão do Brasil, o Linhão do Madeira atravessa o Brasil de Norte a Sudeste. São mais de 2,3 mil quilômetros de extensão.

São aproximadamente 5 mil torres, que atravessam mais de 80 municípios. O investimento total do empreendimento foi previsto em R$ 3,2 bilhões.

A corrente de transmissão começou a operar em 2013 e liga as duas hidrelétricas instaladas no rio Madeira (de Santo Antônio e Jirau), em Rondônia, à região sudeste do país, mais especificamente na subestação de Araraquara 2 (SP).

SECA HISTÓRICA

Nas últimas semanas, a seca que atingiu o rio Madeira se tornou histórica. A Defesa Civil informou que registrou o nível de 1,43 metro. Depois disso, uma reunião foi realizada na “Sala de Crise”, entre integrantes de órgãos que monitoram as bacias do rios na Amazônia.

Atualmente Porto Velho está em estado de alerta. Caso o rio baixe para 1,22 metro, o município passa para estado de emergência.

Desde agosto, o nível do rio baixou rapidamente. Em menos de uma semana, entre o fim de agosto e início de setembro, o nível do Madeira recuou mais de um metro. Na época, a Defesa Civil já previa uma seca histórica. Fonte: g1 RO - 04/10/2023

Comentário:

O rio Madeira é um rio da bacia do rio Amazonas que banha os estados de Rondônia e do Amazonas. É um dos afluentes principais do rio Amazonas. Tem extensão total aproximada de 3.315 km, sendo o 17º maior do mundo em extensão.

CURSO

O rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira dos Andes, Bolívia.  Ele desce das cordilheiras em direção ao norte recebendo então o rio Mamoré-Guaporé e tornando-se o rio Madeira - um rio de planície que traça a divisória entre Brasil e Bolívia.

O rio Madeira recebe este nome, pois no período de chuvas seu nível sobe e inunda grandes porções da planície florestal, trazendo troncos e restos de madeira da floresta.

O rio Mamoré ao encontrar-se pela margem esquerda o rio Beni e se juntar a ele, forma o rio Madeira. Da confluência, o Madeira faz a fronteira entre Brasil e Bolívia até o encontro deste rio com o rio Abunã. A partir daí, o rio segue em direção ao nordeste atravessando dezenas de corredeiras (provisórias) até chegar a Porto Velho, onde se iniciará a Hidrovia do Madeira.  

PERÍODOS: ESTAÇÃO SECA E CHUVOSA

Entre a estação chuvosa e a seca o rio varia bastante de profundidade. Na estação seca, as águas do rio, que fluem em direção ao Amazonas, formam praias (de água doce, naturalmente) ao longo de suas margens. Neste período, no seu leito pode ser avistada a grande quantidade de pedras que ajudam a formar as corredeiras periódicas.

Coincidente ou não com a estação chuvosa (dezembro a maio), ao mesmo tempo em que o rio enche com as águas das chuvas, em sentido contrário ao delta, é invadido pelas águas do Amazonas e sobe cerca de 17m , alagando todas as cachoeiras em seu leito até formar um espelho de água que tanto invade florestas como cobre as praias e toda a planície amazônica. Nesse momento, o rio Madeira deixa de ser um simples tributário do Rio Amazonas e se torna um canal de navegação dependente da "maré" desta confluência. Esse imenso remanso é responsável pela transferência de material sólido depositado junto as raízes da vegetação vindo a formar as grandes dunas. Fonte: Wikipédia - 24 de julho de 2023.

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domingo, setembro 17, 2023

O ENORME CUSTO AMBIENTAL E ECONÔMICO DAS ESPÉCIES INVASORAS

Homem deslocou milhares de espécies pelo planeta, e muitas provocam mais danos que ganhos. Entre elas, mexilhões que entopem tubulações, mosquitos que transmitem doenças e plantas aquáticas que prejudicam a pesca.

Áreas de pesca sufocadas por jacintos-de-água. Ovos de aves nativas devorados por ratos. Tubulações de usinas elétricas entupidas por mexilhões-zebra. Fios de eletricidade derrubados por cobras marrons.

Esses são alguns exemplos dos problemas causados por espécies invasoras, cuja disseminação em todo o mundo tem custo econômico anual de pelo menos 423 bilhões de dólares (R$ 2 trilhões), cifra que quadruplicou a cada década desde 1970, informaram pesquisadores nesta segunda-feira (04/09).

Uma equipe de 86 especialistas de 49 países analisou durante quatro anos os impactos globais de cerca de 3.500 espécies invasoras prejudiciais. O relatório estima que essas espécies desempenham um papel central em 60% das extinções registradas de plantas e animais.

Apesar de algumas espécies terem sido introduzidas em outros ambientes de propósito, com o objetivo de produzirem efeitos benéficos para os humanos, o relatório conclui que muitas têm impactos negativos expressivos para a natureza e para os próprios humanos.

"Esse é um problema que ficará muito, muito pior", disse a ecologista Helen Roy, copresidente da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos da ONU (IPBES).

O QUE SÃO ESPÉCIES INVASORAS

O caranguejo "Eriochier sinensis", nativo da Ásia, é um exemplo de espécie invasora na Europa e na América do Norte

Espécies invasoras são plantas ou animais, geralmente deslocados pela atividade humana, que se instalam em um ambiente e provocam efeitos negativos, como a morte da vida selvagem nativa, danos à infraestrutura e ameaças à saúde e aos meios de subsistência humanos, em especial para comunidades tradicionais e povos indígenas.

Os impactos geralmente demoram a se materializar, mas podem ser catastróficos. Os incêndios florestais devastadores no Havaí em agosto foram potencializados por gramíneas invasoras inflamáveis trazidas da África como pasto para o gado.

O peixe-leão, carnívoro, tem grande capacidade de adaptação e já é encontrado em uma longa faixa do litoral brasileiro

No Brasil, há preocupação crescente com o peixe-leão, originário do Indo-Pacífico e que vem se alastrando pela costa brasileira, colocando em risco 29 espécies de peixes nativos brasileiros.

Espécies invasoras de mosquitos também podem disseminar doenças como dengue, malária e zika. Em agosto, as autoridades de saúde de Paris fumigaram áreas da capital francesa pela primeira vez para tentar conter a proliferação do Aedes albopictus, o mosquito-tigre-asiático.

"As espécies invasoras estão afetando não apenas a natureza, mas também as pessoas e causando grande perda de vidas", disse o copresidente do relatório, Anibal Pauchard, do Instituto de Ecologia e Biodiversidade do Chile.

ERRADICAÇÃO É DIFÍCIL, MAS POSSÍVEL

Cerca de três quartos dos impactos negativos causados por espécies invasoras ocorrem em terra, especialmente em florestas, bosques e áreas cultivadas.

Embora os invasores possam se apresentar de várias formas, incluindo micróbios, invertebrados e plantas, os animais geralmente causam o maior impacto ambiental, especialmente os predadores, disse Roy.

Nas ilhas, muitas espécies evoluíram sem predadores e, portanto, têm poucas defesas e são "muito ingênuas", afirmou Pauchard. "Os pássaros da Nova Zelândia não tinham experiência com ratos até que os humanos chegaram e trouxeram os ratos. Seus ninhos ficam no nível do solo."

É difícil se livrar de espécies invasoras depois que elas se estabelecem. Algumas ilhas da Polinésia Francesa tiveram sucesso na erradicação de ratos e coelhos invasores com armadilhas e envenenamentos. Mas populações maiores que se reproduzem rapidamente podem ser complexas de lidar. E plantas invasoras geralmente deixam suas sementes dormentes no solo por anos.

Segundo os cientistas, as medidas de prevenção por meio de biossegurança nas fronteiras e controles de importação são as mais eficazes. Um exemplo de sucesso é a redução da ocorrência do percevejo-fedorento na Oceania. "Uma das mensagens mais importantes do relatório é que é possível obter progressos ambiciosos ao lidar com espécies invasoras", disse o professor Peter Stoett, do Canadá.

Em dezembro passado, governos de diversos países do mundo comprometeram-se a reduzir a introdução e o estabelecimento de espécies invasoras prioritárias em pelo menos 50% até 2030, ao assinarem o Marco Global para a Diversidade.

Segundo o relatório apresentado nesta segunda-feira, 80% dos países têm metas relacionadas ao gerenciamento de espécies invasoras, mas apenas 17% têm leis ou normas específicas para lidar com o tema. Além disso, 45% dos países não destinam recursos para o gerenciamento de espécies invasoras. Fonte: Deutsche Welle – 04.09.2023

OBSERVAÇÃO

RESUMO DOS PRINCIPAIS FATOS AMBIENTAIS DO RELATÓRIO

-37.000: espécies exóticas estabelecidas em todo o mundo

-200: novas espécies exóticas registradas em  cada ano

-3.500: espécies exóticas invasoras registradas globalmente, incluindo 1.061 plantas (6% de todas as espécies de plantas exóticas), 1.852 invertebrados (22%), -461 vertebrados (14%) e 141 micróbios (11%)

-37%: proporção de espécies exóticas conhecidas relatadas desde 1970

-36%: aumento previsto de espécies exóticas até 2050 em comparação com 2005, num cenário que não há mudanças

-35%: proporção de peixes exóticos de água doce na bacia do Mediterrâneo que surgiram da aquicultura

IMPACTOS

-34%: proporção de impactos relatados nas Américas (31% Europa e Ásia Central; 25% Ásia-Pacífico; 7% África

-75%: impactos relatados no âmbito terrestre (principalmente em florestas temperadas e boreais e florestas e áreas cultivadas)

-14%: proporção de impactos relatados em ecossistemas de água doce

-10%: proporção de impactos relatados no domínio marinho

-60%: proporção de extinções globais registadas para as quais contribuíram espécies exóticas invasoras

-16%: proporção de extinções globais registadas em que espécies exóticas invasoras foram a única causa

-1.215: extinções locais de espécies nativas causadas por 218 espécies exóticas invasoras (32,4% eram invertebrados, 50,9% vertebrados, 15,4% plantas, 1,2% micróbios)

-27%: espécies exóticas invasoras impactam espécies nativas através de mudanças nas propriedades do ecossistema (24% através de competição interespecífica; 18% através de predação; 12% através de herbivoria)

-90%: extinções globais em ilhas atribuídas principalmente a espécies exóticas invasoras

-US$ 423 bilhões: custo econômico anual estimado de invasões biológicas, 2019

-92%: proporção dos custos económicos das invasões biológicas atribuídas a espécies exóticas invasoras que prejudicam as contribuições da natureza para as pessoas e a boa qualidade de vida (com os restantes 8% dos custos relacionados com a gestão das invasões biológicas)

-2.300: espécies exóticas invasoras documentadas em terras administradas, usadas e/ou de propriedade de povos indígenas

-4x: aumento do custo económico das invasões biológicas em cada década desde 1970

POLÍTICA E GESTÃO:

-80% (156 de 196): países com metas em estratégias nacionais de biodiversidade e planos de ação para gestão de invasões biológicas

-200%: aumento na última década no número de países com listas nacionais de verificação de espécies exóticas invasoras, incluindo bases de dados (196 países em 2022)

-83%: países sem legislação ou regulamentação nacional específica sobre espécies exóticas invasoras

-88%: taxa de sucesso dos programas de erradicação (1.550) realizados em 998 ilhas

-60%: taxas de sucesso de programas de controle biológico para plantas exóticas invasoras e invertebrados.  Fonte: IPBES Global Assessment Report

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domingo, agosto 13, 2023

GASES TÓXICOS


O QUE ACONTECEU?

A 27 de Junho de 2022, um contentor com 25 t de cloro liquefeito estava a ser carregado num navio, com uma grua, em Aqaba na Jordânia. Um cabo de elevação partiu-se, e o tanque caiu no deck do navio rompendo-se. Formou-se  uma nuvem muito grande e amarela de cloro gasoso e os trabalhadores evacuaram a área.

Faleceram treze pessoas e cerca de 300 foram hospitalizadas. Responsáveis afirmaram que o peso do tanque era “três vezes mais que a capacidade de carga  do cabo”, e que as medidas de segurança para  lidar com este tipo de material perigoso não tinham sido postas em prática.

Nenhuma pessoa qualificada estava no convés no momento para verificar o equipamento de elevação e procedimentos.

Peritos disseram que o incidente poderia ter sido uma catástrofe se dezenas de trabalhadores que  acabaram o turno não tivessem saído do local  antes do vazamento. Felizmente, os ventos empurraram o gás tóxico das zonas povoadas da cidade portuária para o deserto.

Devem ser tomadas precauções durante as  operações de descarga de produtos químicos,  em caso de vazamentos, sejam os materiais sólidos,  líquidos ou gasosos. No local havia um número de pessoas perto da zona de operação de carga que  não necessitavam de estar no momento do acidente.

VOCÊ SABIA?

Os gases tóxicos podem causar efeitos de envenenamento com concentrações relativamente baixas quando em contato com o corpo humano.

Os gases tóxicos são normalmente classificados como irritantes tais  como o cloro ou a amônia, asfixiantes tais como o nitrogénio e o monóxido de carbono, anestesiantes tais como o óxido nitroso e intoxicantes especiais tais como o sulfureto de hidrogénio e cianeto de hidrogênio.

A inalação de gases tóxicos pode ser rapidamente fatal pois os pulmões são uma linha direta para a circulação sanguínea. Alguns materiais também podem ser absorvidos através da pele e olhos.

Os gases tóxicos são especialmente perigosos porque eles são normalmente armazenados e transportados sob pressão. Eles expandem-se e movem-se rapidamente no ar quando libertados. Muitos, como o sulfureto de hidrogénio ou o monóxido de carbono, são invisíveis e não têm propriedades ou odor que permita um aviso precoce.

As operações de elevação são trabalhos perigosos. Em algumas empresas e países é necessário um plano de içamento formal. Elementos essenciais destes planos e práticas de segurança para elevações pesadas em áreas onde materiais muito perigosos estão presentes serão abordados num futuro Beacon

O QUE PODE FAZER?

A preparação das operações de manipulação de materiais envolvendo gases tóxicos devem incluir sempre o que fazer caso ocorra liberação:

Esteja sempre consciente dos materiais a ser manipulados, do equipamento usado, pessoas e zonas próximas das áreas onde está a trabalhar.

Leia e esteja atento aos avisos dos rótulos, cartazes e sinais dos  locais onde estão armazenados e são usados gases tóxicos.

Fique bem longe de operações de elevação e avise o outro pessoal que esteja próximo para sair da zona.

Saiba para onde ir e que procedimentos seguir se houver liberação de gases.

Afaste-se, não se aproxime de liberações tóxicas a não ser que  esteja treinado e equipado como um elemento de resposta à  emergência. Desloque-se contra o vento e para longe do percurso da nuvem de gás para zonas ou abrigos aprovados.

Coloque, ajuste e use respiradores, ou outro equipamento de   proteção pessoal e detetores de gás portáteis, quando autorizados, disponíveis e adequados para liberação em questão.

A exposição a gases tóxicos pode ser fatal. Tome as ações corretas para se proteger e aos outros. Fonte: Process Safey Beacon - March 2023

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quinta-feira, julho 27, 2023

AMAZÔNIA BRASILEIRA PERDEU 21 ÁRVORES POR SEGUNDO EM 2022

Com destruição de mais de 2 milhões de hectares, desmatamento no Brasil aumentou 22,3% no ano passado, aponta MapBiomas. Quilombos e terras indígenas seguem sendo as áreas mais bem preservadas.

Com a destruição de mais de 2 milhões de hectares de floresta no ano passado, o Brasil registrou um aumento de 22,3% nos índices de desmatamento em comparação com 2021. Só na região da Amazônia, o país perdeu 21 árvores a cada segundo.

Contrastando com esse quadro, territórios indígenas e quilombolas – alvos frequentes de disputas fundiárias e da cobiça de criminosos – seguem sendo as áreas mais bem preservadas do país, respondendo por 1,4% do total desmatado em 2022.

Já o agronegócio figura no outro extremo: com 95,7% de toda a área desmatada no ano passado, o setor figura mais uma vez como o principal vetor do desmatamento no país. Contudo, só uma parcela ínfima de propriedades rurais oficialmente cadastradas (1,1%) foi responsável por 84% do total destruído no período.

Os dados são do MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima que reúne acadêmicos, ONGs e empresas de tecnologia, e foram revelados  na segunda-feira (12/06). O grupo monitora o desmatamento em todos os biomas brasileiros desde 2019 a partir da análise de imagens de satélite.

DESMATAMENTO

Ainda segundo o relatório, foram reportados nesses quatro anos mais de 300 mil eventos de desmatamento, e o Brasil perdeu um total de 6,6 milhões de hectares – mais do que o território inteiro do estado do Rio de Janeiro (4,4 milhões de hectares) –, tendo 2022 sido o pior ano da série.

No ano passado, o grosso do desmatamento (90,1%) esteve concentrado nos biomas da Amazônia e do Cerrado. Pela metodologia do MapBiomas, a Mata Atlântica foi o único bioma que não registrou piora – dados da SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados no final de maio, contudo, apontam em direção contrária.

GARIMPO

O relatório divulgado nesta segunda aponta ainda o papel de outros setores no desmatamento, como o garimpo – que, apesar de responder por uma área ínfima (quase 6 mil hectares), tem alto impacto ambiental pela contaminação das águas e proliferação de doenças – e a geração de energia solar (1 mil hectare) e eólica (3,2 mil hectares).

Ainda segundo o MapBiomas, a fiscalização de Ibama e ICMBio não tem dado conta da devastação – até maio deste ano, as ações de autuação e embargo alcançaram apenas 2,4% dos alertas de desmatamento e 10,2% da área desmatada identificada entre 2019 e 2022. Fonte: Deutsche Welle – 12.06.2023 há 4 horas

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sábado, julho 08, 2023

MUNDO ELIMINOU 'UMA SUÍÇA' EM FLORESTAS EM 2022

O mundo perdeu o equivalente a uma área de floresta tropical do tamanho da Suíça em 2022, de acordo com uma nova pesquisa da Global Forest Watch, associação global que fornece dados e monitora florestas em tempo real no mundo.

Esse resultado mostra que a promessa de acabar com o desmatamento até 2030, feita na COP 26 por líderes mundiais, ainda está longe de ser cumprida.

Cerca de 11 campos de futebol de floresta foram perdidos a cada minuto — e o Brasil foi o país que registrou maior destruição.

Uma redução acentuada na perda de florestas na Indonésia, no entanto, mostra que é possível reverter essa tendência.

PACTO DE GLASGOW

Um dos momentos-chave na reunião do clima em 2021 foi quando mais de cem líderes mundiais assinaram o Pacto de Glasgow sobre florestas, segundo o qual se comprometeram a trabalhar coletivamente para "interromper e reverter a perda de florestas e a degradação da terra até 2030".

Os líderes de países que assinaram o documento representam, no total, 85% das florestas globais. Isso inclui o então presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que relaxou a aplicação das leis ambientais em nome de desenvolvimento na floresta amazônica.

O pacto de Glasgow foi firmado depois que um acordo anterior assinado em 2014 falhou em conter a perda implacável de árvores.

Agora, uma nova análise realizada pela Global Forest Watch mostra que a nova promessa feita em Glasgow também não está sendo cumprida.

EFEITOS PARA O AQUECIMENTO GLOBAL


A perda de florestas tropicais é vista como particularmente impactante para o aquecimento global e a perda da biodiversidade.

As florestas tropicais do Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia possuem enormes quantidades de carbono armazenadas em suas árvores.

Desmatar ou queimar essas florestas mais antigas faz com que o carbono armazenado seja liberado na atmosfera, elevando as temperaturas em todo o mundo.

Além disso, sua existência regula o clima de outras formas — umidade, regime de chuvas, etc.

Essas florestas também são essenciais para manter a biodiversidade e os meios de subsistência de milhões de pessoas.

FLORESTAS PRIMÁRIAS

Cientistas alertam que essas funções — ou "serviços ecossistêmicos" — não podem ser facilmente substituídas pelo plantio de árvores em outro lugar, porque essas florestas se desenvolveram durante um longo período de tempo.

São florestas primárias, ou seja, que fazem parte do ecossistema há muitas eras, e têm características muito diferentes das florestas em locais que já foram desmatados pela atividade humana e depois reflorestados.

De acordo com os novos dados, coletados pela Universidade de Maryland, os trópicos perderam no ano passado 10% a mais de floresta primária do que em 2021, com pouco mais de 4 milhões de hectares (mais ou menos a área da Suíça, que é um pouco menor do que a do Estado do Rio de Janeiro) derrubados ou queimados no total. Isso liberou uma quantidade de dióxido de carbono equivalente às emissões anuais de combustível fóssil da Índia.

"A questão é: estamos no caminho para deter o desmatamento até 2030? E a resposta curta é um simples não", diz Rod Taylor, do World Resources Institute (WRI), que dirige o Global Forest Watch.

"Globalmente, estamos muito longe do ideal e seguindo na direção errada. Nossa análise mostra que o desmatamento global em 2022 foi mais de 1 milhão de hectares acima do nível necessário para atingir o desmatamento zero até 2030."

DESMATAMENTO DE FLORESTA TROPICAL PRIMÁRIA

O Brasil dominou o desmatamento de floresta tropical primária em 2022. No Estado do Amazonas, que abriga mais da metade das florestas intactas do Brasil, a taxa de desmatamento quase dobrou nos últimos três anos.

A Bolívia, um dos poucos países a não assinar a Declaração de Glasgow, também teve uma rápida aceleração das perdas florestais em 2022. A agricultura de commodities é o principal impulsionador, de acordo com os pesquisadores. A expansão da soja resultou em quase um milhão de hectares de desmatamento na Bolívia desde a virada do século.

Embora Gana, na África Ocidental, tenha apenas uma pequena quantidade de floresta primária restante, houve um aumento maciço de 71% no desmatamento em 2022, principalmente em áreas protegidas. Algumas dessas perdas estão próximas de fazendas de cacau.

CONTRARIANDO A TENDÊNCIA

Embora o quadro geral não seja bom, há alguns resultados positivos que mostram que é possível conter o desmatamento.

A Indonésia reduziu sua perda de floresta tropical primária mais do que qualquer outro país nos últimos anos, desde que registrou um recorde histórico em 2016.

A análise sugere que isso se deve a ações governamentais e corporativas. Uma suspensão temporária relativa à extração de madeira em novas plantações de óleo de palma tornou-se permanente em 2019, enquanto os esforços para monitorar e limitar incêndios foram intensificados.

É uma história semelhante à da Malásia. Em ambos os países, as empresas de óleo de palma também parecem estar agindo, com cerca de 83% da capacidade de refino de óleo de palma operando agora sob comprometimentos de não desmatar e não drenar turfeiras.

Em relação ao Brasil, com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva se comprometendo a acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030, analistas apontam que há uma esperança renovada de que as promessas feitas em Glasgow em 2021 possam ser cumpridas nos próximos anos.

Mas se o mundo quiser manter as temperaturas globais abaixo do limite crítico de 1,5°C, o tempo para agir nas florestas é realmente muito curto, dizem os pesquisadores.

“Há uma urgência em atingir o pico e o declínio no desmatamento, ainda mais urgente do que o pico e o declínio nas emissões de carbono”, diz Rod Taylor, do WRI. "Porque uma vez que você perde florestas, elas são muito mais difíceis de recuperar. Elas são uma espécie de ativos irrecuperáveis."

COMO É MEDIDO O DESMATAMENTO?

A perda de cobertura arbórea pode ser monitorada com relativa facilidade por meio da análise de imagens de satélite — embora às vezes haja incerteza sobre o ano exato em que as árvores foram perdidas.

Medir o desmatamento — que normalmente se refere à remoção permanente da cobertura florestal natural causada pelo homem — é mais difícil e complicado, porque nem toda perda de cobertura de árvores conta como desmatamento.

Por exemplo, perdas causadas por incêndios, doenças ou tempestades, bem como perdas em florestas de produção sustentável, normalmente não contam como desmatamento. Existem dificuldades com isso — por exemplo, alguns incêndios podem ter sido iniciados deliberadamente para limpar uma floresta, em vez de serem naturais.

Os cientistas tentam levar todos esses fatores em consideração para chegar a uma estimativa do desmatamento.

Os números mais recentes sugerem um aumento no desmatamento global (causado pelo homem) de cerca de 3,6% em 2022 em comparação a 2021 — a direção oposta ao que foi prometido em Glasgow.

Curiosamente, enquanto as perdas das florestas tropicais primárias particularmente importantes aumentaram quase 10% em 2022, a perda global de cobertura de árvores por todas as causas caiu quase 10%.

Mas os pesquisadores dizem que isso ocorreu porque as perdas por incêndios florestais caíram em 2022, principalmente na Rússia. Acredita-se que isso não faça parte de uma tendência de longo prazo.

De fato, as perdas de cobertura arbórea causadas por incêndios geralmente aumentaram nas últimas duas décadas, e espera-se que os incêndios se tornem mais comuns no futuro devido às mudanças climáticas e alterações na forma como a terra é usada. Fonte: BBC News – 03.07.2023


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