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sexta-feira, setembro 29, 2017

Engenheiros chineses mudam templo de 135 anos

Uma cerimônia ritual  realizou-se  para marcar a mudança do Salão Mahavira do Templo do Buda de Jade em Xangai, a leste da China, 17 de setembro de 2017. O hall  principal do templo de 135 anos em Xangai  de 2 mil toneladas foi movido 30 metros para o norte para criar mais espaço para os visitantes.

O hall principal foi deslocado com sucesso 30 metros ao norte e levantou um metro para criar mais espaço para os visitantes.

A  movimentação do templo começou em 2 de setembro e terminou no domingo. O hall  principal do templo foi movido 30,66 metros para o norte, com o templo, e elevado de 1,05 metros. Estátuas budistas e relíquias também foram movidas..

O Templo foi construído em 1882, no centro de Xangai e atrai mais de dois milhões de visitantes por ano. Visitantes diários podem atingir até 100.000.

Os trabalhadores bombearam  concreto na base do templo para reforçar as fundações. Foram construídos  dez “trilhos” sobre os quais o edifício foi  movido. Por fim, a construção de 135 anos foi erguida com o auxílio de macacos hidráulicos. As estátuas e outras relíquias no edifício foram estabilizadas e protegidas com armações para evitar danos.

O cálculo e a análise detalhadas durante todo o processo asseguraram que todas as partes foram movidas juntas e uniformemente, de acordo com Li Yaming, engenheiro-chefe do Institute of Shanghai Architectural Design and Research Company.
Com essa mudança criará mais espaço entre edifícios e reduzirá o risco de aglomeração de pessoas. O templo reabrirá no fim do ano, quando a reforma estiver concluída. Fonte: Xinhua- 2017-09-17 





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quinta-feira, setembro 21, 2017

Alerta de ovos contaminados por agrotóxico na Europa

ALERTA ALIMENTAR LANÇADO PELAS AUTORIDADES HOLANDESAS
A rede de supermercados populares Aldi anunciou na sexta-feira (04/08) que está retirando todos os ovos de suas prateleiras na Alemanha, em meio a um alerta alimentar lançado pelas autoridades holandesas sobre ovos supostamente contaminados com um pesticida tóxico.

Em comunicado, a empresa alemã, que possui mais de 4 mil unidades em todo o país, justificou que tomou a decisão por "pura precaução", a fim de fornecer "clareza e transparência" ao consumidor, embora não haja evidência real de contaminação em seus produtos. A associação alemã de agricultores, por outro lado, descreveu a atitude como uma "reação exagerada".

O alerta fora lançado pela NVWA, agência responsável por segurança alimentar na Holanda, que encontrou vestígios do uso do inseticida fipronil em várias fazendas avícolas no país. Após fechar dezenas de empresas, recomendou que os mercados deixassem de vender os ovos produzidos por elas.

Uma lista com mais de cem códigos – que aparecem impressos nas cascas dos ovos e identificam em qual fazenda eles foram produzidos – foi publicada pela agência reguladora em sua página na internet, alertando os cidadãos para que evitem consumir esses produtos até segundo aviso.

BILHOES DE OVOS PRODUZIDOS
Segundo a imprensa holandesa, cerca de 10 bilhões de ovos foram produzidos no país no último ano por cerca de mil fazendas avícolas. Ao menos metade deles atravessou a fronteira para a Alemanha.

O ministro alemão da Agricultura, Christian Schmidt, afirmou que "ao menos 3 milhões de ovos contaminados" vindos da Holanda chegaram ao país nas últimas semanas, e a maioria foi vendida.

RETIRADA DOS SUPERMERCADOS
No país, várias redes de supermercados anunciaram ter interrompido a venda de ovos holandeses. O grupo Rewe, bem como sua cadeia subsidiária Penny, anunciou que retiraria de suas prateleiras todos os ovos provenientes da Holanda, independentemente de estarem na lista da NVWA ou não.
O próprio grupo Aldi, antes de informar nesta sexta-feira que está deixando de vender qualquer ovo em suas lojas, já havia removido das prateleiras os produtos das fazendas que supostamente utilizam fipronil. Aldi possui mais de 4 mil supermercados na Alemanha
O mesmo fez a rede rival de supermercados populares Lidl.
Já em território holandês, a rede de supermercados Albert Heijn, a maior do país, afirmou que "parou a comercialização de 14 tipos de ovos" seguindo as indicações da NVWA, afirmou a porta-voz da empresa, Els van Dijk.  "Todos esses 14 tipos de ovos foram enviados de volta aos depósitos para serem destruídos", completou Van Dijk, indicando que esta é uma "situação sem precedentes" para o grupo Albert Heijn.

Além da agência reguladora holandesa, a autoridade de segurança alimentar da Bélgica, AFSCA, também lançou uma investigação criminal sobre a questão. Testes encontraram fipronil em alguns ovos, mas não em quantidades que representem ameaça à saúde humana. Nenhum desses ovos chegou às prateleiras de supermercados belgas, garantiu a agência.

Em Bruxelas, a Comissão Europeia disse estar ciente da situação. Segundo a porta-voz Anna-Kaisa Itkonen, o caso está sendo monitorado de perto pelas autoridades. "O que posso dizer é que as empresas foram identificadas, os ovos foram banidos, e a situação está sob controle", afirmou. 

A LTO, federação holandesa de agricultura e horticultura, comunicou que estima uma perda de pelo menos 10 milhões de euros por parte dos avicultores do país devido ao escândalo de contaminação.

FIPRONIL
Produzido por empresas como a alemã Basf, o fipronil é comumente utilizado em produtos veterinários para evitar o aparecimento de pulgas, piolhos e carrapatos. Seu uso, no entanto, é proibido para tratar animais destinados ao consumo humano, como aves.
O inseticida é considerado tóxico para humanos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), podendo danificar órgãos como fígado, rins e tireóide se consumido em grandes quantidades e por período prolongado, alerta a entidade.

BELGAS SOUBERAM DE OVOS TÓXICOS EM JUNHO
Agência de segurança alimentar da Bélgica recorre a segredo de Justiça em investigação para explicar por que informação não foi divulgada antes. Ovos produzidos no país e na Holanda estão contaminados com inseticida.

Autoridades da Bélgica admitiram que já sabiam desde o início de junho de uma suspeita de que ovos produzidos no país teriam sido expostos a um inseticida tóxico.  Mesmo assim não divulgaram nenhum alerta na época, e a informação foi repassada a autoridades europeias apenas em 20 de julho. Nos últimos dias, testes demonstraram que ovos produzidos no país e na vizinha Holanda apresentavam sinais de contaminação.

Segundo Katrien Stragier, uma porta-voz da Agência de Segurança Alimentar da Bélgica (AFSCA), o silêncio ocorreu por causa das regras que são impostas em casos de suspeita de fraude. "Nós sabíamos desde o início de junho que havia um problema com o [inseticida] fipronil no setor aviário. Iniciamos uma investigação imediatamente e informamos o Ministério Público, já que o caso incluía a suspeita de fraude. Desse ponto em diante, passou a valer o segredo de Justiça. Entendemos que as pessoas querem fazer questionamentos sobre saúde pública, e estamos tentando responder", disse.

OUTROS PAÍSES
As autoridades francesas e britânicas afirmam que ovos expostos a inseticida também entraram em seus países, mas em menor quantidade. Europa alerta ainda Suécia e Suíça.
A Comissão Europeia informou que ovos possivelmente contaminados com um pesticida tóxico também chegaram à França e ao Reino Unido, em meio a um alerta alimentar lançado pelas autoridades holandesas que já atinge outros países do continente.

REINO UNIDO
Importou 700 mil ovos contaminados

FRANÇA
Já o governo francês comunicou que 13 lotes de ovos holandeses contaminados com fipronil foram encontrados em duas fábricas de processamento de alimentos no centro-oeste da França. O Ministério da Agricultura do país não soube informar se algum produto chegou ao consumidor. Também o  ministério relatou que, em 28 de julho passado, uma fazendo avícola em Pas-de-Calais, no norte da França, foi colocada sob vigilância depois de um alerta recebido pelas autoridades de que um fornecedor belga enviara à granja produtos supostamente contaminados.

O governo francês expandiu a lista de produtos que foram retirados da venda porque contêm ovos contaminados . O Ministério da Agricultura francês acrescentou três referências aos 17 que estavam na lista inicial que havia publicado. Estes são dois tipos de Frangipane (um biscoito com pasta de amêndoa) da marca Lotus feita na Bélgica que foi colocada no mercado na  França entre 3 de julho e 3 de agosto e um waffle feito na Holanda da marca Les Trouvailles de Lucille. Anteriormente, a retirada de 17 outros tipos de waffles, todos importados da Holanda e vendidos com o marca de diferentes cadeias de supermercados.
Sobre esses ovos, a pasta garantiu que nenhum deles chegou às prateleiras de supermercados do país. Os produtos foram submetidos a testes, e o resultado deve ser conhecido.
O Departamento de Agricultura observou que, em todos esses casos, a taxa de concentração de Fipronil excede o limite autorizado, mas enfatizou que seu consumo não é perigoso para a saúde. Ele também acrescentou que incluirá outras referências confirmadas a presença do inseticida com as análises que estão sendo feitas.

DINAMARCA RECEBEU 20 TONELADAS DE OVOS CONTAMINADOS
Governo dinamarquês diz que produto foi vendido a estabelecimentos e fornecedores e não chegou ao consumidor comum. Áustria e Romênia também identificam lotes tóxicos.  
O governo da Dinamarca divulgou que 20 toneladas de ovos contaminados foram vendidos a estabelecimentos e fornecedores alimentícios.
"A companhia dinamarquesa Danaeg recebeu um total de 20 toneladas de ovos cozidos e descascados de um fornecedor belga", informou a administração veterinária e alimentar dinamarquesa.
Segundo a agência do governo, a maior parte dos ovos foi vendida a cafeterias e empresas de fornecimento. A administração ressalta que os ovos "provavelmente não foram vendidas a lojas de varejo a um nível significativo" e não representaram riscos aos consumidores.

UNIÃO EUROPEIA DIZ QUE 15 PAÍSES DO BLOCO RECEBERAM OVOS CONTAMINADOS, MAIS SUÍÇA E HONG KONG
 Quinze países da União Europeia (UE), além de Suíça e Hong Kong foram afetados pela crise dos ovos contaminados, segundo anúncio feito pela Comissão Europeia. Há granjas interditadas em quatro países — Bélgica e Holanda, origem da crise, e Alemanha e França —, dos quais partiram exportações para os demais. Investigações mostraram que os níveis de fipronil, produto usado para erradicar o ácaro vermelho nas galinhas, superava os limites autorizados pela regulamentação europeia, em alguns casos muito acima. O produto é usado por empresas especializadas na desinfecção de propriedades agrícolas.
A Comissão anunciou ainda que fará uma reunião com representantes desses países, em 26 de setembro próximo, para “tirar as lições” do episódio. Na União Europeia, os países atingidos são Bélgica, Holanda, Alemanha, França, Suécia, Reino Unido, Áustria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polônia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia e Dinamarca, disse um porta-voz do Executivo europeu à imprensa.

PERDAS MILIONÁRIAS
A Comissão Europeia deu mais informações, sobre a origem dos ovos suspeitos de contaminação. Além das dezenas de criadouros que permanecem fechados na Holanda e na Bélgica, Bruxelas afirmou que também foram fechadas quatro explorações agrícolas na Alemanha e uma na França por terem utilizado fipronil para limpeza, cuja utilização é proibida em aves de granja. Os ministros da União Europeia (UE) se reunião em 26 de setembro para analisar as múltiplas falhas de coordenação na gestão da crise.

O fipronil não apareceu apenas em criadouros da Holanda e da Bélgica. As autoridades do bloco detalharam  que o inseticida, proibido em animais destinados a alimentação, também foi usado na Alemanha e na França. Em ambos os países, várias granjas continuam fechadas enquanto é feita a análise dos ovos e da carne das aves. Os trabalhadores do setor só poderão retomar a atividade quando ficar comprovado que os resíduos de fipronil presentes nos alimentos cumprem com as normas sanitárias. Dos criadouros desses quatro países, mas sobretudo da Holanda e da Bélgica, saíram ovos que foram retirados do mercado em 15 países da UE, Suíça e Hong Kong.

As autoridades europeias têm sido cautelosas, bloqueando todas as exportações agrícolas tratadas com a substância desde janeiro deste ano. O objetivo é evitar a chegada ao mercado de produtos em mau estado, embora os especialistas continuem tranquilizando os consumidores quanto ao pequeno risco à saúde causado pela ingestão.

As grandes preocupações do setor são as milionárias perdas que o escândalo vai causar aos avicultores afetados e o tempo que levarão para recuperar a confiança dos clientes. A porta‑voz da organização holandesa Bionext, que reúne criadores especializados em produtos ecológicos, mostrava a decepção reinante entre eles. “Estão abatidos e se sentem enganados pela empresa ChickFriend, que lhes vendeu um produto aparentemente limpo e natural.

ROTEIRO DA CRISE

COMO COMEÇOU A CRISE?
Supostamente importado da Romênia pela empresa belga Poultry-Vision, o pesticida foi misturado a outros inseticidas legais para melhorar seus efeitos. Chickfriend, a empresa holandesa que supostamente desinfectou as aves com o composto ilícito comprado da Bélgica, diz que não trabalhou em granjas de frangos destinados ao consumo. No entanto, a Holanda, que tem mais de 100 milhões de aves de granja e exporta milhões de ovos, desaconselhou no início de agosto sua ingestão pela população. O Serviço de Segurança Alimentar tinha encontrado fipronil em diversas concentrações, uma delas muito alta, em 28 amostras. Qualificou os ovos de nocivos para as crianças e o alarme nacional foi dado.

COMO SE DESCOBRIU A CONTAMINAÇÃO?
A Bélgica garante que a Holanda recebeu em novembro de 2016 informações anônimas sobre o uso do produto em granjas, mas não investigou. Mesmo admitindo o alarme, os ministérios da Saúde e Agricultura holandeses destacam que não havia indícios de que a substância fosse chegar aos ovos. Só se falava da limpeza de aves e instalações. Os ministérios da Agricultura e da Saúde admitiram que não informaram o Parlamento em 2016 “porque na época havia uma investigação em andamento”. Alertaram, por sua vez, o Serviço de Segurança Alimentar quando a presença do fipronil foi constatada nas amostras de ovos de suas granjas este verão. Publicou-se, além disso, os códigos dos ovos considerados tóxicos. Os movimentos de 138 instalações foram bloqueados, e as investigações incluem até agora 180.

TODOS OS PRODUTOS CONTAMINADOS FORAM RETIRADOS?
Os ovos suspeitos foram retirados de lojas e supermercados, mas continua havendo doces, molhos e saladas que podem contê-los. Agentes da vigilância sanitária repassam agora todos os produtos, inclusive alimentos infantis, para elaborar uma lista exaustiva.

O QUE ACONTECE SE FOR CONSUMIDO UM OVO COM FIPRONIL?
Como em outros casos, os especialistas afirmam que o consumo continuado pode ser perigoso, mas não o esporádico. Isso se deve à concentração do pesticida, que só seria daninha em grandes quantidades. É aconselhável descartá-los, sobretudo para evitar que crianças e grávidas se exponham desnecessariamente a possíveis perigos.

COMO É O USO DE FIPRONIL NO BRASIL?
Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto é autorizado para uso inseticida, formicida e cupinicida especialmente para aplicação no solo no cultivo de batatas, cana-de-açúcar e milho. Além da aplicação nas folhas das culturas de algodão, arroz, eucalipto e soja, dentre outros. Em junho de 2012, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), soltou um comunicado  restringindo a pulverização aérea de fipronil, bem os agrotóxicos imidacloprido, tiametoxam e clotianidina, no controle parasitário agrícola, pois essas substâncias seriam nocivas às abelhas.
A Organização Mundial da Saúde afirmou que, quando ingerida em grandes quantidades, a substância pode prejudicar rins, fígado e glândulas tiroides. Fonte: Deutsche Welle – 04.08.2017 a 11.08.2017



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segunda-feira, setembro 18, 2017

Incêndio destrói loja do Atacadão em Rondonópolis


Um incêndio de grandes proporções atingiu a rede Atacadão S/A Alimentos na tarde de sexta‑feira, 12 de maio,  na Avenida Bandeirantes, no Centro de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá, MT). O incêndio teria se iniciado por volta das 16h30.

CAUSA PROVÁVEL
De acordo com informações preliminares do Corpo de Bombeiros, as chamas teriam começado no depósito do supermercado, onde funcionários estariam soldando e os respingos da solda teriam sido a causa do incêndio. O fogo se alastrou e atingiu toda a área interna do estabelecimento.

ATENDIMENTO HOSPITALAR
Com a movimentação intensa nos locais, funcionários e médicos da Santa Casa que não estavam no plantão foram atuar de forma voluntária na UPA para agilizar os atendimentos, assim como servidores de outras cidades da região, segundo secretária da Saúde de Rondonópolis.

VÍTIMAS
40 feridos que foram atendidas pela saúde pública local. Os dados são da Prefeitura de Rondonópolis. Entre os feridos, apenas um ficou em estado grave e foi internado em UTI da Santa Casa. A vítima inalou muita fumaça e segue internada em estado estável, segundo informes médicos.

CORPO DE BOMBEIROS
Cerca de 30 homens do Corpo de Bombeiros estão trabalhando no local. Os que estavam de folga foram convocados para o serviço e equipamentos de proteção para vias respiratórias precisaram ser enviados de Cuiabá para garantir a segurança de todos os profissionais.
Empresas de grande porte instaladas no município  enviaram brigadistas e caminhões-pipa para conter o fogo e colaborar com o Corpo de Bombeiros.



TESTEMUNHAS
O fogo subiu muito alto e houve corre-corre e desespero na loja que estava lotada.

FALHA NO SISTEMA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
alvará de incêndio vencido
os hidrantes não funcionaram
Inexistência de brigada de incêndio ou falta de treinamento

DANOS MATERIAIS
Houve perda total do imóvel. O depósito possui mais de 15 mil metros de área construída.   

RESCALDO
Bombeiros finalizaram o trabalho de rescaldo das chamas no domingo (14).

INQUÉRITO POLICIAL
A Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), assumiu o inquérito do caso e explica que a DHPP vai conduzir as investigações, apesar de não terem ocorrido mortes.
Fonte: Folha de São Paulo - 12/05/2017, Gazeta Digital- 15/05/2017  

Artigo publicado

Comentário:
■ Evitar o trabalho a quente ou considerar métodos alternativos, como o corte a frio ou hidráulico
■ Antes de executar qualquer trabalho a quente avaliar o risco de modo geral
■ Efetuar o teste na área onde o trabalho a quente é planejado e eliminar fontes potenciais de materiais inflamáveis
■ Usar a permissão por escrita especificamente para identificar o trabalho a ser realizado e as necessárias precauções
■ Fornecer supervisão de segurança para as empresas contratadas na condução de trabalhos a quente
■ Treinar pessoal sobre os perigos do trabalho a quente
Obs: Muitos acidentes ocorrem porque os testes foram feitos muitas horas antes dos trabalhos e nesse intervalo as condições no local mudaram. E necessário repetir continuadamente, mesmo durante a execução do serviço. Fonte: What went wrong? Trevor Kletz

Vídeo
Nota-se no vídeo que algumas pessoas estavam preocupadas na gravação do incêndio do que deixar o local imediatamente. Parece que a empresa não tinha brigada  para organizar a evacuação imediata do local.

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sexta-feira, setembro 15, 2017

Trabalhador morre após cair de uma altura de 10 metros

Um trabalhador morreu na manhã de quarta-feira (13) em uma obra na Travessa Lago Salto Caxias, na Vila Palmital, em Colombo, Paraná. A vítima tinha 40 anos.

Segundo informações do socorrista Geziel Silva, do Siate, outros trabalhadores da obra relataram que o homem estava em cima das telhas, que não aguentaram o peso e arrebentaram. A queda foi de cerca de 10 metros. O operário não usava qualquer equipamento de proteção.
Além do Siate, a Polícia Militar foi acionada para a ocorrência. Fonte: Rede News 24- 13 de setembro de 2017

Comentário:
Principais causas:
locomoção no telhado sem proteção;
rompimento de telhas por baixa resistência mecânica; tábuas mal posicionadas;
escorregamento em telhados úmidos, molhados ou com acentuada inclinação;
calçados inadequados e ou impregnados de óleo ou graxa;
içamento inadequado de telhas e transporte sobre o telhado;
locomoção sobre coroamento dos prédios;
escadas de acesso ao telhado sem a devida proteção;
ofuscamento por reflexo do sol;
falta de sinalização e isolamento  

Todo serviço realizado sobre telhado exige um rigoroso planejamento, devendo necessariamente ser verificado os seguintes itens:
Tipo de telha, seu estado e resistência; materiais e equipamentos necessários à realização dos trabalhos;
Definição de trajeto sobre o telhado visando deslocamento racional, distante de rede elétrica ou áreas sujeitas a gases, vapores e poeiras;
Sinalização e isolamento da área prevista para içamento e movimentação de telhas;

Necessidade de montagem de passarelas, escadas, guarda-corpos ou estruturas sobre o telhado para facilitar manutenção de telhas, calhas, clarabóias, chaminés, lanternins, etc.

Definição dos locais para instalação de cabo guia de aço para possibilitar uso do cinturão de segurança conforme exigência do Ministério do trabalho;
Condições climáticas satisfatórias para liberar trabalho em telhado, visto que é proibido com chuva ou vento; programar desligamento do qual haja emanação de gases e estão sob o telhado em obras;
Orientar os trabalhadores e proibir qualquer tipo de carga concentrada sobre as telhas, visto que é o motivo principal de graves acidentes.

DURANTE O TRABALHO:
Para a execução do trabalho em telhados é importante considerar alguns aspectos:
a) Proibir carga concentrada - As telhas de fibrocimento, alumínio ou barro não foram projetadas para suportar cargas concentradas. Seus fabricantes advertem para não pisar ou caminhar diretamente sobre elas. Considerando que a maior parte dos acidentes em telhados ocorrem por rompimento mecânico de seus componentes, motivados por concentração excessiva de pessoas ou materiais num mesmo ponto, recomendamos:
Ao utilizar escada portátil, subir uma pessoa de cada vez; seu comprimento não pode ser
superior a 7 metros  
Nunca pisar diretamente nas telhas;
  Nunca pisar, apoiar passarelas metálicas ou tábuas sobre telhas translúcidas flexíveis. Elas
não foram projetadas para suportar pesos;
 Nunca permitir concentrar mais de uma pessoa num mesmo ponto do telhado ou mesma telha;
O beiral do telhado não suporta peso de pessoas ou cargas;
Todo material usado deve ser imediatamente removido após conclusão do serviço;

PASSARELAS PARA TELHADO:
(Uso indicado pela norma NR 18.18.1 do Ministério do Trabalho)
Única forma de andar com segurança em telhado do tipo plano inclinado (uma água, duas águas ou shed). Em telhados abaulados (em arco) só pode ser usada no sentido transversal das telhas. Indicada para telhas de fibrocimento, alumínio, cerâmica ou vidro.
Fabricada em duralumínio antiderrapante, substitui com segurança e durabilidade as perigosas tábuas.
Colocada sobre telhas onduladas de fibrocimento apoia-se perfeitamente sobre três ondas.
 Possibilita melhor distribuição da carga do que as tábuas que só se apoiam sobre duas ondas e ficam instáveis quando pisadas nas bordas.
A escada de telhado é colocada diretamente sobre as telhas e unida, sem auxilio de ferramentas, por ferrolhos com trava de segurança. Pode, também, ser usada no sentido transversal das telhas (montada sempre próxima às terças).

FORMAÇÃO
Quem trabalha em telhados necessita de conhecimentos, competências e experiência adequada para trabalhar em segurança. Os trabalhadores necessitam de formação que lhes permitam reconhecer os riscos, compreender os métodos de trabalho apropriados e disporem das competências necessárias para executar, como, por exemplo, trabalhar com uma plataforma móvel de acesso ou instalar e utilizar sistemas de linha de vida.

TIPOS DE TELHADOS

TELHADOS PLANOS
Trabalhar em telhados planos comporta um risco elevado. As pessoas podem cair:
■ da extremidade de um telhado completo;
■ da extremidade onde se está a trabalhar;
■ de aberturas, fendas ou clarabóias frágeis.
É necessário adotar medidas preventivas no trabalho em telhados planos sempre que há risco de queda. Podem ser necessárias medidas preventivas no beiral do telhado, nas aberturas, nos pontos de acesso ao telhado e nas clarabóias frágeis.

TELHADOS INCLINADOS
Em telhados inclinados, as pessoas podem cair:
■ dos beirais;
■ escorregando pelo telhado e transpondo os beirais;
■ internamente, através do telhado;
■ das cumeeiras
A proteção das bordas tem de ser suficientemente resistente para suportar uma pessoa que caia contra ela. Quanto mais inclinado for o telhado, mais forte terá de ser a proteção. As plataformas de acesso mecânicas podem proporcionar um local de trabalho seguro, em alternativa ao trabalho no próprio telhado. Podem ser particularmente úteis em trabalhos de curta duração e em demolições, quando se criam aberturas no telhado.
É necessário assegurar acessos, saídas e locais de trabalho seguros. Uma vez que as telhas podem não constituir uma base segura, pode ser necessário utilizar passarelas ou equipamento semelhante.

TELHADOS FRÁGEIS
Entende-se por material frágil aquele que não suporta de forma segura o peso de uma pessoa e de qualquer carga transportada.
Muitos componentes de telhados são ou podem tornar-se frágeis. As telhas; fibrocimento, a fibra de vidro e o plástico tendem geralmente a tornar-se mais frágeis com o tempo e os telhados metálicos podem enferrujar. As placas de telhados mal reparados podem não ter sustentação suficiente. Os telhados podem ainda ter zonas frágeis (como é o caso das clarabóias) não imediatamente aparentes e podem ser temporariamente frágeis, em especial durante a construção.
Um telhado frágil não é um local de trabalho seguro, pelo que não deve haver acesso  sem medidas de prevenção adequadas.

TELHADOS INDUSTRIAIS
O trabalho em coberturas industriais implica riscos de queda:
■ da extremidade do telhado;
■ através de aberturas no telhado não completo;
■ através de placas;
■ do revestimento exterior, quando é inevitável haver aberturas não protegidas;
■ da estrutura, (aberturas provisórias) quando se descarregam placas da cobertura;
■ através de clarabóias ou coberturas frágeis ou de fixação temporária.

Um bom planejamento pode reduzir significativamente os riscos ligados às coberturas industriais. Eis alguns elementos-chave:
■ Redução da necessidade de deslocação dos trabalhadores no telhado, através de:
• utilização de armazenagem próximo ao local;
• entrega das placas certas à medida que estas vão sendo necessárias, no local certo e no momento certo;
• instalação de pontos de acesso adequados à posição em que se trabalha.
■ Minimização das probabilidades de queda através da segurança do local de trabalho, e não confiando apenas no equipamento de proteção contra quedas.

TRABALHO EM TELHADOS JÁ EXISTENTES
Este tipo de trabalho inclui a inspeção, a manutenção e a limpeza, bem como a reparação, a remoção e o desmantelamento.
É frequente pessoas não especializadas, tais como técnicos de limpeza, encarregados de pequenas reparações em edifícios, efetuarem trabalhos de inspeção e limpeza.
Tais trabalhos não devem ser efetuados sem uma avaliação dos riscos adequada, um planejamento correto, as precauções necessárias nem sem supervisão.

PLANEJAMENTO DO TRABALHO EM TELHADOS ANTIGOS
O trabalho em telhados antigos exige planejamento cuidadoso, já que é necessário:
■ identificar partes frágeis do telhado;
■ identificar medidas preventivas;
■ estar em contacto com o cliente (sempre que necessário);
■ em determinados casos, efetuar em estudo estrutural e, em todos os casos,
■ uma avaliação dos riscos.

Sempre que se planeja a reparação, a renovação ou a desmontagem de telhado deve-se estudar o modo como os materiais vão ser retirados e armazenados. São necessárias salvaguardas de proteção dos trabalhadores contra quedas ao longo de todo o processo de retirada. É essencial adotar um método de trabalho seguro para a demolição ou a desmontagem e  a retirada de materiais do telhado.

OUTRAS INFORMAÇÕES

LEGISLAÇÃO

Fonte: EU-OSHA - Agência Européia para a Segurança e a Saúde no Trabalho 






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quarta-feira, setembro 13, 2017

Os 30 anos do acidente radioativo do césio-137

Técnicos retiram lixo radioativo das áreas contaminadas nos setores
Aeroporto e Ferroviário, no centro de Goiânia,
bairros mais afetados pela contaminação do césio-137
A cada mês de setembro, desde 1987, a árvore genealógica da família Alves Ferreira lembra a maior tragédia radiológica urbana da história da humanidade.

Era o dia 13 do mês de setembro, uma cápsula com cloreto de césio --sal obtido por meio do radioisótopo 137 do elemento químico césio-- foi aberta em uma casa da rua 57, no setor Aeroporto da capital goiana, antes de seguir para um ferro-velho.

PRECONCEITOS
Os dias seguintes foram de dor, ferimentos, sofrimento e morte. Depois, preconceito e incerteza quanto ao futuro das 129 pessoas contaminadas pela radiação. Esse dia jamais chegou ao fim.
Um dia, uma passageira  do táxi perguntou se não tinha nenhum perigo de ficar no carro com os vidros fechados. Eu disse que não, mas que ela ficasse à vontade se quisesse descer  O Hyundai prateado modelo HB, placas de Aparecida de Goiânia, está a duas quadras do aeroporto da capital goiana. Ele é guiado por Odesson Alves Ferreira, 62, cuja mão esquerda exibe as cicatrizes do acidente. Ele perdeu a palma da mão --ela foi reconstituída com parte da pele que cobre o abdômen-- e as falanges do dedo indicador da mão foram amputadas. Odesson cadastrou-se há um ano na Uber, após seguidas tentativas de empreendimentos barradas pelo preconceito.
É a memória oral da história do césio-137: conta inúmeras vezes com precisão o que aconteceu desde o dia 13 de setembro de 1987. Tem, na cabeça, os números exatos do peso da peça de ferro-velho, da cápsula de césio, do tamanho e das especificações do que foi enterrado no depósito de Abadia de Goiás.

A precisão das datas impressiona, assim como o bom humor ao contar situações pitorescas dos primeiros dias de tragédia. “O médico pediu que eu tomasse cerveja para que a urina eliminasse a radiação, e eu até achei bom --não precisava justificar a cervejinha para a minha mulher. Mas não adiantou nada, e o banheiro do bar precisou ser demolido porque também recebeu radiação.”

Antes de dirigir e presidir, por duas vezes, a associação das vítimas, o aposentado tentou por duas vezes investir em comércios de bairro em  Aparecida de Goiânia, cidade que faz limite com Goiânia e que abriga a maior parte da família Alves Ferreira, a mais afetada pela tragédia --são 50 pessoas atingidas, além das duas mortes diretamente ligadas ao acidente e outras duas posteriores.

“Fomos chamados de ‘marajás’ porque recebíamos uma pensão miserável do Estado. Entrei em depressão porque não podia mais trabalhar --fui aposentado por invalidez. Montei uma frutaria, e todos os dias ia até o Ceasa buscar tudo fresquinho. Não conseguia vender. As pessoas passavam na porta, iam até outro lugar e passavam com a mercadoria. Acabei com a frutaria, e montamos um bar. Também passavam com garrafa de cerveja vazia, iam no boteco vizinho e compravam. O irmão de um deles me falou: 'O pessoal não compra cerveja aqui porque acha que está contaminada'.”

Nos anos seguintes, as vítimas fizeram uma via-crúcis para matricularem seus filhos em colégios de Goiânia e de Aparecida de Goiânia. Receberam o não mais de duas vezes cada uma.

Cunhada de Odesson, Luiza Odete dos Santos mentiu por anos sobre a origem da longa cicatriz que exibe no lado esquerdo do pescoço. “Isso aqui, pegando meu rosto, passou a parecer uma mancha de vitiligo, e eu falava que era. E o pessoal me ensinava um remédio. Depois, o tempo foi passando, e eu disse: vou viver. Se o pessoal pergunta, eu falo. E fica assustado, porque ainda existe a discriminação. Pessoas mal informadas ainda acham que a gente transmite radiação.”

Lourdes Alves Ferreira, mãe de Leide das Neves, 6 --a menina morta no acidente que virou o símbolo da luta contra a radiação e o preconceito diante das vítimas--, tem a guia médica zerada nas clínicas que frequenta por causa do acidente.

“As recepcionistas insistem para saber por que ela é zerada”, diz. “Um dia, uma gritou. E fui pertinho dela e falei: sou obrigada a explicar o porquê? Quando o médico me chamou, ela fez questão de me acompanhar até o consultório. Eu disse que era uma vítima do césio. O tempo todinho que fiquei esperando, se ela não estava escrevendo, estava olhando para mim. Eu era uma pessoa estranha para ela. Já aconteceu de a pessoa, quando soube quem era eu, se levantar de perto de mim.”

Isso aqui passou a parecer uma mancha de vitiligo, e eu falava que era. O tempo foi passando, e eu disse: vou viver. Se perguntam, eu falo. Ficam assustados. Acha que a gente transmite radiação

AS VÍTIMAS ETERNAS
A Secretaria Estadual da Saúde, por meio do Cara (Centro de Atendimento ao Radioacidentado), ainda hoje monitora 1.292 pessoas, entre radioacidentados, parentes da primeira e segunda geração e funcionários que tiveram contato com os afetados durante os dias de controle da irradiação.

Elas sofreram com problemas físicos e psiquiátricos. Obrigatoriamente, devem visitar o Cara pelo menos uma vez por ano --a frequência já foi mensal e semestral.  Em 2016, o centro realizou 5.741 atendimentos --destes, 1.497 no setor de enfermagem e 811 no de psicologia.

Membros foram amputados, braços e mãos receberam enxertos e, em duas vítimas, as feridas provocadas pelo contato com o césio --as radiodermites-- ainda não fecharam. Eles vivem às custas de curativos, paliativos às lesões que sofreram e nunca foram curadas. E ainda há o preconceito.

“Há um cansaço com essa situação. Um rapaz que está para amputar o pé teve a proposta para tratamento com células-tronco, com uma equipe da Suíça. E ele negou: ‘Estou cansado de ser cobaia. Já não sei quantas tentativas foram feitas, e nenhuma deu resultado. Prefiro ser amputado”, afirma a psicológica Suzana Helou, que atende aos radioacidentados desde outubro de 1987.

CÁPSULA E CONTAMINAÇÃO
A cápsula que causou o acidente era parte de um aparelho radioterapêutico que estava abandonado no terreno em que funcionou o Instituto Goiano de Radioterapia (IGR). Foi utilizado de 1971 até 1985, quando o instituto foi desativado. O equipamento de  teleterapia (radioterapia externa) , que continha o césio, foi abandonado naquele ano em meio às ruínas do centro de radioterapia.

A peça foi encontrada no dia 13 de setembro de 1987 por Wagner Mota Pereira e Roberto Santos Alves, que depois a revenderiam para um ferro-velho. A peça, de aproximadamente 200 quilos de ferro e chumbo, tinha 19,26 gramas de césio-137, guardada em um recipiente arredondado, semelhante a uma lata de goiabada. Ela foi levada para a casa de Roberto. No terreno da rua 57, o invólucro de chumbo foi perfurado, e a placa de lítio que isolava as partículas radioativas, rompida.

De lá, a peça foi vendida para Devair Alves Ferreira, então com 37 anos e dono de um ferro‑velho na rua 26-A, no mesmo bairro. Ele percebeu o brilho azul que irradiava do recipiente arredondado. Fragmentos de pó saíam da cápsula e foram distribuídos. Assim, o brilho e a contaminação se espalharam pelos bairros adjacentes ao setor Aeroporto.

Dos que tiveram contato com o pó, restaram 46 pessoas diretamente contaminadas. Todas elas passaram por um banho com escovação e vinagre para se descontaminarem, mas a radiação continuou. Suas roupas, seus pertences e suas casas demolidas foram descartados --estão enterrados no depósito de lixo radiológico de Abadia de Goiás (23 km de Goiânia).

Quatro pessoas morreram depois de um mês isoladas no hospital naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro: Leide da Neves Ferreira, 6, Maria Gabriela Ferreira, 37, Israel Baptista dos Santos, 22, e Admílson Alves de Souza.

Todos eles receberam uma dose muito alta de radiação, medidas pelo índice Gy (gray). Para cada sessão de radioterapia para câncer de mama, por exemplo, a dose é de, no máximo, 2 Gy. Devair, que teve contato com uma dose maior (7 Gys), sobreviveu por não ingerir o pó. Leide das Neves, que ingeriu o césio ao comer um ovo cozido com as mãos sujas da substância, absorveu diretamente 6 Gy.

Os corpos tiveram que ser colocados em caixões de chumbo, de cerca de 700 quilos, e sepultados sob uma estrutura de toneladas de concreto. Os primeiros enterros, de Leide e de Maria Gabriela, sofreram tentativas de impedimento, com blocos interrompendo o tráfego de veículos e pedras e cruzes dos túmulos atiradas contra os veículos que transportavam os caixões, que foram içados por um guindaste para os túmulos. As estruturas de concreto, que não têm contato com o solo, mas recebem constantemente flores de quem ainda se sensibiliza com a tragédia, hoje são as mais preservadas do Cemitério Parque de Goiânia.  

Presidente da Associação das Vítimas do Césio-137, Suely Lina de Moraes ainda reside na mesma casa da época do acidente, na rua 26. Os fundos da residência dão para o terreno concretado que um dia foi o ferro-velho de Devair --a casa foi demolida depois do acidente. “A diretora trazia meu filho da escola e o deixava na esquina, por medo de contaminar. Esses dias  teve um evento no lote do Devair, e a polícia veio para acompanhar. Quando viram que era a rua do césio, não entraram. Não desceram com medo da radiação.”

HOJE, NÃO HÁ MAIS CONTAMINAÇÃO NAS PESSOAS NEM NOS LOTES.
Suely sorri o tempo todo, mesmo quando se lembra da tragédia. É ela a responsável por controlar as informações e os cuidados com as vítimas do acidente. “Tem os remédios de uso contínuo que não estão disponiveis no SUS. Mas outros custam R$ 200, R$ 100. E não tem.” O Cara afirma que a questão de abastecimento de medicamentos está sendo resolvida pela Secretaria Estadual da Saúde.

Ela tem um mapa, feito à mão, com as vítimas de câncer residentes nos setores Aeroporto e Ferroviário, os mais atingidos pela radiação. Ela aponta 23 casos. “São os moradores daqui, que não saíram daqui. Não vieram fazer pesquisa [epidemiológica, que atesta a incidência maior ou menor de doenças] deles.

Nunca foram na fundação, nem sabem onde é. Enquanto as vítimas diretas eram atendidas, eles continuaram aqui. Estavam expostos [à radiação].”

“As doenças causadas pela radiação limitam-se às mortes da época do acidente e aos 22 pacientes com radiodermites. Foram 129 vítimas diretas. Nós podemos afirmar que a doença do césio se limita a esse grupo”, rebate o diretor-geral do Cara, André Luiz de Souza.

“É um discurso permanente deles, de que serão sempre vítimas do acidente. É um fator estressor permanente, de um dia contraírem doenças degenerativas, como câncer e leucemias, ou ter um descendente com deformação genética. Foi o que um pesquisador norte-americano chamou de ‘grávidos da morte’. Tudo é atribuído ao acidente radiológico”, afirma a psicóloga Suzana Helou.

Em dezembro de 2016, Helou entrevistou acidentados e também a população em geral. A pergunta era se os atingidos pela exposição ao césio ainda se consideravam vítimas do acidente radioativo. “Mais de 80% respondeu que sim”, diz. “A maior incidência de resposta é a discriminação que eles acreditam sofrer por parte da população em geral.”

CONSTRUÇÃO DO DEPÓSITO
A 23 km do local do acidente, o antigo vilarejo de Abadia de Goiás foi escolhido para receber os restos da tragédia. Foram 17 anos para que a estrutura ficasse pronta: dois campos de concreto cobertos de grama com 60 metros de comprimento, 18 de largura e oito de altura.
O reservatório contém todas as blindagens e a fonte que continha o césio --nele estão todos os rejeitos de média radioatividade.

Abadia virou cidade de 6.868 habitantes, emancipada em dezembro de 1995. A cidade foi escolhida tecnicamente, com base na geologia local para que não tivesse influência na natureza , afirma Marco Antonio Pereira da Silva, do CRCN-CO (Centro Nacional de Ciência Nuclear do Centro-Oeste). Os materiais contaminados estão envolvidos em contêineres, e a base de concreto impede que eles contaminem o solo nem o lençol freático, aponta.

O desenvolvimento, afirma, veio em parte pela construção do depósito. "Antes da instalação, havia muito medo de remover o depósito para cá, por falta de informação. Hoje, a população sabe que não há nenhum risco --pelo contrário, isso trouxe desenvolvimento. Abadia entrou no mapa científico do mundo --muita gente vem para cá para fazer pesquisas e desenvolver outras. Não há estigma na cidade --ele é maior em Goiânia do que aqui. Abadia é uma cidade que se incorporou à construção do depósito. Fonte: UOL Noticias – 10 de setembro de 2017

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quinta-feira, setembro 07, 2017

Incêndio na boate Bamboo Club em Bucareste deixa dezenas de feridos

Um grande incêndio destruiu  Bamboo Club em Bucareste na madrugada de sábado, 21 de janeiro de 2017. Bamboo era um dos clubes mais populares de Bucareste e atraía pessoas locais e bem como turistas.
O incêndio iniciou-se por volta das 3:30 da manhã. Os bombeiros ativaram o plano de intervenção às 4:00.
Cerca de 500 pessoas estavam no clube quando o incêndio começou, mas aparentemente todos conseguiram sair. Os bombeiros não encontraram vítimas presas no interior do clube, de acordo com fontes oficiais citadas.



DESTRUIÇÃO
O incêndio destruiu completamente a instalação de  3.000 metros quadrados.

VÍTIMAS
Não foram relatadas vítimas fatais. Cerca de 44 pessoas foram levadas ao hospital pelas equipes de  emergência ou foram sozinhas para os hospitais, a maioria dos quais foi liberadas no sábado de manhã. Apenas cinco pessoas ainda continuavam hospitalizadas. Uma pessoa estava em estado grave e precisava de cuidados especiais, mas nenhuma das vítimas tinha queimaduras.
Os médicos disseram que uma pessoa estava em estado grave, enquanto a maioria das vítimas sofria de inalação de fumaça e hipotermia. Alguns tiveram fraturas ósseas, disseram os médicos, indicando que entraram em pânico e pularam do terraço do piso superior.

TESTEMUNHAS
De acordo com uma testemunha, o incêndio iniciou-se  perto do palco onde as dançarinas estavam se apresentando. Aparentemente, algumas pessoas do clube fumavam, embora a lei não permita fumar em espaços públicos fechados.
Outra testemunha disse que, pouco antes do incêndio, um cheiro de fio elétricos superaquecido foi sentido  e o ar condicionado parou de funcionar.

AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO
As autoridades disseram  que o clube não tinha autorização de segurança contra incêndio e que tinha sido multado várias vezes desde 2015. As autoridades deram prazo aos proprietários de alguns meses  para regularização..
Felizmente, nenhuma vida foi perdida no incêndio. No entanto, passamos por outra tragédia significativa. As regras e as leis aparentemente não foram cumpridas novamente. Até que entendamos de uma vez por todas que a lei é para todos, a sociedade sempre estará em perigo, disse o presidente da Romênia.
A maior tragédia em um clube noturno em Bucareste foi em outubro de 2015, quando o Colectiv  Club queimou (por causa de fogos de artifício) durante um show de rock na noite de Halloween. 64 pessoas dos 400 que estavam no clube perderam a vida naquela noite ou nos meses seguintes devido a lesões sofridas.

INVESTIGAÇÃO
Iniciou-se  a investigação para determinar a causa do incêndio  sob responsabilidade do  Ministério Público no Tribunal de Bucareste e a Polícia de Bucareste.   Fonte: Romania Insider-21 Jan 2017


Comentário: O cenário é o mesmo em quase todos os países. As características são semelhantes: fogos de artifício, materiais combustíveis, falta de segurança, falta de autorização de funcionamento.

Infelizmente não aprendemos com as tragédias. Os acidentes se repetem após um ciclo de anos e as  lições são esquecidas.


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terça-feira, setembro 05, 2017

Lesões causadas pelo Frio

A pele e os tecidos subcutâneos são mantidos em uma temperatura constante pelo sangue circulante. A temperatura do sangue se deve ao calor proveniente da energia liberada pelas células quando estas queimam o alimento (um processo que requer um suprimento constante de alimento e oxigênio).

A temperatura corpórea cai quando a pele é exposta a ambientes mais frios, o que aumenta a perda de calor; quando o fluxo sangüíneo é impedido; ou quando o suprimento de alimentos e oxigênio diminui. O risco de ocorrência de lesões causadas pelo frio aumenta quando a nutrição é inadequada ou a quantidade de oxigênio é insuficiente (p.ex., em altitudes elevadas).

As lesões causadas pelo frio não ocorrem, mesmo em um clima extremamente frio, quando a pele, os dedos das mãos e dos pés, as orelhas e o nariz estão bem protegidos e somente são expostos durante um breve período. Quando a exposição é mais prolongada, o organismo automaticamente contrai os vasos sangüíneos da pele, dos dedos das mãos e dos pés, das orelhas e do nariz para enviar mais sangue para os órgãos vitais (p.ex., coração e cérebro). Entretanto, esta medida de autoproteção tem um preço. Como menos sangue aquecido chega a essas partes do corpo, elas resfriam mais rapidamente.

Prevenir uma lesão causada pelo frio é simples: deve-se saber onde está o perigo e preparar- se. Muitas camadas de roupas (de preferência de lã) ou jaquetas com capuz almofadadas com penas, pêlos ou fibra sintética, juntamente com uma capa leve à prova de vento, protegerão as pessoas nas condições mais inclementes. Como uma grande quantidade de calor é perdida pela cabeça, um chapéu quente é essencial. O consumo de alimentos e líquidos suficientes também é útil.

As lesões causadas pelo frio incluem a hipotermia, na qual todo o corpo esfria até uma temperatura potencialmente perigosa;
a geladura, na qual partes do corpo sofrem lesões superficiais; e
o congelamento, no qual alguns tecidos do corpo são realmente destruídos.
as frieiras e o pé de imersão também são causados por uma exposição excessiva ao frio.

HIPOTERMIA
A hipotermia é uma temperatura corpórea anormalmente baixa.
As pessoas muito idosas e as muito jovens são as mais vulneráveis. Estão particularmente expostas ao risco de hipotermia as pessoas idosas que vivem sozinhas e que permanecem sentadas durante horas ou dias em um aposento frio, que apresentam lentamente confusão mental e fraqueza. Metade das pessoas idosas que apresentam hipotermia morrem antes ou logo após terem sido encontradas. Entretanto, mesmo as pessoas jovens fortes e saudáveis não são imunes à hipotermia.

CAUSAS
A hipotermia ocorre quando o corpo perde calor mais rapidamente do que ele demora para queimar energia para repô-lo. O ar frio, freqüentemente o vento, pode retirar calor do corpo por convecção. Permanecer sentado e imóvel durante algum tempo sobre o chão frio ou uma superfície metálica ou com roupas molhadas faz com que o calor do corpo passe para a superfície mais fria por condução. O calor pode ser perdido pela pele exposta, especialmente da cabeça, por meio da radiação e da evaporação do suor.

A hipotermia freqüentemente ocorre quando uma pessoa é imersa em água fria. Quanto mais fria a água, mais rápido o desenvolvimento da hipotermia. O início da hipotermia passa facilmente desapercebido durante um longo período de imersão na água que não parece estar muito fria, mas que retira calor do corpo. Os perigos da imersão por mesmo poucos minutos em água gelada ou durante um maior período em água temperada devem ser reconhecidos, especialmente porque a vítima muitas vezes apresenta desorientação.

SINTOMAS
O início da hipotermia é tão gradual e sutil que nem a vítima nem outras pessoas percebem o que está ocorrendo. O movimento torna-se lento e desajeitado, o tempo de reação é mais longo, a mente torna-se confusa, o julgamento é comprometido e ocorrem alucinações. Uma pessoa com hipotermia pode cair, caminhar sem destino ou simplestemente deitar-se para repousar e talvez morrer. Quando a pessoa encontra-se dentro da água, ela move-se com dificuldade, se entrega e, finalmente, se afoga.

TRATAMENTO
Nos estágios iniciais, vestir roupas secas e quentes, ingerir bebidas quentes ou se agasalhar em um saco de dormir junto com um companheiro são medidas que podem contribuir para a recuperação da pessoa. Quando a vítima é encontrada inconsciente, uma maior perda de calor pode ser evitada, envolvendo-a com um cobertor seco e quente e, quando possível, colocando a vítima em um local quente enquanto são tomadas providências para transferi-la imediatamente para um hospital. Freqüentemente, os pulsos e os batimentos não podem ser detectados. A vítima deve ser manipulada delicadamente, pois um golpe brusco pode desencadear uma arritmia cardíaca (batimentos cardíacos irregulares) potencialmente fatal. Por essa razão, a ressuscitação cardiopulmonar não é recomendável fora do ambiente hospitalar, exceto quando a vítima permaneceu imersa na água gelada e está inconsciente. Como o risco de morte da vítima inconsciente é grande, essas pessoas devem ser tratadas e controladas em um hospital para que tenham uma chance de sobreviver. As pessoas com hipotermia só devem ser consideradas mortas após serem aquecidas e mesmo assim não apresentarem sinais de vida.

GELADURA
A geladura (congelamento parcial) é uma lesão causada pelo frio em que partes da pele congelam, mas não são lesadas de modo permanente.
Na geladura, as áreas congeladas da pele ficam brancas e firmes e, em seguida, edemaciadas e dolorosas. Posteriormente, a pele pode descamar, como ocorre nos casos de queimadura solar, e as orelhas ou as bochechas ocasionalmente tornam‑se sensíveis ao frio durante meses ou mesmo anos, embora não apresentem uma lesão evidente. O único tratamento necessário é o aquecimento da área durante alguns poucos minutos, exceto quando a área é gravemente congelada. Nesses casos, o tratamento é o mesmo que o do congelamento.

CONGELAMENTO
O congelamento é uma lesão causada pelo frio em que uma ou mais partes do corpo são lesadas de forma permanente.
É mais provável que o congelamento ocorra em pessoas que possuem uma má circulação em decorrência da aterosclerose (engrossamento e endurecimento das paredes arteriais), espasmo (que pode ser causado pelo tabagismo, alguns distúrbios neurológicos e certos medicamentos) ou a constrição do fluxo sangüíneo por luvas ou botas demasiadamente apertadas. As mãos e pés expostos são as partes mais vulneráveis. A lesão causada pelo congelamento é conseqüência de uma combinação da diminuição do fluxo sangüíneo e da formação de cristais de gelo nos tecidos. No congelamento, a pele fica hiperemiada (vermelha), edemaciada (inchada) e dolorosa e, em seguida, preta. As células nas áreas congeladas morrem. Dependendo da extensão do congelamento, o tecido afetado pode recuperar-se ou pode gangrenar.

TRATAMENTO
Uma pessoa com congelamento deve ser coberta com um cobertor quente. A mão ou o pé congelado deve ser aquecido lentamente em água não mais quente do que uma pessoa normal consegue tolerar confortavelmente (de 37,7 a 40°C). A vítima não deve ser aquecida em frente a uma fogueira, uma lareira, etc. nem deve ser friccionada com neve. Após a vítima estar a salvo, as bebidas quentes são úteis. A área congelada deve ser cuidadosamente lavada, seca, envolvida com ataduras estéreis e mantida rigorosamente limpa para evitar a infecção. Logo após o congelamento ser diagnosticado, um antibiótico deve ser administrado. Algumas autoridades também recomendam a administração de uma dose de vacina antitetânica. A reserpina (oral ou injetável) pode ser administrada para dilatar os vasos sangüíneos e melhorar o fluxo de sangue para a parte congelada.

A maioria das pessoas afetadas melhora ao longo de vários meses, embora, algumas vezes, a cirurgia seja necessária para remover os tecidos mortos. A decisão de amputar é geralmente postergada até que a área congelada tenha tempo para sarar, pois essa pode aumentar semanas ou meses mais tarde.

Freqüentemente, uma pessoa com os pés congelados deve caminhar até chegar a um local seguro. Na maioria dos casos, quando os pés puderem ser protegidos de um novo congelamento, andar com os pés congelados é melhor que andar após eles serem congelados. Os pés descongelados são mais vulneráveis a lesões durante a marcha, especialmente sobre um terreno acidentado.

FRIEIRAS
As frieiras (às vezes denominadas perniose ou eritema pérnio) são sensações dolorosas de frio ou queimação em partes do corpo que foram congeladas.
Elas são causadas pela exposição ao frio, mesmo um frio pouco intenso. As frieiras são de difícil tratamento e persistem durante anos.

PÉ DE IMERSÃO
O pé de imersão é uma lesão causada pelo frio que ocorre quando o pé é mantido em botas e  meias molhadas e geladas durante vários dias.
O pé fica pálido, gelado e viscoso e a circulação diminui. A infecção pode ocorrer quando o pé de imersão não é tratado. O tratamento consiste basicamente no aquecimento suave, secagem e limpeza do pé. A seguir, o pé deve ser mantido elevado, seco e aquecido. Antibióticos devem ser administrados e, possivelmente, uma dose de vacina antitetânica. Este tipo de lesão raramente ocorre nas mãos. Fonte: Merck Sharp & Dohme – 25/07/2006

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