Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

domingo, janeiro 30, 2022

INUNDAÇÕES EM MINAS GERAIS

As fortes chuvas que há semanas atingem MG continuam afetando a população e causando prejuízos. Rios transbordando, alagamento, inundações se espalham por várias regiões do estado. Os números de desabrigados e desalojados não param de aumentar. Desde o início da  estação  chuvosa, que este ano começou em outubro, um mês antes que o habitual.




Início da chuva – 01/10/2021

Danos humanos; (acumulado de 01out/2021  até  16/01/2022)

Mortos - 25

Desabrigados- 7.336

Desalojados - 47.911

Município em emergência – 374, dos 845 municípios

Fonte: Defesa Civil Estadual de Minas Gerais


ESTAÇÃO CHUVOSA EM MINAS GERAIS

A estação chuvosa em Minas Gerais, assim como, em toda a Região Sudeste, ocorre entre os meses de outubro a março, porém as primeiras pancadas de chuva, normalmente ocorrem na segunda quinzena de setembro, evidenciando o declínio da estação seca. Historicamente, no decorrer do mês de outubro, as pancadas de chuvas se tornam mais frequentes, estabelecendo na segunda quinzena do mês o início do período chuvoso no Centro-Sul e Oeste mineiro.

O aumento na frequência das chuvas se propaga gradativamente para o Centro-Norte e Leste, de forma que no início de novembro, todo o Estado já se encontra com a estação chuvosa estabelecida. O trimestre novembro a janeiro é frequentemente o mais chuvoso do ano. Normalmente, as chuvas deste trimestre é que favorecem para a recuperação dos reservatórios hídricos na Região Sudeste.

O transporte de umidade da Amazônia para o Brasil Central e Sudeste se estabelece entre a primavera e o verão, favorecendo a ocorrência diurna de pancadas de chuva, assim como, a configuração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS decorre da conexão deste canal de umidade com um sistema frontal que permanece estacionário sob o oceano, nas imediações do litoral da Região Sudeste, configurando uma banda de nebulosidade que se estende da Amazônia, passando pelas regiões brasileiras mencionadas, se estendendo para o Atlântico Sul. As regiões sob este sistema apresentam chuva praticamente contínua por dias consecutivos. Por outo lado, períodos consecutivos de dias sem chuva durante a estação chuvosa, denominados veranicos, são comuns principalmente em fevereiro. Fonte: Instituto Nacional  de Meteorologia – Inmet - 5º Distrito de Meteorologia / Minas Gerais / Belo Horizonte

AS INUNDAÇÕES SÃO FENÔMENOS NATURAIS

As inundações são fenômenos naturais que possuem como causas mais comuns eventos de pluviosidade intensa e de pouca duração ou períodos de chuvas contínuas.

Todavia, apesar de naturais, as inundações têm tido sua frequência e magnitude alteradas pelas modificações do uso e ocupação do solo, bem como suas consequências têm sido mais impactantes em termos socioeconômicos, devido, principalmente, à ocupação de áreas marginais inundáveis (planícies fluviais) nas zonas urbanas.

A urbanização ao longo das planícies fluviais é um processo histórico, fruto das facilidades geradas para a implantação de atividades agrícolas e para a utilização dos cursos fluviais como meio de transporte. Como resultado, desde cerca de quatro mil anos a humanidade convive com os riscos associados à localização de suas atividades e moradias no entorno de corpos hídricos. Estes riscos, muitas vezes, se refletem em significativas perdas humanas e materiais em diferentes áreas do mundo.  Fonte: Joana Maria Drumond Cajazeiro, geógrafa

Comentário: As principais causas de inundação seriam:

■ A morfologia da cidade a região tem relevo altamente acidentado, formado por serras, morros, fundo de vale, e encostas íngremes.

■ O clima: chove torrencialmente na época de verão

■ Uso e ocupação do solo de maneira desordenada

■ Não há mapeamento das áreas inundáveis quanto a:

1-Conhecimento da relação cota x risco de inundação

2- Definições dos riscos de inundação de cada superfície

3- Incorporação a Legislação Municipal de uso e ocupação do solo em zona de risco

4- Uso de Sistema de Informações Geográficas na análise de projetos de edificações e equipamentos urbanos.

5- Controle público da ocupação regular e irregular

■ a prática legalizada da construção ilegal e construção de obras públicas que não respeita o ecossistema.

■ O aumento da vulnerabilidade é atribuível ao uso do solo e da água que é muitas vezes ainda não considera as limitações impostas pela hidrogeologia. É comum no país como padrão, canalizar córrego, retificar e construção de avenidas ao logo das margens dos córregos e rios. Em conseqüência disso há uma ocupação desordenada do solo, principalmente construções, aumentando ainda mais a impermeabilização do solo.

Infelizmente a historia de desastre natural demonstra que tais acidentes se repetem após um ciclo de poucos anos. Não aprendemos ou as pessoas mudam e as lições são esquecidas, com os erros dos que nos antecederam. Infelizmente, muita gente não consegue enxergar nem tirar proveito dos fatos que já aconteceram , imagine a cegueira diante dos fatos portadores de futuro que repetirão os mesmos erros. A natureza tem suas próprias leis para provocar desastres.


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segunda-feira, janeiro 24, 2022

INUNDAÇÕES DEVASTAM A BAHIA

As chuvas começaram a cair na região leste e sul da Bahia entre os dias 6 e 7 de dezembro de 2021.  Pelo menos 24 cidades estão em situação de emergência.  Em alguns municípios, foram registradas inundações e as pessoas tiveram que deixar suas casas


As cidades afetadas, estão necessitando de assistência aérea para o resgate e suprimento de itens básicos Barcos, botes, caminhonetes e aeronaves foram destacados para prestar socorro e transportar os moradores das comunidades alagadas. Cestas básicas, cobertores, lonas e medicamentos também estão sendo distribuídos.

As autoridades orientam que os moradores dos locais afetados se abriguem em áreas mais altas e solicitem ajuda.

"Faço um apelo para que as pessoas que estão próximas de rios e riachos saiam de suas casas e vão para regiões mais altas. Esses rios e algumas barragens vão soltar mais água", alertou o governador.

Na quinta-feira (9/12), o Governo do Estado da Bahia decretou situação de emergência para 24 cidades. O objetivo é mobilizar todo o aparato público para apoiar as ações de socorro à população.

O decreto vale para as cidades de Anagé, Baixa Grande, Boa Vista do Tupim, Camacã, Canavieiras, Encruzilhada, Eunápolis, Guaratinga, Ibicuí, Itabela, Itacaré, Itamaraju, Itambé, Itapetinga, Itarantim, Jiquiriçá, Jucuruçu, Marcionílio de Souza, Mascote, Medeiros Neto, Mundo Novo, Santanópolis, Teixeira de Freitas e Vereda. Outros municípios também decretaram estado de calamidade.

Em  25/12/2021, na região de Itambé, sul da Bahia, houve rompimento da barragem de Iguá.

CIDADES DURAMENTE ATINGIDAS: Jurucuçu  e Itamamaraju, os municípios estão praticamente submersos.

O QUE CAUSOU O EVENTO EXTREMO

De acordo com especialistas, a tempestade atípica ocorreu pela combinação de dois fenômenos climáticos distintos: um corredor de umidade que vem da Amazônia e a formação de uma depressão subtropical (rajadas de ventos e nuvens em formato circular que giram em sentido horário).

O climatologista Francisco Eliseu Aquino, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que as tempestades na Bahia têm a ver com a combinação de dois fenômenos distintos.

O primeiro deles é a formação da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) a partir do dia 5 de dezembro.

"Trata-se de um corredor de umidade que surge na Amazônia e vai em direção à Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Por isso, chove na região desde o dia 6 de dezembro", diz.

Segundo, é possível observar a partir do dia 7/12 a formação de uma área de baixa pressão no Oceano Atlântico, próximo à região costeira do Brasil, que irá evoluir para um sistema denominado depressão subtropical.

A depressão subtropical é um evento meteorológico que gira no sentido horário e é marcado pela formação de nuvens, ventos, tempestades e agitação marítima.

Nos mapas disponíveis no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é possível ver a Zona de Convergência do Atlântico Sul (traços verdes, da Amazônia à Bahia) e a formação da depressão subtropical na região costeira do Brasil (à direita)

"E a combinação desses dois acontecimentos, a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e a área de baixa pressão, é o que intensificou a chuva nas regiões leste e sul da Bahia ao longo dos últimos quatro ou cinco dias", continua o pesquisador.

Aquino conta que a ZCAS é um fenômeno característico e esperado nesta época do ano, causando as "chuvas de verão" no corredor entre o norte da Amazônia e os Estados de Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Já a depressão subtropical é algo atípico e ainda possui condições de evoluir para uma tempestade tropical.

"As mudanças na circulação geral da atmosfera sugerem para nós que o oceano mais quente na costa do Brasil poderia formar com mais frequência áreas de baixa pressão como essa, levando à depressão subtropical", contextualiza.

E essa depressão subtropical, por sua vez, pode se combinar com a ZCAS e impulsionar outros eventos extremos.

Mas o climatologista entende que é preciso analisar mais a fundo para entender o que essas tempestades na Bahia podem sinalizar.

"Neste momento, não conecto diretamente as mudanças climáticas com esse evento extremo", pondera.

"Mas, num planeta mais quente, eventos extremos tornam-se mais frequentes, com a formação de depressões subtropicais como esta [vista na Bahia]", finaliza.

DANOS HUMANOS: De acordo com os dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec/BA) a situação dos Municípios atingidos:

Pessoas afetadas - 715.634,  

Pessoas desabrigadas - 30.915,

Desalojadas - 62.731,  

Vítimas fatais – 26

MUNICÍPIOS AFETADOS: Desde o início de dezembro de 2021, 154 Municípios da região decretaram situação de emergência e 127 cidades obtiveram reconhecimento federal.

PREJUÍZOS ECONÔMICOS: De acordo com dados coletados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), os prejuízos desde dezembro passado, já causaram de R$ 1.667.621.103,00. Os valores foram consultados no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), onde os Municípios cadastram informações.

PREJUIZOS POR SETORES

Agricultura – 591,8 milhões

Habitação – 495,3 milhões

Infraestrutura – 351,6 milhões

Pecuária – 46,5 milhões

Comércio – 35 milhões

Fontes: Agência CNM de Notícias-04/01/2022; Sudec - Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia; BBC News Brasil em São Paulo - 10 dezembro 2021


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terça-feira, janeiro 18, 2022

SÍNDROME DE BURNOUT É RECONHECIDA COMO FENÔMENO OCUPACIONAL PELA OMS

 A síndrome de Burnout passou a ser reconhecida como um fenômeno relacionado ao trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A assunção dessa condição passou a valer neste mês de janeiro, com a vigência da nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11).

A síndrome é definida pela OMS como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”.

Conforme a caracterização da entidade, há três dimensões que compõem a condição.

1.      A primeira delas é a sensação de exaustão ou falta de energia.

2.      A segunda são sentimentos de negativismo, cinismo ou distância em relação ao trabalho.

3.      A terceira é a sensação de ineficácia e falta de realização.

A OMS esclarece que a síndrome de Burnout se refere especificamente a um fenômeno diretamente vinculado às relações de trabalho e não pode ser aplicada em outras áreas ou contextos de vida dos indivíduos.

Segundo o advogado trabalhista Vinícius Cascone, no Brasil, o Ministério da Saúde reconhece desde 1999 a síndrome como condição relacionada ao trabalho.

RECONHECIMENTO DOS SINTOMAS: Caso um trabalhador reconheça os sintomas, deve buscar um médico para uma análise profissional. O médico avalia se o funcionário deve ou não ser afastado de suas funções. A empresa deve custear o pagamento caso o afastamento seja de até 15 dias.

Depois deste período, o empregado será submetido a uma perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para que o órgão analise e, confirmando o diagnóstico, arque com o custeio do afastamento durante mais tempo. É preciso também abrir uma comunicação de acidente de trabalho.

Cascone explica que se o empregador não der o encaminhamento em caso de afastamento, o trabalhador pode buscar diretamente o INSS ou entrar com ação judicial caso ocorra uma negativa do órgão.

Para o psiquiatra e psicanalista João Salla diz perceber que medidas relativamente simples, como palestras, têm efeito positivo sobre os trabalhadores. Separar um momento para falar do assunto permite que aqueles que compartilham o mesmo ambiente de trabalho possam se identificar uns nos outros.

"O problema é que a pessoa não fala e o assunto costuma ser ignorado. Quando o funcionário é acometido pelo burnout, ele vai ser visto como um empregado ruim, mas ele é uma pessoa adoecida e é assim que ele tem que ser tratado."

Para João Marcio Souza, diretor-executivo da Talenses Executive, que trabalha com recrutamento e seleção de mão de obra, somente uma revisão mais profunda e, portanto, mais demorada, do modo como as empresas funcionam pode ter efeito sobre os casos de burnout.

"Antes de tudo é necessária uma mudança mais estrutural do capitalismo e da busca por lucro ou as pessoas continuam sofrendo diante do modelo de sucesso das organizações", diz.

"Estamos vivendo um excesso de presente, de realidade. As pessoas caem no estresse de correr atrás de metas, de crescimento. Já era um modelo agressivo e ainda vem uma pandemia", afirma o executivo.

Na avaliação de Souza, somente uma mudança de comportamento a partir do topo das empresas pode evitar que "se enxugue gelo". O psicanalista João Salla concorda: "a tônica de qualquer mudança [de políticas para um ambiente de trabalho mais humanizado] é que ela tem que ser de cima para baixo."

Com a nova classificação, o trabalhador que decidir buscar a Justiça do Trabalho em busca de reparação terá mais facilidade? Não necessariamente, segundo o advogado Matheus Cantarella Vieira, da área trabalhista do Mello e Torres Advogados, para quem o maior efeito da reclassificação é aumentar a atenção em relação à doença.

"De qualquer forma, na Justiça, como qualquer doença, é necessário demonstrar a culpa da empresa, que pode ser por não ter feito nada ou por ter feito algo específico", diz. "Nesse sentido, não ter metas abusivas, barrar jornadas longas, respeitar períodos de férias e permitir que a pessoa fique desconectada do trabalho são fatores de proteção."

Para o diretor-executivo da consultoria de marcas iN, Fábio Milnitzky, as organizações já sabiam da importância da saúde física como parte da própria produtividade de seus funcionários. "Agora é necessário que elas também compreendam a necessidade de se desenvolver um ambiente seguro, transparente, de escuta ativa, para que as trocas passem a fazer parte da natureza corporativa."

A nova CID em vigor desde o dia 1º também trouxe outras alterações, como a reorganização dos transtornos que fazem parte do espectro do autismo, e a reclassificação da transexualidade, que saiu dos distúrbios mentais, e agora está no índice de saúde sexual, sob o nome de "incongruência de gênero".

As empresas ou indivíduos interessados em levantar o potencial para o acometimento da síndrome de burnout podem usar adaptações da MBI (Maslach Burnout Inventory), uma escala criada pelo pesquisador que dá nome ao questionário.

É importante usar o teste apenas como uma referência, um parâmetro, o que não substitui uma avaliação médica ou psicológica. Ele não representa um diagnóstico, mas pode ajudar o trabalhador a refletir sobre o que está vivendo.

COMO USAR O QUESTIONÁRIO

Atribua uma pontuação de 0 a 5 para cada afirmação abaixo. Quando terminar, some os números.​​

Características psicofísicas em relação ao trabalho

1 Sinto-me esgotado(a) emocionalmente em relação ao meu trabalho

2 Sinto-me excessivamente exausto ao final da minha jornada de trabalho

3 Levanto-me cansado(a) e sem disposição para realizar o meu trabalho

3 Envolvo-me com facilidade nos problemas dos outros

4 Trato algumas pessoas como se fossem da minha família

5 Tenho que desprender grande esforço para realizar minhas tarefas laborais

6 Acredito que eu poderia fazer mais pelas pessoas assistidas por mim

7 Sinto que meu salário é desproporcional às funções que executo

8 Sinto que sou uma referência para as pessoas que lido diariamente

9 Sinto-me com pouca vitalidade, desanimado(a)

10 Não me sinto realizado(a) com o meu trabalho

11 Não sinto mais tanto amor pelo meu trabalho como antes

12 Não acredito mais naquilo que realizo profissionalmente

13 Sinto-me sem forças para conseguir algum resultado significante

14 Sinto que estou no emprego apenas por causa do salário

15 Tenho me sentido mais estressado(a) com as pessoas que atendo

16 Sinto-me responsável pelos problemas das pessoas que atendo

17 Sinto que as pessoas me culpam pelos seus problemas

18 Penso que não importa o que eu faça, nada vai mudar no meu trabalho

19 Sinto que não acredito mais na profissão que exerço

RESULTADOS:

De 0 a 20 pontos: nenhum indício de burnout

De 21 a 40 pontos: possibilidade de desenvolver burnout, procure trabalhar as recomendações de prevenção da síndrome.

De 41 a 60 pontos: fase inicial de burnout, procure ajuda profissional para debelar os sintomas e garantir, assim, a qualidade no seu desempenho profissional e a sua qualidade de vida.

De 61 a 80 pontos: burnout começa a se instalar. Procure ajuda profissional para prevenir o agravamento dos sintomas.

De 81 a 100 pontos: você pode estar em uma fase considerável de burnout, mas esse quadro é perfeitamente reversível. Procure o profissional competente de sua confiança e inicie o quanto antes o tratamento.  Fonte: questionário adaptado por Chafic Jbeili, a partir do Maslach Burnout Inventory

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que o início da vigência da nova lista de doenças demandará atualização de normativos internos, o que ocorrerá “aos poucos”.

Conforme o órgão, o direito a benefícios associados ao afastamento temporário é garantindo a quem comprovar incapacidade de realizar o trabalho. Fonte: Agência Brasil - Brasília - Publicado em 16/01/2022 ; Folha  de São Paulo - 15.jan.2022

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terça-feira, janeiro 04, 2022

METADE DAS CIDADES BRASILEIRAS NÃO MAPEIA ÁREAS DE RISCO DE INUNDAÇÃO

Em 2020, apenas 1.332 dos 4.107 municípios brasileiros cujas prefeituras forneceram ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) dados sobre os serviços locais de drenagem e manejo das águas das chuvas contavam com mapeamento das áreas de risco de inundação em zonas urbanas. A informação consta no diagnóstico que o Ministério do Desenvolvimento Regional apresentou.

“Ao menos 2.775 [cidades brasileiras] não possuem mapeamento das suas áreas de risco de inundações. E fica muito difícil promovermos políticas públicas, melhorias, quando não há planejamento, quando não conhecemos a realidade dos municípios”, enfatizou o diretor substituto do Departamento de Cooperação Técnica da Secretaria Nacional de Saneamento, do Ministério do Desenvolvimento Regional, ao apresentar os dados gerais do SNIS.

FALTA DE GESTÃO DE RISCOS: A plataforma também aponta que apenas 1.184 dos 4.107 municípios abrangidos na pesquisa anual realizavam o monitoramento de dados hidrológicos (enxurradas, alagamentos e inundações), considerado um importante instrumento da gestão de riscos. Além disso, apenas 620 das cidades do universo amostral contavam com sistemas de alerta de riscos hidrológicos capazes de antecipar a ocorrência de eventos.

 “[Com isso] Ficamos mais suscetíveis a situações como as que estão ocorrendo na Bahia”, acrescentou Silva, referindo-se aos danos causados pelas chuvas intensas que atingiram o estado nordestino, provocando, além de dezenas de  12 mortes, enchentes, alagamentos, deslizamentos, danos à infraestrutura rodoviária e a interrupção do fornecimento de energia elétrica e de água, principalmente na região sul do estado. Além da Bahia, Minas Gerais também foi fortemente afetada por recentes tempestades.

INFRAESTRUTURA DEFICIENTE: “Claro que há outros fatores envolvidos, mas são aspectos que precisam ser avaliados previamente para pelo menos minimizarmos os riscos”, continuou o diretor substituto. “Uma parte destes impactos [registrados em todo o país] decorrem da falta de drenagem, da pouca infraestrutura de que as cidades dispõem para suprir as necessidades.”

MAPEAMENTO DE ÁREAS  RISCOS DE INUNDAÇÃO: Na publicação em que traça um diagnóstico parcial sobre os serviços de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, o Ministério do Desenvolvimento Regional aponta, sem nomear quais, que, em 2020, só 23 das 26 capitais estaduais e mais o Distrito Federal tinham mapeadas suas áreas de risco de inundação. As quatro capitais que não dispunham do levantamento ficam na Região Norte – e, entre elas, está Porto Velho (RO), que não compartilhou informações.

O texto também destaca que a legislação brasileira define que os serviços públicos de saneamento básico devem ter “a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração pela cobrança dos serviços”, prática ainda incipiente quando se trata dos serviços de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. De acordo com dados do SNIS, apenas 24 municípios (ou 0,6% dos 4.107 participantes) cobram pelos serviços. Destes, em apenas 12 há taxa específica para drenagem.

Das 4.083 cidades onde não há cobrança, 1.996 (48,9%) utilizam recursos do orçamento geral; 184 (4,5%) utilizam outras fontes de recursos, 148 (3,6%) utilizam outras fontes associadas ao orçamento geral do município e 1.755 (43,0%) não contam com fonte de custeio da prestação dos serviços.

“Este é um aspecto que precisa ser discutido. Precisamos avançar neste aspecto da cobrança, pois [o valor investido] é muita coisa para ser bancada com os recursos escassos das cidades. Especialmente quando falamos das cidades pequenas, com população abaixo de 20 mil habitantes”, concluiu Silva. Fonte: Agência Brasil - Brasília - Publicado em 17/12/2021

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segunda-feira, janeiro 03, 2022

PREJUÍZOS POR DESASTRES CLIMÁTICOS AUMENTARAM EM 2021

 Do furacão Ida nos EUA a enchentes na China e na Europa, desastres impulsionados por mudanças climáticas atingiram países ricos e pobres e custaram mais de US$ 170 bilhões e centenas de vidas neste ano, aponta relatório.

Os dez desastres climáticos mais caros de 2021 causaram mais de 170 bilhões de dólares (R$ 964,8 bilhões) em prejuízos, 20 bilhões de dólares (R$ 113,5 bilhões) ou 13% a mais que em 2020, divulgou a organização de caridade britânica Christian Aid nesta segunda-feira (27/12).

A alta nos prejuízos em relação ao ano passado reflete os efeitos das mudanças climáticas causadas pelo homem, afirmou a entidade, que a cada ano calcula os custos de enchentes, incêndios e ondas de calor.

Segundo a Christian Aid, os dez desastres mais caros de 2021 também mataram ao menos 1.075 pessoas e deixaram 1,3 milhão de desabrigados.

"Os custos das mudanças climáticas foram graves neste ano" afirmou Kat Kramer, líder de políticas climáticas na Christian Aid e autora do relatório Counting the cost 2021: a year of climate breakdown (Contando o custo de 2021: um ano de colapso climático).

O desastre mais caro de 2021 foi o furacão Ida, que atingiu o leste dos Estados Unidos e causou cerca de 65 bilhões de dólares em prejuízos (R$ 369 bilhões) e 95 mortes. Após chegar a Louisiana no fim de agosto, o furacão avançou em direção ao norte e causou enchentes na cidade de Nova York e arredores.

Inundações históricas na Europa Ocidental e Central em julho vêm em segundo lugar na lista, tendo causado perdas de mais de 43 bilhões de dólares (R$ 244 bilhões) e mais de 240 mortes. Alemanha, França, Holanda, Bélgica e outros países foram atingidos por chuvas extremas que cientistas dizem terem se tornado mais prováveis e frequentes devido ao aquecimento global.

Uma onda de frio e uma tempestade de inverno no Texas que derrubou a vasta rede elétrica do estado americano custou 23 bilhões de dólares (R$ 130,5 bilhões).

Inundações na província chinesa de Henan em julho custaram cerca de 17,6 bilhões de dólares (R$ 100 bilhões) e 302 vidas. O volume de chuvas registrado na capital de Henan, Zhengzhou, ao longo de três dias foi quase o equivalente à média anual, inundando o sistema de metrô.

Outros desastres que custaram vários bilhões de dólares incluem inundações no Canadá, uma geada no final da primavera na França que danificou vinhedos, e um ciclone na Índia e Bangladesh em maio.

INJUSTIÇA CLIMÁTICA: O relatório, feito com base em pedidos a seguradoras, reconheceu que sua avaliação abrange principalmente desastres em países ricos onde a infraestrutura é melhor assegurada e que o custo financeiro dos desastres nos países pobres é muitas vezes incalculável.

A entidade cita como exemplo o Sudão do Sul, onde enchentes ocorridas entre julho e novembro forçaram mais de 850 mil pessoas a deixarem suas casas, muitas das quais já estavam desabrigadas devido a conflitos e outros desastres.

"Alguns dos mais devastadores eventos climáticos extremos em 2021 atingiram as nações mais pobres, que pouco contribuíram para as mudanças climáticas", observou o comunicado de imprensa do relatório, destacando a injustiça dos impactos do aquecimento global.

AÇÕES URGENTES: Em meados de dezembro, a maior companhia de seguros e resseguros do mundo, a Swiss Re, estimou que todos os eventos climáticos extremos e catástrofes naturais em 2021 causaram cerca de 250 bilhões de dólares em prejuízos, 24% a mais que no ano passado. O relatório da Christian Aid aponta que o custo somente para a indústria de seguros foi o quarto mais alto desde 1970.

Os custos financeiros e humanos das mudanças climáticas devem continuar a aumentar, a não ser que governos intensifiquem esforços para reduzir emissões e contenham o aquecimento global, diz o relatório.

"Embora tenha sido bom ver algum progresso sendo alcançado na COP26, está claro que não estamos no rumo para assegurar um mundo seguro e próspero", afirmou Kramer.

Apelos crescentes de países em risco para que se estabeleça um novo fundo para ajudar a cobrir perdas e danos num mundo mais quente devem ser uma prioridade global em 2022, disse Nushrat Chowdhury, assessor de justiça climática da Christian Aid em Bangladesh. Fonte: Deutsche Welle- 27.12.2021 

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