Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sábado, dezembro 26, 2009

25 trabalhadores morreram em trágico incêndio

"Este trágico incêndio mostra a importância de garantir a segurança de vidas humanas, aplicando princípios fundamentais de segurança contra incêndio em ocupação industrial".

Um intenso e rápido incêndio na Indústria de processamento de Alimentos Imperial, no Hamlet, Carolina do Norte (USA), em setembro de 1991, resultou em trágica mortalidade; 25 dos 90 trabalhadores estimados morreram e 54 ficaram feridos.

O incêndio começou aproximadamente às 8 h 15 min, da manhã do dia 03 de setembro de 1991 e rapidamente devido à velocidade de combustão alastrou-se totalmente na indústria.
Alguns empregados que estavam no local escaparam ilesos. Outros empregados encontraram as portas externas obstruídas ou fechadas e procuraram outros meios alternativos de fuga.

Instalações desprotegidas
O incêndio ocorreu no 1o andar, edifício desprotegido, incombustível com área aproximada de 3.066 m2. O edifício sem chuveiros automáticos, sem janelas, resistiu a várias mudanças de proprietário.
Numerosas alterações foram efetuadas durante os anos, incluindo ampliação de edifícios e mudanças de lay­out interno.
O funcionamento da indústria inclui a preparação (corte e limpeza), cozimento de pedaços de frangos, embalagem e resfriamento para distribuição aos restaurantes. Durante a mudança do turno, aproximadamente 90 empregados estavam envolvidos nas várias etapas de produção.
Parte da indústria inclui; uma grande área de preparação do produto, área de limpeza, escabeche (tempero) e áreas de empacotamento, áreas de armazenamento de materiais em preparação e produtos acabados, incluindo unidades de res­friamento e de congelamento


Internamente as áreas de preparação têm grandes aberturas para permitir a movimentação do produto para as áreas de processamento.
A maior parte das áreas de preparação é resfriada para prevenir produtos deteriorados e portas plásticas são utilizadas nas aberturas para manter a temperatura da área constante.
Como resultado, a maior parte da área da fábrica ocupada não tinha paredes divisórias (compartimentação) que poderia efetivamente impedir a velocidade de propagação do incêndio. O edifício tinha várias aberturas externas (portas) para pessoas e para embarque e recebimento de mercadorias.

As portas externas para as pessoas estavam localizadas a sudeste da plataforma de embarque, a leste da entrada principal, na sala de descanso a norte da doca de embarque e da área de armazenagem a seco.
As portas de serviços externos também foram incluídas do departamento de mecânica.
Algumas portas de serviços externas foram usadas como saída pelos empregados do departamento de mecânica, eles não poderiam considerar como trajeto de saída para os demais empregados de outras áreas (saída de emergência).
Cada porta tinha deficiência em vários componentes, no tamanho ou na disposição da estrutura que impede a sua análise ou uso como parte de um sistema de saída de emergência.

Ignição e velocidade do fogo
O incêndio começou aproximadamente às 8h 15min, da manhã, na área de processamento, uma área crítica, pois está no centro do espaço ocupado (edifício). Os peritos determinaram que a causa do incêndio foi à ignição do óleo hidráulico da ruptura de uma linha próxima ao equipamento de cozinhar a gás, usado na preparação do frango.

A ruptura ocorreu durante a operação de reparo quando a linha hidráulica de entrada separada do acoplamento até o ponto aproximadamente de 1,5m acima do piso de concreto. A linha começou a descarregar o fluído a uma pressão estimada em quase 800 psi.

Esta alta pressão e o subseqüente fluxo pulverizado do fluído hidráulico no piso e próximo ao equipamento de cozinhar, a ignição foi imediata, provável pela queima do gás. Os empregados da área de processamento dirigiram-se imediatamente para essa área.
Como rapidamente o fogo espalhou-se, com espessas fumaças negras envolvendo o edifício, os funcionários de outras áreas da fábrica também receberam o aviso de emergência ou detectaram a fumaça.

O fogo intenso prejudicou o regulador do gás acima da linha hidráulica de ruptura, causando a falha do regulador e adicionando combustível para ser consumido.
Alguns minutos de ignição, o fogo dispersou produtos combustíveis perigosos, envolvendo maior parte da indústria. Os funcionários das áreas afetadas tinham pouco ou nenhum tempo para evacuar antes que o caminho fosse bloqueado pelo fogo e pela falta de visibilidade.

Ação dos empregados
No momento do incêndio, aproximadamente 90 empregados estavam na fábrica. Cerca de 40 empregados estavam na área de corte e limpeza e aproximada­mente 18 empregados estavam na área de processamento. Outros empregados estavam espalhados em outras partes do edifício.
Os empregados da área de processamento estavam imediatamente envolvidos com o incêndio. Eles tentaram alcançar através de uma abertura estrutural a nordeste e a sudeste uma área segura.
Os empregados de outras áreas foram alertados do fogo pelos gritos de outros empregados e pela fumaça que envolveu totalmente o edifício.

Os empregados das áreas de corte e limpeza, escabeche e mistura, moveram em direção a doca de embarque e para sudeste da esquina do edifício.
Alguns deles alcançaram a área somente para encontrar a entrada da próxima porta para a doca de embarque inoperante.

Eles não puderam sair através da abertura da doca de embarque porque um reboque estava bloqueando o caminho. Vários desses empregados permaneceram na área da doca de embarque e tentaram alertar os outros de fora do edifício para remover o reboque.
Outros empregados aparentemente moveram em direção a área de refrigeração e refugiaram-se nessa área quando eles descobriram que não poderiam se mover diante da extensão do fogo. Embora os empregados de outras partes do edifício não foram expostos a severidade do fogo, eles começaram a pro­curar rotas de escape.

Alguns empregados da área de embarque e empacotamento escaparam em direção a abertura da doca de embarque a nordeste do edifício.
Muitos empregados trabalhando na área de escabeche/corte moveram para leste e retiraram-se através da porta de entrada principal, que a maioria dos empregados utilizam quando chegam para trabalhar.

Incêndio e a operação resgate
O Corpo de Bombeiros de Hamlet, foi informado do incêndio por um em­pregado que dirigiu vários quarteirões e comunicou ao pessoal de plantão sobre um grave incêndio na indústria. O Corpo de Bombeiros chegou ao local às 8h 27min, encontrando 14 vítimas, sendo 03 fatais e 11 feridos na parte externa, ao extremo sul da indústria.

Eles ajudaram inicialmente os feridos e resgataram um sobrevivente que estava preso entre a coluna da parede e um caminhão. Os bombeiros informaram que o caminhão e o truck a sudeste da doca de embarque tinham sido retirados.
Os bombeiros de apoio (socorristas) que chegaram primeiro ao local observaram o estado violento do incêndio no interior do edifício, pediram ajuda aos departamentos de incêndio e resgate das empresas vizinhas. As 8h 45min, três equipes de bombeiros entraram no extremo sul do edifício através da porta da doca de embarque. Eles encontram duas vítimas fatais na área da doca de embarque e removeram os corpos.

Entretanto, os bombeiros no lado noroeste da fábrica fizeram esforço na busca e resgate usando a porta de acesso ao pessoal, que inicialmente tinha sido abandonado, mas foi aberto a força pelos empregados que escaparam com outros através da área de descanso.
Esse grupo de busca encontrou calor e incêndio na área de processamento e em vários containers armazenados. Eles recuaram e avançaram com uma linha de 1 3/4" para extinguir o fogo nos containers armazenados e esfriar o incêndio nos tanques de fritura na área de processamento.

Outra linha de 1 3/4" avançou através do departamento de mecânica e da área de processamento para esfriar os demais tanques em combustão.
O esforço da procura e resgate continuou a sudeste do extremo do edifício. As 8 h 55 min, os bombeiros encontraram a terceira vítima fatal sob o sistema transportador, cerca de 4 m do local onde foi descoberto as primeiras duas vítimas fatais.
A condição violenta do incêndio e a má visibilidade dificultaram o esforço na procura e resgate e os bombeiros com equipamentos de proteção total também usaram cabo guia para ajudar na operação de busca.

O incêndio foi extinto por volta da 10 h, seguindo as aplicações de espuma. Às 10h 28min uma mulher sobrevivente foi removida da área de refrigeração no canto a sudeste.
Nesse momento, foi comunicado colapso parcial da estrutura do telhado e o Corpo de Bombeiros retirou a tempo todas as pessoas do local. Às 10 h 28 min mais uma vítima fatal e três sobreviventes foram retirados da área de refrigeração.
Durante as próximas horas, 11 vítimas fatais e três sobreviventes foram retirados da área de refrigeração. Às 11 h 50 min, uma sobrevivente foi localizada no final da área de processamento à nordeste.

Foram removidas mais cinco vítimas da área de processamento nos próximos 25 minutos.
Às 12h10min, foi encontrada mais uma sobrevivente na câmara fria, ao norte no final da área de processamento, mas que morreu em seguida.

Emergência e atendimento médico
Estiveram no local mais de 100 socorristas e pessoal médico para resgate e atendimento dos primeiros socorros. A maioria dos funcionários foi transportado para os hospitais da região, para tratamento de queimaduras, problemas respiratórios (inalação de fumaça) e trauma psicológica.

Análise do incêndio
O cenário de ignição desse incêndio conduziu para um rápido alastramento dos produtos de combustão através do edifício, imediatamente ameaçando os funcionários.
Os sobreviventes indicaram que fumaças negras espessas rapidamente obscureceram a visibilidade. A sobrevivência dependeu grandemente da localização dos funcionários e disponibilidade de fuga.

A origem do incêndio foi no centro do edifício (na área de processamento). Devido a essa localização e quanto à magnitude, rápido desenvolvimento e velocidade, o incêndio foi imediatamente uma ameaça aos funcionários na área de processamento.
De acordo com as informações de um sobrevivente, muitos funcionários na área de processamento foram impedidos de sair, pelo rápido desenvolvimento do fogo. Foram encontrados sete vítimas fatais no fim da área de processamento, ao norte.
Um grupo de cerca 40 funcionários da área de corte e da área de descanso seguiram para sudeste, na área da doca de embarque, mas descobriram que a porta fora eliminada (fechada).
Eles seguiram para doca de embarque onde um caminhão estava obstruindo a saída e começaram a bater e a gritar para alertar as pessoas do lado de fora para retirar o caminhão.

Uma parte desse grupo foi salvo ou deixaram o edifício quando o caminhão foi removido. Vários outros escaparam quando um funcionário abriu a porta externa pelo lado de fora. Antes, parte desse grupo, aparentemente pro­curaram refúgio na área adjacente da refrigeração.
Embora vários sobreviveram, mas os bombeiros removeram 12 vítimas fatais dessa área, causado pela porta da refrigeração que permaneceu parcialmente aberta, expondo a esses funcionários a produtos tóxicos liberados pela combustão.
A combinação rápida do crescimento do incêndio e área livre do edifício (sem compartimentação) deixou somente uma abertura estreita, para que os funcionários pudessem evacuar com segurança, no curto espaço de tempo.
Apesar disso, muitos escaparam, muitas vezes por meio inadequado (sem levar em consideração, conceitos básicos de segurança). No instante em que a fumaça obscurecia a visão deles, eles conseguiram encontrar aberturas para o exterior sem avaliar o procedimento das alternativas para o uso.
Alguns desses funcionários foram ajudados pelos outros que estavam fora do edifício ou foram resgatados pelos bombeiros.

A análise desse acidente mostra a importância de garantir a segurança da vida através da aplicação de princípios fundamentais de segurança contra incêndio na atividade industrial. Entre esses princípios são necessários:
■ o sistema de detecção automática contra incêndio
■ sistema de supressão de incêndio (chuveiros automáticos)
■ um sistema de alarme
■ saída de emergência proporcional ao número de funcionários
■ treinamento de segurança contra incêndio

É provável que um incêndio dessa intensidade inicial fosse extinto pelos funcionários utilizando extintores portáteis. O edifício não tinha nenhum desses sistemas.

Foto:Porta trancada com cadeado

■ Além disso as próprias saídas devem ser em número suficiente , devem ser acessíveis, devem ser dispostas e sinalizadas, para proporcionar saídas de emergência quando o edifício estiver ocupado. As portas de circulação usadas nesse acidente necessitam de vários componentes para serem designadas como sistema de saída de emergência.
■ Finalmente, o plano de evacuação de emergência deve ser desenvolvido e implementado para que tais construções garantam que os empregados estejam cientes de todos os aspectos de proteção de incêndio, incluindo meios de saída e abandono do local.
■ A prática de exercício deve ser conduzida para garantir que os empregados tenham conhecimentos de procedimentos de emergência na ocorrência de um incêndio.

Para prevenir uma tragédia de modo como ocorreu no Hamlet, as autoridades devem examinar todas as características do edifício e o processo de execução do código de incêndio.
No mínimo, códigos de incêndio e padrões que reflitam o nível de conhecimentos de proteção de incêndio devem ser colocados em prática consensualmente a nível nacional.
Baseado em estudos as autoridades poderiam determinar se os códigos devem ser obedecidos.

Eles também deveriam determinar se o processo de revisão do prédio e sua inspeção estão colocados de acordo com a norma específica.


Finalmente as cláusulas devem providenciar a inspeção periódica do edifício (follow-up) para assegurar que o nível de proteção contra incêndio é mantido através da vida útil do edifício.
O código NFPA "Life Safety" contém cláusulas que poderia ter reduzido a perda de vidas nesse acidente. O código se aplica a prédios novos e existentes com importantes considerações para cumprimento e obediência na aplicação dos princípios fundamentais de segurança contra incêndio.


Penalidades aplicadas pelo Estado
O Estado da Carolina do Norte multou a empresa em US$ 808.150,00, por violação de medidas de segurança, incluindo; portas de saída de emergência bloqueadas, iluminação de emergência inadequada.
O valor da multa foi considerado muito pequeno em relação aos milhões de dólares aplicados por agencia federal para casos de acidentes semelhantes.
A Agencia de Trabalho do Estado da Carolina do Norte nunca inspecionou a indústria desde o seu início de atividade (onze anos).

Ação Cível
O proprietário da indústria foi sentenciado a 19 anos e 11 meses de prisão, como um acordo para deixar em liberdade o seu filho, que era o gerente de operação da fábrica.
A punição foi considerada muita branda pela gravidade da violação das medidas de segurança (portas bloqueadas) e pelas mortes envolvidas. A punição foi um alerta para os proprietários e gerentes de fábricas. A sentença foi proferida em janeiro de 1992.















Clique no diagrama para ampliar

Fonte : " 25 Die in Food Plant Fire ", autor, Thomas J. Klem, da revista NFPA Journal, da National Fire Protection Association, January/February 1992, The Time, September 1992 e Emergency Response & Reaserche Institute, 1991.

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terça-feira, dezembro 22, 2009

Prevenção de Incêndios relacionados com Limpeza e Ordem Geral

Boas práticas de limpeza e ordem geral devem se tornar um modus vivendi (compromisso assumido em relação à limpeza e organização para ter melhor eficiência) sob condições operacionais normais em sua em­presa. Constituem a base de um programa efetivo de prevenção de perdas e devem envolver todos os funcionários. Boas práticas de limpeza e ordem geral incluem descarte de lixo com freqüência regular, limpeza apropriada de depósitos inflamáveis e limpeza cuidadosa de resíduos de processos industriais.

A FM Global aponta que a prevenção de sinistros causa­dos por deficiências de limpeza e ordem geral. pode diminuir significativamente a freqüência e gravidade de perdas.
A manutenção de uma fábrica sempre limpa e arrumada pode significar excelente oportunidade de redução de perdas, tais como;
■ reduzir perdas de patrimônio (incêndio, explosão, etc).
■ evitar interrupções onerosas na empresa (acidentes de trabalho, princípio de incêndio).
■ auxilia a manter a participação no mercado (caso haja incêndio, a empresa poderá perder a participação no mercado devido à interrupção da produção) e conservar funcionários experientes.
■ o aproveitamento eficiente do espaço torna fácil a identificação visual da ocorrência de qualquer anormalidade durante o processo
■ limpeza e arrumação são produtividade quando os pisos da fábrica, os equipamentos são mantidos rigorosamente limpos, mesmo em áreas de difícil conservação de limpeza e tradicionalmente aceita como sujas.
■ limpeza e arrumação são produtividade quando existe um programa regular de revisão e pintura de máquinas ou instalação fabris. Isto possibilita a identificação de vazamento de água, ar comprimido, óleo e vapor, gerando uma atitude participativa do pessoal de produção em relação a cuidados com manutenção do seu equipamento.
■ evitar o risco de ter de se submeter a novas normas de construção que, em alguns casos, podem tornar os custos de reconstrução proibitivos ou exagerados.
■ motivar o funcionário, delegando maior responsabilidade e autoridade.
Um bom programa de limpeza e ordem geral talvez seja a mais simples e, ainda assim, a mais efetiva medida de prevenção de perdas que você possa adotar.

Desafio
Práticas de limpeza e organização inadequadas, combinadas com uma fonte de ignição, podem resultar em um grave incêndio. O acúmulo de combustíveis em locais impróprios pode fazer com que qualquer fonte de ignição não controlável; fumo, fogo criminoso, trabalhos a quente, inflame o combustível.
Em geral, uma vez que muitas das fontes de ignição são necessárias, a limpeza e a organização inadequadas não constituem a verdadeira causa do incêndio. A causa é a fonte de ignição, mas a qualidade da limpeza e da organização determinará a extensão das perdas. Muitos incêndios iniciam pela falta de um programa de limpezas periódicas ou onde elas são feitas com freqüência ou diligência insuficientes.

Como iniciar um programa permanente de limpeza e arrumação?
A fim de obter o melhor aproveitamento em termos de custo-benefício da proteção de sua empresa, você deve avaliar o papel da prevenção (ou com auxílio de um especialista de prevenção de perdas) de limpeza e ordem geral, na estratégia global de gerenciamento de riscos de sua empresa.

Inicialmente, você terá de assegurar as condições básicas de limpeza e ordem geral, as quais incluem descartes imediatos de lixo, limpezas freqüentes e inspeção periódica ( programa 5S).

Devemos lembrar que o incêndio pode ocorrer a qualquer momento, apenas coincidindo ou aglutinando os fatores propícios (concentração elevada de produtos e uma chama) e o processo de encadeamento do fogo inicia-se.
Dependendo da natureza de suas operações e do nível das outras medidas de prevenção e controle que sua empresa possa ter, como proteção por sprinklers automáticos, e do tipo de material que sua empresa abriga, você pode escolher trabalhar em um nível de prevenção mais alto e dirigido.

O nível dirigido demanda o estabelecimento de uma política ativa de boas práticas de limpeza e ordem geral, envolvendo todas as pessoas em sua empresa.
A sua empresa encontrará seu nicho em algum lugar entre o nível básico, de proteção localizada, e o nível dirigido, que demanda mais envolvimento e colaboração. Embora possa não ser necessário em todos os tipos de empresas, o nível dirigido certamente diminuirá o número de perdas.

Resumimos os elementos­-chaves para prevenção de perdas envolvendo limpeza e ordem geral

Limpeza e Ordem Geral

Elementos Básicos
De uma forma geral, mantenha sua empresa limpa e organizada, dê destino adequado e imediato a materiais, assegure manutenção dos equipamentos, comunique problemas e verifique as práticas de limpeza e ordem geral.Os principais tópicos seriam;

Tenha só o necessário, na quantidade certa
Cada pessoa deve saber diferenciar o útil do inútil. Só o que tem utilidade certa deve estar disponível. Eliminando-se o que não é útil, você pode concentrar apenas no que é útil.

Vantagens;
■ reduz a necessidade de espaço, estoque, gastos com sistema de armazenagem, transporte, reduzindo também o potencial de incêndio no local.
■ facilita o transporte interno, arranjo físico, o controle de produção, a execução do trabalho no tempo previsto e
■ facilita a evacuação de pessoas em caso de emergência.

Como praticar?
Quantifique e avalie o que está sendo descartado, respondendo;
O que deve ser jogado fora?
Aquela mercadoria quanto tempo está parado no local, apenas acumulando poeira e espaço?
O que pode ser útil por outro setor?
O que deve ser consertado?
O que pode ser vendido?

Coleta regular e sistemática do lixo de acordo com o requerido pelo tipo de ocupação
O programa deve ser compatível com a velocidade de produção de lixo (cavaco produzido por máquinas, resíduos industriais, etc).
Para cada tipo de atividade ou processo, a empresa deverá analisar que tipo de equipamento a ser adotado, tais como;
■ em caso de cavaco poderá ser varrido ou removido por uma pá ou ser coletado em recipiente e posteriormente retirado do local.
■ pó, vapor, deverá requerer equipamentos de coleta de pó ou de vapor.
■ resíduo industrial, deverá requerer equipamento de tratamento e coleta de resíduos industriais, que posteriormente deverá ser removido para áreas apropriadas (aterro industrial).
Varrer e limpar pisos e superfícies
Evite acúmulo de depósitos, como vazamento oleosos ou gordurosos de líquidos inflamáveis ou combustíveis, metais combustíveis, sujeira e poeira. Tais acúmulos, especialmente na parte inferior de tetos, podem vencer até mesmo sistema de sprinkler com manutenção adequada.
A freqüência da limpeza de pisos e superfícies (equipamentos, paredes, instalações, estruturas de suporte do teto, etc.) será determinada pelo tipo de material que sua empresa abriga.
A limpeza permanente do piso e superfície na fábrica gera no funcionário a conscientização que é possível conservar o seu posto de trabalho limpo e arrumado.

Práticas corretas de manuseio de material (incluindo estocagem)
Há alguma substância, produto, mercadoria, combustível ou inflamável onde não deveria estar ou obstruindo áreas de circulação ou colocando em risco operações ou prédios ou equipamentos?
Mantenha as áreas de circulação sem combustíveis ou outros tipos de produtos e com livre acesso. Cuidado com a estocagem de produtos sob escada (área de circulação) que em caso de incêndio, poderá impedir a evacuação de pessoal.
É comum em áreas de estocagem, o acúmulo de outros materiais (inflamável, combustível, produtos químicos, etc) aumentando os riscos, que em caso de incêndio poderá provocar decomposição de substâncias tóxicas, dificultando o combate ao incêndio.

Durante o pico de produção, a empresa utiliza-se qualquer espaço disponível para armazenagem, tais como;
■ áreas do posto de trabalho
■ mezanino
■ sob escadaria
■ aumentar a altura de armazenagem, ultrapassando as luminárias ou próximas a elas;

provocando os seguintes problemas;
■ alta de área de circulação com livre acesso
■ aumenta o potencial de incêndio na área, esquecendo que o sistema de incêndio foi projetado não levando em consideração esses problemas e além disso não respeitando as normas de segurança.

A localização do contêiner ou da área de depósito de lixo não coloca em risco, operações ou prédios e equipamentos importantes?
Especialmente em áreas de estocagem, o acúmulo de outros materiais pode aumentar os riscos, requerendo medidas adicionais de prevenção e controle de perdas.
Se um incêndio vier a ocorrer, você deve ter certeza de que seu Grupo de Emergência e Corpo de Bombeiros poderão dominá-lo?

Manutenção regular de equipamentos
Uma causa comum de problemas é a falta de ações para prevenir recorrências de vazamentos de líquidos inflamáveis. Da mesma forma, resíduos de combustíveis e poeiras depositados em equipamentos/máquinas/estruturas, podem aumentar e constituir um risco. Boas práticas de limpeza e organização incluem, remoção regular de acúmulos de resíduos e, também, inspeção de equipamentos e de locais inacessíveis. Em vez de esperar pelos problemas, procure preveni‑los ativamente. A limpeza permanente do equipamento possibilita a identificação de quaisquer vazamentos que poderá gerar um princípio de incêndio ou acidente pessoal.

Sistema formal de notificação e informação conhecida dos empregados
Procedimentos formais de notificação e informação ajudam a assegurar conformidade às exigências de prevenção de perdas relaciona­das com limpeza e ordem geral e a identificar áreas que necessitem de melhorias. Os funcionários devem ter um canal de comunicação definido, pelo qual eles possam relatar problemas e riscos potenciais. Esse canal não deve simplesmente existir, mas os funcionários devem ter conhecimento dele e saber como usá-lo. Eles também devem ser conscientes das responsabilidades em limpeza e ordem geral que lhes tenham sido atribuídas.

Disponibilidade adequada de recursos (pessoal e equipamento)
Boas práticas de limpeza e ordem geral começam no nível mais alto da administração.A alta gerência deve demonstrar seu apoio a esse aspecto vital da prevenção de perdas oferecendo recursos adequados para a sua realização. Esse comprometimento deve permanecer forte mesmo durante períodos financeiramente desfavoráveis.

Rápida inspeção da instalação no final do expediente
Isso tanto pode ser feito por um supervisor de área ou ser parte das responsabilidades dos funcionários. Tudo está em ordem para o próximo turno? Procure problemas óbvios, como pilhas de lixo ou resíduos combustíveis, depósitos ou vazamentos inflamáveis. Certifique-se, que os corredores nas áreas de estocagem estejam livres e acessíveis.
Verifique também que não haja fontes de ignição capazes de inflamar combustíveis próximos.

Elementos Dirigidos
Além dos elementos básicos de prevenção de perdas, solicite auditorias em seu sistema de limpeza e organização, corrija problemas, converse sobre limpeza e organização com seus empregados e dê apoio ao seu sistema. Envolva todos os funcionários. Veja paralisações no sistema como oportunidades para melhorá-lo.

Todos os elementos básicos, mais:
Revisão de relatórios periódicos de inspeção para verificar a conformidade. Gerentes de áreas onde forem encontradas infrações são responsáveis pelo desenvolvimento de um plano de ação corretiva para eliminar novas ocorrências

Relatórios periódicos de inspeção podem revelar áreas problemáticas quanto à limpeza e ordem geral. O objetivo dessa informação por escrito não deve ser encontrar e punir o culpado, e sim, a criação de uma base de dados que lhe indicará onde e quando ocorrem problemas.
■ Por que há constante acúmulo de lixo neste canto?
■ Não há recipientes disponíveis?
■ Por que sempre há depósito de óleo perto de determinada máquina?
■ Há vazamentos que devem ser consertados?
■ Use o relatório periódico de inspeção como uma ferramenta para ajudá-lo a solucionar problemas.

Existência de linhas de comunicação para relatos e feedback
A gerência deve ser receptiva a considerações de empregados sobre prevenção de perdas e deve responder quando um funcionário apresenta um problema ou sugestão para melhoria. A gerência também deve manter um procedimento formal para revisão de relatórios periódicos de inspeção.

Apoio e participação constatados dos funcionários em relação a boas práticas de limpeza
Se os funcionários não tiverem um sentimento de propriedade em relação aos seus departamentos ou instalações, eles poderão desprezar ou ignorar problemas de limpeza e ordem geral. Os supervisores podem precisar encorajar boas práticas de limpeza e organização insistindo para que os funcionários joguem o lixo nos contêineres apropriados. Certifique-se, que os empregados entendam que boas práticas de limpeza ajudarão a prevenir perdas e a preservar seus empregos. Uma certa empresa gratifica funcionários por bons hábitos de limpeza e ordem geral com um prêmio mensal ao departamento mais limpo e melhor organizado.

Política da empresa
Um programa de limpeza e arrumação para ser eficaz tem que se desenvolvido de forma permanente estabelecendo novas metas, à medida que as anteriores forem atingidas. Entretanto, o programa deverá contar com total apoio da diretoria, pois ele é a base da produtividade e qualidade. A essência desse programa é que a empresa desenvolve uma nova cultura, eliminando os desperdícios que oneram os custos da empresa.
Análise inicial
Na análise de suas instalações utilize o questionário abaixo, para avaliar a sua situação e para ajudá-lo a decidir quais as mudanças que são necessárias.

Elementos Básicos
■ Coleta regular e sistemática de lixo de acordo com o requerido pela ocupação
■ Varrer e limpar pisos e superfícies
■ Práticas corretas de manuseio de material (incluindo estocagem)
■ Manutenção regular de equipamentos (óleo, poeira, sujeira)
■ Sistema formal de notificação e informação conhecido dos empregados
■ Disponibilidade adequada de recursos (pessoal e equipamento)
■ Rápida inspeção da instalação no final do expediente

Elementos Dirigidos
■ Todos os elementos básicos mais:
■ Revisão de relatórios periódicos de inspeção para verificar conformidades. Gerentes de áreas onde forem encontradas infrações, são responsáveis pelo desenvolvimento de um plano de ação corretiva para eliminar novas ocorrências
■ Existência de linhas de comunicação para relatos e feedback
■ Apoio e participação constatados dos funcionários em relação a boas práticas de limpeza

Elementos Adicionais
Detalhe que elementos adicionais – dirigidos, às suas necessidades específicas - seu programa deve conter:

Fonte: FM Global e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)

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quinta-feira, dezembro 17, 2009

Recall de persianas nos EUA após acidentes fatais

Mais de 50 milhões de todos os tipos de persianas (verticais, romanas, plissadas, de rolos, etc.) foram feitos recall nos E.U.A, por causa de acidentes fatais e estrangulamentos.

O recall afeta toda indústria de persiana e está sendo supervisionado pela Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor (Consumer Product Safety Commission), e o Conselho de Segurança de Persianas e Cortinas (Window Covering Safety Council).

Desde 2006, cinco mortes e quase 16 estrangulamentos foram registradas por persianas romanas, enquanto desde 2001, três mortes foram registradas por persianas verticais.

No entanto, a taxa de fatalidade era muito maior antes de 2000. Esse ano, a indústria modificou seus produtos, fornecendo kits de reparo gratuito para persianas horizontais e outros tipos de persianas. Desde 1990, cerca de 200 crianças e bebês morreram acidentalmente estranguladas por cordões de persianas nos E.U.A

O recall atual segue pelo menos nove outros casos nos últimos anos e envolve todas as marcas de persianas fabricadas em vários países do mundo, incluindo China, Taiwan, Tailândia e os E.U.A.

A agência de Saúde do Canadá ainda não emitiu um recall, mas está acompanhando de perto esse problema para determinar se ações são necessárias no país. Entretanto, a agência de Saúde do Canadá lançou um alerta para "lembrar os consumidores sobre o perigo de possível estrangulamento apresentado por estes produtos." Desde 1986, no Canadá, pelo menos, 28 crianças e bebês morreram e houve 22 incidentes quase fatais.

O Conselho de Segurança de Persianas e Cortinas (The Window Covering Safety Council) está oferecendo vários tipos de kits de reparos para os consumidores dos E.U.A e Canadá.

Eles incluem trava de cordões, dispositivos de proteção. Um folheto de segurança com instruções atualizadas acompanha

A Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor (Consumer Product Safety Commission), e a indústria pediram aos pais para examinar todas as persianas da casa e verificar se elas têm cordas acessíveis. Cordões mais curtos são recomendados para todas as casas onde as crianças vivem ou visitam.

Os estrangulamentos nas persianas tipo romana podem ocorrer quando uma criança coloca seu pescoço entre o cordão de recolhimento exposta e do tecido na parte de trás da persiana ou puxa o cordão para fora e envolve ao redor de seu pescoço.

O risco com persianas verticais pode ocorrer se o laço do cordão de elevação da persiana e o pescoço de uma criança embaraça durante o movimento ou se uma criança coloca seu pescoço entre o laço do cordão de elevação da persiana.
A Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor (CPSC -Consumer Product Safety Commission), disse que tem investigado as persianas ao longo dos últimos 15 anos e trabalhando com o Conselho de Segurança de Persianas e Cortinas (Window Covering Safety Council) para fazer as persianas mais seguras.

Foto: Pressão do cordão no pescoço da criança
"Elogiamos o Conselho por fornecer aos consumidores os kits de reparo para tornas as persianas mais seguras e esperamos que os próximos passos é eliminar esses riscos," disse Inez Tenenbaum da CPSC, em um comunicado à imprensa.

Cerca de cinco milhões persianas romanas e três milhões de persianas verticais são vendidas anualmente nos E.U.A.

A agência de Saúde do Canadá enumerou várias recomendações para tornar mais segura as persianas, tais como;
■ Manter os cordões das persianas fora de alcance das crianças.Certificar se as crianças não conseguem alcançar os cabos ou cordões.
■ Nunca coloque berço, cama, cadeira de bebê ou perto de uma janela, onde uma criança pode alcançar a persiana ou o cordão e estrangular.
■ Não coloque sofás, cadeiras, mesas, prateleiras ou estantes perto das janelas. Isto irá impedir as crianças de subir para alcançar à persiana ou o cordão.
■ Corte os cordões mais curtos, quando as persianas estão totalmente para baixo ou quando as persianas estão totalmente fechadas.
■ Retire o laço do cordão, cortando o cordão na metade. Em seguida, coloque bolas de plástico ou um dispositivo de separação no final dos cordões.
■ Para persianas verticais, instale presilhas ou ganchos. Você pode comprar estes dispositivos em lojas de ferragens. Ao instalar a presilha ou gancho, siga as instruções do fabricante que vêm com o produto. Certifique-se a presilha ou gancho está bem presa à parede ao lado da janela.
■ Enrole a corda em torno de um grampo ou dois pregos ou parafusos que tenha aderido à parede perto da parte superior das persianas ou cortinas, alto e fora do alcance das crianças.
Use um clipe, prendedor de roupa ou laço de torção grande para manter o cordão mais alto e fora do alcance das crianças.~

Fonte: CBS News - Tuesday, December 15, 2009

Comentário:
Fases da criança
■ 0 aos 6 meses - a criança precisa de proteção o tempo todo e os acidentes tendem a ocorrer mais freqüentemente quando ela adquire o hábito de se virar, engatinhar e pegar objetos.
7 aos 12 meses - As crianças nesta faixa etária, já começam a engatinhar, ficam de pé e podem começar a caminhar. Eles põem tudo na boca. Deve-se ter cuidado
■ 1 a 3 anos - as crianças de 1 a 2 anos são muito ativas e têm necessidade de investigar, escalando, abrindo portas e gavetas, retirando coisas de armários e brincando. Elas estão muito interessadas no que estão fazendo e tem pouca consciência dos perigos que podem estar correndo.
■ 3 a 5 anos - a criança explora a vizinhança, corre, escala, anda com velocípede, aprende a andar de bicicleta, brinca com outras crianças, atravessa a rua e esses movimentos precisam ser feitos sob atenta vigilância.
A casa é um labirinto de riscos camuflados que se espreitam, faltando apenas o toque mágico para que eles comecem a trabalhar negativamente provocando acidentes, principalmente em crianças.
A criança é Indiana Jones em busca de aventura e perigo, portanto os pais deverão estar atentos das brincadeiras das crianças, o menor descuido é fatal.
A casa é um labirinto de riscos e a criança está descobrindo o seu mundo ou o seu redor, mexe em tudo e de outro lado um produto, a persiana, considerada um produto seguro para um adulto, mas está alcance de uma criança para brincar, pendurar, puxar ou enrolar nas partes móveis, lâminas, cordões, etc. e provocar acidentes.

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sexta-feira, dezembro 11, 2009

Aviões: Aparelhos eletrônicos, riscos ocultos

Como há cada vez mais gente viajando com dispositivos eletrônicos portáteis, os incêndios em aviões se tornam mais frequentes. Mais de metade dos 22 incêndios de baterias em cabines de aviões de passageiros desde 1999 ocorreu nos últimos três anos. Um especialista em segurança aérea sugeriu que esses dispositivos podem ser "o último risco de incêndio sem restrições" com os quais as pessoas ainda podem embarcar.

Incêndios em baterias de dispositivos eletrônicos podem ser assustadores. Mas, se uma bateria pega fogo num avião, os riscos são muito maiores.

Materiais perigosos: eletrônicos
Em outubro, a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e a Administração de Segurança de Dutos e Materiais Perigosos divulgou às companhias aéreas diretrizes especiais sobre mais um equipamento: os leitores de cartões de crédito usados para a venda de alimentos, bebidas e outros itens a bordo.
Embora as companhias usem esses leitores há anos, a FAA disse que era necessário uma aprovação da divisão de materiais perigosos da agência. Como a maioria dos dispositivos eletrônicos portáteis, os leitores usam baterias recarregáveis de lítio, que o governo considera perigosas.
"As empresas aéreas vieram pedir autorização para terem leitores de cartão de crédito nos aviões e queriam baterias de lítio sobressalentes para que pudessem trocar as cargas", disse Christopher Bonanti, diretor do departamento de materiais perigosos da FAA. "Fiquei preocupado que houvesse baterias de lítio sobressalentes, e pedi [às empresas] que não fizessem isso."
Algumas companhias concordaram com um treinamento especial para o manuseio das baterias e foram autorizadas a levar as sobressalentes, disse Bonanti. Mas outras empresas, como Delta e JetBlue, acharam que era mais seguro não levar as baterias adicionais.
"Elas não são carregadas a bordo das aeronaves, e as baterias não são removidas desses dispositivos enquanto estiverem a bordo", disse por e-mail Bryan Baldwin, assessor de imprensa da JetBlue.

Acidentes
■ No mês passado, um tocador de DVD portátil caiu em um voo da American Airlines, causando um incêndio.
■ Em março de 2008, uma lanterna explodiu "como tiros" no compartimento de bagagem de um Boeing 757 da United Airlines.
■ Num voo para Miami no mesmo mês, oito pessoas sofreram as consequências do choque de uma pequena bateria contra a estrutura metálica de uma poltrona. A explosão subsequente gerou destroços que queimaram a orelha e o cabelo de um passageiro, e a fumaça fez com que sete tripulantes passassem mal.
■ Em 2004, uma câmera explodiu em um avião usado pelo pré-candidato à Presidência dos EUA, John Edwards. Uma poltrona pegou fogo, obrigando a um retorno emergencial ao aeroporto. As autoridades dizem que muitos outros casos não são notificados.

Superaquecimento e explosão
"Se você tem um problema no ar, não há muito que se possa fazer para se recuperar dele", disse Gerald McNerney, vice-presidente da Motorola, que fornece dispositivos portáteis para as companhias aéreas. "Você coloca sua marca em risco se um dos seus dispositivos tem um problema de bateria. O que fizemos foi procurar criar 'backups', duplicidade no desenvolvimento, para que não haja uma explosão."
As baterias também estão ficando mais poderosas, então até as menores têm potencial para gerar muito calor. "O setor de baterias está tentando espremer mais suco dessas baterias para (que tenham) vida mais longa", disse Joe Delcambre, porta-voz da agência de materiais perigosos. "Bateria menor, mais vida, com um terminal que pode superaquecer o produto é um risco."
Considerando que os problemas com baterias estão ocorrendo em aviões comerciais em uma proporção de um a cada quatro meses, Merrit Birky, especialista em fogo e explosões que trabalhava para o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes que agora é uma consultora particular, sugere que os objetos sejam deixados onde os passageiros possam vê-los e nunca nos compartimentos acima da cabeça dos passageiros.
“Ter um incêndio a bordo é sempre alarmante, especialmente no compartimento superior ao assento”. “Essa área é cheia de malas e casacos, por isso tem muitos combustíveis para alimentar o fogo, e o fogo pode passar despercebido por algum tempo”.

Desconhecimento de riscos de incêndio: tripulação e passageiros
O Departamento de Transporte criou um website que inclui as regras para viajar com baterias de lítio e trabalha com os fabricantes de aparelhos eletrônicos portáteis para divulgar informações sobre os perigos. Mas o conselho de segurança nos transportes estima que apenas uma pessoa em cada 170 a 190 dos viajantes realmente visitam o site.

“A maioria dos passageiros aéreos e as tripulações de voo provavelmente não estão cientes dos riscos de fogo causados por baterias de lítio recarregáveis”, escreveu o conselho em 2008, em uma recomendação de uma abordagem mais rigorosa da educação pública. “A FAA pretende seguir essa sugestão quando começar a transmitir anúncios de serviço público em aeroportos no próximo ano”, disse Christopher Bonanti, diretor do gabinete de materiais perigosos da FAA.

“Tem uma enorme quantidade de coisas que podem causar problemas ao entrar em contato com uma bateria de lítio”, disse ele, acrescentando que não importa o quanto às pessoas confiam em seus equipamentos, o cuidado é a melhor forma de agir.

Fonte: The New York Times - 27 de outubro de 2009

Comentário:
A falha sempre acompanha a tecnologia. Não existe tecnologia cem por cento segura. As companhias aéreas para tornar a viagem mais agradável estão permitindo ou fazem propaganda do uso de acessórios eletrônicos permitidos a bordo do avião. É uma autêntica Caixa de Pandora, que pode fugir de controle. Atualmente a tecnologia quer manipular ou desafiar o destino, construindo a segurança absoluta e oferecendo a sociedade, mas excluindo o acaso, eliminando a incerteza, o risco, etc. (veja o que aconteceu com Airbus AF447), porém o risco é tão sutil que penetra de modo invisível no sistema de segurança e se apodera para provocar o acidente. A tecnologia não percebe quanto maior a segurança absoluta, mais riscos invisíveis acrescentam no sistema.

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domingo, dezembro 06, 2009

Introdução ao programa de autorização de proteção contra incêndio

As desativações de equipamentos de proteção contra incêndio, tanto às planejadas como as imprevistas, representam um sério risco para o seu patrimônio.

Nos últimos cinco anos da década de 1990, a FM Global registrou 56 incêndios, onde os sistemas de sprinklers estavam fora de operações antes do início do sinistro, totalizando uma perda de US$ 23,4 milhões de dólares.

Essas desativações são necessárias periodicamente para conduzir reparos ou manutenções nos sistemas de proteção contra incêndio sendo, portanto grandes as chances desses equipamentos serem deixados desativados por algum descuido.

Todos anos os engenheiros da FM Global encontram cerca de 2000 válvulas de sprinklers indevidamente fechadas, significando que o sistema de proteção de incêndio está fora de uso por razões desconhecidas e sem autorizações.

O sistema de autorização assegura que todas as desativações necessárias sejam bem planejadas e gerenciadas eficientemente.

Etiqueta/Decalque
É a colocação da etiqueta/sinalização de aviso no equipamento de proteção contra incêndio para indicar ou alertar sobre a desativação/operação e o equipamento sob o controle não possa ser operado ou aberto sem antes ter a autorização do responsável pela etiquetagem ou sinalização.

Exigências do sistema de autorização de proteção contra incêndio
Um programa completo e efetivo de sistema de deverá ser desenvolvido para a instalação, para controlar a desativação/reparo do sistema de proteção contra incêndio.

O programa consistiria de duas fases distintas, mas relacionada;
■ processo de identificação e controle das válvulas do sistema hidráulico (sprinkler/hidrante)
■ e a comunicação e responsabilidade dos trabalhadores executando serviço ou manutenção .
O programa incluiria o detalhamento do procedimento administrativo, treinamento pessoal, exclusivamente a identificação das etiquetas .

O programa de autorização e etiquetagem/sinalização deve incluir os seguintes elementos:
■ Procedimentos que devem ser desenvolvido, documentado, validado e utilizado para controlar o sistema de autorização
■ Treinamento, deve ser estabelecido e documentado para garantir que o objetivo e a função do programa são compreendidos por todo pessoal.
■ As etiquetas/decalques devem ser unicamente identificáveis e utilizadas apenas para controlar o sistema de autorização e nenhum outro propósito. Essas etiquetas/decalques devem ser resistentes suficientes para resistir ao meio ambiente; cores padronizadas, formato e tamanho e resistente suficiente para impedir a remoção sem força excessiva.
■ Os gerentes devem inspecionar os procedimentos de sistema de autorização pelo menos uma vez por ano para garantir que os procedimentos e as exigências do programa de autorização está sendo seguido. Os supervisores devem inspecionar se as etiquetas/decalques estão adequadamente instaladas e proporciona a proteção exigida.
■ Trabalhadores devem inspecionar as etiquetas/decalques instaladas, antes de iniciar o trabalho para verificar os procedimentos de segurança adotados (precauções tomadas).
■ O programa de autorização e etiqueta deve também estabelecer verificação independente da remoção de serviço e a restauração para o serviço de segurança indicado.

Para ser efetivo esse programa, o pessoal responsável deve ter conhecimento de todas atividades de bloqueio/travamento e etiqueta/sinalização, incluindo a remoção do serviço e a restauração do sistema.

O sistema de autorização é essencial para as grandes instalações, porque a omissão para entender e considerar a interface do sistema (o funcionamento da fábrica/tipo de processo e a redução da proteção de incêndio, parcialmente ou totalmente para manutenção ou reparo), a inter-relação e a exigência da operacionalidade, quando isolando e restaurando sistemas de segurança indicados, podem resultar na redução na margem de segurança dos limites aceitáveis e fracassa em manter seguro as áreas desprotegidas (desativadas momentaneamente).

Recomendações
O desenvolvimento e execução de um programa efetivo de um sistema autorização para desativação do sistema de proteção contra incêndio é vantajoso e eficiente para assegurar que foram tomadas todas as medidas necessárias para minimizar o risco da instalação em face da redução da proteção contra incêndio, devido à desativação para reparo ou a ocorrência de um imprevisto.
Os gerentes das instalações/ segurança devem assegurar que seus programas de autorização abrangem, como um mínimo, as seguintes recomendações;

Recomendações básicas do programa
■ Definições e termos claramente definidos
■ Procedimentos detalhados que descreve a seqüência lógica das etapas necessárias para estabelecer e remover, sob condições normais e de emergência, a autorização.
■ Atribuição clara dos serviços e responsabilidades para controle e permissão de autorização
■ Treinamento extensivo e re-treinamento; dos procedimentos de autorização (as precauções tomadas), etiquetas padrões e o processo.
■ Ação disciplinar contra infratores de procedimentos de autorização e etiqueta/sinalização, incluindo processo de término de repetição de infratores (eliminar a repetição da infração). .
Recomendações práticas
■ Permitir somente pessoal qualificado; em todo o sistema, na interface, no conhecimento da instalação, treinamento de autorização e etiqueta para sua instalação e remoção.
■ Providenciar instruções sobre uso de planos elaborados ou outra documentação corrente na preparação de desativação e etiqueta. As etapas a serem tomadas, nos casos desses materiais que não estão disponíveis, também devem ser providenciadas (falta de sobressalentes).
■ Verificar o sistema de procedimento antes de iniciar a tarefa. Por exemplo, quando da execução da manutenção, o responsável checar se as precauções de segurança foram tomadas e estão disponíveis.
■ Treinamento geral de empregado que deve enfatizar, que é a responsabilidade de cada indivíduo, para assegurar que essas ações e as outras ações não transgridem a política de procedimentos de autorização/segurança. Isso não podem prevenir a infração, mas é significativo na eliminação ou redução das conseqüências que ocorreria na infração de autorização.
■ Periodicamente efetuar a auditoria no sistema de autorização e etiqueta/sinalização, verificando se eles ainda são requeridos e checar o diário de registros.
■ Ação disciplinar energética para infração de autorização e etiqueta

Prestadoras de serviços
Quando empreiteiras ou prestadoras de serviços estão executando serviços cobertos pelo programa de autorização e etiqueta, os supervisores da instalação devem discutir os requisitos de proteção com as empresas e eliminar qualquer diferença na interpretação e aplicação dos procedimentos.

Todas as medidas de proteção de autorização e etiqueta devem ser aplicadas de acordo com os procedimentos da instalação. O gerente da instalação deve garantir que esses procedimentos estão compreendidos e seguidos pelas empreiteiras. A empresa deve incluir no contrato de serviço a cláusula de exigência do programa de autorização e etiqueta.

Fonte: FM Global

Vídeo:
Teste de incêndio conduzido pela FM Global em dois porta-paletes.
Do lado direito possui proteção contra incêndio, sistema de sprinkers
Do lado esquerdo, porta-paletes sem proteção contra incêndio.O resultado, o porta-paletes com proteção de sprinklers o incêndio é controlado rapidamente e o porta-paletes sem proteção, o fogo consome totalmente.


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quarta-feira, dezembro 02, 2009

Afogamentos de crianças

O afogamento de uma criança, ou acidente por submersão, é um acontecimento trágico, rápido e silencioso, que pode ocorrer com pouca água.
Esteja preparado para evitar o acidente. Deixe as crianças brincar na água em segurança e com prazer.
O afogamento ocorre em ambientes familiares tais como; banheira, piscina, lago do jardim, poço, tanque. Baldes, etc. quando o adulto interrompe por instantes a vigilância.

Não espere ouvir barulho. A criança não esbraceja nem grita quando cai à água: afoga-se em silêncio absoluto.
Se houver água por perto, não perca as crianças de vista nem por um segundo.

No Brasil é a segunda causa de morte e a oitava de hospitalização, por acidentes, na faixa etária de 1 a 14 anos. Segundo Ministério da Saúde, em 2005, 1.496 crianças de até 14 anos morreram vítimas de afogamentos. É importante salientar que os perigos não estão apenas nas águas abertas como mares, represas e rios. Para uma criança que está começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam um grande risco. Assim elas podem se afogar em piscinas, cisternas e até em baldes e banheiras.
Outro fator que contribui para que o afogamento seja um dos acidentes mais letais para crianças e adolescentes é que acontece de forma rápida e silenciosa. Vamos imaginar um banho de banheira de um bebê:
■ Ao deixar a criança na banheira para pegar uma toalha: cerca de 10 segundos são suficientes para que a criança dentro da banheira fique submersa;
■ Ao atender ao telefone: apenas 2 minutos são suficientes para que a criança submersa na banheira perca a consciência;
■ Sair para atender a porta da frente: uma criança submersa na banheira ou na piscina entre 4 a 6 minutos pode ficar com danos permanentes no cérebro.

Como proteger uma criança de um afogamento
■ Esvaziar baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guardá-los sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças.
■ Despeje a água antes de retirar a criança da banheira e esconda a tampa da banheira de modo a que a criança não possa preparar o seu próprio banho.
■ Nunca deixe uma criança com menos de 3 anos sozinha na banheira, mesmo quando ela já se senta bem. Durante o banho, não atenda o telefone nem a porta.
■ Conservar a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrado com algum dispositivo de segurança “à prova de criança” ou a porta do banheiro trancada.
■ Manter cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”:
■ Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos.
■ Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos;
■ Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até dois anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água.
■ Evitar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e aos reservatórios de água.
■ Durante o banho, não atenda o telefone e nem a porta.

Algumas características do desenvolvimento contribuem para que crianças pequenas fiquem mais vulneráveis a afogamentos, tais como:
■ Diferentemente dos adultos, as partes mais pesadas do corpo da criança pequena são a cabeça e os membros superiores. Por isso, elas perdem facilmente o equilíbrio ao se inclinarem para frente e consequentemente podem se afogar em baldes ou privadas abertas;
■ O processo de afogamento é acelerado pela massa corporal do indivíduo.
■ Não tem maturidade, nem experiência para sair de uma situação de emergência.
■ Boa parte das crianças que se afogam em piscinas está em casa sob o cuidado dos pais. Um mero descuido deles basta para que ocorra um afogamento;

Fonte: Criança Segura e APSI - Associação para a Promoção de Segurança Infantil., Portugal

Comentário:
O afogamento caracteriza-se pela falta de oxigênio no sangue (hipoxemia), que afeta todos os órgãos e tecidos. A intensidade da hipoxemia é determinada pelo tempo em que a pessoa fica submersa, pela quantidade e tipo de líquido que é aspirado para dentro do pulmão, e pela resistência individual de cada afogado.
A duração da submersão é fundamental, porque a quantidade de oxigênio nos vasos sanguíneos vai caindo (exponencialmente) durante a asfixia. O período máximo de submersão antes de ocorrer lesão irreversível é incerto, mas provavelmente é de três a cinco minutos.

Acidentes:
■ 28/12/2008 - Um bebê de 1 ano e 3 meses, morreu afogado após cair na piscina em uma casa no condomínio de luxo Albamar, na Praia de Pernambuco, em Guarujá, a 81 km de São Paulo.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Delegacia Central do Guarujá, o afogamento aconteceu no momento em que os pais da criança; descarregavam compras feitas em um supermercado.
Os pais perceberam que o filho não estava próximo e seguiram até a piscina, onde a criança estava afogada.
■ 15/06/2008 - Um acidente doméstico resultou na morte de um bebê de um ano e 10 meses. O pai da menina relatou que a criança foi encontrada desmaiada pela mãe, dentro de um balde que estava na cozinha da residência.
O balde era usado para limpeza da residência e continha água sanitária, sabão em pó e desinfetante, além de cerca de quatro litros de água.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e a criança encaminhada ao Hospital Materno Infantil Santa Catarina, onde já chegou sem vida. A necropsia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) de Criciúma apontou afogamento como causa da morte.
■ 30/12/2005 - Um menino de dois anos morreu afogado em uma máquina de lavar roupa, zona Leste de São Paulo. Ele estava em casa com a avó, que não conseguiu socorrê-lo.
Segundo a polícia, enquanto a avó colocava um tapete no varal, o garoto subiu em um banco de plástico que estava ao lado da máquina. Quando a avó retornou, ele já estava morto.

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