Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sábado, agosto 30, 2008

Túnel para estudos experimentais de incêndio e ventilação


Cenário real
O túnel Gotthard de 16,3 km é a rota principal norte-sul através dos Alpes, entre Itália e Suíça e também o segundo mais longo do mundo, após o túnel norueguês Laerdal. Trafega pelo túnel diariamente mais de 18.000 veículos.
Em 24 de outubro de 2001, dois caminhões chocaram-se de frente, no interior do túnel. Um deles estava carregando pneus que pegou fogo após a colisão, produzindo um forte calor e uma densa fumaça. O fogo propagou-se. O calor intenso do fogo, foi superior a 1000°C, fez com que o revestimento de concreto do túnel lascasse e caísse fragmento e encurralando pessoas. Houve 11 mortes, a maioria por inalação de fumaça. Estimativa de danos- 12 milhões de euros.
O túnel rodoviário suíço, a principal ligação norte-sul através dos Alpes, reabriu quase dois meses após um incêndio, na sexta-feira, 21 de dezembro de 2001.

O nível de segurança em túneis ainda não foi alcançado no que diz respeito à ventilação e fogo (análise de incidente de detecção, sinalização, evacuação de fumaça, sistema de emergência e resistência dos materiais, etc.) A finalidade desse túnel experimental é simular em escala real os ensaios com fogo, para analisar o seu comportamento e bem como verificar a contribuição do sistema de ventilação para sua propagação e retirada de fumos. Novos materiais empregados nos revestimentos dos túneis são também testados para verificarem suas resistências ao fogo.
A empresa responsável pelo centro experimental oferece cursos e treinamentos para formação de equipes de intervenção em túneis.

Localização do túnel experimental
O Centro Experimental “San Pedro de Anes”, está instalado numa área de 142.000 m2, na região de Astúrias, Espanha.
A empresa Túnel Safety Testing S.A (TST) é uma empresa espanhola, constituída em 2005, que opera em regime de concessão as instalações do Centro Experimental de "San Pedro de Anes", que pertencem à Fundação Barredo.

Finalidade do túnel
As situações de fogo e ventilação em túneis são criadas mediante ensaios em escala real em um túnel experimental. O laboratório permite que o ensaio de ventiladores seja das configurações (tipos e tamanhos) normalmente utilizadas em túneis e outras instalações. .

Características principais
Trata-se de um falso túnel de concreto, semi-enterrado, de dimensões equivalentes a um túnel rodoviário de duas pistas, e que incorpora duas estações de ventilação, uma galeria de emergência e serviço inferior e três saídas de emergência.
Suas principais características são as seguintes:
■ Longitude: 600 m
■ Largura na base: 9,50 m
■ Altura máxima: 8,12 m
■ Seção livre (sem teto falso): 66 m2
■ Raio de curvatura mínimo: 400 m
■ Inclinação longitudinal: 1%
■ Inclinação transversal: 2%
■ Galeria de emergência: 4 m de largura por 2,50 m de altura
■ Saídas de emergência: 3 (cada 150 m)

Sistemas de ventilação
O túnel possui máxima flexibilidade quanto a sua ventilação, de maneira que possam ensaiar diferentes configurações de sistemas de ventilação mais usuais nos túneis modernos:
■ Ventilação longitudinal
■ Ventilação semitransversal
■ Sistemas mistos longitudinal/transversal
■ Sistema “Saccardo”, (jatoventiladores), injetor ou extração.

Equipamentos
O túnel incorpora os seguintes equipamentos adicionais:
■ Sistema de hidrantes, com tubulação de 100 mm de diâmetro, com hidrantes cada 50 m. O abastecimento é feito por diferentes poços subterrâneos com capacidade total de 570 m3, com pressão de 9,5 bar e com capacidade de 72 m3 /h.
■ Sistema de galerias de drenagem com decantação de 50 m3
■ Luminárias de 275 W, cada 15 m, em ambos os lados

Curso e treinamento
A TST organiza cursos teórico-práticos de formação relativos à incêndios e ventilação em túneis.
■ Os cursos se organizam sob medida, e estão dirigidos a:
■ Equipes de intervenção em caso de incêndio (bombeiros, defesa civil)
■ Operadores de túneis e responsáveis pela segurança
■ Engenharia e responsáveis do projeto dos sistemas de segurança contra incêndios
■ Pessoal de operação do centro de controle de túneis
■ Motoristas de Equipamentos e Máquinas Pesadas

Informações adicionais


Fonte: Tunnel Safety Testing

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sexta-feira, agosto 29, 2008

Fumo passivo mata diariamente

Hoje, dia 29 de agosto comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo, criado pela Lei Federal n° 7488 de 11 de junho de 1986, que estabelece que durante a semana que antecede a data seja lançada uma campanha de âmbito nacional, visando alertar a população, em particular os adolescentes e adultos jovens - alvos preferidos da indústria do tabaco sobre os males causados pelo fumo à saúde.

A cada dia, ao menos sete brasileiros morrem em decorrência de doenças causadas pela exposição à fumaça do cigarro. Todo ano, cerca de 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por causa do fumo passivo. Os dados constam no estudo "Mortalidade Atribuível ao Tabagismo Passivo na População Urbana do Brasil", realizado por pesquisadores do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e do Iesc/UFRJ (Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Somente indivíduos na faixa etária de 35 anos ou mais foram alvo do estudo. Fumantes e ex-fumantes não fizeram parte da população avaliada.

Doenças pesquisadas
O estudo inclui apenas as três principais causas de morte por tabagismo passivo:
■ câncer de pulmão,
■ doenças isquêmicas do coração (como infarto e angina) e
■ acidentes vasculares cerebrais.

Fumante passivo
O estudo considera como fumantes passivos apenas os habitantes de áreas urbanas com mais de 35 anos, que nunca fumaram e moram com pelo menos um fumante

Os números preocupam
Os números preocupam a pesquisadora Valeska Figueiredo. "São mortes que poderiam ser facilmente evitadas. Isso mostra a necessidade de termos uma legislação mais rígida em relação ao cigarro", afirma. Ela defende, porém, que as estimativas são "conservadoras". Ficaram de fora do cálculo, portanto, aqueles expostos à fumaça no ambiente de trabalho e os moradores de áreas rurais.

Mortes atribuídas
■ de cada 1.000 mortes por doenças cérebro-vasculares, 29 são atribuíveis à exposição passiva à fumaça do tabaco.
■ a proporção é de 25 para 1.000 no caso de doenças isquêmicas e
■ de 7 para 1.000 mortes por câncer de pulmão.
Os óbitos de mulheres são de 1,3 a 3 vezes mais elevados que os de homens. Das 2.655 mortes, 1.601 foram de mulheres. A faixa etária que registra maior ocorrência, tanto em homens quanto em mulheres, é de 65 anos ou mais. .
Segundo o Inca, o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável do mundo, atrás só do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.
No Brasil, onde cerca de 16% da população é fumante, o fumo em ambientes públicos ou privados de uso coletivo é regulado pela lei federal 9.294, de 1996. O texto permite a criação de áreas reservadas para esse fim, o que é criticado por associações antitabagistas.

Outros malefícios do fumo passivo
O Inca alerta que os perigos do cigarro também são graves para quem não fuma. Quem convive com fumantes pode sofrer;
■ irritação nos olhos,
■ tosse, dor de cabeça e
■ aumento dos problemas alérgicos e cardíacos.

O fumo passivo também causa problemas de médio e de longo prazo:
■ pesquisas nacionais e internacionais indicam que os fumantes passivos têm um risco 23% maior de desenvolver doença cardiovascular e
■ 30% mais chances de ter câncer de pulmão.
■ quem respira a fumaça do cigarro com freqüência têm mais propensão à asma, fica com a capacidade respiratória reduzida, e tem 24% a mais de chances de infarto do miocárdio.

Bebês e crianças expostas à fumaça
Podem desenvolver
■ doença cardiovascular quando crescerem, além de terem mais tendência a infecções respiratórias e asma brônquica.
■ filhos de grávidas que fumam apresentam o dobro de chances de nascer com baixo peso e 70% de possibilidades de sofrer um aborto espontâneo e 30% podem morrer ao nascer.
■ durante o aleitamento, a criança recebe nicotina por meio do leite materno. A substância produz intoxicação, podendo ocasionar agitação, vômitos, diarréia e taquicardia, principalmente em mães fumantes de 20 ou mais cigarros por dia.

Fumódromos
Os fumódromos, podem estar com os dias contados. O Ministério da Saúde propôs emenda que proíbe o fumo em qualquer ambiente fechado ou semi-fechado. O texto já foi aprovado pela Casa Civil e aguarda envio ao Congresso.
"A lei atual está defasada e expõe as pessoas ao risco, especialmente os que trabalham nessas áreas de fumantes. Não existe sistema de ventilação capaz de dissipar a fumaça, assim como não existem níveis seguros de exposição", diz a chefe da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Tânia Cavalcante.

Pesquisa inédita no Brasil
Esta é a primeira pesquisa do gênero realizada no Brasil. O diretor-geral do Inca, Luis Santini, frisa que é importante ressaltar que os resultados representam apenas uma parcela da mortalidade atribuível à exposição passiva à fumaça do tabaco. Não foram objeto do estudo outras causas de óbito possivelmente associadas ao tabagismo passivo, como síndrome da morte subida da infância e doenças respiratórias crônicas. Também não foram avaliadas patologias relacionadas à infância e período neonatal.

Fontes: O Globo Online – 22 de agosto de 2008 , Folha de São Paulo e Folha de Londrina – 23 de agosto de 2008

Comentário
Interessante essa análise, mas se olharmos como uma visão holística do espaço ambiental em que vivemos, estamos num autentico fumódromo onde predomina a inalação ativa e passiva de do espectro da poluição ambiental.
Qual seria o pior fumo passivo da inalação do tabaco ou da poluição ambiental, que é uma mistura de poluentes ou um blend de hidrocarbonetos, de materiais particulados, metais pesados, mercúrio, pesticidas, etc, formando um autentico coquetel poluidor?


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quarta-feira, agosto 27, 2008

Equipamento tecnológico faz paraplégico andar

Um exoesqueleto eletrônico desenvolvido por uma pequena empresa israelense de alta tecnologia é capaz de fazer pessoas paralisadas da cintura para baixo andarem novamente.

A invenção, batizada de ReWalk (algo como ReAndar, em português), foi criada por Amit Goffer, o fundador da Argo Medical Technologies, e permite que o usuário volte a se levantar, andar e subir escadas, sem o auxílio de ninguém.

"O mais importante é a recuperação da dignidade, da auto-estima da pessoa. Muitos não se dão conta de que não é muito agradável ser um adulto da altura de uma criança e viver com a cabeça perto dos traseiros de outras pessoas em elevadores e locais movimentados", afirmou Goffer.

O próprio inventor ficou paralisado da cintura para baixo num acidente em 1997, mas não pode usar a própria invenção porque não tem controle total dos braços.

Preço
O produto deve ser vendido ao público a partir de 2010, mas não vai ser barato. De acordo com os fabricantes, ele deve sair pelo mesmo preço das cadeiras de roda mais sofisticadas no mercado, ou seja, por volta de US$ 20 mil.

Sistema ReWalk
O sistema inclui os apoios para as pernas, uma mochila com a caixa de controle e baterias recarregáveis. O usuário também precisa usar muletas para ajudar no equilíbrio.
O ReWalk está sendo testado clinicamente em Tel Aviv e em breve vai ser testado também nos Estados Unidos.

Font: G1- 26 de agosto de 2008
Comentário
Podemos indagar qual é o limite da revolução da tecnologia poderá chegar? Existe a tecnologia que traz benefícios para a humanidade, para sociedade e cidadão. Nessa caso em questão, para os deficientes. Mas existe outras tecnologias que concorrem para o armagedon tecnológico. A tecnologia perdeu seus limites, tornando-se um fim em si mesmo?

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terça-feira, agosto 26, 2008

Memória – Mega incêndio na Volkswagen

Em 18 de dezembro de 1970, um incêndio de grandes proporções irrompeu na ala 13 das instalações industriais da Volkswagen do Brasil, no km 23 da Via Anchieta, em São Bernardo do Campo.

Como era a Ala 13
Área construída;
Compreendia; 300 metros de comprimento, 100 de largura e 30 de altura. Constituía o maior pavilhão coberto para fins industriais da América do Sul.
No primeiro andar;
Funcionava o departamento de estoque de materiais para tapeçaria, espuma de borracha, nylon, algodão, guarnições de borracha, tapetes.
No segundo andar;
Funcionava uma parte do setor de pintura e um depósito com 30 mil pneus aproximadamente. .
No terceiro andar;
Funcionava o setor de pintura e tapeçaria onde estavam instaladas as máquinas pesadas. Na ala 13, havia muitos tanques de solventes e ácidos.

Inicio do incêndio
Quando o incêndio começou,às 7h 45 min da manha, a unidade de bombeiros da Volkswagen tentou controlar o incêndio. Alguns minutos depois, os bombeiros constataram que o fogo estava cada vez mais forte e solicitaram socorro ao Corpo de Bombeiros de São Bernardo.
Os bombeiros da Volks eram considerados bem treinados pelo Corpo de Bombeiros. Por isso, quando estes foram chamados, sabiam que devia ser mesmo um grande incêndio.

Foto: Área delimitada em amarelo foi totalmente destruída - 300 m x 100 m; 30 m de altura, 03 andares


Corpo de Bombeiros
O alarme soou e saiu a primeira guarnição composta: nove soldados, um homem de válvula, um motorista, comandado por um sargento.
Depois, saíram mais três caminhões: estavam em ação os 50 homens do quartel. Além dos bombeiros em serviço, foram chamados os que estavam de licença ou de férias, através de uma estação de rádio. Imediatamente foram para o quartel.

Testemunha do inicio do incêndio
Exatamente às 8 h 10 min faltou luz no prédio. Começara o incêndio que o funcionário Ivan José Marcolino da Rocha, da seção de pintura descreve assim;
■ Eu estava no 2o andar trabalhando na pintura de automóveis, quando faltou luz. Então, eu e alguns colegas fomos para o banheiro, fumar um cigarro, a espera que a luz voltasse.De repente subiu um operário gritando que o prédio estava pegando fogo. Todos descemos, correndo pelas várias escadas. Éramos uns quatro mil, entre nós, 200 mulheres na seção de tapeçaria, saímos todos do prédio. O fogo estava no começo, deu tempo e ninguém ficou ferido.

Reforços - Bombeiros
Chegaram mais reforços de São Caetano, Santo André, Santos e São Paulo.
Os corpos de bombeiros das fábricas próximas também participaram da operação: a Chrysler, a Mercedes-Benz, a Ford e a Karman-Ghia mandaram todas as suas guarnições.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo despachou pa­ra Volkswagen;
■ Oito viaturas autobombas, cinco carros-pipas e uma jamanta.
■ As viaturas autobombas transportam quatro mil litros de água e podem lançar de 750 a 1.000 litros de água por minuto.
■ Os carros-pipas levam 9.000 litros, as jamantas levam 18.000 litros.

As operações
No combate as chamas foram utilizadas aproximadamente 1.000 bombeiros que revezaram em turnos. Indústrias de automóveis vizinhas colocaram a disposição da Volkswagen todas as suas ambulâncias e médicos.

Abastecimento de água
O reservatório de incêndio da fábrica tinha capacidade de 15 mil metros cúbicos, mas os bombeiros utilizaram também água transportada por caminhões-pipas da Policia Militar, da Petrobrás, da Rhodia e das Prefeituras da região e dos canais da represa Billings.

Propagação do fogo – Desabamentos sucessivos
À medida que o fogo se alastrava, a ala 13 desabava. Nas imensas paredes de concreto de aproximadamente 50 metros de largura caíam a intervalos mais ou menos regulares, com ruído estrondoso.Eram 12h 40min, quando, finalmente desabou o último setor, onde estava os tanques de solventes. Embora grande parte destes já tivesse sido desviada para o riacho próximo, elevando-se uma nuvem branca, reativando o fogo quando este parecia dominado. Chamas de 50 metros de altura subiam entre os escombros.

Risco de explosão
Centenas de bombeiros fazem o rescaldo do incêndio e resfriam um deposito com 50 mil litros de thinner e acetileno que, se explodir, destruirá tudo num raio de 500 metros.
Para resfriar o deposito, dois helicópteros da FAB sobrevoaram o local do incêndio durante todo o dia, atirando sacos plásticos com gelo seco e outras substâncias químicas.

Fim do incêndio
Na tarde de 20 de dezembro, a chuva forte que caiu sobre a cidade conseguiu apagar as chamas do grande incêndio.
Apesar do trabalho de dezenas de guarnições do Corpo de Bombeiros que consumiram cerca de três milhões de litros d'água, as chamas ainda continuavam a queimar restos de pneus, tapetes e matérias-primas, quase 60 horas depois.
O trabalho maior está sendo feito por 4 gigantescos guindastes na remoção dos destroços.

Emergência médica
Cerca de quinze ambulâncias do Hospital das Clinicas, do Hospital Militar e de hospitais particulares estacionaram perto da fábrica, para transportar feridos.

Feridos
Cerca de 200 pessoas sofreram ferimentos, a maioria, leves e intoxicações . A maioria foi tratada no ambulatório da fábrica. Médicos e enfermeiros dos hospitais locais foram à fábrica para ajudar.

Feridos mais graves
Os hospitais de São Bernardo, Santo André e São Caetano estão cuidando de, aproximadamente, 50 feridos, a maioria com fratura:, escoriações, queimaduras ou simplesmente intoxicado.
Os casos mais graves, como o do coronel Anor Augusto Pereira, chefe da Segurança Industrial da Volkswagen, que teve uma perna amputada, foram transferidos pa­ra o Hospital Militar, Modelo, e das Clínicas , em São Paulo,

Controvérsias
Vítimas fatais
Segundos os jornais foram 30 mortes, porém de acordo com comunicado oficial da Volkswagem, de 22 de dezembro, apenas um funcionário morreu. O funcionário era bombeiro da Karmann-Ghia, um dos primeiros a chegar ao local do incêndio (a Karmann-Ghia dista 4 km da Volkswagen).Segundo o comunicado da Volkswagen encontra-se hospitalizados, exigindo maiores cuidados médicos apenas dois funcionários.

Comunicado oficial Volkswagen do Brasil distribuída em 20 de dezembro de 1970;
Foi extinto o incêndio que irrompeu na Volkswagem do Brasil.Uma das alas de produção teve 70% de suas instalações destruídas. Foram grandemente prejudicadas as instalações de pintura, tapeçaria e um setor de cabos elétricos.
Houve grandes prejuízos materiais, principalmente quanto o material de estofamentos, pneus e peças de carroçarias. Já foi dado inicio aos trabalhos de remoção dos escombros.
A Volkswagen do Brasil espera que seja possível reiniciar a produção de veículos em fevereiro, pelo menos em parte.
Não correspondem aos fatos as notícias divulgadas pela imprensa sobre mortos e feridos. Até o momento, constatou-se a morte de uma pessoa, ferimentos graves em duas pessoas e várias outras pessoas com ferimentos leves.A
Volkswagen do Brasil serve-se dessa oportunidade para transmitir o seu agradecimento a todos os Corpos de Bombeiros que participaram no trabalho de extinção do incêndio, impedindo, graças a um trabalho corajoso, que o fogo se alastrasse a outras instalações.Além disso, a Volkswagen do Brasil agradece a todas as firmas e autoridades o exemplar apoio oferecido e toda a ajuda recebida.

Causas prováveis;

Primeira. hipótese:
Um funcionário do setor de manutenção estaria trabalhando com uma furadeira elétrica no último andar do prédio. Uma fagulha teria saltado e atingido um pedaço de estopa embebido em thinner (um solvente para tintas). Daí, o fogo teria se alastrado para um tambor desse mesmo solvente que explodindo teria provocado o incêndio de outros depósitos, onde estavam armazenadas grandes quantidades de outras substâncias altamente inflamáveis.

Segunda hipótese
Um funcionário do setor de manutenção estaria soldando no primeiro andar do prédio. Uma fagulha, da mesma forma, teria saltado e caído sobre um monte de espuma de nylon, penetrando até atingir o algodão usado para os estofamentos. Um bombeiro teria conseguido apagar o fogo inicial do nylon, mas, quando as chamas atingiram o algodão, a fumaça deixou os bombeiros sem visão, obrigando-os a fugir. Esta é a hipótese mais aceita.

Terceira hipótese:
Um curto circuito nas instalações elétricas. Essa é a hipótese menos aceita, pois alguns engenheiros que participaram da construção da ala 13 garantem que isso é praticamente impossível de ter acontecido. As instalações elétricas foram inauguradas recentemente, e seu sistema de funcionamento não permite esse tipo de acidente.

Lucros Cessantes – Interrupção de produção
Somente em agosto de 1971, a Volkswagen do Brasil poderá voltar à sua produção normal de veículos (1.200 unidades por dia), embora deva reiniciar a fabricação em janeiro de 1971, com 500 carros/dia.

Minimização e conseqüências da interrupção de produção
1- A ultramoderna seção de pintura que es­tá sendo fabricada pela Durr. da Alemanha, para instalação na matriz, em Wolfsburg, poderá ser deslocada para o Brasil, o que diminuiria sensivelmente o prazo necessário à reconstrução;
2-É muito provável que a Volks de São Bernardo do Campo continue a produzir veículos, a partir da segunda quinzena de janeiro de 71, depois das férias coletivas. Isto seria possível, devido ao equipamento de pintura ainda existente na fábrica-2 (antiga Vemag) e aos aparelhos que até alguns meses atrás ainda eram utilizados pela ala-13.
3- A produção da Volks passará a 800 carros/dia em março de 1971;
4- Os pedidos aos fornecedores serão reduzidos, mas “em limites suportáveis";
5- É quase inevitável o câmbio-negro de Volks, porque os revendedores não têm condições de atender a demanda;
6- O Sindicato de Autopeças já tomou todas as providencias para enfrentar a situação, inclusive pensando em financia­mento às firmas que enfrentarem maiores problemas. É bem provável que mais de 100 pequenas indústrias, fabricantes de autopeças e acessórios para veículos sejam também prejudicadas e se vejam obrigadas a demitir muitos de seus funcionários.
7- Indústria e comércio do ABC estão seria­mente preocupadas com as conseqüências da paralisação da Volks e poderá provocar uma crise que somente será equacionada com o restabelecimento da produção normal da fábrica.

Funcionários da fábrica
Cerca de 23 mil operários entraram em férias coletivas antecipa­das, devido ao incêndio.
A fabrica cogita dispensar cerca de 2.000 operários recentemente contratados.

Reconstrução
Estima-se que as obras da reconstrução deverão durar de três a seis meses.

Seguro
A empresa dispõe de cobertura total de seguro para danos materiais, inclusive cobertura parcial de lucros cessantes;

Prejuízos
Cerca de US$ 210.600.000,00 (R$ 600.253.077,00) em valores correntes.
O prejuízo na época foi de Cr$ 200 milhões (US$ 41 milhões dólares)

Conclusão da Volkswagen sobre o incêndio:
■ Por eliminação, prevalece uma só causa para o incêndio; um curto circuito nos estoques de estofados, material de fácil combustão, porque feito à base de borracha, espuma e plástico;
■ O fogo atingiu rapidamente as instalações anexas: estoque de pneus e a seção pintura, que emprega o processo eletroforese, único na América Latina;
■ A área atingida compreende 30 mil m2 de construção (três pavimentos), de um total de 404 mil m2 da área total da fábrica;

Fontes: Jornal da Tarde, O Estado de São de Paulo e Folha de São Paulo no período de 19 de dezembro a 22 de Dezembro de 1970

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sexta-feira, agosto 22, 2008

Acidente com Lixadeira

Um trabalhador na Indonésia executava um corte em uma telha de alumínio, utilizando um disco de corte, o disco quebrou, e arremessou pedaços longe e um desses pedaços o atingiu causando ferimento sério na sua face. Após o atendimento inicial foi levado para o hospital e ficou hospitalizado por aproximadamente duas semanas.

Utilização inadequada da ferramenta
Baseado na especificação do fabricante, o modelo 9006B do disco Makita deve usar um disco de corte, de 6", com velocidade de 10.000 RPM.
O disco de corte de 9.5"foi usada no lugar do disco de 6". Esta roda era maior e era utilizado para uma velocidade, somente em 3400 RPM.

Causa da ruptura do disco
O disco de corte estava funcionando em 10.00 RPM (velocidade muito alta) que veio a causar a quebra do disco de corte e o mesmo vindo a bater no rosto do mecânico.

O que houve de errado
■ Ferramenta imprópria utilizada. – Não existia proteção de segurança no disco de corte.
■ Não estava usando o protetor facial.
■ O mecânico foi advertido mais ignorou-o.

Fonte: Safety Alert - 2004
Comentário:
Regras de segurança

1. Use sempre usar óculos de segurança e protetores auriculares durante a operação.
2. Certifique-se que a ferramenta está desligada e desconectada antes de executar qualquer trabalho com a ferramenta.
3. Mantenha os protetores no se lugar.
4. Usar somente o disco com o tamanho correto e que tenha a velocidade máxima de operação, pelo menos tão elevada como a mais elevada “sem carga” marcada na placa da característica ferramenta . Quando utiliza disco com centro rebaixado, certifique-se de usar somente disco reforçado com fibra de vidro.
5. Verifique cuidadosamente se o disco tem rachaduras ou deformidades antes de seu funcionamento. Substituir o disco com rachaduras ou danificados imediatamente.

6. Observar as instruções do fabricante para a correta montagem e utilização do disco. Manuseie e armazene o disco com cuidado.
7. Não use bucha de redução ou adaptador para adaptar disco abrasivo com orifício central grande.
8. Utilize apenas flanges especificados para esta ferramenta.
9. Não danifique o furo, o flange (especialmente a superfície de instalação) ou a porca de pressão (mandril). Danos nessas partes podem resultar em ruptura do disco.
10. Para ferramenta destinada a ser equipada com disco com orifício rosqueado, certifique-se que a rosca do disco tem tamanho suficiente para aceitar o comprimento do mandril.
11. Antes de usar a ferramenta em uma peça, testar a ferramenta na mais alta velocidade sem carga, pelo menos 30 segundos em um local seguro. Pare imediatamente se houver qualquer vibração ou trepidação que possa indicar uma má instalação ou disco mal balanceado. Verifique a ferramenta para determinar a causa.
12. Verifique se a peça está adequadamente apoiada.

13. Segure firmemente a ferramenta.
14. Mantenha as mãos distantes das partes em rotação.
15. Verifique se o disco não está encostando na peça antes de ligar a ferramenta.
16. Use a superfície do disco especificada para desbaste.
17. Não use o disco de corte para desbaste lateral.
18. Tenha cuidado com as faíscas. Segure a ferramenta de modo que as faíscas não o atinjam e de outras pessoas ou de materiais inflamáveis.
19. Preste atenção no disco que continua a girar após o desligamento da ferramenta.
20. Não toque na peça imediatamente após a operação, que pode estar extremamente quente e pode queimar sua pele.
21. Posicione a ferramenta a fim de que o cabo de alimentação sempre fique atrás da ferramenta durante a operação.
22. Se local de trabalho é extremamente quente e úmido, ou pessimamente poluído por poeira condutiva, use um disjuntor (30 mA) para garantir a segurança dos operadores.
23. Não usar a ferramenta em nenhum material que contenha amianto.
24. Não utilize água ou lubrificante para desbaste.
Fonte: Makita

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segunda-feira, agosto 18, 2008

Zonas mortas dos oceanos tornam-se um problema mundial

Como uma doença crônica que se propaga através do corpo, “as zonas mortas” com muito pouco oxigênio para a vida marinha estão expandindo-se nos oceanos em todo o mundo.
"Temos de admitir que a hipóxia não é um problema local. É um problema mundial e tem graves conseqüências para os ecossistemas.Está chegando a ser um problema de tal magnitude que está começando a afetar os recursos que retiramos do mar para alimentar-nos”, disse Robert J. Diaz do Instituto de Ciências Marinhas da Universidade William and Mary, na Virgínia

Esta foto cedida pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, uma tartaruga verde está embaraçada em uma rede de pesca abandonada e destroços, a noroeste da ilha do Havaí em 2002.

Zonas mortas
As zonas mortas eram raras. Agora são comuns. Cada vez mais há em mais lugares. O aumento das zonas mortas no mar transformou-se no principal agente de pressão sobre os ecossistemas marítimos, no mesmo nível da pesca excessiva, perda de habitat e outros problemas ambientais. Segundo os cientistas, seu aumento se deve também a certos nutrientes, especialmente o nitrogênio e o fósforo, que ao entrarem em excesso nas águas litorâneas causam a morte de algas. Ao morrer, essas plantas microscópicas afundam e se transformam em alimento de bactérias que, durante a decomposição, consomem o oxigênio a sua volta. Na linguagem científica, esse processo da diminuição progressiva de oxigênio chama‑se 'hipoxia'.

Golfo do México - Em 16 de Julho de 2008 os pesquisadores estimaram a zona morta em 22.704 km quadrados. A área é maior do que o Estado de Sergipe.
Aumento das zonas mortas
Segundo Robert Diaz, e Rutger Rosenberg, cientista da Universidade de Gotemburgo, atualmente existem 405 zonas mortas em águas próximas às costas em todo o mundo, o que representa uma superfície de mais de 26.500 km².
Diaz, que começou a estudar as zonas mortas em meados da década de 1980, após advertir sobre o problema nas águas da Baía de Chesapeake (costa atlântica dos Estados Unidos), afirma que;
■ no início do século passado só havia quatro zonas mortas,
■ na década de 1960, o número passou para 49;
■ na década de 1970, número passou para 87;
■ na década de 1980, passou para 162;
■ em 1995, já havia 305 zonas mortas no mundo todo.

As mais recentes áreas mortas estão sendo encontradas no hemisfério sul - América do Sul, África, partes da Ásia. Um pouco do aumento é devido à descoberta de áreas de baixo oxigênio e que possam ter existido por anos e estão apenas a ser encontrado, mas outras são, na realidade, recém‑desenvolvidas.

Fertilizantes
As algas alimentadas por poluição, que privam outras vidas marinhas de oxigênio, são as causas da maior parte das zonas mortas do mundo. Os cientistas culpam principalmente os fertilizantes e outros cultivos dos solos pelo escoamento dos resíduos em direção ao mar, despejo de esgoto e queima de combustível fóssil.
“É necessário que cientistas e agricultores trabalhem em conjunto para desenvolver métodos agrícolas que reduzam a transferência de nutrientes da terra para o mar. Como os fertilizantes tornam-se cada vez mais caros, os agricultores começarão a preocupar-se seriamente em conservá-los na terra”, disse Diaz.

Diaz e Rosenberg, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, concluem que seria irrealista para tentar voltar aos níveis pré-industriais de escoamento superficial.
"Os agricultores não estão fazendo isso de propósito. Os agricultores prefeririam certamente ter os seus fertilizantes sobre a terra, em vez de escoar para o rio", disse Diaz.

Diaz e Rosenberg declaram que em muitas ocasiões só se dá importância à hipoxia quando esta começa a dizimar os organismos que, em última instância, servem de alimento à população. Como exemplo, eles citam o desaparecimento de algumas espécies ictiológicas e os surtos crônicos de epidemias bacterianas em outras.

Por outro lado, ao impedir o desenvolvimento de alguns habitantes dos fundos marítimos, como as amêijoas e alguns vermes, a hipoxia elimina uma importante fonte de nutrição para outros depredadores, assinala o estudo. Segundo os cientistas, a chave para frear o aumento de zonas mortas é manter os adubos em terra e impedir que cheguem ao mar.

As novas áreas de baixo oxigênio e fazendas de criação de peixes e camarões
As novas áreas de baixo oxigênio foram informadas na Baia de Samish em Puget Sound, Baia de Yaquina em Oregon, nas lagoas de cultura de camarão em Taiwan, o rio San Martin, no norte da Espanha e de alguns fiordes da Noruega, disse Diaz.
Uma parte da Baia Big Glory na Nova Zelândia se tornou hipóxica devido a criação de salmões em gaiolas, mas começou a recuperar quando as gaiolas foram removidas do local.

“Uma zona morta foi recentemente informada distante da foz do rio Yangtze na China, mas a área tem sido provavelmente hipóxica desde a década de 1950. Nós simplesmente não sabíamos sobre ela", disse Diaz,

As zonas mortas são muito mais
Nancy N. Rabalais, diretor executivo do Consorcio de Marinha das Universidades de Louisiana, disse que não foi surpresa no aumento das zonas mortas.
"Houve muito mais casos registrados, mas há realmente muito mais. O que aconteceu nas nações industrializadas com o agronegócio, que também levaram ao aumento do fluxo de nutrientes da terra para os estuários e para os mares estão agora acontecendo nos países em desenvolvimento," disse Rabalais.
Disseram-me, que durante uma visita à América do Sul em 1989, que os rios eram demasiados grandes para ter os mesmos problemas que o rio Mississipi. "Agora muitos dos seus estuários e mares costeiros estão sofrendo o mesmo mal."
"O aumento é um sinal preocupante para as águas costeiras e estuarinas, que estão entre algumas águas mais produtivas do planeta", disse ela.

Fonte: San Francisco Chronicle - August 14, 2008
Comentário:
No Brasil os principais rios estão afetados por resíduos industriais, mineração, esgotos e pesticidas, etc. E consequentemente os deltas dos rios, baías e o litoral estão contaminados;

Águas contaminadas
Praticamente todas as grandes e médias cidades brasileiras têm suas águas contaminadas por esgotos, lixo urbano, metais pesados e outras substâncias tóxicas.
Na Amazônia, o maior dano é provocado pelo mercúrio, jogado nos rios à média de 2,5 kg para cada grama de ouro extraído dos garimpos. Os rios Tapajós, Xingu, Taquari, Miranda e Madeira são os mais afetados. Em São Paulo, em alguns trechos do rio Tietê dentro da capital existe apenas bactérias anaeróbicas. O excesso de cargas orgânicas em suas águas consome todo o oxigênio, mata os peixes e qualquer outra forma de vida aeróbica.

Poluição do mar
Dejetos industriais e orgânicos são jogados em vários pontos do litoral. Vazamentos de petróleo em poços das plataformas submarinas e acidentes em terminais portuários e navios-tanques têm provocado graves desastres ecológicos. O litoral do Pará e as praias da ilha de Marajó estão contaminados por pentaclorofeno de sódio, substância tóxica usada no tratamento de madeira. Os pólos petroquímicos e cloroquímicos localizados em quase todos os estuários dos grandes rios lançam metais pesados e resíduos de petróleo nos manguezais e na plataforma continental. A baía de Todos os Santos, na Bahia, está contaminada por mercúrio. A baia de Guanabara, no Rio de Janeiro, recebe diariamente cerca de 500 toneladas de esgotos orgânicos, 50 toneladas de nitratos e metais pesados, além de 3 mil toneladas de resíduos sólidos – areia, plásticos, latas e outras sucatas.

Degradação da superfície
O principal fator de poluição do solo, subsolo e águas doces é a utilização abusiva de pesticidas e fertilizantes nas lavouras. A média anual brasileira é duas vezes superior à do mundo inteiro. Ainda são usados no Brasil produtos organoclorados e organofosforados, proibidos ou de uso restrito em mais de 50 países devido a sua toxicidade e longa permanência no ambiente. As regiões mais atingidas por esses agrotóxicos são a Centro-Oeste, a Sudeste e a Sul, responsáveis por quase toda a produção agrícola para consumo interno e exportação.
A cultura da soja, hoje espalhada por quase todas as regiões do país, também faz uso acentuado de fosforados. A médio e longo prazo esse produto destrói microrganismos, fungos, insetos e contaminam animais maiores.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) a produção mundial de alimentos precisa aumentar em 50% até o ano de 2030 para atender a demanda da população em crescimento. Isto quer dizer, mais fertilizantes, mais pesticidas, mais desmatamento, etc. Todo o excesso de resíduos em que o solo não consegue absorver será escoado superficialmente para os rios, chegando aos oceanos. É o efeito dominó da degradação ambiental.

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sexta-feira, agosto 15, 2008

Trabalhador perde as duas mãos, mas são reimplantadas

O acidente
Degilânio Verônica de Lima, 25 anos, trabalhava em uma guilhotina para cortar placas de uma fábrica de artefatos de couro de Apucarana, Paraná, quando na manhã de quinta-feira, 31 de Julho de 2008, prendeu a mão direita no equipamento. Imediatamente, ele utilizou a mão esquerda para tentar se salvar, e acabou tendo as duas decepadas.
Imediatamente ele foi levado a um hospital da cidade, que o encaminhou ao HEL (hospital Evangélico), em Londrina.

Rapidez no atendimento
O especialista em microcirurgia, o médico Edson Takaki, do Hospital Evangélico de Londrina (HEL) foi avisado por volta das 9 horas do mesmo dia do acidente e começava uma maratona do médico e de mais dois profissionais - um auxiliar e um instrumentador que só acabaria depois das 10 horas do dia seguinte. Quando o paciente chegou já estávamos com toda a sala cirúrgica preparada e o tempo entre o acidente e o reimplante é muito importante para o sucesso da cirurgia, explica Takaki.

As mãos de Lima foram recolhidas em um saco plástico, entregue dentro de uma caixa de isopor com gelo. ''O pessoal de Apucarana agiu muito bem em nos avisar imediatamente, pois assim pudemos deixar tudo pronto para receber o paciente e não perdermos tempo. Esse é o procedimento correto'', destacou Takaki.

Reconstituição complexa
Ele recebeu o trabalhador com uma das mãos, a direita, totalmente amputada e a esquerda presa somente pela pele. Os dois membros foram decepados um pouco abaixo do punho, o local mais difícil para se fazer um reimplante devido à grande quantidade de estruturas que são afetadas. Além disso, o polegar da mão esquerda foi amputado do membro e também teve que ser reimplantado. Por volta das 10h da quinta-feira, a dupla cirurgia teve início.

Em ambas, o corte foi na região transcarpiana, acima do punho, onde ossos, artérias, veias, nervos e tendões se ramificam. “O local é que dificultou e foi o maior desafio para nós, porque havia muitos pontos a religar, pois são aproximadamente 25 estruturas, entre veias, artérias, nervos e tendões que foram reconstruídas em cada mão”, explicou o cirurgião.

Segundo Takaki, o primeiro passo foi reconstituir os ossos, com a ajuda de pinos de aço. Em seguida, as artérias e veias foram unidas com pedaços de outras tiradas do antebraço de Lima; foram dez com três centímetros cada. Na seqüência, foram unidos com fio os nervos e os tendões. Por último, a pele foi refeita. Tudo foi reconstituído com a ajuda de um microscópio, que possibilita um aumento de 40 vezes.

Recuperação
Lima está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do HEL, onde deve ficar em acompanhamento ao menos pelos próximos cinco dias. “Depende muito do caso, mas se ele se recuperar bem, em duas semanas deve estar em casa”, afirma Takaki. Consciente, ele já chegou a mexer um dos dedos, segundo o médico.

Takaki disse que a circulação nas mãos foi retomada, mas a recuperação do movimento dos dedos ainda não é possível confirmar. “A circulação, quando a gente une as veias e as artérias, vemos se está boa ou não. Já o desempenho dos nervos e tendões não há como ver. Além disso, o nervo leva um dia para regenerar um milímetro. O que dá cerca de 30 centímetros por mês. Neste caso, até o jovem sentir a sensibilidade nos dedos, vai levar de cinco a seis meses”, explicou o médico.

Lima já conseguiu mexer um pouco os dedos, apesar de não senti-los. O desafio maior será recuperar o movimento de pinça. Logo após a recuperação da cirurgia, ele terá de fazer fisioterapia.

Alguns fatores, como a idade de Lima e a rapidez para o início do procedimento, devem ser decisivos para uma boa recuperação. Apesar disso, de acordo com o cirurgião, uma das mãos pode ter seqüelas maiores que a outra. “Houve danos maiores em uma das mãos, então a estabilização das duas pode não ser igual. A menos danificada deverá ser de grande utilidade”. Segundo o cirurgião, há casos em que houve completa recuperação do membro reimplantado e o paciente pôde voltar a trabalhar.

O médico explica que, apesar do sistema circulatório se refazer quase instantaneamente, a sensibilidade das mãos leva tempo para ser recuperada. “Os nervos têm comportamento diferente, avançam cerca de um milímetro por dia a partir do ponto de ligação”. O acompanhamento médico em casos de reimplante varia muito de caso para caso, mas normalmente se estende por vários anos.

Dicas em caso de acidentes com membros decepados

O microcirurgião Edson Takaki recomenda o que fazer quando um membro é decepado.
■ Não dar alimentos ou bebida para o paciente, como água com açúcar, pois na cirurgia de reconstituição ele receberá anestesia geral;
■ Não fazer torniquete. O correto é fazer um curativo firme na região do corte para estancar o sangue;
■ Não colocar o membro amputado diretamente no gelo e sim dentro de um saco plástico ou um recipiente fechado, como vidro. Não colocar álcool, formol ou qualquer produto para conservar o membro;
■ Manter o recipiente frio com ajuda de gelo, sorvete ou alguma bebida gelada. O correto é mantê-lo a uma temperatura de 4º C, que é a temperatura da geladeira;
■ Levar o mais rápido ao hospital para reimplante no paciente. Um dedo amputado, que quase não tem músculo, resiste até 24 horas. Já uma região muscular, como o braço, agüenta cerca de 12 horas.

Fonte: Folha de Londrina, Gazeta do Povo, Jornal de Londrina, 4 a 5 de agosto de 2008

Comentário
Nem sempre o trabalhador tem sorte de encontrar em cidade média, hospital com recursos médicos e também com especialista em reimplante. Na maioria das vezes ele será transportado para as capitais com mais recursos, porém lutando contra o tempo.
Devemos adotar o lema; vigie, olhe, aonde vão suas mãos.

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terça-feira, agosto 12, 2008

Proteção das Mãos - Parte 2


Os Dez Mandamentos para Proteção das Mãos
1. Não opere nenhuma máquina, sem conhecê-la bem;
2. Verifique se a máquina usa alguma proteção. Às vezes a proteção é retirada e não é colocada novamente no lugar. Providencie a recolocação o mais rápido possível;
3. Se tiver alguma dúvida, procure o seu supervisor de turno;
4. Ao manipular Materiais, identifique se é agressivo e faça uso de luva adequada;
5. Observe os pontos onde pode machucar, eliminando-os;
6. Mantenha seus dedos fora do perigo, ao deixar objetos pesados ou usar alavancas para abrir;
7. As facas, estiletes representam riscos para as mãos e dedos. As facas e estiletes são as mais perigosas, uma lâmina bem afiada requer menos força, assim sendo existe menor possibilidade que esta perca o controle;
8. Nunca manuseie um objeto cortante em direção ao próprio corpo;
9. As chaves machucam, principalmente dedos, quando usadas de forma incorreta. Use a ferramenta adequada;
10. Comunique a sua chefia, se constatar alguma ferramenta defeituosa, não espere acontecer algum acidente.

Razões Para Você Proteger Suas Mãos

1. Suas mãos são preciosas, são suas ferramentas naturais, com elas você segura, empurra, etc. As mãos são os olhos dos cegos e voz dos mudos
2. Você só tem duas, elas são importantes para o seu sustento e o de sua família.
3. Elas são frágeis e estão expostas a riscos diariamente, arestas cortantes, facas, etc. são inimigos de mãos desatentas.
4. Não existem mãos de reserva, elas nunca serão encontradas no almoxarifado para reposição. Nada as substitui completamente.
5. A mão é a região do corpo mais lesionada por acidentes. Qualquer ferimento limita as suas mãos. Portanto, a segurança de suas mãos, está em suas mãos

Fonte: Fundacentro, Construction Safety Association of Ontario, 2002

Pesquisa humana –Segurança - Risco de ferimento da mão
Estudo indica que o uso de luvas reduz significativamente o risco de ferimento da mão.

Cada ano, mais de 1.000.000 de trabalhadores americanos recebem tratamentos de emergências para ferimentos agudos da mão. O Departamento de Trabalho e Estatístico dos USA, estima que aproximadamente 110.000 trabalhadores com ferimentos da mão e do dedo, perdem dias de trabalho anualmente, por lesões.

Para compreender melhor os fatores de risco para os ferimentos da mão e para ajudá-los reduzir a sua ocorrência, os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Liberty Mutual para Segurança, em colaboração com os colegas da Escola de Saúde Pública de Havard, conduziram um estudo dos ferimentos agudos ocupacionais da mão.

Os pesquisadores examinaram sete fatores variáveis potenciais de risco na ocorrência de ferimento traumáticos agudos da mão em trabalho.

O estudo encontrou que o risco de ferimento da mão foi significativamente elevado, quando:
■ Equipamento, ferramentas ou etapas de serviço não foram executados como esperado.
■ Os trabalhadores usaram diferentes métodos de trabalho ou executaram uma tarefa não padronizada.
■ Os trabalhadores estavam distraídos e apressados.

Além disso, os resultados indicam que o uso de luva reduziu significativamente o risco de ferimento de mão em 60 % .
A atividade ocupacional, a experiência do trabalho e o treinamento de segurança foram encontrados para modificar diversos destes riscos.
O estudo, co-patrocinado pelo Instituto Nacional para Segurança e Saúde Ocupacional, revelou que o ferimento agudo ocupacional mais comum da mão foi;
■ laceração (63%),
■ ferimento de esmagamento (13%),
■ lesão por arrancamento (8%),
■ perfuração (6%),
■ fratura (5%),
■ contusão (1%), e
■ deslocamento (0,1%).

Fonte: Hardi Simmons University - Abilene – USA

Cinco maneiras de evitar ferimento da mão

■ Use sua cabeça e não suas mãos para encontrar perigos.
■ Use as ferramentas e as luvas corretas.
■ Vigie, olhe, onde suas mãos vão. Cerca de 90% dos trabalhadores usam a mão direita, mas 50% dos ferimentos acontecem com a mão esquerda
■ Saiba onde suas mãos estiveram e onde estão indo. Freqüentemente os ferimentos dos olhos são causados por esfregar algo que estava nas mãos.
■ Cortando caminho, corte as mãos. Não corta caminho!
Fonte: EMC Insurance Companies

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sábado, agosto 09, 2008

Proteções e Riscos: Mãos - Parte 1

Os números revelam o dramático impacto do trabalho sobre as mãos dos trabalhadores. E a importância de se criar uma atenção especial em defesa das mãos no trabalho. Se considerarmos apenas os acidentes de trabalho que atingem as mãos até o nível do punho, encontraremos mais de um terço (34,2%) de todos os acidentes de trabalho notificados no Brasil, em 2003, segundo estatísticas do INSS (Dataprev).
Neste índice estão incluídos desde os acidentes mais traumáticos, que sozinhos, equivalem a quase 3% do total (10% dos acidentes de trabalho que atingem as mãos) até ferimentos menores e doenças ocupacionais, como:

■ lesões por esmagamento;
■ amputações;
■ queimaduras e corrosão;
■ cortes e perfurações;
■ fraturas;
■ luxações, entorses e distensões das articulações;
■ traumatismos do músculo e tendão;
■ traumatismos superficiais;
■ LER/DORT (doenças ocupacionais);
■ e outros traumatismos não especificados.

O acidente de trabalho que atinge as mãos provoca limitações importantes para os trabalhadores. Dependendo da gravidade do acidente, este pode provocar o afastamento do trabalho somente por alguns dias ou até causar lesões irreversíveis e incapacitantes, para o trabalho e para as atividades da vida diária. Além do trauma físico, estes danos podem afetar profundamente a vida dos trabalhadores, acarretando prejuízos econômicos e de relacionamento familiar. Para os empresários e para o Estado, há prejuízos econômicos evidentes.

Tipos de Acidentes com as mãos;

■ Ferimento Cortante;
■ Substância Química;
■ Prensado por Objeto;
■ Energia Elétrica;
■ Esmerilhado ou Esfolado;
■ Alta Temperatura;
■ Superfícies Cortantes;
■ Queda de Objeto;
■ Impacto;
■ Baixa Temperatura;
■ Vibrações;
■ Agentes Biológicos, Vírus, Fungos e Bactérias, etc.

Conseqüência de acidentes nas mãos com perdas substanciais

Profissional
■ Dificuldades de ingressos em empregos;
■ Alteração da função;
■ Dificuldades nas realizações de tarefas;
■ Dificuldades de promoções.

Social
■ Restrições de atividades;
■ Impossibilitado à prática de esportes;
■ Privação de tocar;
■ Sensação de incapacidade.

Pessoal
■ Dificuldades de alimentar, vestir e higiene pessoal;
■ Problemas psicológicos, inclusive no meio familiar;
■ Dependência de pessoas;
■ Limitação física.

Mudança de atitude e de comportamento
Como posso mudar de atitudes, comportamentos, no manuseio das mãos em relação ao trabalho ou risco?
O comportamento é um conjunto de atitudes e reações do individuo diante do ambiente.
A atitude é o modo de agir e proceder. É a medição do comportamento.
Os comportamentos são ações que podemos ver e medir. Se os comportamentos estão repetidos ou não, depende de suas conseqüências. As ações com resultados positivos tendem a ser repetidas. As ações com resultados negativos tendem a ser evitadas.
O comportamento seguro deve conseqüentemente ser mostrado aos benefícios do rendimento. Estes benefícios reforçarão por sua vez as ações que as produziram. Nesta maneira, a segurança transforma-se uma força do hábito.

Um exemplo marcante de aprendizado, descrito por Miller & Dollard;
É dito para uma garota de seis anos de idade, que está faminta e quer doces, que existe um doce escondido em um dos livros de uma estante.
■ A garota começa a tirar os livros de uma maneira aleatória, até que, finalmente, ela encontra o livro correto (210 segundos). Aqui, a garota criou um referencial de procura (eliminou os erros e ficou coma busca mais selecionada)
■ Ela é enviada para fora do quarto e um novo doce é escondido sob o mesmo livro. Sua próxima busca é muito mais direcionada e ela encontra o doce em 86 segundos.
■ Na nona repetição deste experimento, a garota encontra o doce imediatamente (2 segundos). A menina mostrou uma direção em relação ao doce e olhar embaixo dos livros representou suas respostas para reduzir esta direção. Quando ela eventualmente encontrava o livro correto, esta resposta particular era recompensada, formando um hábito.
■ Em tentativas subseqüentes, a força deste hábito aumentou até que ele se tornou uma única conexão estímulo-resposta neste quadro.

O treinamento e aprendizagem são fundamentais para eliminarmos o leque de erros ou vícios na etapa de serviço para encontrarmos a conexão segura de efetuar o trabalho de modo seguro.

Princípios de aprendizagem:
1. A direção é essencial (relacionar as falhas e não falhas) para as respostas ocorrerem (isto é, o trabalhador precisa querer aprender). Veja o caso da garota, no início, teve de retirar todos os livros para encontrar o doce. Na etapa inicial a direção era geral (um leque de opções)
2. Os estímulos e respostas precisam ser detectados pelo organismo para o condicionamento ocorrer (isto é, o trabalhador precisa estar atento). A garota percebeu a maneira de como proceder para encontrar o doce, isto é, reduziu suas opções.
3. As respostas precisam ser feitas para o condicionamento ocorrer (isto é, o trabalhador precisa ser ativo). Após vários acertos, a garota reduziu ainda mais sua direção, iniciando a etapa de formação de hábito.
4. O condicionamento só ocorre se o reforço supriu uma necessidade (isto é, o aprendizado precisa satisfazer os desejos do aprendiz). Finalmente, a garota conseguiu formar uma conexão correta para obtenção do doce.

As mudanças no comportamento começam com a observação. Observando trabalhadores executando um determinado trabalho ou utilizando uma determinada ferramenta, é possível identificar que etapas no processo que são seguras e quais envolvem o risco inseguro.
As observações podem então ser usadas para desenvolver check-list para avaliação do desempenho de segurança. Os operadores de máquinas estão usando luvas? A etapa do processo apresenta risco para as mãos?
É importante que os empregados sejam reconhecidos fazendo a coisa segura. Isto ajuda reforçar o comportamento desejado.
O reforço deve ser consistente e pessoal. Em alguma maneira, o comportamento seguro deve ser feito de valor para disseminar, não no general, mas em termos imediatos. Na maioria dos casos isto equivale ao incentivo dos companheiros dos trabalhadores e dos supervisores. (Lembra-se o caso do doce).

Qual é o desafio?
■ Realizar mais comportamentos seguros
■ Modificar ou prevenir comportamentos de risco de se tornarem força do hábito
■ Designar ou alterar serviços onde o comportamento seguro é mais conveniente e desejável do que um comportamento de risco

Como?
■ Atenção constante e sustentável aos nossos comportamentos
■ Atenção constante e sustentável ao comportamento de outros

Treinamento
■ Para aumentar o comportamento seguro e diminuir o comportamento de risco
■ Eliminar barreiras do comportamento seguro, esforçar-se para tornar comportamentos seguros mais fáceis e mais convenientes.
Processo e engenharia:
■ Controles de engenharia (esquema básico do serviço, ferramentas, proteções, proximidade)
■ Controles administrativos (procedimentos, práticas de trabalho)
■ EPI (determinações de perigos, disponibilidade)

Principais riscos existentes na atividade industrial, para as mãos

Pontos de atrito e móvel :
■ São os espaços existentes entre componentes de uma máquina, tais como: engrenagens em movimento, polias, etc.
■ Evite introduzir suas mãos nestes espaços

Pontos Quentes:
■ São locais onde geram calor que são responsáveis por queimaduras, muitas delas graves. Exemplo: tubulações de vapor, máquinas de solda, etc.
■ O uso de luvas pode livrar suas mãos dos problemas causados pelas queimaduras

Superfícies Rotativas:
São atividades desenvolvidas com uso de esmeril, discos de corte, etc. são extremamente perigosas.

Maquinas/Equipamentos
Há necessidade de manuseio das mãos na zona de risco da máquina.

Máquinas Automáticas:
São quando as alavancas e botões acionados por controle remoto ou por sistema de robô, muitas vezes tocados acidentalmente, fazem com que as máquinas, aparentemente desligadas, funcionem rapidamente.

Jóias e Roupas largas:
Anéis, alianças, pulseiras, correntinhas no pescoço, mangas compridas e folgadas de sua camisa podem causar sérios problemas nos trabalhos diante de máquinas em movimento.
Ao iniciar suas atividades remova as suas jóias e procure arregaçar as mangas da camisa.
Fonte: Fundacentro

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quarta-feira, agosto 06, 2008

Mega explosão e incêndio em distribuidora de gás

Sábado, 6 de agosto de 2005, dia calmo na Vila Moraes, Goiânia, foi interrompido por uma série de explosões. Primeiro uma forte explosão, às 11h 22, seguida imediatamente de um tremor que abalou os quatro quarteirões da Rua das Indústrias e algumas casas vizinhas. Vieram outras explosões médias, seis delas nos primeiros cinco minutos, e depois várias outras até quase meio-dia. Uma fumaça preta acompanhada de uma labareda gigante começou a cobrir o céu e os moradores do bairro pensaram que finalmente aconteceu o que eles temiam: o reservatório da Supergasbrás Distribuidora de Gás S.A. às margens da BR-153 explodiu.

Cronologia do incidente
11 h 22 - Ocorre primeira explosão na base de abastecimento
11 h 26 - Corpo de Bombeiros é acionado
11 h 52 - Tem início nova série de explosões. Estilhaços voam pela vizinhança
11 h 55 - Polícia evacua área de dois quarteirões
12 h 00 - BR-153 é interditada
12 h 15 - Bombeiros se aproximam para conter as chamas
12 h 40 - Fogo controlado. Continua resfriamento.
13 h 30 - Área é aberta.

Inicio de combate ao fogo
Depois de uma seqüência de dez minutos, as explosões cessaram e os bombeiros puderam se aproximar para conter as labaredas que atingiram três caminhões gaiolas. A preocupação era com os tanques de abastecimento, cada um deles com capacidade de 30 t de gás.

Quarteirões em risco, retirada dos moradores
A tensão era tamanha no momento das explosões que, na Rua 4, Vila Moraes, a polícia militar pedia para os moradores deixarem suas casas rumo à Praça Cívica. Havia risco de explosão dos tanques de abastecimento, o que arrasaria quarteirões. Moradores entraram em pânico.

Testemunhas
■ Um dos funcionários da empresa, disse que estava embaixo da plataforma de enchimento, fazendo a limpeza, quando ouviu a primeira explosão. “Não deu tempo de pensar em nada. Eu saí correndo. Só senti o calor enorme, estava muito quente, nem olhei para trás”, disse. .
■ Outro funcionário contou que estava ao lado da plataforma de abastecimento em que o incêndio teria começado e viu a causa do acidente. “Saiu uma faísca, não sei de onde, acho que de um caminhão. A gente só teve tempo de ligar as mangueiras, tomar as medidas necessárias para evitar o alastramento do fogo e sair. Foi muito feio o acidente. Tava um calor do inferno lá dentro. Você sentia seu corpo queimando”, disse.

Os botijões voaram como mísseis
Sete casas, pelo menos, e uma firma recapeadora de pneus foram atingidas por dez botijões de 90 kg que voaram da distribuidora. Como todos os moradores próximos fugiram para os quarteirões mais afastados, ninguém se feriu.

Mas algumas casas chegaram a ter o teto perfurado em até dois cômodos. Foi o caso da residência na Rua 20, do feirante João Honório Cardoso, que, ao ouvir a primeira explosão, pegou os netos, colocou no caminhão com carroceria aberta e deixou a casa sem trancar nada. Um botijão “pulou” três vezes no telhado, fazendo buracos no quarto, na sala e “aterrissando” na varanda. “Achei que estava pegando fogo na Supergasbras e pensei na vida dos meus netos”, diz o feirante, “que enquanto se afastava de casa, ia pegando moradores desesperados pela rua, peguei umas 20 pessoas”, contou.

Destroços de botijão cai a 250 m
A dona de casa Antônia Jocelina de Oliveira Costa, retirou suas filhas, de 7 anos e outra de 4 meses de idade, de casa quando ouviu a primeira explosão. Mesmo morando a 250 metros do foco do incêndio, sua residência, na Rua do Palmito, foi atingida por um botijão, que caiu justamente no quarto das meninas. “Elas já estavam lá na rua, quando caiu o pedaço do botijão”, disse o primo dela, Elistênio Santos Melo.
A firma localizada ao lado da casa de Elistênio foi atingida por dois botijões, um deles fez um buraco no telhado. “Só deu tempo de tirar minha avó e levar ela para longe. Depois acabei ajudando um vizinho porque a casa dele tava pegando fogo num canto e ele precisava tirar os móveis”, comentou o servente Jorge André Rocha..

Na recapeadora de pneus Tarumã Pneus, na Rua das Indústrias, 37 funcionários trabalhavam quando aconteceu a primeira explosão. “Eram 11h20 mais ou menos. Foram cinco ou seis na seqüência. Quando eu vi a fumaça preta subindo, comecei a ligar nos ramais, pedindo para todos os funcionários saírem correndo. Quando voltamos, vimos que três botijões haviam caído aqui dentro”, disse o segurança Luciano Souza de Moura. Dois botijões caíram no pátio dos fundos, que dá de frente para a distribuidora, e um terceiro invadiu a janela de um dos saguões. “Sorte não caiu no almoxarifado, porque lá estava cheio de pneus e aí ia pegar fogo”, completou.
A funcionária pública Edith Maria Gonçalves, estava na sala falando ao telefone quando a primeira explosão estourou os vidros da janela. “Teve a explosão e a casa tremeu forte. Achei que ia cair. Aí eu tentei sair pela frente, mas a fumaça estava muito forte e vinha pra cima da casa, não tinha como sair, estava muito quente. Peguei uma escada e pulei o muro dos fundos. Fui cair na loja Tarumã.” O filho dela, Adalberto Moreira Gonçalves, também precisou fugir.
O aposentado Francisco Lopes dos Santos, ouviu a primeira explosão 15 minutos depois de chegar do supermercado. A polícia precisou convencê-lo a sair de casa. “Já estou velho, se morrer não tem problema”, disse. Na casa dele, um botijão de 90 quilos caiu numa rasante e arrancou galhos da jabuticabeira no quintal, fazendo um buraco no muro. “Voltei lá pelas 11h30 e (o botijão) ainda estava quente.”

Interdição
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) interditou a rodovia BR-153 das 12 horas até 13h05. O trânsito foi desviado para dentro da cidade.

Causa do incêndio
De acordo com o tenente Marcos Antônio Moreira dos Santos, que comandou a operação do Corpo de Bombeiros no local, o fogo começou no setor de engarrafamento de gás. Um vazamento num equipamento chamado carrossel, onde ficam os bicos que enchem os botijões, provocou uma explosão que desencadeou o incêndio.

Vítimas
O corpo do funcionário Francisco de Souza Brandão, foi encontrado próximo à esteira que transportava os recipientes até o carrossel. Estava carbonizado.
Um outro funcionário, o auxiliar de produção Vicente Rodrigues de Souza, ficou gravemente ferido. Levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), foi encaminhado para o Pronto-Socorro para Queimaduras. Com queimaduras de segundo e terceiro graus em 25% do corpo (especialmente no rosto e nos braços), Vicente deve passar por uma cirurgia. No início da noite, o hospital informou que o estado do paciente era regular e ele estava sem febre.

Danos matérias
As instalações ficaram praticamente destruídas, restando somente seis tanques que continham gás ficaram intactos.

Corpo de bombeiros e brigada
Às 11 h 26, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a ocorrência. No local ficou constatado que o incêndio já havia atingido 04(quatro) caminhões e todo a base de engarrafamento da empresa, iniciando nesse momento a atuação do Corpo de Bombeiros.
A ação da brigada de incêndio da empresa impediu que o fogo assumisse proporções ainda mais destruidoras.

Efetivos e equipamentos utilizados pelos bombeiros
Efetivo empregado: 51 Bombeiros
Viaturas empregadas: 06 Autos Bomba Tanque, 01 Unidade de Resgate, 02 Autos Salvamento Avançado, 01 Unidade de Suporte Avançado, 01 Unidade de Coordenação Móvel (Defesa Civil);
Agentes extintores: 50.000 litros de água e 40 litros de LGE;
Tática utilizada: Evacuação dos moradores, isolamento da área, resfriamento dos tanques e combate as chamas;
Tempo de resposta: 05 minutos;
Tempo de combate: 02 horas;
Tempo de rescaldo: 07 horas;

Engarrafadoras vizinhas
A Liquigás teve trabalhos interrompidos devido ao incêndio, vez que as duas são ligadas por meio de dutos condutores de gás.
As empresas localizadas no Bairro Feliz e na Vila Moraes acionaram seus sistemas de refrigeração dos tanques por precaução e colocaram suas equipes de segurança do trabalho em alerta até que o perigo de que a propagação do incêndio fosse afastada.
Controle do incêndio
Por volta das 13h30, após quase duas horas combatendo o fogo, as equipes do Corpo de Bombeiros conseguiram controlar o incêndio e iniciaram o trabalho de rescaldo, que durou até o final da tarde. O carro de combate a incêndios deixou o local por volta das 17 horas, mas teve de retornar cerca de duas horas depois, para apagar focos isolados que ressurgiram. O assessor de imprensa da corporação, Glaydson Pereira, reafirmou que não havia mais riscos. A área foi isolada.

Inquérito policial
A abertura do inquérito policial que vai investigar as causas da morte do funcionário e do acidente.

Perícia – causa provável
Problema em um botijão foi a causa do acidente. A perícia da Polícia Técnico-Científica (PTC) ainda precisa descobrir se o problema foi devido à fadiga do recipiente ou à presença de algum objeto estranho em seu interior. O perito Marcos Augusto Monteiro, da PTC, disse que a causa do acidente foi à explosão seca (sem chamas) de um botijão que o funcionário Brandão estava enchendo. Ele ainda depende do resultado de dois laudos para saber a causa desta primeira explosão, mas descartou ter havido falha do funcionário ou de equipamentos da empresa durante o processo de alimentação do recipiente.
A Polícia Técnico-Científica não acredita nas hipóteses de causa criminosa ou externa (como faísca em um caminhão, algo que foi comentado por funcionários). “Pode ter sido ou por fadiga do botijão, ou poderia haver algo estranho no interior dele. Nós encontramos manchas neste botijão que nos fizeram levantar essa hipótese”, disse.
O perito aguarda a entrega de laudos do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e da Furnas Centrais Elétricas S.A. O Inmetro vai mostrar se o botijão apresentava desgaste excessivo. E Furnas identificar a mancha encontrada. “Nós não temos o equipamento que eles têm para fazer este serviço.” Monteiro falou que é provável que o botijão não tenha passado por uma “vistoria detalhada” e que, por isso, foi para o setor de alimentação de recipientes sem as condições necessárias.

Multa – poluição do meio ambiente
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) fixou em R$ 2,5 milhões (US$ 1,000,000.00) o valor da multa a ser paga pela empresa devido à poluição atmosférica e por lançamento de resíduos causados pelo acidente. O secretário Clarismino Luiz Pereira Júnior informou também que o órgão não vai renovar o licenciamento ambiental, que vence no próximo mês, para o funcionamento da Supergasbras na área atingida pelo fogo, às margens da BR-153, num setor eminentemente residencial.

Transferência do local
A Assessoria de Comunicação da Supergasbras Distribuidora de Gás S.A., no Rio de Janeiro (RJ), informou que o atual parque onde opera a empresa foi instalado às margens da BR-153 por volta de 1975, ou seja, há 30 anos. A engarrafadora adquiriu o terreno da antiga empresa que atuava no local, a Ultragás. Segundo a assessoria, pouquíssimas residências existiam no bairro quando da instalação da empresa e apenas anos depois a comunidade passou a residir no setor. O pólo da Supergasbrás de Goiânia deve ser transferido para Senador Canedo.

Indenizações
A Supergasbrás Distribuidora de Gás S/A reparou os imóveis das oito famílias e da empresa que foram atingidos pelos botijões.De acordo com a presidente da Associação dos Moradores da Vila Moraes, Maria Aparecida dos Santos Nunes, a empresa não só arrumou os problemas como cumpriu a promessa de não reativar a distribuidora no bairro.

Áreas de risco
Em Goiânia mais de 3 mil pessoas residem em 16 áreas de risco de desastres. A Defesa Civil de Goiás tem cadastradas na capital 16 áreas de risco de desastres relacionados a incêndios, choque elétrico e com o transporte ferroviário e aéreo. Nesses locais, habitam pelo menos 861 famílias, ou 3,2 mil pessoas, entre adultos e crianças. Centenas de outras moradias estão localizadas em áreas impróprias à habitação, onde as famílias convivem de perto com vizinhos que representam risco a todo momento.
Pelo menos 50 famílias residem nas proximidades do terminal de armazenagem de combustíveis da Petrobras, num raio de aproximadamente 500 metros do pólo, que ocupa área de 120 mil metros quadrados. No local ficam armazenados álcool combustível, álcool anidro, gasolina e óleo diesel.
O trabalho realizado pela Defesa Civil nessas áreas consiste em conscientizar os moradores dos riscos a que estão expostos e informar o poder público o número de pessoas que se encontram nestas condições. Na maioria das vezes, os moradores são hostis ao trabalho do órgão, já que a definição de uma área como de risco reduz os valores dos imóveis no mercado imobiliário.

A área localizada nas proximidades da Supergasbras foi vistoriada pela Defesa Civil, que alertou os moradores dos possíveis riscos de incêndios e explosões. Outras duas distribuidoras de gás (Liquigas e Copagaz) estão instaladas na mesma região, às margens da BR-153, com várias casas vizinhas.

Fontes: Diário da Manhã, O Popular, no período 7 de agosto a 5 de setembro de 2005, Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás

Comentário:
A Defesa Civil fez o levantamento dos riscos existentes da região ou da cidade, mas esqueceu de elaborar o plano de gerenciamento de desastre com outros órgãos governamentais e empresas.
Lembramos do APELL (Awareness and Preparedness for Emergencies on a Local Level) que é um processo de ação cooperativa local, que visa intensificar a conscientização e a preparação da comunidade para situações de emergência.
O eixo central deste processo é o Grupo Coordenador constituído por autoridades locais, líderes da comunidade, dirigentes industriais e outras entidades interessadas.

A finalidade do APELL
Os planos de emergências públicos (federal, estadual e municipal) não estão conscientes dos perigos que representam as operações/instalações industriais em seus respectivos locais. Geralmente os planos de governamentais não contemplam todos os riscos existentes nas comunidades. Por outro lado os planos de emergências das indústrias em face dos incidentes nas instalações não estão coordenados com os planos governamentais, em caso de incidentes, exceto as instalações da própria indústria. O APELL está projetado para desenvolver um plano de resposta coordenado para toda a comunidade.

Posição da prefeitura sobre áreas de risco
A prefeitura de Goiânia garantiu promoverá estudos mais aprofundados para o fornecimento de permissão de funcionamento de empreendimentos dessa natureza.A Prefeitura vai inspecionar e fazer fiscalização rigorosa em empresas que oferecem risco à comunidade. O prefeito informou ter determinado à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) e à Secretaria de Planejamento (Seplan) que façam um estudo em relação a outros complexos semelhantes que também estejam instalados próximos às áreas residenciais.
No Brasil, após uma grande tragédia, indagamos: O que houve de errado? E nunca preocupamos com a prevenção. O que pode dar errado? Passado algum tempo, voltamos à rotina das deficiências dos órgãos competentes, isto é, a rotina de fiscalização de papel.

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sábado, agosto 02, 2008

Incêndio destrói depósito de algodão


Em 19 de maio de 2005, quinta-feira, por volta das 22 h 30 min, um incêndio de grandes proporções começou em um depósito de algodão do parque fabril da Rovitex, empresa têxtil, em Luís Alves, no Vale do Itajaí, Santa Catarina.

Cenário do incêndio
Quinta-feira
22h30min - Um funcionário do terceiro turno que trabalhava no depósito sente cheiro de queimado e verifica uma das áreas de armazém dos fardos de algodão. Chegando lá vê as chamas que já alcançavam o teto
22h45min - A brigada de incêndio da empresa composta por funcionários da fábrica começa a lutar contra as chamas, enquanto espera a chegada do Corpo de Bombeiros
23h - Os bombeiros de Luís Alves chegam ao local e em seguida pedem reforço da guarnição de Itajaí. Com um caminhão com capacidade para 4 mil litros de água todos passam a combater as chamas, que neste momento já tinham derrubado o teto e se lançavam por cerca de 40 metros de altura.

Sexta-feira
0 h - Chega ao local a primeira retroescavadeira para quebrar uma das paredes. Como havia apenas uma entrada para o depósito, os bombeiros não conseguiam conter as chamas, que eram mais intensas ao redor das paredes
1 h 30 min - Chega ao local mais uma retroescavadeira, desta vez um modelo mais potente, para continuar quebrando a parede lateral do depósito
2 h - Uma terceira retroescavadeira se prepara para quebrar a parede frontal do depósito, que ameaça desabar por causa do calor das chamas dentro do depósito. A máquina abre espaço para que a mangueira de água, desta vez manejada apenas por funcionários da empresa, possa combater mais um foco
2 h 30 min - Funcionários começam a entrar na fábrica para limpar a sujeira deixada pelo fogo e pela água das mangueiras
5 h - As guarnições do Corpo de Bombeiros deixam o local por considerar o incêndio controlado e sem risco de novos focos. A brigada de incêndio da empresa, no entanto, continuam o trabalho remoção de todos os fardos de algodão

Labaredas
Meia hora depois do início do incêndio, parte do teto do depósito ruiu. Foi possível ver as labaredas que atingiam a altura de 40 metros.

Bombeiros
Além da brigada de incêndio da empresa, compareceram no local para controlar o incêndio, mais de 40 bombeiros, das cidades de Luis Alves, Itajaí , Navegantes e Balneário de Camboriú. Foram gastos 400 mil litros de água.

Causa provável
O motivo do fogo ainda não foi confirmado pela perícia do Corpo de Bombeiros, mas o técnico de segurança da empresa, Wilson Agulham, acredita que uma das lâmpadas do depósito de mil metros quadrados tenha estourado, gerando faíscas. "Todas as lâmpadas eram lacradas para evitar curtos, mas um acidente sempre pode acontecer", lamentou.

Galpão
Cerca de 600 toneladas de algodão (1.700 fardos) foram consumidos pelo fogo.

Prejuízo
O prejuízo estimado foi de R$ 1,4 milhão.

Vítimas
Não houve

Dia seguinte
Na tarde de sexta-feira, dezessete horas depois do incêndio, a fumaça ainda era visível a longa distância. A avenida Maria Marangan, onde está o parque fabril principal e estão instaladas as unidades de tecelagem, tinturaria, acabamento da malha tecida, talharia, costura, estamparia localizada e rotativa, embalagem e expedição, foi tomada, pelo algodão queimado.

Histórico - Rovitex
Confecção de roupas e artigos em moda bebê, infanto-juvenil e adulto. Atuando no atacado e varejo. Em 1991, iniciou-se a construção do parque fabril na cidade de Luis Alves-SC. No local, estão instaladas as unidades de tecelagem, tinturaria, acabamento da malha tecida, talharia, costura, estamparia localizada e rotativa, embalagem e expedição. Atualmente a empresa conta com uma moderna fiação, equipada com o que existe de mais sofisticado neste segmento industrial, totalizando a planta industrial uma área construída superior a 20.000 m².
A empresa conta com mais de 1000 funcionários, distribuídos nas unidades: Luiz Alves e Blumenau (administrativo).

Fonte: A Noticia – Joinville, 21 de maio de 2005 e Diário Catarinense , 21 de maio de 2005

Comentários:
Apagar incêndios em materiais como algodão, tecidos ou arroz é um dos grandes desafios dos bombeiros. Ao atingir esses materiais, as chamas se localizam no interior dos fardos, de onde parte a maior fonte de calor. Por isso, jogar água por fora do fardo não adianta. O fogo que vem de dentro seca a água e o incêndio continua. Para apagar incêndios como o ocorrido em Luís Alves, os bombeiros precisam mexer em todo o material que está queimando, para apagar o foco das chamas dentro dos fardos. Por isso, antes de revolver e molhar todo o produto, não se pode dar o incêndio como encerrado. Além disso, o algodão, por ser uma fibra muito fina e solta, gera uma espécie de cortina em volta do fardo, o que impede a chegada da água e dificulta o combate ao incêndio

Dia seguinte – Pós- desastre
Cenário hipotético da empresa pós-desastre devido falta de dados concretos. Fábrica única, sem flexibilidade operacional (utilizar matéria prima de outra fábrica e alocar parte da produção). Perda total da matéria prima e edificação (depósito)

Prejuízo:
direto – material – edificação e matéria prima – R$ 1.400.000,00
Interrupção da produção (lucros cessantes ) – sem estimativa
Prejuízo indireto em função do incêndio – limpeza da fábrica, arrumação – tempo gasto – 5 dias – 2% do lucro liquido .
Foram gastos 400.00 litros de água no combate ao incêndio. Se a fabrica não tiver um sistema de drenagem adequado para suportar esse volume de água, muito provável a água residual do incêndio penetrou na fábrica. A fumaça do incêndio deve ter afetado equipamentos da fábrica (fuligem)

Edificação
Construção da edificação – prazo – 120 dias

Dificuldade – Interrupção de Produção
■ Aquisição de matéria prima de fornecedores ou de concorrentes
■ Definir outro local provisório para o estoque de matéria prima
■ Muito provável a empresa retornará a atividade normal de produção em 60 dias
■ Dificuldade de obtenção da matéria prima – prejuízo – 20% do lucro liquido
■ A empresa obtém a matéria prima parcialmente - prejuízo 7% do lucro liquido

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