Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, janeiro 23, 2024

MAIOR TREMOR DE TERRA DA HISTÓRIA DO BRASIL É REGISTRADO NA AMAZÔNIA

A Região Norte, registrou, nesse sábado, 20, o maior tremor de terra da história do Brasil. Com 6,6 graus na Escala Richter, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o terremoto ocorreu às 18h31 no horário de Brasília, 16h31 no horário local.


Embora o Serviço Geológico dos Estados Unidos informe que o terremoto tenha ocorrido próximo a Tarauacá, no Acre, as coordenadas exatas do tremor apontam para uma área isolada em Ipixuna, no Amazonas.

Até agora, não há registro de danos. Isso porque o abalo ocorreu a 614,5 quilômetros de profundidade, o que permite a dissipação da energia. Segundo os geólogos, um tremor nessa profundidade dificilmente é sentido pela população.

O Centro de Redes de Terremotos da China também registrou o tremor na Amazônia. O órgão do país asiático mediu a mesma intensidade, de 6,6 graus na Escala Richter, mas o órgão apontou profundidade maior, de 630 quilômetros.

REDE SISMOGRÁFICA BRASILEIRA

Por volta das 18h31 do sábado, a Rede Sismográfica Brasileira informou ter detectado o terremoto. Na ocasião, o grupo afirmou que o abalo teve magnitude de 6,5 graus na Escala Richter, com 628 quilômetros de profundidade, e que tinha ocorrido em Tarauacá, mas advertiu que a magnitude, a profundidade e o local exato do epicentro poderiam ser revisados nas horas seguintes.

Segundo a Rede Sismográfica Brasileira, a maioria dos eventos na fronteira do Brasil com o Peru é profunda por causa da subducção (mergulho por baixo) da Placa de Nazca sob a plataforma Sul-Americana. A força do terremoto, ressaltou a entidade, pode ter sido atenuada pela relativa grande profundidade.

Em 7 de junho de 2022, Tarauacá, no noroeste do Acre, tinha registrado um abalo de 6,5 graus, o segundo maior tremor da história do país. Na ocasião, o terremoto não deixou vítimas, nem danos materiais.

Os tremores ocorrem porque a região está próxima da Cordilheira dos Andes, uma das zonas com maior atividade sísmica do planeta. Nos últimos 45 anos, houve cerca de 96 abalos sísmicos em um raio de 250 quilômetros de Tarauacá, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, nenhum com consequências graves.

Até agora, nem os governos do Acre e do Amazonas, nem as prefeituras de Tarauacá e Ipixuna se manifestaram. Antes das ocorrências no município acriano, o maior abalo sísmico da história do Brasil tinha sido registrado na região da Serra do Tombador, em Mato Grosso, em 31 de janeiro de 1955, com 6,2 graus na Escala Richter. Fontes: Correio do Povo - 21/01/2024; Agência Brasil – Brasília - 21/01/2024

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domingo, abril 15, 2018

USP atualiza mapa de risco de terremotos no Brasil

Cientistas da Universidade de São Paulo analisaram novas regiões do país nas quais podem ocorrer abalos sísmicos

Pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da Universidade de São Paulo, atualizaram o mapa sismológico nacional e inseriram no documento regiões em que os tremores de terra podem ser mais frequentes. Embora o Brasil não tenha histórico de abalos sísmicos de alta magnitude, o fenômeno precisa ser constantemente monitorado pelos geofísicos.

O desastre ambiental ocorrido na cidade mineira de Mariana em 2015, por exemplo, teve como uma das causas uma série de tremores de magnitude reduzida, entre 2,01 e 2,55. Os abalos foram registrados alguns dias antes do acidente, que resultou em catástrofes humanas e naturais irreparáveis.

As atividades para a produção do mapa contaram com a participação do Centro de Sismologia da USP. “Apesar de não sofrer com terremotos muito fortes, o Brasil registra abalos que podem causar danos. Em função disso, fizemos um trabalho de atualização e analisamos as localidades onde os tremores são mais frequentes”, explica Marcelo Assumpção, professor do IAG.
Dados

O novo levantamento foi elaborado com dados da Rede Sismográfica Brasileira. “Conseguimos mostrar que existem várias regiões do país com atividade sísmica relevante, como o Pantanal, centro de Goiás, sul de Minas Gerais e uma parte da Amazônia”, completa o docente Marcelo Assumpção.

De acordo com o pesquisador, os terremotos são mais frequentes nas regiões de bordas das placas tectônicas. Porém, em países localizados interior delas, as forças geológicas também podem ocasionar prejuízos. Quanto maior a magnitude de um terremoto, mais rara é a ocorrência. No Brasil, tremores de magnitude 4 ocorrem duas vezes por ano. Fonte:ocorrência. Fonte: Governo do Estado de São Paulo


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quinta-feira, março 15, 2018

Japão homenageia vítimas do acidente nuclear em Fukushima

O Japão lembrou no domingo (11/03), com várias cerimônias e um minuto de silêncio, o sétimo aniversário do terremoto e do tsunami que arrasaram parte do litoral nordeste do país e provocaram, em Fukushima, um dos piores acidentes nucleares da história.
Em diversos pontos do Japão, e especialmente nas regiões mais afetadas pela tragédia, os mais de 18 mil mortos e desaparecidos deixados pela catástrofe foram homenageados. Às 14h46 (horário local), instante quando o terremoto de magnitude 9 graus na escala Richter foi registrado, todos fizeram um minuto de silêncio.

TERREMOTO E TSUNAMI
O forte terremoto registrado no mar próximo ao litoral nordeste do Japão gerou um tsunami, que destruiu cidades inteiras e atingiu a usina nuclear de Fukushima, em 11 de março de 2011.
A água deixou a instalação sem sistema de refrigeração, o que acabou provocando a fusão parcial dos três operadores que estavam em funcionamento no momento do acidente.

O tsunami deixou, segundo as autoridades japonesas;
■18.434 mortos e desaparecidos.
■ Outras 3.600 pessoas, principalmente de Fukushima, morreram posteriormente de causas ligadas à tragédia, como doenças e suicídio.

DESALOJADO
Até hoje, 73.349 pessoas seguem vivendo em casas temporárias, com familiares e centros de apoio distribuídos por todo país, de acordo com dados divulgados pelo governo do Japão. A maioria dessas pessoas antes morava na região do entorno da usina nuclear, que ainda é considerada inabitável por causa do nível de radiação.

Várias áreas foram progressivamente sendo reabertas após as equipes do governo realizarem tarefas de limpeza e descontaminação radiativa, mas poucos quiseram voltar aos seus antigos lares, por medo dos efeitos do acidente na região.
O acidente em Fukushima foi o segundo pior da história, sendo superado apenas pelo registrado em 1986 em Chernobil, na Ucrânia, então União Soviética. Fonte: Deutsche Welle – 11.03.2018

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segunda-feira, março 16, 2015

Japão- Triplo desastre: quarto aniversário do tsunami

Quatro anos depois da tragédia, o Japão lembrou na quarta-feira, 11 de março,  com um minuto de silêncio o terremoto e o tsunami que em 11 de março de 2011 deixaram milhares de mortos e desaparecidos e provocaram o acidente nuclear da central nuclear de Fukushima.
Em 11 de marco de 2011, um mega tsunami provocado por um terremoto de magnitude 9,0 no nordeste do Japão, causou grande destruição. 
O tsunami com ondas de até 30 metros de altura,  inundou 433 mil km2  de terra, 492.000 pessoas foram evacuadas, 11.600 morreram e 16.450 foram dados como desaparecidos. 17.000 casas e edifícios foram destruídos e 138.000 danificados. (OCHA, 01 de abril de 2011)
O terremoto provocou  acidente nuclear muito grave na usina nuclear Fukushima Daiichi, que emitiu enorme quantidade de material radioativo para o meio ambiente.

Gráfico:
1-Prefeitura de Iwate – aproximadamente 30.000 edificações na área litorânea  foram afetadas pelo tsunami

2-Prefeitura de Miyage –Mais de 115.000 edificações na área litorânea foram afetadas pelo tsunami

3- Prefeitura de Fukushima – Mais de 19.000 edificações na área litoranea foram afetadas pelo tsunami

3A – Moradores localizados no raio de 20 km da usina nuclear Fukushima Daiichi e 10 km da usina nuclear Fukushima Daini foram evacuados. Residentes entre 20 km a 30 km foram avisados para permanecerm nas residências

4 – Prefeitura de Ibaraki – Mais de 52.000 edificações edificações na área litoranea foram afetadas pelo tsunami

5- Prefeitura de Chiba – Mais de 44.000 edificações na área litoranea foram afetadas pelo tsunami

Balanço da tragédia de acordo  com informações da Agência de Polícia Nacional do Japão, de 11 de março de 2015


VÍTIMAS
Mortos – 15.891
Miyagi – 9.512
Iwate – 4.670
Fukushima – 1.605
Outros: 104
Pessoas desaparecidas – 2.584
Pessoas feridas – 6.152

DANOS MATERIAIS
Edificações colapsadas – 127.830
Edificações com danos estruturais – 275.791
Edificações incendiadas – 297
Edificações com danos parciais por inundação (alagamento) – 13.627
Edificações com danos leves – 748.918
Edificações não residenciais danificadas -  57.920
Infraestrutura - locais
Rodovias, danos – 4.198
Pontes, viadutos  -  116
Deslizamentos – 207
Ruptura de Barragens, diques – 45
Ferrovias, danos – 29
Fonte: National Police Agency of Japan - Emergency Disaster Countermeasures Headquarters Damage Situation and Police Countermeasures associated with 2011Tohoku district - off the Pacific Ocean Earthquake March 11, 2015

ESTIMATIVA DE DANOS
Edificações –  131 bilhões de dólares
Infraestrutura-  27,5 bilhões de dólares
Utilidades- 16,5 bilhões de dólares
Outros- 37,5 bilhões de dólares
Total – 212,5 bilhões de dólares – Fonte: Cabinet Office of Japan, 24 June 2011

PERDAS ECONÔMICAS SEGURADAS
As estimativas de perdas devido ao terremoto pelo mercado segurador estão em torno de US $ 14,5 a 34,6 bilhões dólares. O Banco Mundial calcula o custo econômico de US$ 235 bilhões, tornando-se o desastre natural mais caro da história do mundo.

PERDAS DO MERCADO SEGURADOR – DADOS DE 10 DE MAIO DE 2011
Residências – 15-25 bilhões de dólares
Veículos – 1-2 bilhões de dólares
Embarcações – 2-4 bilhões de dólares
Vida – 3-5 bilhões de dólares
Acidentes Pessoais – 1-3 bilhões de dólares
Fonte: EQECAT
Perdas do mercado segurador – 40 bilhões de dólares (Munich Re, 2011)


FATOS ATUAIS
■ 47.219 moradores de Fukushima  permanecem fora da região devido à contaminação nuclear do local.
■ 80.372 pessoas vivem em abrigos pré-fabricados em conjuntos habitacionais em Iwate, Miyagi e Fukushima.
■ O desastre deixou alguns sobreviventes vulneráveis a problemas de saúde, pois  continuam a viver em alojamentos temporários. Desde o desastre, 3.244 pessoas morreram devido à enfermidade, suicídio e outras causas.

LIMPEZA (ENTULHO, DETRITOS)
As autoridades japonesas estimam que o terremoto/tsunami geraram 25 milhões de toneladas de entulhos.
■Na região de Myagi – 15,69 milhões de toneladas, equivale a 19 anos de lixo na região
■Na região de Iwate – 4,78 milhões de toneladas, equivale a 11 anos de lixo na região
■Na região de Fukushima – 2,08 milhões de toneladas
Fonte: Japan´s  Ministry of the Environment
Grande parte do entulho e resíduos foi retirada das ruas, mas o Ministério do Meio Ambiente revelou apenas 5% tinham sido eliminados e 72% ainda estavam  sendo armazenados em locais temporários.
Custo estimado da limpeza – 9,9 bilhões de dólares – Fonte: BusinessWorldOnline.

ENTULHO NO OCEANO
Cerca de 4,8 milhões de toneladas de entulhos, detritos, escombros foram levados para o mar.  Cerca de 70% consistia de veículos e containers e 30% deles, quase 1,54 milhões de toneladas (casas, pedaços de madeira, árvores) estão flutuando no Oceano Pacífico.

ACIDENTE NUCLEAR- ESTIMATIVA DE DANOS
Os valores  exatos  das cidades abandonadas, terras agrícolas, empresas, casas e propriedade, situadas em torno de 800 km2 das zonas de exclusão não foram estabelecidos.
A estimativa de perdas econômicas varia de US$250 bilhões a US$ 500 bilhões.
Quanto aos custos humanos, em setembro de 2012, autoridades da província de Fukushima afirmaram que 159.128 pessoas foram retiradas das zonas de exclusão, perdendo suas casas e praticamente todos os seus bens. A maioria recebeu apenas uma pequena compensação para cobrir os custos de moradia.
 A zona de exclusão está contaminada com césio radioativo.  O césio-137 tem meia-vida de 30 anos e desde que demora cerca de 10 meias-vidas para qualquer radionuclídeo  possa  desaparecer, ele permanecerá na zona de exclusão por séculos.
Obs: Uma meia-vida é o tempo necessário para que as emissões radioativas sejam reduzidas pela metade. O tempo de meia-vida do césio 137 é de aproximadamente 30 anos. Para que seu nível de radioatividade reduza a condições ambientais – que não sejam danosas ao ser humano e à natureza – se requer no mínimo 10 meias-vidas, o que equivale 300 anos. Isso significa que levaria cerca de 300 anos para  que a região ficasse livre da radiação.

CUSTO DA TRAGÉDIA
A tragédia da usina nuclear de Fukushima custará US$ 105 bilhões, incluindo;  limpeza de contaminação e compensação financeira para os moradores.
As principais despesas;
■US$ 47 bilhões de compensação aos residentes na área afetada da central nuclear de Fukushima Daiichi,
■US$ 24 bilhões para limpeza de radiação da zona afetada,
■US$ 21 bilhões para a instalação nuclear
■US$ 10 bilhões para o armazenamento temporário do solo radioativo
Fonte: Tokyo Electric Power Company (TEPCO).
O custo da tragédia em função do PIB varia de 8,15% a 11,39%

Principais fontes: The Japan Today - Mar 11, 2015; The Japan Times - Mar 11, 2015; ReliefWeb - 27 Feb 2015

Artigos publicados:
Lições do triplo desastre do Japão: Após três anos
Borboletas mutantes são encontradas na região de Fukushima
Lição de aprendizagem do tsunami no Japão
Tsunami no Japão: O que fazer com os destroços
Japão: contaminação radioativa no meio ambiente
Japão: terremoto e tsunami – situação em 21 de março de 2011
Japão: terremoto e tsunami – situação em 16 de março de 2011
Destroços flutuante do tsunami japonês a caminho do Alasca
Terremoto atinge a região nordeste do Japão e provoca tsunami
http://zonaderisco.blogspot.com.br/2011/03/terremoto-atinge-regiao-nordeste-do_17.html

Comentário: Para agilizar o processo de limpeza devido à presença dos resíduos que poderiam ser obstáculos para a reconstrução; remoção rápida e eliminação dos resíduos, as autoridades públicas japonesas recomendaram a segregação de materiais. Os escombros foram separados; concreto, madeira, metal, plástico, areia e lodo, eletrodomésticos, pneus, e mercadorias perigosas, como extintor de incêndio e cilindro de gás comprimido etc.
Na província de Miyagi o governo local estabeleceu uma regra interessante e simples, os proprietários de imóveis poderiam exprimir a sua vontade a favor ou contra a remoção, colocando bandeiras. A bandeira vermelha indica que as casas e edifícios danificados podem ser removidos integralmente  juntamente com outros detritos e entulho em suas propriedades. As amarelas indicam que apenas detritos e escombros no interior das instalações precisam ser removidos e as casas ou edifícios danificados devem ser deixados intocados. As verdes  indicam que as casas ou edifícios não devem ser removidos ou retirados..
Esta abordagem tornou muito mais fácil para o pessoal da prefeitura trabalhar no local com maior rapidez, diminuindo o custo.
Devido as  suspeitas de contaminação radioativa os  alimentos cultivados em Fukushima e em áreas vizinhas,  fora da zona de exclusão  são rejeitados pelos consumidores.
Os produtos de mar e agrícolas são rejeitados internamente  e internacionalmente pelo medo da radiação, explicou Ryota Koyama, especialista em segurança alimentar da Universidade de Fukushima.

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sexta-feira, dezembro 26, 2014

As lições aprendidas, uma década depois do tsunami do Oceano Índico

CENÁRIO
Em 26 de dezembro de 2004, o quarto maior terremoto em um século em erupção submarina ao largo da província indonésia de Aceh, causou um tsunami,  com velocidade de mais de 600 km/h  e propagando-se em 20% de extensão ao redor da Terra. Mais de 228 mil pessoas morreram em 14 países no sudeste da Ásia e Sul da Ásia, e tão distantes como a África; a maioria mulheres - em alguns lugares, três vezes o número de homens - idosos e crianças. Entre os mortos estão cidadãos de 40 países, e os danos totalizaram quase US $ 10 bilhões.
Ao todo, cerca de 2,5 milhões de pessoas foram afetadas, perdendo suas famílias, suas casas, e seus meios de fazer seu sustento. Quando o tsunami foi concluído, foi o desastre mais destrutivo de seu tipo na história.  
 BALANÇO DE VÍTIMAS
Países  
Mortes confirmadas
Estimativa
Feridos
Desaparecidos
Deslocados
Indonésia
130.736
167.799
n/a
37.063
500.000
Sri Lanka
35.322
35.322
21.411
n/a
516.150
India
12.405
18.045
n/a
5.640
647.599
Tailândia
5.3953
8.212
8.457
2.817
7.000
Somália
78
289
n/a
n/a
5.000
Myanmar
61
400–600
45
200
3.200
Maldivas
82
108
n/a
26
15.000
Malásia
68
75
299
6
5.000+
Tanzânia
10
13
n/a
n/a
n/a
Seychelles
3
3
57
n/a
200
Bangladesh
2
2
n/a
n/a
n/a
África do Sul
24
2
n/a
n/a
n/a
Iêmen
23
2
n/a
n/a
n/a
Quênia
1
1
2
n/a
n/a
Madagascar
n/a
n/a
n/a
n/a
1.000
Total
~184.167
~230.273
~125.000
~45.752
~1.74 milhões

IMPACTO ECONÔMICO
Países
Áreas afetadas
Mortes
Pessoas desalojadas
Impacto econômico
US $ Milhões
India
2.200 km de  costa litorânea, 300 m a 3 km em terra
16.389
654.512
1.023
Indonésia
Aceh, 14 dos 21 distritos em  Aceh
165.708
532.898
4.452
Malásia
Algumas partes da costa litorânea oeste  dos estados de Penang e Kedah
80
5.083
500
Maldivas
20 atóis
102
27.214
470
Myanmar
23 vilarejos
71
15.700
500
Sri Lanka
1.720km da costa litorânea; 300 m a 3 km em terra.
35.399
1.019.306
1.317
Tailândia
6 províncias da costa oeste
8.345
67.007
1.690
Somália
Puntland, pior região atingida, 650 km da costa litorânea
298
105.083
100
Total

226.392
2.426.803
10.052
Source: International Disaster Database, Centre for Research on the Epidemiology of Disasters,

AJUDA HUMANITÁRIA
US$ 17,7 bilhões; Governos, ONG´s, Cruz Vermelha, doações privadas. Source: Flit and Goyder (2006)

DEZ ANOS DEPOIS
Tailândia, 26  de dezembro de 2014 - É exatamente dez anos após  o tsunami do Oceano Índico atingir  países da região, tirando vidas e deixando comunidades sem rumo.
A tragédia, que ecoou por  mundo inteiro, direcionou o foco quanto é vulnerável o mundo aos  perigos naturais. Foi também uma forte lembrança da importância de enfrentar o  risco de desastres, reforçando a preparação e capacidade de recuperação. Como tal, ele estimulou a renovação, o esforço  coletivo internacional para reduzir o risco, perda de vida e dano econômico.
Dez anos depois do tsunami do Oceano Índico, o mundo tomou medidas significativas para tornar o mundo um lugar mais seguro contra desastres.
Apenas três semanas após o tsunami, os países de todo o mundo reuniram-se em Kobe, Hyogo, no Japão para elaborar um acordo internacional para reduzir os riscos e perdas de desastres. Mudou-se e surpreendeu à ação, eles adotaram o Quadro de Ação de Hyogo, primeiro acordo abrangente do mundo sobre a redução do risco de desastres. Ele abriu o caminho para uma nova mentalidade. Houve mudanças  substanciais no pensamento global sobre as questões de redução de risco de desastres. O tsunami agiu como um aviso, “despertar” e nos fez entender como somos vulneráveis aos riscos. Não podemos evitar riscos naturais, mas sabemos o suficiente, para, certamente, evitar que eles se tornem catástrofes,  explicou disse Margareta Wahlström, chefe do Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).
Lições aprendidas
■ Agora temos sistemas de alerta precoce mais eficaz e melhor  procedimentos de evacuação. E também uma maior compreensão e consciência global da extensão dos danos que as catástrofes podem provocar nas sociedades.
■Uma importante medida de minimizar as perdas humanas surgiu a partir do desastre foi o Sistema de Alerta de Tsunami do Oceano Índico, agora fornece alertas através de três centros regionais de alertas na Índia, Indonésia e Austrália, e uma rede de 26 centros nacionais de informação do tsunami. É um sistema eficiente que disseminou alertas precoces no prazo de oito minutos no terremoto Banda Aceh em 2012. Outras medidas incluíram a construção de edifícios mais resistentes a riscos.
■ Uma grande lição do tsunami  no Oceano Índico é que temos de construir e planejar nossas áreas urbanas costeiras de uma forma mais sustentável e responsável. Temos de nos tornar mais inteligentes e conscientes na gestão dos riscos em torno da localização da infraestrutura crítica em áreas de riscos  propensas a riscos de inundações, tempestades, terremotos, ondas de calor ou qualquer outra coisa, acrescentou.
■Melhorar questões críticas, como padronizado de mensagens, informação e sinalização para os viajantes e as comunidades em um mundo muito móvel. A padronização vai ajudar a garantir que as pessoas estão mais bem preparadas.
■ Fortalecimento da resiliência nível local também é crucial para tornar as comunidades mais seguras contra catástrofes. Indonésia tem sido um exemplo de liderança após o tsunami, em 2004, investindo muito na descentralização para capacitar mais comunidades para lidar com os riscos de desastres.
■ O vilarejo de pescador Ban Nam Khem representa agora um centro de modelo para aprender sobre os esforços de resposta de preparação para desastres de base comunitária e de recuperação, depois de ter aplicado políticas de recuperação nacional, bem como a implementação do seu próprio processo de planejamento e uma série de medidas de auto‑suficiência. Elas incluem áreas de evacuação, o abastecimento de alimentos, programas de busca e salvamento, bem como sistemas de coleta e análise de dados para reduzir e prevenir futuras perdas. A aldeia foi atingida pelo tsunami, que matou mais de 1.400 pessoas e destruiu 1.000 casas.

TSUNAMI
O tsunami foi um duro golpe econômico, causando aproximadamente 9,9 bilhões de dólares em danos. Mas, além disso, o  impacto imediato, deixou cicatrizes humanas e ambientais a longo prazo.
As 227.000 mortes vieram de 14 países em todo o Oceano Índico, e também incluiu 9.000 turistas estrangeiros de dezenas de outras nações, tornando-o o pior desastre único afetando tal faixa do globo. O tsunami teve consequências psicológicas e sociais graves, bem como dos impactos ambientais e de desenvolvimento, a longo prazo,  negativos. A terra foi contaminada por água salgada, florestas danificadas e ecossistemas prejudicados. Em geral, isso afetou a velocidade e natureza do processo de recuperação, na maioria dos países de toda a região.

CONFERENCIA EM SENDAI SOBRE REDUÇÃO DE RISCO DE DESASTRES
O marco histórico do Quadro de Ação de Hyogo abrange o período de 2005 a 2015. A nova estrutura estará no próximo ano, na Terceira Conferência Mundial da ONU sobre a Redução do Risco de Desastres (WCDRR), que será realizada em Sendai, no Japão, a partir de março 14-18 . A conferência adotará  um novo quadro que irá complementar novos acordos globais sobre metas climáticas e desenvolvimento sustentável
Sendai é uma oportunidade de geração de construir sobre as bases que foram estabelecidas ao longo dos últimos dez anos e para garantir que a experiência e aprendizado do tsunami do Oceano Índico continuará  a ser aplicada, a fim de reduzir os atuais níveis de risco e evitar a criação de novo risco, disse Wahlström.
Fontes: RelifWeb - UNISDR - Estratégia Internacional para a Redução de Desastres- 26 de dezembro de 2014

Comentário:
Na época  a região não tinha o Sistema de Prevenção de Alerta de Tsunami, que poderia ter minimizado as perdas humanas.
Alguns dados do desastre que poderiam ajudar no alerta, se houvesse o sistema;
■A onda se propagou com velocidade de 500 km/h
■Dez minutos depois do terremoto, as ondas do tsunami atingiram as ilhas Nicobar e Andaman.
■Vinte minutos depois Banda Aceh.
■Duas horas depois  as ondas atingiram Tailândia e Sri Lanka. A costa leste da Índia foi atingida pouco tempo depois.
■ Três horas depois as ondas atingiram Maldivas e mais de sete horas depois, atingiu a costa da Somália.

Fotos, depois do tsunami em 2004 e em 2014

Vídeo

Vídeo:
O vídeo é longo, mas mostra a dinâmica como acontece um tsunami e os fatores que potencializam o desastre.

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sexta-feira, dezembro 05, 2014

Terremoto no século 17 às margens do rio Amazonas

Combinando dados históricos com estudos sismológicos, trezentos anos de uma informação adormecida emergem como fonte do maior evento sísmico conhecido que atingiu o Brasil desde nossa colonização. O provável epicentro do tremor de 1690 foi na margem esquerda do Rio Amazonas, aproximadamente 45 km abaixo da hoje moderna Manaus. Um ano depois, quando passava pela área epicentral, um missionário encontrou testemunhas do tremor e observou marcantes modificações na topografia e na vegetação ao longo da margem do rio. Em 1692, outro padre confirmou a ocorrência do tremor e foi informado de que surgiram grandes ondas no rio que inundaram aldeias indígenas. A violência do terremoto espalhou ondas sísmicas pela floresta e balançou construções indígenas a mais de mil quilômetros de distância. O cálculo dos parâmetros sísmicos indicou uma magnitude estimada de 7, intensidade sísmica de IXMM e área de percepção de 2 milhões de km2. A descoberta de um terremoto deste tipo, caracterizado por longo período de recorrência, é de grande importância para estudos de sismicidade intraplaca. Para o Brasil ele desfaz o mito de que nosso país nunca foi afetado por terremotos severos. Estudo publicado pelo geólogo Alberto Veloso, um dos criadores do Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), artigo publicado pela revista  Academia Brasileira de Ciências de setembro de 2014.

Árvores lançadas ao rio, desmoronamento de terra, matas devastadas e pequenos tsunamis. O terremoto descrito por um padre missionário que percorreu a Amazônia no século 17 foi agora comprovado cientificamente e pode mudar a literatura sismológica do país.
O maior terremoto já ocorrido no Brasil aconteceu em 1690, a 45 km de Manaus, às margens do rio Amazonas.
 Com base no relato de dois padres jesuítas que atuavam na região, o geólogo Alberto Veloso  calculou a magnitude e amplitude do sismo: 7 graus na escala Richter, similar ao que matou 300 mil pessoas no Haiti em 2010.

A DESCOBERTA
Associando relatos históricos com estudos sismológicos modernos trazemos à tona informações inéditas sobre o maior terremoto conhecido no Brasil. Com magnitude estimada 7 (M7), intensidade sísmica IX-MM e área de percepção em torno de 2 milhões de km2.
Seu provável epicentro localizou-se na margem esquerda do Rio Amazonas, entre o afluente Jatuarana e o Rio Preto da Eva, a cerca de  45 km a jusante de Manaus, na época era um vilarejo.
Essa estimativa coloca o terremoto da Amazônia à frente do sismo ocorrido em 1955 no Mato Grosso, o maior que já tinha sido registrado até hoje no Brasil, com magnitude de 6,2.

RELATOS DOS TREMORES
Em seu diário, o padre tcheco Samuel Fritz, que catequizou índios na Amazônia por 40 anos, descreve a destruição do local um ano após o tremor, e colhe depoimentos de índios que relataram os tremores –e apontaram o missionário como culpado pela fúria da natureza.
Veloso teve acesso às memórias de um segundo catequizador, o padre Felipe Bettendorf, que também descreveu relatos de indígenas no local, dois anos após o fato.
"São escritos confiáveis e muito consideráveis, eles tratavam as coisas com os pés no chão", conta.
O pesquisador mapeou os pontos em que os padres relataram o que viram, mais os locais onde os relatos dos índios que sentiram o tremor foram colhidos. Com isso, traçou o provável epicentro e a magnitude –uma estimativa conservadora, segundo ele.
As descrições dos padres também ajudaram a detalhar os efeitos do terremoto, como abertura de clareiras na mata, árvores tombadas e o esfarelamento de rochas.

TRECHO DO DIÁRIO DO PADRE SAMUEL FRITZ:
A 6 pela manhã, surgiram ao lado Norte as terras em que, no ano passado de 1690, pelo mês de junho, ocorreu um grandíssimo terremoto. Pareciam ruínas de grandes cidades; penhascos caídos, árvores grossíssimas desarraigadas e lançadas ao rio; terras muito altas desmoronadas; outras brancas, vermelhas, amarelas, no meio de pedras e árvores, amontoadas sobre as margens (..)

TSUNAMIS
O terremoto provocou ondas semelhantes a de tsunamis, aldeias foram inundadas e o curso do rio Urubu, afluente do Amazonas, foi invertido por um período. Não há relatos de vítimas.
"Hoje seria diferente, pois a região se desenvolveu e há exposição de construções que não foram desenhadas para resistir a abalos fortes", afirma o pesquisador, que esteve no epicentro, mas não encontrou sinais do sismo.
"Cabe agora buscarmos vestígios que o terremoto deixa. Requer um trabalho grande de escavação", diz Veloso.
Para Veloso, a descoberta desmistifica a máxima de que o Brasil não pode ser atingido por grandes abalos sísmicos. "Aconteceu um, pode acontecer outro. O período de retorno, porém, é grande, calculado em 500 anos", diz.

CONCLUSÃO
O tremor sacudiu o terreno de forma violenta e agitou fortemente as águas dos rios da região. Na área epicentral o chão foi revirado, partes subiram, outras desceram, encostas escorregaram, apareceram gretas, lagoas secaram e outras nasceram do nada. Árvores tombaram abrindo clareiras na mata e outras se amontoaram pelas margens do rio. Muitos desses efeitos se devem ao fenômeno da liquefação (passagem do estado sólido para o líquido) quando rochas saturadas de água perdem a rigidez pela intensa vibração sísmica.

As águas do Amazonas balançaram de forma incomum produzindo ondas de porte com força para inverter a corrente do rio Urubu, ocasionando inundação em aldeias indígenas a cerca de 5 km de sua foz com o Amazonas. Tais ondas se assemelharam aos efeitos de um pequeno tsunami em pleno coração do Brasil.

Não existe nada similar em nossa história e assim, esse evento, percebido a mais de mil quilômetros do epicentro, ganha o status do maior terremoto brasileiro. Mas tudo aconteceu em junho de 1690 num país em formação e quando Manaus não passava de um ajuntamento de poucas cabanas cobertas por palha. Tais relatos partiram dos padres jesuítas Samuel Fritz e Felippe Betendorf, que visitaram em épocas distintas a região epicentral e conversaram com testemunhas dos fatos.

BRASIL NÃO ESTÁ IMUNE A SISMOS DANOSOS
Que ensinamentos tirar do raro e perigoso tremor? Primeiramente a de que o Brasil não está imune a sismos fortes e potencialmente danosos. Há cerca de 300 anos não se falou de prejuízos materiais, ou de vítimas fatais. Hoje não seria assim, pois aquela região desenvolveu e há maior exposição de pessoas, de construções e de importantes infraestruturas que não foram desenhadas para resistir a sismos fortes.
Um alerta! Tremores parecidos poderão repetir-se, não somente na Amazônia, como em qualquer outra região brasileira.
Um terremoto como o de 1690 produz fortes acelerações no terreno. O que esperar se acontecer próximo de uma cidade? No início a área epicentral tremerá com violência por vários segundos e o local experimentará danos generalizados. Estruturas bem edificadas poderão sofrer estragos profundos e até colapsos parciais. Construções frágeis desabarão por completo, outras serão deslocadas de suas fundações, barragens de pequeno porte poderão romper, assim como tubulações subterrâneas facilitando a propagação de incêndios. Certamente haverá pânico, serviços básicos serão interrompidos. Pessoas cairão pelo chão, muita poeira se elevará dos desabamentos que fatalmente atingirão moradores e o número de mortos poderá ser elevado. Com menor intensidade isto poderá se repetir em localidades a dezenas de quilômetros do epicentro.
Estima-se que um sismo M7 aconteça no Brasil a cada 500 anos e um tremor M5 a cada cinco anos, aproximadamente. Mesmo estes abalos menores podem fazer estragos em construções frágeis, comuns pelo país afora. Em 1986 um abalo de 5.1 danificou cerca de 4.500 construções e desabrigou mais de 25 mil pessoas em João Câmara, RN. Já tivemos tremores com M6.1 e M6.2 que só não causaram danos importantes por terem seus epicentros em áreas despovoadas.
Terremotos se posicionam bem atrás de outros fenômenos naturais que causam desastres no Brasil, como chuvas torrenciais, secas e vendavais. Entretanto, os sismólogos tem a obrigação de fazer alertas como o de agora, porque nossos sismos continuarão acontecendo e não se sabe exatamente onde, quando e de que tamanho virão.

Fonte: Folha de São Paulo - 19/10/2014, On the footprints of a major Brazilian Amazon earthquake, Alberto V. Veloso. Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil.
Comentário: Em 1848, Manaus  tinha uma praça, dezesseis ruas, 243 casas e cerca de três mil habitantes.
Segundo Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de agosto de 2014, a cidade de Manaus  tem uma população de 2.020.301 de habitantes,  que faz a capital do Amazonas a 7ª mais populosa do País. O Estado possui 62 municípios,  com 3.873.743 habitantes.
Terremoto atinge o Amazonas
Um terremoto de magnitude 4,6 atingiu o Estado do Amazonas na noite de  terça-feira, 25 de novembro. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês), o tremor foi registrado na divisa com o Acre e na fronteira com o Peru. Não há informações sobre vítimas ou danos materiais.
O tremor ocorreu às 21h26, no horário local (23h26 de Brasília), com 562 km de profundidade e epicentro a 222 km da cidade de Eirunepé, localizada a 1.159 km da capital, Manaus.O município fica próximo também das cidades de Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Feijó, todas no Acre.
O Comando de Policiamento do Interior do Amazonas (CPI) e a delegacia de Eirunepé informaram que, até 23h50 (horário local), não tinham informações sobre o sismo. Fonte:G1, em São Paulo-26/11/2014
Novo sistema integra monitoramento de terremotos no país
Entrou em operação a Rede Sismográfica Brasileira (REBR), um serviço de monitoramento que recebe informações de mais de 80 estações instaladas no país.
As informações ficam disponíveis no site www.rsbr.gov.br. A Petrobras gastou R$ 25 milhões no programa, que integra serviços do Observatório Nacional, da USP, da UFRN e da UNB.
As estações estão presentes em todo o território nacional, porém mais concentradas no Sudeste e no litoral.
O Brasil sofre dois terremotos de magnitude mais elevada (mais do que 6 graus na escala Richter) por século. O último foi em 1955. O serviço ajudará a prever os fenômenos e evitar grandes catástrofes. Fonte: Folha de São Paulo - 28 de novembro de 2014

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