Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quarta-feira, setembro 08, 2010

Explosão mata soldador

O soldador Vanderlúcio de 40 anos, morreu na tarde de terça-feira, 31 de agosto de 2010, quando começou a soldar uma carreta tanque com capacidade de 35 mil litros, que explodiu. O acidente ocorreu na região pólo da Petrobras, no Jardim Novo Mundo, em Goiânia.

CONSEQÜÊNCIA DA EXPLOSÃO
■ Pedaços da carreta atingiram um raio de 450 metros da empresa Rodobem , que atua na manutenção de caminhões.
■ Na empresa de José Mariano Alves, que fica em frente ao local, uma chapa de mais de cem quilos atingiu pedaço do telhado do escritório. Muitas telhas e madeiras da entrada do local desabaram. José estima que o prejuízo foi de aproximadamente R$ 5 mil. Ele relata que todas as vidraças de um galpão a 450 metros do local do acidente quebraram.
■ Na casa do pedreiro Fábio, que mora a 400 metros da empresa, um estilhaço de aço de aproximadamente 40 centímetros caiu na quina do telhado e 20 telhas quebraram. Ele afirma que ninguém se machucou com a lataria. “Com a explosão, o chão tremeu e chegou a balançar as árvores”, relatou.

VÍTIMA
Segundo o comandante do Policiamento Urbano da 15ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), tenente Cleiton Pereira Lopes, no momento que o funcionário encostou o equipamento de solda no meio da carreta, ela explodiu.
O corpo da vítima ficou dilacerado com o impacto da explosão. De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Eduardo Campos Cardoso, quando o resgate chegou, a vítima não apresentava resquícios de vida. “Não havia osso por completo no corpo”, relata.

CAMINHÃO TANQUE
Os bombeiros afirmaram que a carreta estava carregada com gasolina do tipo Podium, que é mais volátil. O tenente Cardoso explica que para o procedimento de solda nesse tipo de recipiente deve fazer vaporização ou exaustão para retirar todo o vapor existente. “O vapor, nesse caso, é mais perigoso que o líquido. Não posso dizer que não foi feito o procedimento”, ressalta. O teto do galpão onde o tanque estava também ficou destruído, mas o cavalo que o tanque estava engatado não sofreu avarias. A intensidade da explosão foi tão forte que o tanque rasgou como um papel.

A EMPRESA
A empresa Rodobem não quis se pronunciar. O tio de Vanderlúcio, Antônio Batista da Silva, 56, conta que a vítima era casado e tinha três filhos.

Fonte: Hoje - 01 de setembro de 2010

Comentário:
Nos cursos de soldagem ou de soldador, a noção de segurança é específica para procedimentos de operação de soldagem e pessoal. O ambiente onde será executada a operação não há uma ênfase dos prováveis riscos que poderão incidir na operação de soldagem. O soldador deveria ter essa noção para exigir procedimentos de segurança em tambores, equipamentos, tanques que tem resquícios de líquidos inflamáveis ou a atmosfera explosiva.

O vapor residual de uma pequena quantidade de líquido é apenas suficiente preencher o tambor ou tanque com uma mistura explosiva de ar e de vapores inflamáveis.

Limpeza e reparos de tanques e equipamentos utilizados com inflamáveis:

Preparação de tanques e equipamentos

A limpeza do tanque e do equipamento deve estar a cargo de pessoal perfeitamente treinado, que esteja perfeitamente familiarizado com todos os riscos e salvaguardas necessários para a execução do trabalho com segurança.

Os tanques e o equipamento, bombas, linhas e válvulas devem ser sempre drenados e completamente lavados com fluxos de água antes de serem reparados. Os operários nunca deverão ser autorizados a fazer reparos em equipamentos enquanto os mesmos estiverem em operação e com as tubulações cheias. Deve ser verificado se todas as fontes de ignição foram eliminadas das cercanias do tanque.

Se seções da tubulação são para serem removidas e os flanges abertos, os parafusos inferiores devem ser afrouxados inicialmente e, embora as linhas tenham sido escoadas, todo o cuidado deve ser tomado para evitar o contato pessoal com o líquido drenado ou com o gotejamento oriundo do equipamento. Todos os respingos ou vazamentos devem ser removidos imediatamente através de lavagem com grandes quantidades de água na direção dos drenos adequados.

O tanque ou equipamento a ser reparado deve ser inicialmente esvaziado de todo o líquido e todas as tubulações chegando ou saindo do tanque (exceto respiradouros) após a drenagem, devem ser desconectadas ou bloqueadas.

O tanque deve ser limpo com vapor para a remoção residual do inflamável e de seus vapores. O fluxo e temperatura do vapor devem ser suficientes para elevar a temperatura do tanque acima da temperatura de ebulição do inflamável e a vaporização deverá ser continuada até que os vapores do inflamável tenham sido removidos. O tanque deve depois ser resfriado, preferivelmente enchendo-o de água e drenando-o uma ou duas vezes. O tanque deve ser depois limpo com ar fresco e o ar deve ser testado quando à presença de vapores do inflamável, por um método aprovado, antes de se permitir à entrada do pessoal. As linhas de vapor e água devem estar aterradas para evitar-se o acúmulo de eletricidade estática.

Entrada no tanque
■ Ninguém deve estar no tanque ou em espaço confinado até que uma permissão para o trabalho tenha sido assinada por pessoas autorizadas, indicando que a área foi testada e julgada segura. Além do mais, nenhum operário deve entrar num tanque ou recipiente que não tenha uma abertura de saída suficientemente larga para passar uma pessoa usando dispositivos de segurança, para efetuar um resgate através de cordas e equipamento respiratório de emergência. Deve ser verificado se o tanque ou recipiente pode ser abandonado pela entrada original.
■ Um elemento do lado de fora do tanque manterá os demais dentro do tanque, sob observação e outro elemento deve estar disponível por perto para prestar ajuda no resgate de algum outro, caso isto seja necessário.
■ Uma máscara respiratória com suprimento de ar ou máscaras autônomas, juntamente com equipamentos de resgate, devem estar sempre localizados do lado de fora da entrada do tanque, para serem usados em operações de resgate, qualquer que seja o tipo de equipamento respiratório utilizado pelo pessoal no interior do tanque.
■ Ventilação especial é recomendada durante todo o tempo que os homens estiverem limpando, reparando ou inspecionando o tanque e pode ser feita por exaustão ou remoção de vapores do fundo do tanque, seja através das aberturas do fundo ou por meio de exaustão através de tubos grandes flexíveis, quando os tanques tiverem apenas aberturas no topo. Os ventiladores ou aparelhos supridores de ar usados para a ventilação, necessária para evitar qualquer deficiência de oxigênio, deverão ser à prova de centelhas, devidamente revisados para se evitar atritos e aterrados. Nos tanques contendo só uma abertura no topo, deve-se tomar cuidado para se ter certeza da completa remoção dos vapores de todo o tanque. Também se deve tomar cuidado para evitar que os gases de exaustão reciclem para o interior do tanque.
■ Durante o curso do trabalho, testes freqüentes deverão ser feitos para determinar se a atmosfera do tanque está sendo mantida dentro da faixa de segurança. Esta precaução é necessária porque resíduos não completamente removidos pela lavagem podem recontaminar a atmosfera do tanque.
■ Em todos os casos, se o trabalho de reparo é interrompido, a atmosfera do tanque deve ser verificada completamente e emitida uma nova permissão de trabalho antes de se reassumir o serviço.
■ Se um funcionário limpador ou reparador de um tanque sentir-se mal, ele deve ser resgatado para se ministrar imediatamente os primeiros socorros.

Trabalho de reparos
■ O reparo externo do tanque, incluindo aqueles em serpentinas de vapor, corte, rebitagem e solda, deverão ser permitidos somente depois de perfeita limpeza e testes do tanque para se certificar de que o mesmo está livre de vapores e após ter sido emitida uma permissão de trabalho por pessoa autorizada. Devem ser feitos testes repetidos através de indicadores de gás adequados, quanto à presença de vapores inflamáveis e conteúdo de oxigênio, para a inteira proteção dos operários.
■ Toda solda externa ou combustão nos tanques ou equipamentos que tenham contido um inflamável, deverão ser feitas somente após tais recipientes terem sido completamente limpos com vapor. A limpeza deverá continuar enquanto prosseguir o trabalho de reparos. Encher tanques vazios limpos com gás inerte é outro método que poderá ser usado em solda ou combustão externa.
■ Em todos os casos, se o serviço de reparo for interrompido, a atmosfera do tanque deverá ser verificada completamente e uma nova permissão de trabalho deverá ser emitida para o reinício das operações.

Fontes: Folheto de Informações de Segurança n° 502 -Limpeza e Reparos de Tanques e Equipamentos Utilizados com Inflamáveis – CNS- IMBEL e Faculdade de Engenharia de Química de Lorena

Marcadores: , ,

posted by ACCA@2:04 PM

2 comments

sexta-feira, maio 14, 2010

Paletes no setor de produção?

Pequenas cargas para diversos processos em lotes foram transferidas para recipientes pequenos e colocadas em paletes perto dos reatores, assim eles estariam disponíveis quando necessários.
Ocorreu um incêndio no edifício de produção, próximo ao local do palete. O fogo foi extinto pelo sistema de sprinklers e não houve feridos.
No entanto, o fogo causou danos no painel de distribuição de energia elétrica, na fiação elétrica de instrumentação e controle. Em conseqüência desses danos a fábrica ficou paralisada por longo tempo para reforma.

Foto - mostra uma reconstituição do palete de matéria prima.


A investigação mostrou que alguns dos materiais nos recipientes eram incompatíveis, e ao longo do tempo vazaram dos contêineres danificados ou transbordaram ou derramaram.

Foto- mostra o palete após o fogo

Parte deste material penetrou por uma grelha no piso e atingiu uma bandeja de cabos subterrâneo. Era difícil ver o material derramado na bandeja de cabos ou para limpá-lo.
Com o tempo algum o material vazado reagiu, aqueceu e irrompeu em chamas.

VOCÊ SABIA?
■ Muitos produtos químicos são incompatíveis, e podem causar incêndios ou vapores tóxicos quando eles reagem.
■ Quando os materiais incompatíveis reagem, eles podem se aquecer suficiente para inflamar-se e iniciar um incêndio.
■ Materiais incompatíveis derramados podem não reagir imediatamente. A reação pode iniciar lentamente e ficar suficientemente quente para irromper em chamas depois de algum tempo.
■ Ordem e limpeza (housekeeping) não são apenas em relação à aparência – materiais vazados podem provocar incêndios e riscos à saúde.

Foto - mostra alguns cabos danificados.

O QUE VOCÊ PODE FAZER?
■ Conheça a compatibilidade de produtos químicos (FISPQ ou MSDS) de sua fábrica e siga os procedimentos para manter separados os materiais incompatíveis na armazenagem e uso.
■ Muitas fábricas utilizam uma tabela de compatibilidade química para resumir essa informação.
■ Inspecione regularmente os recipientes e se assegure que eles estejam rotulados. Substitua qualquer recipiente danificado ou vazando.
■ Manter o local limpo imediatamente para qualquer tipo de vazamento. Não deixe acumular material derramado, esperando entrar em contato com outros materiais.
■ Manipulação de recipientes cheios ou vazios em locais apropriados e autorizados, onde pode ser feito com segurança.
■ Não armazene produtos químicos próximo a saídas de emergência, chuveiros ou lava-olhos, caixas elétricas, bandejas de cabos ou de qualquer equipamento importante.

Fonte: Safety Beacon - July 2006

Comentário:
Paletes em zonas de produção
É freqüente a presença de pilhas de paletes vazios em áreas de produção. A necessidade de colocar os produtos intermediários ou acabados em paletes causa essas acumulações. Este fato, embora completamente lógico do ponto de vista operacional para a produção, pode ter resultados desastrosos no caso de se deflagrar um incêndio sem que tenham sido adotadas normas mínimas de segurança e proteção.
Os requisitos para proteção de armazenamentos ou pilhas de paletes vazios são, normalmente, mais rigorosos que os exigidos para os riscos comuns existentes nas fabricas.
Por isso, uma área da fabrica cuja proteção está de acordo com a ocupação e a utilização que dela normalmente se faz, pode ficar completamente exposta perante um incêndio que afete uma pilha de paletes, já que os meios de proteção da área não estão dimensionados para essa finalidade.

Em conseqüência das razoes expostas devem ser consideradas as seguintes normas gerais de proteção para o armazenamento de paletes em áreas de produção:
■ as quantidades de paletes em áreas de produção devem ser reduzidas ao mínimo necessário ao funcionamento normal da fabrica;
■ como norma geral, a altura máxima recomendada para as pilhas de paletes é de 1,80 m; considera-se que o combate a incêndios com estas características (em pilhas de paletes), não difere muito numa área de produção normal, por isso, se área de produção está bem protegida, os meios de proteção deverão ser suficientes para debelar um eventual incêndio nos paletes;
■ caso seja necessário fazer várias pilhas de paletes, é aconselhável que sejam mais afastadas possíveis uma das outras, deve-se evitar, a todo custo, o acúmulo excessivo de paletes numa mesma área;
■ no caso de existir um sistema de "sprinklers", devem ser analisadas as características da instalação existente, em especial no que se refere aos parâmetros de densidade de descarga e área de cobertura e, a partir deles, determinar a altura máxima admissível para as pilhas de paletes. Fonte: Instrucciones Técnicas Itsemap de Protección contra Incêndios – Fundación Mapfre

Vídeo:
Este é um teste de como se comportam paletes com aerossóis submetidos ao fogo. É comum no setor de manutenção e principalmente no setor de armazenagem. Os aerossóis sob pressão se comporta como se fosse foguetes quando aquecidos. Excelente vídeo


Marcadores: , ,

posted by ACCA@4:56 PM

0 comments

terça-feira, maio 27, 2008

Cuidado com os aerossóis; Risco de Explosão

Os problemas da WD-40 com as latas explosivas começaram quando a empresa mudou nos anos 70 , o propelente freon (restringido pelas leis federais de proteção ao meio ambiente, de acordo com o testemunho de Ray Miles, diretor técnico da WD-40, em processo legal). O freon não queima, mas destrói a atmosfera da terra.
A empresa começou a utilizar como propelente o propano. Os acidentes começaram no final dos anos 70, com dezenas de pedidos de compensação e processos legais. Muitos desses processos, foram devidos a explosão de latas WD-40, que usam como propelente o propano.
Os casos mais sérios contra WD-40 envolvia latas que explodiram depois de tocar em fios elétricos, de acordo com documentos obtidos pela Bloomberg Business News, através de um pedido com base na Lei de Liberdade de Imprensa.
Principais acidentes relatados:

■ Em novembro de 1988, Dan Horton, de Ocean Springs (Missippi) estava lubrificando um ventilador de parede com WD-40, quando a lata tocou em um fio conectado. O conteúdo explodiu e provocou queimaduras em Lauren, a filha de 18 meses de Horton.

■ Em novembro de 1988, em Jackson, Missippi, William Sharp estava usando o spray no cabo do velocímetro de seu caminhão quando a lata encostou num amperímetro. A lata explodiu e sua mulher ficou presa na cabine em chamas, mas sobreviveu.

■ Em abril de 1994, Toni McLane, de Yreka (Califórnia), estava usando o WD-40 para reduzir o ruído de um secador quando a lata tocou em um interruptor ligado e explodiu, queimando o rosto e braços.

■ Em 1994, Leon Fields estava aplicando WD-40 em seu carro para impedir avanço da corrosão, "um dos 1.000 usos", anunciados para o spray lubrificante, quando a embalagem, de lata, encostou em um fio conectado e em outro pedaço de metal e explodiu em uma bola incandescente de óleo e propano. A coisa espalhou como napalm, disse Fields, um professor de 58 anos de idade, que queimou 24% de seu corpo no acidente. Fields processou a WD-40 Co, fabricante de lubrificantes e ganhou US$ 5 milhões de dólares em acordo na justiça.

A empresa não mudou o rótulo de seu principal produto para advertir que suas latas poderiam explodir se tocassem em fios conectados ou terminais de baterias até o início deste ano. Ela ainda não testa a segurança de seus produtos e apenas tornou o produto (que está em 80% dos lares nos Estados Unidos) mais seguro, depois que uma lei da Califórnia de proteção ao meio ambiente sobre liberação de compostos voláteis na atmosfera, forçou a empresa a fazê-lo (alteração do propelente para dióxido de carbono).

A empresa teve um faturamento líquido de US$ 20,5 milhões de dólares em 1995, em 1991, US$ 15,3 milhões de dólares. Até o momento o seguro cobriu quase todos os acordos legais. Mas se os advogados dos querelantes conseguissem ganhar, as punições sobre danos, a Califórnia e outros estados exigem que a empresa pague.

Fonte: Gazeta Mercantil

Comentário:
Nas especificações de segurança do produto (MSDS, Material Safety Data Sheet) dos fabricantes de WD-40, recomendam manter afastado o WD-40 das fontes de ignição. Exposição ao calor pode causar explosão. Manter afastado de corrente elétrica ou de terminais de bateria. O arco voltaico produzido pode perfurar a lata, provocando uma explosão (flash fire, incêndio em nuvem de gás), causando ferimentos graves. Atualmente o propelente (dióxido de carbono) não é inflamável, mas existe o risco potencial de explosão em relação a fontes que geram calor e eletricidade.
Esse problema não acontece somente com WD-40, mas sim com todo spray que tem como propelente substância inflamável Basicamente o aerossol é um sistema que consiste em uma embalagem que permita ser pressurizada, onde temos no interior desta embalagem uma mistura de um produto (desodorante, cabelos, tinta, inseticida, lubrificante, etc.) e um gás propelente (isobutano, butano, di-metil éter, etc.).

Nas indústrias é comum encontrar os aerossóis;
■ lubrificantes, produtos para limpeza (cleaner),
■ detergentes para tintas de prensas,
■ tintas em spray (mistura de resinas, pigmentos, solventes orgânicos e butano/propano como propelente) etc.,
armazenados na área de manutenção ou no setor de almoxarifado, em prateleiras metálicas junto com outros tipos de lubrificantes ou produtos utilizados em manutenção. Em caso de incêndio, os aerossóis funcionarão como foguetes (rocket) ou lança-chamas, propagando o incêndio em todas as direções. É recomendável o armazenamento dos aerossóis em armários de segurança ou em locais isolados.

O vídeo não é educativo, pois a spray é utilizado por adolescentes como brincadeira de fogo . Nos Estados Unidos existem relatos de acidentes graves com adolescentes durante o aquecimento da lata de spray, ela demora para explodir e por imprudência os adolescentes aproximam da lata e nesse momento ela explode. Entretanto a conseqüência da explosão é real e é como se comporta em um incêndio. Nunca faça esse tipo de brincadeira perigosa.

Marcadores: , ,

posted by ACCA@8:55 AM

0 comments

sábado, maio 10, 2008

Líquidos inflamáveis e combustíveis em laboratórios

Como é determinada a inflamabilidade das substâncias?
A inflamabilidade é definida levando em conta a temperatura na qual o líquido emite vapores capazes de sustentar a combustão, chamada de “ponto de fulgor” (flash point).
É a menor temperatura em que um líquido fornece vapor suficiente para formar uma mistura inflamável quando uma fonte de ignição (faísca, chamas abertas, etc.) está presente. Dois testes são usados para determinar o ponto de fulgor: Recipiente aberto e recipiente fechado.

Quanto menor for essa temperatura, maior o risco!
Exemplos de líquidos altamente inflamáveis: acetaldeído, éter etílico, dimetílico e de petróleo, óxido de etileno, propano, acetona, etanol, isopropanol, ciclo-hexano, acetonitrila, benzeno, etc.
Por exemplo, o éter de petróleo pode emitir gases combustíveis a -46o C ! (46 graus abaixo de zero !).

Procedimentos de prevenção a serem adotados para evitar acidentes com líquidos inflamáveis em laboratórios

a) A estocagem de líquidos inflamáveis não deve ser feita em geladeiras domésticas, dados os riscos envolvidos. A refrigeração não evita a formação de vapores altamente inflamáveis, e a estocagem deve ser feita em recipientes adequados (apropriados para inflamáveis), em armários destinados a essa finalidade, e em local afastado e bem ventilado. O pequeno efeito da temperatura de refrigeração sobre a evaporação do líquido não justifica os riscos. As geladeiras apropriadas para estocagem de líquidos inflamáveis são chamadas “blindadas” (explosion-proof).

Um exemplo de recipiente adequado é o “contêiner de segurança” (safety can), com sistema corta-chamas. Dependendo do líquido a ser contido, pode se escolher entre os fabricados em metal ou em polietileno.
Recipientes desse tipo devem ser estocados em armários para líquidos inflamáveis que podem inclusive ter fechamento automático.

Os armários contendo líquidos inflamáveis podem ser colocados em local ventilado, de forma a evitar o acúmulo de eventuais vapores emanados dos recipientes.

b) Os procedimentos laboratoriais de todos os envolvidos com a manipulação de líquidos inflamáveis devem obedecer às normas de segurança.

c) Deve ser adotada uma política de segurança em relação aos produtos inflamáveis, que inclua pelo menos:
■ A minimização da quantidade de substâncias inflamáveis nos laboratórios, agendando as compras de acordo com o consumo;
■ Usar líquidos inflamáveis somente na capela, não na bancada, utilizando equipamento de proteção individual (luvas, óculos de proteção, avental de algodão, etc.);
■ Rotular todos os recipientes contendo substâncias inflamáveis e combustíveis com letras e cores chamativas, e o Diagrama de Hommel ou Diagrama do Perigo;
■ Guardar as substâncias inflamáveis e combustíveis em recipientes e armários adequados, em locais bem ventilados;
■ Manter as substâncias inflamáveis e combustíveis afastadas o máximo possível de fontes de calor, chama (bicos de Bunsen) e de ignição (faíscas, eletricidade estática, máquinas, equipamento elétrico, etc.);
■ Instalar chuveiros de segurança e lava-olhos em locais de rápido acesso;
■ Proibir de fumar em qualquer dependência laboratorial ou próxima;
■ Proibir o despejo de líquidos inflamáveis ou combustíveis na rede de esgotos;
■ Desobstruir os corredores e saídas das edificações ;
■ Proibir a estocagem de substâncias inflamáveis ou combustíveis nos corredores;
■ Desobstruir o acesso a equipamentos de combate a incêndios (extintores, mangueiras, etc.) e painéis de eletricidade;
■ Aterrar os recipientes que contenham líquidos inflamáveis para evitar eletricidade estática;
■ Treinar de forma regular as pessoas envolvidas no trabalho laboratorial em relação aos procedimentos de segurança, de destinação de resíduos e de emergência, obrigando os docentes e técnicos de laboratório, em particular, a comparecer aos cursos de treinamento;
■ Manter uma brigada de prevenção e combate a incêndios devidamente treinada e equipada;
■ Efetuar a instalação de detectores de fumaça e alarmes contra incêndio em todos os laboratórios que ofereçam maior risco de incêndios;
■ Treinar os vigias para saber como proceder no caso de sinistros (eles devem fazer parte da brigada de incêndios);
■ Não aceitar que pessoas deixem recipientes de qualquer tipo, devendo comunicar aos responsáveis imediatamente as ocorrências desse tipo.

A adoção de uma política de segurança permitirá minimizar os riscos de acidentes. Todos os esforços e recursos destinados à prevenção de acidentes têm um custo irrisório comparados à perda de vidas ou a seqüelas causadas por negligência ou fatalidade.

Líquidos inflamáveis e produtos químicos combustíveis associados às suas classes de inflamabilidade pela National Fire Protection Association (NFPA).

Líquido inflamável – Classe IA

Classe IA: Têm Ponto de Fulgor abaixo de 22,7o C e ponto de ebulição abaixo de 37,7o C:

Líquido inflamável –Classe IB
Classe IB: Têm Ponto de Fulgor abaixo de 22,7o C e ponto de ebulição acima de 37,7o C

Líquido inflamável – Classe IC

Classe IC: Têm Ponto de Fulgor entre 22,7o e 37,7o C

Líquido Combustível – Classe II
Classe II: Têm Ponto de Fulgor entre 37,7o e 60o C

Líquido combustível – III A
Classe III A: Têm Ponto de Fulgor entre 60 o e 93,3o C

Líquido combustível – Classe III B

Classe III B: Têm Ponto de Fulgor acima de 93,3o C




Quantidades máximas recomendadas para estocagem em laboratório






Exemplos de recipientes para líquidos inflamáveis:











Fonte:
■Material Safety Data Sheets and the National Fire Protection Agency document "NFPA 321: Classification of Flammable and Combustible Liquids, 1991 Edition." (adaptado)
■Boletim Mensal da Comissão Interna de Segurança Química – CISQ - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) - Setembro de 2003


Comentário:
Por que os acidentes acontecem?
A variedade de riscos nos laboratórios é muito ampla, devido à presença de substâncias letais, tóxicas, corrosivas, irritantes, inflamáveis, além da utilização de equipamentos que fornecem determinados riscos, como alteração de temperatura, radiações e ainda trabalhos que utilizam agentes biológicos e patogênicos.
As causas para ocorrência de acidentes nos laboratórios são muitas, mas resumidamente são instruções não adequadas, uso incorreto de equipamentos ou materiais de características desconhecidas.

1-Acidente em laboratório

Uma prática muito comum consiste na estocagem de materiais voláteis, alguns dos quais inflamáveis, em geladeiras de uso doméstico (comerciais).
Essas geladeiras não são fabricadas para essa finalidade, em virtude do que podem gerar faíscas seja no acendimento da luz interna, seja no motor, e causar um grave acidente.
A foto mostra as conseqüências de um acidente que poderia ter sido muito pior. Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) - Setembro de
2003
Guarde materiais voláteis inflamáveis em geladeiras apropriadas (para essa finalidade) ou em local muito bem ventilado e sem fontes de ignição, sempre em recipientes adequados, como os contêineres de segurança (safety cans) e armários para líquidos inflamáveis.



2-Incêndio destrói laboratório de Química da USP
Em 19 de fevereiro de 1989, um incêndio destruiu o laboratório de Química Orgânica do Instituto de Química da USP, na cidade Universitária. Não havia ninguém trabalhando no local. O fogo foi percebido às 12 h pelos estudantes de pós-graduação trabalhando em outros laboratórios.
A área do laboratório era separada por divisórias de madeiras que contribuiu para aumentar a extensão dos danos.
O Corpo de bombeiros chegou rápido ao local, com 06 viaturas e 20 bombeiros, iniciando o combate ao fogo com extintores e posteriormente tiveram que usar água com risco de reação com substâncias (sódio, em contato com água pega fogo), cianeto de potássio (em contato com ácido libera vapor altamente venenoso). O hidrante instalado no local não funcionou.

Marcadores: ,

posted by ACCA@7:25 AM

0 comments