Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia
terça-feira, maio 30, 2017
Ilha desabitada do Pacífico Sul é o lugar com mais lixo no mundo
Uma ilha desabitada do Pacífico Sul é o lugar com a maior
densidade de lixo no mundo. O território de Henderson acumula 18 toneladas de
resíduos em seus 37 quilômetros quadrados, ou seja, 671 pedaços de lixo por
metro quadrado, de acordo com um estudo publicado pela revista científica
norte-americana PNAS. A cada dia chegam 3.570 resíduos flutuando, embora o
território fique a 5.000 quilômetros de distância da massa continental mais
próxima, acrescenta o artigo.
ILHA HENDERSON
A Ilha Henderson faz parte do arquipélago britânico de
Pitcairn e lá são realizados estudos científicos a cada cinco ou dez anos. Está
localizada perto do chamado Giro do Pacífico Sul, um redemoinho gigante onde se
acumulam detritos transportados pelas correntes marinhas provenientes de navios
ou da América do Sul.
PEDAÇOS DE PLÁSTICO
Os cientistas estimam que existam cerca de 38 milhões de pedaços
de plástico na Ilha Henderson, cujo tamanho é semelhante ao da cidade espanhola
de Corunha. No entanto, a quantidade de lixo pode ser ainda maior, como
explicou a principal autora do estudo, Jennifer Lavers, do Instituto de Estudos
Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia. A equipe de cientistas só
explorou até uma profundidade de dez centímetros de areia, nas áreas de
falésias o acesso foi menor, e muitos pedaços de plástico eram pequenos demais
para serem contados.
Recipientes de plástico, boias de pesca, redes, escovas de
dente e isqueiros são parte dos resíduos que cobrem a ilha. Embora a maioria
seja de “objetos não identificados”, como os milhares de pedaços medindo apenas
um milímetro, disse Lavers à agência Efe.
“O que vemos na Ilha Henderson demonstra que nenhum lugar do
mundo escapa da poluição pelo plástico, nem mesmo os mais remotos nos oceanos”,
disse Lavers. A especialista alertou que 25% das espécies marinhas e algumas
aves comem plástico em algum momento. “E se alguém comer um peixe com tecidos
contaminados na verdade está comendo seu próprio lixo”, insistiu.
PRODUÇÃO DE PLÁSTICO
Os cientistas estimam que, enquanto na década de cinquenta a
produção de plástico era inferior a dois milhões de toneladas, em 2014
ultrapassou os 300 milhões de toneladas em todo o mundo. O plástico que não é
reciclado e termina no mar, onde flutua durante anos, representa uma ameaça
para os animais que o ingerem ou se enredam no lixo, explica o estudo. Fonte: El Pais - Madri 16 MAI 2017
Paiol da Imbel, fábrica de material bélico explode
Um paiol da Indústria de Material Bélico do Brasil
(Imbel) de Juiz de Fora, Minas Gerais, explodiu e se incendiou na noite de terça-feira,
16 de agosto de 2016. No momento da explosão, que ocorreu por volta das 23h,
não havia ninguém no paiol, que fica distante da área fabril da empresa. A
apuração sobre as causas da explosão ficará a cargo do Exército Brasileiro.
O local foi monitorado por um drone do Exército e
foram feitas ações de segurança e controle para evitar o risco de propagação.
VÍTIMAS
Segundo o 4º Batalhão dos Bombeiros Militares (BBM),
não houve registro de feridos e mortos.
DANOS MATERIAIS NA CIRCUNVIZINHANÇA
A explosão causou prejuízo a moradores de diversos
pontos da Zona Norte da cidade, que tiveram portas, janelas e outras estruturas
de suas casas danificadas. Além do Bairro Araújo, onde fica a empresa e há
muitas pessoas afetadas pelo incidente, há registro de estragos nos bairros
Nova Era, São Judas Tadeu, Santa Cruz, Nova Benfica. Em Benfica, a explosão
destruiu vidros de uma agência bancária na Praça Jeremias Garcia e também de
diversos outros comércios e moradias. Trechos da Avenida Juscelino Kubitschek
ficaram tomados por estilhaços de vidros.
Engenheiros da Defesa Civil e funcionários da Imbel
cadastraram e vistoriaram casas vizinhas da fábrica. Segundo a assessoria da
Defesa Civil, foram 166 casas cadastradas, apenas com avarias e sem risco
estrutural.
DESESPERO NOS PRIMEIROS MINUTOS
A onda de choque causou danos em várias residências e
alguns veículos. A explosão quebrou vidros de janelas de casa e de carros, além
de deslocamento de telhas e danos em portas no entorno da fábrica, no Bairro
Araújo.
Os moradores apavorados, alguns deixaram suas casas e
foram para locais distantes do ponto. Quem permaneceu no bairro saiu para a rua
e foi em busca de informações sobre o ocorrido. Apenas por volta de 1h, após
checar a real situação, é que o Exército se pronunciou.
Quase todos os moradores da Rua Coronel Ancino Nunes
Pereira tiveram prejuízos. Um deles, Tarcísio Ribeiro, estava deitado quando as
telhas de amianto se quebraram e caíram pedaços de tijolo no cômodo. “Na hora,
não sei nem o que pensei, foi um susto enorme. Eu ia mudar minha cama de lugar,
e ia cair exatamente em cima de mim, foi livramento.”
Os tijolos que quebraram as telhas da casa de Tarcísio
foram arremessadas do segundo andar da residência vizinha. O dono deste imóvel,
o aposentado Adolfo Gonçalves, contou que assistia a um jogo de vôlei pela TV
com sua esposa quando ouviu o estrondo. “Na hora pensei que fosse uma bomba,
parecia que meu terraço estava sendo arrancado. A minha cobertura tinha tijolos
vazados em cima do beiral, eles foram arrancados. Além disso, tive janelas
quebradas e porta danificada. Estamos com medo de ficar aqui, mas não tem como
sair e deixar a casa toda aberta”, disse.
Na mesma rua, a moradora Maria Rosângela, que também
teve muitos prejuízos em seu imóvel, relatou que, no momento da explosão, as
ruas do bairro viraram um caos. “Ninguém sabia o que tinha acontecido, foi uma
correria na rua, todos apavorados. A gente não sabia de onde tinha vindo o
barulho, parecia que um trator tinha invadido minha casa. Foi horrível”, disse,
acrescentando que ela e o marido estavam fazendo obras na casa, e uma das
coisas trocadas foram os vidros das janelas e portas que se quebraram.
“Foi um grande
susto. A nossa preocupação é se teve algum abalo estrutural em alguma
residência, é o que estamos mais preocupados, se houve algum dano, se alguma
casa está comprometida e se tem risco de algum telhado ruir, coisas desse
jeito”, explicou o subsecretário de Defesa Civil, Márcio Deotti.
BOMBEIROS
Bombeiros do 4º Batalhão com 12 bombeiros e 05
viaturas, foram acionados para atender a ocorrência.
DANOS MATERIAIS NA EMPRESA
■Um paiol com munições ficou totalmente destruído.
■Um segundo paiol ao lado do primeiro teve o seu
telhado danificado.
■Um terceiro paiol ao lado deste, nada sofreu. Os
paióis são separados por uma barreira composta por terra, o que possibilitou a
preservação dos outros dois.
■ Um depósito de materiais químicos teve um princípio
de incêndio, o qual foi prontamente debelado pelos bombeiros. Neste depósito
havia cerca de 36 bombonas com ácido sulfúrico, sendo a maioria apresentouvazamento, porém o material ficou contido na bacia de contenção. Será
realizada a retirada por empresa especializada.
1-O paiol de numero 1, onde estavam as granadas em
processo de montagem, foi o atingido pelo fogo. Ainda não se sabe o que teria
iniciado o incêndio. Além deste paiol, um depósito com ácido sulfúrico foi
parcialmente danificado pelas chamas.
2- O espaço onde ficam armazenados os insumos para a
fabricação de munições é formada por sete depósitos e três paióis. Trata-se de
uma área de segurança, com acesso restrito, na margem esquerda do Rio
Paraibuna.
3- Fábrica
CAUSA
O assessor da Imbel, coronel Malbatan Leal, explicou
que a distribuição física de paióis e depósitos é uma medida para minimizar
impactos em caso de explosão, como a que houve nesta quarta-feira e que, por
enquanto, o Exército não antecipa causas.
“São várias possibilidades, mas seria prematuro falar
alguma coisa. A área dos paióis e do depósito da fábrica fica afastada
fisicamente da área de circulação de pessoas. E caso haja uma explosão, como
houve, a onda de choque sobe e por isso é possível ser observada de outros
bairros. Houve estilhaços de materiais frutos da onda de choque. Os paióis
existentes foram isolados”, explicou.
Até o momento, o Exército não informou quais materiais
estavam guardados no paiol afetado e destacou que não havia necessidade dos
moradores vizinhos deixarem as suas casas.
NOTA
DA EMPRESA
“Por volta das 23:00h de 3ª feira, 16 de agosto,
ocorreu uma explosão no paiol nº 1 da Fábrica de Juiz de Fora, sem a ocorrência
de vítimas. A equipe de controle de danos da fábrica e o Corpo de Bombeiros
isolaram a área e realizaram o rescaldo do incêndio gerado pela explosão. A
instalação localizada em área afastada de locais de circulação de pessoas e da
área urbana destina-se ao armazenamento de explosivos, cujas condições de
temperatura e umidade são permanentemente controladas.
A despeito da
intensidade da explosão, o projeto de construção do paiol, em conformidade com
as normas técnicas vigentes, fez com que ela se desse de forma verticalizada e
que a onda de choque resultante fosse contida pela existência de uma barreira
de terra circundante. Foi determinada a abertura de inquérito
técnico-administrativo interno a fim de apontar as causas do acidente.
A IMBEL está tomando as medidas necessárias ao
restabelecimento da normalidade e tranquiliza a população Juiz de Fora,
assegurando que todos os requisitos de segurança previstos para as atividades
de suas unidades de produção são rigorosamente cumpridos. Por fim a empresa
reitera o seu firme compromisso com a segurança dos seus empregados, das
comunidades circunvizinhas e do patrimônio sob sua responsabilidade”.
Também por meio de nota, a Imbel voltou a afirmar que
não houve feridos na explosão. Segundo a empresa, os danos causados às moradias
estão sendo levantados.
HISTÓRICO DE ACIDENTES
Já foram registrados três acidentes na Indústria de
Materiais Bélicos (Imbel), antes chamada de Fábrica de Estojos e Espoletas de
Artilharia do Exército (FEEA).
■ Em 5 de março de 1944, 14 pessoas, sendo 11 mulheres
e três homens, morreram em uma explosão no paiol 4 da fábrica.
■ Dois anos depois, em 1946, dois operários morreram
quando munições velhas explodiram, ao serem desmontadas.
■ Em 24 de
janeiro de 1984, uma explosão no reservatório de ar comprimido matou o operário
Paulo Roberto Marques Coragem, 32 anos, e feriu outro funcionário. O acidente
ocorreu por volta das 10h, na Central de Ar Comprimido da Imbel.
INTERDIÇÃO
DA FÁBRICA
Os auditores da Gerência Regional do Trabalho de Juiz
de Fora decidiram pela interdição da fábrica da Indústria de Material Bélico do
Brasil (Imbel), no Bairro Araújo. A decisão ficará em vigor até a administração
tomar providências para garantir a segurança dos 270 funcionários. As atividades
no local estão suspensas desde a explosão de um paiol há uma semana, que causou
danos materiais em dependências da indústria e em imóveis vizinhos.
De acordo com o auditor José Miguel Campos Júnior, a
empresa já foi notificada da interdição, que foi definida na segunda-feira, 22
de agosto, após a análise do relatório das vistorias feitas até a última
sexta-feira (19).
"A fábrica possui 92 edificações e todas
precisaram ser vistoriadas, não apenas o local do incidente. Por isso que o
laudo foi finalizado nesta segunda. Foram determinadas providências técnicas
para que a indústria volte a manter trabalhadores no local. Uma parte da
interdição diz respeito às edificações, porque algumas foram
comprometidas", explicou.
A interdição é por tempo indeterminado porque cabe à
empresa resolver os problemas e pedir uma nova vistoria. "A Imbel precisa
apresentar uma solicitação do levantamento de interdição, que pode ser total ou
parcial. A partir disso, os auditores voltam ao local para analisar o que for
pedido pela empresa", afirmou.
Ainda segundo ele, outros detalhes da interdição não
podem ser divulgados por envolver o sigilo referente à natureza da atividade da
fábrica, que é a produção de material bélico.
O assessor da Imbel, coronel Malbatan Leal, confirmou
a entrega do termo de interdição no fim da tarde de segunda-feira e disse que
as providências estão em andamento. "Estamos definindo o planejamento do
cronograma, mas ainda não há prazo. O objetivo é retornar à normalidade,
atendendo ao rigor que confira segurança para todos. A interdição veio de
encontro à decisão do chefe da fábrica de suspender as atividades, o que indica
uma convergência de interesses dos envolvidos", afirmou.
A princípio, a meta será solicitar a suspensão parcial
da interdição, segundo o assessor. "Houve áreas mais impactadas do que
outras, que vão demandar mais tempo de reparo. Por isso, provavelmente será
priorizado o retorno parcial das atividades", explicou.
INQUÉRITO CIVIL VAI APURAR FALHAS NA SEGURANÇA DA
IMBEL
O Ministério Público do Trabalho (MPT) quer saber
quais falhas ocorreram para que o sistema de armazenamento de explosivos da
Indústria de Materiais Bélicos do Brasil (Imbel) se tornasse inseguro. Esse é
um dos questionamentos que deverão ser respondidos no inquérito civil
instaurado um dia após o incidente de 16 de agosto que resultou na explosão do
paiol de número 1, onde havia centenas de granadas em processo de confecção.
Até agora, os dados não apontam para participação humana no episódio, embora a
própria fábrica não descarte nenhuma hipótese, inclusive a de incêndio
criminoso. Ontem o procurador do MPT, José Reis Santos Carvalho, e cinco
auditores fiscais da Gerência Regional do Trabalho voltaram a entrar na empresa
para inspecionar o local.
“O objetivo é avaliar as medidas que estão sendo
adotadas para que o meio ambiente do trabalho possa voltar a ser saudável,
garantindo a segurança dos trabalhadores”, afirmou, logo na entrada, o
procurador José Reis.
O auditor fiscal do Ministério do Trabalho, José
Miguel Campos Júnior, informou que essa é a terceira inspeção do órgão na Imbel
e que a intenção é verificar o que está sendo realizado de mudanças na área
afetada, já que parte das 92 edificações da fábrica sofreu danos com a
violência do impacto provocado pela explosão. O auditor disse ainda que o
processo envolvendo a recuperação de áreas e a adoção das normas exigidas pelo
Ministério do Trabalho é lento. No caso do inquérito civil, o Ministério
Público do Trabalho tem até um ano para conclusão, mas pode terminar antes do
prazo.
MATERIAL EXPLOSIVO É TRANSFERIDO PARA UNIDADE DO
EXÉRCITO
Começou na segunda-feira, 5 de setembro, a transferência dos materiais explosivos da Imbel,
em Juiz de Fora. Essa é uma das exigências para que a fábrica volte a funcionar
depois da explosão..
O trânsito próximo a Imbel foi controlado para que os
caminhões com o armamento pudessem sair. Eles levaram materiais explosivos e
munições semi-acabadas que estavam nos paióis 2 e 3 da indústria. Os veículos
foram escoltados até o campo de instrução do Exército, que também fica na zona
Norte da cidade.
“O transporte será feito tendo em vista a
característica do material, que tem que ser separado. No destino final no
Exército também serão colocados [os materiais] em paióis diferentes, então é
uma logística especializada”, explica o assessor da Imbel, Coronel Malbatan
Leal.
As munições ficaram comprometidas depois da explosão
que aconteceu no paiol 1. A transferência era uma das exigências para a
reabertura parcial da unidade interditada pelos auditores da Gerência Regional
do Trabalho em Juiz de Fora.
Malbatan destacou que o local é adequado e seguro.
"É uma área da companhia do 4º Depósito de Suprimento, específica e
isolada com estrutura apropriada para armazenar munição. Será completamente
seguro, sem oferecer riscos aos moradores", garantiu.
Após a transferência, a próxima etapa será o reparo
dos danos causados pela explosão.
"A retirada dos materiais dos demais paióis era
uma das condicionantes colocadas pelo Ministério Público do Trabalho, com
propriedade, para o início das obras de engenharia necessárias. Nosso objetivo
é, reunindo as condições de segurança, corrigir os pontos apontados no termo de
interdição e entregar os laudos solicitados para conseguir a liberação parcial
do funcionamento", explicou coronel Malbatan Leal.
De acordo com ele, a meta é liberar primeiro a parte
administrativa. No entanto, ainda não há uma previsão porque depende do
andamento das obras, das emissões de laudos e de novas vistorias do Ministério
do Trabalho e MPT.
"É um trabalho gradativo, que depende do
cumprimento de todos estes processos. Deste acidente, vamos tirar todas as
lições para reforçar ainda mais nossas normas de segurança", afirmou.
RESSARCIMENTO DOS MORADORES
A empresa já começou a ressarcir os moradores que
tiveram prejuízos com a explosão. Até o dia 31 de agosto, já tinham sido
ressarcidas 59 das 279 pessoas que reclamaram.
EMPRESA
A Imbel é uma empresa estatal vinculada ao Ministério
da Defesa, em função de sua natureza, já que fabrica produtos estratégicos
destinados a defesa e segurança do país. Ela não faz parte da estrutura
organizacional do Exercito, embora seja o seu principal cliente. Por ser uma
empresa pública, ela é dependente do orçamento da União.
Além da unidade da Zona da Mata, a Imbel também está
presente no Rio de Janeiro (RJ), Magé (RJ), Itajubá (MG) e Piquete (SP). A
fábrica de Juiz de Fora foi inaugurada em 1938, mas já funcionava em 1937.
A empresa tem tecnologia própria para a fabricação de
materiais de emprego militar, com qualidade assegurada por Certificado de
Sistemas da Qualidade e Serviços Pós-entrega para Material Bélico Aeroespacial,
foguetes e munições de 40 a 155 milímetros e suas embalagens.
No local, são produzidas munições para morteiros 60,
81 e 120 milímetros, para canhões de 90 milímetros e para obuseiros 105 e 155
milímetros; motor foguete SBAT 70 M4B1 e cabeças de guerra AP e AC.
IMBEL DIVULGA RELATÓRIO PARCIAL EM 19/09/2016
A explosão de um dos paióis pode ter sido causada por
instabilidade química de componentes de munições armazenadas na empresa. De
acordo com o assessor da Imbel, Coronel Malbatan Leal, dentre as hipóteses
investigadas, a causa mais provável para o acidente seria uma ação de natureza
química.
“Para excluir algumas hipóteses e apresentar um
diagnóstico das causas, o pessoal especializado da fábrica elaborou um
relatório, porém, é um documento preliminar, pois os resultados de exames
laboratoriais ainda não estão finalizados”, ressaltou o assessor. Ainda não há
prazo para divulgação do resultado desses exames, que está a cargo de um grupo
especializado da empresa.
Segundo Assessoria de Comunicação Institucional da
fábrica, foram destacadas as medidas adotadas pela empresa para a prevenção de
acidentes, como o recolhimento das munições não detonadas às instalações
preparadas, das munições que não oferecem risco, das que foram parcialmente
danificadas com a explosão e a realização de uma varredura na área do incidente
e nas imediações.
Os materiais explosivos e as munições semi-acabadas
que estavam nos paióis 2 e 3 da indústria foram transferidos para o campo de
instrução do Exército, no Bairro Nova Era, em Juiz de Fora, no início deste
mês. Essa é uma das exigências para que a fábrica volte a funcionar depois da
explosão
IMBEL DIVULGA RELATÓRIO FINAL 20/109/2016
O
resultado confirmado foi o de “instabilidade química do material”, de acordo
com o assessor de comunicação da unidade, Coronel Malbatan Leal.
Um
relatório preliminar foi divulgado no dia 19 de setembro e apontava que a causa
mais provável para o acidente seria uma ação de natureza química.
O documento
será encaminhado ao Ministério do Trabalho, para que eles venham até a fábrica
e verifiquem a situação, afirmou Leal.
Fonte:Tribuna
de Minas - 17 de agosto de 2016;Tribuna de Minas - 17 de agosto de 2016; O
Tempo - 17/08/16; Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais - Qua, 17 de
Agosto de 2016; G1 Zona da Mata-17/08/2016; G1 Zona da Mata-23/08/2016; G1 Zona
da Mata-05/09/2016; G1 Zona da Mata-20/09/2016; G1 Zona da Mata-11/10/2016
O petroleiro
Alina P. chegou ao Terminal Almirante Barroso (Tebar), dia 23 de dezembro de
1991, carregando 47 mil toneladas de óleo cru, procedentes do poço de Piraúna,
na Bacia de Campos (RJ). O navio concluiu a operação de descarregamento em 30
de dezembro de 1991, às 14h 10.
Depois
de desatracar, às 19 horas, rumou para a entrada sul do canal de São Sebastião,
onde permaneceria ancorado. Às 20h10, no momento da ancoragem, a 7,5
quilômetros do píer de Tebar, próximo à praia de Baraqueçaba, em São Sebastião
(215 km a leste de São Paulo), no local conhecido como Ponta do Guaecá, uma
violenta explosão em um dos 15 tanques de compartimento de carga deu início ao
incêndio.
INCÊNDIO
Seis
rebocadores da Petrobrás foram ao local para apagar o incêndio. Até as 23 h , o
navio estava com a popa submersa.
RELATO
DE TESTEMUNHAS - CHAMAS ATINGIRAM DUAS VEZES A ALTURA DO NAVIO
A
explosão do petroleiro "Alina P" foi notada até em Parati, cidade
litorânea do Rio de Janeiro que fica a 155 km de São Sebastião, onde turistas
afirmaram ter visto um clarão no momento do acidente. Na praia de Junquei (50
km ao sul de São Sebastião), foi visto um clarão no céu e se ouviu um estrondo.
Em
Ilhabela(7 km leste de São Sebastião),
o gerente do Hotel Itapemar, declarou que viu as labaredas atingiram duas vezes
a altura do navio. Segundo o gerente, que observou o acidente com um binóculo,
onavio estava tão próximo do continente
que as chamas iluminavam as casas da praia de Baraqueçaba.
O
publicitário Carlos Castelo Branco, disse, que estava em sua casa a cerca de
100 m da praia da Baraqueçaba (local do acidente), quando ouviu um "enorme
explosão que vinha da praia". Segundo ele, "foi um estrondo co¬mo o
estouro de um botijão de gás de cozinha."
A
população de São Sebastião comentava nas ruas da cidade que o acidente mais
parecia um terremoto, já que tudo tremia dentro das casas e parecia que tudo ia
desabar, conforme a psicóloga Yara Moraes. Segundo Yara, que estava na praia no
momento da explosão, "tudo começou com. pequenas explosões e, logo em
seguida, houve uma grande explosão". "Uma nuvem densa de fumaça preta
e labaredas altas apareciam no horizonte", afirmou.
A
estudante Alessandra Santos, em férias em Baraqueçaba, disse que, por volta das
20h10 min, ela e seus familiares ouviram um barulho "forte, co¬mo se fosse
um terremoto". Saí¬ram à sacada e viram gente correndo, pela rua, em
direção à praia. Quando chegaram, o petroleiro tinha explodido e estava
"virando para o lado". .
O
casal Vera e Roberto Mele, que está passando férias na praia de Maresias, disse
que ouviu um "estrondo forte" e depois viu uma "fumaça
preta" no céu.
VÍTIMAS
O
petroleiro, que opera na rota entre São Sebastião e a Bacia de Campos desde
1985, levava 24 tripulantes de
diferentes nacionalidades. Parte da tripulação foi lançada ao mar com a
explosão.
Segundo
o médico Marcelo Ferraz Coelho, do porto de São Sebastião,seis feridos foram internados na Santa Casa
de Misericórdia da cidade. Um deles em estado grave. Um tripulante morreu.
Na
Santa Casa, informava-se que oito tripulantes de¬ram entrada no hospital. As 23
h, quatro já haviam sido liberados. Os feridos sofreram queimaduras de primeiro
e segundo graus.
PETROLEIRO
O
Alina P. pode carregar 54.715 toneladas de óleo cru. Tem 224 metros de
comprimento e foi construído em 1975. Está fretado pela Petrobrás há cinco
anos.
NAVIO
NAUFRAGADO
O
navio está naufragado a profundidade de 300 metros e distante 5,5 km da costa.
CAUSAS
PROVÁVEIS
■ De acordo com técnicos
da Petrobrás, o acidente que destruiu o Alina P. pode ter sido causado pela
combustão de gases no compartimento de carga do navio. Mesmo depois de
descarregar, os petroleiros mantêm em seus porões borras de óleo cru e uma
variedade de gases combustíveis. O acidente poderia ter sido evitado se o navio
dispusesse de um sistema de injeção de gases inertes no compartimento. A
instalação de sistemas de segurança como esse é uma norma internacional de
navegação marítima desde 1988.
■ O acidente pode ter
sido provocado pelo atrito da corrente da âncora do navio com o casco, durante
manobras. Com o atrito, faíscas teriam atingido o porão do navio, onde havia
gás acumulado. De acordo com o Corpo de Bombeiros, essas informações foram
transmitidas pelo comandante do navio. Fontes: Folha de São Paulo e O Estado de
São Paulo de 31 de dezembro de 1991