Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Riscos de inundação

PODEMOS INDAGAR;
■ Por que as inundações acontecem? E as técnicas que podem ser usadas para diminuírem os prejuízos das edificações e pessoas que vivem nos locais inundados.
■ O que provoca uma inundação? Por que elas ocorrem sempre nos mesmos lugares? As inundações estão associadas com o desenvolvimento econômico? Os moradores da região têm parte na culpa?
■ O que acontece com o solo quando recebe água por um tempo prolongado?
■ Que atitudes artificiais poderiam prevenir ou poderiam protelar as inundações?
■ De que forma poderia resolver o problema das inundações num certo local? O que podemos fazer?
■ Que locais geográficas são mais propícios a inundações?
■ Deveria existir um método de vigilância nos locais onde costuma ocorrer inundações? Como ele funcionaria?
■ De que forma as pessoas podem se prevenir contra inundações?
■ Que aspectos da infra-estrutura de um da região podem ser afetados por uma grande inundação?
■ Em que época do ano costumam ocorrer inundações na sua cidade?

Essas indagações são importantes para que a empresa possa delinear através de um plano de emergência, quais as medidas a serem tomadas diante de um alagamento ou inundação

ORIGEM DA INUNDAÇÃO
Do ponto de vista físico, as chuvas que provocam as inundações são precipitações de grandes volumes de água em um curto período de tempo em uma área relativamente pequena. Este fenômeno tem sua ocorrência ligada a causas remotas, como a mudança global do regime de chuvas provocada pelo desmatamento indiscriminado, a poluição atmosférica pelos gases de combustão (gases carbônicos) além de possíveis fenômenos telúricos cíclicos (El Niño, La Niña, etc.).

A área propensa à inundação é uma área geralmente na proximidade de um rio, córrego, lago, baía ou mar, a qual pode ser inundada sob condição adversa. Uma condição adversa pode originar de várias causas, capaz de danificar estruturas ou edifícios.
A inundação ocorre quando o nível d´água eleva-se acima do nível normal, tal como; inundação de um rio, inundação de áreas não normalmente alagáveis (áreas secas sujeitas à inundação).

O rio é o principal cenário quando a vazão da água ultrapassa o nível normal. Quando a água do mar ultrapassa o nível mais baixo da costa litorânea, geralmente não coberta pela ação da maré, ocorre à inundação da costa. A maioria das causas de inundação é a incidência de chuva, quando os fatores propícios combinam-se e interagem para maximizar a superfície de escoamento.

PODEMOS DIVIDIR OS DANOS CAUSADOS POR ÁGUA EM:
■ transbordamento de rio, próximos a empresa.
■ refluxo de água através do sistema de esgoto e água pluvial, devido ao transbordamento de córregos e rios.
■ transbordamento conjugado de maré alta e rio (índice pluviométrico elevado)

No caso de região urbana podemos considerar dois fatores: Drenagem Urbana e Inundações Ribeirinhas

O escoamento pluvial pode produzir inundações e impactos nas áreas urbanas devido a dois processos, que ocorrem isoladamente ou de forma integrada:

1-INUNDAÇÕES DE ÁREAS RIBEIRINHAS:
Os rios geralmente possuem dois leitos, o leito do rio onde a água escoa na maioria do tempo e a várzea o leito maior, que foi ocupado por população ou por obras viárias.
Os córregos e rios que cruzam a cidade não podem ser vistos apenas como receptores de esgotos e águas servidas. Eles formam o elemento principal do sistema de escoamento das águas pluviais. Assim, uma diminuição da seção da calha destes rios e córregos diminui a capacidade de escoamento, e aumenta a probabilidade de alagamento das zonas ribeirinhas.

2-INUNDAÇÕES (ALAGAMENTOS) DEVIDO À URBANIZAÇÃO:
Outra conseqüência das chuvas fortes são as enxurradas torrenciais e alagamento. A elevada taxa de impermeabilização do solo urbano é um dos fatores que amplia o volume de água a ser escoado pelo sistema de captação da cidade.
As áreas internas aos terrenos de residências, e mesmo de edifícios públicos, costumam ser totalmente impermeabilizadas por cerâmicas, lajotas, cimentados comuns, etc., o que impede a infiltração da água da chuva e sobrecarrega o sistema de captação.

E a pouca arborização da área urbana, com ruas pavimentadas e terrenos todos ocupados, concorrem para a formação de zonas de baixa pressão atmosférica (ilha de calor) que funcionam como um “ralo” para as nuvens carregadas. Dependendo da altura da coluna dos cúmulos (tipo de nuvem) e de sua carga de água, torna-se inevitável à precipitação de enormes índices pluviométricos.
A quantidade de chuva por unidade de tempo (intensidade) e o total do tempo da chuva (duração) são importantes para determinar a intensidade da inundação.
Chuvas localizadas, intensos temporais podem criar condições de inundação em pequenas bacias de drenagem. Locais próximos aos rios, riachos ou litorais são geralmente susceptíveis para inundação, particularmente se a elevação do solo é quase próxima ou a mesma da fonte de inundação ameaçadora (exemplo, as várzeas dos rios que foram extintas nas grandes cidades pela construção de avenidas ou edificações).

Um local com superfície relativamente plana, independente se está acima da elevação de um volume de água, pode facilmente tornar-se alagado por chuvas intensas. Quando, riacho ou rio transborda após uma chuva intensa ou prolongada, a extensão dos danos da inundação depende principalmente da topografia, da característica do curso d´água e a extensão da inundação. Deslizamento de terra, canal obstruído ou precipitação pesada pode causar somente inundação em local montanhoso e fundo de vale.
Essas condições anormais combinada com elevada precipitação de chuva que provoca aumento do nível d'água próxima à foz do rio e do córrego.

Os índices elevados de precipitação pluviométrica saturam o solo e a água controla o percurso d`água anormal existente (a água flui para o leito anteriormente existente , rios temporários). O transbordamento de rios e córrego resulta em alagamentos.

ATENUAÇÃO DA ÁREA IMPERMEABILIZADA
Incentivar a preservação ambiental, fundamental para a melhoria da qualidade de vida. O incentivo ao uso de cobertura vegetal ao invés de materiais impermeáveis em áreas externas das residências pode significar um acréscimo de área permeável em torno de 10% a 15% da área urbana, diminuindo o volume de água a ser escoado pelo sistema de drenagem.

MEDIDAS CONTRA INUNDAÇÃO
A empresa deve obter junto aos órgãos públicos (serviço de meteorologia) os meses onde ocorrem as maiores precipitações pluviométricas, para que possa tomar as medidas necessárias durante a época dessas ocorrências.
O histórico anterior de inundação de uma certa área indica fortemente a susceptibilidade de inundação.
Se esta situação for previsível pelo serviço meteorológico ou pela constatação que o sistema de escoamento de água pluvial está demorando em escoar a água da chuva, a empresa deve estar preparada para acionar o sistema de emergência contra inundação.

ALGUMAS MEDIDAS QUE PODEM MINIMIZAR OS DANOS:

1-Caso haja córrego, próximo à empresa, solicitar ao órgão público, a limpeza e a dragagem do córrego ou a sua canalização
2-Tomar cuidado com “ralos" ou caixa de gordura no interior do prédio, que em caso de transbordamento, poderá haver refluxo de água. É necessário colocar um dumper nas caixas.
3-Colocar barreiras contra inundação (porta elevatória com guia e contrapeso), que em caso de transbordamento, poderá ser acionada, funcionando como barreira (comporta), principalmente nas aberturas (portas).
4-A empresa em conjunto com órgão público (prefeitura) deve através de campanhas educativas procurar conscientizar a comunidade sobre o lixo urbano jogado nos leitos dos rios. Um programa educacional junto à população pode, portanto, ajudar a prevenir enchentes. O hábito de jogar lixo nas ruas, deixar restos de cimentos de obras nas calçadas ou depositar com muita antecedência em frente à casa o lixo a ser coletado faz com que todo este lixo acabe por ser arrastado pela chuva para os bueiros, entupindo-os e fazendo com que as enxurradas nas ruas se tornem violentas, podendo arrastar pessoas, casas e automóveis. É importante também envolver os meios de comunicação disponíveis na cidade, as organizações sociais, clubes de futebol, igrejas, sociedades de bairros, etc.

À PROVA DE INUNDAÇÃO
Á prova de inundação inclui projeto ou modificação do edifício ou característica do local para reduzir o potencial de danos de inundação. As proteções passivas podem incluir construção de diques secos, barreiras de contenção e comportas.
As barreiras de contenção e diques geralmente são utilizadas para grandes áreas, entretanto, eles também podem ser práticos e econômicos para um pequeno número de estruturas ou uma única estrutura.
As barreiras de contenção são geralmente construídas de alvenaria ou de concreto. Os diques geralmente são aterros de terra com inclinação baixa ou moderada.
A vantagem dos diques e paredes de contenção é que eles podem proteger algum tipo de estrutura, se forem construídas adequadamente (piscinão). A vedação em porta ou em qualquer outro tipo de abertura com material resistente a água (existe no mercado internacional, dispositivos apropriados, denominados de flood barriers, para esse tipo de proteção).
As medidas de controle de contingência para alagamento exigem algum tipo de instalação ou preparação antecipada. As proteções de alagamento, portas com vedação ou outro dispositivo de proteção deve ser colocado imediatamente, ou antes, do alagamento (adotar procedimento quando a empresa encerrar o expediente a obrigatoriedade de todos os sistemas existentes de proteção contra alagamento esteja ativado).
A principal desvantagem com esse tipo de proteção é confiar na intervenção humana durante a situação de emergência extremamente grave.

Se uma nova instalação está sendo construída ou projetada em uma área de provável alagamento, a empresa deveria levar em consideração esse problema, construindo ou projetando o piso inferior para ser o piso acima do nível da base do alagamento, isto é, elevação do piso acima do nível máximo de alagamento existente. Aterros, pilares e estaqueamento podem ser usados para elevar a estrutura.

As necessidades de proteção de emergência contra alagamento devem ser capaz de colocar imediatamente avisos nas áreas de riscos. As atividades devem ser cuidadosamente antecipadas e planejadas.
As medidas de emergência incluem a construção de diques com sacos com areia ou com terra e execução de aterro (ensecadeira de terra). Os diques de contenção são construídos de terra ou areia, utilizando sacos plásticos ou de aniagem que seriam enchidos durante o alagamento (os sacos seriam enchidos durante a iminência do alagamento ou transbordamento).
As proteções com aterro e barreiras de contenção (modular flood barrier) são paredes provisórias executadas com placas de madeira, que pode ser deixada ao longo de canais tal como “slot” de concreto (estrutura de concreto, onde será fixada ou encaixada as placas de madeira).

As condições de alagamento são impostas quase sempre pela ação imediata. Por esta razão é essencial que todo material e plano para operação preventiva adequada deve ser colocado em prática antecipadamente.

OS PRINCIPAIS PROBLEMAS PROVOCADOS PELA INUNDAÇÃO SÃO:
■ prejuízos de perdas materiais e humanas;
■ interrupção da atividade econômica das áreas inundadas;
■ contaminação por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera, entre outros;
■ contaminação da água pela inundação de depósitos de material tóxico, estações de tratamentos entre outros.

PERDAS MATERIAIS
No caso de inundação, a água contaminada provoca danos corrosivos em máquinas e em equipamentos elétricos que ficaram imersos. A fim minimizar os danos da corrosão, é necessário que se faça imediatamente à ação preventiva (manutenção e limpeza) dos equipamentos e máquinas afetadas.
Os elementos mais comuns causadores da oxidação e corrosão são o equipamento exposto à água e ao oxigênio.

Os principais danos provocados pela inundação:
■ motores, os geradores, os controladores, os acionadores de partida, os painéis de distribuição de ligações, etc
■ motores diesel, as engrenagens de redução, máquinas girantes, sistema hidráulico, etc
■ matéria prima e mercadoria (dependendo do tipo, perda total)
O processo de ação preventiva (limpeza e manutenção) deve ser imediato para reduzir as perdas devido à exposição a sais ácidos ou da água contaminada aos metais e/ou equipamentos elétricos.

MEDIDAS DE SEGURANÇA
O desastre natural, diferente do incêndio é impossível de evitá‑lo previamente. Portanto, quanto à medida é essencial minimizar os danos e mesmo havendo danos, restaurar o mais rápido possível.
O comitê de segurança (responsável pela elaboração de normas relacionadas a segurança e sua execução), deve preparar as normas de medidas de segurança, com relação a desastres naturais (vendaval e inundação) e manual de procedimentos dos funcionários.
Nos manuais devem ter regras como se preparar caso haja a possibilidade de ocorrência de vendaval, tromba d'água, inundação, etc.
Por outro lado é essencial diminuir o tempo de paralisação de operação e minimizar seu prejuízo, deixando em alerta os funcionários, encarregados da execução do plano de restauração de operação após desastre e mantendo o material necessário para esta emergência (bomba de sucção, lonas plásticas, materiais utilizados na secagem de equipamentos).

CHECK LIST - INUNDAÇÃO
A gerência da empresa deve assegurar que as seguintes atividades foram executadas:
1-Revisão de todas as exposições possíveis que podem afetar a instalação durante a inundação , por exemplo, instalação vizinha, armazenagem ao ar livre (pátio), interrupção de serviços básicos (água, energia, gás, etc) e problemas de acesso em potencial
2-Revisão do plano de emergência da instalação, se necessário, atualizar.
3-Assegurar que as edificações, muros (muros e edificações apresentam sem problemas na parte estrutural, rachaduras ou trincas) e barreiras de contenção estão bem conservados.
4-Assegurar que as aberturas no nível do solo (portas) que foram construídas com barreiras fixas (patamar com escada) estão intactas.
5-Checar as condições de barreiras de contenção e assegurar que elas estão acessíveis e prontas para instalar.
6-Revisão da localização e checar as condições de válvulas operadas manualmente, que foram instaladas em tubulações para impedir o refluxo através do sistema de drenagem ou de esgoto.
7-Testar e checar que as bombas de esgotamento estão bem conservadas e funcionando.
8-Avaliar a necessidade de proteção adicional para equipamentos vitais
9-Ter em reserva sacos de areia para proteger possível entrada de água e para proteção de equipamento vital. Garantir que os sacos para enchimento de areia estão em boas condições.
10-Assegurar que os membros da equipe de emergência conhecem os procedimentos de seus serviços durante a emergência de inundação.
11-Efetuar exercícios com os membros da equipe nas instalações, tais como; barreiras de contenção, checagem de bombas e fechamento das válvulas operadas manualmente.

Quando a inundação está ameaçando a instalação, a equipe de emergência e os empregados devem empenhar-se nas seguintes atividades (onde é adequado):
1-A pessoa indicada está monitorando as condições de inundação (nível de inundação, obter informação junto ao órgão público sobre o índice pluviométrico, a elevação do rio por hora) e mantendo o líder da emergência informado.
2-Sacos estão sendo preenchidos com areia e colocados nos possíveis pontos de entrada e em equipamento de vital importância (bomba de incêndio, equipamentos caros, etc).
3-As barreiras de contenção estão sendo instaladas.
4-Os empregados estão realocando as seguintes mercadorias /equipamentos para locais seguros;
4.1-estoque de itens de valores elevados ou aqueles críticos para continuar a operação
4.2- equipamentos, tais como; equipamentos eletrônicos móveis, computadores, dispositivos de controle de qualidade e de testes, matrizes e moldes, etc.
4.3-alguns veículos que serão necessários depois da inundação, tais como; caminhões, empilhadeiras, trailers, etc.
4.4-Qualquer armazenagem externa ou equipamento que não poder ser transferido para outro local está protegido.
4.5-Tanques de armazenagem vazios, incluindo de superfície e aterrado devem ser preenchidos para impedir a flutuação.
4.6-Empregados estão protegendo as máquinas estacionarias de grande porte com lubrificantes que protege contra corrosão e repelente a água (lubrificante cria um filme, que dificulta a penetração de água e evitando a corrosão), graxa repelente a água ou lonas plásticas.
4.7-Telhado, piso e pátio que drenam água foram checados para verificar, se eles estão limpos, e assim continuamente monitorado para garantir que estão limpos
4.8-Empregados fecham quaisquer válvulas operadas manualmente, conectadas as tubulações, para impedir o refluxo através do sistema de drenagem ou de esgoto.
4.9-Bombas de esgotamento, deram a checagem final para garantir o funcionamento delas.
4.10-Sistema de líquidos inflamáveis foi interrompido
4.11-A equipe de recuperação de salvados está em alerta e preparada para executar as ações descritas no plano de emergência
4.12-Equipe de reparos de equipamentos (já identificado no plano) está em posição de alerta
4.13-Para reduzir a probabilidade de ocorrência de incêndio durante a inundação, o plano também está levando em consideração as seguintes etapas:
4.13.1-Eletricidade e gás foram interrompidos para prevenir curto circuito de equipamento elétrico e diminuir o risco de incêndio ou ruptura da canalização de gás. Se a bomba de incêndio é elétrica, ter uma bomba a diesel disponível como reserva.
4.13.2- Barreiras foram instaladas em volta da canalização principal do sistema de sprinkler (conjunto de válvula de governo, alarme, dreno) para protegê-la contra detritos, entulhos flutuantes.

O líder do plano de emergência deve esforçar-se para manter em funcionamento o sistema de proteção contra incêndio durante a inundação.

Assim que possível, depois da inundação a equipe de emergência (equipe de recuperação de salvados) e demais funcionários devem iniciar o procedimento de recuperação;
1-Equipamento deve ser limpo e secado, com as partes vitais recebendo atenção especial (estes devem ser identificados no plano)
2-Permanecendo água nas instalações, removê-las
3-Áreas úmidas são desumidificadas
4-Materiais molhados e entulhos da inundação são removidos da instalação
5-Sistema de proteção contra incêndio é mantidos em serviço. Isto é vital, depois da limpeza, pode resultar acúmulo de materiais combustíveis (entulho, material inservível, etc).
6-Todo reparo de corte e solda deve ser conduzido de acordo com a permissão de autorização de corte e solda.

Fonte: Tokyo Marine Insurance, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Impactos devido às inundações ribeirinhas, IRI Sentinel – Third Quartier – 1997 - “Flood”, FM – Record – Effective action against flood – First Quarter - 1995

DADOS HISTÓRICOS

Moradores e empresários passaram o dia tentando remover lama e entulho
Moradores, comerciantes e empresários da região do Ipiranga, na zona sul da capital, tiveram muito trabalho para conseguir limpar a sujeira deixada pela enchente de 12 de Janeiro de 2000.

Ruas, casas e empresas estavam cheias de entulho e lama.
Na lanchonete de propriedade de José Pereira de Souza, a água chegou a quase 2 metros no interior do seu estabelecimento. Mesmo assim, na manhã de sexta-feira, 14 de janeiro, Souza tinha esperanças de fazer funcionar a geladeira, que comprou em 12 parcelas. O esforço de nada adiantou. "Só consegui salvar alguns copos de água mineral", disse.

Metalúrgica e prejuízo
Os funcionários da metalúrgica Bernadini passaram sexta-feira, 14 de janeiro, tentado limpar e retirar a lama espalhada pelos 22 mil metros quadrados do local. A força da água da chuva foi tão grande que derrubou uma das paredes da empresa, por onde a água entrou.
Mesmo com o sol brilhando dentro da metalúrgica, a água alcançava quase 2 metros de altura. "Em apenas um dia não dá para limpar tudo", disse o gerente-industrial. Ele afirmou que o prejuízo é de aproximadamente R$ 6 milhões (US$ 3,2 milhões).
Além da dor de cabeça de limpar a sujeira, a metalúrgica teve de pôr funcionários de prontidão na fábrica, pois havia pessoas tentando entrar no local, pela parede derrubada, para retirar objetos.
A empresa informou que vão entrar com um processo na Justiça contra a prefeitura e o governo do Estado pedindo indenização pelos danos causados pela enchente.
Dia de limpeza geral e máquinas paradas na região ABCD

O temporal que atingiu a região do ABC no início da noite de quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000, causou enormes prejuízos às indústrias localizadas em Diadema.

A maioria das empresas foi alagada
Das 50 maiores empresas metalúrgicas instaladas no bairro de Piraporinha e arredores, principal foco de concentração de fábricas, pelo menos 20 foram invadidas pelas águas e tiveram que paralisar suas produções para retirada de lama, lixo e realização de reparos em equipamentos.

Causa do alagamento
A causa do alagamento que atingiu Autometal e TRW, entre outras empresas, é velha conhecida dos industriais da região. O Ribeirão dos Couros, um córrego que passa por trás das fábricas, não suporta o volume de água e transborda em poucos minutos sempre que a, chuva é muito forte.

Limpeza e retirada de lama
O proprietário da Autometal (empresa do ra­mo de autopeças) passou por um dos momentos mais tristes na vida desde a inauguração da sua fábrica, há 36 anos.
"Poucas vezes eu vi tanta água e sujeira em um mesmo lugar", diz. Das 18h00 de quarta-feira às 6h00 de quinta-feira, os 350 funcionários que deve­riam trabalhar no turno da madrugada ficaram parados.
Quem conseguiu chegar colaborou com a retirada de lama e água que dominaram 70% da planta da fábrica. O nível d'água ultrapassou 20 cm de altura e chegou a afetar alguns equipamentos. "Só com a paralisação da produção de peças terei um prejuízo de R$ 200 mil (US$ 110 mil)", lamenta o empresário. O empresário ainda calculava as perdas com horas de mão-de-obra paradas e os custos de manutenção para recolocar parte de seu parque industrial em operação.

Seguro
Para se proteger das enchentes o recorre ao seguro que garante ao conserto, ou mesmo a reposição, de máquinas e peças que venham a ser afetadas. "Já pensei em acionar a prefeitura, mas conclui que o gasto e a lentidão para receber indenizações não compensam."

Mudança para fugir das enchentes
Há empresas que conseguem conviver com alguns dias de cheia no ano, mas nem sempre a economia no aluguel de um galpão desvalorizado compensa. "É possível investir em obras civis, como diques e comportas, mas os pequenos transtornos e paradas da produção atrapalham demais", diz o diretor da Weril, fábrica de instrumentos musicais que saiu de Mairiporã para se instalar em Franco da Rocha.
"Nós muda­mos para o alto de um morro, bem acima do nível da represa, só por causa da lembrança dos seis anos que sofremos com enchentes", diz.
Segundo o diretor, sair dos locais de risco é a melhor solução. "Há mui­tos galpões vazios na Grande São Paulo", diz o empresário, que começou a se mudar no final de 1987. O diretor lembra-se de ver suas máquinas cobertas 1,7 metros de água e lama. "Era preciso desmontar tudo para limpar peça por peça, mas sempre sobrava um pouco de bar­ro." A empresa não perdia matéria‑prima, pois a maior parte da matéria-prima era latão, que não estraga em contato com a água como o aço.

Prejuízos elevados, a mudança foi a melhor solução
As enchentes do verão passado, também pesaram na decisão de mudança da Indústria Nacional de Aços Laminados (Inal), empresa do grupo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Em setembro, a fábrica foi transferida de Guarulhos para Mogi das Cruzes.
A Inal perdeu R$ 16 milhões (US$ 9 milhões) com a chuva de 10 de fevereiro de 1999 e levou mais de um mês para colocar toda a linha de produção em funcionamento normal.

Construção de diques, não foram suficientes
A Inal ficava entre a via Dutra e o rio Tietê, em Guarulhos. Para contornar enchentes, que costumavam atingir meio metro de altura, a Inal construiu diques. No entanto, eles foram insuficientes na noite do dia 10, quando Guarulhos recebeu 121 milímetros de chuvas. Uma carga excepcional, na opinião da pesquisadora Neide Oliveira, do 7o Distrito de Meteorologia.
A fábrica e os escritórios do térreo foram tomados por 1,5 metros de água e lama do rio. As lâminas e bobinas de aço, que seriam usadas para fazer latas para embalar alimentos e autopeças, tiveram de ser inutiliza­das por causa da oxidação.

Causa do alagamento
Devido à crise política e administrativa de Guarulhos, a manutenção dos rios e córregos não foi feita por dois anos. A atual administração está fazendo a manutenção dos canais e há duas outras obras antienchentes sendo feitas pelo governo estadual: a canalização do córrego Cabuçu e a contenção de encostas ao lado das pontes das rodovias, O assoreamento dos cursos d'água é agravado pelo crescimento urbano desordenado. Guarulhos cresce 4,3% ao ano. A migração acrescenta 43 mil novos moradores por ano, que invadem terrenos ou compram lotes clandestinos. As casas surgem de forma in­controlada e provocam erosão.

Vídeo:
Mostra um sistema automático de barreira contra inundação

Marcadores: , ,

posted by ACCA@5:00 AM

0 comments

sábado, fevereiro 20, 2010

Deslizamento de terra assusta região da Calábria, na Itália

Um enorme deslizamento de terra na cidade de Maierato, na região italiana da Calábria, forçou a evacuação dos moradores.

Maierato, uma pequena cidade de Vibo Valentia É uma cidade fantasma, após evacuação de parte dos 2.300 habitantes ordenado pelo prefeito da cidade, por causa de um enorme deslizamento de terra da encosta do morro com vista para a cidade. Não há relatos de mortos.
Se continuar a chover como tem feito nos últimos meses, o risco de novo colapso é real. E hoje choveu durante a maior parte do dia. Como no resto da Calábria, agravando uma situação já dramática que levou o Conselho Regional de proclamar o estado de calamidade.
A duração da emergência, em qualquer caso, parece estar relacionada às condições climáticas. Se continuar a chover, a evacuação de Maierato poderia continuar por vários dias.
De acordo com uma investigação inicial feita pela defesa civil italiana, o deslizamento pode ter sido causado por fortes chuvas na Calábria. As tempestades no sul da Itália já causaram mais de cem deslizamentos menores na região.

De acordo com relatório "Ecosistema Rischio 2009", que aponta áreas sujeitas ao risco de deslizamentos de terra e inundações: Todos os municípios da Calábria são classificados riscos hidrológicos pelo Ministério do Meio Ambiente.
■ Cerca de 85% dos municípios responderam às entrevistas que tem habitações em áreas de riscos
■ 45% dos municípios têm bairros inteiros em regiões de riscos
■ 61% foram construídos em estas áreas, estruturas e edifícios, com o risco grave não só para a segurança dos trabalhadores, mas também para todos os derramamentos de poluentes nas águas e terras em caso de inundações.
■ 27% dos casos analisados estão presentes em áreas expostas ao perigo de estruturas sensíveis, como escolas e hospitais e de alojamento turístico como hotel ou camping.
■ Apenas 7% dos casos, foram construídos abrigos para emergência

"O alarme e preocupação que expressa, em conjunto com a solidariedade para as pessoas envolvidas - disse Franco Saragò, da Secretaria Regional do Legambiente Calabria - denunciando a prática legalizada da construção ilegal e construção de obras públicas que não respeitar o ecossistema, o aumento da instabilidade territorial já existentes em nossa região. Calabria, particularmente expostas ao risco sísmico, é também caracterizada por locais onde a aldeia fica localizada, uma vez que prevalece os interesses políticos, que expõe as comunidades que ali vivem com o constante risco de deslizamentos de terra e mesmo depois das chuvas torrenciais.
"O aumento da vulnerabilidade do nosso território - explica Franco Saragò - é atribuível ao uso do solo e da água que é muitas vezes ainda não considera as limitações impostas pela hidrogeologia.. Assim Franco Saragò - exorta as instituições de priorizar a frágil situação do território para que possamos prosseguir com medidas de contenção, mas acima de tudo para evitar um colapso repetidamente denunciado e evitar as conseqüências e os riscos para as pessoas muitas vezes já foi anunciado".

Fonte: Il Corriere Del Sud - 16 febbraio 2010

Comentário:
Interessante as causas apontadas pelo relatório e pela Secretaria Regional do Legambiente Calábria também ocorrem na cidade de São Paulo e nas demais cidades do Brasil.
As principais causas de inundação em São Paulo e no Brasil:
■ A morfologia da cidade a região tem relevo altamente acidentado, formado por serras, morros, fundo de vale, e encostas íngremes.
■ O clima: chove torrencialmente na época de verão
■ Uso e ocupação do solo de maneira desordenada
■ Não há mapeamento das áreas inundáveis quanto a:
1-Conhecimento da relação cota x risco de inundação
2- Definições dos riscos de inundação de cada superfície
3- Incorporação a Legislação Municipal de uso e ocupação do solo em zona de risco
4- Uso de Sistema de Informações Geográficas na análise de projetos de edificações e equipamentos urbanos.
5- Controle público da ocupação regular e irregular

Entenda como ocorre um deslizamento
É um fenômeno provocado pelo escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação ou material de construção ao longo de terrenos inclinados, denominados de encostas, pendentes ou escarpas.
A ocupação caótica das encostas urbanas é a principal causa dos escorregamentos, causadores de importantes danos humanos, inclusive de mortes, além dos danos materiais e ambientais, e dos graves prejuízos sociais e econômicos.

Quais são os sinais que indicam que pode ocorrer um deslizamento?
- se verificar o aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas, inclinação de tronco de árvores, de postes e o surgimento de minas d’água, avisar imediatamente a Defesa Civil;

O que disse Franco Saragò, da Secretaria Regional do Legambiente Calábria, serve muito bem para cidade de São Paulo e outras cidades sujeitas a desastres naturais;
■ a prática legalizada da construção ilegal e construção de obras públicas que não respeita o ecossistema. É comum em São Paulo e demais cidades,
■ O aumento da vulnerabilidade é atribuível ao uso do solo e da água que é muitas vezes ainda não considera as limitações impostas pela hidrogeologia. É comum no país como padrão, canalizar córrego, retificar e construção de avenidas ao logo das margens dos córregos e rios. Em conseqüência disso há uma ocupação desordenada do solo, principalmente construções, aumentando ainda mais a impermeabilização do solo.
A natureza tem suas próprias leias para provocar o desastre

Vídeo:
Mostra cenas impressionantes do mega-deslizamento. Lentamente o morro desliza, lembrando lava vulcânica.


Vídeo1:
Mostra cenas impressionantes do mega-deslizamento e as conseqüências

Marcadores: ,

posted by ACCA@10:57 AM

1 comments

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Criança de 11 anos é morta por jacaré em Guajará.

Várias pessoas, aproveitando o forte calor deste domingo, 07 fevereiro, estavam tomando banho no igarapé do Primeiro, no bairro Triângulo, em Guajará-Mirim, Rondônia. No auge da diversão dos banhistas, uma tragédia. Um jacaré de aproximadamente 5 metros surge no meio das águas e agarra com suas mandíbulas uma criança de 11 anos, que lá estava em companhia de um irmão de 16 anos.

O animal se aproximou sem que ninguém percebesse e após agarrar a menina desapareceu nas águas. Apesar da presença de outras pessoas no local, ninguém pôde fazer nada.

Um pescador que no momento estava nas proximidades disse, aos policiais militares e a equipe dos bombeiros, que ainda chegou a ver a fera com a menina na boca, mas logo desapareceu.
Desde o momento do triste fato, a polícia ambiental, corpo de bombeiros, polícia militar e pessoas da comunidade passaram a procurar o animal e o corpo da vitima, que era moradora do bairro Triângulo.

CAÇA AO JACARÉ
Durante toda a tarde, até as primeiras horas da noite, equipes do Corpo Bombeiros, utilizando equipamentos especiais, realizaram mergulhos no local.
Após sete horas e meia de intenso trabalho de buscas, por volta das 19:30 horas, o jacaré emergiu com a criança ainda na boca, a cerca de 100 metros do local onde havia acontecido o ataque.
Uma das pessoas que estavam compondo a equipe de buscas, abateu o animal, com oito tiros de espingarda, calibre 12. O animal foi morto ainda com a criança na boca. O animal de 4,20m de comprimento e 350 quilos foi abatido.
A criança foi levada ao necrotério do Hospital Regional para Necropsia e o jacaré abatido foi conduzido para sede da polícia ambiental.

Fonte: Observador – 08 de fevereiro de 2010

HISTÓRICO DE ACIDENTE
1-Pesquisadora atacada por jacaré no Amazonas teve perna amputada
A pesquisadora Deise, atacada por um jacaré na reserva de Mamirauá, município de Tefé, Amazonas, teve parte da perna amputada. O acidente aconteceu no último dia 30 de dezembro de 2009. Deise é paulista e está em Tefé para estudar os botos.
De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa), órgão parceiro do Instituto Mamirauá, a bolsista estava realizando pesquisa de campo sobre botos em um local afastado quando foi atacada pelo jacaré. Imediatamente, ela comunicou o acidente aos funcionários da reserva através de um rádio comunicador, que utilizava nas pesquisas.
Ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Tefé, onde passou por uma cirurgia de aproximadamente seis horas para limpeza do local e ligação dos vasos sanguíneos. A perna da jovem precisou ser amputada até metade da coxa direita. Segundo informações do Inpa, obtidas no Hospital de Tefé, o estado de saúde da pesquisadora é estável e ela aguarda apenas a liberação dos médicos. Globo Online – 05 de janeiro de 2010

2- Jacaré mata agricultor
Um agricultor, identificado como sendo Antônio Batista, foi atacado por um jacaré, não resistiu aos ferimentos e morreu. O acidente ocorreu no lago do Piauni, município de Lábrea-AM. O corpo foi encontrado na segunda-feira, 5 de outubro de 2009
De acordo com informações da Polícia Militar do município, o agricultor estava retirando capim da hélice do motor de sua canoa, quando foi atacado pelo animal.
Um morador disse ter visto o momento exato em que o réptil puxou o corpo do agricultor de dentro do barco. O jacaré, que tinha cerca de três metros, foi morto pelos moradores da comunidade. Fonte: O Corumim - 9 de outubro de 2009

Comentário:
Eles pesam mais de meia tonelada e podem chegar a até 6 metros de cumprimento. Agressivos e muito perigosos, os jacarés-açu fazem parte da fauna dos rios da bacia Amazônica e se tornam uma ameaça maior, durante as cheias que levam os peixes para igarapés e rios menores e eles atacam o que estiver pela frente para matar a fome, o que, naturalmente, inclui pescadores e banhistas desavisados.

TERRITÓRIO
Os jacarés vivem em bandos e delimitam território. São comandados por um líder e podem atacar uma pessoa ou embarcação se sentirem ameaçados. “Para afastar os invasores dos seus territórios, eles batem a cauda com violência na lâmina da água”, segundo Nivaldo de Azevedo, do 1º Grupamento de Bombeiros de Rondônia.

PESADELO
O jacaré-açú é considerado um pesadelo na região da Amazônia. O abate é proibido pelo Ibama, “mas nestas regiões é comum os moradores se reunirem para matar estes animais, que ameaçam adultos e principalmente crianças, que muitas vezes vão para a escola em pequenas embarcações, conhecidas como rabetas, tornando-se vítimas fáceis dos jacarés.

SAIBA MAIS SOBRE O JACARÉ AÇU
Nome científico: Melanosuchus niger
Classe: Reptilia
Ordem: Crocodylia
Família: Alligatoridae
Habitat: Rios e lagos da bacia Amazônica
Nome popular: Jacaré-Açu
Outros nomes: Caimão - preto, jacaré - aruará, jacaré - açu ou jacaré - gigante

O corpo do jacaré-açu é preto com faixas amarelas. Os olhos e narinas são grandes e os permite ficar semi-submersos. Alimentam-se de caranguejos, peixes e pássaros. Para nadar, eles utilizam o movimento ondulante da cauda. O jacaré Açu é o maior de todos os jacarés, podendo chegar até 6 metros de comprimento e 300 quilos. A reprodução ocorre uma vez por ano, em média, as fêmeas põe de 40 a 50 ovos. Em sua época de reprodução a fêmea constrói um ninho que se localiza quase sempre na beira do lago. Ali, ela coloca seus ovos, que eclodem após um mês de incubação. Ao contrário da maioria dos répteis, a fêmea de jacaré costuma proteger os ninhos e filhotes. O acasalamento acontece na água, mas a fêmea bota os ovos na margem.

Os jacarés jovens devem ter cuidado, pois correm o risco de ser devorados assim que nasce por jibóias ou outros jacarés adultos. Sua média de vida é de 80 anos, mas pode chegar aos 100.
Seu couro é muito cobiçado e sua carne saborosa. Isso faz do Jacaré Açu um animal em perigo de extinção. Fazendeiros não gostam dele por perto e costumam matá-lo, pois representa perigo para as pessoas e suas criações.

Recomendações para evitar acidentes com jacarés:
■ As comunidades devem informar os locais onde há ocorrência em abundância de jacarés;
■ Onde a população de jacarés for abundante, as comunidades devem tomar o devido cuidado ao realizar a pesca e também evitar caminhar nas áreas em volta dos lagos e paranás que são os locais onde há uma maior concentração de jacarés;
■ Os acidentes com jacarés costumam ocorrer na época de seca, onde os mesmos estão realizando a postura de ovos, é a época de reprodução, então evitar caminhar pelas áreas de nidificação.
■ Há necessidade de mapeamento das áreas de nidificação de jacarés;
Fonte: Diário da Amazônia – 09 de fevereiro de 2010 e FioCruz

Marcadores: ,

posted by ACCA@3:41 PM

0 comments

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Acidente fatal com georgiano Nodar

A televisão canadense CTV, principal emissora do país, exibiu repetidas vezes o vídeo do acidente fatal sofrido pelo georgiano Nodar Kumaritashvili, na sexta-feira, 12 de Fevereiro, durante o treino do Luge (trenó) para a Olimpíada de Vancouver.

ACIDENTE
O acidente de Kumaritashvili aconteceu por volta das 17h (de Brasília, 11h locais) na curva chamada Thunderbird, já no final do circuito do luge no Whistler Sliding Center, ele saiu da pista e se chocou contra um poste de metal quando estava aproximadamente a 144 km/h..

Atendimento médico
A equipe médica dos Jogos de Vancouver tentou realizar procedimentos de reanimação, como massagem cardíaca e respiração boca a boca, antes de chamar um helicóptero para transferir Kumaritashvili ao hospital. Ele foi transferido de helicóptero a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. As autoridades locais ainda investigam as causas do acidente.
Apesar da morte do atleta do luge, a delegação da Geórgia anunciou que continuará nos Jogos de Inverno, após cogitar a ideia de deixar a competição. A cerimônia de abertura de Vancouver 2010 será realizada na madrugada de sábado, 13 de Fevereiro, com início previsto para a 0h (de Brasília).

HISTÓRICO DE ACIDENTES
Esta é a segunda morte de atletas do luge na história das Olimpíadas de Inverno. A primeira ocorreu em 1964, na austríaca Innsbruck, quando o polonês naturalizado britânico Kazimierz Kay-Skrzypeski perdeu o controle de seu trenó e morreu, após sofrer fraturas na bacia.

Os Jogos de Inverno também registraram outras duas mortes. Ainda em 1964, o australiano Ross Milne bateu contra uma árvore durante um treino do downhill e também não resistiu aos ferimentos. Quase três décadas depois, em 1992, o suíço Nicolas Bochatay morreu ao se chocar contra uma máquina que estava na pista do esqui de velocidade.

INVESTIGAÇÃO DO ACIDENTE
A investigação principal sobre a causa da tragédia que culminou na morte do atleta será feita pelo Serviço Médico-legista do Canadá e do órgão de polícia local, sob o comando do Vanoc e do COI, Comitê Olímpico Internacional. Nenhum detalhe adicional foi divulgado..
Uma segunda investigação está a cargo da Federação Internacional de Luge, que afirmou que levará a fundo as investigações pelo bem do esporte.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, e do Chefe Executivo do Vanoc, John Furlong, prestaram homenagens ao atleta georiano durante a cerimônia de abertura, realizada na sexta-feira.

O QUE É LUGE
Luge é a palavra em francês para "trenó". No luge, os esportistas atingem uma velocidade que pode até ultrapassar 140 km/h. Sobre o trenó, os competidores ficam deitados e com o corpo esticado. Os homens e as mulheres competem na mesma pista, com as mulheres começando a prova mais abaixo. O Luge chegou à Olimpíada em 1964 na cidade de Innsbruck, na Áustria.

PISTA DO LUGE SOFRE ALTERAÇÕES APÓS ACIDENTE
Após o acidente fatal com o atleta georgiano os organizadores dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver fizeram alterações na pista do luge. Além de um reforço no local em que o atleta se acidentou, o circuito será ‘encurtado’, com a largada da prova masculina sendo alterada para o mesmo ponto da feminina.
De acordo com o presidente da Federação Internacional de Luge, Svein Romstad, o motivo da mudança foi ‘emocional’, visando dar tranquilidade aos demais atletas. A medida fará com que os competidores atinjam uma velocidade menor durante o evento.
Além de mudar o local da largada, os organizadores dos Jogos de Vancouver modificaram a curva 16, local em que Kumaritashvili sofreu o acidente. Eles aumentaram a altura do muro de proteção e realizaram alterações no gelo.
As mudanças na pista foram anunciadas no mesmo dia em que os organizadores alegaram que a morte de Kumaritashvili foi causada por uma falha humana, defendendo a segurança do circuito de luge.
Fonte: Terra Noticias – 12 e 13 de fevereiro de 2010

COMENTÁRIO
Inicialmente os organizadores alegaram falha humana, erro do atleta. Numa pista onde o a velocidade predomina, os organizadores deveriam analisar os riscos potenciais máximos, tais como;
■ O atleta não consegue controlar o trenó, ele poderá ser lançado fora do trenó
■ O atleta poderá capotar com o trenó, ser lançado fora da pista
■ Obstáculos próximos a pista

PROBLEMAS DA PISTA - FOTOS
Nas curvas as muretas são altas, e depois elas são baixas. Se o trenó vem numa velocidade alta tangencial a curva, forçosamente o atleta será lançado fora do trenó (perda do controle)
Próximas a pista existem vigas sem proteção
Se a pista foi projetada com grau de complexidade elevada e poderá atingir velocidade alta, a pista deveria ter maior proteção de segurança, principalmente das vigas, elementos fixos, que nas fotos mostram claramente que não existiam essas proteções. O erro do atleta não deveria causar a sua morte, se houvesse segurança da pista, principalmente proteções dos obstáculos existentes próximos a pista. É um esporte de alto risco, mas a segurança deverá existir, para que o acidente fique confinado na pista.

Vídeo:
O vídeo mostra que essas pistas não têm proteções suficientes na entrada e saída das curvas. O atleta teve sorte, pois foi lançado fora do trenó bateu na mureta e voltou para a pista

Marcadores: ,

posted by ACCA@3:09 PM

0 comments

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Verão mais seguro: orientações sobre protetor solar

Com a estação do verão é necessário aumentar os cuidados com a proteção da pele, pois a exposição excessiva ao sol contribui para o desenvolvimento do câncer de pele e o envelhecimento precoce.

Esses cuidados contra os efeitos danosos do sol, que são cumulativos, devem se estender durante todo o ano e não só no verão, pois os raios ultravioletas (UV) conseguem alcançar a Terra também em dias nublados e com pouca luminosidade.

O QUE SÃO RAIOS UV?
Para melhor entender o conceito, a radiação ultravioleta (UV) é formada por raios UVA, UVB e UVC que são invisíveis, mas penetram na pele e podem provocar queimadura solar, envelhecimento precoce, câncer de pele, além de danos nos olhos e no sistema imunológico.
A radiação UVA possui intensidade o ano todo e penetra na pele profundamente enquanto que a radiação UVB tem intensidade maior no verão e ela que causa a queimadura solar e predispõe ao câncer de pele.

Conseqüências dos raios UV na pele:
■ UVA: causa envelhecimento da pele e pode causar câncer de pele
■ UVB: causa vermelhidão, queimadura solar e predispõe ao câncer de pele
■ UVC: é filtrado pela camada de ozônio da atmosfera

Por isso, os cuidados com a exposição ao sol devem iniciar principalmente na infância porque a radiação é cumulativa e se estende ao longo da vida.

O QUE SÃO PROTETORES SOLARES?
São produtos de uso externo que contêm substâncias químicas e/ou físicas que atuam como BARREIRAS PROTETORAS da pele contra as radiações solares. Eles são classificados conforme o FPS - FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR. O FPS identifica a proteção oferecida pelo produto contra os raios UV, de acordo com o tipo de pele. Quanto maior o número do FPS, maior a proteção.

OBSERVE SEMPRE NAS EMBALAGENS:
Ao comprar um protetor solar, leia e observe atentamente se na embalagem contem:
■ Número de registro do produto na Anvisa/MS. O número de registro de produtos cosméticos inicia-se com o número 2 e pode ter 9 ou 13 dígitos.
■ Indicação do FPS (de acordo com o tipo de pele)
■ Modo de usar
■ Prazo de validade
■ Indicação da necessidade de reaplicação do produto para manutenção de sua eficácia
■ Orientações e advertências, tais como: “Atenção: este produto não oferece nenhuma proteção contra insolação”.

COMO AS PESSOAS PODEM SE PROTEGER?
■ roupas apropriadas, como por exemplo: as de tecidos leves, que cubram a maior parte do corpo
■ chapéu com aba larga, que proteja não apenas a cabeça, mas o pescoço e as orelhas
■ óculos de sol
■ protetor solar com fator de proteção, no mínimo, 15 (FPS 15)
■ protetor labial

QUEM PRECISA TER CUIDADO COM O SOL?
Todas as pessoas, independentemente da raça ou etnia, sofrem com a exposição excessiva ao sol.

COMO UTILIZAR O PROTETOR SOLAR?
Usar protetor solar com Fator de Proteção (FPS) de no mínimo 15, diariamente, independente da cor da sua pele; evitar expor-se ao sol no período entre 10 e 16 horas; usar chapéu com abas, óculos escuros e roupas apropriadas, são medidas que ajudam a se proteger e aproveitar melhor o verão e as outras estações.
Aplique o protetor solar na pele no mínimo 30 minutos antes da exposição ao sol. Todos os protetores solares, mesmo os resistentes à água, devem ser reaplicados após:
■ duas horas de exposição contínua ao sol
■ nadar ou mergulhar
■ secar-se com toalhas
■ praticar exercícios físicos
■ suar excessivamente
Atenção !! Não se esqueça de passar protetor nas partes mais vulneráveis como: orelhas, pescoço, nariz, pés e mãos.

POR QUE DEVEMOS REDOBRAR OS CUIDADOS COM AS CRIANÇAS?
É importante que a exposição ao sol ocorra de forma correta desde cedo porque as radiações têm efeito cumulativo.
Os cuidados devem ser tomados já com os bebês para evitar um mal maior na fase adulta.
Os bebês devem ficar protegidos sempre que expostos ao sol, inclusive quando estiverem na cadeirinha, dentro do automóvel. Durante os passeios ao ar livre use sempre sombrinhas e proteja as crianças com chapéus e roupas apropriadas. Mas atenção: para usar protetor solar em crianças menores de seis meses de idade é preciso consultar o médico.

FIQUE ATENTO!
O uso de protetor solar diariamente é muito importante. Todas as pessoas, independentemente da região do Brasil, e todos os trabalhadores que exercem suas atividades expostos ao sol, devem se proteger.
Evite métodos artificiais de bronzeamento que podem ser perigosos como lâmpada de UV, câmaras e pílulas de bronzeamento.
Evite a exposição ao sol no período entre 10 horas da manhã e 4 horas da tarde, quando a intensidade dos raios atinge seu máximo.
E o mais importante: os raios ultravioleta podem refletir em qualquer superfície como concreto, areia e água. Por isso, as recomendações que você leu valem também para quem está na sombra ou debaixo do guarda-sol.

Lembre-se: a simples utilização do protetor solar não garante a total prevenção, e nem significa que podemos nos expor por mais tempo ao sol, o objetivo do seu uso é amenizar e proteger dos efeitos nocivos da radiação solar. Além disto, o produto só será eficaz se utilizado corretamente.

Fonte: ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC)

Comentário:
Quem regulamenta protetores solares é a Anvisa. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) recomendam sua utilização para combater o câncer de pele.
Segurança não é apenas adotar as NR´s e sim aplicar as boas práticas de segurança com finalidade de resguardar a saúde e proteção do trabalhador.
O que diz a Constituição
Como direito dos trabalhadores urbanos e rurais a "redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança" (art. 7º, XXII), preceituando, ainda, que o direito à saúde deve ser garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos (art. 196).
O fato de não apresentar CA em um equipamento não necessariamente impede o seu uso.
Devemos levar consideração;
■ condições de operação do trabalho
■ condições do ambiente,
■ condições da saúde humana e
■ condições de perfil ergonômico e profissiográfico.
O EPI deve atuar nessas condições. A prevenção visa a segurança e saúde do trabalhador
Forneça o protetor solar, registre a entrega, dê o treinamento, registre o treinamento e guarde todos os documentos (eficácia da proteção, irritabilidade) fornecidos pelo fabricante do protetor.


Vídeo:
Trabalhadores têm alto risco para desenvolver câncer em atividades ao ar livre. O vídeo mostra as principais características de câncer de pele e as recomendações necessárias.

Marcadores: , ,

posted by ACCA@11:45 AM

0 comments

sábado, fevereiro 06, 2010

Colapso de uma esfera de GLP de 2.000 m3

O acidente ocorreu durante um teste hidrostático. As pernas da esfera de aço sofreram um colapso, deixando um morto e um ferido gravemente. No momento do acidente a esfera estava aproximadamente com 80% cheia de água.

Foto-Seta amarela – perna de aço envolvido com concreto a prova de incêndio.Seta vermelha – corrosão em uma das pernas. O revestimento de concreto dificulta a inspeção da perna de aço

O teste hidrostático anterior foi realizado em 1991 e a última inspeção realizada nas pernas foi em 1995. Pode ser notada na foto, a corrosão grave nas pernas envolvidas com o concreto para proteção contra incêndio. A corrosão ocorreu devido à penetração de água no concreto. O defletor de proteção contra água localizada acima do concreto não foi suficiente para manter para fora a água. Após o acidente verificou-se que as espessuras das pernas tiveram reduções de até 8 mm e furos de até 10 cm2.

Após análise e teste, encontraram-se os seguintes fatores que causaram o colapso:
■ O defletor de água localizado acima do revestimento de concreto a prova de incêndio, foi mal projetado, permitindo a penetração da água entre a perna de aço e o revestimento de concreto.
■ Fissuras verticais no concreto permitiram a infiltração de água
■ Reparos foram feitos no concreto, mas sem um bom acabamento
■ O sistema dilúvio foi testado com água salgada, aumentando a possibilidade de corrosão

Foto-Outro tipo de perna apoiada numa base de concreto, mais fácil para visualizar alguma anormalidade.
Embora as razões acima mencionadas foram às causas do colapso da esfera, não podemos deixar de observar, que a principal razão do terrível acidente é o péssimo plano de manutenção, inclusos a má administração e a falta de conhecimento de inspeção e serviço de manutenção. Um plano de inspeção adequado e manutenção apropriada são os principais fatores para as condições de equipamentos. A inspeção deve ser executada por pessoal qualificado para evitar imprevistos, como que aconteceu após uma série de inspeções que aprovaram as condições da esfera.

Algumas medidas a serem tomadas para evitar futuros acidentes:
■ Os defletores de água devem ser projetados, fabricados e instalados para assegurar a impermeabilidade e impedir a infiltração de água que causará a corrosão.
■ A proteção contra incêndio deve ser de boa qualidade e inspecionado regularmente (verificar fissuras no concreto, ferrugem, etc).
■ As janelas de inspeção localizadas acima das pernas devem ser seladas e soldadas ante da colocação dos defletores de água.
■ As pernas serão inspecionadas por empresas qualificadas e os relatórios de inspeções serão verificados e aprovados.
■ Nesse caso, as recomendações devem ser executadas o mais rápido possível. Um registro de inspeção será mantido.

Manutenção e Inspeção
Algumas das técnicas utilizadas no mercado para determinar os critérios e métodos de testes e bem como para analisar os resultados obtidos:

Processo de varredura de espessuras ultrassônico B-Scan.
A varredura é efetuada através de um aparelho. B-Scan é um método de apresentação gráfica dos resultados de uma série de medições de espessuras que mostram, em escala real, o perfil da seção transversal do elemento inspecionado.
A técnica de B-Scan mostrou-se muito eficaz na varredura de espessuras de Vasos, Reatores, Torres, Caldeiras, Tubulações, Tanques (inclusive fundo de Tanques API) e etc..
A técnica B-Scan permite efetuar as avaliações dos equipamentos sem a necessidade de remoção de pintura ou revestimento.
O rastreamento de espessuras em B-Scan permite a localização e dimensionamento de processos de desgastes, tais como pittings, alvéolos, sulcos, etc.

Medição de campo por corrente alternada (ACFM, Alternating Current Field Measurement)
A técnica de ACFM foi introduzida na indústria petroquímica em 1991. As primeiras aplicações foram em inspeções de ligações de soldas em plataformas offshore e em indústrias de processo.
A técnica fornece detecção confiável em espessura de fissura em componentes metálicos e pode ser usado sobre pintura, revestimento e em resíduo de processo.
A inspeção ACFM pode substituir a inspeção de partícula magnética e produz sensibilidade equivalente com benefício adicional de ser capaz de determinar a profundidade do defeito.
A vantagem significativa sobre a inspeção de partícula magnética é que a superfície de preparação é eliminada ou significativamente reduzida, economizando tempo valioso e recursos de importantes durante a interrupção crítica dos serviços.

Inspeção de partícula magnética
O ensaio por partículas magnéticas é largamente utilizado nas indústrias para detectar descontinuidades superficiais e sub-superficiais, até aproximadamente 3 mm de profundidade, em materiais ferromagnéticos.

Etapas para a execução do ensaio
1. Preparação e limpeza da superfície
2. Magnetização da peça
3. Aplicação das partículas magnéticas
4. Inspeção da peça e limpeza
5. Desmagnetização da peça

Fonte: Safety & Health, Industrial Hygiene, EHS Training, Environmental Mgt., Environmental Compliance – 26/09/2002

Marcadores:

posted by ACCA@12:04 PM

0 comments

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Especialistas sugerem medidas para proteger sua fábrica dos ciberataques

De repente, sem alerta ou alarme, as máquinas de uma importante indústria química começaram a despejar material tóxico no meio ambiente. Esta desobediência das máquinas aos seus programadores lógicos implicou perda de tempo, de produção e um sério problema ambiental.

O desastre aconteceu em importante indústria química, e o irresponsável causador deste desastre econômico e ecológico se chama "cracker" ? gíria do inglês para os vilões do mundo virtual, que tem a função quebrar a segurança de um sistema.

Os termos hacker e cracker são bastante parecidos e comumente confundidos. Apesar de estarmos acostumados a ouvir casos de invasão de computadores praticados por hackers, a maioria destes ataques são, na realidade, realizadas pelos crackers. Atualmente a mídia impressa, eletrônica e audiovisual está utilizando o termo correto porque “hacker” transformou-se em uma profissão. Os crackers são indivíduos que utilizam seu conhecimento para invadir computadores e roubar informações confidenciais. Geralmente essas informações são vendidas ou utilizadas para aplicar golpes na Internet.

Diferentes nas intenções, "hackers" e "crackers" são iguais na motivação para superar desafios e especialistas na invasão de computadores e redes. Uma vez dentro dos sistemas, comportam-se como piratas, vândalos ou simplesmente como curiosos desastrados.

Eles representam um risco crescente para qualquer indústria, corporação ou chão-de-fábrica, mas existem formas de minimizar os riscos.

Mais exposição, maior risco
A busca incessante de produtividade e qualidade desencadeou na indústria um intenso processo de automação. A informática turbinou este processo criando os meios de integrar máquinas, seções, empresas e corporações envolvidas na mesma cadeia produtiva.
As vantagens desta integração são óbvias, mas a contrapartida veio com a exposição da indústria e de seus processos produtivos ao mundo externo. Os modernos sistemas de gestão, preconizando o relacionamento do chão-de-fábrica com outras redes internas e com as redes dos fornecedores, ampliaram esta janela para o mundo externo e também os riscos.
Os ataques, que podem vir dos piratas e vândalos externos, são apenas metade dos problemas.
Em vários países, uma atenção especial precisa ser dada ao ciberterrorismo e aos riscos criados pelo pessoal interno. Levantamento realizado nos Estados Unidos revelou que metade dos incidentes foram provocados por funcionários displicentes ou então pela alteração criminosa de softs e hardwares por funcionários descontentes.

Prevenção e precaução
Repetidos estudos mostram algumas providências e táticas úteis contra a invasão, por estranhos mal-intencionados, das redes da empresa e, especialmente, das redes do chão-de-fábrica.
A primeira providência é identificar as vulnerabilidades das instalações. Uma grande indústria norte-americana descobriu 500 interfaces de sua LAN com o mundo externo. E dois terços de suas redes de controle de processos estavam conectadas com o mundo externo.
É de fundamental importância ter uma política de segurança para os sistemas que controlam os processos de produção. Ela definirá as responsabilidades, os comportamentos esperados para que o ambiente se mantenha seguro e deve mostrar o envolvimento da alta direção com o assunto. Esta política explicita o que a empresa quer alcançar, mas não dirá como os objetivos serão alcançados.
A experiência da maioria recomenda criar uma arquitetura de múltiplos planos de rede. Na sua versão mais simples, isto significa dividir a empresa em dois planos - um para a rede de negócios e outro para a rede de controle dos processos, com um firewall entre eles, ou seja, uma combinação de softs e hards que confina a uma rede os eventos nocivos, impedindo seu alastramento. Esta tem sido a opção mais freqüente no Brasil.
Partir da premissa de que sistemas de segurança formulados para os negócios e para a empresa não atendem às necessidades do chão-de-fábrica. A razão está nas margens de tolerância diferentes entre as áreas de negócios e de produção. Na primeira, os erros são indesejáveis, mas admitidos dentro de uma margem de tolerância.

Os riscos na área de produção
Na área da produção, contudo, os problemas representam;
■ perdas de tempo, de material, de equipamento,
■ ameaças à integridade e
■ à vida das pessoas.

Na área da produção, por exemplo, a proteção a um CLP pode ser considerada muito mais importante do que a proteção a um servidor - em geral a primeira preocupação das áreas de negócios das empresas.

CLP – O que você precisa saber ?
Controlador Lógico Programável (CLP ou em inglês, Programmable Logic Contoller – PLC).
Os CLPs, são freqüentemente definidos como miniaturas de computadores industriais que contem um hardware e um software que são utilizados para realizar as funções de controles. Um CLP consiste em duas seções básicas: a unidade central de processamento (CPU – central processing unit) e a interface de entradas e saídas do sistema. A CPU, que controla toda a atividade do CLP, pode ser dividida em processador e sistema de memória. O sistema de entradas e saídas são conectados fisicamente nos dispositivos de campo (interruptores, sensores, etc.) e provem também uma interface entre a CPU e o meio externo.
Operacionalmente, a CPU lê os dados de entradas dos dispositivos de campo através da interface de entrada, e então executa, ou realiza os controles de programa que tinham sido armazenados na memória.

Separação de redes
Esta diferença cultural entre as duas áreas, segundo os especialistas, recomenda separação das redes. Eventuais conexões entre elas, quando necessárias, exigem monitoração permanente.
Não basear a segurança nas tecnologias usuais oferecidas por servidores hospedeiros na Internet. Ela é insuficiente quando comparada com as necessidades da produção industrial.
É ingenuidade de muitas indústrias supor que os dispositivos de controle nunca serão atacados. Controladores Lógicos Programáveis e Sistemas de controle distribuídos precisam resistir a intrusos para reduzir o impacto sobre os processos industriais.

Portas desnecessariamente abertas são uma brecha na segurança.
Instalar um firewall não é suficiente. Como o próprio nome diz, uma porta corta-fogo não é um alarme. O sistema de segurança, portanto, precisa ter um sistema de detecção de intrusos capaz de monitorar o trânsito e identificar ações potencialmente danosas.
O principal obstáculo das gerências encarregadas da política de segurança é encontrar argumentos para justificar os investimentos junto à alta direção, porque é difícil quantificar as vantagens.

Levantamentos realizados nos Estados Unidos mostram que, apesar da atenção que o risco terrorista colocou sobre o assunto, o topo da hierarquia da empresa ainda exige uma avaliação do retorno do investimento.
Mas eles existem:
a) uma rede mais segura aumenta a confiança para usar serviços remotos que podem reduzir custos;
b) sistemas mais seguros obrigam os funcionários a sucessivas verificações que podem reduzir erros e equívocos operacionais.

O total isolamento da rede dedicada ao controle de processos é uma solução radical e exclui algumas vantagens da integração entre sistemas automatizados, além de não impedir os ataques do pessoal interno. A recomendação é selecionar e trabalhar sempre com pessoas e máquinas conhecidas. As barreiras do firewall são sempre importantes, mas não impedem ataques de vírus e de outros invasores, a não ser que sejam configuradas para impedir todo o tráfego de entrada e saída.
Uma cautela adicional pode ser um computador industrial que não parece computador, sem interfaces externas, que fica ao alcance apenas da gerência e pode exportar os dados necessários para as operações da planta.

Separação de equipamentos
O sistema de segurança baseado na arquitetura de dois planos, um para a rede do negócio e outro para a rede dos processos produtivos não é suficiente para proteger plantas industriais de operações críticas. Especialistas recomendam que, além desta separação, cada setor e cada equipamento tenha sua própria proteção e cada funcionário tenha acesso apenas aos equipamentos com os quais trabalha.
A última linha de defesa está nos sistemas operacionais que rodam os aplicativos. Tanto a Unix como o Windows baseiam a segurança no conceito Discretionary Access Control e prevêem apenas duas categorias de usuários: o administrador do sistema, ao qual se dá amplo acesso a todos os recursos, e os usuários comuns, aos quais se dá acesso aos aplicativos e aos arquivos de que eles precisam para seus trabalhos. Pelo conceito DAC, o usuário tem liberdade de modificar qualquer arquivo para o qual foi habilitado.
É possível pensar neste sistema de segurança como um edifício que tem bloqueios apenas na sua entrada principal. Transposto este bloqueio, está livre o acesso a todas as suas áreas.

Maior controle
Sistemas considerados mais seguros estão baseados no Mandatory Access Control. Seu conceito é antigo, mas apenas recentemente surgiram os hardwares capazes de viabilizá-lo amplamente na prática.

Este sistema de segurança cria os meios, apoiados pelo sistema operacional, que permitem a um administrador central aplicar uma política de acesso a toda a rede. Ele estabelece domínios individuais de segurança, isolados entre si, exceto quando se deseja admitir acessos privilegiados bem especificados; inclusive admite uma grande variedade de usuários e é capaz de confinar os danos causados por um software criminoso a um domínio individual.

Entre estes dois sistemas de segurança existe uma radical diferença de filosofia. O DAC parte do princípio que controle mandatório de acesso parte da premissa de que todos os recursos do sistema são acessáveis e de que a segurança é obtida pela restrição do acesso a alguns componentes.

A filosofia do MAC é radicalmente diferente. Suas premissas são as de que nenhum recurso é acessável e de que todas as operações devem ser explicitamente habilitadas. Com esta diferença de filosofia de segurança, o controle mandatório de acesso tem sido preferido pelos especialistas como a melhor tendência disponível, tanto para evitar as agressões internas quanto externas às redes.

Fonte:
NEI-Departamento Editorial de Noticiário de Equipamentos Industriais-NEI a partir de informações dos engenheiros de Automação e Controle Lucas Toledo e Luis Eduardo Gomes, da Advantech Brasil S/A, aos quais agradecemos, e de pesquisa na seguinte literatura:
Worlds in collision ? Ethernet and the factory floor ? Eric Byres, Research Manager; Joel Carter, Research Assistant; Amr Elramly, Research Associate, todos do British Columbia Institute of Technology, e Dan Hoffmann, Associate Professor da University of Victoria.
Securing critical industrial networks ? Ron Derynck, diretor de Estratégias de Produto da Verano Inc.

Comentário:
Na verdade, com a utilização de tecnologia de informação em todas as atividades humanas, isso implica que todas as atividades estão vulneráveis a ataques cibernéticos de conseqüências imprevisíveis, mas potencialmente muito graves.
■ Em 2000, na Austrália, um empregado descontente desligou um sistema de tratamento de águas residuais lançando centenas de milhares de litros de esgotos no ambiente.
■ Segundo vários responsáveis por organizações de segurança do governo dos EUA a rede elétrica do país foi invadida por espiões de países estrangeiros que poderão ter instalado programas que a afetem ou que a cheguem mesmo a desligar se esse for o comando enviado a partir dos seus centros de comando.
■ Plataformas robotizadas - As plataformas de petróleo são verdadeiras fábricas quase inteiramente automatizadas e totalmente interligadas por sistemas eletrônicos de sensores e atuadores, que monitoram e controlam a produção 24 horas por dia.
Um ataque malicioso que consiga entrar no sistema de controle da plataforma poderá eventualmente controlar todo o seu processo produtivo. Com um pouco mais conhecimento do próprio processo, o invasor seria capaz de gerar erros que levariam a "conseqüências desastrosas," segundo os pesquisadores.
O avanço das tecnologias e a necessidade de diminuição dos custos traçaram uma tendência clara de que a exploração petrolífera em alto mar seja progressivamente robotizada nos próximos anos, o que poderá deixá-las ainda mais vulneráveis a ataques, caso medidas adequadas de segurança não forem adotadas.
A principal origem das fragilidades encontradas pelos pesquisadores é a interligação das plataformas com os controles em terra. A exploração de petróleo segue o que se chama "operação integrada," em que o contato plataforma marítima-central de controle em terra é totalmente transparente - a maioria dos processos na plataforma é controlada pelo pessoal em terra por meio de PCs em rede. Isso tipo de integração também é usado em indústrias químicas e petroquímicas.
■ 18 de Janeiro de 2010 - A McAfee, maior empresa do mundo dedicada à tecnologia de Segurança da Informação, divulgou orientações para auxiliar as empresas a identificarem se foram alvo do mesmo ciberataque sofisticado que foi aplicado a uma lista crescente de empresas, incluindo o Google. Um ciberataque de alto risco, que foi atribuído à China, visava a captura de importantes informações de propriedade intelectual.

Marcadores:

posted by ACCA@2:21 PM

0 comments