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quinta-feira, maio 29, 2008

Campanha sem tabaco




31de maio:Dia Mundial Sem Tabaco


O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) apresentaram em Brasília, as novas imagens de advertências de embalagens de produtos com tabaco.

O lançamento ocorre por conta da proximidade do Dia Mundial Sem Tabaco, marcado para 31 de maio.

“Juventude livre do tabaco”.
Esse é o tema que a Organização Mundial da Saúde, OMS, escolheu para comemorar o Dia Mundial sem Tabaco de 2008.

O objetivo é alertar a sociedade para;
■ as estratégias que a indústria do cigarro utiliza para atrair novos consumidores, como embalagens atrativas, sabores diferenciados
■ o patrocínio de eventos que atraem o público jovem: corridas de carro, esportes radicais e shows de rock, por exemplo.

“O Brasil tem sido líder global no controle do tabaco e sempre foi uma liderança na iniciativa de políticas para avançar neste tema, tais como proibição de publicidade, rótulos de avisos e a proibição de publicações enganosas”, afirmou Douglas Bettcher, diretor da Iniciativa Livre de Tabaco da OMS, no evento do Ministério da Saúde, que iniciou a celebração do Dia Mundial Sem Tabaco no Brasil.

Pesquisa das imagens
O estudo que auxiliou a escolha das imagens da nova campanha foi desenvolvido, de 2006 a 2008, pelo Inca em parceria com universidades do Rio de Janeiro e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A pesquisa mediu a reação emocional de 212 jovens entre 18 e 24 anos, fumantes e não fumantes, de três faixas de escolaridade (ensino fundamental, médio e superior), divididos igualmente em homens e mulheres. As novas imagens foram consideradas mais aversivas, em comparação com as anteriores, aumentando o potencial de gerar uma atitude de afastamento do produto.

“O nosso foco são os jovens. Nós percebemos que a indústria desenvolve estratégias para capturar essa garotada e queremos mostrar a outra face da realidade” disse o ministro da Saúde.
Com base nessa pesquisa e em estudos e experiências nacionais e internacionais, os pesquisadores selecionaram dez temas de advertência capazes de provocar reação de repulsa nos jovens: Substâncias tóxicas, Letalidade do câncer do pulmão, Malefícios para o feto, Envelhecimento precoce, Fumo passivo, Doenças Cardiovasculares, Acidente vascular cerebral, Mutilação, Dependência e Impotência.

Os pesquisadores não incluíram imagens que funcionam como gatilhos para fazer o fumante ter vontade de fumar, como pessoas fumando, cinzeiros, isqueiros, cigarros acesos e embalagens do produto. “As imagens têm o objetivo de provocar repulsa pela utilização de um produto que pode causar aquele tipo de lesão que está sendo demonstrada”, afirmou Luiz Antônio Santini, diretor-geral do Inca.

As novas imagens só deverão chegar ao mercado daqui a nove meses, em fevereiro de 2009. Mesmo assim, especialistas em tabagismo já comemoram a nova campanha. Segundo eles, as imagens chocantes são capazes de fazer com que os fumantes pensem duas vezes antes de acenderem o cigarro.

Estratégia
O Brasil foi o segundo país, após o Canadá, a adotar imagens de advertência como estratégia para diminuir a prevalência e evitar a experimentação do cigarro por jovens e adolescentes. Desde 2001, os fabricantes de produtos de tabaco são obrigados, por lei, a inserirem advertências sanitárias ilustradas com fotos. Quase 90% dos fumantes regulares começam a fumar antes dos 18 anos, fazendo com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considere o tabagismo uma doença pediátrica.

As imagens fazem parte de um conjunto de medidas propostas pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo que, nos últimos 20 anos, vem obtendo resultados positivos;
■ a redução da proporção de fumantes na população de 34,8%, em 1989, para 22,4%, em 2003.
■ O Banco Mundial publicou uma análise em 2007 que mostra o aumento de famílias não fumantes de 66% para 73%, entre 1995/1996 e 2002/2003. Outro ponto importante é a redução na taxa de mortalidade por câncer de pulmão entre os homens, que em 90% dos casos acontece entre os fumantes.

Vídeo




Novas embalagens
1. Vítima deste produto: Este produto prejudica a mãe e o bebê, causando parto prematuro e morte.
2. Gangrena. O uso deste produto obstrui as artérias e dificulta a circulação do sangue.
3. Morte. O uso deste produto leva à morte por câncer de pulmão e enfisema.
4. Infarto. O uso deste produto causa morte por doenças do coração.
5. Fumaça Tóxica. Respirar a fumaça deste produto causa pneumonia e bronquite.
6. Horror. Este produto causa envelhecimento precoce da pele.
7. Produto Tóxico. Este produto contém substâncias químicas como amônia, formol e arsênico.
8. Sofrimento. A dependência da nicotina causa dor e morte.
9. Impotência. O uso deste produto diminui, dificulta ou impede a ereção.
10. Perigo. O risco de derrame cerebral é maior com o uso deste produto.

Fotos ampliadas com imagens fortes
http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529100509.html

http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529104518.html

http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529104623.html

http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529104718.html

http://zonaderisco.nafoto.net/photo20080529104805.html

Fonte: Divisão de Comunicação Social - Instituto Nacional de Câncer – 27 de maio de 2008

Comentário:
Cerca de 200 mil pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de doenças associadas ao tabaco gerando despesas de R$ 400 milhões ( 200 milhões de dólares) por ano só em atendimento médico. O Brasil tem 23 milhões de fumantes.
A cada ano, o cigarro mata quase 5 milhões de pessoas em todo o mundo; 200 mil, somente no Brasil.
Segundo o Inca, a dependência está associada;
■ a 90% dos casos de câncer de pulmão,
■ 85% dos óbitos por enfisema pulmonar,
■ 40% dos derrames cerebrais
■ e 25% dos infartos fatais.

No Brasil, em 17 municípios estudados, o percentual de estudantes de 12 a 16 anos que já experimentaram cigarros varia, entre meninos, de 53%, em Fortaleza, a 28% em Salvador; e entre meninas, de 54%, em Porto Alegre, a 26% em Salvador (Vigescola – Vigilância de Tabagismo em Escolares).

Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 1989 e 2004, o consumo per capita de cigarros no país caiu 32%. A prevalência de fumantes entre os brasileiros com mais de 15 anos de idade também diminuiu no período, passando de 32% para 17%. Esse índice, segundo o ministério, coloca o Brasil em situação favorável em relação a países desenvolvidos e em desenvolvimento, que apresentam taxas médias de 27,4% e de 28,9%, respectivamente.

O percentual brasileiro de fumantes está mais próximo do registrado em países como Estados Unidos (20,8%) e Canadá (20%) do que o verificado em nações como México (34,8%) e Argentina (40,4%).

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posted by ACCA@10:55 AM