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segunda-feira, fevereiro 28, 2022

RELÓGIO BIOLÓGICO: SAIBA COMO CORAÇÃO PODE SER AFETADO POR TROCAS DO TURNO DE TRABALHO

Se você já trabalhou num emprego em que havia revezamento dos turnos, você sabe que os turnos noturnos podem deixá-lo tonto e letárgico. Mas você sabia que eles também podem ser prejudiciais ao seu coração?

Se você já trabalhou num emprego em que havia revezamento dos turnos, você sabe que os turnos noturnos podem deixá-lo tonto e letárgico. Mas você sabia que eles também podem ser prejudiciais ao seu coração?

Novos estudos mostram exatamente por que — e tem a ver com os "relógios biológicos" do cérebro e do coração.

BATIDAS REGULADAS: Uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Biologia Molecular MRC, em Cambridge (Inglaterra), examinou o relógio biológico interno em cada célula do coração que altera o equilíbrio químico da célula ao longo do dia.

Seu corpo precisa que o coração trabalhe mais intensamente quando está ativo — e consegue isso fazendo com que o coração bata de forma mais acelerada.

"A forma como o coração bate é determinada por duas coisas: sinais vindos do cérebro e níveis de sódio e potássio dentro de cada célula do coração, o que provoca a batida", explicou à BBC John O'Neill, que liderou a pesquisa.

"Em pessoas saudáveis, esses relógios celulares estão sincronizados um com o outro", afirmou. O novo estudo, porém, identificou que, quando mudamos os turnos de trabalho, o cérebro adapta-se muito rapidamente, mas o relógio biológico que temos dentro de cada célula do coração fica para trás.

"Você tem alguns dias em que os sinais vindos do cérebro estão dessincronizados daquilo que o coração está esperando", acrescentou O'Neill. "E isso é o que acreditamos que deixe os trabalhadores que atuam em turnos variados mais vulneráveis quando estão trocando de horários de turnos."

Isso eleva o risco de vários problemas cardíacos, particularmente durante a transição entre turnos diurnos e noturnos, embora o turno de trabalho seja apenas um entre muitos fatores que podem causar problemas de coração, como idade, sexo, história familiar e dieta alimentar.


RISCOS À SAÚDE: "Há uma série de eventos cardíacos adversos", disse O'Neill. "Aquele mais assustador recebe o nome de 'morte cardíaca repentina', em que o coração simplesmente fica confuso e para de funcionar por um tempo. E, ao menos que você receba cuidado médico, isso pode provocar a morte."

A boa notícia é que esse cenário é muito raro. Estudos mostram que o trabalho em turnos, porém, aumenta o risco não apenas de problemas cardíacos, mas também transtornos digestivos, transtornos de humor e aumentos do risco de câncer em geral, em comparação com pessoas que trabalham apenas em turnos diurnos.

"A comparação que os epidemiologistas fazem é que uma perturbação do ritmo circadiano [variação nas funções biológicas] — por exemplo, se você fica trocando de turnos diurnos para noturnos — é o equivalente a fumar um pacote de cigarros por dia", diz O'Neill.

Esse risco foi reconhecido por alguns governos. Na Dinamarca, por exemplo, aqueles que trabalharam em turnos noturnos por mais de 20 anos e desenvolvem câncer têm direito a uma indenização.

Para que estejamos bem fisicamente e saudáveis, todos os nossos relógios biológicos precisam estar fortemente sincronizados um com o outro. Para fazer isso de forma eficaz, é melhor ter uma rotina diária que envolva dormir durante a noite e se alimentar e trabalhar durante o dia. Para milhões de trabalhadores, no entanto, essa opção não existe.

Entretanto, especialistas em sono dizem que podemos tomar várias medidas práticas para ajudar a minimizar o prejuízo causado pelos turnos noturnos.

COMO LIDAR?  "Como seres humanos, é fácil atrasarmos nossos relógios biológicos internos, assim como o relógio mestre no cérebro", diz Renata Riha, consultora em medicina respiratória e sono da Universidade de Edimburgo (Escócia).

Ela afirma que um cronograma de turnos deveria começar com turnos diurnos, aí passar para turnos terminando mais tarde, e finalmente, aos poucos, passar para turnos noturnos. Fazer turnos noturnos por um período mais longo, de pelo menos duas semanas, é preferível, por dar mais tempo para que seu corpo se ajuste.

"Leva cerca de uma semana para todos os relógios do corpo mudarem — o relógio mestre, que é responsável pela secreção de melatonina [o hormônio do sono], seguido pelos relógios em todos os outros órgãos do corpo", afirma Riha.

Ela também recomenda tirar uma curta soneca, de 20 a 30 minutos, durante um turno noturno.

Em média, um adulto precisa de sete a oito horas de sono por dia, mas nem todo tipo de sono é o mesmo. Dormir durante o dia pode, com frequência, ser um sono de mais baixa qualidade, privando o corpo de um descanso bastante necessário.

Riha diz que trabalhadores noturnos deveriam tentar dormir assim que chegam a suas casas. "Tente dormir num quarto quieto, frio e escuro. Você pode cobrir os olhos com uma máscara se você não tiver cortinas para bloquear a luz do dia. Você pode usar tampões no ouvido."

"Se seu quarto for quente, pense em formas de reduzir a temperatura, como usar um travesseiro frio ou um ventilador. Reduzir a temperatura faz seu corpo pensar que é hora de dormir."

ENGANANDO O CORPO: Exercício e uma dieta boa e equilibrada também podem ajudar, mas a chave é acertar o momento. Comer e se exercitar afetam os relógios diretamente por todo o corpo, por meio de mudanças no hormônio insulina e na temperatura do corpo, respectivamente.

Nós podemos enganar nossos corpos e fazer com que aceitem novos horários nos expondo à luz e tomando um "café da manhã" reforçado antes de começar seu turno noturno — e depois evitar comer e ficar exposto à luz durante o dia — sua nova "noite".

"Não existe comprimido que possamos tomar [ao menos por enquanto] que possa reiniciar do zero seu relógio biológico, mas se você está mudando de um turno diurno para um noturno, você apenas precisa mudar toda sua rotina durante o dia antes de começar o turno da noite — e manter-se nessa rotina alterada", diz O'Neill.

"Isso ajudará você a se adaptar mais rapidamente e evitar muitos efeitos indesejáveis."  Fonte: Serviço Mundial da BBC - 12 dezembro 2021

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domingo, fevereiro 27, 2022

FORTES CHUVAS ATINGIRAM A REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO E INTERIOR

Desde a noite de 28 de janeiro de 2022, fortes chuvas atingiram a Região Metropolitana de São Paulo durante cinco dias, causando dezenas de mortes. Vários pontos da cidade de Franco da Rocha alagaram, principalmente o centro e áreas próximas, com o desabamento de várias casas, devido a deslizamentos de terra. O tráfego de trens foi interrompido devido ao alagamento dos trilhos entre Francisco Morato e Perus. O tráfego de veículos entre o município e Jundiaí também foi prejudicado devido aos deslizamentos de terra e queda de árvores na SP-332, principal rodovia que liga as cidades

A SITUAÇÃO ATÉ O MOMENTO, SEGUNDO INFORMAÇÕES DA DEFESA CIVIL:

VÁRZEA PAULISTA - Cinco pessoas da mesma família morreram após a casa em que moravam ser atingida por um desmoronamento. As vítimas são um casal, um bebê de um ano e duas crianças, uma de 10 e outra de 12 anos;

EMBU DAS ARTES - Três pessoas, também de uma mesma família, morreram após uma casa ser atingida por um deslizamento de terra na madrugada de domingo. As vítimas são a mãe e dois filhos — uma menina de quatro anos e um rapaz de 21 anos. Quatro pessoas conseguiram escapar.

FRANCO DA ROCHA - Quatro pessoas morreram, há ainda oito feridos e quatro desaparecidos;

FRANCISCO MORATO - Quatro pessoas morreram;

RIBEIRÃO PRETO - Uma pessoa morreu;

ARUJÁ - Uma pessoa morreu;

JAÚ - Uma pessoa morreu.

RESGATE EM FRANCO DA ROCHA E FRANCISCO MORATO

A Prefeitura de Franco da Rocha afirmou que as equipes estão mobilizadas no resgate de vítimas de um deslizamento de terra na Rua São Carlos, no Parque Paulista, que fica na divisa com Francisco Morato. Três pessoas morreram no local. Sete pessoas foram resgatadas com vida, mas uma morreu no local.

Foto: Franco da Rocha
Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros usaram botes para resgatar moradores na manhã de domingo (30), em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo. O Ribeirão Eusébio e o Rio Juquery transbordaram, deixando a área central da cidade alagada.

CAIEIRAS

Em Caieiras, na Grande SP, as chuvas deixaram casas e ruas completamente alagadas. Muita gente ficou ilhada, e o resgate está sendo feito por tratores da Prefeitura e caminhões.

Os pontos de alagamento ainda deixaram muita gente presa no trânsito, impossibilitados de transitar pelas ruas. O acesso a outras cidades também está impossibilitado. A cidade registrou ainda um deslizamento de terra, em que ninguém ficou ferido.

De acordo com o prefeito toda a área baixa da cidade está alagada. Ainda não há número de desabrigados ou desalojados pelas chuvas.

VÁRZEA PAULISTA

Uma equipe da Defesa Civil procura por quatro pessoas desaparecidas de uma família, na manhã deste domingo (30), no Jardim Promeca, em Várzea Paulista (SP). O corpo de um homem já foi retirado da casa pela equipe.

De acordo com o órgão, na cidade choveu 88 mm nas últimas 72h. O bairro mais prejudicado foi o Jardim Promeca, a região onde há desaparecidos.

Segundo a Defesa Civil, as buscas estão sendo realizadas no imóvel da família. Uma grande quantidade de terra de um morro desmoronou e atingiu um dos quartos do casal e das crianças.

As chuvas intensas em Várzea Paulista fizeram o Rio Jundiaí também invadir a Avenida Marginal.

BALANÇO DA DEFESA CIVIL - 31 DE JANEIRO

A Defesa Civil do Estado de São Paulo confirmou, 34 óbitos em razão das chuvas que atingiram diversas regiões do estado desde a última sexta-feira (28). Os transtornos provocados pelo mau tempo também deixaram cerca de 5.770 famílias desabrigadas ou desalojadas.

Entre as vítimas há um total de oito crianças. Além disso, há 14 feridos e 0 desaparecido. Ainda de acordo com a Defesa Civil, há ocorrências espalhadas por todo Estado relacionadas às chuvas, como alagamentos, queda de árvores, quedas de muros e deslizamentos de terra. No total, são 39 municípios afetados.

ITAPEVI – 1 óbito

ARUJÁ – 1 óbito

FRANCISCO MORATO – 4 óbitos

EMBU DAS ARTES – 3 óbitos

FRANCO DA ROCHA: 18 óbitos

VÁRZEA PAULISTA – 5 óbitos

JAÚ – 1 óbito

RIBEIRÃO PRETO – 1 óbito

A Defesa Civil já forneceu, até o momento, 1.012 cestas básicas, 1.316 kits de higiene/limpeza  e 1.154 kits dormitório.

RECURSOS LIBERADOS

O governado do estado anunciou a liberação de R$ 15 milhões para as cidades afetadas.

Os recursos anunciados serão destinados aos municípios de Arujá (R$ 1 milhão), Francisco Morato (R$ 2 milhão), Embu das Artes (R$ 1 milhão) e Franco da Rocha (R$ 5 milhão), na Região Metropolitana de São Paulo, e Várzea Paulista (R$ 1 milhão), Campo Limpo Paulista (R$ 1 milhão), Jaú (R$ 1 milhão), Capivari (R$ 1 milhão), Montemor (R$ 1 milhão) e Rafard (R$ 1 milhão), no interior do Estado.

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

Historicamente, Franco da Rocha já havia sido inundada por águas da chuva em 1987, 2011, 2015, 2016, 2018.

FRANCO DA ROCHA

É um município da região metropolitana de São Paulo. Compõe, juntamente com outros 39 municípios, a região no entorno da cidade de São Paulo, capital do Estado. Está a 27 quilômetros do centro da capital, 728 metros acima do nível do mar.

Com território de 132,775 km² Franco da Rocha faz divisa com os municípios de Cajamar, Caieiras, Mairiporã, Francisco Morato, Jundiaí e Campo Limpo Paulista. Junto com os quatro

primeiros municípios dessa lista integra a região hidrográfica denominada Bacia do Juquery, principal rio que cruza a região; a bacia ainda é composta pelo Reservatório Juquery, Ribeirão Euzébio, Ribeirão Borda da Mata, Ribeirão Itaim, Tanque Velho, Cristais, Santa Inês, Córrego

da Colônia e Córrego da 3ª Colônia.

Segundo o IBGE (2016) a população de Franco da Rocha é de 147.650 habitantes, sendo desses 67.462 homens e 64.142 de mulheres. Abaixo um gráfico com a distribuição por faixa etária no município:

A população ocupa predominantemente a área urbana, sendo que 92,1% da população encontra‑se na cidade, enquanto que 7,9% da população de Franco da Rocha encontra-se em área rural.

Fontes: Por g1 SP — São Paulo - 30/01/2022, g1 SP e TV Globo - São Paulo - 31/01/2022   e Defesa Civil do Estado de São Paulo



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quinta-feira, fevereiro 10, 2022

ROBÔ SOBE PELAS PAREDES PARA PINTAR OU LIMPAR


Engenheiros da Universidade de Warwick, no Reino Unido, acreditam que os robôs podem ajudar a reduzir acidentes de trabalho e aumentar a produtividade na construção civil.

Para isso, eles estão construindo robôs que podem subir por paredes irregulares, para tarefas de inspeção, manutenção e pintura - ou limpeza de pinturas indesejadas.

Para que o robô consiga se segurar nas mais diversas superfícies, a equipe escolheu um sistema de ventosas, que garante adesão nos mais diversos tipos de paredes.

Na verdade, o maior desafio encontrado pela equipe não está na adesão propriamente dita, mas na interferência eletromagnética, que pode fazer com que os sistemas do robô parem de funcionar.

A equipe testou o robô em uma câmara de compatibilidade eletromagnética, usando ainda amplificadores para simular ruídos encontrados no dia a dia ou em um canteiro de obras.

Com isto, eles conseguiram detectar os diversos tipos de interferência e emissões indesejadas, fazendo os ajustes necessários

Mercado: O robô já está sendo colocado no mercado por meio de uma empresa emergente, a HausBots, que já conseguiu o primeiro cliente.

"Trabalhamos incansavelmente nos últimos 3 anos para fazer o HausBot e estamos incrivelmente empolgados por vender nosso primeiro para uma empresa em Cingapura. Esperamos que este seja o primeiro de muitos que também ajude a reduzir o número de acidentes de trabalho," disse Jack Crone, agora executivo da empresa. Fonte: Site Inovação Tecnológica - 07/02/2022

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posted by ACCA@6:15 PM

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