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terça-feira, maio 13, 2008

Maior shopping de Curitiba abre as portas, com irregularidades

O shopping, que abriu as portas ao público às 11h de sexta-feira, 9 de maio, não tem laudo do Corpo de Bombeiros e nem alvará da prefeitura que permitem o seu funcionamento.

Bombeiros realizaram uma vistoria e constataram uma série de irregularidades;
■ Problemas nos equipamentos de combate a incêndio, nas saídas de emergência e no sistema de exaustão de fumaça do shopping.
■ O chefe do setor de vistorias do Corpo de Bombeiros, disse que o sistema de sprinkler não pôde ser testado pela falta de água na tubulação.
■ As saídas de emergência seriam pequenas e não sinalizadas.
■ Os bombeiros também apontam como irregularidade a falta de um sistema de tubulação para exaustão de fumaça que deveria percorrer todo o prédio, desde o subsolo até o exterior. “Em caso de incêndio a fumaça não seria dissipada e poderia intoxicar os freqüentadores”, explica Fernandes.
O laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros é um dos requisitos obrigatórios para que a Prefeitura emita o alvará de funcionamento para o shopping.


Foto: Faltam vidros de proteção em muitos locais. Uma situação perigosa para crianças.


Empresário nega irregularidades no sistema de segurança do shopping
Segundo Anibal Tacla, diretor do grupo Tacla, responsável pelo empreendimento, quando a vistoria ocorreu, algumas obras ainda não estavam prontas. “Algumas coisas foram feitas no outro dia e no dia seguinte. Estamos pedindo para o Corpo de Bombeiros uma nova vistoria. Dentro da opinião dos nossos engenheiros, as condições básicas estão plenamente atendidas”, diz.

O que prevalece é o interesse comercial e não a segurança
Anibal Tacla conta que a decisão de inaugurar o Palladium, mesmo sem a documentação necessária, foi tomada para poder cumprir os contratos publicitários fechados para a data, previamente pagos com o chamado fundo de promoção, rateado com o dinheiro dos lojistas, e por pressão das lojas, que já estão com funcionários contratados e mercadoria parada nas prateleiras. “Fizemos uma avaliação há uma semana e achamos que as coisas essenciais estariam prontas”, diz Tacla.

O chefe do setor de vistorias do Corpo de Bombeiros, diz que a atual situação do shopping oferece riscos ao próprio Corpo de Bombeiros, na necessidade de atuação em caso de algum sinistro. Na tarde de sexta-feira, 9 de maio, o tenente convocou os responsáveis pelo Palladium para uma reunião na qual entregou um laudo técnico apontando item por item as orientações necessárias para a liberação do shopping. “A nova vistoria não tem data. Para ser feita, é preciso que eles formalizem uma documentação técnica do projeto com as adequações sugeridas e apresentem soluções alternativas para as medidas não adotadas”, diz Fernandes.

Foto: Entulho na parte do fundo do shopping que não foi terminada

Público, lojistas e obras em andamento e acidente
Considerado o maior shopping do Sul do Brasil, sexta-feira de manhã, 9 de maio, parte das lojas ainda estava fechada ou com funcionários arrumando o estoque de produtos. Os estabelecimentos já finalizados aproveitaram para lucrar com o grande número de visitantes, que tiveram trabalho para desviar de pedreiros, eletricistas e áreas isoladas. Uma funcionária de uma das lojas do shopping escorregou no piso empoeirado e foi encaminhada pelo Siate para um hospital da cidade. Ela sofreu ferimentos leves.

Liminar que pede interdição do shopping
O pedido de liminar movido pelo Ministério Público a fim de interditar o Shopping Palladium será analisado pelo juiz da 3ª Vara Cível de Curitiba. O Ministério Público alega que a falta de alvará de funcionamento e do laudo do Corpo de Bombeiros justificam a interdição do local. O shopping recebeu na sexta-feira o laudo técnico dos bombeiros indicando as modificações a serem feitas para a liberação do laudo definitivo. A assessoria de imprensa do Palladium informou que as modificações já estão sendo feitas durante as madrugadas. A previsão da administração do Palladium é que o alvará definitivo saia no máximo até a semana que vem.

Inauguração especial para os convidados
O coquetel de inauguração, na noite de quinta-feira, 8 de maio, foi reservado para convidados. Entre as autoridades presentes estavam o vice-governador do estado, o prefeito de Curitiba, e o secretário municipal de Turismo.

Shopping inaugurado com obras em andamento
O novo centro comercial foi inaugurado com 86% das suas 356 lojas e 12 restaurantes prontos. Segundo Anibal Tacla, diretor do grupo Tacla, responsável pelo empreendimento, dentro de 15 dias ele deve estar 95% concluído. “São praticamente 400 obras para serem concluídas no mesmo momento, com toda a variedade de problemas que isso pode acarretar” disse Tacla.

O que diz os primeiros visitantes do shopping
■ A auxiliar de enfermagem Regina Batista Ramos aproveitou que trabalha próximo do shopping e foi visitar o local. ''O lugar está muito bonito, mas deveriam ter esperado mais um pouco para abrir. A inauguração seria mais impactante'', opina.
■ A poeira acumulada no terceiro andar irritou a recepcionista Milena Cristina dos Santos. ''Tive uma crise de rinite e saí de lá. Vim almoçar mas há poucas opções abertas'', conta. O primeiro restaurante a ficar pronto finalizou as obras nove horas antes da inauguração.
■ A advogada Sandra Amaral não acredita que as obras inacabadas sejam um problema. ''Está tudo ótimo. Temos que ter paciência já que é um empreendimento muito grande''.

Valor do investimento
Para a construção do shopping foram investidos R$ 280 milhões. Depois de pronto, o Palladium deve gerar 5,5 mil empregos diretos. A previsão de faturamento é de cerca de R$ 500 milhões nos primeiros 12 meses.

Palladium recebeu 300 mil visitantes no fim de semana
A curiosidade do consumidor curitibano foi maior do que a polêmica envolvendo o alvará de funcionamento do Shopping Palladium, no Portão. No fim de semana de sua inauguração, o empreendimento recebeu cerca de 300 mil visitantes. O número superou a previsão da organização do shopping.
Grande parte dos freqüentadores foi ao Palladium motivada pela curiosidade. Moradores de vários bairros da capital paranaense, especialmente da região sul da cidade, se deslocaram ao local e enfrentaram filas no acesso ao shopping, no estacionamento e até mesmo nas lojas. Para os lojistas, o movimento foi bastante satisfatório.

Canteiro de obras continua
O shopping ainda é um grande canteiro de obras. Estão em construção às salas de cinema, o centro comercial e a sala de cinema digital, que devem ficar prontos apenas no segundo semestre.

Fontes: Jornale; Gazeta do Povo e Folha de Londrina, no período de 9 de maio a 12 de maio de 2008

Comentário
Durante a inauguração para os convidados restritos estavam presentes autoridades públicas da cidade e do Estado, as quais deveriam dar exemplo, pois o shopping estava irregular perante ao poder público, mas essas autoridades funcionam como blindagem de autorização de funcionamento do empreendimento.
Os bombeiros vão ao local para efetuar inspeção no sistema de proteção contra incêndio, constata que não há água para funcionamento do sistema de sprinkler. A água é um requisito básico para o sistema de proteção de incêndio, sem levar em conta as características técnicas do sistema (vazão, pressão, área de cobertura, etc). O diretor do empreendimento acha natural esse problema, o que se deduz a falta completa de conscientização de segurança. Na fase final de qualquer shopping, durante a montagem de lojas estão presentes vários fatores de riscos, tais como; instalação elétrica em execução, revestimentos combustíveis, pintura, cola, etc., simultaneamente com o acabamento do shopping, corte e solda, instalação elétrica, entulho, etc., que tudo isso pode gerar foco de incêndio ou um grande incêndio. O que aconteceria se no local houvesse um incêndio em que o sistema de proteção contra incêndio não está pronto e não tem água?
No caso em questão, o Corpo de Bombeiros apontou as deficiências de segurança do local, e encaminhará o relatório a prefeitura para tomar as providências necessárias. Culpa de quem, se o shopping está funcionando com irregularidades?

Para obter o alvará, a empresa precisa apresentar às secretarias municipais de Urbanismo e Finanças o laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros que autorize as atividades. Para abertura de qualquer empreendimento comercial sem alvará está sujeita a sanções legais, que se iniciam por notificação, passam por autuação (multa) e podem chegar a embargo. Enquanto a burocracia pública empurra o problema, o shopping continua funcionando, como se estivesse tudo perfeito.

Em todo grande incêndio no país, ninguém estava preparado (os responsáveis pela segurança do prédio, a fiscalização pública e o Corpo de Bombeiros) para combater ao incêndio, prevalecendo à falta de planejamento e preparação. O pior de todos os riscos, a insegurança do prédio, as deficiências dos órgãos públicos, auxiliam para que o incidente se torne uma tragédia.

Vide artigo sobre segurança de shopping, já publicado
http://zonaderisco.blogspot.com/2008/05/shopping-preveno-melhor-estratgia.html

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terça-feira, maio 06, 2008

Shopping – Prevenção é a melhor estratégia

O modelo arquitetônico e o grande fluxo de pessoas são duas características específicas dos shoppings centers que devem levar seus administradores a redobrarem os cuidados contra o risco de incêndios.
A própria estrutura do empreendimento, geralmente uma grande caixa fechada com diversas interligações em seu interior e áreas abertas ligando os pavimentos, facilita a propagação do fogo, da fumaça e de gases tóxicos. O alerta é do tenente coronel Sérgio Araújo, chefe da Divisão de Operações e Treinamento do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, que realizou estudo sobre o assunto.
Aprimorar a conscientização e a cultura de segurança e da auto proteção é fundamental para se evitar grandes transtornos para empreendedores e consumidores.



Foto:Em 28 de fevereiro de 2005, por volta das 15 h, um incêndio no São Luís Shopping, um dos maiores centros comerciais da capital maranhense, provocou tumulto entre os clientes e os funcionários que estavam no estabelecimento. O fogo começou na casa de máquinas do ar-condicionado do shopping.

O investimento em medidas de proteção contra incêndio e pânico tem custo e não geram lucro imediato, mas a sua não realização pode implicar perdas econômicas, patrimoniais, institucionais e, acima de tudo, de vidas humanas.

Estatísticas
As estatísticas mostram que os problemas de eletricidade respondem por quase 60% das causas dos incêndios ocorridos em shoppings cariocas, à maioria nas lojas da praça de alimentação, informa o coronel Araújo.
Os motivos variam;
■ instalações malfeitas que provocam curto-circuito,
■ uso de produtos fora das especificações ou
■ sobrecarga no sistema elétrico.

Cozinhas
As ocorrências mais significativas, no entanto, são nos dutos de gordura das cozinhas que precisam de manutenção e monitoramento constante.
Forro
Os forros de algumas lojas são altamente combustíveis, escondendo um emaranhado de fiação e dutos.
Lixeiras
É preciso cuidado especial também com as lixeiras, responsáveis por 20% dos incêndios, que geralmente começam com uma ponta de cigarro jogada em lixeira que contém papel. Na lista dos causadores de incêndio seguem-se os veículos, as frituras, as soldas, lâmpadas e depósitos.
Iluminação de lojas
O uso de spots (luminárias) em decoração é fator de risco, pois são lâmpadas que esquentam muito e podem provocar a combustão de produtos próximos, principalmente se forem altamente inflamáveis, como plásticos. Precauções também devem ser tomadas com os letreiros de néon.

Propagação de incêndio
A velocidade de propagação de um incêndio em geral é muito rápida, bastando alguns minutos para atingir elevadas temperaturas. Contribuem para esta velocidade a quantidade de produtos sintéticos usados cada vez mais em nosso dia a dia, como náilon, viscose e espumas, entre outros. Tais materiais geram fumaças altamente tóxicas e letais com a liberação de monóxido de carbono e gás cianídrico.
Um incêndio evolui lentamente até o terceiro minuto; depois a velocidade de propagação é elevada até o 12º minuto, tornando-se estável enquanto existir combustível e oxigênio. Neste momento a temperatura atinge cerca de 1.000º C, de acordo com experiência realizada pela ISO (International Standard Organization) sobre incêndio estrutural, o que é o caso de uma loja, por exemplo.

Riscos de fumaça e incêndio
Geralmente as pessoas se preocupam muito mais com o fogo do que com a fumaça, a principal causa das mortes em incêndios. O máximo que o ser humano pode resistir à fumaça é 12 minutos, sem falar nos gases tóxicos. Os shoppings devem se preocupar seriamente durante o projeto com a instalação de dispositivos de extração automática de fumaça, recomenda o Corpo de Bombeiros. Outro fator a ser levado em consideração durante o projeto é a compartimentação de incêndio, que limita a propagação do incêndio (permitindo que as pessoas sejam retiradas com mais facilidade) e reduz perdas.

GLP - vazamento de gás combustível.
O uso de botijões ou cilindros (GLP) deve ser reduzido ao mínimo, porque dificultam o controle de qualquer emergência do tipo vazamento ou incêndio. A canalização de gás combustível deve passar por monitoramento e inspeções periódicas, de forma visual e com o uso de equipamentos de detecção de gases. Além disso, as normas de instalação têm de ser seguidas com rigor.

Medidas de segurança
Acesso de carros de bombeiros
Na fase inicial do projeto do shopping, deve-se prever o acesso dos carros do Corpo de Bombeiros, considerando-se as suas dimensões, peso, ângulo e altura de operação, além de um local para pouso de helicóptero.

Instalações de incêndios
Não podem faltar instalações de combate a incêndio, extintores portáteis, sistemas de sprinklers automáticos e sistemas de detecção de incêndio em conformidade com as normas técnicas.

Dispositivos automáticos - dumpers
Recomenda-se ainda a instalação de sistema de detecção, extinção e fechamento automático de dutos de gordura. São dispositivos adaptados em coifas e sistema de tiragem de calor e gordura nos restaurantes com o objetivo de detectar o surgimento, limitar a propagação de um incêndio e apagá-lo de forma automática.

Brigada de incêndio
A Brigada de Bombeiros profissionais civis é fundamental para a primeira intervenção e para o trabalho conjunto com o Corpo de Bombeiros local. Cabe a ela fazer a inspeção rotineira dos riscos de incêndio, auxiliar na manutenção dos dispositivos de segurança, agir nas situações de emergência, prestar os primeiros socorros, realizar busca de pessoas em meio à fumaça e coordenar o escape até a chegada do Corpo de Bombeiros.

Pára-raios
A instalação de pára-raios deve ser considerada como elemento adicional de proteção contra descargas atmosféricas, visando à proteção da área total contra descargas que podem gerar desde colapso e queima de equipamentos a incêndios e fatalidades.

As saídas de emergências
Constituem-se basicamente de:
■ Escada de segurança, resistente ao fogo, com largura e número suficiente para a saída dos usuários do prédio;
■ As portas corta-fogo, com largura e números suficientes;
■ Dutos de entrada de ar e saída de fumaça, para renovação do ar;
■ Antecâmara para evitar a entrada de fumaça na escadaria;
■ Sinalização e luz de emergência.

Pânico
Diversos fatores podem desencadear uma situação de pânico, desde o princípio de incêndio, um vazamento de gás até uma briga ou assalto. As pessoas tendem a abandonar o local de forma rápida e desordenada, gerando confusão e acidentes.
Alguns procedimentos podem evitar essa situação.
■ É preciso manter a iluminação e sinalização indicativa de escape do tipo elétrica auto-suficiente e fotoluminescente.
■ As portas devem abrir sempre no sentido do escape, principalmente em locais onde se concentram mais de 50 pessoas, impedindo-se também o ingresso no sentido contrário à barra antipânico, dispositivo que permite a saída de qualquer pessoa com um simples empurrão.

Fonte: Revista Shopping Centers - Agosto de 2000

Comentário:
A Indústria de Shopping Centers no Brasil conta com 622 shoppings.

Histórico de incêndios de shoppings:

1-Incêndio atinge shopping em São Paulo
Em 28 de Julho de 2004, à noite, um incêndio ocorreu no shopping D, na zona norte de São Paulo. A fumaça produzida pelo fogo na cozinha do restaurante "Livorno" assustou os freqüentadores do cinema.
A fumaça produzida pelo incêndio espalhou-se pelos dutos e chegou a uma das salas do cinema, localizada no mesmo andar, que teve de ser esvaziada.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo deslocou cinco veículos da corporação para atender a um chamado de incêndio no local. O fogo foi controlado e ninguém saiu ferido.

2-Fogo em prédio do Cal Center deixa um ferido
Um princípio de incêndio no edifício onde se localiza o Shopping Cal Center, na Avenida Brigadeiro Faria, mobilizou os bombeiros na manhã de domingo, 24 de janeiro de 1999. O fogo, que começou em um quarto do 12º andar, onde fica toda a fiação elétrica do prédio, foi rapidamente controlado.
As causas do incêndio não foram apuradas, mas tudo indica que houve curto-circuito.
Vítimas
Segundo o Corpo de Bombeiros, um funcionário ficou levemente ferido quando abriu a porta do quarto e as chamas o atingiram. A vítima foi socorrida pelos próprios funcionários do local.
De acordo com trabalhadores do edifício, a área atingida pelo fogo compõe a parte administrativa do shopping.
Interdição de restaurante
No dia 8 de janeiro de 1999, o Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru) interditou, por falta de segurança, o restaurante Beer Grill, localizado nas dependências do shopping Cal Center. Segundo o Contru, a falta de extintores de incêndio e irregularidades nas instalações elétricas foram os principais motivos apontados pelos engenheiros. A equipe já havia feito outra inspeção em novembro de 1998. Na ocasião, foi emitida intimação com os itens a serem reparados pela administração do edifício.
Em janeiro, quando os engenheiros voltaram para vistoriar as instalações, poucos serviços foram executados.

3-Fumaça assusta cliente de shopping
Às 11 h 30 min, de 25 de novembro de 1997, um curto-circuito no sistema de exaustão da Churrascaria W Grill, causou um princípio de incêndio. A fumaça provocada pela queima de gordura acumulada na coifa se espalhou pelos quatro andares do shopping Ibirapuera, São Paulo, que é um dos maiores da cidade, com 163 mil metros quadrados. O princípio de incêndio foi controlado em poucos minutos pela própria brigada de incêndio, composta de 40 homens.
Houve correria e confusão na saída do estacionamento, que estava com as cancelas travadas. Apesar do incidente, os motoristas eram obrigados a pagar o estacionamento para poder destravar as cancelas.
Em março de 1997, o shopping foi interditado por dois dias pelo Depto de Controle de Uso de Imóvel (Contru), após um incêndio que destruiu a loja de discos Breno Rossi.

4-Shopping tem princípio de incêndio
Em 19 de agosto de 1997, às 11 h, ocorreu um principio de incêndio numa coifa do restaurante Espeto Grill.. O andar do shopping São Caetano, São Caetano, ficou interditado por quase meia hora para que o Corpo de Bombeiros pudesse controlar o princípio de incêndio.
O Shopping não precisou ser esvaziado. Meia hora depois, estava tudo sob controle e todas as lojas voltaram a funcionar normalmente. O restaurante permaneceu fechado para trabalhos de rescaldo e limpeza do local.

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terça-feira, abril 08, 2008

Incêndio e pânico no shopping Unicenter, na Argentina

O incêndio começou pouco depois das 19 h 10 min, 30 de outubro de 2005, no terceiro andar do shopping Unicenter, o maior da Argentina, em Martinez, na região metropolitana de Buenos Aires. Foi no setor dos jogos infantis, chamado Aventura Center.
Como todos os domingos, o lugar estava cheio de crianças. No restante do shopping tinha entre 40.000 e 50.000 pessoas.
O fogo teria começado no setor de diversão "Aventura Center" entre os carrinhos elétricos bate‑bate, que estavam funcionando, e o jogo "A Boca do dragão", que está fora de uso. Em princípio, o pessoal de segurança tentou apagar com extintores de incêndio, mas quando atingiu o teto e propagou-se, teve que realizar a evacuação do local.

Cronologia do evento
■ Cerca das 19 h começou o incêndio no setor de diversões infantis "Aventura Center", no terceiro andar, no jogo desativado "Dragão Aéreo".
■ Às 19 h 15 min , a brigada de incêndio do shopping tentou sufocar o incêndio com os recursos que existiam no lugar.
■ Às 19 h 30 min, o shopping foi evacuado por setores. Gerou-se um grande caos na área de estacionamento, onde as pessoas tentaram levar seus veículos e provocou congestionamento total na saída..
■ Às 19 h 35 min, viaturas de bombeiros de vários lugares começaram a chegar ao shopping e tendo dificuldade para entrar, devido ao congestionamento na saída dos veículos do shopping.
■ Às 21 h 05 min, os bombeiros conseguiram atingir o foco de incêndio e controlá-lo.
■ Às 21 h 17 min, interrompeu o fornecimento de energia elétrica em todo o estabelecimento para evitar qualquer curto circuito ou reinicio de propagação de incêndio. Os bombeiros permaneceram no local para fazer escaldo e remoção de entulhos

Shopping Unicenter
O shopping Unicenter foi inaugurado em 13 de outubro de 1988, sobre um terreno de quase 160.000 m2 situado na auto-estrada Panamericana, entre as ruas Edison e Paraná, em Martínez, e atualmente é o maior do país.
A área construída totaliza 103.000 m2 , dos quais correspondem 63.000 m2 de área comercial e 40.000 m2 de área de estacionamento coberto para automóveis.
O conjunto comercial compreende;
■ 300 lojas, um hipermercado Jumbo, de 12.700 m2 de área de vendas
■ um setor de 3.000 m2 destinado aos jogos para crianças.
■ um estacionamento para 6.500 automóveis, sendo 4.000 cobertos
■ praça de alimentação e restaurantes para 1800 pessoas.

O movimento do público está facilitado mediante dez escadas rolantes , quatro elevadores de passageiros (um deles é panorâmico) e duas correias transportadoras de 35 m de comprimento cada uma. Possui 14 salas de cinema, com capacidade para 3.300 pessoas, e estão equipadas com um sistema de som digital único na América do Sul.

O empreendimento do shopping no valor 38 milhões de dólares foi realizado pela empresa Cencosud, de origem chilena.
Aventura Center
Um centro de diversão, primeiro parque temático “indoor” da Argentina , com uma área de 3.000 m2 e 24 pistas de boliche, de última geração.

Evacuação por setores
Os seguranças atuaram rapidamente e começaram a evacuar o lugar. Demoraram 20 minutos em evacuar o shopping , seguindo o Procedimento de Operação para Emergências (POPE).
No inicio a evacuação foi feita no 3o andar, nas áreas próximas ao incêndio, expandindo para as demais áreas do andar e depois para os demais andares.
Toda informação de evacuação foi realizada pelo sistema de som e sinalização intermitente de iluminação com indicação para evacuar o local.
A evacuação foi realizada com calma, mas houve principio de correria, medo e pânico entre algumas pessoas.

Estacionamento, confusão e caos
Os maiores problemas existiram no estacionamento, onde entram 6.500 veículos. Muitas pessoas, em vez de sair caminhando do local, quiseram retirar-se com seus carros, o que provocou um congestionamento e vários veículos chocaram-se quando tentavam sair.
Com o engarrafamento na saída do shopping dificultou o acesso das viaturas dos bombeiros e ambulâncias. .

Área isolada
Os bombeiros demoraram em chegar porque a auto-estrada Panamericana transformou-se num passeio de curiosos que se detinham para ter um melhor ângulo de visão do fogo e as colunas de fumaça. O perímetro do shopping foi isolado pelos bombeiros para deter aos curiosos e poder realizar seus trabalhos.

Testemunhas
Marcela, uma das funcionarias das lojas do Unicenter, afirmou: “Chamou-nos a atenção, porque se apagou a luz, e em seguida o pessoal de segurança disse-nos que tínhamos que sair. Como saímos rápido, nem sequer vi a fumaça". Por outro lado, Mariano, cliente do shopping, comentou: "Estava num provador de roupa e tive que sair rápido. A saída foi ordenada. No instante que estava fora do shopping, vi uma espessa coluna de fumaça".
As pessoas que se evacuaram mais tarde, encontraram a fumaça se expandindo em toda área do shopping, foram as que mais sustos passaram e geraram momentos de maior tensão. Sobretudo, o pessoal que estava nas salas de cinema, que são 14.

Propagação do fogo e fumaça
A propagação do incêndio foi rápida. Em seguida cobriu o teto, e as chamas atravessaram as aberturas e se recortaram sobre a cobertura do shopping. A fumaça ocupou espaço. E começou a baixar, e as pessoas também baixavam e corriam pelos corredores e pelas áreas de estacionamento e, mais abaixo, pelo supermercado Jumbo.

Estacionamento - testemunha
“Sabes, o que aconteceu? Os bombeiros não podiam entrar. A gente, em vez de sair à pé, queria sair como carro. Lembrei o que aconteceu no Paraguai? Claro. Quem pode esquecer a catástrofe de Ycuá Bolaños (incêndio no supermercado), em Assunção do Paraguai, que se cobrou 400 vidas. Talvez também pensaram alguma outra tragédia, mais próxima no tempo, a de Cromagnon (discoteca, Buenos Aires) , onde faleceram 193 pessoas”, disse Nicolás Gutiérrez.

Corpo de Bombeiros
Às 19 h 35 min, chegaram os bombeiros. O chefe do Corpo de Bombeiros Voluntários de San Isidro, comandante Javier Ozan, disse: "Demoramos 15 ou 20 minutos para poder entrar. Todos queriam sair com seu veículo, teve engarrafamento e não podíamos entrar“. “Finalmente entramos.Eram 70 homens e 25 viaturas de bombeiros, que rapidamente despachamos suas equipes em frente ao shopping”.

Recursos envolvidos na emergência
Estiveram no local cerca de 150 bombeiros, dezenas de viaturas, de várias unidades de bombeiros, como também, a Defesa Civil e a Cruz Vermelha.

Controle do incêndio
Às 21 h 10 min, os bombeiros conseguiram atingir o foco do incêndio, com ajuda de três escadas mecânicas e controlaram o incêndio que se desenvolvia no 3o piso.
No interior do shopping, o ar cheirava plástico queimado, que era mais intenso à medida que se aproximava do terceiro andar. Alguém gritou: "Fechem os hidrantes". As mangueiras deixaram de funcionar, pois a água escorria pelas escadas e acumulava na área do estacionamento. No terceiro andar, o ar era quase irrespirável. Os bombeiros, permaneceram no local para o rescaldo e remoção de entulhos.

Danos materiais
Cinemas – as salas foram danificadas pela água do incêndio, reabririam em uma semana.
Praça de alimentação – os restaurantes mais próximos à área de Aventura Center, sofreram danos causados pela água de incêndio
Aventura Center – a estrutura foi severamente danificada, prazo de recuperação indeterminado

Vitimas
Dos oito bombeiros que resultaram com princípio de asfixia, ficaram cinco internados no hospital de San Isidro, com queimaduras leves, em estado de observação e 16 clientes com princípio de asfixia devido à inalação de fumaça, foram atendidos no hospital e liberados.

Reabertura do shopping
O shopping abriu suas portas na segunda-feira, 31 de outubro, pela manhã, mas sem acesso ao setor dos jogos do terceiro andar e cinemas.

Causa do incêndio
O incêndio iniciou-se por causa de um curto-circuito em um jogo, A Boca do Dragão, que estava fora de uso, segundo o resultado das perícias realizadas.

Históricos de incêndios
■ Janeiro de 2004 – Incêndio ocorreu no shopping Abasto. Foi um princípio de incêndio em um forno de um supermercado que está no interior do complexo comercial. O incidente não provocou vítimas.
■ 14 de dezembro de 2000 – Incêndio que ocorreu em Alto Palermo, shopping localizado em Santa Fé e Coronel Díaz. Como em Unicenter, o incêndio originou-se e provocou importantes danos no setor de jogos, além de danificar uma parte da praça de alimentação. Dois bombeiros sofreram um princípio de asfixia e outro recebeu um forte golpe. Algumas testemunhas do incêndio disseram, que as chamas foram provocadas por um curto‑circuito em uma das máquinas de jogos.

Fontes: El Clarín, La Nación, Pagina 12, El Dia, no período de 30 de outubro a 01 de novembro de 2005.

Comentário:
No caso do incêndio do shopping, um dos principais problemas que ocorreu, foi na saída dos clientes com os seus respectivos veículos, que geraram engarrafamentos na saída do shopping e como conseqüência dificultando a entrada dos bombeiros.
Houve momentos de desespero, com algumas colisões e crises nervosas no estacionamento do shopping quando os motoristas provocaram engarrafamento em sua tentativa por salvar os seus próprios veículos das chamas e fugir do lugar.
No Brasil, especificamente em São Paulo, alguns shopping centers apresentam na área de estacionamento obstáculos à movimentação de veículos dos bombeiros e de resgate, que alguns casos, dificilmente as viaturas terão acesso às edificações para operações de combate ao fogo e resgate.

Relacionamos os principais problemas;
A maioria dos shopping centers, o estacionamento é pago e como conseqüência criaram obstáculos para efetuar a operação e controle tais como; cabines, cancelas, coberturas, ilhas (provocam estrangulamentos das ruas internas) e ruas interna para acesso as cabines, estreitas e raios curtos para operação de manobra.

O que diz a instrução técnica do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo
A Instrução Técnica fixa condições mínimas exigíveis para o acesso e estacionamento de viaturas de bombeiros nas edificações e áreas de risco, visando a disciplinar o seu emprego operacional na busca e salvamento de vítimas e no combate a incêndios.

Principais requisitos
Via de acesso e faixa de estacionamento
1 - Largura: mínima de 6,00 m.
2 - Comprimento mínimo de 15 m.
Obs: Tem muitos shopping centers, o comprimento de entrada de acesso é curto e em curva, não permitindo a manobra de viaturas
3 - Suportar viaturas com peso de 25.000 quilogramas-força.
4 - Desobstrução em toda a largura e com altura livre mínima de 4,50 m.
5 - Quando o acesso for provido de portão, este deverá atender à largura mínima de 4,00 m e altura mínima de 4,50 m.
Obs: A cabine, controle de entrada de veículo e cobertura, não atende este padrão
6 - A faixa de estacionamento deve estar livre de postes, painéis, árvores ou qualquer outro elemento que possa obstruir a operação das viaturas.

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