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terça-feira, março 30, 2010

Incêndio de grande proporção na Bridgestone no Japão

Um grande incêndio surgiu por volta do meio-dia de segunda-feira, 8 de setembro de 2003, na fábrica de pneus “Tochigi” de propriedade da Bridgestone, na cidade de Kuroiso, região de Tochigi, norte de Tóquio, distante 150 km.

Foto – 08/09/2003 – AFP-Getty Images - Chamas e fumaça densa e negra envolvendo a fábrica.

LOCALIZAÇÃO
A fábrica está localizada ao longo da auto-estrada nacional e dista somente 1 quilômetro, a sudeste da estação de Nasu-Shiobara na linha de JR Tohoku Shinkansen. As operações dos trens da bala não foram afetadas pelo Incêndio.

EVACUAÇÃO DA VIZINHANÇA
As autoridades comunicaram a cerca de 5.032 moradores, próximos ao local, eles devem sair de suas casas. "Alguns moradores estão sofrendo leve irritação na garganta e nos olhos devido a fumaça, mas não é sério suficiente para enviar ao hospital," disse Takashi Tamaki, autoridade da cidade de Kuroiso. "Fornecemos alimentação, água para os moradores e médicos da cidade para permanecerem nos abrigos durante a noite," disse Tamaki .
Aproximadamente 250 moradores passaram a noite numa escola, distante aproximadamente 1,5 quilômetros da fábrica.

CORPO DE BOMBEIROS
As autoridades locais mobilizaram aproximadamente 80 veículos e equipamentos para combaterem o fogo, incluindo um helicóptero para atuar durante o dia, mas não podia aproximar-se o suficiente, por causa da fumaça.

REFORÇOS DE BOMBEIROS – EQUIPAMENTOS DE ALTA TECNOLOGIA

Foto-Modelo de robôs utilizados pelo CB de Tóquio

Após ter recebido um pedido de auxílio da agência de administração de Incêndio e de desastre, o Corpo de Bombeiros de Tóquio, dispôs 26 veículos e 96 bombeiros para combater o Incêndio.
Uma equipe de emergência do Corpo de Bombeiros de Tóquio, com especialistas e equipamentos avançados de combate a incêndios, chegaram a Kuroiso, aproximadamente 3 h da madrugada de terça-feira.
Dois veículos por controle remoto, com canhão d’água chegaram às 5 h da manha e foram diretos para interior do prédio em chamas. Os veículos, comandados remotamente, quase do tamanho de um carro pequeno, podem transmitir imagens do incêndio através de uma câmara, enquanto combate o incêndio.

TESTEMUNHAS – MORADORES
Uma mulher morando próxima a fábrica disse que uma densa camada de fumaça corrosiva dificultou a evacuação. A fumaça provavelmente continha dióxido de enxofre (gás sulfuroso, anidrido sulfuroso), que irrita os olhos e dificuldade na respiração.
“Ouvi pequenas explosões e então um cheiro de borracha queimando precipitou-se sobre nós. Não podíamos sair da casa por causa da fumaça”. Outros moradores morando perto de uma escola, distante aproximadamente 400 metros, disseram que cinzas caíram sobre as residências e a escola foi envolvida pela fumaça.

Foto-1-Sistema de co-geração (Co-generation system)
2-incineração de sucata de pneu, sistema de geração elétrica (Scrap tire incineration power generation system)
3-Centro de Teste (Test Center)
4-Centro de Preservação (Preservation Center )
5- Entrada principal (Front gate)
6-Escritório (Office)
7- Fábrica principal (Main Factory)
8-Ala do misturador Banbury (Banbury wing)


DIFICULDADES NO COMBATE AO FOGO - DINÂMICA DO INCÊNDIO
A brigada de incêndio em conjunto com o Corpo de Bombeiros de Tochigi tentaram controlar as chamas. Entretanto, uma camada de fumaça densa e negra continuou a elevar-se no céu acima da fábrica.
Por causa disto, os bombeiros não poderiam entrar no edifício e eles continuaram a direcionar a água para o fogo pelo lado externo.
A TV mostrou a cena do incêndio, uma densa nuvem negra espalhando sobre os prédios brancos, com bolas de fogo com chamas alaranjadas, irrompendo pelas janelas e telhados.

Um helicóptero de incêndio despejava água nas chamas de baixa altura, enquanto 60 viaturas de incêndio foram envolvidas na operação em terra. O fogo consumiu os três pavimentos de concreto e de estrutura metálica da unidade de processo de mistura de borracha e propagou-se para a área de estocagem de pneus. Pequenas explosões continuaram pela noite de segunda-feira.
O incêndio desafiou o limite de capacidade da organização dos bombeiros de uma pequena prefeitura para combater grandes incêndios.
O incêndio estendeu também uma rede de cooperação que abrangeu várias prefeituras da região para interromper a propagação do incêndio.

Entretanto, como os bombeiros lutaram contra o incêndio à noite inteira, o uso de tecnologia de incêndio avançada, incluindo robôs e centenas de veículos de incêndio da região de Tochigi e outras, contribuíram finalmente para controlar o incêndio.
A ferocidade das chamas e a camada de uma fumaça densa e negra que espalhou pela fábrica, alguns bombeiros estavam sentindo indefensos. A cooperação entre as equipes de bombeiros que convergiram a partir de uma grande área e conhecimento técnico de combate a incêndio provaram indispensáveis para extinção de grandes incêndios.

Além disso, aproximadamente 675 toneladas da borracha e um volume grande de negro de fumo, fuliginoso, material básico utilizado durante o processo de fabricação de pneus, 2 tanques de 10t/cada, de gás butano altamente inflamável, seis tanques que contendo uma mistura de nitrogênio e dióxido de carbono, e aproximadamente 30 produtos químicos diferentes, incluindo o enxofre, estavam armazenados na fábrica.
A combinação destas substâncias aumentou os esforços para extinção do incêndio usando a água de maneira ineficaz. Os próprios pneus impediam a tentativa para extinguir o incêndio devido ao composto da borracha, e o valor elevado da temperatura liberada, pois os pneus são difíceis de extinguir o fogo rapidamente, uma vez que eles estão incandescentes (a área de troca de calor é pequena, a água apenas molha superficialmente a carcaça do pneu e grande parte da água é perdida).

O Corpo de Bombeiros de Tóquio utilizou um potente canhão d’água que pode lançar volumes grandes d’água por uma mangueira tão extensa, cerca de dois quilômetros, para combater o incêndio. Os responsáveis pela operação estavam preocupados, pois haveria água insuficiente para usar no canhão devido à quantidade de água consumida antes da sua chegada, mas o canhão foi capaz retirar água de uma piscina numa escola primária, distante 600 m da fábrica.

"Mikio Endo, oficial bombeiro do Corpo de Bombeiros de Tóquio , disse," o uso de equipamento sofisticado para conduzir a operações de combate ao fogo produziu este resultado, o controle do incêndio."

A fumaça continuava ainda na fábrica, mas o fogo foi praticamente extinto para os bombeiros, para que eles pudessem penetrar na estrutura de três pavimentos, disse Ishizaki, oficial bombeiro. As chamas eram para serem extintas na manha de quarta-feira, ele disse.
De acordo com a autoridade da prefeitura de Tochigi, da divisão de segurança contra incêndio e prevenção de desastre, as normas da agencia de gerenciamento de incêndio e de desastre, para recursos para combate a incêndio, estipula que cada unidade do Corpo de Bombeiros deve ter um veiculo capaz de combater incêndios em instalações, tais como; complexos industriais e fábricas que manipulam substancias perigosas

A equipe de bombeiros de Kuroiso-Nasu é equipada com apenas um veículo adequado para combater incêndios químicos, e por conseguinte encontra-se nesta exigência.
O governo de Tochigi pediu que todas as unidades de corpos de bombeiros da região com veículos capazes de combater incêndios químicos dirigissem para o local do incêndio.
Entretanto, a intensidade do incêndio diminuiu estes recursos e exigiu que os veículos de apoio estivessem afastados mais distante do local.
Por volta das 11h50, de terça-feira, os bombeiros declararam que o fogo está sob controle

EQUIPAMENTOS CONTRA INCÊNDIO DA FÁBRICA
As autoridades da agência da defesa contra fogo disseram que para fábrica exigia apenas hidrantes e alarmes contra incêndio, mas nenhum sistema automático de extinção de incêndio (sistema de sprinkler).

CAUSA PROVÁVEL
O incêndio iniciou-se nas instalações de três pavimentos usados para mistura de produtos químicos e borracha. A Bridgeston e o Corpo de Bombeiros disseram que a causa do incêndio não foi ainda determinada, mas acredita-se que começou no segundo pavimento na área de processo de mistura de borracha, em um dos tanques de mistura de borracha, negro de fumo e produtos químicos para produzirem pneus.
Um trabalhador informou que viu o fogo no local. Os responsáveis pela fábrica disseram que a borracha é aquecida acima de 100 graus, quando está sendo misturada e amassada com outros materiais. Os cilindros que amassam a mistura geram calor por fricção.
Eiji Yanai, do Instituto de Pesquisa Nacional do Fogo e de Desastre, diz que o enxofre poderia se inflamar sob o calor intenso numa reação química.

FALHAS NA SEGURANÇA
Algumas portas de aço de enrolar (fire shutters, portas de aço que ficam na posição aberta, em caso de incêndio, possui dispositivos; motor elétrico, elo fusível, que fecham automaticamente, isolando a área,) não se fecharam completamente, permitindo a propagação das chamas.
Depois da ocorrência do incêndio, a empresa inspecionou as demais fábricas (oito) e encontrou os mesmos defeitos similares em sete fábricas. Um executivo da Bridgestone disse, que estava chocado pela displicência da fábrica em relação a procedimentos de segurança.

RETORNO DOS MORADORES
As autoridades na terça-feira suspenderam o aviso de evacuação para os 5.032 residentes na área, disse o porta-voz da cidade, Mako Mori. Aproximadamente 250 pessoas passaram à noite num ginásio escolar e 15 foram tratados com sintomas de intoxicação pela fumaça, incluindo; gargantas e olhos irritados, disse Mori.

BALANÇO DO INCÊNDIO
■ o fogo destruiu quase 40.885 m2 de instalações e
■ queimou entre 20.000 a 50.000 pneus armazenados na parte externa, no lado norte do edifício de três pavimentos.
O incêndio afetará os lucros de Bridgestone devido;
■ às perdas de aproximadamente de 100.000 pneus destruídos no incêndio,
■ redução na capacidade de produção, em um aumento em custos do transporte e
■ no investimento exigido para restaurar a fábrica de Tochigi.

VÍTIMAS: não houve

EQUIPES DE EMERGÊNCIA E BOMBEIROS:
Cerca de 144 viaturas de incêndio e quase 400 bombeiros estavam no local.

FÁBRICA “TOCHIGI”
A Bridgestone, um dos maiores fabricantes de pneus do mundo, controla quase 50 por cento do mercado japonês. A fábrica de Tochigi participa com quase 13 por cento da produção total de pneus para o mercado doméstico.
A fábrica produz 5.700 pneus por dia para caminhões e ônibus e 15.300 pneus para automóveis. É responsável exclusivamente para a produção de alguns pneus especiais para veículos comerciais e trens (monotrilho).

GRUPO BRIDGESTONE
De acordo com Bridgestone, a fábrica “Tochigi”, tem uma área construída de 514.000 m2, produz pneus para automóveis, ônibus e caminhões. É uma das principais fábricas do grupo no Japão e começou a operação em 1971 e tem 850 funcionários. A Bridgestone possui 9 fábricas espalhadas no Japão e 45 fábricas no exterior.

INVESTIGAÇÃO DO INCÊNDIO
Os especialistas de incêndio japoneses começaram sua investigação sobre a causa do incêndio na Bridgestone na quarta-feira, com a mídia local noticiando como causa provável a negligencia.
Entretanto, cerca de 35 peritos tinham ainda de examinar com detalhes a fábrica, por causa do calor no interior do edifício, disse o porta-voz da polícia.
Os peritos estavam focalizando as instalações destruídas que era usada para mistura de produtos químicos e borracha, um processo que causa calor intenso.

TESTEMUNHAS
Os trabalhadores da fábrica disseram que viram chamas elevando-se de uma dos equipamentos de mistura. "Não determinamos o que causou o incêndio. Embora, sabemos que não foi um incêndio intencional, porém não podemos dizer se este é um caso típico de negligência ou não",disse o porta-voz da polícia .

PARALISAÇÃO DA FÁBRICA – CONSEQÜÊNCIAS

BRIDGESTONE ESFORÇA-SE PARA RETORNAR AS ATIVIDADES
A fabricante japonesa de pneus Bridgestone Corp. disse, que espera para retornar as operações em sua fábrica de Tochigi afetada por incêndio, já sexta-feira à noite. O presidente da companhia Shigeo Watanabe disse numa conferência de imprensa na quarta‑feira, que a prioridade principal seria assegurar a estabilidade de fornecimento aos clientes da empresa, principalmente as montadoras.
A fábrica de Tochigi produz normalmente 6.700 toneladas de pneus por mês para os carros, caminhões e ônibus.

A Bridgestone planeja transferir o processo de fabricação da borracha para outras fábricas e recomeçar as atividades da fábrica com os outros processos não afetados pelo incêndio ainda esta semana.

INCÊNDIO NA BRIDGESTONE PREJUDICA O LUCRO E AS AÇÕES CAEM
Os analistas financeiros disseram que a companhia tem outras oito fábricas de pneus que ajudariam para atenuar o impacto da queda da produção, mas as ações dos investidores da Bridgestone caíram abaixo sete por cento em um ponto na terça-feira, provocando a maior perda na praça principal de Tóquio, embora o mercado em geral ganhou dois por cento.

As ações das empresas concorrentes, Yokohama Rubber e Sumitomo Rubber elevaram-se mais de cinco por cento, pois algumas montadoras, como a Mitsubishi disse, que elas poderiam conseguir pneus de outros fabricantes, se a Bridgestone falhasse no atendimento.
"Faremos tudo para minimizar o efeito em nossos clientes, mas não temos nenhuma idéia quando a produção recomeçará ou qual é o tamanho do golpe do incêndio terá em nosso crescimento," disse a porta-voz da Bridgestone, Setsuko Ozaki. "Mas com um incidente deste tamanho, há um limite para ter algum impacto."
O analista do banco Deutsche, Kunihiro Matsumoto, disse que, embora havia ainda muitas incógnitas, o impacto no lucro seria pequeno, uma vez que a Bridgestone tem mais de 40 fábricas no exterior.
"Devido a isto e a sinergia entre as fábricas do grupo, não prevemos o incêndio provocando alguma queda importante para revisão do lucro", ele escreveu em um relatório.

PREJUÍZO MENSAL DA FÁBRICA
A fábrica fechada por um mês, teria um prejuízo de aproximadamente de US$ 8,6 milhões no lucro operacional.

DIFICULDADE PARA ATENDEREM OS CLIENTES
Para assegurar um pequeno fluxo de suprimento, a Bridgestone está considerando a utilização de pneus de outras fábricas domésticas, ou ainda importando das fábricas do sudeste asiático.
Mas devido às fortes vendas globais, forçaram as quarenta e cinco fábricas mundiais da Bridgestone a trabalharem em plena capacidade, dificultando a produção extra e causando para alguns clientes a redução do nível de produção.

CONSEQÜÊNCIAS DO INCÊNDIO PARA A INDUSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
As montadoras estão ocupadas tentando garantir matéria prima e avaliar se sua produção do veículo será afetada pelo incêndio.
Os observadores expressaram receio que uma grande redução na produção da indústria automobilística terá influencia negativa na economia como um todo, pois a indústria automobilística é vista como força propulsora da economia.
A fábrica de pneus da Bridgestone, perdeu seu núcleo principal no incêndio era a quarta maior fábrica entre as nove fábricas do grupo no país, produzindo aproximadamente 80.000 toneladas dos pneus por ano.

Os quatro principais fabricantes de caminhões que estão produzindo acima da capacidade de produção normal em face da entrada em vigor para o próximo mês de uma norma mais rigorosa em relação à emissão de resíduos poluentes, parecem particularmente vulneráveis ao acidente de Bridgestone, que já está interrompendo o fornecimento de pneus.

■A Isuzu Motors, cujas fábricas de caminhões estão funcionando a plena capacidade, disse que tentará encontrar fornecedores alternativos e tomar outras medidas para evitar a redução na produção.
Alguma redução poderia ser um golpe para os esforços dos fabricantes de caminhões que viram as vendas domésticas de caminhões aumentarem 50 para 70 por cento no ano.
A Isuzu ajusta sua produção de caminhões leves e pesados, de acordo com os pneus da fábrica de pneus da Bridgestone que está em ruínas.
■Um porta-voz da Toyota Motor Corp., que recebe pneus para alguns modelos de veículos da fábrica, disse que produção pode ser afetada, pois montadora tem um estoque de pneus para alguns dias.
■ A Hino Motors Ltd., que possui como único fornecedor de pneus para veículos pesados a fábrica incendiada está analisando outros fornecedores, pois alguns tipos de pneus em estoque na sua principal fábrica “pode acabar em 2 ou 3 dias”, disse uma autoridade da Hino.
■ A Nissan Motors Ltd estava ocupada confirmando seu nível de estoque de pneus, pois fabrica 800 carros por mês, enquanto a Mitsubishi Fuso Truck & Bus Corp. pode aumentar a aquisição de pneus de outros fabricantes se as operações na fábrica continuarem suspensa.

A Bridgestone ainda não anunciou quando a fábrica poderá recomeçar as operações, pois o incêndio surgiu no setor da instalação de mistura de produtos químicos e borracha, que é o estágio inicial do processo e todas as operações serão afetadas a menos que a instalação de mistura reabra prontamente, disseram os responsáveis pela fábrica.
O vice-presidente Isao Togashi da Bridgestone desculpou-se pelo incêndio. " Estamos profundamente consternado pelos problemas causados na vizinhança da fábrica", disse numa reunião em Kuroiso.

RETORNO ÀS ATIVIDADES
A Bridgestone Corporation anunciou em 19 de setembro de 2003, que o Corpo de Bombeiros de Kuroiso certificou que sua fábrica de Tochigi é segura para recomeçar a produção. A companhia verificou as condições das instalações elétricas, de gás e de todos os equipamentos. Determinou que as condições na fábrica, com exceção da área de processo de mistura de borracha danificada, garantem o reinício da produção.

As inspeções verificaram a capacidade dos processos de produção para cumprir os padrões de qualidade rigorosa, bem como, os padrões de segurança.

PREJUÍZOS FINANCEIROS
Bridgestone anuncia os efeitos projetados do incêndio na fábrica “Tochigi” no desempenho financeiro

A Bridgestone recomeçou a produção na fábrica de Tochigi em 20 de setembro e está fornecendo à fábrica, a mistura de borracha de outras fábricas da Bridgestone. A fábrica está operando no momento em aproximadamente 20% de sua capacidade plena. A gerência espera aumentar a produção entre a 60% e a 70% da capacidade plena da fábrica, para o fim do ano.

PREJUÍZO MILIONÁRIO
Bridgestone calcula o efeito adverso total do incêndio em aproximadamente em 343 milhões de dólares. O total inclui perdas diretas dos danos de incêndio, receitas reduzidas atribuídas às perdas de vendas em 2003 e em 2004, e do custo de reconstrução e de equipamentos da área de processo de mistura de borracha.

COBERTURA DO SEGURO
A gerência espera a cobertura de seguro no valor de 34 milhões de dólares.

As perdas diretas do incêndio totalizaram quase 25,73 milhões de dólares.
■ Esse total compreende 11,15 milhões de dólares para as instalações e prédio da área de processo de mistura de borracha,
■ 8,58 milhões de dólares para o estoque de matéria primas e produtos que se queimaram e
■ 6 milhões de dólares para o custo da limpeza e de retirada de entulhos, de acordo com a companhia.

QUEDA NAS VENDAS E RECEITAS
A Bridgestone projeta que os efeitos secundários do incêndio ocasionarão uma redução de 171,5 milhões de dólares nas vendas e de 111,47 milhões de dólares em lucro bruto em 2003.
Entretanto, a diretoria espera alcançar sua projeção original de 19,55 bilhões de dólares para vendas em 2003, e espera um lucro bruto total de 1,2 bilhões de dólares, reduzindo apenas 42,88 milhões de dólares de sua projeção original.
As vendas nos principais mercados no exterior estão muito aquecidas em relação à projetada, no primeiro bimestre e o desempenho financeiro de Bridgestone beneficiou-se também pelo fraco desempenho do iene (desvalorização).

A diretoria projeta que o lucro líquido após o imposto de renda em 2003 totalizará 668 milhões de dólares, reduzindo apenas 17,15 milhões de dólares de sua projeção inicial.
A estimativa elevada para o lucro líquido está dependendo da liquidação da reclamação do seguro de incêndio para o fim do ano.

Para o próximo ano, a diretoria espera que os efeitos secundários do incêndio diminuam as vendas líquidas em 171,5 milhões de dólares, o lucro bruto em 120 milhões de dólares e o lucro líquido após o imposto de renda em 68,6 milhões de dólares.
A diretoria adverte, entretanto, que estas são projeções aproximadas e são sujeitas à mudança, porque a companhia avalia os danos e prepara contramedidas.

INVESTIMENTO NA FÁBRICA
A Bridgestone investirá 85,75 milhões de dólares na reconstrução e substituição dos equipamentos da área de processo de mistura de borracha.

TÉRMINO DA OBRA
A diretoria espera completar a nova área de processo de mistura em setembro 2004.

REVISANDO O SISTEMA DE SEGURANÇA DAS FÁBRICAS
A Bridgestone está revisando os sistemas e procedimentos da prevenção de incêndio em toda sua organização com atenção de impedir a repetição do episódio da fábrica de Tochigi.

Fontes: The Japan Times, The Asahi Shimbun, Yomiuri Shimburi, Bridgestone Corporation-News Release, no período de 8 de setembro de 2003 a 25 de setembro de 2003.

Comentário:
Podemos indagar, por que motivo algumas empresas ocorrem desastres e outras não? Seria simplesmente fatalidade ou sucesso na definição clara de uma política de prevenção? De forma simplista, a diferença entre ganhar ou perder em um desastre é normalmente a presença ou ausência da capacidade de gerenciar a política de prevenção. As empresas que planejam a possibilidade de um desastre, que formulam estratégia para recuperação ou de funções críticas e que treinam os empregados para executarem essas estratégias geralmente sobrevivem a desastres. A produção da fábrica Togichi equivale a 4% da produção global do grupo. Os prejuízos totais, perda direta e indireta equivale a 45% do lucro líquido esperado de 2003.
A preservação dos lucros esperados e ativos da empresa exigem uma consciência dos riscos associados a continuidade do processo de produção e como proteger de eventual ocorrência.
Esse incêndio é o exemplo, como é importante revisar periodicamente ou auditar o sistema de segurança contra incêndio. Uma das causas da propagação do incêndio foi à falha das portas corta-fogo. As falhas de manutenção regular e programa de inspeção são as causas de muitas perdas nas indústrias.

Em geral as empresas procuram em relação a segurança contra incêndio atender apenas a norma de segurança local, sem avaliar corretamente os riscos inerentes ao processo produtivo. Seria a norma para atender as condições ou requisitos técnicos para funcionamento da empresa, esquecendo da implantação de uma política prevencionista, em que a norma é discutida sobre os aspectos estáticos (requisitos) e aspectos dinâmicos (peculiaridade do risco) onde a exigência de proteção ao risco, poderá estar acima da exigência da norma padrão, pois a discussão é feita sobre os fatores dinâmicos que envolvem os riscos (busca da qualidade de uma norma, que enquadra a proteção).

A função da auditoria é verificar e avaliar se o sistema de incêndio instalado é eficaz e está efetivamente operacional para em caso de eventualidade esteja apto para funcionar.
As condições de riscos podem mudar, necessitando revisões na política de incêndio, procedimentos ou necessitando de treinamentos adicionais.

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quarta-feira, março 24, 2010

Planos de Emergência na Empresa

Ainda que em muitas ocasiões não seja possível evitar a ocorrência de um evento, na maioria dos casos podem-se limitar, suas conseqüências posteriores através de uma previsão adequada sobre a maneira de atuar em tais circunstâncias.

Uma forma racional de alcançar este objetivo exige necessariamente um planejamento. Os planos de emergência, aproveitando as experiências passadas, tentam prever as possíveis situações futuras, procurando evitar que os efeitos derivados de qualquer eventualidade alcancem proporções catastróficas entre os ativos humanos e materiais da empresa.

Rapidamente nos esquecemos quanto desagradáveis resultaram experiências passadas e deixamos de atuar no sentido de evitar ou reduzir eventualidades futuras. Entretanto, na mente de todos estão as importantes destruições de recursos materiais e humanos de empresas, derivadas de fenômenos naturais tais como;
■ Furacões, tormentas, inundações, terremotos, granizo etc.,
■ Assim como de eventos que emanam das modernas tecnologias que a sociedade passou a utilizar.
Os perigos desta inovação tecnológica incluem, entre outros;
■ As radiações, os efeitos cancerígenos por trabalhar com novos materiais e os efeitos atmosféricos potencialmente danosos dos aerossóis.
■ Também, o uso e o transporte terrestre de novos produtos químicos deram como resultado devastadoras explosões e numerosas perdas de vidas humanas.
Por ultimo, as atividades terroristas contra as empresas, diretores, governos e funcionários públicos tem aumentado, sem a esperança de que este tipo de atividades desapareça num futuro próximo.

AS ESTATÍSTICAS MOSTRAM;
■ diariamente, nos Estados Unidos, em média, 33 empresas experimentam fortes perdas devidas a eventos imprevistos.
■ por exemplo, num dia útil qualquer, pode-se esperar que se produzam 280 incêndios entre as fábricas das indústrias de todo o país.
■ Em 2000, ocorreram nos USA, 126.000 incêndios em edificações “não residenciais” que resultaram em 90 vítimas fatais, em 2.200 ferimentos, e em US$2,8 bilhões em perdas patrimoniais. (National Fire Incident Reporting System – NFIRS)
■ a maioria destes incêndios custará cada um mais de 20.000 dólares e um deles ultrapassará 250.000 dólares.
■ aproximadamente, a cada dez dias, ocorre um incêndio cujas perdas giram em torno de um milhão de dólares.
■ o valor anual dos incêndios ocorridos nos Esta­dos Unidos subiu a mais de 11.000 milhões de dólares em perdas em danos materiais e 12.000 dólares em vítimas por esta causa.
os sinistros do passado não devem servir apenas de fonte numérica para estatísticas, mas também de informação para a pesquisa aplicada às técnicas de planejamento de futuras emergências.


Foto -Novembro de 1984 -Refinaria da Petróleos Mexicano (Pemex), cidade do México. Explosão, seguida de um enorme incêndio, todo o bairro de San Juan de Ixhuatepec foi destruído, provocando a morte de 452 pessoas, ferimentos em 3 mil e deixando desabrigadas outras 10 mil.

Infelizmente, uma das áreas da gerência de riscos menos desenvolvidas é a elaboração de planos de emergência em caso de sinistro, apesar do reconhecimento geral de que tal planejamento é necessário.

Todas as empresas deveriam avaliar suas instalações em função das perdas previsíveis, seus efeitos sobre as instalações, capacidade para enfrentar e minimizar estes efeitos, além das conseqüências sobre outras instalações vizinhas. Não há maior imunidade contra um sinistro que um cuidadoso planejamento.

AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE PERDAS
Ao avaliar a vulnerabilidade das instalações de uma empresa, devem ser considerados os fatores ambientais e econômicos que sirvam de base para:
■ Estimar a verossimilhança de um dano comparando-o, direta ou indiretamente, com outra instalação localizada em qual­quer outra parte.
■ Estabelecer os planos e as medidas de proteção de cada instalação ou conjunto de instalações que objetivem minimizar os da­nos e as responsabilidades.

Um aspecto da incidência dos fatores ambientais que circundam a empresa, utilizado para determinar a vulnerabilidade de uma instalação, é a sua localização. Por exemplo, uma determinada fábrica pode estar em perigo devido à sua proximidade com outras fábricas, instalações portuárias, aeroportos, instalações de energia atômica ou grandes núcleos populacionais.
Analogamente, a incidência dos fatores ambientais naturais depende da localização da empresa e de sua relação com a distribuição geográfica dos diversos riscos naturais. Assim, certas zonas dos Estados Unidos estão sujeitas a ventos de grandes velocidades, furacões e tornados, enquanto outras são propícias a ter­remotos ou inundações periódicas.

Por outro lado, as instalações são também vulneráveis por causa de uma construção inadequada, pela utilização de processos ou materiais perigosos inerentes às atividades ou geradores de subprodutos perigosos, pelo armazenamento de combustíveis, pela concentração de grandes equipes, pelo uso de equipamento com maquinaria dificilmente substituível, pela necessária especialização dos empregados, pela inexistência de saídas adequadas para a evacuação dos edifícios, pela falta de áreas de refúgio ou vias de evacuação limitadas, etc.
Complementarmente, os riscos devidos a fatores econômicos podem consistir na disponibilidade de um certo produto fabricado na instalação da empresa em questão, a exclusividade do produto, isto é, essa instalação é a única que o fabrica, ou a disponibilidade imediata de um aprovisionamento de matérias-primas.
De certa maneira, todas as empresas são vulneráveis aos riscos e estão predispostas a sofrer perdas. A análise, neste sentido, de cada instalação em concreto, fornecerá os subsídios necessários para o desenvolvimento, na empresa, de planos de emergência práticos e exeqüíveis.

DESENVOLVIMENTO DE PLANOS DE EMERGÊNCIA
A natureza está sempre a favor da falha. “Lei de Murphy”

Planejar de antemão uma emergência é a chave para evitar o caos que se produz num sinistro. Nesse sentido, um plano de emergência deve ser projetado para proteger as instalações e os ativos materiais de uma empresa e, sobretudo, o mais valioso dos ativos, os empregados.
Desta forma, o objetivo de um plano de emergência pode resumir-se em minimizar os efeitos de qualquer eventualidade para proteger as vidas e os ativos materiais da empresa, preservando a estrutura empresarial.
A efetividade na limitação dos danos produzidos por um sinistro é normalmente proporcional à amplitude e à profundidade do esforço do planejamento. Um plano será adequado e valioso se no início de uma emergência todas as ações de rotina ou decisões previsíveis foram concebidas e definidas no plano. Desta forma, todos os esforços se concentrarão nas circunstancias imprevisíveis ou anormais que surjam. Os responsáveis pela administração de uma empresa devem ser capazes, numa emergência, de se concentrar na solução dos problemas mais importantes, já que, do contrário, a palavra emergência pode converter-se em sinônimo de catástrofe. A diferença está, por­tanto, num bom planejamento.
O plano de emergência não garante que não ocorra desastre pela simples ocorrência de uma situação de emergência e especialmente, sobretudo, naqueles casos que provem de fenômenos naturais, dificilmente evitáveis. Entretanto, podem empreender-se ações que, em situações de emergência, evitem que um sinistro se converta em tragédia. Assim,um plano de emergência deve conter as bases necessárias para se por em prática as ações e decisões orientadas para minimizar as perdas.

Variáveis de uma catástrofe
Ante a ocorrência de um determinado fato,uma situação de emergência se caracteriza por uma ou mais das seguintes condições:
■ Falta de tempo.
■ Carência de pessoal.
■ Escassez de recursos materiais.

Uma emergência é necessária;
■ Se existe perigo para as pessoas,
■ Para os ativos materiais ou
■ Se contribui para aumentar o sofrimento humano.

A falta de tempo somente pode ser enfrentada mediante um planejamento prévio.
A carência de pessoal pode ser compensada planejando e treinando o pessoal com antecedência.
Finalmente, a escassez de recursos pode ser minimizada fazendo a reunião e o inventário dos recursos disponíveis e fazendo acordos de ajuda mútua estabelecidos previamente.
Há emergências que podem ser previstas, co­mo em casos de tormentas, furacões e as conseqüentes inundações, e pesquisa-se muito para se poder prever os terremotos. Ainda que não se possa evitar a força destrutiva destes riscos, é possível obter, entretanto, algumas vantagens do tempo transcorrido entre o alar­me e o fato em si , para minimizar os danos do impacto inicial.
Por outro lado, existem as situações de emergência que não são precedidas de um alarme prévio, tais como uma explosão,uma bomba ou uma sabotagem. Nestes casos pode não ser possível evitar ou minimizar as perdas materiais ou humanas do impacto inicial.

Entretanto, ao se por em andamento um plano de emergência, pode ser possível evitar novas vítimas e custos materiais adicionais.
Somente através da antecipação aos fatos inesperados e da organização das atividades dirigi­das para minorar o impacto produzido por tais fatos, é que se pode controlar o caos inicial associado a qualquer situação de emergência.

ESTRUTURA DE UM PLANO DE EMERGÊNCIA
Em qualquer cálculo, o erro será sempre no sentido do maior desastre ou prejuízo. “Lei de Murphy”

Um plano de emergência pode ser visto como uma forma de seguro e como a disponibilidade de tempo necessário para proporcionar uma base para a tornada ordenada de decisões e para as ações em situações de crise, a fim de garantir
■ A proteção das pessoas e dos bens.
■ A sobrevivência da empresa.
■ A continuidade da equipe diretiva da empresa .
■ O restabelecimento paulatino da atividade produtiva.
O plano e os procedimentos para levá-lo a cabo devem refletir o ambiente interno e ex­terno da empresa, servindo-se de recursos próprios e das instalações e pessoal existente, já que a ajuda externa pode não ser possível numa situação de emergência.
De maneira intrínseca ao próprio plano, será preciso igualmente dispor da necessária;

COLABORAÇÃO DA ALTA GERÊNCIA
Como em qualquer projeto de uma empresa, o principal fator para o êxito de um plano de emergência é obter o apoio total e o interesse da alta direção. Este apoio não deve ser dado somente sob a forma de aprovação tácita e informal de um plano, simplesmente considerando como uma boa idéia.
Além disso, um dos executivos da empresa deve estar diretamente imerso no plano e deve demonstrar a todos os níveis, tanto da direção quanto dos emprega­dos, que o plano terá o apoio total da direção da empresa em termos financeiros, materiais, de equipamentos e de pessoal.
De fato, este apoio pode ser feito sob a forma de um acordo adotado pela diretoria, de tal maneira que possa contar também com o apoio de todos os empregados.

ORGANIZAÇÃO
Em qualquer cálculo, se um erro puder se infiltrar, ele o fará. “Lei de Murphy”

Ainda que um plano básico de emergência possa ser posto em prática em um tempo relativamente curto, a sua elaboração completa pode levar um ano ou mais. Uma vez obtido o apoio da direção da empresa, deve-se criar um comitê de planos de emergência, presidido pelo gerente de riscos ou qualquer outro executivo de nível médio, que dependa diretamente de um dos altos executivos da empresa.
O comitê de planos de emergência deve começar dividindo o plano em fases, e cada fase em tarefas, fixando datas de término para cada tarefa. Cada fase do plano deve ser avaliada em termos de custo e deve ser apresentada à direção da empresa para sua aprovação.
A partir destes dados, o comitê elaborará o plano completo, selecionará o pessoal correspondente, indicando as funções pertinentes, e manterá todo o equipamento pronto para atuar.

Geralmente, os planos devem ser o mais simples possíveis.
O tamanho da equipe, o número de pessoas e a determinação das funções de cada um devem ser estabelecidos individual­mente, segundo as necessidades mais prováveis de cada setor. O uso do plano, inclusive em emergências de pouca importância, deve servir de teste prático para conseguir um funcionamento eficaz, caso venha a ser necessário, na ocorrência de um sinistro de maior importância.
A estrutura básica do plano deve apoiar-se nos recursos disponíveis da empresa, partindo dos diferentes departamentos, das medidas de proteção das instalações, do equipamento e do pessoal médico. Na medida do possível deve-se respeitar as linhas de autoridade estabelecidas e aceitas na empresa, levando em consideração a possibilidade de perda de algum membro da diretoria, ou sua ausência imprevista e fazer as previsões necessárias para substituí-los por pessoas que possam assumir as responsabilidades para execução do plano.
Deve-se organizar também uma lista dos conhecimentos especiais do pessoal das instalações, tanto no que se refere às próprias funções como ao que possa ser de importância em caso de emergência. O conhecimento destes extremos tornará muito mais fácil a determinação de funções a cada um deles e economizará tempo de treinamento.
Igualmente importante é criar um centro de controle para dirigir as operações de emergência. Este pode localizar-se ou na área de maior proteção das instalações ou, se isso não for possível, no escritório da gerência da fábrica.
Convém estabelecer uma ou duas alternativas de modo que exista flexibilidade no estabelecimento do centro de controle, dependendo das condições que ocorram.

DIVULGAÇÃO
Se alguma coisa pode dar errado, dará. “Lei de Murphy”

Os pontos básicos do plano de emergência devem ser comunicados aos empregados, para que se familiarizem com suas responsabilidades e prestem total colaboração.
Por outro lado, devem ser mantidos contatos com diversas autoridades, tais como policia, bombeiros, etc., para que fiquem mutuamente informados e poder coordenar os planos, especialmente quando se pensa utilizar as vias de evacuação partindo da empresa. Pode também ser útil discutir os planos de emergência com os representantes de outros serviços públicos (defesa civil), já que eles mesmos podem ter estabelecido planos que se complementem com os elaborados pela empresa.

VARIÁVEIS DA EFICÁCIA DE UM PLANO DE EMERGÊNCIA
Supondo que a direção da empresa tenha cria­do um comitê de planos de emergência para elaborar um plano. Neste caso, os seguintes fatores são vitais para o êxito do mesmo:

APOIO DOS EMPREGADOS
O plano deve ser apresentado sem a opção de outra alternativa, isto é, não se deve dar a oportunidade de aceitá-lo ou recusá-lo. Os empregados devem ser informados através de órgãos internos, boletins sindicais, reuniões e inclusive imprensa local, para que se promova neles a confiança de que a empresa se sente responsável por sua proteção e está dispondo de tempo e investimento para garantir a sua segurança.

SIMULAÇÃO DO PLANO
Deve-se testar o plano, para corrigir os procedimentos que impeçam seu funcionamento eficaz. Devem-se fazer freqüentes reavaliações e modificar o plano de acordo com as mudanças que se levem a cabo nas instalações ou nos processos operativos da empresa. Também de vem ser feitas simulações de evacuação sem antes comunicar aos trabalhadores a data exata do teste e informando, no máximo, a realização da evacuação numa determinada semana.

FAMILIARIZAÇÃO COM OS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIA
Todos os serviços externos de ajuda (polícia, bombeiros, ambulâncias, pessoal de hospitais etc.) devem estar familiarizados com as instalações da empresa e conhecer claramente as entradas, saídas e vias de evacuação, as quais deverão estar sinalizadas perfeitamente.

CONSIDERAÇÕES GERAIS
A informação mais necessária é sempre a menos disponível. “Lei de Murphy”

Todo plano de emergência deve levar em conta os seguintes aspectos fundamentais:
■ Capacidade da empresa para manter seguras suas instalações e responder de modo eficaz a qualquer eventualidade.
■ Proteção contra incêndios, mantendo uma brigada bem treinada para minimizar os efeitos adversos de um incêndio.
■ Instalações e manutenção com capacidade para declarar inadequadas partes ou setores da fábrica, manter em funcionamento os equipamentos de processamento de dados e as instalações de serviços gerais.
■ Primeiros socorros como desenvolvimento de uma resposta imediata para salvar vidas e aliviar os efeitos e sofrimentos dos feridos.
■ Comunicações e estabelecimento de linhas telefônicas de emergência, assim como de outros meios de comunicação .
■ Escritórios centrais alternativos, caso haja necessidade, por causa de destruição parcial ou total das instalações.
■ Continuidade da equipe diretiva e da linha de sucessão na direção. Se não está definida, o Conselho de Administração deve estudar esta situação para o caso de morte ou incapacidade de qualquer membro, já que é essencial que na empresa se saiba quem a dirige, a cada momento.
■ Duplicidade de arquivos vitais, preservando os documentos essenciais para a continuidade do funcionamento da empresa.
■ Transporte para prever a evacuação de feridos, produtos, etc. O transporte público é um dos serviços vitais que primeiramente sofrem interrupções no caso de uma catástrofe. O plano de emergência deve estabelecer um plano de transporte, especificando onde estão os veículos da empresa, quem os tem, quem são os motoristas, as situações de prioridade e onde devem ser encontrados os veículos em caso de emergência.
■ Contatos com as autoridades locais tais como; polícia, ambulâncias, bombeiros, defesa civil. O gerente de riscos deve reunir-se com estes grupos, pelo menos uma vez por ano, para manter com eles boas relações e informação atualizada.
■ Sistemas de alarmes para as diferentes eventualidades, assim como fazer exercícios e simulações, pelo menos uma vez por trimestre, para que o pessoal esteja familiarizado com os procedimentos de emergência.

CONCLUSÃO
A crônica de eventos é tão antiga quanto à história. O respeito nato que o homem tem pelo fogo, pela água, pelo ar e pela terra procede do medo de suas forças destrutivas. O homem primitivo sofreu com o fogo dos vulcões, as tormentas e as inundações. Estes mesmos elementos, assim como outros artificiais, ameaçam o homem moderno e, infelizmente, seus efeitos escapam ao seu controle Ainda que estas forças primitivas continuem intimidando o homem, este deve aproveitar sua inteligência para planejar, coordenar, controlar e mitigar os efeitos destes riscos.

Os planos de emergência são a chave para poder reduzir as conseqüências de um evento, fornecendo uma base lógica para afrontar o caos no qual se transforma, com freqüência, um sinistro. Um plano de emergência só funcionará se os responsáveis pelo mesmo se sentirem identificados de verdade. Isto significa que sua atenção deve concentrar-se sobre as condições do trabalho e não sobre os possíveis eventos que sucedem em sua empresa.

Fonte: Michael G. Thistle – Risk Planning Group, Inc.
Referências bibliográficas: National Comission of Fire Prevention and Control, 1975, Healey, Richard J. – Industrial Preparedness – Developing and Emergency Plan, Foresight, vol.3.

Comentário:
Podemos indagar, por que motivo algumas empresas ocorrem desastres e outras não? Seria simplesmente fatalidade ou sucesso na definição clara de uma política de prevenção? De forma simplista, a diferença entre ganhar ou perder em um desastre é normalmente a presença ou ausência da capacidade de gerenciar a política de prevenção. As empresas que planejam a possibilidade de um desastre, que formulam estratégia para recuperação ou de funções críticas e que treinam os empregados para executarem essas estratégias geralmente sobrevivem a desastres.
Na essência, quando uma empresa não tem um plano que foi testado para reagir e recuperar de um desastre, muito provável a empresa coloca em risco todos os seus outros planos e objetivos.
A Estratégia de Risco é extremamente importante para planejar uma emergência. Em outras palavras a estratégia elabora o plano de riscos (emergência), delineia o rumo proposto para os vários riscos existentes e prevê as ações de emergência face aos riscos existentes.
Um plano de estratégia deve levar em consideração todas as possibilidades de riscos e deve prescrever as medidas necessárias a uma resposta adequada.
Os planos podem ser modificados indefinidamente segundo as circunstâncias, a capacidade de organização, a natureza da gerência e a topografia do local para operações (condições de acesso ao risco, tais como; áreas de circulação livres, armazenamento com altura limitada, compartimentação de riscos, etc).
O fundamento desta estratégia é que devemos obter informações, conhecimentos dos problemas existentes em riscos para que possamos estar preparados para enfrentar essa situação ou eliminá-las. O total desconhecimento dos problemas dos riscos existentes ou negligência, provavelmente levará a resultados desastrosos.

Vídeo:
Explosão de uyma estação de gás na Coréia.

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segunda-feira, março 22, 2010

Dia Mundial da Água

Nosso planeta tem cerca de dois terços só de água. Pela lógica, parece haver água sobrando para a população, não é? Parece um absurdo falar em crise da água?

VAMOS AOS FATOS:
■ 97% da água do planeta é água do mar, imprópria para ser bebida ou aproveitada em processos industriais;
■ 1,75% da água é gelo;
■ 1,24% da água estão em rios subterrâneos, escondidos no interior do planeta.
■ Para o consumo de mais de seis bilhões de pessoas está disponível apenas 0,007% do total de água da Terra.

Some-se a isto o despejo de lixo e esgoto sanitário nos rios, ou ainda as indústrias que jogam água quente nos rios - o que é fatal para os peixes. A pouca água que existe fica ainda mais comprometida. Isto exige a construção de estações de tratamento de esgoto e dessalinização, por exemplo. E exige conscientização para que se evite o desperdício e a poluição, principalmente nas grandes cidades.

Devido a esse problema, a ONU também elaborou um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água", que trata desse líquido como a seiva do nosso planeta.

Com o objetivo de chamar a atenção para a questão da escassez da água e, conseqüentemente, buscar soluções para o problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 1992 o Dia Mundial da Água no dia 22 de março.
Este ano é dedicado ao tema “Água Limpa para Um Mundo Saudável”.

Atualmente, segundo estimativa das Nações Unidas, 1.2 bilhões de pessoas não têm acesso a uma quantidade suficiente de água para satisfazer suas necessidades básicas a um preço de acordo a suas possibilidades financeiras. Dessas, quase 100 milhões vivem na América Latina.
As crianças são as mais afetadas com essa situação. No mundo 4.200 morrem diariamente devido a falta de saneamento, cerca de 3 por minuto. Já na América Latina, são 100 mortes diárias, ou seja, 36 mil mortes por ano. A falta de esgotamento traz hepatite A, diarreia, dengue, cólera, esquistossomose e outras enfermidades.

Segundo relatório da Unep (Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas ), "Água Doente", aponta:
■ dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes. O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.
■ a falta de água limpa mata 1,8 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 por cento da água de esgoto sem tratamento.
■ a diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."
■ o relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto.
■ sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.

"Se o mundo pretende... sobreviver em um planeta de seis bilhões de pessoas, caminhando para mais de nove bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o diretor da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas."

O QUE OCORRE NO BRASIL
■ Cerca de 40 milhões de brasileiros não têm acesso aos sistemas de abastecimentos público. O quadro é agravado com a falta de esgotos tratados – calcula-se que 100 milhões de brasileiros não tenham acesso ao sistema de esgotos.
■ Atualmente, o lançamento de esgotos domésticos é o principal fator de degradação dos corpos d´água no Brasil. Estima-se que 48 % dos domicílios brasileiros possuem coleta de esgotos, sendo que 21 % se utilizam de fossas sépticas.
■ Considerando o total de esgoto coletado, apenas 20% recebe algum tratamento, sendo o restante lançado diretamente nos corpos d água.
■ Outro problema é a perdas de água, que no Brasil chegam a 45%.
■ Em média, na última década, ocorreram 700 mil internações, por ano, no Brasil, decorrentes de doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento.

OBJETIVOS:
O Dia Mundial da Água é fundamental para chamar atenção das necessidades, entre outras, de:
■ Enfatizar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável,
■ Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e proteção da água,
■ Fontes e suprimentos de água potável,
■ Aumento da consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não-governamentais e setor privado,
■ Participação e cooperação na organização nas celebrações do Dia Mundial da água.

Fontes: Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.), Diário do Nordeste – 21 de março de 2010, G1 - 22 de março de 2010.

Vídeo:


Vídeo(1):


Vídeo(2):
Poluição do mar

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terça-feira, março 16, 2010

Demolição; Acidente incrível

O guindaste estava preparado para lançar a bola de aço e quando o fez, passou no momento um carro e foi atingido violentamente pela bola de aço. Por sorte o motorista teve apenas ferimentos leves. O acidente aconteceu no mês de novembro de 2009, na zona de Manhattan, Nova York.

Vídeo:


O QUE DEU ERRADO
Houve negligência total para execução do serviço, falta de sinalização e interdição da rua.

O QUE FALTOU
Dependendo da natureza dos trabalhos que afetarão o trânsito, em especial a duração e a mobilidade dos serviços, o projeto de sinalização deve constar de:
■ sinalização vertical, contendo as placas de regulamentação, de advertência e indicativas;
■ sinalização horizontal, incluindo as linhas, marcas de canalização, setas, legendas e tachas;
■ dispositivos auxiliares, incluindo as barreiras, balizas, balizadores, marcadores de perigo, marcações de obstáculos, marcadores de alinhamento, cones e cúpulas luminosas, luzes intermitentes, painéis com seta iluminada, bandeiras, o sinal “PARE” portátil, a operação leva-bandeira, os acessórios de segurança individual e a sinalização de veículos de serviço;
■ sinalização semafórica.
Em todas as sinalizações acima relacionadas devem ser indicadas as existentes que devem ser retiradas, remanejadas ou apagadas, além das que devem permanecer cobertas durante a execução das obras ou serviços.

SINALIZAÇÃO ANTERIOR AO LOCAL EM OBRAS
Esta sinalização procura advertir os usuários da via sobre a existência das obras, canalizando os fluxos de forma suave. Para tanto, deve-se utilizar basicamente:
■ sinais de advertência quanto à existência de obras;
■ sinais de advertência relativos à natureza do problema, como estreitamento de pista, altura limitada, desvio etc;
■ cones ou balizadores e barreiras para canalizar o tráfego.

SINALIZAÇÃO NO LOCAL DAS OBRAS
A sinalização a ser empregada deve caracterizar a obra e separá-la seguramente do movimento de veículos e pedestres. Para isso são geralmente empregadas:
■ barreiras, para o caso de fechamento total ou parcial de vias, tapumes com placas de barragem e cercas portáteis;
■ sinalização específica para pedestres.
Devem ser respeitadas as especificações e horários definidos pelos órgãos competentes, assim como a legislação e normas vigentes para execução das intervenções.
Fonte: DER – Departamento de Estrada de Rodagem – São Paulo

Demolição por impacto

Denominação: Bola rompedora ou bola de demolição ou bola de aço aríete.
É uma pesada bola de aço ou ferro, normalmente presa por um cabo à um guindaste, que é usada para a demolição de grandes edifícios

MÉTODO DE USO
É o sistema mais antigo em termos de utilização de maquinaria pesada e é composto por uma bola de aço que atua pendurada por uma corrente, com movimentos pendulares ou em queda livre e cujo peso varia entre os 500 e os 5.000 Kg.
Para demolir telhados e outras superfícies horizontais, a bola é tipicamente suspensa por uma longa corrente de aço presa a um gancho de um guindaste de lança sobre a estrutura; a presilha da corda é solta e a bola é capaz de cair livremente sobre a estrutura. Para demolir paredes, a bola é suspensa até a altura desejada em um guindaste e uma corda secundária de aço puxa a bola em direção a cabine do guindaste. A presilha da corda lateral é então solta e a bola balança como um pêndulo para atingir a estrutura. Outro método para demolição lateral é mover a lança do guindaste para acelerar a bola para atingir o alvo. Estes procedimentos são repetidos quantas vezes forem necessárias até a estrutura ser reduzida a ruínas que possam ser facilmente carregadas e transportadas. A demolição é executada inteiramente através da energia cinética da
Não pode ser utilizado em demolições parciais, por causa da imprecisão do seu controlo, sendo assim aplicado apenas no desmantelamento total das construções.
A capacidade e o tamanho da máquina são proporcionais ao peso da massa suspensa, podendo a sua altura atingir, por vezes, os 30 metros.

O aríete, como é também chamado, pode ser movimentado segundo três direções distintas:
■ Sentido vertical, em queda, de cima para baixo;
■ Sentido horizontal, segundo a direção do braço da máquina;
■ Sentido rotacional, em torno do seu ponto de suspensão.
A máquina só pode funcionar a partir da zona exterior aos edifícios e necessita de um raio de ação de cerca de 6 metros livres.

Desvantagens do método:
■ ruído excessivo;
■ produção elevada de poeiras;
■ elevada e contínua produção de vibrações e barulhos ao meio ambiente circundante, durante todo o espaço de tempo em que se verificam os trabalhos, tempo esse demasiado longo, em face do baixo rendimento do método;
■ Processo de desmonte não controlado;
■ Produção de fragmentação dos materiais de tamanhos médios a grandes, necessitando, por isso, de trabalhos complementares posteriores;
■ Somente utilizável em trabalhos de grande extensão, pois se torna oneroso o transporte do equipamento pesado (guindaste)a. Fonte: Construlink Press

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sábado, março 13, 2010

Acidente em quadra de futsal, jogador morre no Paraná

Durante uma partida de futsal válida pela Copa 200 anos, disputada entre Guarapuava/Deportivo Futsal e Palmeiras/Jundiaí no Ginásio Joaquim Prestes, no sábado, 6 de março, na cidade paranaense de Guarapuava, o jogador Robson Rocha Costa sofreu um grave acidente.
O jogador machucou-se ao dar um carrinho na quadra e um pedaço de madeira teria se soltado do piso e o ferido. A madeira teria entrado transversalmente pela coxa e atingido o intestino do atleta, causando hemorragia interna.

Lance do acidente
Aos três minutos de partida contra o Palmeiras Jundiaí, Robson Costa, do Clube Atlético Deportivo de Guarapuava, deu um carrinho para tentar evitar um lance de perigo do adversário. Perto do local, o goleiro e capitão do time, Flavio Araújo, o Brigadeiro, viu quando o companheiro gritou de dor e logo percebeu que o problema era sério. Foi o primeiro a pedir ajuda quando notou a lasca de madeira do piso do ginásio atravessada na coxa de Robson, que, consciente, chegou a fazer um pedido ao amigo.
"Eu estava bem perto do lance, dentro da área. Eu sabia que a lesão era grave, mas não do jeito que foi. Ele conversou comigo, tanto que me pediu para que eu mesmo arrancasse a madeira, para aproveitar que o sangue estava quente. Quando foi levado para o hospital, pediu para que a gente ganhasse o jogo", afirmou o goleiro.

Atendimento médico
Robson foi atendido por socorristas do Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital São Vicente de Paulo, onde deu entrada por volta das 20 h.A madeiras (ripa) entrou pela virilha perfurou várias artérias, ocorrendo intenso sangramento. Depois de passar por cirurgia, Robson não resistiu e acabou morrendo na manhã de domingo, por volta de 7h.
Após necrópsia do corpo, foi constatado que o jogador morreu vítima de um choque hemorrágico.

Investigações
As investigações ficarão por conta do Instituto de Criminalística de Guarapuava. A Polícia Militar (PM) deve encaminhar o boletim de ocorrência para a Polícia Civil. Assim, a delegada Maria Nysa Moreira Nanni deve analisar o processo e decidir se instaura o inquérito para apurar as causas da morte.

Outros acidentes ocorridos no mesmo local
■ Em outubro de 2008, durante um campeonato entre escolinhas de futsal no Ginásio Joaquim Prestes, em Guarapuava (PR), Giuliano Magela, com 11 anos na época, tentou fazer um cruzamento na linha de fundo e caiu. Uma lasca da quadra se soltou e ficou atravessada na panturrilha do garoto. Ele foi operado.
O pai de Giuliano, o publicitário Geraldo Magela, lembra que, na época, os administradores do ginásio prometeram tomar uma atitude para que o episódio não se repetisse.
"Meu filho ficou com marcas, que comprovam que há problemas na quadra. Ele vai ficar marcado para o resto da vida. Volta e meia ele reclama de dor. Mas, um ano e cinco meses depois, acontece à mesma coisa, no mesmo local. É um absurdo. Não é algo casual. Foi reincidência", afirmou.

■ Em 2008, ex-jogador da equipe de Guarapuava e atualmente no Cascavel, Davi também recorda de um episódio parecido, ainda que em menor intensidade. Um atleta do Japão que veio fazer teste no time paranaense se feriu na quadra durante um treino no ano passado. Não dá para comparar. Foi uma lasca de uns dois centímetros. Ele caiu, e um fragmento acabou entrando nas nádegas, perto das costas.

Fonte: Gazeta do Povo – 7 a 10 de março de 2010

Comentário
Se houve ocorrências registradas anteriores existem algum problema no piso.
O que exige a Federação de Esporte:
■ Piso permanente de madeira.
■ Piso de madeira móvel
■ Piso permanente sintético.
■ Piso sintético móvel.
O fabricante, junto com o instalador do piso, é obrigado a:
■ Ter um programa de qualidade de garantia de acordo com o ISO 9001 e ISO 9002
■ Produzir documentação para cada consumidor comprovando pelo menos o seguinte: resultados do teste protótipo, uma descrição do procedimento de instalação, os resultados da inspeção e a aprovação da instalação existente feita por oficiais de inspeção aprovados.
■ Para piso permanente de madeira, de acordo com DIN 18032-2

O que diz os instaladores de piso
■ Segurança: contra Farpas da Madeira e Aberturas Laterais (frestas) na Junção dos Encaixes das Réguas de Madeira
A conseqüência da dilatação e contração que experimentam os pavimentos de madeira, ao equilibrarem sua umidade com a do ambiente que lhes rodeia. Podem originar aberturas laterais (frestas) nos encaixes do piso e, desprender ferpas, criando risco de acidente aos atletas.
Para evitar, ao escolher a madeira, deve-se levar em conta, as espécies com características apropriadas e principalmente usar madeiras oriundas de empresas que detenham grande conhecimento e controle, Quanto à secagem artificial e usinagem das peças de piso de madeira, sendo esse controle que dará a qualidade final do pavimento esportivo.
Lembrando: - Piso de madeira de qualidade superior deve apresentar o mínimo possível de frestas e calafetação.
■ Estabilidade dos Agentes Atmosféricos
Todos os materiais que integram o pavimento, desde a superfície de uso até a estrutura, tais como madeira, adesivo, viguetas de suspensão, etc., devem reunir as condições exigíveis, para que se mantenha uma estabilidade dimensional correta.
■ Isolamento contra Umidade
O contrapiso deve estar devidamente preparado para evitar a ascensão da umidade procedente dos estratos inferiores, assim como as laterais.

Em geral consideramos esse tipo de acidente como fatalidade. Mas o que significa a fatalidade?
Segundo o dicionário do Houaiss, significa destino que não se pode evitar; fatalismo.
Podemos considerar como fatalidade, após a análise de todas as normas empregadas para construção de um piso para quadra de esporte. Mas como a quadra tinha evidências de outras ocorrências, os responsáveis deveriam solucionar esse problema. Ou seja, não acreditar que os acidentes ocorrem por acaso, ou que são frutos da fatalidade, pois tal concepção implica aceitar que é impossível preveni-lo.

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terça-feira, março 09, 2010

Jovem, bebida e velocidade

Álcool, jovens e carros se encontram em portas de boates e postos de gasolina. Há sempre jovens bebendo latinhas de cerveja ou garrafinhas de Ice (bebida à base de vodca) no gargalo. O elixir da noite, uma mistura de vodca com Sprite, é bebido num copo grande do Bob’s. Nos intervalos, uma latinha de energético. É um ritual que começa na fila, antes de entrar na casa noturna. Há sempre ambulantes vendendo bebidas por perto. Não há ninguém, declaradamente, menor de idade.

Com programas de computador como photoshop, as falsificações de carteira de identidade são cada vez mais perfeitas. Todo mundo está “legal” — é o mesmo que admitir que está bêbado, mas que se garante. O debate sobre o uso de álcool por motoristas nas madrugadas reacendeu após a morte de cinco jovens num acidente de carro na Lagoa. As declarações de uma juíza, criticando famílias que não impõem limites aos filhos, causou polêmica entre as famílias das vítimas .

A explicação fácil para os acidentes — de que os jovens se julgam invencíveis — não pode ignorar que muitos sabem exatamente o risco que estão correndo, são articulados e estão em universidades.
O energético muito usado por freqüentadores de academias para estimular o ganho de massa muscular, principalmente por adolescentes, são potencializados com o uso da bebida. Usada simultaneamente com a droga, uma simples cerveja tem o efeito de várias doses.

As histórias de acidentes de trânsito são muito comuns entre os jovens. Não faltam bons exemplos, vividos na própria pele, para desestimular a imprudência. Mas as experiências, mesmo quando são ruins, são encaradas como inerentes à diversão. Num posto de gasolina na Avenida das Américas, na Barra, Iggor e Marco Antônio, ambos de 23 anos, contaram em detalhes acidentes de carro que sofreram, alegando ter plena consciência de que o combustível foi o excesso de bebida.

— Eu estava dirigindo, voltando do Lord Jim Pub, em Ipanema, quando adormeci. Quando acordei, meu carro estava parado sobre o canteiro central da Avenida das Américas. Até hoje não sei o que aconteceu — disse Marco Antônio, ao lembrar o acidente que sofreu há pouco mais de três meses.
Fonte: Globo Online – 10 de setembro de 2006

Comentário:
Pesquisa do Journal of the American Medical Association revela que o jovem corre duas vezes mais risco de provocar acidente grave do que motoristas mais experientes. Se ele estiver acompanhado de outros da mesma faixa etária, o perigo aumenta. Um motorista jovem acompanhado de três amigos jovens tem três vezes mais probabilidade de se envolver em acidente grave do que um jovem dirigindo sozinho. O motivo: ele fica tentado a impressionar os colegas com velocidade e manobras pouco seguras.
Aos intérpretos jovens e adultos que acham que são os cavaleiros de aço da sociedade moderna. A vida não é virtual, mas sim real e feita de carne e osso.
Montados em seus cavalos reluzentes e escondidos atrás dos vidros escurecidos de suas armaduras, esses novos cavaleiros do apocalipse se sentem senhores da vida e da morte. Desafiam o destino e superestimam a habilidade de dirigir veiculos em alta velocidade, alimentados pelo álcool ou droga.
Estudos realizados em serviços de emergência e institutos médico-legais confirmam a positividade em alcoolemia em 61,4% de acidentados e 52,9% em vítimas fatais. Para o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, 80% dos acidentes de trânsito estão relacionados ao consumo de álcool.
■Bebeu e está dirigindo? Coisa linda. Igreja lotada daqui a sete dias.
■Fique vivo. Se beber não dirija e nem dê carona
■Bebeu e está dirigindo? Desculpe a intimidade, mas a viúva é bonita?
■Bebeu e está dirigindo? Vai ficar lindo com uma coroa de flores
■Bebeu e está dirigindo? Chique, hein? Se o carro pegar fogo. Vai ser cremado?

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sábado, março 06, 2010

Cuidados com cilindros

Cilindros com gases sob pressão são potencialmente bombas que podem explodir causando enormes danos materiais e perdas de vidas se mal manipulados.
Um cilindro de mergulho (SCUBA) possui capacidade ao redor de 80ft3 (2,27m3) que conterá 2.265 litros de ar quando a 3000 psi, e energia potencial aproximadamente de 1,3 milhões ft.b (1.762.563 J) suficiente para levantar dos trilhos uma locomotiva de 100 toneladas.

VOCÊ SABIA?
■ Cilindros de gás pressurizado ou liquefeito são normalmente usados em laboratórios, indústrias, manutenção, etc.
■ A força de ruptura ou de explosão de um cilindro pode ser estimada em 113.000 kgf ou 250.000 libras
■ Acidentes com cilindros podem provocar liberação de outros produtos perigosos em reservatórios, linhas ou equipamentos próximos, causando um acidente mais grave
■ Não deixe que um cilindro sob pressão torne-se um foguete!!

SEGURANÇA E MANUSEIO DE CILINDROS:
Cilindros contendo gases comprimidos necessitam de alguns cuidados em sua utilização, com o intuito de evitar acidentes. As informações e sugestões, abaixo, refletem nossa experiência em mais de 80 anos e, não requerendo ações especiais, proporcionam uma margem extra de segurança a nossos clientes e usuários em geral deste tipo de produto.

TRANSPORTE:
Conforme às prescrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas e do Ministério dos Transportes para o transporte de cargas ou produtos perigosos.

RECEBIMENTO:
Certifique-se do conteúdo do cilindro, antes de colocá-lo em operação, através dos indicadores visuais que acompanham cada cilindro:
a) Rótulo de colarinho, onde são descritos: nome do gás, pureza do gás, simbologia de risco, número da ONU e conexão ABNT.
b) Rótulo de corpo ou de gravata, com as informações básicas necessárias ao correto manuseio do gás.
c) Verifique se o lacre não está violado.

Solicite a folha de dados de segurança do produto (FISPQ) para obter maiores informações sobre os possíveis riscos de sua utilização.

TESTE DE VAZAMENTO:
Certifique-se, com a utilização de solução adequada, nas conexões de entrada e saída, na válvula do cilindro e nos reguladores de pressão, quanto a possíveis vazamentos. Em função da pureza e do tipo de gás, diversos testes podem ser feitos, desde a detecção por bolhas até o uso de espectrômetros de hélio.

ARMAZENAGEM:
■Acondicione os cilindros separados por tipo de gás.
■Mantenha-os com seus capacetes, em posição compacta e amarrados com correntes.
■Separe os cilindros contendo combustíveis (ex.: hidrogênio, acetileno) dos cilindros contendo oxidantes (ex.: oxigênio) à distância mínima de oito metros.
■Mantenha os cilindros cheios separados dos vazios.
■Não remova os sinais de identificação dos cilindros (rótulos, adesivos, etiquetas, marcas de fabricação e testes).
■Não fume na área de armazenamento.
■Não permita o manuseio dos cilindros por pessoal sem prática.
■Em áreas internas, mantenha os cilindros longe de fontes de calor e ignição, passagens ou aparelhos de ar-condicionado. Evite guardá-los no subsolo.
■Em áreas externas, mantenha os cilindros em local arejado, coberto e seco, longe de fontes de calor e ignição.
■Mantenha equipamentos de segurança próximos da área de estocagem.

MANUSEIO DE CILINDROS:
■Use luvas protetoras, calçados de segurança com biqueiras de aço e óculos de segurança.
■Mantenha o capacete protetor da válvula atarraxado quando não estiver em operação.
■Não movimente um cilindro sem seu capacete.
■Utilize carrinhos com correntes que permitam prender os cilindros durante o transporte.
■Não jogue um cilindro contra outro(s).
■Não derrube o cilindro no chão ou permita que tal ocorra.
■Não utilize os cilindros para outros fins que não o de conter gás.
■Não transfira gás de um cilindro para outro.
■Não permita contato da válvula do cilindro com óleo, graxa ou agentes químicos, principalmente se o cilindro contiver oxigênio ou outros gases oxidantes.
■Não abra a válvula do cilindro sem antes identificar o gás que contém.

UTILIZAÇÃO DO CONTEÚDO:
■Mantenha o cilindro acorrentado durante sua utilização.
■Utilize regulador automático de pressão compatível com as características físico-químicas do produto.
■Abra a válvula devagar até o fim do curso.
■Não sobreaperte conexões: em caso de persistir o vazamento, é melhor desatarraxar a conexão limpando as roscas antes do reaperto.
■Use equipamento de proteção individual, como óculos e viseiras.
■Não aumente a pressão interna do cilindro por aquecimento.
■Mantenha a válvula do cilindro fechada quando não estiver em uso.

Fonte: White Martins

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VÍDEO:
Simulação de cilindro, com quebra da válvula

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terça-feira, março 02, 2010

Temporal na Ilha da Madeira

CENÁRIO
A ilha da Madeira faz parte do arquipélago da Madeira situa-se no Oceano Atlântico a 978 km a sudoeste de Lisboa e a cerca de 700 quilômetros da costa africana.
Possui uma extensão de 740 km². A capital da ilha e da região autônoma é a cidade do Funchal.
A ilha da Madeira é de origem vulcânica, o seu clima é subtropical.
Possui uma população de 240.537 habitantes, densidade 324,7 hab./km².
Grande parte da população da ilha habita em apenas 35% do território, sobretudo na costa sul, onde se encontra a cidade do Funchal, que concentra 45% da população (130 000 habitantes), com uma densidade populacional de 1 500 hab./km². .
A ilha é muito montanhosa, com profundos vales incrustados entre os picos mais altos e falésias na maior extensão da costa. Durante sua colonização a ilha foi praticamente desmatada.
A precipitação anual varia de 500 mm no sudeste da ilha aos mais de 2000 mm nas encostas norte.

ORIGEM DO DESASTRE
Chuvas torrenciais, acompanhadas de ventos fortes (100 km/h), provocado por sistema frontal, composto por uma frente fria, uma frente quente e um centro de baixa pressão em superfície, denominado ciclone. O choque da massa de ar polar com a tropical aliada à elevada temperatura da água do oceano acelerou a condensação, causando uma precipitação extremamente elevada num curto espaço de tempo. A topografia da ilha contribuiu para aumentar os efeitos da chuva.

PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA
A ilha tem três picos; Pico Ruivo (1.861 m de altitude) e do Pico das Torres (1.851 m), o Pico do Areeiro com 1.818 m. Todos os picos predominam rochas com pouca vegetação.
A quantidade de água que caiu no dia 20 de Fevereiro de 2010 sobre a Ilha da Madeira, em particular no Pico do Areeiro, foi o valor mais alto jamais registrado, 185 litros por metro quadrado, A cidade de Funchal, com uma média anual de 750 l/m2 registrou em poucas horas 114 l/m2.

FORMAÇÃO DO DESASTRE
Precipitação elevada, topografia acidentada que potencializa a chuva, falta de cobertura vegetal, ocupação desordenada da encosta, impermeabilização excessiva da cidade, as condições são ótimas para que o volume de chuva seja excessiva, com velocidade, com deslizamento/aluimento de terra e pedra.
O centro do município do Funchal é atravessado por três córregos de grande declive e regime torrencial: São João, Santa Luzia e João Gomes.

EFEITOS
Transbordamento dos córregos e devido à força da água houve assoreamento parcial de algumas avenidas ao longo dos córregos.
A força da água vinda à montante carregada com pedras e troncos inundou a parte baixa da cidade

OCUPAÇÃO DESORDENADA DO SOLO
“Há um agravamento da situação devido aos erros do ordenamento do território que se têm cometido na ilha, em participar na costa sul que é a zona onde reside mais de um terço da população", critica Hélder Spínola, dirigente da Quercus na Madeira.
Os erros de ordenamento territorial e urbanísticos que têm permitido em prol de interesses privados e que têm, depois, efeitos devastadores em situações de chuvas.
Referem-se, principalmente à forte pressão imobiliária do setor turístico, mas também se construíram estradas e vias de acesso que interromperam e estrangularam o curso das águas. Não existe uma vazão eficiente das águas. Os córregos não têm espaço suficiente para permitir o escoamento das águas, sublinha o ambientalista, Hélder Spínola, dirigente da Quercus na Madeira.
O ambientalista da Quercus refere-se, sobretudo aos três principais córregos da Madeira - de S. João, St.ª Luzia e João Gomes -, que diz terem sofrido estrangulamentos, acabando por transbordar. As águas não percorreram o percurso normal e acabaram por destruir estradas, pontes e casas. Não desaguaram no mar como seria natural.
Não é a primeira vez que a ilha está sujeita a intempéries e que fizeram mortos em 1993 e em 2001. Estavam previstas chuvas intensas. Há uma faceta natural, mas também há uma faceta humana e de prevenção e foram essas que falharam.

É precisamente nas zonas altas e mais pobres do Funchal que os problemas são mais graves, dizem os especialistas. Locais onde a urgência de responder às necessidades de habitação da população levou, nos anos 50, as pessoas a construírem casas de forma ilegal. Muitas vezes próximos aos leitos dos córregos e nas encostas dos morros com potencial de deslizamento. "Tudo isto foi feito com uma espécie de beneplácito das autoridades, porque as pessoas precisavam de habitação", lembra o arquiteto Luís Vilhena.

GOOGLE EARTH
Acesse o link: FunchalVocê pode navegar pela Ilha da Madeira, verificar a topografia e a cidade de Funchal

EQUIPES DE EMERGÊNCIA
De acordo com o Governo regional, cerca de duas mil pessoas estão trabalhando em operações de limpeza e resgate, entre empresas, entidades públicas, forças armadas e de segurança e voluntários.

VÍTIMAS
Foram confirmados 42 mortos, 600 desalojados e cerca de 120 feridos atendidos no hospital, sendo 70 ficaram internados e, desses, apenas 16 continuam ainda com cuidados médicos

LIMPEZA
Foram empregados 138 caminhões e 108 máquinas. Foram feitos 2.250 viagens de caminhões com entulhos retirados da cidade. Dá uma estimativa de 11.0000 m3 de entulhos retirados da cidade

ESTIMATIVA DE PREJUÍZOS
1,5 bilhões de euros. Os prejuízos são incalculáveis, devido às dezenas de carros arrastados, inúmeras inundações em casas, lojas e grandes edifícios públicos, estradas e infraestruturas destruídas. As enchentes amontoaram veículos, troncos de árvores e pedras em muitas regiões do arquipélago.

Histórico de Desastre na região
Em 29 de outubro de 1993 o jornal Tribuna da Madeira publica: “O Funchal despertou e foi colocado perante um cenário devastador. Chuvas torrenciais ocorridas durante a noite provocaram o deslizamento de terras e as ribeiras, estranguladas por habitações e entupidas por entulho, não conseguiram reter as águas em fúria dentro das suas margens. Os dias seguintes permitiram verificar a dimensão da tragédia.
O caudal de água lamacenta arrastou para morte oito pessoas, uma das quais na ribeira dos Socorridos, em Câmara de Lobos. E provocou prejuízos materiais de milhões de contos. Cerca de 100 habitações foram destruídas e largas centenas de funchalenses ficaram desalojados. As escolas tiveram que encerrar e 220 automóveis foram destruídos. Alguns corpos não seriam recuperados.
Segundo comentário de um especialista na época, o geógrafo Raimundo Quintal, disse: “A Região caracteriza-se por ter períodos de “chuva torrencial” que potenciam as “cheias repentinas”, cujos resultados a ilha já conheceu no seu longo historial. A cheia de 1993 trata-se, apenas, do mais recente motivo de lamento.
“Num estudo que fiz sobre os aluviões (desde o sec. XVI até à actualidade), verifiquei a ocorrência de 31 casos graves. Dez deles aconteceram em Outubro, mas o período em que há probabilidade de acontecerem estes fenómenos vão desde Setembro a Março” Os trechos

Fontes: Jornal da Madeira, Diário de Noticias de Prtugal, Correio da Manhã de Portugal, 21 a 01 de março de 2010
Comentário:
Esse um padrão de urbanismo que ainda predomina nas cidades, encaixar um rio num leito retificado, com as margens impermeabilizadas e muretas. Ao longo do rio ou córrego constrói avenidas e edificações. O rio perde toda sua característica natural, ficando engessado numa calha artificial Suas margens e regiões limítrofes são modificadas por construções, avenidas, de maneira desordenada. Quando há chuvas torrenciais o rio procura sua forma anterior, natural, para escoar a água ou manter a vazão do rio de modo continuo. Com esse engessamento do rio, acrescido pela vazão do rio virtual provocado pela impermeabilização do solo e desmatamento, ele forçosamente sairá de seu leito artificial construído pelo homem, para aliviar a pressão e volume de água existente nesse leito que não comporta esse volume de água.
A cidade vai crescendo, mais impermeabilização, mais água é direcionado ao rio, que mantém a mesma vazão anterior numa situação crescente de ocupação urbana, sem ao menos aumentar o leito do rio, que se torna inviável devido a ocupação de suas margens por infraestrutura urbana.

Esse tipo de desastre obedece a um padrão semelhante em todos os países. Recentemente foi na região da Calábria (Itália), em Angra dos Reis e São Paulo (Brasil).
As principais causas de inundação seriam:
■ A morfologia da cidade a região tem relevo altamente acidentado, formado por serras, morros, fundo de vale, e encostas íngremes.
■ O clima: chove torrencialmente na época de verão
■ Uso e ocupação do solo de maneira desordenada
■ Não há mapeamento das áreas inundáveis quanto a:
1-Conhecimento da relação cota x risco de inundação
2- Definições dos riscos de inundação de cada superfície
3- Incorporação a Legislação Municipal de uso e ocupação do solo em zona de risco
4- Uso de Sistema de Informações Geográficas na análise de projetos de edificações e equipamentos urbanos.
5- Controle público da ocupação regular e irregular
■ a prática legalizada da construção ilegal e construção de obras públicas que não respeita o ecossistema.
■ O aumento da vulnerabilidade é atribuível ao uso do solo e da água que é muitas vezes ainda não considera as limitações impostas pela hidrogeologia. É comum no país como padrão, canalizar córrego, retificar e construção de avenidas ao logo das margens dos córregos e rios. Em conseqüência disso há uma ocupação desordenada do solo, principalmente construções, aumentando ainda mais a impermeabilização do solo.

Infelizmente a historia de desastre natural demonstra que tais acidentes se repetem após um ciclo de poucos anos.
Não aprendemos ou as pessoas mudam e as lições são esquecidas, com os erros dos que nos antecederam. Infelizmente, muita gente não consegue enxergar nem tirar proveito dos fatos que já aconteceram , imagine a cegueira diante dos fatos portadores de futuro ou os mesmo futuros. repetirão os mesmos erros. A natureza tem suas próprias leis para provocar desastre

Vídeos:
São quatro vídeos postados,mostrando a velocidade incrível da água, carregando pedras, lamas e detritos.

Vídeo:


Vídeo(1):


Vídeo(2):


Video(3):

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