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sexta-feira, março 28, 2014

O paradoxo das máquinas: NR-12

Na ânsia de tornar os equipamentos industriais à prova de falhas fez-se uma norma que engessa a produção, cria insegurança jurídica e gera altos custos , sendo na prática inaplicável. Somente a revisão da NR-12 poderá tornar a indústria mais segura e competitiva

O coração de uma fábrica de parafusos é o setor conhecido como trefila. As máquinas trefiladoras têm a função de conformar o aço, dando-lhe as dimensões exatas para a produção de determinado tipo de parafuso. O aço que chega às fábricas em bobinas é desenrolado e passa pela fieira, a ferramenta da trefila que lhe altera o diâmetro, para em seguida ser rebobinado.

Daí a matéria-prima segue para as prensas ou outros processos que darão forma final aos diversos tipos de parafusos. A Ciser, de Joinville, líder na América Latina na produção de fixadores, com capacidade para fabricar 6 mil toneladas mensais de 27 mil diferentes produtos, detém uma marca notável. Desde a sua fundação, em 1959, jamais foi registrado um acidente de trabalho envolvendo suas trefiladoras.

O histórico e os procedimentos de segurança adotados pela indústria, no entanto, não convenceram um fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que viu “grave e iminente
risco” de acidentes no setor e interditou as sete trefiladoras – de um total de 10 existentes na fábrica – que estavam em operação no dia da fiscalização.
A interpretação do fiscal sustentou-se na polêmica Norma Regulamentadora n° 12 (NR-12), um conjunto de regras do MTE para segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. Após a reformulação da norma, em 2010, passaram de cerca de 40 para 340 os itens obrigatórios a serem cumpridos por fabricantes e usuários, ao mesmo tempo em que a nova redação abriu brechas à análise subjetiva da fiscalização.

TOTAL VISIBILIDADE
Para que pudesse ter os equipamentos liberados, a Ciser teve que fazer sucessivas adaptações nas máquinas e nos processos. Cada uma das trefiladoras foi isolada por grades de proteção de quase dois metros de altura equipadas com chave de segurança. Um dispositivo garante que o acionamento da máquina só seja feito com a cerca travada. Ainda assim uma segunda chave de segurança teve que ser incorporada, e sofisticados scanners de movimento programados para parar as máquinas foram instalados no interior dos cercados, onde é total a visibilidade dos operadores – para o improvável caso de alguém saltar a grade com a trefiladora em operação.
Somando-se tais procedimentos à troca de blocos hidráulicos, instalação de chaves de segurança
nas próprias máquinas e outros ajustes, a conta da empresa ficou em R$ 1,2 milhão. Mas não foi só.

Durante os dez meses que as máquinas ficaram interditadas a companhia teve que comprar os trefilados a um custo duas vezes mais alto que o obtido com a produção própria. Já os novos procedimentos adotados derrubaram a produtividade do setor em 30%. A encrenca da trefila, que se estende desde meados de 2012, é só a ponta do iceberg. A fiscalização entendeu que cerca de 700 dos 800 equipamentos da Ciser estão em desacordo com a NR-12, e o Ministério Público do Trabalho moveu ação civil pública contra a empresa exigindo a adequação.

CERTIFICAÇÃO
“Quase todos os nossos equipamentos são importados e certificados pelas normas de segurança da União Europeia e dos Estados Unidos”, afirma Carlos Rodolfo Schneider, presidente da Ciser. Duas prensas de última geração importadas há pouco da Alemanha foram consideradas perigosas demais para operar no Brasil. Para cada uma delas serão necessários R$ 100 mil em adaptações – o equivalente a 20% de seu custo.
A empresa calcula que a conta total do enquadramento à NR-12 ficará em R$ 40 milhões. “As exigências são excessivas e farão com que talvez não valha mais a pena permanecermos no negócio”, diz Schneider.

FALTA DE CLAREZA
Os problemas enfrentados pela empresa de Joinville ilustram o clima de insegurança que se instalou na indústria – paradoxalmente ao intento da norma, que é justamente conferir segurança para o trabalho com máquinas. Um dos problemas da NR-12 é que ela se aplica igualmente para fabricantes e usuários. Ela também impõe obrigações semelhantes para máquinas antigas e novas. Desse modo, praticamente todo o parque fabril brasileiro mergulhou na ilegalidade, já que não houve tempo nem recursos suficientes para a instalação de cercados, sensores, sistemas de monitoramento optoeletrônicos como cortinas de luz e scanners, comandos de acionamento bimanuais e circuitos de parada de emergência, dentre outros dispositivos de segurança, até mesmo em pequenos equipamentos. A incorporação desses itens na escala requerida pela norma custaria a astronômica cifra de R$ 100 bilhões, segundo cálculo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“O pior é que não há clareza sobre o que deve ser feito, não há um órgão oficial para certificar os equipamentos e sistemas de segurança. Tudo depende da interpretação do fiscal”, afirma Durval Marcatto Júnior, presidente da Câmara de Relações Trabalhistas da FIESC. O conceito de “grave e iminente risco” é considerado subjetivo. A critério da fiscalização do MTE, as indústrias estão sujeitas a interdições e multas. O número de autuações quintuplicou desde 2010. Um dos setores mais fiscalizados é o de panificação e confeitaria, formado por pequenas empresas, justamente as que encontram maiores dificuldades em se adaptar devido às condições financeiras restritivas.

AMBIENTES SEGUROS
Aumentar a segurança do trabalho é mais do que desejável – é um dos principais objetivos da
indústria. Para além da evidente questão ética que envolve a segurança, empresas com elevados índices de acidentes pagam caro tanto em termos materiais – planos e seguros de saúde, previdência social, processos judiciais – quanto em relação à sua imagem pública. Além disso, um ambiente de trabalho saudável e seguro é mais produtivo e ajuda a reter os melhores profissionais, o que é de alto interesse das empresas. Em sua essência a NR-12 vai ao encontro desses objetivos, mas ela peca na forma. É comparável ao remédio que, ministrado em dose excessiva, acaba matando o paciente. “A norma não é razoável. Não tem como ser aplicada do jeito como está formulada, pois exige a modificação de todo o parque fabril. É necessária uma revisão”, diz Carlos Kurtz, diretor jurídico da FIESC.
A proposta de revisão da norma compreende a ideia de migrar de ambientes de trabalho seguros para ambientes ainda mais seguros. Nas empresas com bom histórico de segurança não há por que impor alterações no que já funciona bem, devendo-se limitar as mudanças às novas instalações e equipamentos. Trata-se do estabelecimento de uma linha de corte temporal de obrigações para as máquinas usadas e novas.
A proposta da indústria abrange ainda novos prazos para adequação e o estabelecimento de exigências diferenciadas para fabricantes, dentre outros aspectos (veja o quadro). Também é importante a incorporação de medidas de treinamento e conscientização dos funcionários atingidos pelas normas.
Ajustes na NR-12 têm sido discutidos em audiências públicas promovidas pelo MTE e também pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Congresso Nacional e outras instâncias. A mobilização do setor industrial é intensa. “A situação a que chegamos demonstra a importância da união entre as entidades representativas (CNI/FIESC) e o setor industrial na defesa de melhores condições para produzir e gerar empregos. Os avanços sempre são resultados dessa união”, diz Glauco José Côrte, presidente da FIESC.
Fonte: FIESC –Indústria & Competitividade – Março de 2014

Comentário:
 A origem fail-safe é para sistema de alto risco ou com probabilidade de desencadear por efeito dominó um desastre. Isso é muito compreensível  em energia nuclear, petroquímica,  prospecção de petróleo, aeronáutica, transporte (metrô, trem).etc.
O conceito de falha segura (fail-safe) está intimamente ligado ao projeto e design da máquina, equipamento ou linha de processo. Não é um acessório de segurança.
Quando se quer incorporar o sistema de fail-safe em máquinas ou equipamentos usados  o projeto poderá sair mais caro do que um equipamento novo ou se tornar inviável a colocação de dispositivo. (equipamento ou máquina obsoleto).
Seria a mesma coisa o governo obrigar a todos os proprietários de veículos a colocar airbag frontal (motorista e acompanhante) e freio ABS em os todos veículos usados, semi-novos, etc. O custo poderia ser superior ao carro ou inviável por obsoletismo do carro.

A norma não faz distinção entre empresas; grande, micro e pequena.
O governo deveria incentivar a modernização das indústrias com máquinas novas e mais modernas com dispositivos de segurança, inclusive com juros subsidiados, reduzindo os impostos, etc. Os fabricantes seriam responsáveis pelo recolhimento de máquinas velhas e obsoletas, sem dispositivos de segurança. O que acontece atualmente as máquinas obsoletas vão para o mercado de maquinas usadas transferindo o problema para o empresário, principalmente  para o pequeno empresário, que não tem um serviço especializado de segurança.
O que temos na maioria das empresas máquinas novas com projeto obsoleto e parque industrial com máquinas sucateadas e sem proteções.

Estimativa de custos na aplicação da NR-12
■Assessoria na implantação da Norma, em média, acima de R$ 5.000,00 por máquina;
■Custo de adequação de máquinas e processos simples, com proteções fixas e móveis intertravadas e com parada de emergência, monitorados por relé de segurança, entre R$ 9.000,00 e 16.000,00, em média;
■Custo de adequação de máquinas maiores, com construção de grades e proteções, além das medidas das máquinas menores, entre R$ 50.000,00 e R$ 150.000,00, em média;
■Custo de descaracterização e descarte de R$ 1.000,00 por máquina.

PARQUE INDUSTRIAL BRASILEIRO
É considerado micro empresa com faturamento bruto de 360 mil reais/ano e empresa de pequeno porte com faturamento na faixa de  360 mil a 3,6 milhões de reais/ano.
No Brasil predominam as micro e pequenas empresas. De acordo com dados do Sebrae, quase 98% das empresas são micro e pequenas empresas. A maioria não necessita de serviço especializado em segurança do trabalho.
■São quase 880 mil  empresas (micro e pequena) .
Por exemplo; na atividade de metais e máquinas temos 69 mil empresas.

■São quase 12 mil empresas médias e grandes
Por exemplo; Na atividade de metais e máquinas temos 1.494 empresas.

Na atividade de padaria e confeitaria temos 63 mil estabelecimentos.

Como solucionar os problemas de segurança para as micro e pequenas empresas numa norma tão complexa, como é a NR-12? No Brasil a política de segurança do trabalho não diferencia uma empresa com 10 trabalhadores, com outra que tem cinco mil trabalhadores. Nos países em que predominam a cultura de prevenção existe essa diferenciação, chegando ao ponto que as agência assessoram essas empresas.

CONCLUSÃO: Numa análise mais abrangente a prevenção de acidentes do trabalho interage com que tipo de política industrial adotado no país quanto a tecnologia segura utilizado em máquinas e equipamentos. Não dá para organizar uma indústria num Manual de Normas de Segurança.
Desde a criação da Portaria 3214 em 1978, o governo está preocupado com a implantação das normas do ambiente de trabalho. A norma nada mais é uma diretriz que deve seguir todas as empresas após o levantamento dos riscos existentes na empresa. O grande erro cometido e está cometendo  o órgão do governo,  parte do principio que com a implantação das normas no ambiente de trabalho os acidentes estão controlados, esquecendo que as normas são dispositivos/exigências estáticas, enquanto os riscos são dinâmicos.  Os riscos associam-se em cada ambiente de trabalho de maneira diferente, adaptando-se as condições locais. Os riscos são nada mais do que “vírus mutantes” adaptam-se as circunstâncias  existentes nos locais trabalho ou máquinas, equipamentos, trabalhadores. Quando o órgão do governo exige a implantação das normas no ambiente de trabalho,  os responsáveis irão preencher os quesitos desses programas conforme as diretrizes e apenas pensando nos riscos no desenrolar das exigências desses programas. O que resulta as empresas estão preocupadas com as normas, esquecendo a prevenção de riscos ou de fixar uma política de segurança voltada para controle de riscos.   Quando o enfoque é a norma, ela induz o profissional analisar o problema da adaptabilidade do risco em relação à norma? Não ao contrário, o risco exige uma análise detalhada e é peculiar.
Somente através da implantação de uma política prevencionista, em que a norma é discutida sobre os aspectos estáticos (requisitos) e aspectos dinâmicos (peculiaridade do risco) onde a exigência de proteção ao risco, poderá estar acima da exigência da norma padrão.

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segunda-feira, março 24, 2014

Carro cai da Ponte Rio-Niterói

Um carro caiu na Baía de Guanabara, da Ponte Rio-Niterói, na manhã de segunda-feira, 3 de março, segundo a CCR Ponte. O acidente aconteceu na pista sentido Rio, na altura no Vão Central, por volta das 6h30. Uma mulher de 22 anos foi resgatada com vida, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Ela estava lúcida e recebeu o primeiro atendimento médico na Marina da Glória, na Zona Sul do Rio. Logo depois, foi encaminhada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, por volta das 7h30.

MOTORISTA SOZINHA
De acordo com as primeiras informações da equipe de resgate, a vítima disse estar sozinha no carro, e teria sofrido ferimentos sem gravidade. Porém, as buscas dos Bombeiros continuavam por precaução, ao longo da manhã.

SALVAMENTO
Marina foi retirada da água consciente. Os primeiros pedidos de socorro foram transmitidos por rádios transmissores. O prático Luiz Antônio que trabalha na Baía de Guanabara evitou uma tragédia maior. Eu rapidamente, como dispunha de dois rebocadores, eu mandei um rebocador e a minha lancha que tem maior velocidade e aí eu falei 'olha, vai lá e busca que pode ter salvamento, relembrou.

De acordo com Alessandro Gomes, mestre da lancha, que ajudou no resgate, a jovem estava muito cansada e ele a colocou deitada, enquanto aguardava a chegada dos bombeiros:
"Ela nasceu de novo!", constatou Alessandro.

O CARRO AFUNDOU
As equipes da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) confirmaram que o carro afundou, e verificavam se o veículo submerso oferece perigo à navegação no local do acidente.

HOSPITALIZAÇÃO
A jovem recebeu o primeiro atendimento médico na Marina da Glória, na Zona Sul, e foi levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Para a surpresa da equipe médica, Marina não teve fraturas. Sofreu lesões nos pulmões, no fígado e precisou fazer uma cirurgia para retirar o baço, que se rompeu na queda. Na terça-feira, 4 de março, foi transferida para o hospital Pasteur, no Méier, zona norte do Rio."Apesar da gravidade do acidente ela não sofreu vários traumas possíveis nesses casos e o primeiro atendimento foi muito bom. Demos continuidade ao tratamento, com novas reavaliações e a realização de diversos exames laboratoriais e de imagem", afirmou o coordenador da clínica médica do Pasteur, Pablo Quesado. Marina terá acompanhamento de fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Ela teve alta  na quinta-feira, 13 de maço.
Em 19 de março ela retornou ao Hospital Pasteur, para uma consulta de revisão de seus ferimentos, e teve que ser submetida a um procedimento de drenagem para retirada de um edema na perna esquerda provocado por acúmulo de líquido no local do ferimento. Ela recebeu alta no domingo (23).

EQUIPAMENTOS DE VEÍCULO QUE CAIU DA PONTE AJUDAM A EXPLICAR MILAGRE
Milagres acontecem, mas, qualquer ajuda suprema teve a colaboração de uma dupla eficaz: cinto de segurança e airbag. Só os dois dispositivos explicam como a motorista saiu com poucas lesões de seu Renault Sandero após capotar sete vezes e despencar de uma altura de 50 metros na Baía de Guanabara.

Os airbags frontais são acionados em milésimos de segundo após sensores detectarem uma desaceleração brusca do veículo — como numa colisão forte de frente. Momentaneamente infladas, as bolsas de ar amortecem o corpo do condutor e do passageiro da frente, evitando impactos da cabeça e do tórax contra o volante, o painel e o para-brisa. Logo após elas se esvaziam. Ou seja, o airbag só protegeu Marina no impacto inicial.

A partir de então, foi o cinto de segurança que, literalmente, segurou a motorista e a manteve viva. Sem o cinto, Marina teria ricocheteado dentro do Sandero durante as sete capotagens e a queda, ou poderia ter sido atirada para fora do automóvel. Protegida pelo cinto, ela não bateu a cabeça e se manteve lúcida quando o carro caiu na água. Graças a isso, pôde desatar a fivela e sair do automóvel antes que este afundasse.

RELATO DA MOTORISTA
A estudante Marina conta que não percebeu de imediato que o carro estava caindo na água e que foi preciso boiar para sobreviver.
"Eu estava dirigindo e, ao desviar de um carro, acho que virei o volante bruscamente e bati. Mas não tive a noção de que o meu carro estava caindo na água", disse Marina.
Após capotar na pista da ponte, o veículo caiu até atingir as águas da Baía de Guanabara.
Ela não se lembra como conseguiu se livrar do cinto de segurança e sair sozinha do carro.
"Quando eu vi a água, meu reflexo foi mergulhar. Tentei nadar até a pilastra (da ponte) só que a correnteza estava muito forte. Aí, decidi boiar", lembrou.

Fontes: Do G1 Rio, O Globo, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo,  período  de 03 a 23 de março de 2014.

Comentário: O carro pesa 1.025 kg
A velocidade de impacto na água poderá ter atingido 114 km/h.
A energia cinética de impacto equivale a 514 kN
A força exercida pela motorista para permanecer sentada no momento do impacto – 700 kg. Somente o cinto de segurança poderia suportar essa força. O cinto é projetado para suportar força até 2.000 kg.
Abertura do airbag: De acordo com a concessionária a velocidade máxima de tráfego da ponte é de 80 km/h. Segundo informações dos jornais o carro capotou sete vezes. Para ocorrer essa série de capotamento, ela teria de estar dirigindo o veículo no mínimo a 100 km/h. Muito provável ele perdeu a direção quando bateu lateramente no guard-rail central e o carro foi jogado para centro da pista e iniciou a série de capotamento, sem ser acionado o airbag.  A mureta da extremidade da ponte não foi danificada.
O airbag é acionado em batida frontal. Durante a queda, o carro caiu de frente e durante o impacto com a água o airgbag foi acionado. A abertura de operação do airbag dura 30 milésimos de segundos. Como ela saiu do carro é um enigma? Uma coisa é certa, ela não entrou em pânico. A porta do veículo se abriu? A vidro quebrou?
Essa mureta da extremidade, pode ver na foto, possui piso que extrapola a mureta e pode funcionar como alavanca, auxiliando a subida do veiculo sobre a mureta. A concessionária deveria colocar um guard-rail metálico para eliminar esse risco.

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quarta-feira, março 19, 2014

Colisão frontal entre moto e caminhão

Um motociclista morreu, na manhã de quinta-feira, 6 de março, na rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, em Rafard (144 km de São Paulo), depois que a moto que dirigia, uma Honda Titan, bateu de frente com um caminhão. Com o impacto da batida, ele foi arremessado na parte frontal do veículo e o capacete chegou a ficar cravado na lataria do veículo. Fonte: UOL Noticias - 6 de março de 2014 
Comentário: O que poderia  ter acontecido?  
■Excesso de confiança na direção
■Desatenção
■Cansaço, sonolência
■Falha mecânica
■Consumo de álcool
■Consumo de droga
■Excesso de velocidade 

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quinta-feira, março 13, 2014

Lições do triplo desastre do Japão: Após três anos

Em 11 de março de 2011,  um enorme tsunami  provocado por terremoto de magnitude 9,0 no nordeste do Japão, causou grande destruição. O tsunami com ondas até 30 metros de altura  inundou 433 mil quilômetros quadrados de terra.

CONSEQUÊNCIAS;
■492 mil pessoas foram evacuadas,
■19.000 morreram
■2.633 foram dados como desaparecidos
■17.000 casas e edifícios foram destruídos
■138.000 danificada
■desabrigando 270 mil pessoas, que até permanecem em abrigos temporários.  
O terremoto e tsunami desencadeou um acidente nuclear muito grave na usina nuclear de Fukushima Daiichi,  que resultou na emissão de enorme quantidade de material radioativo para o meio ambiente.

Algumas das lições aprendidas foram discutidas na Instituição Brookings, EUA, em simpósio que reuniu especialistas em desastre, em maio de 2013, para identificar as lições de experiência  do Japão para prevenção e mitigação de desastres.
As lições desses especialistas extraídas do triplo desastre do Japão são realmente muito abrangentes:
■Analisar o pior cenário possível:  a partir da inclusão de cenários raros, mas pior caso de terremotos e tsunamis no planejamento nacional, os benefícios da integração de forma proativa das ONGs em estratégias de resposta a desastres.
■ necessidade de fazer planos de contingência no caso de governos locais que foram dizimados ou inoperantes e os pedidos de socorro tem que ser coordenada a outros níveis da estrutura administrativa,
■ pura eficiência das soluções de baixa tecnologia, como sirenes em sistemas de alerta de tsunami.
■ Novos desafios: Uma das lições mais reveladora foi que as estratégias nacionais de resposta são freqüentemente   projetadas para responder a mega desastre anterior e por isso pode ser mal equipadas para lidar com novos desafios. Por exemplo, o desafio para as equipes médicas durante o terremoto de Kobe era lidar com o grande número de lesões traumáticas, mas o terremoto de Fukushima exigia uma resposta muito diferente quando a maioria das vítimas morreu em consequência do tsunami e a difícil determinação  para enviar equipes médicas para áreas afetadas pela radiação da usina nuclear de Fukushima.
■ O triplo   desastre, como é conhecido no Japão (terremoto, tsunami e acidente nuclear)  também confirmou a necessidade dos governos em países desenvolvidos, bem como os países em desenvolvimento considerar na extensão de suas leis e políticas se estão preparados para desastres. Por exemplo, no Japão, bem como o furacão Katrina, nos EUA e o terremoto  de 2011 em Christchurch, na Nova Zelândia, os governos não estavam preparados para lidar com o afluxo de ofertas de ajuda estrangeira. A assistência internacional de desastre   é uma forma de garantir que o auxílio  internacional pode fluir rapidamente - e de forma adequada - quando ocorrem desastres.
■ A comunidade internacional humanitária lembrou que as crianças não são o único grupo vulnerável em caso de catástrofes e que os idosos têm necessidades específicas que devem ser abordados. Evacuar  pessoas de áreas que não são seguras é sempre uma tarefa difícil, mas os esforços deliberados para manter as comunidades unidas nas  evacuações após  o desastre, sem dúvida, minimizaram o deslocamento social que ocorre com freqüência.
■ Outra lição é que o fornecimento de informações precisas pode ser tão importante quanto à prestação de ajuda. De acordo com opinião geral, os esforços de assistência imediata do Japão para o terremoto e o tsunami foram impressionantes tanto em alcance e velocidade, porém sua resposta foi extremamente deficiente quando se trata de fornecer informações confiáveis e oportunas sobre os reatores de Fukushima danificados.
■Na verdade, a lição mais pungente no caso do Japão, para os atores humanitários que trabalham em outros países, há uma lição clara de prestar atenção às perspectivas de acidentes de trabalho / tecnológica / nucleares provocados por riscos naturais. Poucas agências humanitárias estão preparadas para (ou mesmo pensar) tais cenários.
■ E para o Japão, a lição é ainda não foi esboçada: qual será o futuro da energia nuclear? A limpeza em Fukushima ainda deixa muito a desejar, o novo Regulamento Nuclear Autoridade emitiu diretrizes de segurança mais rígidas, mas os prazos para completar as inspeções dos reatores estão atrasados, e o governo ainda não respondeu a questão mais fundamental no pensamento da maioria dos cidadãos: qual será o papel da energia nuclear na matriz energética do país? Esta será uma lição definitiva para o Japão e o mundo.

COMPLEXIDADE PARA RECONSTRUÇÃO
■Japão tem lutado para reconstruir cidades e vilas e para limpar a radiação do colapso da usina nuclear de Fukushima Daiichi. Planos de reconstrução estão finalmente tomando forma, mas a escassez de trabalhadores qualificados e materiais estão atrasando o trabalho.
■O país destinou  250 bilhões de dólares para  reconstrução até março de 2016.
■ Muitos sobreviventes da catástrofe ainda estão passando por dificuldades
■ Agricultura e a pesca foram retomadas em algumas áreas
■ Mais de 3.000 pessoas morreram desde o desastre por fatores relacionados ao estresse, incluindo suicídio, com muitas dessas mortes entre pessoas que vivem em centros de evacuação.

CONTAMINAÇÃO POR RADIAÇÃO
■ A usina se estabilizou consideravelmente, mas ainda é atormentado por vazamentos freqüentes de água radioativa e outras dificuldade, provocando preocupação se realmente está sob controle. Os vazamentos estão prejudicando a descontaminação da usina,  que deverá demorar cerca de 40 anos.
■Cerca de oito por cento da área terrestre do Japão, ou mais de 30 mil quilômetros quadrados, foram contaminados por césio radioativo da usina nuclear de Fukushima No. 1
■Desde a época do acidente a a usina liberou para o Oceano Pacífico, 11 milhões de litros de água contaminada, com baixo nível de radiação
■A usina armazena em tanques 55 milhões de litros de água altamente radioativa
■Estima-se  363 mil de litros de água subterrânea diário contaminada flui para o oceano
■Por ano a usina armazena 136 milhões de água contaminada
■A empresa Tepco proprietária da usina construiu um parque de tanques com capacidade para 360 milhões de litros para armazenar água contaminada, insuficiente para armazenar toda água contaminada no decorrer dos anos.

POTENCIAIS RISCOS PARA OS SERES HUMANOS
■A Organização Mundial da Saúde estima que a taxa de câncer para a população local será um pouco elevada
■É difícil avaliar os efeitos de anos de exposição a baixos níveis de contaminação radioativa vazada para o oceano.

Fontes: ReliefWeb-Report  from Brookings-LSE Project on Internal Displacement Published on 10 Mar 2014, Japan Today, Japan Times, - marc. 11, 2014


Artigos publicados
Terremoto atinge a região nordeste do Japão e provoca tsunami
Terremoto e Tsunami no Japão
Panorama do terremoto e tsunami no Japão – em 01 de abril
Japão: terremoto e tsunami – situação em 16 de março de 2011
Japão: terremoto e tsunami – situação em 21 de março de 2011
Japão: contaminação radioativa no meio ambiente
Tsunami no Japão: O que fazer com os destroços
Lição de aprendizagem do tsunami no Japão
O terremoto e os danos nas usinas nucleares japonesas
Destroços flutuante do tsunami japonês a caminho do Alasca
De Hiroshima a Fukushima, horror nuclear
Borboletas mutantes são encontradas na região de Fukushima

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sexta-feira, março 07, 2014

Trabalho em altura: Síndrome da suspensão inerte

O objetivo deste artigo é alertar os  profissionais que desenvolvem o seu trabalho em medicina de emergência, medicina do trabalho, medicina esportiva e geral, todos profissionais interessados nestes assuntos, da gravidade desta síndrome, bem como com as informações atuais, aconselhar o tratamento mais adequado para a vítima durante o resgate e sua  transferência final para um hospital.

No início dos anos 80, o registro de mortes em indivíduos aparentemente saudáveis,  principalmente relacionados  à espeleologia, que foram encontrados mortos, suspenso  em cintos, com nenhum trauma aparente, intrigou vários pesquisadores.
Inicialmente, essas mortes foram atribuídas à síndrome de "fadiga por hipotermia", mas a constatação através de publicações de artigos de medicina do trabalho, relacionadas com o  sistema de proteção contra queda e a posterior realização de estudos clínicos específicos, modificaram as conclusões iniciais.
 Os  trabalhos experimentais realizados com voluntários saudáveis mostraram a gravidade do problema e definiu o conjunto de sintomas que sofreu os voluntários como "Síndrome da Suspensão Inerte ".
 O desenvolvimento desta síndrome pode chegar a constituir um risco vital para atletas ou trabalhadores que depois de uma queda ficam suspensos por cinto de segurança, inconsciente ou impossibilidade  de se mover e não são resgatados rapidamente.

PRIMEIRA REFERÊNCIA HISTÓRICA
As primeiras referências das alterações fisiopatológicas por suspensão por cinto datam de 1968. O pesquisador americano R.C. Baumann, do Laboratório de Pesquisa Médica Aeroespacial   Harry G. Armstrong, Ohio (USA), realizou teste com cinco voluntários suspensos através de cinto de paraquedas.
Esta experiência foi relatada pela pesquisadora Mary Ann Orzech num artigo publicado em 1987  sobre Programa de Teste para Avaliar a Resposta Humana à suspensão inerte prolongada.

A experiência de suspensão se fez com cinco voluntários. Quatro dos voluntários que se submeteram às provas  toleraram uma suspensão estática durante 30 minutos com indisposições pouco importante. Três, sentiram mal-estar e sensação de dormência nos pés e nas pernas. Neste grupo, os sintomas diminuíram ao modificar a posição dos cintos que prendiam na zona dos glúteos e das pernas. Um voluntário apresentou perda de consciência aos 27 minutos após o início do teste; e foi rapidamente atendido e reanimado, recuperando a consciência em cerca de 5 minutos. Nesta experiência a perda de consciência do voluntário foi atribuída à estase venosa (trombose venosa) causada pela posição do corpo durante a suspensão e uma dieta inadequada antes do teste.

SEGUNDA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE MÉDICOS DE RESGATE EM MONTANHA
Em 1972, no segundo Congresso Internacional de Médicos de Resgate em Montanha, realizada na Áustria, concentrou-se principalmente nas discussões sobre “Quedas com cordas e Traumatismo Cranioencefálico”  ocorridos nos Alpes austríacos entre 1955 a 1972.
Neste congresso, os especialistas citaram a morte de 10 alpinistas após permanecerem  suspensos  por uma corda depois de queda.
Os autores do estudo G Flora e H R Hölzl não encontraram nenhuma lesão que justificasse o desfecho trágico.
Nessa análise dois alpinistas morreram antes de ser resgatado, apesar de desconhecer, que eles ficaram suspensos  pouco antes de morrer, os oito restantes foram resgatados vivos, mas morreram mais tarde. Eles ficaram suspensos 30 minutos a 8 horas e a morte posterior ocorreu  30 minutos e 11 dias após o resgate.

TESTES REALIZADOS
Em 1979, o pesquisador B. A. Nelson  realizou 65 testes de suspensão em posição vertical e imobilização.
Os testes contaram com ajuda de montanhistas experientes e quatro tipos de cintos.
 Os resultados após os testes mostraram os mesmos efeitos negativos observados em outras experiências, tais como;
■dormência,
■dor intensa,
■sensação de asfixia, 
■contrações incontroláveis,
■hipotensão e taquicardia.
Em dois casos houve perda de consciência
As conclusões finais do estudo evidenciaram, mais uma vez, que a suspensão vertical por cinto pode causar a perda de consciência, sem qualquer trauma ou perda de sangue. Esta progressão do quadro clínico em indivíduos  que permaneceram inconscientes, pela redução do fluxo sanguíneo cerebral, podem  causar a morte em 4 a6 minutos.

SÍNDROME DA SUSPENSÃO INERTE
A síndrome da suspensão inerte é uma patologia que necessita de dois requisitos essenciais para sua ocorrência:
■suspensão
■e imobilidade.
A imobilidade pode ocorrer em pessoas conscientes que ficam comprometidas devido à posição suspensa inerte, ao ceder a tensão dos músculos abdominais e  também as vítimas, como conseqüência da queda ou trauma tenham ficado inconsciente.
 O sequestro de sangue nas extremidades produz uma diminuição da pré-carga do ventrículo direito, redução do débito cardíaco e diminuição da queda da pressão de perfusão cerebral. A perda de consciência pode ocorrer rapidamente, e se a síndrome progredir pode causar a morte da vítima. A rapidez do inicio dos sintomas tem componentes individuais.
 Alguns podem apresentar nas fases iniciais  sintomas da síndrome pré-síncope como: náuseas, tonturas, zumbido nos ouvidos, sudorese, perda de visão, etc..
 Esta situação pode ser compreendida no "sequestro choque hipovolêmico" (choque hemorrágico)

PREVENÇÃO
A prevenção passa a ser o elemento chave no tratamento destes acidentes.
O cinto de segurança é um sistema de segurança criado para evitar lesões por queda quando se trabalha “em altura”.
No entanto, a suspensão e imobilidade prolongada podem colocar em risco a vida do trabalhador.
A prevenção deve ser direcionada  fundamentalmente para:
■Evitar o surgimento da síndrome.
■Utilizar métodos seguros de resgate para evitar a fatalidade.

Os cintos de segurança atuais, tanto de uso esportivo como os projetados para o trabalho, são bastante cômodos e confiáveis para resistir as quedas; no entanto nenhum modelo, até o momento, pode evitar o desencadeamento de uma síndrome da suspensão inerte.
A primeira recomendação é escolher um  modelo de cinto   que se adapte anatomicamente  ao corpo e seja bem confortável como para não causar desconforto ou dor quando  estiver suspenso por muito tempo.
 O recomendável especialmente aos trabalhadores, seria provar o cinto antes de sua utilização, comprovando  sua comodidade e tamanho correto.
Obviamente, estas comprovações deveriam ser feitas simulando as condições de trabalho que será empregado, para dessa forma realizar os ajustes ou mudanças necessárias.

As experiências realizadas com cinto de segurança  demonstraram de forma contundente, que uma vítima inconsciente ou com mobilidade limitada suspensa, pode falecer em pouco tempo se não se tomarem as medidas necessárias. Uma das primeiras medidas de prevenção é a divulgação desta patologia entre os trabalhadores ou usuários de cinto, como; esportistas, e as pessoas que podem ter relação com o resgate (colegas da vítima, socorristas ou  resgatistas, médicos que costumam atender estas emergências).

É particularmente importante para evitar o agravamento dos sintomas a rapidez com que se realizem as manobras de resgate, especialmente em pessoas já inconscientes, nas quais a morte pode ser inevitável se as manobras se realizam de forma incorreta.

Diante de uma possibilidade de um eventual acidente, as simulações ou treinamentos periódicos de resgate de vítimas em suspensão, deveriam ser obrigatórios nos planos de formação profissional de trabalhadores em altura  e de esportistas que utilizam esses acessórios.

O uso correto do cinto, o conhecimento de manobras de resgate específicas e sua realização periódica são essenciais para dar uma resposta adequada diante de um acidente deste tipo.
O instrutor de resgate vertical australiano, A Sheehan, num artigo recente, descreve que existem fatores individuais que podem aumentar o risco de uma síndrome da suspensão inerte e cita uma série de recomendações aos usuários:
■ O trabalho com o emprego de cordas e suas técnicas deve ser planejadas, para que em caso de emergência a vítima possa ser resgatada imediatamente.
■Os trabalhadores devem receber treinamento e formação específica em técnicas de resgate para realizar trabalhos deste tipo.
■ Os trabalhadores não devem realizar trabalhos em altura quando apresentam fatores de risco individuais (incapacidades, doenças…) ou apresentam condições que favoreçam a aparição de uma síndrome da suspensão inerte.
■ Quando ocorrer um acidente, deve-se dar prioridade ao resgate e não se deve perder tempo em estabilizar à vítima.
■Diante da possibilidade de um acidente, os trabalhadores que utilizem sistemas de suspensão com cintos  não devem trabalhar nunca sós.
 ■Quando a mobilidade das pernas se encontra limitada, deve-se evitar permanecer suspenso  durante um período prolongado de tempo
■ Evitar resgatar às vítimas em posição vertical, e se isto é impossível, deve-se resgatar à vítima no menor tempo possível.
■ Se a vítima permanece consciente durante o resgate, tranqüilizá-la e pede que se  mantenha  as pernas, se possível, em posição horizontal.
■É conveniente durante o trabalho em suspenso,  utilizar um sistema de apoio dos pés e mover as pernas freqüentemente.

TRATAMENTO DA SÍNDROME DA SUSPENSÃO INERTE
1. Fase de Resgate
A síndrome da suspensão é uma patologia que só se desenvolve quando a vítima se encontra suspensa e imóvel.
O primeiro objetivo terapêutico é resgatar à vítima com vida. O resgate rápido se impõe diante de qualquer outra manobra.
Numerosas publicações descrevem mortes em poucos minutos do resgate (morte de resgate), depois de colocar aos acidentados em posição horizontal.
A etiopatogenia mais provável da "morte de resgate" é a sobrecarga aguda do ventrículo direito, por afluxo em massa do sangue das extremidades inferiores, quando o acidentado é colocado bruscamente em decúbito dorsal.

Para A. Sheehan e R. Dawes e as manobras de reanimação avançada que incluem oxigenoterapia, fluidoterapia, calças de medicina anti-shock(MAST) ou vestuário pneumático (PASG), etc. são impossíveis de realizar durante o resgate. Estes autores recomendam colocar às vítimas em posição horizontal o mais rapidamente, seguindo as recomendações que se seguem em pacientes em estado de choque ou com problemas na via aérea. Mas esta opinião é discutida pela maioria dos pesquisadores diante da existência de casos da “morte de resgate”, cujas causas foram enunciadas anteriormente.

Todos os autores estão de acordo em evitar a posição totalmente vertical durante o resgate. Depois do resgate, recomendam colocar à vítima em posição semi-sentada,ou agachada. Em caso de vítimas inconscientes, uma vez que a permeabilidade da via aérea esteja controlada, a posição fetal (alternativa à posição lateral de segurança) pode ser a ideal.

Recomenda-se manter esta posição  20 a 40 minutos e posteriormente passar gradualmente à posição horizontal. O objetivo desta manobra é evitar a sobrecarga aguda do ventrículo direito por afluxo em massa do sangue acumulado nas extremidades Durante todo o processo de resgate é essencial monitorar os sinais vitais e seguir as técnicas de suporte básico e avançado, segundo as recomendações do European Resuscitation Council.

2. Transporte
Diante da presença de sintomatologia (dormência das pernas, parestesias, etc) que façam suspeitar lesões associadas ou um possível agravamento, recomenda-se o traslado a um centro hospitalar dotado de Unidade de Terapia Intensiva.
• O traslado deve ser rápido.
• A vítima deve estar acompanhada em todo momento de pessoal emergência treinado em técnicas de reanimação avançada que disponham de material específico (transporte com médico).
• Se o acidente ocorreu em lugares afastados de um centro médico, verificar a possibilidade da vítima seja evacuada em helicóptero.
• Se durante o transporte até o centro médico  se a vítima apresentar hipotensão é preferível a administração de drogas vasoativas à reposição volêmica  em massa.
• É aconselhável o controle da glicemia, especialmente se a diminuição foi o desencadeante da síndrome da suspensão..
• Não se devem esquecer as possíveis patologias associadas que possa apresentar a vítima como: TCE (Traumatismos Crânio Encefálicos), traumatismos torácicos, fraturas em extremidades,  desidratação, hipotermia, etc.
• Em pacientes politraumatizados é imprescindível medicação adequada contra dor  e correta imobilização das fraturas.

3. Tratamento hospitalar
Se após o exame  inicial no hospital, se o estado da vítima apresentar possível agravamento é  norma colocar na UTI para monitorar os sinais vitais e tratar patologias associadas que possam comprometer a vida do paciente: insuficiência renal por rabdomiólise (lesão de músculo), politraumatismos, etc.

Fonte: “Síndrome del arnés”,  Trauma de la suspensión;  M. Avellanas Chavala (Servicio de Medicina Intensiva. Hospital San Jorge. Huesca), D. Dulanto Zabala (Servicio de Anestesiología y Reanimación. Hospital de Basurto. Bilbao), SEMAC (Sociedad Española de Medicina y Auxilio en Cavidades)

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segunda-feira, março 03, 2014

Planejamento de resgate em altura

A elaboração de um plano de proteção contra queda é praticamente inútil se o plano não considerar o resgate do trabalhador. O risco de resgates não planejados é mais sério que o de derrubar um trabalhador, pois envolve também tempo, que é crítico em caso de um trabalhador
ficar pendurado inconsciente.
Foto A – O trabalhador tentando se desprender do cabo.
Foto B – O colega que estava na estrutura auxiliando no resgate do acidentado
Foto C -  Outro colega que estava no solo auxiliando no resgate do acidentado. O trabalhador veio a falecer
Trauma de suspensão pode ocorrer quando uma pessoa fica pendurada por um cinto corporal de proteção contra queda. As tiras das pernas do cinto podem comprimir as veias, fazendo com que o sangue acumule-se nas pernas. Quando isso acontece, o coração e subseqüentemente o cérebro não receberão sangue suficiente para funcionar adequadamente, resultando em uma reação natural: desmaio. Se a pessoa estiver de pé o desmaio trará o sangue acumulado nas pernas para o mesmo nível do coração. Entretanto, quando a pessoa fica pendurada e perde a consciência o cinto a mantém em uma posição vertical, segurando o sangue nas extremidades
inferiores.

Muitos fatores podem ajudar para reduzir a possibilidade de trauma de suspensão, inclusive o uso de cinto e de absorvedor de choque adequado, ou de um sistema que reduza as forças de tensão, e ainda o fato de o trabalhador poder ou não movimentar as pernas.
Infelizmente, a melhor posição para suportar as forças de uma queda (argola dorsal, próxima à vertical) não é a melhor posição para ficar suspenso inconsciente por um período de tempo.

As  tiras de Segurança de Trauma de Suspensão DBI-SALA ajudarão a reduzir esses efeitos, mas é preciso ser capaz de trazer o trabalhador inconsciente e o consciente em queda até o chão.
Para fazer isso rápida, eficiente e seguramente, deve-se ter um plano de resgate que aborde;
■ as áreas de risco,
■ as áreas preventivas,
■ medidas e sistemas de resgate, treinamento, duração e
■ serviços de resgate, entre outros.

A escolha de equipamentos deve sempre depender da situação. Seja conduzindo o resgate de um trabalhador em queda ou em auto-resgate com um dispositivo automático ou controlado manualmente, o objetivo é trazer o trabalhador ao chão segura e rapidamente.
Uma solução de resgate é utilizar um sistema de subida e descida para posicionar a pessoa que fará o resgate no local de forma a prender o trabalhador em queda. Esse sistema deve ser pré-montado e proporcionar um nível de controle maior que qualquer sistema de guincho  improvisado. O sistema original e melhor de subida e descida do ramo é o Rollgliss® R350.
O Rollgliss® apresenta um cabeçote superior que gira com uma corda durante as operações de subida e pára a fim de criar uma fricção de amarração que permite desacelerar a descida e subseqüentemente permitir uma descida controlada.
A beleza desse sistema é a simplicidade: para usar simplesmente retire-o da sacola, prenda o mosquetão de ancoragem a uma ancoragem segura e o outro mosquetão a uma pessoa de resgate ou a um trabalhador em queda. O sistema de vantagem mecânica e descida é pré-projetado e montado.

Em caso de uma situação de emergência que exija a evacuação de um local onde a rota principal de escape não está mais disponível, os trabalhadores necessitarão ter um dispositivo de descida. Um dispositivo de descida de controle automático permite que o operador simplesmente prenda o cinto a um dispositivo e desça ao chão, a uma velocidade de descida controlada.
Algumas situações de trabalho requerem um nível de portabilidade oferecido pelos abaixadores automáticos. A área de aterrissagem abaixo to trabalhador pode não ser condutiva para descida a uma velocidade pré-estabelecida que não tenha a capacidade de parar diante de um obstáculo.

Nesses casos, a ferramenta mais eficaz para o trabalhador é um dispositivo de controle manual que permita ao trabalhador diminuir a velocidade ou parar. Os sistemas de descida manuais são simples de serem colocados em uma corda ou correia e têm capacidade de conexão automática à corda/correia, caso o trabalhador entre em pânico ou solte-se.

Essa característica de travamento é muito importante, uma vez que elimina a possibilidade de o trabalhador cair, caso esteja ferido ou inconsciente. Embora os dispositivos manuais de descida ofereçam maior nível de flexibilidade que os automáticos, eles também requerem um maior nível de conhecimento.
Seja sua necessidade de resgate ou de evacuação, a escolha da ferramenta adequada para o trabalho é crítica. Uma vez escolhida, garanta que os trabalhadores que as usarão sejam devidamente treinados para que o resgate ou evacuação do local seja seguro, simples e eficiente. Lembre-se de sempre resgatar um trabalhador em queda de forma mais rápida e segura possível, fazê-los manter as pernas em movimento para ajudar o fluxo do sangue e de nunca deitar um trabalhador inconsciente ou imóvel com sinais de trauma de suspensão. Fonte: Capital Safety

Comentário:  É imprescindível que inicialmente, a empresa tenha um plano de salvamento para todos os cenários, que possibilitem a ocorrência de traumas ocasionados por quedas (empresas especializadas podem elaborar), após análise de riscos destes locais devem  optar em treinar todos seus funcionários que trabalhem em altura conforme trata a NR-35 e ter uma equipe de resgate para pronto-atendimento ou que seus funcionários  sejam treinados para atuarem em auto-resgate. Não confundir resgate com evacuação, o resgate requer a recuperação da vítima por  uma equipe preparada para esta finalidade e a evacuação é a ação que num menor espaço de tempo, dependendo do tipo de emergência sair do local sinistrado. Fonte: Storz Treinamento

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