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quinta-feira, setembro 27, 2018

Como os agrotóxicos afetam os pássaros e as abelhas

Estudos internacionais recentes vêm reforçando os argumentos de ambientalistas de que o uso de agrotóxicos causa danos à fauna das regiões onde estão as lavouras – às vezes, de longo prazo.

Um deles, divulgado na revista científica Nature, avaliou o impacto dos inseticidas imidacloprido (neonicotinoide) e clorpirifós (organofosforado), ambos usados no Brasil, em aves canoras (pássaros que têm a capacidade de cantar) que se alimentam de sementes. Os tico‑ticos de coroa branca (Zonotrichia leucophrys), pássaros das Américas analisados na pesquisa, apresentaram sinais de envenenamento, perda de massa corporal e alteração na capacidade de orientação durante voos migratórios.

Além dos pássaros, segundo especialistas, qualquer ser vivo está sujeito a sofrer esses efeitos tóxicos, incluindo insetos, répteis, anfíbios, mamíferos, peixes, demais organismos aquáticos e espécies vegetais.
"São compostos químicos projetados para ter um efeito biológico prejudicial ao crescimento, ao desenvolvimento, à reprodução ou à sobrevivência dos organismos", disse Luis Schiesari, professor de gestão ambiental da USP.

Organismos da mesma família das pragas, por exemplo, por serem biologicamente similares, também podem ser atingidos pelos defensivos agrícolas e ter o mesmo destino.
É o que acontece com a lagarta da soja – centenas de mariposas parentes dela são envenenadas. Mas o mais grave é que muitos herbicidas, inseticidas e fungicidas atuam em processos comuns aos seres vivos.

"Algumas moléculas agem no processo da divisão celular, outras no processo da respiração celular e outras no transporte de íons através da membrana celular. Existe um potencial enorme de moléculas (das substâncias químicas) afetarem as espécies não-alvo porque todos os organismos necessitam desses três processos", explica.
Encontrar espécies não-alvo mortas, inclusive predadores naturais das pragas, faz parte da rotina de quem trabalha em campos agrícolas pulverizados com agrotóxicos. Mesmo quando a dose é insuficiente para matá-las, elas podem ter sequelas como a diminuição da fecundidade, malformações no desenvolvimento, alterações comportamentais e perturbações hormonais.

"Um pesquisador da Universidade da Califórnia descobriu anos atrás que o herbicida Atrazina, um dos mais usados no mundo, é capaz de transformar girinos geneticamente machos em fêmeas numa concentração de uma parte por bilhão. Mesmo que aquele indivíduo não morra no curto prazo, a população morre no médio prazo porque, se deixa de ter reprodução, entra em colapso", afirma Schiesari.
No entanto, fabricantes garantem que esses produtos, principalmente os mais novos, passam por pesquisas minuciosas para que sejam eficientes no controle de pragas, doenças e ervas daninhas, e ambientalmente seguros.

"Vários estudos são realizados desde o início do descobrimento, verificando sua viabilidade através de estudos preliminares. As empresas começam com cerca de 160 mil moléculas, mas no final de quatro anos restam apenas cinco que seguirão os próximos estágios de desenvolvimento", afirma Andreia Ferraz, gerente de ciência regulatória da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF).

"Essas moléculas, para seguirem, passam por diversos estudos toxicológicos e crônicos, e por outros que permitem caracterizar tanto o destino ambiental, bem como os efeitos para organismos não-alvo."

CERCO FECHADO PARA AS ABELHAS
O fenômeno do declínio populacional de abelhas em conexão com o uso de agrotóxicos vem sendo acompanhado de perto por vários países e comprovado por pesquisas como o relatório divulgado pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) no início de 2018.
Após analisar mais de 1,5 mil estudos sobre os neonicotinoides (agrotóxicos derivados da nicotina), o órgão afirmou que os danos que o agrotóxico causa nas abelhas variam de acordo com a espécie, a utilização e a via de exposição, mas de modo geral representa riscos para todas.

Pesquisas anteriores tinham revelado que o composto químico neurotóxico danifica a memória do inseto – ao sair para buscar alimento, ele se perde e não consegue voltar para a colmeia – além de provocar a morte precoce de abelhas rainhas e operárias.
A substância também foi considerada vilã das abelhas por pesquisadores da Universidade de Neuchâtel, na Suíça, em estudo publicado na revista Science. Foram encontrados traços de pelo menos um tipo de neonicotinoide em 75% das amostras de mel coletadas em todo o mundo.
Diante das evidências, recentemente a União Europeia proibiu três inseticidas da classe desse agrotóxico: imidacloprido, clotianidina e tiametoxam.

Fungicidas também podem ser fatais para o inseto, segundo pesquisadores, já que alguns fungos mantêm relações simbióticas com as abelhas.
Outros fatores, como doenças comuns e o desmatamento também podem ameaçar as colônias. Neste último caso, quando abre-se caminho para o plantio de grandes plantações, as abelhas acabam se alimentando apenas de um tipo de pólen e de néctar disponível nesses cultivos. Por causa disso, acabam enfraquecendo por deficiência nutricional.

PESQUISA INÉDITA COM ABELHAS NO BRASIL
No Brasil, cientistas também observaram a mortalidade de abelhas intoxicadas por defensivos agrícolas.
"Os inseticidas foram desenvolvidos para matar insetos, e a abelha é um inseto. Se ela se aproxima, vai ocorrer mortalidade. É um problema bastante sério no Estado de São Paulo. Não que não aconteça em outros Estados do Brasil, mas em São Paulo nós temos registro", adverte Roberta Nocelli, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que desenvolve pesquisas em ecotoxicologia de abelhas.

O registro que ela menciona é uma pesquisa inédita no Brasil realizada pelo Projeto Colmeia Viva com participação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da UFSCar. Para fazer o Mapeamento de Abelhas Participativo (MAP), especialistas estiveram em apiários entre agosto de 2014 e agosto de 2017, com o objetivo de averiguar a relação da agricultura e apicultura e a aplicação de agrotóxicos.
Das 107 visitas feitas em campo, 88 possibilitaram essa análise. Foi encontrada a presença de inseticidas neonicotinoides, de pirazol e de triazol em 59 casos, dentro e fora das culturas agrícolas (por exemplo, quando as abelhas buscam água e alimento em áreas de criação de gado).
Os casos de mortalidade do inseto por uso incorreto de agroquímicos nas lavouras representaram 35,59% das amostras coletadas.

Esses dados se referem à espécie Apis Mellifera africanizada (uma mistura de subespécies europeias e africanas), conhecida como "abelha que produz mel". As abelhas que têm origem brasileira não foram analisadas.
"Não podemos mensurar o impacto das abelhas que estão nas matas. Mas, pelas medições que fazemos com a Apis Mellifera, estimamos que a mesma coisa esteja acontecendo com as colmeias das colônias de abelhas nativas. São aproximadamente 3 mil espécies não pesquisadas", afirma Nocelli.

PERIGO DE EXTINÇÃO DAS ABELHAS
O perigo de extinção das abelhas assusta porque o inseto desempenha um papel fundamental na produção de alimentos. "É importante pensarmos que a produção depende do polinizador em boa parte das culturas. E a abelha é o polinizador mais importante, porque é responsável pela polinização de mais de 70% das plantas com flores."
Quando os agrotóxicos causam o enfraquecimento ou a morte de animais polinizadores, as colheitas são menos fartas. Por outro lado, se eles forem retirados das lavouras, as pragas são capazes de destruir safras inteiras.
Por isso, não é o fim completo do uso de agrotóxicos que a maioria dos biólogos e grupos ambientais defende, mas sim um uso mais responsável desses produtos e a adoção de formas de controle que não agridam o meio ambiente, como o manejo integrado de pragas, sempre que possível.

Os dez ingredientes ativos mais vendidos no Brasil em 2017:
1.      Glifosato e seus sais
2.      2,4-D
3.      Mancozebe
4.      Acefato
5.      Óleo mineral
6.      Atrazina
7.      Óleo vegetal
8.      Dicloreto de paraquate
9.      Imidacloprido
10.  Oxicloreto de cobre
Fonte: Ibama/Consolidação de dados fornecidos pelas empresas registrantes de produtos técnicos, agrotóxicos e afins, conforme art. 41 do Decreto n° 4.074/2002.
Fonte: BBC News Brasil-18 de agosto de 2018

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quarta-feira, setembro 26, 2018

Celular pega fogo a bordo do avião da Ryanair

Na terça-feira, 30 de julho,  houve momentos de pânico no aeroporto de Barcelona El Prat quando um celular pegou fogo em um avião da Ryanair. Os passageiros tiveram de sair do avião - de forma desastrosa - através do escorregador de emergência. O fogo foi provocado por uma bateria externa que explodiu.

Conforme relatado pela companhia aérea irlandesa, o proprietário do aparelho era uma pessoa da Nova Zelândia que queria voar de Barcelona para Ibiza.  O celular estava conectado ao carregador quando superaqueceu. A fumaça que saiu de debaixo dos assentos alertou a tripulação e os passageiros vendo as chamas entraram em pânico. A tripulação controlou o fogo em alguns segundos.

A tripulação pediu calma aos passageiros, mas  houve tumulto durante a evacuação. O protocolo de emergência foi ativado e, como medida de precaução, os passageiros foram evacuados pelas rampas de emergência. O incêndio não causou nenhum ferimento, mas alguns passageiros ao pularem  nos escorregadores sofreram pequenas queimaduras.
A Ryanair providenciou uma outra aeronave para reacomodar os passageiros para que embarcassem com o menor atraso possível.
Não é a primeira vez que um celular pega fogo num avião, enquanto conectado a uma bateria portátil.
Por isso, alguns especialistas em aviação defendem que companhias aéreas passem a proibir o embarque de carregadores de lítio nas aeronaves.  Fonte: La Vanguardia - 01/08/2018

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sábado, setembro 22, 2018

Armazéns de grãos: Mortes silenciosas de trabalhadores

MORTES POR SUFOCAMENTO
Os ajudantes Edgar Jardel Fragoso Fernandes e João de Oliveira Rosa iniciavam o expediente na Cooperativa C. Vale, em São Luiz Gonzaga (RS), quando foram acionados para desentupir um canal de um armazém carregado de soja.
Era abril de 2017, quando a colheita da oleaginosa confirmava as previsões de que o Brasil atingiria a maior safra de sua história. Enquanto tentavam desobstruir o duto caminhando sobre os grãos, os dois afundaram nas partículas. Morreram asfixiados em poucos segundos, encobertos por várias toneladas de soja.

Acidentes como esse em armazéns agrícolas têm se tornado frequentes conforme o agronegócio brasileiro bate sucessivos recordes -expondo um efeito colateral pouco conhecido da modernização do campo.

OCORRÊNCIAS
Desde  2009, ao menos 106 pessoas morreram em silos de grãos no país, a grande maioria por soterramento.
Cada vez mais comuns nas paisagens rurais do país, silos são grandes estruturas metálicas usadas para armazenar grãos, evitando que estraguem e permitindo que vendedores ganhem tempo para negociá-los.
Foram contabilizados apenas casos noticiados pela imprensa, o que, segundo especialistas, indica que as ocorrências sejam ainda mais numerosas, pois nem todas as mortes são divulgadas.
O ano com mais acidentes fatais foi 2017, quando houve 24 mortes, alta de 140% em relação ao ano anterior. Em 2018, houve 13 ocorrências até julho -sinal de que as mortes devem se manter no mesmo patamar de 2017, considerando-se o histórico de distribuição das ocorrências ao longo do ano.
Os estados que tiveram mais casos são os mesmos que lideram o ranking de produção de grãos: 
■Mato Grosso (28),
■Paraná (20),
■Rio Grande do Sul (16) e
■Goiás (9).
Houve mortes em 13 estados distintos, em todas as regiões do país.

Sorriso (MT), o município brasileiro com maior valor de produção agrícola -R$ 3,2 bilhões em 2016, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)- foi também o que registrou mais mortes em silos, empatado com a também mato-grossense Canarana, com sete casos cada.

TRABALHOS MAIS PERIGOSOS NO BRASIL
"Os dados são estarrecedores", diz  Idelberto Muniz de Almeida, professor de Medicina do Trabalho da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu.
Segundo ele, o levantamento indica que o trabalho em silos está entre as atividades com mais acidentes fatais no país, depois das profissões sujeitas a mortes no trânsito.
Não há estatísticas oficiais precisas sobre mortes em armazéns de grãos no Brasil. Quando trabalhadores sofrem acidentes, cabe ao empregador informar a ocorrência ao Ministério da Previdência Social. No formulário de notificações, porém, não há um código para armazéns agrícolas, englobados pela categoria mais abrangente de "depósitos fixos".

SETOR DE ARMAZENAGEM
Segundo o ministério, o setor de armazenagem -que inclui o trabalho em silos de grãos, mas também em vários outros tipos de armazéns- teve 11,13 mortes a cada 100 mil trabalhadores em 2016, último ano com dados disponíveis. O índice deixa o setor entre os 25% campos econômicos mais mortíferos para trabalhadores no Brasil.
Em outro sistema de contagem, o Ministério Público do Trabalho -braço do Ministério Público da União- registrou 14 mortes de trabalhadores por asfixia, estrangulamento ou afogamento causados por cereais e derivados entre 2012 e 2017.

MORTES EVITÁVEIS
O professor Idelberto Almeida afirma que a maioria dos acidentes em silos ocorre quando medidas de prevenção não são adotadas ou não funcionam de forma adequada. "As estratégias para evitar esses acidentes são amplamente conhecidas há pelo menos 15 anos", diz.
Segundo o professor, a ocorrência de vários casos em um mesmo estado ou município indica que "o poder público tem se mostrado impotente" diante do fenômeno.
Mortes mais comuns em silos ocorrem quando trabalhador afunda na massa de grãos e é asfixiado
Em geral, soterramentos em silos matam em instantes. O trabalhador é asfixiado ao afundar nos grãos e não consegue subir à superfície, como se fosse sugado por uma areia movediça.
Na maioria dos casos, ele é engolido ao caminhar sobre os grãos sem cordas de segurança enquanto tenta movimentar as partículas para desobstruir dutos. Os grãos costumam se aglutinar quando há excesso de umidade, travando o funcionamento do silo.
Em outros casos, menos numerosos, o trabalhador é encoberto por uma avalanche de grãos quando paredes do armazém colapsam -pondo em risco até quem está fora da construção- ou quando há grandes deslocamento de partículas dentro da estrutura.
Silos podem ainda explodir se tiverem grande quantidade de pó de cereais -material que se transforma em combustível quando em contato com superfícies muito aquecidas ou faíscas.

SOBREVIVENTE DE ACIDENTE EM SILO
Quando é envolto pelos grãos, o trabalhador raramente sobrevive.
Por isso, quando Anderson Rodrigo Reis começou a afundar em um monte de soja em um silo em Paranapanema (SP), pensou que não escaparia.
"Gritei: 'pelo amor de Deus, me segura que estou indo para baixo e vou morrer, não estou achando o chão, estou afundando, afundando!'", conta ele.
Hoje com 40 anos, Reis trabalhava desde 2014 na Cooperativa Agro Industrial Holambra como ajudante geral.
Naquele dia, em julho de 2017, entrou no silo para ajudar a carregar um caminhão. Foi quando um colega, diz, prendeu a perna na pilha de grãos ao empurrar a soja para o canal que abastecia o veículo.
"Puxei ele, mas senti que a soja estava fofa e era melhor sair. Ajudei ele a tirar a botina e, quando estávamos saindo, afundei de vez."
Em alguns segundos, diz o ajudante, os grãos chegaram à cintura. O colega tentava puxá-lo pelos ombros, mas a pressão da soja sobre o corpo impedia que fosse içado.

Quando estava só com o pescoço para fora, seu pé tocou a borda de uma estrutura metálica. Foi naquele ponto que o ajudante geral se apoiou por quase cinco horas, até ser resgatado por uma equipe de bombeiros. Ele diz que a pressão da soja o obrigava a respirar "bem devagarinho". "Vai apertando como lata de sardinha; você não sente dor numa parte, sente em tudo."
Reis conta que, apesar da gravidade do acidente, a empresa relutou em esvaziar o silo para facilitar o resgate, pois não queria perder dinheiro com o descarte. Mas relata que os bombeiros insistiram e abriram uma fenda na lateral da construção, permitindo que o nível de soja baixasse e ele fosse puxado.

CONHECIA OS RISCOS DO TRABALHO
O ex-ajudante diz que conhecia os riscos do trabalho em silos e havia sido treinado para a atividade. Ele sabia que, ao caminhar sobre a massa de grãos, trabalhadores deveriam estar presos por cordas a um sistema de ancoragem.
Mas afirma que, quando não havia técnicos de segurança no silo, como naquele dia, os supervisores afrouxavam as regras para acelerar os trabalhos. Ele não vestia cinto de segurança quando sofreu o acidente.
Desde aquele episódio, Reis nunca mais conseguiu entrar em silos. Ele diz que pediu à empresa para ser transferido a outros setores, mas que, nove meses depois do acidente, foi demitido sem justificativas.

GASES TÓXICOS EM SILOS
Bombeiro em Sorriso (MT), um dos dois municípios que registraram mais mortes em silos (7), o tenente Gustavo Souza já atendeu quatro casos de soterramentos em armazéns. Em todos eles, não houve sobreviventes.
Ele diz que, em alguns casos, o trabalhador cai nos grãos e é soterrado após passar mal com gases tóxicos produzidos por sua fermentação.
Há ainda casos em que as mortes são causadas unicamente pela inalação desses gases, como em ocorrências registradas em Poços de Caldas (MG), Cachoeira do Sul (RS) e Tangará da Serra (MT).
No acidente em Tangará, em 2011, a vítima foi justamente um bombeiro que tentava resgatar dois trabalhadores que haviam passado mal com gases tóxicos em um silo com soja. O soldado Valmir Bezerra de Jesus desmaiou durante a operação e passou 17 dias internado antes de morrer. Os dois trabalhadores sobreviveram.
As normas de segurança em silos incluem o uso de sistemas de ventilação e de detecção de gases tóxicos. Em situações extremas, trabalhadores só devem entrar nas instalações com máscaras de oxigênio.
Souza diz que resgatar trabalhadores nessas condições é uma das atividades mais temidas entre seus colegas. "Se a gente não toma cuidado com nossa própria segurança, também vira vítima."

ACIDENTES EM TRADERS DE GRÃOS
O levantamento mostra ainda que acidentes fatais ocorreram tanto em armazéns de cooperativas (normalmente geridas por grupos de produtores rurais) e de fazendas individuais quanto em silos de multinacionais que comercializam grãos, conhecidas no setor como traders.
Foram registradas mortes em armazéns das grandes empresas Cargill (4), Bunge (2) e Amaggi (1).
A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), que representa as três multinacionais, diz que os silos de todas as propriedades e empresas ligadas à associação estão sujeitos a um rígido controle de segurança, que inclui a identificação de riscos, medidas preventivas e capacitação profissional.
Silos que armazenavam milho e soja predominam entre os locais de acidentes fatais, mas também houve mortes em armazéns de arroz, café, açúcar, ração animal e feijão.
Em seis casos, os mortos não eram trabalhadores, e sim parentes que os acompanhavam e jamais poderiam ter entrado nos silos.
Em 2017, uma mulher morreu soterrada em Alta Floresta (MT) enquanto levava um prato de comida ao marido, que trabalhava ali. Dois anos antes, um menino de 8 anos foi soterrado quando brincava em um silo na fazenda dos avós, em Três Lagoas (MS).
Desde 2015, outros dois meninos de 7 anos morreram soterrados em armazéns em Tangará da Serra (MT) e Marechal Cândido Rondon (PR), e uma menina de 9 anos morreu encoberta pela soja em Cerrito (RS).
Os acidentes ocorrem em um momento em que o país amplia a quantidade de armazéns agrícolas para acompanhar o aumento na produção.
Entre 2000 e 2016, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a capacidade de armazenagem de grãos no país cresceu 80%, favorecida em grande medida por linhas de crédito públicas.
Apesar do aumento, a companhia diz que a capacidade de armazenamento do Brasil precisaria crescer mais 48% para cobrir toda a produção atual.

NORMAS DE SEGURANÇA EM SILOS
As recorrentes mortes em silos no Paraná, segundo estado com mais registros (20), mobilizaram o Ministério Público do Trabalho (MPT) local.
No segundo semestre de 2017, o escritório do MPT em Londrina, que atua em 70 municípios, pediu a todas as empresas com silos informações sobre o cumprimento da norma 33 do Ministério do Trabalho, que rege as atividades em ambientes confinados -categoria que inclui o trabalho em armazéns de grãos.
A norma contém quase uma centena de orientações para prevenir acidentes nesses espaços, entre as quais proibir o acesso de pessoas não treinadas, testar com frequência os equipamentos de segurança e realizar simulações de salvamento.

MORTES EM SILOS EM OUTROS PAÍSES
Nos Estados Unidos, país com capacidade de armazenamento de grãos quase quatro vezes superior à brasileira, houve 23 mortes por soterramento em silos em 2017, segundo um estudo da Purdue University.
Até os anos 1970 e 1980, a maioria de mortes em silos nos EUA ocorria quando as unidades explodiam. Normas federais de segurança adotadas a partir de 1988 reduziram drasticamente essas ocorrências, mas as mortes anuais por soterramento continuaram na casa dos dois dígitos.
Naquele país, silos construídos em fazendas, que concentram boa parte dos acidentes, não são obrigados a seguir as normas federais de segurança..
Na Argentina, outro país com grande produção de grãos, mortes em armazéns também são frequentes. Em 1985, a explosão de um silo na cidade portuária de Bahia Blanca matou 22 pessoas e gerou comoção nacional.
Na China, um dos acidentes mais recentes em silos, ocorrido em 2017 na província de Shandong, causou seis mortes  ocasionada  por avalanche de grãos que encobriu os trabalhadores.

TRABALHADORES RESPONSABILIZADOS PELOS ACIDENTES
Irmão de Edgar Jardel Fragoso Fernandes, um dos trabalhadores soterrados no silo da C. Vale em São Luiz Gonzaga (RS), em 2017, o comerciante João Teófilo Fragoso Fernandes diz que o cumprimento de normas de segurança teria evitado as mortes.
Um laudo de auditores do trabalho após a ocorrência constatou o descumprimento de 27 regras de segurança na ocasião.
Entre as falhas citadas estavam a falta de capacitação dos profissionais, jornadas excessivamente longas e a inadequação dos equipamentos de segurança. Segundo o laudo, o silo não tinha qualquer sistema de ancoragem por cordas que impedisse o afundamento dos trabalhadores na massa de soja -item indispensável para a realização da atividade.
O documento diz que a cooperativa "culpou apenas os trabalhadores acidentados pela ocorrência, afirmando que eles não usavam cintos de segurança e não seguiram os procedimentos".
Os auditores afirmam, porém, "que não teria como haver a utilização de cintos de segurança sem pontos de ancoragem adequadamente projetados e instalados". A cooperativa teve o silo interditado após o acidente. Fonte: BBC News Brasil em São Paulo -28/08/2018

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quinta-feira, setembro 20, 2018

Bombeiros canadenses enfrentam 'tornado de fogo'

Bombeiros que tentavam apagar um dos vários incêndios florestais que atingem o oeste do Canadá foram surpreendidos por um tornado de fogo..
O tornado formado por fumaça, fogo e cinzas sugou a mangueira de um grupo de bombeiros que combatia as chamas ao longo de uma estrada de terra nos arredores de Vanderhoof, na Columbia Britânica.
Um membro do grupo, a bombeira M.C. Schidlowsky, disse  que três de seus companheiros lutaram para não ser arrastados pelo tornado, enquanto tentavam controlar a mangueira. O tornado de fogo destruiu nossa linha e lançou troncos em chamas em nossa direção por 45 minutos e  a mangueira a mais de 30 metros no ar.  
Uma área recorde de 1,3 milhão de hectares de florestas na Columbia Britânica foi devorada por 2.066 incêndios nos últimos meses, alimentados pelo clima quente e seco.
Atualmente, 333 incêndios florestais persistem, segundo as autoridades, incluindo 10 que permanecem desde junho. Fonte: G1-20/09/2018  

Comentário:
Um redemoinho de fogo, também chamado de tornado de fogo, é um raro fenômeno no qual o fogo, sob certas condições (dependendo da temperatura do ar e das correntes de ar) adquire uma vorticidade (rotação)  vertical e forma um redemoinho ou uma coluna de ar de orientação vertical similar a um tornado.
Propriedades
A maioria dos grandes tornados de fogo surge a partir de incêndios florestais nos quais estão presentes correntes de ar quente ascendente e convergentes. Usualmente eles têm de 10 a 50 metros de altura e uns poucos metros de largura e duram somente alguns segundos. Alguns podem ter mais de um quilômetro de altura, conter ventos superiores a 160 km/h e durar mais de 20 minutos. Fonte: Wikipédia


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sábado, setembro 15, 2018

Mordida de filhote de cão não justifica indenização

A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o exame do recurso de revista de uma empregada de pet shop em Ponta Porã (MS) que alegava ter sofrido dano moral por ter sido mordida por um filhote de cão. Segundo o relator do recurso, ministro Cláudio Brandão, para a caracterização do dano é necessária a ocorrência de lesão minimamente relevante, o que não se verificou no caso.

RISCO
Na reclamação trabalhista, a empregada disse que a mordida causou deformidade em sua mão esquerda e perda da capacidade de trabalho. No seu entendimento, a atividade de banhista de cães e gatos “indubitavelmente e por sua própria natureza”, acarretam margem de risco considerável para quem a executa, por ser “é evidente o risco de o trabalhador ser atacado por reação dos animais”.

“LINGUICINHA”
A microempresa, em sua defesa, afirmou que o animal que mordeu a empregada era um filhote da raça Dachshund, “popularmente conhecido como ‘linguiçinha’”, de pequeno porte. O cão havia sido entregue em consignação por um cliente para venda e havia sido vacinado e tomado vermífugo. Ainda conforme a empresa, a banhista havia descumprido determinações sobre uso de focinheira, guias e outros equipamentos de segurança.

ABALO: R$ 3 MIL
O juízo de primeiro grau considerou que a situação “fugiu à normalidade do dia a dia” e gerou abalo psicológico à empregada. Com isso, condenou a pet shop ao pagamento de indenização de R$ 3 mil.
O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (MS), no entanto, afastou a configuração do dano moral. A decisão levou em conta, entre outros fatores, que a empresa treinava seus empregados para o exercício de suas funções e que, de acordo com o laudo pericial, havia orientação para o uso de luvas de silicone e, no dia do acidente, a banhista não as utilizou.
No recurso de revista, a empregada questionou a conclusão do Tribunal Regional quanto à gravidade do acidente e reiterou ter havido “dor, sofrimento e humilhação no episódio”, adotando-se como parâmetro o “homem médio”.

FILHOTE
Mas o relator, ministro Cláudio Brandão, não lhe deu razão. “O ordinário a se presumir é que um trabalhador que lida diariamente com cães e gatos não tenha sua personalidade violada ao ser mordido por um filhote enquanto o manuseia”, afirmou. “Não se trata de ferimento causado por animal adulto, com força nas mandíbulas e dentes firmes, já estruturados”.
Conforme constou expressamente na decisão do TRT, o cão era um filhote de apenas três meses e de pequeno porte. E, de acordo com a perícia, a cicatriz é imperceptível e não houve comprometimento físico da empregada. “Nem mesmo o afastamento por alguns dias, com aplicação de vacinas e medicação intravenosa, a título de profilaxia, permite concluir pela lesão alegada”, afirmou o relator. “Na verdade, apenas evidencia que ela recebeu o máximo de atenção e cuidado pela ocorrência”.

BANALIZAÇÃO
O ministro observou que a Justiça do Trabalho está atenta às inúmeras situações de abuso moral praticado contra empregados e reconhece o dano que prescinde de comprovação (in re ipsa) nas hipóteses de doença ocupacional ou de ofensas praticadas pelo empregador. “É certo, no entanto, que não se pode banalizar o instituto, ao ponto de se deferir reparação por todo e qualquer aborrecimento, contratempo ou dissabor da relação de trabalho, como se verifica na presente situação”, concluiu.  Tribunal Superior do Trabalho - Processo: RR-24223-05.2012.5.24.0066

Comentário: É importante documentar o treinamento do empregado quanto ao aspecto de segurança. Qual seria o motivo?
■  Se a empresa é responsável pela adoção de medidas de segurança que visam proteger seus empregados como ela provará que os empregados receberam treinamento adequado  quanto a utilização de EPI?

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segunda-feira, setembro 10, 2018

O que acontece quando se é atingido por um raio?

Quem sobrevive a uma descarga elétrico muitas vezes tem que lidar com consequências duradouras e consideráveis. O fenômeno natural com a liberação de correntes de 200 a 300 mil amperes não deixa marcas apenas na memória.Leva apenas alguns milésimos de segundos para se ser atingido por um raio. Depois disso, nada mais é como antes. Afinal, tal evento pode gerar temperaturas em torno de 50 mil graus Celsius, tão quente quanto a superfície do Sol.

Relâmpagos e trovoadas no céu: para muitos, um espetáculo fascinante; para outros, uma catástrofe e motivo de pânico, sobretudo entre vítimas de raios. "Essas pessoas geralmente sofrem de um distúrbio de estresse pós-traumático: ser atingido por uma descarga é algo que elas não esperavam de maneira alguma, e que as tira totalmente de controle", explica o professor Berthold Schalke, do Hospital Universitário Neurológico de Regensburg, que há muitos anos lida com vítimas de raios.

QUEIMADURAS E CICATRIZES
Pode acontecer que a corrente elétrica corre pela superfície do corpo e siga adiante, tudo numa fração de segundos. Isso pode resultar em queimaduras séries. "Há pacientes que, ao serem atingidos, traziam uma corrente de ouro em volta do pescoço. Ela simplesmente evaporou. Dá para ver as cicatrizes de queimadura resultantes", diz Schalke.

Na maioria das vezes, trata-se de queimaduras de segundo grau comparáveis a uma escaldadura por vapor de água. Até chaves nos bolsos podem ser perigosas: elas absorvem o raio e literalmente se fundem na pele.
"Depende de vários fatores, se a corrente flui principalmente na superfície da pele ou se penetra na própria pessoa", explica Thomas Raphael, da Federação Alemã de Indústrias Eletrotécnicas, Eletrônicas e de Tecnologia da Informação (VDE).

QUANDO O CORAÇÃO NÃO AGUENTA
Mas a corrente também pode fluir para o corpo através da cabeça: ela procura uma via de entrada pela orelha, narinas, boca ou órbitas oculares, e daí penetra na medula espinhal.
Algumas vítimas simplesmente tombam ou apresentam problemas cardíacos. "Podem ocorrer distúrbios do ritmo cardíaco, mas nesses tais casos geralmente o coração já estava danificado antes", explica Schalke.

Outras vezes, porém, o coração simplesmente para, como alguém tivesse pressionado brevemente o botão da pausa. Aí é preciso reanimar a vitima logo. Se não há ninguém para avaliar a situação corretamente, a vítima de eletrocussão em geral morre. O neurologista está convencido de que muitos poderiam ser salvos se recebessem assistência com a devida rapidez.

MÚSCULOS DESCONTROLADOS
Muitas funções corporais funcionam por meio de eletricidade, como os músculos ou os nervos cerebrais. Uma forte descarga atrapalha esse sistema. Se os músculos são afetados, ficam flácidos e não podem mais ser controlados. A vítima tomba ao chão, fica caída e não consegue se mexer, paralisada. "É como um ataque de paraplegia", descreve Schalke, mas ele passa.

Algumas vítimas de raios relatam terem sido catapultadas e voarem vários metros pelo ar a outro local: "Eu ia por um caminho e, de repente, depois do raio, estava a uns metros de distância, na grama."
"Também há relatos de mortes nas montanhas, onde os atingidos foram catapultados abismo abaixo após um raio". Segundo o neurologista Schalke, trata-se de uma contração muscular involuntária, que a pessoa não tem como influenciar.

"O QUE FOI ISSO?"
O especialista em proteção contra raios Raphael acrescenta que "ser atingido por um raio é uma experiência que muitos provavelmente nem registram conscientemente". É tudo, literalmente, rápido como um relâmpago.
Após milésimos de segundos, tudo acabou, mas não para o eletrocutado, inconscientemente ele pode entrar em estado de choque. "O que todas as vítimas de raios têm em comum é o medo de estrondos e barulhos altos", diz Schalke. Durante tempestades, costumam se retirar para os cantos mais distantes da casa.
Entre 30 e 50 pessoas são atingidas por raios todos os anos, e aproximadamente 10% não sobrevive ao evento traumático.

PASSADO QUE NÃO PASSA
Nervos e músculos são os mais prejudicados por uma descarga: com uma alta percentagem de líquido, eles opõem bem pouca resistência. O cérebro pode sofrer danos cerebrais que só vão aparecer muito mais tarde. "Os nervos finíssimos responsáveis pela percepção de temperatura ou de dor são frequentemente destruídos", explica Berthold Schalke.

"Tais pacientes então não sentem mais que a água da banheira está fervendo, e precisam medi-la com um termômetro para não se queimarem. Esses nervos não têm um revestimento isolante, são apenas fios superdelgados. Durante os exames a maioria dos médicos mede apenas os nervos espessos e muitas vezes não percebe que se trata de uma chamada 'neuropatia das pequenas fibras', ou seja, que os canais nervosos menores estão danificados."

Lesões na cabeça podem evoluir para transtornos de personalidade, com comprometimento da capacidade de concentração e de trabalho. Do ponto de vista neuropsicológico, quem sobrevive a um raio pode não ter mais o mesmo rendimento de antes.

O sobrevivente sofre lacunas de memória e tem dificuldade de fazer associações. "Certa vez tivemos uma paciente que dizia ter tido uma memória excelente. Ela conseguia se lembrar de tudo. Nunca precisava de um bloco de notas. Depois do evento, precisava ter sempre alguém do lado para lhe passar um papel onde estava escrito o que ela tinha que fazer ", conta o neurologista Schalke. "Ou o jovem formando, que após ser atingido por um raio e apesar da intensa reabilitação neurológica, não conseguiu completar seu treinamento profissional."

O raio não precisa necessariamente atingir em cheio para causar danos físicos. Uma espécie de "cambalhota elétrica" acontece até com mais frequência. Nesses casos, ele atinge um objeto próximo, que, em vez de encaminhar a corrente para o solo, a faz saltar para uma pessoa próxima, e só então a carga passa através dela para o chão. Isso é muito comum perto de árvores.

O QUE FAZER DURANTE TEMPESTADES?
Há diversas maneiras de se proteger de raios. A primeira regra, segundo Thomas Raphael, da VDE, é levar a tempestade a sério e não ficar do lado de fora: interromper todas as atividades ao ar livre, procurando abrigo numa casa, de preferência um prédio com sistema de proteção contra raios. Outra opção seria uma construção sem para-raios, mas se possível de pedra.

Um carro também oferece abrigo seguro durante tempestades por se tratar de uma gaiola de Faraday. "É uma cápsula de lata selada, que serve como condutor e assim também como blindagem elétrica", explica o especialista em proteção contra raios.

Um lugar perigoso é o chamado potencial de passo. "Um relâmpago quer, logicamente, ir para o chão. Mas ele não desaparece lá de uma só vez. Ele se espalha por uma grande área em profundidade e em largura", explica Raphael. "Se estou perto do ponto de impacto e dou um passo adiante, percebo então entre as minhas pernas que parte dessa corrente de raio flui sobre mim. Essa tensão é perigosa. O melhor é se encolher, agachando-se e puxando as pernas para perto do corpo."

ESTIMAR DISTÂNCIAS
"E por fim, se eu vir um raio, devo começar a contar até o soar do trovão. Divido então esse número por três, e assim terei aproximadamente a distância do impacto em quilômetros", explica Raphael.
Assim, se a contagem é de 30 segundos, a distância é de dez quilômetros. Se forem menos de dez segundos entre raios e trovões, há risco de vida, alerta o VDE. E mesmo que seja um pouco mais, não se deve se descuidar. "Quando o último raio ou trovão passar, espere mais 30 minutos antes de sair", aconselha Raphael. É um tempo que vale a pena esperar.

CONHECIMENTOS ESCASSOS E COMENTÁRIOS BOBOS
Os danos causados por raios em humanos ainda carecem de pesquisas, já que tais fenômenos ocorrem muito raramente. Sendo assim, fica difícil encontrar participantes suficientes para um estudo. "Temos cerca de cinco mortes por ano aqui na Alemanha", diz Raphael. "Temos cerca de 100 pessoas atingidas por um raio que foram para o hospital, e outras 100 que nem precisaram consultar um médico."

Há apenas alguns especialistas que pesquisam como um raio pode afetar os seres humanos. A maioria dos médicos sabe pouco ou nada sobre o fenômeno. Segundo Raphael, "o paciente pode até reclamar que algo está errado com ele, mas ninguém parece ser capaz de dizer qual é o problema exatamente". Fonte: Deutsche Welle-16/06/2018

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