Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia
sexta-feira, maio 31, 2019
Obra da Sabesp atinge rede de gás e causa incêndio em apartamento
Uma obra da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp) atingiu a rede de gás e causou um incêndio em um apartamento no centro
de São Paulo na madrugada de sexta-feira
(3 de maio), segundo o Corpo de Bombeiros.
O incêndio aconteceu por volta das 3h e atingiu um
apartamento no 9º andar de um dos prédios da Rua das Carmelitas, na região da
Sé.
EVACUAÇÃO DOS MORADORES
Os moradores dos edifícios da área tiveram que deixar suas
casas durante a madrugada, pois ainda há concentração de gás na rede de
bueiros.
ROMPIMENTO DA TUBULAÇÃO
De acordo com o Corpo de Bombeiros, houve rompimento de seis
válvulas de fornecimento de gás. Doze viaturas e 40 bombeiros foram enviados
para conter os focos do incêndio.
Os bombeiros informaram que às 12h50 foi instalado um
compressor de ar na entrada da tubulação para dispersar o gás do subsolo.
Segundo Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, a
primeira suspeita é de que o apartamento pegou fogo porque o gás —que é mais
leve que o ar e sobe com mais facilidade— pode ter se acumulado dentro da
moradia e, com uma possível faísca, provocado o incêndio.
O vazamento de gás também tomou conta da rede de bueiros na
região e forçou o esvaziamento de outros prédios do entorno devido a riscos de
novas explosões. Ao menos oito das 16 viaturas dos bombeiros que foram
deslocadas para atender a ocorrência permaneciam no local na manhã desta sexta.
VÍTIMAS
O incêndio deixou duas vítimas. Juarez Alves, de 47 anos,
ficou com 90% do corpo queimado e foi encaminhado ao Pronto-Socorro Central em
estado grave. Uma mulher passou mal e foi atendida.
BLOQUEIO DE RUAS
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) bloqueou
completamente as ruas do Carmo, Alcides Bezerra, Euclídes Francisco de
Alvarenga, Tabatinguera e a das Carmelitas.
INTERFERÊNCIAS SUBTERRÂNEAS
A Secretaria da Infraestrutura Urbana e Obras informou que a
cidade possui um mapa digital das galerias e tubulações que estão no subsolo da
cidade. Essa base cartográfica é utilizada para tentar evitar esse tipo de
acidente.
ESCLARECIMENTO DA SABESP
Em nota, a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) informou
que o vazamento na rua Tabatinguera aconteceu devido a um furo realizado na via
por uma empresa de engenharia a serviço da Sabesp, durante os serviços noturnos
de troca de rede de água na Tabatinguera.
"Imediatamente foi acionado a Comgás para o
fechamento", disse. A companhia lamentou o acidente e disse que vai
colaborar com a apuração do caso, assim como na prestação de assistência às
vítimas.
RETORNO DOS MORADORES
Cerca de dezesseis horas depois do incêndio os moradores dos prédios atingidos voltaram
para suas casas por volta das 18h. Fonte:G1 SP —03/05/2019
Exame antidoping em empresas gera debate sobre o direito à intimidade
O uso de exames que detectam substâncias psicoativas em
empresas divide as opiniões de especialistas. Enquanto companhias que os
aplicam dizem ter a saúde e a segurança dos funcionários em mente, há quem veja
uma violação da intimidade.
Não há uma lei ou norma específica que regulamente o uso
desses testes por meio da análise de amostras biológicas, como urina, saliva e
cabelo. A exceção são os motoristas profissionais e os aeronautas (pilotos,
comissários e mecânicos de voo), obrigados a passar pelo exame.
Na opinião de Fabíola Marques, professora de direito do
trabalho da PUC-SP, a empresa só pode aplicar o teste se tiver o consentimento
do profissional e comprovar que, por conta de sua função, o uso de álcool ou
drogas ameaça a vida dele ou de outras pessoas.
COMO OS EXAMES TOXICOLÓGICOS FUNCIONAM
1-CABELO:
Indica uso de drogas 30 a 90 dias após o consumo; detecta
todas as substâncias reconhecidas nos testes de saliva e urina, exceto álcool;
COMO É FEITO:
O responsável pela coleta corta uma mecha do cabelo do
funcionário rente à raiz. Se o empregado não tiver cabelos, deverá entregar
pelos para a realização do exame; para quê: consegue verificar se a pessoa é
dependente química. Pode ser usada para testes admissionais ou para
profissionais com atividades de alto risco
2-SALIVA:
Identifica a presença
de substâncias químicas de 15 minutos a 48 horas após o consumo; detecta
álcool, cocaína ou crack, maconha, ecstasy, opióides, anfetaminas (rebite),
metanfetaminas, ketamina e barbitúricos;
COMO É FEITO:
O funcionário mastiga um pedaço de poliéster absorvente por
60 segundos e o insere em um tubo com líquido reagente; para quê: pode ser
usado antes de um empregado exercer uma atividade de risco, quando apresenta
uma alteração comportamental ou logo após sofrer um acidente.
3-URINA
A aponta o uso de substâncias químicas de seis horas a seis
dias após o consumo, dependendo do metabolismo; detecta as substâncias analisadas
na saliva, além de fentanil, CHB, spice, metadona, antidepressivos, tricíclicos
e tramadol;
COMO É FEITO:
o funcionário urina em um potinho e o entrega ao
responsável; para quê: é o mais aplicado nos programas de prevenção do uso de
drogas
Na prática, muitas empresas adotam o exame toxicológico já
na seleção de candidatos a vagas e também submetem funcionários periodicamente
ao teste.
Especializado em exames toxicológicos, o laboratório
Maxilabor, em São Paulo, diz ter uma clientela de 250 companhias no país. A
maioria delas são empresas nas quais a execução de tarefas sob o efeito de
álcool e drogas oferece risco de acidentes graves -caso de indústrias, empresas
aéreas, transportadoras e mineradoras.
Segundo o diretor-médico do laboratório, o toxicologista
Anthony Wong, algumas dessas firmas aplicam os testes apenas em profissionais
que executam funções mais críticas. Outras submetem todos os funcionários com o
intuito de não haver distinção entre empregados.
Para Fabíola Marques, a tática faz sentido do ponto de vista
legal, pelo princípio da igualdade, ou seja, de não conferir tratamento
diferenciado a grupos de funcionários. Mas o profissional não pode ser coagido
a participar, diz.
Wong afirma que, nas empresas em que atua, a escolha de
participar ou não cabe sempre ao funcionário. Quem se recusa a passar pelo
exame, contudo, fica sob o que chama de "uma vigilância discreta".
"O funcionário não pode ser constrangido a assinar o
documento de adesão. Ele só assina se quiser, mas nosso índice de aceitação é
de 99,3%."
De acordo com o médico, todo o processo, desde o sorteio dos
funcionários aos resultados dos testes, ocorre em sigilo. Se uma substância é encontrada no exame, o profissional é
submetido a uma avaliação psicológica. Se necessário, é encaminhado a
tratamento.
O programa pode ser usado até por companhias que não
desempenham atividades consideradas de risco, segundo o toxicologista.
DIREITO À INTIMIDADE
Se não há risco envolvido, o que prevalece, na opinião da
advogada Marques, é o direito à intimidade, previsto na Constituição. Ela cita
ainda a lei 9.029, que proíbe a adoção de qualquer prática discriminatória para
o acesso ao emprego ou a sua manutenção.
"Se o que o funcionário fizer na vida privada não tiver
repercussão na sua condição de trabalho, não é legítimo que o empregador faça
nenhum tipo de invasão", afirma Valdirene de Assis, procuradora do
Ministério Público do Trabalho.
Já o advogado Rafael Spadotto, professor da pós-graduação de
gestão de pessoas da Faap, argumenta que a exigência do teste em si não pode
ser considerada uma violação da intimidade. O problema só existe, segundo ele,
quando há a exposição de quem foi sorteado para fazer os testes ou a divulgação
dos resultados. O advogado também ressalta que o profissional não pode ser
demitido caso o resultado dê positivo. A dependência química não é mais
considerada causa para dispensa, mas condição para tratamento."
A Anamt (Associação Nacional de Medicina do Trabalho), em
diretriz técnica, não recomenda a aplicação do teste toxicológico como medida
isolada para prevenção de acidentes de trabalho.
A presidente da entidade, Marcia Bandini, diz que não há
evidências em artigos científicos de que a prática reduza o número de
acidentes.
Segundo a médica, se a empresa quiser aplicar o
rastreamento, os exames devem fazer parte de um programa robusto de prevenção e
reabilitação do uso de álcool e drogas.
Já Sérgio Duailibi, médico especialista em dependência
química, acredita que o uso de testes, também dentro de um programa, é uma das
medidas ambientais mais efetivas para evitar acidentes, por levar à mudança do
comportamento. "Se o funcionário tem medo de ser pego, para de usar
drogas, pelo menos perto da data em que vai trabalhar." Fonte: Folha de São Paulo - 11/05/2019
Usa smartphone em excesso? Sua coluna paga a conta!
Você já sofreu algum acidente por causa do celular? Ao
responder esta questão em um pesquisa feita com 2 mil internautas pelo IBOPE
Conecta;
■3% dizem que sim, ao dirigir.
■Outros 8 % relatam acidentes ao caminhar;
■2% ao praticar atividade física e
■3% em outras situações.
OS MAIS AFETADOS
■Os homens (4%) sofreram mais acidentes ao dirigir do que as
mulheres (2%).
■Pessoas da classe A (7%) foram as mais afetadas, assim como
as de 16 a 24 anos (4).
■Quanto à região, os moradores do Nordeste (4%) foram os que
mais se envolveram em acidentes.
■As mulheres, por sua vez, são as maiores vítimas ao
caminhar (8%), assim como internautas das classes A(11%) e B (11%).
■Na questão de idade, os mais jovens, de 16 a 24 anos, são a
maioria (12%).
REGIÃO DO PAÍS
■Em relação à região do país, moradores do Norte são os que
mais sofreram acidentes ao caminhar (9%).
■Entre as pessoas que dizem ter sofrido acidentes ao
praticar atividade física, 3% são homens (ante 1% das mulheres), 4% pertencem à classe B, 3%
têm entre 16 e 24 anos e 4% vivem no Norte do Brasil.
COLUNA SOFRE
Esta pesquisa, inédita e exclusiva para o Hospital Sírio-
Libanês, mostra o que os médicos vêm notando nos últimos tempos: uma maior
procura de atendimento;
■por causa de quedas, com entorses do tornozelo,
■machucados nos joelhos e nas mãos.
CASOS DE CERVICALGIAS
Mas não é só isso. O uso contínuo do celular tem elevado o
número de casos de cervicalgias, que são as dores localizadas na parte
posterior da nuca.
A posição estática com flexão da cervical causa sobrecarga
na coluna anterior da cervical, provocando dores, explica Dr. Douglas Kenji
Narazaki, ortopedista e traumatologista no Sírio‑Libanês.
De acordo com o médico, a dor causada pelo uso frequente do
celular começa na nuca (cervical) e irradia para os ombros. "Não é apenas
o celular o responsável por este tipo de dor", explica. Muitos
equipamentos eletrônicos que exigem a flexão do pescoço, como tablets e o
próprio notebook, podem propiciar o aparecimento de cervicalgias.
230 MILHÕES DE CELULARES
Atualmente, no Brasil existem mais de 230 milhões de linhas
de celulares ativas e 116 milhões de pessoas conectadas à internet, o que
indica que a dor no pescoço, também conhecida por Text‑ neck (dor cervical pelo
smartphone), tende a afetar cada vez mais os usuários.
"Se a pessoa ficar uma hora por dia com o pescoço
inclinado, existe maiores chances de problemas", alerta Dr. Narazaki, pois
a coluna foi feita para ficar ereta.
INCLINAÇÃO DO PESCOÇO
Conforme vamos inclinando o pescoço, a pressão sobre ela
aumenta, elevando os riscos. Segundo o médico, a cabeça pesa, em média, de 4 a
5 quilos. Com uma inclinação de 15, esse peso sobre para 9 quilos. Quando a
flexão é de 60 graus, o peso da pressão sobre a região cervical é de 20 quilos.
TENDINITE
Outro problema que tem aumentado por causa do uso excessivo
do celular, de acordo com o ortopedista, é a tendinite nos polegares, usados
para digitar mensagens de texto.
RECOMENDAÇÕES DE POSTURA
Para evitar cervicalgias, a recomendação é tomar cuidado com
a postura. Descer os olhos, e não dobrar o pescoço, para baixo ao olhar um
dispositivo e tentar manter celular no nível dos olhos sempre que possível
ajudam a reduzir os riscos. Também é importante fazer pausas, evitando pressão
no pescoço. Caso seja necessário, o tratamento médico inclui medicamentos e
fisioterapia.
Obs:A pesquisa/oi realizada de 18 a 22 de outubro de 2018,
com 2.000 internautas das classes A, B, C e D, de todas as regiões do Brasil.
Fonte: Vida Integral – Janeiro de 2019
Sala é incendiada após celular na tomada pegar fogo
Divulgação/Corpo de Bombeiros do Mato Grosso
Uma sala comercial foi destruída por um incêndio na noite de
quinta-feira (21) em Cuiabá. A causa do fogo pode ter sido um celular deixado em
cima de uma cadeira enquanto estava conectado à tomada, segundo o Corpo de
Bombeiros local.
Como o prédio contava com um sistema de segurança para
prevenção de incêndios, o fogo foi apagado rapidamente e ninguém ficou ferido.
As instalações da sala sofreram grandes prejuízos, mas a cadeira nem e o celular foram destruídos pelas chamas.
O ocorrido, no entanto, levanta alerta para um hábito comum
entre as pessoas hoje em dia: esquecer o carregador plugado na tomada sem uso,
ou carregar o aparelho em um ambiente sem supervisão.
"O ideal é não colocá-los sobre superfícies que possam
propagar chamas, como mesas de madeira, rack e, principalmente, na cama quando
se está dormindo", aconselhou Corpo de Bombeiros.
O Corpo de Bombeiros do Mato Grosso ainda pede para que as
pessoas não se ausentem quando o dispositivo estiver carregando e que o retire
da energia assim que der o limite do abastecimento.
"Essa não é a primeira vez que nos deparamos com
ocorrências desse tipo, e não só com celular, mas com eletrodomésticos também,
até envolvendo óbito", disse o oficial.
DEIXE FORA DA TOMADA
Especialistas fazem recomendações de como evitar que cenas
como essa se repitam. Uma delas é examinar a qualidade do fio dos carregadores
e até a autenticidade dos produtos, que pode aumentar o risco de incêndio. É
preferíveis usar acessórios originais a equipamentos piratas.
"O [carregador] original só fornece energia se está
conectado [ao dispositivo]. Os outros não têm nenhuma proteção", afirmou
João Carlos Lopes Fernandes, professor de engenharia elétrica e de computação
do Instituto Mauá de Tecnologia.
Mas nem sempre os culpados são os carregadores. Muitas vezes
o problema está na rede elétrica do próprio local. Caso esteja desgastada, pode
gerar acidentes como o da sala comercial mato-grossense.
Independentemente de qual seja a causa do acidente, o
recomendando é sempre deixar carregadores fora da tomada. "Isso é risco de
vida (...). O carregador pode ser igual,
mas o que ele faz não é", avisou João Carlos. Fonte: UOL-22/03/2019