Programa de desativação de equipamentos de proteção contra incêndios
A desativação de um sistema ou equipamento de proteção
contra incêndios ocorre quando esse sistema de proteção, alarme ou dispositivo
de detecção são parcial ou totalmente retirados de serviço. Isso inclui paradas
planejadas ou de emergência do sistema ou dos dispositivos. A probabilidade de
um incêndio ou explosão causarem danos de vulto é maior sempre que um sistema,
alarme ou dispositivo de detecção está desativado. Quanto mais tempo durar a desativação,
maior será essa probabilidade. Desta forma, é preciso minimizar a duração e a
abrangência de qualquer desativação, ou providenciar um sistema alternativo de
proteção.
Um sistema de proteção pode ser desativado por diversos
motivos, incluindo;
■ a manutenção,
■ renovação,
■ construção,
■ falha dos equipamentos ou
■ simplesmente por se esquecer de ativar um sistema ou
dispositivo.
Para assegurar que a desativação seja tratada corretamente,
a administração deverá ter um programa de desativação implementada, como parte
integrante do programa pré-emergência das instalações. Um programa desses exige
várias etapas básicas.
1. Atribuir a responsabilidade e a autoridade do controle da
desativação a uma pessoa. Normalmente, um engenheiro de fábrica ou supervisor
de segurança e proteção contra incêndios é designado. Durante uma emergência,
um supervisor de turno ou o chefe da brigada de incêndio poderá ter autoridade
para desativar um sistema, mas a responsabilidade geral pela desativação
permanecerá com a pessoa designada.
2. Instruir o pessoal da fábrica sobre as precauções básicas
a tomar quando um equipamento ou sistema de proteção estiver desativado.
3. Programar procedimentos escritos a serem incorporados ao
programa de pré-emergência das instalações. Há três formas de desativação:
planejada, de emergência e oculta.
■ Limitar a quantidade, a abrangência e a duração da desativação.
■ Avisar o Corpo de Bombeiros local no início e término de
cada desativação.
■ Parar todos os processos perigosos.
■ Retirar os materiais inflamáveis da área.
■ Interromper operações de corte ou soldagem que possam
aumentar a probabilidade de ocorrência de um incêndio.
■ Complementar a proteção manual contra incêndios com
extintores adicionais.
■ Providenciar uma vigilância de incêndio contínua.
■ Concluir o trabalho de desativação em tempo hábil.
■ Restaurar o sistema de proteção quando o trabalho tiver
sido concluído.
■ Verificar, por meio de testes, se o sistema de proteção
está em operação.
DESATIVAÇÃO OCULTA
Uma desativação oculta não é conhecida. Ela ocorre quando um
sistema de proteção contra incêndio é acidentalmente retirado de serviço ou
deixado nessa condição por uma pessoa não autorizada. Normalmente, uma
desativação oculta acaba sendo descoberta durante uma inspeção das instalações,
por um serviço de segurança ou por uma contratada de sprinklers.
A desativação oculta pode ser evitada:
1. Estabelecendo-se procedimentos a serem seguidos durante
uma falta de energia.
2. Assegurando-se que o programa de inspeção das proteções
contra incêndios nas instalações seja executado adequadamente e corretamente. Isto inclui o teste de alarmes
e dispositivos de detecção.
3. Travar todas as válvulas de controle de sprinklers na
posição apropriada.
Caso se constate a desativação de um dispositivo ou sistema
de proteção, essa condição deverá ser informada imediatamente à pessoa
responsável pela proteção contra incêndios. Essa pessoa deverá:
1. Tentar descobrir o motivo de tal condição.
2. Restaurar o sistema de proteção contra incêndios se for
possível
DESATIVAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Uma desativação de emergência ocorre quando um evento
inesperado compromete o funcionamento normal do sistema de proteção contra
incêndios. Um exemplo seria a ruptura ou dano em uma seção da tubulação de
sprinklers. Uma situação de emergência costuma ser associada à confusão e a um
senso de urgência. Para ajudar a eliminar boa parte da confusão, um
procedimento escrito deve ser mantido em um local acessível a todo o pessoal. O
procedimento deve tratar do seguinte:
1. Isolar a área onde a condição ou situação esteja causando
a desativação. Se possível, manter o restante do sistema de proteção em
serviço. Isto poderá exigir conexões provisórias (por exemplo, alimentação
cruzada de sistemas de sprinkler usando mangueira e acoplamento de 2½”) ou o
desvio do sistema.
2. Avisar o supervisor de turno e a organização de
emergência da unidade ou o chefe da brigada de incêndio de que houve uma
desativação.
3. Tomar medidas de segurança para as operações perigosas na
área onde o sistema de proteção estiver desativado.
4. Etiquetar devidamente o equipamento ou sistema de
proteção contra incêndio desativado com uma etiqueta de "Equipamento de
proteção contra incêndio desativado"
5. Iniciar os reparos no sistema desativado tão logo a área
estiver segura. Continuar trabalhando na desativação até o funcionamento ter
sido restaurado. Os trabalhos de soldagem ou corte que possam ser requeridos
para esses reparos deverão ser feitos em uma área protegida.
6. Colocar extintores de incêndio portáteis na área
comprometida, em pontos de fácil acesso.
Tão logo a situação esteja sob controle e todas as condições
inseguras tiverem sido eliminadas, o supervisor encarregado deverá:
1. Avisar o Corpo de Bombeiros que uma desativação de
emergência ocorreu e que parte ou todo o sistema de proteção está inoperante.
2. Avisar a empresa de alarmes que uma desativação ocorreu e
explicar se algum dos alarmes foi afetado.
3. Avisar à Seguradora que ocorreu uma desativação de
emergência.
DESATIVAÇÃO PLANEJADA
Uma desativação planejada é programada. Ela costuma ser
associada a uma modificação ou aperfeiçoamento do sistema existente. Exemplos
incluem a adição de uma nova seção de tubulação de sprinklers ou a substituição
de sprinklers antigos. Os mesmos procedimentos e considerações descritos para
as desativações de emergência deverão ser seguidos para uma desativação
planejada.
Entretanto, a desativação planejada deverá ser organizada,
reduzindo-se assim a probabilidade de problemas e minimizando o tempo exigido
para a desativação. Se os trabalhos a serem executados nos equipamentos ou no
sistema de proteção forem terceirizados, não se deve permitir que a empresa
contratada desative o sistema sem autorização do pessoal da unidade.
Além disso, deve-se exigir que a contratada siga as regras e
requisitos de segurança da unidade. Isso inclui obter permissões e autorizações
especiais para perigos.
Como o trabalho é planejado com antecedência, é possível
programar a desativação com o departamento de manutenção e operação da fábrica.
Isto irá assegurar que:
1. Processos perigosos sejam isolados antes de o sistema de
proteção ser retirado de serviço.
2. Precauções adicionais sejam tomadas na área da
desativação.
3. Todas as peças e materiais necessários estejam
disponíveis antes de se iniciar o trabalho.
4. Partes interessadas externas, como o Corpo de Bombeiros e
as empresas de alarmes, serão avisadas com antecedência que o sistema estará
fora de serviço.
5. A Seguradora deverá ser avisada com 48 horas de
antecedência
NOTIFICAÇÃO DE DESATIVAÇÃO
Quando ocorrer uma desativação de emergência, ou quando uma
desativação oculta for encontrada, deve-se notificar imediatamente a:
Seguradora, Corpo de Bombeiros, etc
As seguintes informações devem ser fornecidas:
■ Nome do responsável
■ O nome da empresa
■ Telefone, email
■ Tipo de desativação
■ Que equipamento ou sistema está comprometido/desativado
■ Se o sistema está parcial ou totalmente desativado
■ Uma estimativa do tempo que o sistema ou equipamento
ficará desativado
■ As precauções tomadas enquanto perdurar a desativação
RESTAURAÇÃO
Após a conclusão dos trabalhos, é importante assegurar que a
proteção contra incêndios tenha sido adequadamente restaurada. São necessárias
oito etapas para confirmar que a proteção foi restaurada. Cada etapa deverá ser
verificada pela pessoa que autorizou a desativação. As etapas são:
1. Abrir todas as válvulas que foram fechadas durante a
desativação. Remover as etiquetas de “Equipamento de proteção contra incêndio
desativado” tão logo a abertura das válvulas tenha sido confirmada. Confirmar
que o sistema esteja corretamente configurado e que as válvulas estejam
abertas, fazendo um teste de dreno de 2”. (Obs.: Caso a pressão caia abaixo do
normal durante o teste, a causa pode ser um estrangulamento do sistema ou uma
válvula pode estar parcialmente fechada).
2. Recolocar todos os alarmes e dispositivos de detecção em
serviço.
3. Retornar ao modo “automático” todos os equipamentos de
proteção contra incêndios que tenham sido travados ou colocados em “manual”.
4. Confirmar que os extintores de incêndio estejam
posicionados e plenamente carregados.
5. Avisar aos supervisores da fábrica (de turno, da
organização de emergência da unidade, ou o chefe da brigada de incêndio) que os
equipamentos/sistemas de proteção contra incêndios foram reativados.
6. Notificar o serviço de alarme ou a estações centrais de
alarme que a proteção contra incêndios foi restaurada e que os alarmes estão
novamente em serviço.
7. Notificar o Corpo de Bombeiros que o sistema de proteção
contra incêndios foi restaurado e que todos os alarmes foram ativados.
8. Notificar a Seguradora que o sistema foi restaurado:
Fonte: AIG - Global Property - Loss Prevention EngineeringMarcadores: gerenciamento de riscos, incêndio, segurança
