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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

segunda-feira, novembro 20, 2023

CRIANÇA MORRE AO SER ESQUECIDA DENTRO DE VAN EM SÃO PAULO

O menino foi pego em casa pelo casal por volta das 7h , para ser levado à creche, mas ficou esquecido dentro do veículo em um estacionamento. A capital paulista registrou mais um dia de forte calor, em que termômetros registraram temperaturas acima dos 37°C.

A criança ficou ao menos oito horas esquecida dentro da van escolar. O menino só foi encontrado por volta das 15h30, quando o motorista foi retirar o carro em um estacionamento onde havia deixado o veículo notou a presença da criança desacordada.

A criança estava desmaiada, diz a SSP (Secretaria da Segurança Pública)., e foi encaminhada ao hospital Municipal Vereador José Storopolli, onde foi confirmada a morte.

O motorista e a esposa que o auxilia, são contratados da Prefeitura de São Paulo para operar o TEG (Transporte Escolar Gratuito). O caso aconteceu na Vila Maria, zona norte da capital paulista.

O casal foi levado para a delegacia.  A auxiliar  do motorista disse que estava com enxaqueca e mal-estar e isso pode ter comprometido sua atenção. A função dela é cuidar das crianças durante o transporte e fazer a checagem da lista das pessoas transportadas.

PRESO

O casal responsável pelo transporte do menino foi preso em flagrante por homicídio doloso, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

IML

Foram solicitados exames junto ao IML (Instituto Médico Legal). Os laudos estão em elaboração e, assim que finalizados, serão analisados pela autoridade policial. O caso foi registrado no 73° DP (Jaçanã).

NOTA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação declarou lamentar o ocorrido e que presta apoio aos familiares. "A Diretoria Regional de Educação acompanha o caso e o Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem, composto por psicólogos e psicopedagogos, foi acionado para atender a família".

Segundo a pasta, o condutor do Transporte Escolar Gratuito já foi descredenciado e um processo administrativo foi aberto para apurar os fatos.

Apuração policial

A Polícia Civil ainda apura as circunstâncias que levaram ao esquecimento dentro do veículo.  O caso está sendo registrado no 39° DP (Vila Gustavo). Fonte; Folha de São Paulo - 14.nov.2023  

Comentário

PESQUISA NORTE-AMERICANA ALERTA PARA OS PERIGOS DA HIPERTERMIA.

A temperatura no interior de um carro parado aumenta rapidamente e pode levar uma criança à morte em poucas horas, segundo um estudo realizado pelo Departamento de Geociências da Universidade Estadual de San Francisco, nos Estados Unidos. Crianças que ficam trancadas em veículos passam a correr sérios riscos de saúde em apenas 30 minutos de confinamento.

O estudo norte-americano concluiu que a temperatura dentro de um carro parado debaixo de sol com os vidros fechados aumenta 80% nos primeiros 30 minutos. A pesquisa concluiu ainda que um veículo em temperatura ambiente de 25°C, após uma hora tem sua temperatura interna aumentada para 47,8°C..

Ainda de acordo com o estudo, o corpo de uma criança absorve mais calor em um dia quente e as crianças têm capacidade de respiração menor do que os adultos, consequentemente, têm menos condições de dissipar o calor do corpo pela transpiração. Se o corpo atingir a temperatura de 41,6°C a criança pode sofrer uma parada cardiorrespiratória.

O estudo mostra ainda que um carro com o vidro traseiro semi‑aberto também tem um aumento mais lento da temperatura interna, mas após 55 minutos alcança a mesma temperatura que teria se os vidros estivessem fechados.

Veja as dicas para evitar que as crianças fiquem trancadas nos carros

  -Os pais devem educar os filhos a verem o carro como um local de perigo como fazem, por exemplo, com as piscinas, e que deve sempre evitar chegar perto de um veículo. Indica ainda que o motorista deve ter como hábito olhar dentro e fora do veículo sempre que sair do carro.

-Se você está levando seu filho à creche ou escola, e normalmente é o seu marido/esposa, combine que o parceiro telefone para garantiu que tudo saiu como planejado.

-Coloque um aviso, a bolsa com os objetos da criança, ou até mesmo um brinquedo no banco da frente para ajudar a lembrar que há um bebê no banco traseiro.

-Mantenha o carro trancado e as chaves longe do alcance das crianças. Isso evita que a criança entre no carro sem ninguém perceber. Se der por falta da criança na casa, olhe em primeiro lugar dentro do carro.

-Se você ver uma criança sozinha em um veículo quente, chame a polícia. Se a criança apresentar sinais de desidratação, sem transpiração ou alteração na pulsação, retire-a o mais rápido possível de dentro do carro. Procure refrescar o corpo da criança e chame a polícia.

"As crianças nunca devem ser deixadas sozinhas dentro ou em volta de um veículo, mesmo por um curto período de tempo”, adverte diretor do NHTSA.  Fonte: Departamento de Tráfego dos Estados Unidos (NHTSA) 

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terça-feira, julho 12, 2022

FÉRIAS: COMO EVITAR ACIDENTES COM AS CRIANÇAS NO PERÍODO DE LAZER

O mês de julho chegou e o período de férias escolares para as crianças e os adolescentes também. 

Aguardada pelos pequenos (e não tão pequenos) pelas numerosas possibilidades de lazer, brincadeiras e descanso, as férias alteram as rotinas o que aumenta os riscos de pequenos acidentes, quedas e traumas dentro e fora de casa. 

No ambiente doméstico, os responsáveis precisam cuidar de situações como queimaduras, envenenamento, afogamento, quedas, cortes, sufocação e choque elétrico.

Tanto dentro quanto fora de casa é preciso estar atento ao movimento das crianças. Os acidentes mais comuns nas emergências são pequenos ferimentos e contusões, segundo o ortopedista pediátrico, Wilson Lino Junior, coordenador da ortopedia Pediátrica do Hospital infantil Sabará de São Paulo.

“As crianças estão sempre em movimento e procurando aventuras e interação com seus semelhantes. Devemos pensar em alguns fatores que podem justificar a maior quantidade de traumas e acidentes: a coordenação das crianças está em constante desenvolvimento, a marcha normal só se assemelha a de um adulto aos 6 anos de idade, mudanças corporais ocorrem até a fase final de crescimento, próximo dos 16 anos de idade”.

Segundo o médico, a criança cresce muito ao longo de pouco tempo e a relação com o mundo que a envolve muda constantemente.

“Imagine que uma mesa tem a altura padrão de 80cm, uma criança aos 2 anos de idade pode passar por baixo da mesa sem necessitar abaixar e, em menos de um ano, precisa recalibrar seus parâmetros, pois se não abaixar irá bater a cabeça, um dos traumas mais comuns vistos nas emergências.”

Após o acidente, a orientação é observar a criança;

·  Desmaios e vômitos são sinais de alerta com traumas de cabeça.

·  Deformidades, dor intensa nos membros são sinais de fratura.

· Ferimentos cortantes com sangramento abundante também devem levar ao pronto-socorro", enumera o médico.

Atendimento;

· "No caso de trauma nos membros, recomenda-se imobilização provisória, nos ferimentos sangrantes deve-se envolver com toalha ou pano limpo e não fazer garrotes e torniquetes.

·  Nunca colocar substâncias como café, óleo, pasta de dente e outros produtos de crendices que podem contaminar os ferimentos, causar infecções graves e dificultar o tratamento”, alerta o ortopedista.

Segundo Lino Junior, os acidentes mais frequentes costumam ocorrer dentro de casa, onde os pais, em geral, estão mais tranquilos por considerar um ambiente seguro.


ENGASGOS

Além dos acidentes, há ainda outras situações inesperadas, entre elas, o engasgo, que costuma ocorrer com as crianças menores de 5 anos, de acordo com a otorrinolaringologista Saramira Bohadana, responsável pela área Aerodigestivo do Hospital infantil Sabará de São Paulo.

“A criança na fase oral, normalmente, põe tudo na boca. Se o objeto for pequeno, a criança tem risco de aspirar ou de deglutir.

CUIDADOS COM AS BATERIAS

Os objetos que representam mais risco para a criança são as baterias. Então os pais devem tomar muito cuidado para que não tenha em casa brinquedos com baterias pequenas, porque as baterias que não são alcalinas, em contato com a mucosa tanto nasal quanto a mucosa digestiva, corroem a mucosa e provocam perfuração e destruição do tecido e isso é extremamente grave, a criança deve ser atendida o mais rápido possível”, alerta a médica.

PRONTO SOCORRO

Ela reforça que não se deve esperar para ver se o objeto sai nas fezes. “A família da criança deve sempre procurar o pronto-socorro mais próximo quando perceber que a criança se engasgou ou se ela teve algum acidente com o corpo estranho e nunca esperar para ver o que vai acontecer ou se vai eliminar nas fezes”.

PIPOCA E AMENDOIM

Difícil encontrar uma criança que não goste de pipoca, mas as menores devem ficar longe do alimento, assim como do amendoim, pelo alto risco de engasgo, acrescentou a médica

“A orientação é evitar a exposição de amendoim e de pipoca para criança de 2 a 4 anos, onde o risco de engasgo é maior. Também tirar brinquedos pequenos como legos e brinquedo com bateria nem pensar. Então é tirar todo tipo de objetos que a criança pode pôr na boca e eventualmente aspirar”.

RELATO DE UM ACIDENTE

A mãe do Luís, passou por um susto quando o menino, aos 2 anos, engasgou com amendoim.

“Ele estava com meus sobrinhos mais velhos e eles estavam comendo amendoim, o Luís pegou uma porçãozinha de amendoim e estava brincando com eles e acabou se engasgando. Na hora, ele perdeu o ar um pouco e a gente fez aquela manobra do engasgo, aquele desespero de pai, né? Vira de ponta cabeça, aperta a barriga, enfia o dedo na garganta, enfim, ele vomitou, voltou o ar e ficou tudo bem", relembra.

"Mas à noite a gente acabou levando na emergência porque eu fiquei assustada, fui buscar na internet e vi vários relatos de crianças que aspiraram amendoim ou coisas parecidas. Na emergência tiraram um raio X e, aparentemente, estava tudo normal”, contou Janaína.

Durante a madrugada, entretanto, o quadro mudou. “Ele estava respirando um pouco mais ofegante. Falei com a pediatra dele e ela disse que era grave e que deveria ir em um hospital pediátrico. A médica que atendeu olhou o mesmo raio X e falou que o amendoim estava no pulmão. Ele ficou internado na UTI quatro dias e precisou fazer uma broncoscopia”, conta a mãe.

O procedimento foi rápido, mas o menino precisou ser anestesiado. “A doutora que atendeu ele, superexperiente, explicou como seria o procedimento pois poderia trazer sequelas, poderia demorar para localizar o amendoim, mas no caso dele foi tudo bem. Mas, como mãe, você fica desesperada na hora e se pergunta como que você deixou isso sendo que você cuida tanto”.

Hoje com 5 anos, Luís continua sem comer amendoim. E só está liberado para a pipoca quando tem adulto por perto. “Toda vez que ele come algo que eu acho que pode engasgar ou pode trazer algum risco, ele fica sob supervisão. Por exemplo, bolinha de chocolate, pipoca que ele ama, ele só come sob supervisão e a gente, às vezes, fica tirando casquinha, olhando ele comer”.

OBJETOS PERIGOSOS

Segundo a médica, os principais acidentes com engasgos ocorrem;

· com pedras de roupa,

· bijuterias,

· borracha,

· plástico,

·  pedaço de brinquedo e

· comida, especialmente pipoca.

As crianças podem engasgar tanto deglutindo quanto aspirando esses objetos para via aérea.

“Os casos de aspiração de objetos para via aérea são mais raros, mas o de deglutição são os mais frequentes.

Na nossa estatística a médica detalha;

· 36% dos casos foram de via digestiva.

· 31% foram objetos colocados na cavidade oral e 5% dos casos foram de orofarine

· 27% dos casos são objetos colocados no ouvido”, detalha a especialista.

PREVENÇÃO

Para diminuir a chance de acidentes dentro de casa, o ortopedista do Hospital Sabará enumera alguns cuidados importantes:

- Colocar protetores que evitem o fechamento repentino de portas - situação que pode causar acidentes graves, como amputação de pontas de dedos das crianças.

- Televisões e objetos mais pesados devem ser fixos, para evitar a queda.

- Deixar os brinquedos ao alcance da criança. Remédios e produtos de limpeza devem ficar sempre longe do alcance dos pequenos. 

- Explicar e mostrar os riscos de um fogão ou forno enquanto estiver cozinhando.

EDUCAR A CRIANÇA PARA MANUSEAR OBJETOS

“O mais importante é educar a criança para saber manusear objetos como copo, talheres, carregar de um jeito que ao derrubar não se machuque, usar as duas mãos, não correr enquanto carrega copos ou pratos etc. Enfim, educar é sempre melhor que impedir a criança de fazer as coisas do dia a dia. A criança gosta de colaborar e de participar de atividades, comece com atividades simples e objetos de plástico e gradualmente aumente a complexidade, ela irá aprender e realizar com destreza crescente”, aconselha o ortopedista pediátrico.

EMERGÊNCIA

O número 193, do Corpo de Bombeiros, recebe chamados para acidentes domésticos com crianças todos os dias. No período das férias escolares, entretanto, esse índice aumenta significativamente, explica a Tenente Caeth do 1º Grupamento dos Bombeiros da capital paulista.

“Os principais acidentes domésticos ocorrem envolvendo;

·  piscinas,

·  panelas ao fogo e

·  energia elétrica.

Ocorrem por negligência do responsável, por isso, a atenção deve ser redobrada quanto a proteção do meio para a criança”, alerta.

Para evitar os acidentes, a tenente Caeth dá as seguintes orientações:

- Piscinas: as crianças devem estar sempre na companhia de um adulto e utilizar equipamentos de segurança, como boias.

- Panelas e fogão: os cabos das panelas devem estar voltados para dentro do fogão, para evitar que a criança puxe o cabo e se queime ou derrame água quente. Permanecer com o fogão desligado sempre que possível.

- Energia elétrica: Evitar o uso de eletrônicos, como celular, enquanto o aparelho carrega, para evitar descargas elétricas e explosões.

PROGRAMA BOMBEIRO NA ESCOLA (PBE)

Com a finalidade de reduzir a recorrência desses e de outros acidentes a corporação tem o Programa Bombeiro na Escola (PBE) em todo o estado.

“Assuntos como esses são abordados de forma didática e lúdica para crianças em idade escolar, que aprendem não só a parte relacionada a prevenção, mas também, quais atitudes tomar em caso de acidentes ou emergências”, diz a tenente.

LIGAR  PARA 193

Ela orienta ainda que, em caso de acidente, família ou cuidadores liguem de imediato, para o Corpo de Bombeiros.

“Em casos como queimaduras, é necessário manter o local sob água fria corrente e não passar nenhum produto químico no ferimento.

 No caso de afogamentos em piscinas, enquanto ligar 193, seguir orientações via telefone, para realizar os procedimentos até a chegada da viatura”, destaca. Fonte: Agência Brasil - São Paulo - Publicado em 03/07/2022 

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quarta-feira, dezembro 22, 2021

CINCO CRIANÇAS MORREM APÓS O VENTO LEVANTAR O CASTELO INFLÁVEL NO AR

Cinco crianças morreram e quatro sofreram ferimentos graves ao cair de 10 metros de um castelo inflável levantado pelo vento em um evento escolar na Austrália na quinta-feira.

As crianças da Escola Primária Hillcrest em Devonport, na costa norte da Tasmânia, estavam participando da comemoração do final  do ano letivo quando a tragédia ocorreu.

 As crianças caíram de uma altura de cerca de 10 metros depois que  a  rajada de vento levantou o brinquedo  no ar  por volta das 10h (horário local), disse a Polícia da Tasmânia.

VÍTIMAS: As cinco crianças mortas incluem três meninos e duas meninas. Três das quatro crianças feridas estão no hospital, disse a polícia.

INVESTIGAÇÃO: Uma investigação está em andamento sobre o que causou a tragédia, incluindo a força do vento   e como o castelo foi amarrado ao chão.

ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA: O comissário da Polícia da Tasmânia, disse que cerca de 40 crianças participavam das atividades quando uma rajada de vento levantou o castelo do chão. Vários adultos supervisionavam o evento e prestaram primeiros socorros até a chegada dos serviços de emergência, acrescentou.

Serviços de emergência, incluindo helicópteros, foram enviados à escola para tratar os feridos e transportar alguns para o hospital.

Fonte: CNN - December 17, 2021

Comentário 

ACIDENTES OCORRIDOS:

Em 2019, duas crianças morreram e outras 20 ficaram feridas em um acidente semelhante na China.

Em 2018, uma garota morreu no Reino Unido após ser atirada de um castelo inflável que, segundo testemunhas, explodiu em uma praia de Norfolk.

Em 16/09/2007 - Duas  crianças morreram e outras cinco ficaram feridas  após um acidente com um brinquedo inflável em uma festa de confraternização de funcionários de uma empresa em Curitiba (PR).  Segundo informações do Corpo de Bombeiros, que atendeu os feridos, o acidente aconteceu no início da tarde, durante uma festa de funcionários de uma empresa no bairro Cidade Industrial. Os fortes ventos teriam atingido um dos brinquedos infláveis de aproximadamente três metros de altura, o que fez com que as crianças fossem arremessadas ao ar.

Tipo de modelo do Castelo

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sexta-feira, maio 14, 2021

PERIGOS DO MOFO EM PÃO

A cena já se repetiu inúmeras vezes em muitos lares mundo afora: você vai preparar o café da manhã, tira uma fatia de pão da embalagem e percebe que ele está esverdeado, com uma penugem por cima. Em outras palavras: o pão embolorou. Aí vem a dúvida: há quem diga que é só tirar a parte estragada, passar na torradeira e está tudo certo. Será? Não é bem assim.

O QUE É O MOFO?  O mofo ou bolor é um tipo de fungo filamentoso que costuma se alimentar de matéria orgânica, ajudando na decomposição dela. É comum encontrá-lo não só no pão (geralmente velho), mas em frutas, couro e até madeira.

Geralmente ele tem um aspecto aveludado, "fofo", e pode ser esverdeado, azulado ou esbranquiçado. Há ainda alguns tipos de fungos que podem ter coloração escura ou avermelhada.

Mas como ele chegou lá? Bem, ao entrar na casa do consumidor, a embalagem de pão é aberta, tornando o alimento mais exposto à carga microbiana que pode vir da superfície onde ele fica, das nossas mãos e até do ar (se ele ficar exposto na mesa, por exemplo, por longos períodos).

As condições de armazenamento também fazem diferença: se a embalagem estiver úmida por dentro ou se for guardado em local quente, o risco do mofo surgir e se espalhar por ali é maior.

E DÁ PARA CONSUMIR O RESTANTE DO PÃO? Não, não dá. De fato, alguns fungos podem ser consumidos sem problemas (como aqueles usados em alguns tipos de queijos). Mas nem todos são seguros: alguns produzem micotoxinas que podem causar infecções alimentares moderadas a graves, especialmente em crianças e idosos (que possuem o sistema digestivo mais sensível).

Os principais sintomas:

§enjôo, diarreia,

§náuseas e dor no estômago.

Algumas pessoas podem também apresentar alergia respiratória, especialmente se tentarem cheirar o pão, aspirando partículas dele. Como não dá para saber qual é o tipo de fungo que está crescendo ali, o mais recomendado é assumir que ele pode ser tóxico e descartar todo o alimento.

MAS POR QUE TUDO E NÃO APENAS A PARTE ESTRAGADA?  Essa é a parte visível do micro-organismo e, se chegou a esse ponto, é porque ele já está em uma fase de crescimento avançada  e isso significa que há mais do fungo no pão do que podemos enxergar a olho nu.

Além disso, a área com bolor é onde ficam os esporos, estruturas utilizadas pelos fungos para se reproduzirem e que podem migrar para outras partes do pão por meio do ar dentro da embalagem, contaminando mais ainda aquele alimento. Ou seja, mesmo que você tente tirar a parte estragada, não é possível garantir que o micro-organismo foi de fato eliminado, ainda mais levando-se em conta a estrutura porosa do alimento, que serve facilmente de abrigo para os esporos.

Nem mesmo o uso da torradeira resolve a questão: aquecer o pão não apenas não elimina o fungo como ainda pode favorecer o seu crescimento.

COMO EVITAR QUE O MOFO CRESÇA NO PÃO? No geral, é recomendado que o pão fique armazenado em local seco e em temperatura ambiente. Para durar mais, pode-se também congelar o em fatias, que serão aquecidas na hora de consumir.

Evite retirar o pão da embalagem e deixá-lo exposto por muito tempo à mesa, pois isso facilita a contaminação do alimento pelo ambiente.

Para pães caseiros, que não têm conservantes na receita, o recomendado é que o consumo seja feito em até 4 dias, se mantido em temperatura ambiente.

Já os pães industrializados têm substâncias feitas para manter o alimento íntegro por mais tempo. Neste caso, o surgimento ou não do mofo depende da forma de armazenamento e da manipulação após a abertura da embalagem. E, claro, se o alimento estiver vencido, também deve ser descartado. Fonte: UOL Noticias - 04/05/2021 

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sexta-feira, fevereiro 05, 2021

BEBÊ DE 1 ANO MORRE AFOGADO APÓS CAIR NA PISCINA DE CASA NO RS


 Um bebê de 1 ano e 4 meses morreu afogado na piscina de casa, na noite de quinta-feira (28 de janeiro), em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

ATENDIMENTO: O menino chegou a ser socorrido e encaminhado para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde tentaram reanimá-lo por 40 minutos, mas ele não resistiu.

INVESTIGAÇÃO: O caso está sendo investigado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

De acordo com o delegado Gabriel Lourenço, que atendeu a ocorrência, a piscina fica no pátio entre duas casas. O casal, pais do menino, mora na casa dos fundos e a avó paterna da criança na casa da frente. "Essa criança estaria brincando, correndo, de uma casa para outra, e em um dado momento os pais sentiram a falta. Quando foram procurar, o bebê já estava boiando. Eles socorreram, mas, ao que tudo indica, chegou ao hospital sem vida", relata o delegado.

Os pais foram ouvidos ainda na madrugada de  sexta‑feira (29).

Ainda de acordo com o delegado, as circunstâncias serão apuradas, para ver se houve negligência dos familiares.

Falta de segurança:  A piscina não tinha nenhum tipo de proteção. Inicialmente, o fato será investigado como homicídio culposo, justamente pela falta do dever objetivo de cuidado, inobservância de regras de segurança na piscina para um bebê, concluiu Cabral.  Fonte: G1 RS-29/01/2021  

COMENTÁRIO: Afogamentos de crianças

O afogamento de uma criança, ou acidente por submersão, é um acontecimento trágico, rápido e silencioso, que pode ocorrer com pouca água.

Esteja preparado para evitar o acidente. Deixe as crianças brincar na água em segurança e com prazer.

O afogamento ocorre em ambientes familiares tais como; banheira, piscina, lago do jardim, poço, tanque. Baldes, etc. quando o adulto interrompe por instantes a vigilância.

Não espere ouvir barulho. A criança não esbraceja nem grita quando cai à água: afoga-se em silêncio absoluto. Se houver água por perto, não perca as crianças de vista nem por um segundo.

É importante salientar que os perigos não estão apenas nas águas abertas como mares, represas e rios. Para uma criança que está começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam um grande risco. Assim elas podem se afogarem  em piscinas, cisternas e até em baldes e banheiras.

Outro fator que contribui para que o afogamento seja um dos acidentes mais letais para crianças e adolescentes é que acontece de forma rápida e silenciosa. Vamos imaginar um banho de banheira de um bebê:

■ Ao deixar a criança na banheira para pegar uma toalha: cerca de 10 segundos são suficientes para que a criança dentro da banheira fique submersa;

■ Ao atender ao telefone: apenas 2 minutos são suficientes para que a criança submersa na banheira perca a consciência;

■ Sair para atender a porta da frente: uma criança submersa na banheira ou na piscina entre 4 a 6 minutos pode ficar com danos permanentes no cérebro.

COMO PROTEGER UMA CRIANÇA DE UM AFOGAMENTO

■ Esvaziar baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guardá-los sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças.

■ Despeje a água antes de retirar a criança da banheira e esconda a tampa da banheira de modo a que a criança não possa preparar o seu próprio banho.

■ Nunca deixe uma criança com menos de 3 anos sozinha na banheira, mesmo quando ela já se senta bem. Durante o banho, não atenda ao telefone  e nem a porta.

■ Conservar a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrado com algum dispositivo de segurança “à prova de criança” ou a porta do banheiro trancada.

■ Manter cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita “mergulhos”:

■ Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos.

■ Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos;

■ Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até dois anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água.

■ Evitar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e aos reservatórios de água.

Algumas características do desenvolvimento contribuem para que crianças pequenas fiquem mais vulneráveis a afogamentos, tais como:

■ Diferentemente dos adultos, as partes mais pesadas do corpo da criança pequena são a cabeça e os membros superiores. Por isso, elas perdem facilmente o equilíbrio ao se inclinarem para frente e consequentemente podem se afogar em baldes ou privadas abertas;

■ O processo de afogamento é acelerado pela massa corporal do indivíduo.

■ Não tem maturidade, nem experiência para sair de uma situação de emergência.

■ Boa parte das crianças que se afogam em piscinas está em casa sob o cuidado dos pais. Um mero descuido deles basta para que ocorra um afogamento;

Fonte: Criança Segura e APSI - Associação para a Promoção de Segurança Infantil., Portugal

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domingo, novembro 29, 2020

PRATELEIRAS DESABAM EM SUPERMERCADO E DEIXAM VÍTIMAS EM SÃO LUÍS

Prateleiras com produtos desabaram e atingiram clientes no supermercado Mix Mateus Atacarejo, na noite de sexta-feira, 2 de outubro, no bairro Vinhais, em São Luís, Maranhão.

ACIDENTE: Inúmeras estruturas metálicas caíram em  espécie de efeito dominó. No momento do acidente, havia intensa  movimentação de clientes.

VÍTIMAS: Uma pessoa morreu (funcionária) e oito ficaram oito feridas, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

NOTA DO CORPO DE BOMBEIROS DO MARANHÃO: O Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) informa que foram confirmadas uma vítima fatal e oito pessoas com ferimentos leves. Seis feridos foram levados a hospitais pelas equipes do CBMMA/SAMU; e dois foram por meios próprios.

ATENDIMENTO E EMERGÊNCIA: Os bombeiros, as forças de Segurança Pública, a Secretaria de Saúde, o Gabinete Militar do Governo e a Secretaria de Direitos Humanos mobilizaram seus efetivos para localizar e socorrer as vítimas, além de prestar assistência a familiares.

Às 20h15 de sexta-feira (2 de outubro), o Corpo de Bombeiros foi acionado para atuar na ocorrência no supermercado, onde cinco prateleiras caíram com todos os produtos enquanto havia pessoas no local. O CBMMA planejou e executou a operação envolvendo 14 viaturas dos bombeiros, além de ambulâncias e viaturas de outros órgãos, 144 bombeiros militares e 131 bombeiros civis. Durante mais de 11 horas de operação, foram feitas buscas com a Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria de Saúde, SAMU e Gabinete Militar do Poder Executivo. Foi montado o Sistema de Comando de Incidentes, onde sistematicamente, todas as medidas inerentes à ocorrência foram devidamente executadas. Das  oito pessoas feridas, três foram assistidas pela equipe multiprofissional da UPA do Vinhais, com escoriações e ferimentos leves. Após atendimento e apresentando quadro clínico estável, os pacientes receberam alta médica ainda na madrugada.

ISOLAMENTO: Na manhã de  sábado, 3 de outubro, o supermercado estava isolado e contou com a presença de gestores e funcionários da rede. Equipes do Corpo de Bombeiros encerraram as buscas às 6h50 de manhã.

RESPONSABILIDADE CIVIL: O Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA) informa que irá instaurar inquérito civil para apurar as causas. O órgão ministerial ressalta que envidará esforços para que ocorra o cumprimento rigoroso das normas de saúde e segurança de trabalho a fim de evitar novos acidentes.

CENÁRIO PROVÁVEL DO ACIDENTE: As imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que as cinco prateleiras de dez metros de altura desabam umas sobre as outras. Oito pessoas ficaram feridas e uma jovem de 21 anos, ER  do estabelecimento, não resistiu e morreu. “A primeira prateleira que colapsou foi a número 3. Então, ela estava fazendo reposição na prateleira 4, de costas para a prateleira 3” declarou o coronel Célio Roberto, comandante geral do Corpo de Bombeiros do Maranhão, explicando como ER  foi atingida durante o desabamento. Um laudo está sendo produzido pelo Instituto de Criminalística, com base nas imagens das câmeras do circuito interno e na perícia feita no local do acidente. A investigação criminal está a cargo da Delegacia de Homicídios. A Promotoria do Consumidor e o Ministério Público do Trabalho também abriram inquérito. Fonte: G1 MA-03/10/2020 

Comentário: As gôndolas em alguns estabelecimentos  tem cerca de sete a 10 metros de altura e em outros podem ser até mais altas. Basicamente, a maioria dos supermercados obedece  as determinações dos fabricantes. 

O peso para cada conjunto de gôndolas é determinado pela empresa que fabrica a estrutura. O peso pode variar entre 500 kg a 1000 kg para determinados modelos de prateleiras que comportam produtos de varejo na parte inferior e paletes na parte superior. Em partes do supermercado que fazem apenas armazenamento de paletes com produtos, o peso máximo pode ser ainda superior.

No projeto para instalação das prateleiras é preciso levar em consideração as normas técnicas elaboradas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, mantendo maior segurança para os itens e para os operadores do armazém. Excesso de peso pode ocasionar acidentes assim  como falha na montagem.



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sábado, novembro 07, 2020

CASO DA CERVEJARIA BACKER: INTOXICAÇÃO E MORTES

 A empresa está situada no bairro Olhos D’água, na Região Oeste de Belo Horizonte, Minas Gerais foi fundada em 1999. A fábrica conta com cerca de 350 funcionários. Com 20 rótulos, vários deles premiados internacionalmente, a Backer lançou a Belorizontina para homenagear os 120 anos da capital mineira, em 2017. A cerveja, que teria uma edição limitada, fez sucesso e continuou a ser produzida pela marca.

DOENÇA MISTERIOSA

A Polícia Civil instaurou inquérito em 9 de janeiro de 2020, quinta-feira,  para investigar a possível doença misteriosa que já matou uma pessoa e deixou outras sete internadas em Minas. 

Um dos produtos da cervejaria Backer, a cerveja Belorizontina, foi comentada em relatos nas redes sociais, aos sintomas da doença. Policiais civis chegaram à fábrica da empresa, no bairro Olhos D’Água, na região Oeste da capital, por volta das 13h, e recolheram amostras e documentos da cervejaria.

VÍTIMAS DA DOENÇA MISTERIOSA

Dados da Secretária de Estado de Saúde (SES) mostram que já são oito vítimas da doença misteriosa que causa insuficiência renal grave e problemas neurológicos. Sete continuam internadas e uma morreu.

De acordo com a pasta, os pacientes começaram com sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito e  dor abdominal,  associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida, que progride em 72 horas,  seguida de uma ou mais alterações neurológicas, como paralisia facial, borramento visual, amaurose, ou seja, perda de visão, alteração de sensório e paralisia descendente.

LAUDO DA POLÍCIA CIVIL APONTA A PRESENÇA  DE DIETILENOGLICOL, NA CERVEJA 

A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária informaram,  que a perícia em amostras de cerveja encontrou substância tóxica compatível com os quadros clínicos desenvolvidos por oito pessoas,

O composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, usado no processo de refrigeração na indústria de cerveja, foi encontrado em dois lotes  do rótulo Belohorizontina.  Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), informou que, diante do laudo “que comprova a presença de substância tóxica em cerveja consumida por pacientes internados em estado grave, em Belo Horizonte” convocou a força tarefa envolvida na investigação “para definição dos encaminhamentos médicos, epidemiológicos e da Vigilância Sanitária”.

Antes de divulgar o laudo, peritos da corporação vistoriaram a sede da empresa de bebidas artesanais. “Nas duas amostras de cerveja encaminhadas lacradas pela vigilância sanitária do município de Belo Horizonte foi identificada a presença da substância dietilenoglicol em exames preliminares”, diz o laudo.

DEVOLUÇÃO

A cervejaria Backer informou na  sexta-feira, 10 de janeiro, que vai recolher, caso seja de interesse dos consumidores, qualquer lote da cerveja Belorizontina, investigada por ter relação direta com uma "doença misteriosa". "Para o bem-estar e conforto de seus clientes, comunica que irá recolher, caso seja de interesse do consumidor, outros lotes da cerveja Belorizontina, mesmo que não sejam os lotes L1 1348 e L2 1348, a partir de segunda-feira, 13 de janeiro", informou a empresa por meio de nota.

A Secretaria Municipal de Saúde da capital também vai receber a partir desta segunda-feira as cervejas. Podem ser entregues as bebidas de qualquer lote, de moradores da capital mineira que possuam o produto para consumo próprio. "Não serão recebidos produtos de bares, restaurantes e supermercados. O material ficará sob custódia da secretaria para encaminhamento das investigações necessárias", disse.

A CERVEJARIA É INTERDITADA PELO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou na sexta-feira (10), como medida cautelar, o fechamento momentâneo da Cervejaria Backer, fabricante da cerveja Belorizontina, suspeita de ter uma substância que causa uma síndrome ainda desconhecida. Segundo o órgão, também foram determinadas ações de fiscalização para a apreensão dos produtos que ainda se encontram no mercado.

O ministério informou  que auditores fiscais federais agropecuários prosseguem apurando as circunstâncias em que ocorreram a contaminação a fim de dar pleno esclarecimento à população sobre o ocorrido.

Análises laboratoriais seguem sendo realizadas nas amostras coletadas pela equipe de fiscalização das Superintendências Federais de Agricultura. Além disso, mais de 16 mil litros de cervejas foram apreendidos.

LOTES CONTAMINADOS

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa)  afirmou na tarde  de quinta feira, em 16 de janeiro, que identificou as substâncias dietilenoglicol e monoetilenoglicol em oito rótulos produzidos pela cervejaria.

De acordo com o Mapa, no total são 21 lotes contaminados, sendo que um deles foi usado para produzir dois rótulos.

Além das marcas Belorizontina e Capixaba, foram encontradas as substâncias tóxicas em outras seis marcas: Backer D2, Backer Pilsen; Brown; Capitão Senra; Fargo 46; Pele Vermelha.

SAIBA O QUE É DIETILENOGLICOL

A presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Lílian Pires de Freitas, disse  que a substância não é própria para o consumo, os casos de ingestão de dietilenoglicol são raros e geralmente de forma acidental.

"Quando a substância é ingerida, ela é rapidamente absorvida e se dirige ao fígado para ser processada e se transforma em outros compostos que são altamente nocivos para o organismo.  Depois ela começa uma série de lesões progressivas no corpo. A fase inicial são sintomas no trato gastrointestinal, depois passa para a destruição dos rins e por fim alterações neurológicas.", explica a professora. Os sintomas são semelhantes aos que as pessoas estão  internadas com a doença misteriosa.

TRATAMENTO

Quando se descobre a intoxicação por dietilenoglicol logo no início existe um antídoto que é administrado no hospital para não ocorrer  a produção dos compostos tóxicos pelo fígado. "Quanto mais rápido o tratamento acontecer menos vai destruir às células. A recuperação e o tratamento dependem da quantidade de produto ingerido e da gravidade da lesão", conclui a nefrologista.

USO

O dietilenoglicol foi descoberto em 1937, sendo usado na fabricação de resinas, plastificantes, como umectante para tinta, cola e em produtos como cremes e loções para a pele, desodorantes.

A substância anticongelante é bastante aplicada em sistemas de refrigeração, não costuma ser usado nas instalações das cervejarias artesanais brasileiras. 

Como não é próprio para o consumo humano às informações disponíveis sobre a toxicidade humana são limitadas.

SOCORRO RÁPIDO 


A intoxicação com o dietilenoglicol pode evoluir para três fases: comprometimento gastrointestinal, nefrológica e complicações neurológicas.

Quando ingerido, o composto orgânico é absorvido pelo trato intestinal. Depois de 48 horas, o paciente inicia quadro de insuficiência renal, o rim para de funcionar. Quando aparecem esses primeiros sinais, a pessoa contaminada costuma procurar os serviços médicos. “Em geral, o paciente dá entrada com insuficiência renal, com exames alterados ou por parar de urinar” , explica o nefrologista Vinícius Sardão Colores, membro da diretoria da Sociedade Mineira de Nefrologia.

No período de sete a 10 dias, o paciente pode apresentar problemas no quadro neurológico, com a paralisia dos pares cranianos, que fazem toda a musculatura da face funcionar (músculos dos olhos e da boca). O quadro pode evoluir para paralisia dos músculos do pescoço para baixo, como se fosse uma tetraplegia. Esses metabólicos tóxicos se acumulam e lesionam os órgãos.

Nas primeiras 48 horas, o nefrologista explica que pode ser ministrado um antídoto, com a aplicação intravenosa de álcool etílico. No entanto, o procedimento não deve ser feito sem acompanhamento médico. “É um tratamento muito raro. No Brasil, não temos histórico desse tipo de intoxicação. É mais comum ocorrer em países frios.”

O comprometimento neurológico pode não ter reversibilidade. Para a parte neurológica se recuperar, é preciso fisioterapia e tratamento de suporte no período de oito a 14 semanas até o paciente esboçar melhora. O composto orgânico atinge o neurônio, levando lesão da mielina (bainha de mielina). Quando há perda dessa substância de condução nervosa, o nervo começa a não funcionar. Não é uma limitação muscular. O que ocorre é o nervo, que não consegue levar o estímulo..

DISTRIBUIÇÃO DA CERVEJA CONTAMINADA

A empresa  afirmou que os lotes de cerveja  suspeitos de contaminação foram distribuídos para as seguintes regiões: BH, Grande BH, Brasília, Espirito Santo, São Paulo, Tiradentes, Ouro Preto e Centro-Oeste de Minas. Não foram para um lugar só, para o bairro que está sendo fiscalizado e para um supermercado, disse a diretora de marketing da cervejaria Backer.

CONTROVÉRSIA NA  CONTAMINAÇÃO DA CERVEJA

Representantes do setor cervejeiro consideram improvável contaminação de bebida por substâncias usadas no resfriamento durante a produção.

Além de a Backer ter negado utilização em sua planta de produção do dietilenoglicol – substância encontrada por perícia da Polícia Civil em garrafas da cerveja e em amostras de sangue de três dos pacientes que consumiram a bebida  –, os sistemas operacionais são considerados seguros por especialistas, ainda que passíveis de falhas.

Engenheiro de produção pela USP e mestre cervejeiro formado em Louvain-la-Neuve, na Bélgica, Paulo Schiaveto afirma que as circunstâncias apresentadas inicialmente pelas apurações da Polícia Civil surpreendem, especialmente pelo fato de a Backer ter sustentado que trabalha com monoetilenoglicol em seus processos de resfriamento, e não dietilenoglicol. “Há uma conjunção de fatores muito estranha. Impossível não é. Mas é improvável. Se desse algum problema, a tendência seria vazar para o isolamento e não para dentro do tanque”.

Em inox, tanques de fermentação como os da Backer são dotados das chamadas 'paredes encamisadas'. Há o compartimento em que é mantida a cerveja e, funcionando num duto lateral, isoladamente, uma serpentina pela qual circula a substância para manter resfriada a temperatura interna – entre 12°C e 18°C iniciais, em média, dependendo do estilo. No caso da Belorizontina, uma pilsen, entre 10°C e 12°C. Assim, não há (ou não deveria haver) contato entre o líquido de resfriamento e o produto.

Na hipótese de um vazamento, há duas leituras entre profissionais da área: a perspectiva maior, nesse caso, seria a de a cerveja transbordar para a parte ensanduichada, dada a pressão interna do fermentador. Ocorrendo um acidente e havendo a “invasão” da substância (nas serpentinas encapsuladas circulam em torno de 240 litros num tanque de 20 mil litros), seu grau de diluição não teria, de acordo com essas avaliações em tese, potência contaminadora o bastante para provocar os sintomas dos pacientes.

Vice-presidente do Sindbebidas e um dos cervejeiros mais tradicionais de Minas Gerais, Marco Falcone, proprietário da Falke, sugere cautela. “Nossa posição é esperar laudos conclusivos”, afirma, observando o grau de complexidade das apurações. “Há muitas perguntas sem respostas. A diluição num tanque de 20 mil litros seria residual. E havendo contaminação de 60 mil garrafas, era para termos uma epidemia por aí”. Ele diz que aguarda a perícia sobre as garrafas recolhidas para contraprova para que surjam novos elementos e demonstra confiança institucional na Backer. “A amostragem de duas garrafas na casa do doente, com quem nos solidarizamos, não nos convence.”

Presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli defendeu o aprofundamento das apurações, mas citou preocupação com prejulgamentos. “Precisamos aprofundar a investigação médica e saber a origem de como aconteceu essa contaminação, a causa, se realmente está ligada ao dietilenoglicol e se não há mais algum tipo de agente externo”, declarou, acrescentando o aspecto de a ocorrência ter sido, num primeiro momento, numa área geográfica bastante delimitada, no caso o Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte.

Sobre a hipótese de vazamento interno, Lapolli vê baixa possibilidade. “Não há notícia desse tipo de contaminação em nenhuma cervejaria. É muito raro o vazamento desse sistema de refrigeração, usado no mundo inteiro. E quando vaza, vaza para dentro desse sanduíche que é feito para o isolamento térmico. Para dentro seria uma coisa muito rara.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO: IDENTIFICA ÁGUA CONTAMINADA 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento identificou que a água utilizada no processo de produção da cervejaria Backer estava contaminada com a substância dietilenoglicol e a contaminação aconteceu dentro da fábrica, mas não consegue apontar a causa. Entre as hipóteses estão: sabotagem, vazamento ou uso indevido.

Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo, e pelo coordenador-geral de Vinhos e Bebidas, Carlos Vitor Müller, foi identificado que a água usada para resfriar a cerveja durante a produção estava contaminada. Essa água era reutilizada para produção de cerveja.

Os técnicos da pasta ainda não identificaram em qual momento do processo a água foi contaminada. Como a água utilizada em toda a fábrica fica em apenas um tanque, o ministério justificou o fechamento da fábrica toda. Foram apreendidos de 139 mil litros de cerveja engarrafados e 8,480 litros de chope.

Segundo a apresentação do trabalho feito pelo ministério, em dois anos a cervejaria adquiriu 15 toneladas de monoetilenoglicol (que pode interagir quimicamente e resultar em dietilenoglicol). Não foi apresentado um parâmetro de consumo, mas o ministério considera uma aquisição incomum.

A investigação aponta que os controles de produção demonstram que os lotes já detectados como contaminados passaram por distintos tanques, afastando a possibilidade de ser um evento relacionado a um lote ou um tanque específico.

INVESTIGAÇÃO COMPLETA DOIS MESES SEM PRAZO PARA CONCLUSÃO

O caso Backer completou na  sexta-feira, 6 de março, dois meses de investigação e até agora não se sabe como o dietilenoglicol foi parar nos tanques de produção e nas garrafas de cerveja.

Resumo

•Uma força-tarefa da polícia investiga 34 notificações de pessoas contaminadas após consumir cerveja (seis delas morreram);

•O Ministério da Agricultura identificou 53 lotes de cerveja da Backer contaminados com dietileglicol, um anticongelante tóxico;

•A cervejaria foi interditada, precisou fazer recall e interromper as vendas de todos os lotes produzidos desde outubro;

•Diretora da cervejaria disse que não sabe o que está acontecendo e pediu que clientes não consumam a cerveja.

TÉRMINO DO INQUÉRITO: POLÍCIA CIVIL INDICIA 11 PESSOAS

Onze funcionários da cervejaria Backer foram indiciadas pela Polícia Civil de Minas Gerais após a intoxicação por dietilenoglicol em cervejas da marca. Entre os crimes, estão lesão corporal, contaminação de produto alimentício e homicídio.

Segundo o delegado Flávio Grossi, a Polícia Civil conseguiu comprovar, física e quimicamente, a existência de um vazamento no tanque de cerveja. As investigações comprovaram que o vazamento começou em setembro de 2019, quando foi adquirido o tanque JB10, que foi onde a polícia concentrou seus esforços, por ter demonstrado quimicamente alta concentração da substância. Para o Ministério da Agricultura, a contaminação começou ainda antes, em janeiro de 2019.

"Encontramos o vazamento dentro do tanque. O líquido ia para a cerveja. Achamos a comprovação física e visual da existência desse vazamento. Demonstramos quimicamente uma similaridade entre o produto retirado no tanque e o conteúdo do produto. Tinha a mesma composição. Comprovamos de forma química a existência desse vazamento", disse Grossi.

Ele também disse que foram encontrados outros pontos de vazamento na mesma adega. Um deles, na bomba do chiller, o resfriador dos líquidos. "A bomba do chiller vazando, o líquido se espalhava pela fábrica".

Fazem parte do grupo de indiciados:

•Testemunha que mentiu em seu depoimento (responderá por falso testemunho e obstrução)

•Chefe da manutenção (responderá por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício culposo)

•Seis pessoas do grupo gestor e responsáveis técnicos (responderão por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício doloso)

•Três pessoas do grupo societário (responderão de forma dolosa por não dar publicidade a produto que causa risco e por manter em depósito e colocar à venda esse produto)

"Esta investigação foi multifacetada, tivemos químicos, engenheiros, peritos da maior gama possível. Atuamos de forma extremamente centrada e, para iniciar a investigação, precisávamos entender como é feita a cerveja", disse Grossi.

O inquérito, que chegou a considerar 42 vítimas, foi concluído com 29 vítimas criminais, segundo a Polícia Civil. Sete morreram e 22 sobreviveram. "No decorrer das investigações, retiramos dez vítimas por fatores investigativos ou médicos. Ou laudo descartava ou deixava em dúvida. Três vítimas não desejaram fazer testes de exames", explicou.

Ele esclarece que outros 30 casos ainda serão analisados. De acordo com o delegado, se essas eventuais vítimas fossem anexadas às investigações neste momento, a solução do inquérito poderia ser adiada. "Essas pessoas não serão abandonadas".

USO DE PRODUTOS TÓXICOS: NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA

De acordo com o delegado, em nenhum momento, os técnicos da cervejaria atuaram com dolo. "Foi um fato acidental, sem sombra de dúvida, mas passível de punição", afirmou. Segundo ele, foram identificadas duas modalidades da culpa: negligência e imperícia.

Ele frisou que duas condutas levaram às intoxicações e mortes: o uso incorreto do equipamento, com substância tóxica, e o descontrole (vazamento) dessa substância. "Se tivessem interrompido qualquer uma dessas duas condutas, nada disso aconteceria", disse o delegado.

"O tanque exigia consumo de substância não tóxica e era usada substância tóxica. Chiller indicava também uso de substância não tóxica. Essas substâncias (não tóxicas) poderiam circular e, mesmo vazando, não haveria efeito danoso às vítimas. Não causariam nenhuma letalidade ou lesão às vítimas. Se os manuais dos fabricantes fossem seguidos, não estaríamos aqui. No máximo ocorreria diferença de sabor ou aumento de teor alcoólico. Se o álcool tivesse sido usado (em vez de dietilenoglicol), nós não estaríamos aqui hoje", disse Grossi.

O superintendente de Polícia Técnico-Científica, Thales Bittencourt, explicou que tanto o monoetilenoglicol quanto o dietilenoglicol são tóxicos e causam a síndrome nefroneural, com pequena diferença nos sintomas.

Mas as necropsias feitas em vítimas que perderam a vida constataram que a contaminação foi por dietilenoglicol:

"Em todas elas foram constatadas alterações macro e microscópicas compatíveis com contaminação por dietilenoglicol. E em todas também foi constatada a presença do tóxico dietilenoglicol. Cem por cento de produtividade nas necropsias", afirmou.

A forma como esse produto tóxico era adquirida pela Backer será alvo de uma segunda investigação, mas, segundo o delegado Flávio Grossi, ela não interfere na conclusão deste inquérito, que já constatou que o dietilenoglicol foi usado indevidamente e que houve vazamento dele para as cervejas que depois foram consumidas pelas vítimas.

Conforme os delegados, os laudos de todas as perícias feitas ao longo das investigações já foram entregues à Justiça, e agora o Ministério Público vai analisar as medidas que julgar cabíveis.

BALANÇO DE  VÍTIMAS

Inicialmente, até de 20 de janeiro, 21haviam apresentado insuficiência renal e alterações neurológicas com rápida evolução. Três mortes são investigadas por suspeita da doença. Um outro caso foi confirmado por intoxicação provocada pelo dietilenoglicol. 

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG)  foram notificados: quatro mortos  e 18 casos suspeitos por intoxicação exógena por Dietilenoglicol.

Desses, 16 pessoas são do sexo masculino e duas do feminino. Quatro casos foram confirmados e os 14 restantes continuam sob investigação, uma vez que apresentaram sinais e sintomas com relato de exposição.

Todos os 14 internados estão em estado grave e com risco de morte, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES). A informação foi dada pela infectologista e diretora do Hospital Eduardo de Menezes, Virgínia Antunes de Andrade. 

Em 20 de janeiro a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou  que subiu para 21 o número de casos suspeitos de intoxicação, sendo 19 pessoas são do sexo masculino e duas do feminino, e quatro morreram.

Em 23 de janeiro mais quatro pessoas foram incluídas na lista de casos suspeitos de intoxicação, com isso, o número de pacientes saltou para 26: 22 homens e quatro mulheres. As informações estão contidas em boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Em  15 de julho mais uma pessoa intoxicada pela ingestão de cerveja morreu em Belo Horizonte..

ASSISTÊNCIA ÀS VÍTIMAS

No final do inquérito, os sobreviventes relatavam que a empresa ainda não havia custeado qualquer tratamento médico.

Já a empresa se defendeu dizendo que seus bens estão bloqueados por ordem judicial e que caberá ao juiz decidir quem receberá uma indenização, após cada caso ser avaliado.

POSIÇÃO DA EMPRESA

Desde que as suspeitas de contaminação das cervejas Belorizontina vieram a público, a cervejaria Backer afirma que não utiliza dietilenoglicol em sua fábrica.

JUSTIÇA MINEIRA RECEBE DENÚNCIA CONTRA SÓCIOS DA CERVEJARIA BACKER

A Justiça de Minas Gerais informou em 16 de outubro, ter recebido denúncia contra sócios e funcionários da Cervejaria Três Lobos, empresa dona da marca de cervejas Backer, cujo consumo causou a morte de dez pessoas por intoxicação pela substância dietilenoglicol.

Com o recebimento da denúncia, 11 pessoas passaram à condição de réus. Dessas, três são sócios da cervejaria. Eles foram denunciados por vender chope e cerveja de forma que sabiam poder estar adulterados pelo uso de substância tóxica no seu processo de produção e por causarem dano irreparável à saúde pública, entre outros crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor.

Outros sete funcionários da empresa, entre engenheiros e técnicos, foram denunciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e atitude omissiva, entre outros crimes. Segundo a denúncia, três desses engenheiros exerciam a profissão de modo irregular, sem registro no Conselho de Química e Engenharia.

Uma pessoa, funcionário de uma fornecedora de insumos para a cervejaria, responderá ao crime de falso testemunho, por ter apresentado informações falsas na fase de investigação do caso. Segundo a denúncia, ele pretendia prejudicar a empresa na qual trabalhava após desavenças trabalhistas.

Além de receber a denúncia, o juiz Haroldo André Toscano de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, também retirou o sigilo sobre o processo. A partir de agora, a ação penal prosseguirá com o recebimento da defesa por escrito dos denunciados, informou a Justiça de Minas Gerais.

A denúncia havia sido apresentada em 4 de setembro pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG). "Os engenheiros e técnicos responsáveis pela produção de cerveja assumiram o risco de fabricar produto adulterado, impróprio a consumo, que veio a causar a morte e lesões corporais graves e gravíssimas a inúmeras vítimas", diz a peça de acusação, assinada pela promotora de Justiça Vanessa Fusco.

A denúncia afirma que “o uso indevido dos produtos tóxicos aliado à precária condição de manutenção da linha de produção das bebidas alcoólicas causaram um dano irreparável à saúde pública”.

Fontes:  Tempo - 09/01/20 - 16h30; O Tempo 09/01/20 - 13h57 ;O Tempo - 10/01/20 - 19h13;O Tempo - 10/01/20 - 18h16; EM-11/01/2020 ; EM-12/01/2020; G1 Minas — BH , 13/01/2020; UOL, em Brasília-15/01/2020; O Tempo - 16/01/20 - 08h22; EM - 16/01/2020; O  Tempo - 17/01/20 - 11h49; O Tempo - 20/01/20 - 17h47; EM - 23/01/2020 18:56; G1 Minas — Belo Horizonte-06/03/2020 15h04; G1 Minas — Belo Horizonte-09/06/2020 10h39; Agência Brasil - 16/07/2020 - 15:34; Agência Brasil - 17/10/2020 - 10:54

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domingo, dezembro 22, 2019

FORMOL NÃO PODE SER UTILIZADO EM ALISANTES DE CABELOS

Em contato com a pele, o formol pode causar irritação, queimadura, descamação e até queda de cabelo, entre outros danos.
No Brasil, o uso do formol não é permitido como alisante capilar. Entretanto, 35% dos fiscais de Vigilâncias Sanitárias de estados e municípios que participaram de uma pesquisa da Anvisa sobre este tema, divulgada no início do ano, relataram ter constatado o uso irregular de formol em alisantes.
Por isso, a população precisa estar atenta aos riscos do uso irregular dessa substância em salões de beleza.

LEIA, A SEGUIR, UM PONTO A PONTO SOBRE O TEMA:

1 – O QUE SÃO ALISANTES?
Resposta: Os alisantes são produtos cosméticos que modificam a estrutura química capilar para relaxar, alisar ou ondular os cabelos com duração do efeito após o enxague.
Todos os alisantes capilares, inclusive os importados, devem ser registrados. Alisantes sem registro estão irregulares e podem causar danos à córnea, queimaduras graves no couro cabeludo, quebra dos fios e queda dos cabelos.

2 – COMO IDENTIFICAR SE UM ALISANTE É SEGURO?
Resposta: Verifique se a embalagem do produto contém o número de Autorização de Funcionamento da Empresa (AFE) e o número do processo, que corresponderá ao número de registro do produto. Todos os alisantes capilares, inclusive os importados, devem ser registrados. Alisantes sem registro estão irregulares.

3 – QUAIS OS RISCOS DA UTILIZAÇÃO DE UM ALISANTE SEM REGISTRO?
Resposta: Produtos sem registro podem causar danos à córnea, queimaduras graves no couro cabeludo, quebra dos fios e queda dos cabelos.

4 – FORMOL PODE SER UTILIZADO EM ALISANTES DE CABELO?
Resposta: Não. O formol não pode ser utilizado como alisante capilar. Adicionar formol a esses produtos é infração sanitária (adulteração ou falsificação) e crime hediondo, de acordo com o art. 273 do Código Penal.

5 – QUAIS OS RISCOS PARA A SAÚDE DO USO INDEVIDO DO FORMOL EM ALISANTES DE CABELO?
Resposta: O uso indevido de formol em alisantes de cabelo pode causar diversos males à saúde, como: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência dos olhos e lacrimejamento, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz.
Exposições constantes podem deixar a boca amarga e causar dor de barriga, enjoo, vômito, desmaio, feridas na boca, narina e olhos, e câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios), podendo até levar à morte.

6 – EXISTEM OUTRAS SUBSTÂNCIAS QUE TAMBÉM SÃO UTILIZADAS DE FORMA IRREGULAR PARA ALISAR CABELOS?
Resposta: Sim. O glutaraldeído (glutaral), devido à semelhança química com o formol, também tem sido utilizado de forma irregular como alisante de cabelo. Os riscos para a saúde associados ao uso do glutaral de forma irregular são os mesmos do formol.

7 – ALISANTES PODEM SER UTILIZADOS EM CRIANÇAS?
Resposta: Não existem alisantes capilares destinados ao público infantil. Os produtos para alisamento capilar são indicados, exclusivamente, para adultos. O uso de alisantes em crianças é proibido.

8 – QUAIS OS CUIDADOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS ANTES DO USO DE UM ALISANTE?
Resposta: Após constatar que o alisante é registrado na Anvisa, leia atentamente as instruções de utilização do produto e observe as advertências que constam na embalagem.

9 – O QUE DEVO OBSERVAR NO RÓTULO DE ALISANTES DE CABELO?
Resposta: O rótulo de um produto alisante deve conter as seguintes frases:
·    Este preparado somente deve ser usado para o fim a que se destina, sendo PERIGOSO para qualquer outro uso.
·    Não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado.
·    Manter fora do alcance das crianças.
·    Não usar em crianças.
·    Para o uso em grávidas e lactantes, consultar um médico.
·    Aplicar o produto a meio centímetro da raiz.
·    Incluir o teste de mecha.
Obs.: Produtos que tiverem derivados de ácido glioxílico (como, por exemplo, Glyoxyloyl Keratin Amino Acids e Glyoxyloyl Carbocysteine) em sua composição deverão apresentar também a frase: "Aplicações repetidas podem causar queda ou alterar a coloração dos cabelos".

10 – ONDE POSSO CONSULTAR OS ALISANTES DE CABELO REGISTRADOS?
Resposta: Para saber se um alisante de cabelo é registrado na Anvisa, basta consultar no site. É preciso ter em mãos uma das seguintes informações: número do processo ou número de registro, nome do produto, nome da empresa detentora do registro ou CNPJ.

11 – QUAIS PROCEDIMENTOS E MÉTODOS PARA ALISAMENTO CAPILAR DEVEM SER REGISTRADOS?
Resposta: Procedimentos e métodos para alisamento capilar, como escovas inteligente, definitiva e de chocolate, não são regulamentados pela Anvisa. A Agência registra somente os produtos que serão utilizados. Entretanto, todos os salões de beleza devem ser licenciados pela Vigilância Sanitária local. Fonte: Ascom/Anvisa-Publicado: 17/12/2019

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