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sábado, abril 16, 2022

FERRERO FECHA FÁBRICA DE CHOCOLATE NA BÉLGICA APÓS SURTO DE SALMONELA

O Grupo Ferrero, dono da marca Kinder, ordenou na sexta-feira (8 de abril) a suspensão das atividades da fábrica de Arlon, na Bélgica, por precaução, após o surgimento de casos de salmonela entre crianças em vários países da Europa.

A informação foi confirmada pelos representantes da empresa, que será reaberta depois que receber autorização das autoridades sanitárias, com as quais colabora desde o início do caso.

No entanto, um comunicado da Agência Belga de Segurança Alimentar (Afsca) informa que a licença de produção da fábrica foi suspensa porque a Ferrero não forneceu informações suficientes para a investigação.

RECOLHIMENTO DOS PRODUTOS: A pouco mais de uma semana da Páscoa, a fabricante italiana teve que interromper temporariamente a produção de chocolates da marca Kinder em uma fábrica da Bélgica, devido a mais de 100 casos de salmonela em vários países da Europa.

A agência ordenou o recolhimento de todos os produtos da indústria, independentemente do lote e da data de fabricação. Entre eles estão os Kinder Surprise, Kinder Mini Eggs, Kinder Surprise Maxi e bombons que foram fabricados em Arlon.

A fábrica de Arlon só poderá reabrir quando todas as regras e requisitos de segurança alimentar forem atendidos, informou a Afsca.

O ministro da Agricultora belga, disse que a decisão foi tomada para "esclarecer a situação".

FALHA NA COMUNICAÇÃO: A Ferrero reconheceu "que houve ineficiências internas que criaram atrasos nos recalls e no compartilhamento de informações. Isso teve impacto na celeridade e eficácia das investigações".

Segundo a empresa italiana, no entanto, a decisão não afeta os "ovos de Páscoa Kinder GranSorpresa" disponíveis no mercado italiano, em todos os formatos e características, porque são produzidos diretamente na Itália", onde "não há ligação entre o consumo de produtos Kinder e casos confirmados de salmonela".

CAUSA: A Ferrero anunciou a salmonela havia sido detectada na fábrica em 15 de dezembro de 2021. Ela foi encontrada em uma peneira na saída de dois tanques de matéria-prima e os produtos feitos a partir deles foram retidos. O filtro foi substituído e os controles sobre o trabalho em andamento e os produtos acabados foram aumentados, disse a Ferrero.

OCORRÊNCIA DOS CASOS: No início da semana de abril, o surgimento de casos de salmonela entre crianças na Inglaterra e na Irlanda do Norte fez com que o Grupo Ferrero retirasse os ovinhos de chocolate das prateleiras dos mercados de diversos países.

Por precaução, a empresa chegou a fazer um recall dos produtos na Bélgica, Alemanha, Suécia e França. Na Itália, a retirada foi de alguns lotes do Kinder Schoko-Bons

A fábrica na Bélgica responde por cerca de 7% de todos os produtos da marca Kinder fabricados no mundo anualmente. Segundo a Ferrero, os produtos fabricados em Arlon não foram distribuídos no Brasil.

COMUNICADO DA EMPRESA: A Ferrero lamentou "profundamente o que aconteceu" e reforçou que "este evento toca o coração dos princípios" em que acredita e, portanto, tomará "todas as medidas necessárias para preservar a plena confiança" de seus consumidores.

"Pedimos sinceras desculpas a todos os nossos consumidores e parceiros de negócios e agradecemos às autoridades de segurança alimentar por seus valiosos conselhos", concluiu.

RECOLHIMENTO DOS PRODUTOS: O grupo italiano começou a recolher produtos infantis em vários países europeus. Lotes afetados foram distribuídos em países como França, Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Suécia e Holanda. Os produtos infantis também foram recolhidos nos EUA, em Israel, na Austrália e na Argentina, como forma de precaução.

Esta semana, a agência de saúde da União Europeia informou que está investigando, em conjunto com a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, dezenas de casos de salmonela relacionados ao consumo de chocolate em países da Europa. Posteriormente, os casos foram vinculados à fábrica de Arlon.

Segundo as autoridades, foram registrados ao menos 105 casos confirmados de salmonela e 29 casos suspeitos, a maioria deles em crianças com menos de dez anos.

NO BRASIL

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu em 14 de abril alerta, divulgado pela Rede Internacional de Autoridades de Segurança Alimentar (Infosan), sobre surto de Salmonella Typhimurium em chocolates da marca Kinder. De acordo com o aviso, o Brasil não está incluído na lista de países para os quais o produto foi distribuído.

Em nota, a agência informou na quinta-feira (14 de abril) que está monitorando as informações das autoridades na Europa sobre os casos de infecção pela Salmonella Typhimurium, associados ao consumo de chocolates da empresa Ferrero, fabricados na Bélgica e distribuídos para diferentes países.

“A Anvisa segue o monitoramento do caso junto à empresa e acompanha as informações veiculadas por outras autoridades internacionais”, destaca a nota.

MEDIDA PREVENTIVA: Como medida preventiva, a agência recomenda aos consumidores que tenham ou pretendam adquirir chocolates da marca Kinder, que verifiquem no rótulo os dados do fabricante do produto, especialmente de Arlon, na Belgium.

ANVISA PROÍBE IMPORTAÇÃO E VENDA DE CHOCOLATES KINDER DA BÉLGICA: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu, na noite de quinta-feira (14), resolução que proíbe a comercialização, distribuição, importação e uso de produtos da marca Kinder no Brasil. Segundo a agência, a medida vale para todos os produtos Ferreiro fabricados na Bélgica.

“Embora o Brasil não esteja entre os países de destino dos produtos, conforme noticiado pela Anvisa, a Agência considerou prudente publicar a medida preventiva com o objetivo de informar à sociedade e de evitar que o produto seja consumido ou trazido de fora do país por pessoas físicas ou importadoras”, informou a Anvisa no documento. Fontes: Deutsche Welle - 08/04/202; Agência Brasil - 14/04/2022; Agência Brasil – 15/04/2022

OBSERVAÇÃO:

A salmonela é provocada por bactérias e é a maior responsável por casos de intoxicação alimentar em todo o mundo.  A salmonelose é uma doença bacteriana que atinge o intestino e pode causar gastroenterite. Diarreia, cólicas estomacais e, às vezes, vômitos e febre estão entre os sintomas que se manifestam entre 12 e 72 horas após a ingestão de uma dose com alimento infectado por salmonela. Os sintomas geralmente duram de quatro a sete dias e a maioria das pessoas se recupera sem tratamento.

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terça-feira, setembro 06, 2016

Samsung suspende venda do Galaxy Note 7 após baterias pegarem fogo

A empresa sul-coreana Samsung anunciou nesta sexta-feira (02/09) que vai realizar um recall mundial do smartphone Galaxy Note 7, após relatos de consumidores de que aparelhos pegaram fogo ou explodiram durante a recarga da bateria. A Samsung já vendeu 1 milhão de aparelhos Galaxy Note 7 na Coreia do Sul e nos Estados Unidos e no mundo, o número chega a 2,5 milhões.

As vendas do modelo serão provisoriamente suspensas em ao menos dez países, incluindo a Coreia do Sul e os Estados Unidos. "Recebemos várias informações sobre a explosão da bateria do Note 7, que foi lançado oficialmente em 19 de agosto", afirmou à imprensa o diretor da divisão de celulares inteligentes da Samsung, Koh Dong-Jin.  

Segundo Koh, os problemas teriam sido causados por "defeitos nas baterias". A empresa estima que para cada um milhão de aparelhos haja 24 baterias defeituosas.
Até quinta-feira, 01 de setembro,  ocorreram 35 casos que foram relatados problemas de bateria. Donos do aparelho começaram a publicar fotos e vídeos do Note 7, alguns deles totalmente carbonizados. Os internautas afirmaram que o smartphone pegou fogo de forma súbita.
O diretor da divisão de telefonia celular da Samsung, Koh Dong-jin, informou que os usuários que compraram o Galaxy Note 7 poderão trocá-los por outros modelos de forma temporária. O smartphone, não chegou a ser lançado oficialmente no Brasil.

A maior inovação do Galaxy Note 7, de bordas curvas e com lápis ótico, é o fato de ser á prova d'água.
Este é o primeiro recall em massa de smartphones da Samsung e deverá ser um duro golpe para a empresa, que havia recentemente recuperado força no mercado após perder espaço nos últimos anos para a americana Apple. Fonte: Folha de São Paulo e Deutsche Welle -  02/09/2016  

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quarta-feira, janeiro 22, 2014

Suco Ades contaminado fez Unilever perder até R$ 224 milhões em vendas no Brasil

A Unilever perdeu entre 60 milhões a 70 milhões de euros (entre R$ 192 milhões e R$ 224 milhões, aproximadamente) em vendas do suco Ades no Brasil em 2013.

PROIBIÇÃO DA VENDA DO SUCO
A proibição da venda do suco foi feita em março do ano passado, após o governo obrigar a marcar a fazer um recall de um lote de suco de maçã. Nele foram detectados resíduos de soda cáustica nos produtos.
Na época, o grupo holandês de alimentação e cosméticos emitiu uma nota informando que o consumo da substância poderia causar queimaduras. Em abril, a Anvisa liberou o comércio do produto, mas manteve a proibição da venda do suco sabor maçã.
O caso teve grande repercussão negativa, e os sucos começaram a encalhar nas prateleiras mesmo depois da liberação.

PRODUÇÃO DE SUCO JÁ FOI RETOMADA
Em novembro do ano passado, o vice-presidente da companhia responsável pela cadeia de fornecimento no país, José Negrete, informou que a empresa já havia retomado o patamar normal de produção do suco Ades no Brasil. Fonte: UOL - 22/01/2014

Artigo publicado:

Comentário: O que uma falha na higienização no processo pode provocar,  prejuízo de centenas de milhões de reais. Uma medida simples poderia ter evitado essa falha,  o uso de procedimento de liberação da produção após a utilização do sistema de higienização.

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quarta-feira, março 27, 2013

Soda cáustica em lotes do suco AdeS

Uma falha no processo de higienização fez com que a Unilever Brasil recolhesse lotes do produto AdeS maçã 1,5 litro. Segundo nota divulgada na quarta-feira, 13 de março, a falha causou alteração no produto devido ao envase de embalagens com solução de limpeza da máquina, que pode provocar queimadura. O lote em questão tem iniciais AGB, foi fabricado em 25 de fevereiro de 2013 e é válido até 22 de dezembro de 2013.

Os consumidores que tiverem produtos desse lote não devem consumi-lo e devem entrar em contato com o SAC (0800/707/0044), das 8h às 20h, ou sac@ades.com.br.

Os produtos do lote com problema foram distribuídos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Até o momento, oito pessoas relataram problema pelo SAC e, segundo a Unilever, cinco já receberam atenção médica adequada e estão sendo acompanhados, dois não aceitaram e um não relatou danos físicos.

CONSUMIDORES INGERIRAM O SUCO
Pelo menos catorze pessoas consumiram alguma unidade do lote contaminado com produto de limpeza do suco AdeS de maçã. Segundo a Unilever, dona da marca, os clientes foram atendidos por meio do Serviço de Atendimento do Consumidor (SAC) da empresa e doze deles receberam cuidados médicos e passam por acompanhamento. Dois consumidores que relataram o problema à empresa não quiseram ser atendidos.

FISCALIZAÇÃO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou que a Vigilância de Minas Gerais realize inspeção no local de fabricação do produto.

ANVISA SUSPENDE VENDA DE LOTES DE TODOS SABORES DO SUCO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou em 18 de março, a suspensão da fabricação, distribuição, venda e consumo, em todo o Brasil, de lotes de 25 sabores dos sucos de soja AdeS. Os lotes foram produzidos em uma das 11 linhas de produção da fábrica da Unilever em Pouso Alegre (MG). Todos os lotes suspensos são de iniciais AG.  Em vez do suco, as caixas tinham sido envasadas com soda cáustica, o que pode causar queimaduras. Dessas, 36 caixas já foram recolhidas.

Segundo a Anvisa, embora a fabricante tenha relatado falha no processo de higienização das máquinas e problemas específicos no lote do suco de maçã, a agência decidiu suspender os lotes de todos os sabores produzidos na linha de produção em que foi identificada a falha até que tenha "mais informações sobre a verdadeira extensão do problema". A agência informou que a ação é "preventiva" e que o caso está em investigação.
Foram suspensas as vendas das embalagens de um litro de abacaxi, cereais com mel, chá verde com tangerina, chá verde com limão, chocolate clássico, chocolate com coco, frapê de coco, laranja, maçã, manga, maracujá, melão, morango, original, pêssego, shake morango, uva, vitamina banana, zero frapê de coco, zero laranja, zero maçã, zero original, zero pêssego, zero vitamina banana e zero uva. A medida atingiu ainda as embalagens promocionais de um litro (pague 900ml e ganhe outros 100ml) de laranja, uva e maçã. Também estão suspensas as vendas de 1,5 litro de maçã, uva, laranja e original. Em todos os casos, são as embalagens da série AG.

Em nota, a Unilever afirmou que iniciou o cumprimento das determinações da Anvisa, com a retirada do mercado das unidades da linha de produção interditada pela agência. Afirmou, ainda, que vai fornecer as informações necessárias para revogar a interdição. Segundo a Unilever, essa linha de produção está desativada e a distribuição ao mercado dos sucos fabricados nela não ocorre desde o dia 13.

MULTA
A Unilever pode ser multada em até R$ 7,7 milhões pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça (MJ), pela comercialização de embalagens do suco de maçã AdeS de 1,5 litro impróprias para o consumo. Depois de uma reunião de mais de duas horas com representantes da fabricante, na sede do MJ, a gerente-geral de alimentos da Anvisa, Suzany Moraes, afirmou que a empresa relatou falha humana e em equipamentos no episódio que levou ao envasamento de soda cáustica num lote de 96 caixas de suco de maçã, distribuídas em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Dessas, 36 foram recolhidas.

Segundo a gerente-geral de alimentos da Anvisa, Suzany Moraes, por parte da Anvisa, a multa pode chegar a R$ 1,5 milhão, se forem constatadas falhas no processo produtivo ou ausência das chamadas "boas práticas de fabricação". Já o Ministério da Justiça pode aplicar uma sanção de até R$ 6,2 milhões, se forem confirmadas violações às normas estabelecidas no Código de Defesa do Consumidor (CDC). O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Amaury Oliva, disse que, até o momento, a Unilever tomou a medida prevista em lei, de anunciar o recall, após receber reclamações de consumidores que teriam sofrido queimadoras após ingerir o alimento.

CASOS REGISTRADOS DE QUEIMADURA
■ A polícia de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, confirmou que na noite do último dia 8, uma semana antes do anúncio do recall da Unilever, uma dona de casa registrou, no 4º Distrito Policial da cidade, um boletim de ocorrência por lesão corporal, relatando que o filho de 17 anos sofreu queimadura e sangramento na boca após tentar beber suco de maçã AdeS. Segundo a advogada Renata Moreira da Costa, que representa a família, o adolescente precisou de atendimento médico após o incidente. Ela afirmou também que a consumidora, ao constatar a gravidade do problema, avisou à Vigilância Sanitária e entrou em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente da Unilever. Logo que colocou a bebida na boca, ele sentiu forte queimação na língua e na garganta, e cuspiu. A boca chegou a sangrar e a mãe, preocupada, levou o rapaz ao hospital. Agora, ele está se recuperando, mas não é impossível que fique com alguma sequela, como perda do paladar - informou Renata.

■ Na capital paulista, André Miranda, pai de um bebê de oito meses, também suspeita de que seu filho tenha sido vítima do AdeS contaminado com soda cáustica. A criança apresenta lesões, próximas à boca e em outras partes do corpo,que foram identificadas como queimadura ou urticária na emergência do hospital e pelo pediatra. Ele tomou, pela primeira vez, um suco AdeS neste fim de semana e no domingo as lesões apareceram. Como a única coisa diferente na dieta dele foi o AdeS os médicos acharam que seria a causa mais provável. Mas como o sabor era morango e, num primeiro comunicado, a empresa falava apenas no suco de maçã, não fizemos relação e nem ligamos para o SAC - conta Miranda, lamentando não ter guardado a embalagem para confirmar a suspeita.

VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE MG CONFIRMA PRESENÇA DE SODA CÁUSTICA
 A Secretaria de Saúde de Minas Gerais concluiu que houve falha no momento em que o líquido foi colocado na embalagem (envasamento) de 96 unidades de suco de soja AdeS, sabor maçã, na fábrica da Unilever Brasil em Pouso Alegre (390 km de Belo Horizonte). As unidades, segundo relatório divulgado pelo órgão no final da tarde de sexta-feira (22 de março), foram afetadas por hidróxido de sódio a 2,5% --soda cáustica diluída.

De acordo com o relatório, as equipes das duas vigilâncias sanitárias apontaram que a falha se deu durante o processo de envasamento da unidade de 1,5l do suco de maçã, no lote AGB 25, realizado no último dia 25 de fevereiro e com validade até 22 de dezembro deste ano.

Conforme a inspeção, o estoque de suco no tanque que alimentava a linha de envase estava reduzido, situação característica de fim do processo de envazamento e do momento em que ocorre a limpeza automática –procedimento chamado de CIP (Clean in Place).

De acordo com o relatório, 96 caixas de suco de 1,5 litro receberam hidróxido de sódio em vez de suco. Diz o relatório: "No entanto, o equipamento foi acionado novamente para o processo de envase. A solução de hidróxido de sódio a 2,5% é utilizada nesse processo de limpeza, e, considerando que existiam ainda embalagens na linha, foram envasadas 96 unidades com hidróxido de sódio, e não do (sic) suco alimento em soja --AdeS, sabor maçã de 1,5l. A empresa não constatou o desvio e o produto foi disponibilizado ao mercado".

MEDIDAS DE ENVASAMENTO IMPOSTAS À UNILEVER
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais apontou cinco procedimentos que devem ser adotados pela Unilever e que foram colocados como condições para que a empresa possa voltar à produção da linha afetada.

Entre as medidas necessárias, estão;
1) a revisão completa "de todos os equipamentos, sensores, software do processo AdeS",
2) o aumento do número de amostras coletadas durante o processo de envase;
3) a alteração do período de retenção dos produtos acabados antes da liberação ao mercado; 
4) a revisão e implementação "de procedimento de liberação da produção após o sistema de higienização"
5) e a introdução "de dossiê diário de liberação de qualidade – liberação formal com assinatura dos gerentes."

HOUVE UMA CADEIA DE ERROS
Foi uma combinação de falha humana e mecânica.
■ Primeiramente, o operário não detectou o final da produção de um lote.
■ Depois, colocou o equipamento para funcionar de novo.
■ E o equipamento permitiu o envaze de uma solução de limpeza.
■ Por fim, o próprio operário percebeu o erro, e não recolheu os produtos.

50 UNIDADES CONTAMINADAS AINDA CIRCULAM
A Unilever Brasil informou que pelo menos 50 unidades de suco AdeS contaminadas pela solução de limpeza ainda estão em circulação em cidades dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. De acordo com o fabricante, 46 das 96 unidades atingidas pelo recall no último dia 14 foram retiradas do mercado.

A UNILEVER RECONHECE ERROS E PEDE DESCULPAS A CLIENTES
O envase de 96 unidades de suco AdeS com uma solução de soda cáustica foi resultado de uma combinação de falha humana e mecânica que durou 80 segundos, O operário não detectou o final da produção de um lote e colocou o equipamento para funcionar de novo. E o equipamento permitiu o envase de uma solução de higienização, disse  o presidente da Unilever, com Fernando Fernandez.
Temos que pedir desculpas. O AdeS no Brasil tem uma história de 15 anos que não merece um problema como esse. É a primeira vez em seus 83 anos no Brasil que a Unilever encara um problema de saúde pública, afirma Fernandez, que diz ter redobrado procedimentos de segurança.
Quatro mil pessoas, entre vendedores e operadores de estoque, foram mobilizadas para rastrear em três Estados (São Paulo, Rio e Paraná) as 96 unidades contaminadas -46 foram localizadas.

DEMORA PARA DIAGNOSTICAR O PROBLEMA
Após ter sido notificada por sua Central de Atendimento ao Consumidor, a Unilever demorou quatro dias para diagnosticar o problema.
A empresa recebeu e-mail de um cliente de Ribeirão Preto reclamando de ardência na boca no dia 7. Tentou contato no dia seguinte, mas só conseguiu localizar o consumidor e combinar o recolhimento do produto no dia 9.
A coleta foi feita no dia 11, e a análise, no dia 12. O anúncio público do recall e a retirada do produto das gôndolas viria no dia 13.

REGISTROS: CINCO CASOS DE ALIMENTOS COM PROBLEMAS DE FABRICAÇÃO

1) AdeS com gosma - novembro de 2012
O mesmo suco AdeS, que recentemente teve um lote interditado, foi vítima de outra polêmica, dessa vez com forte colaboração das redes sociais. A consumidora Ursula de Almeida postou uma foto onde mostrava uma "gosma" que havia saído de uma embalagem do produto. A foto gerou mais de 226 mil compartilhamentos no Facebook e obrigou empresa a se manifestar sobre o assunto. A Unilever analisou o lote do produto e disse que não verificou nenhuma irregularidade. Segundo a empresa, a embalagem pode ter recebido microfuros devido a transporte ou armazenamento inapropriados, o que pode levar à formação de bolor ou fungo.

2) Heinz com pelo de rato - Fevereiro de 2013
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - Proteste encontrou pelos de roedor no lote 2C30 do Tomato Ketchup Heinz, de 397 gramas. Segundo a entidade, os pelos foram detectados após análise microscópica em amostras compradas em um supermercado de São Bernardo do Sul, no interior paulista, no fim do ano passado. A Proteste pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a retirada preventiva do mercado do lote, mas o órgão considerou os laudos insatisfatórios. A Heinz negou as irregularidades e questionou os testes.

3) Chocolate com larvas - fevereiro e março de 2012
Em 2012, a Kraft Foods Brasil foi condenada a pagar indenização a três consumidores que encontraram larvas em chocolates Shot e Ouro Branco. No Rio de Janeiro, o problema rendeu indenização de R$ 30 mil a uma cliente.
No Estado de São Paulo, dois casos renderam uma indenização de R$ 5 mil cada. Em São Carlos, um cliente percebeu que uma barra do chocolate Shot continha larvas. O consumidor chegou a procurar um pronto-socorro por ter passado mal após a ingestão do produto.
Em São José dos Campos, uma cliente processou a Kraft após sua filha ter apresentado quadro de indisposição intestinal. A criança havia consumido um chocolate Ouro Branco.

4) Toddynho com detergente - setembro de 2011
A PepsiCo foi multada em R$ 420 mil após um lote de Toddynho ter causado ardência e irritação na mucosa de consumidores do Rio Grande do Sul. Análises indicaram um pH de 13,3 alcalino em cerca de 80 unidades do produto, considerado muito alto para um alimento. A empresa afirmou que, durante limpeza de equipamentos na fábrica, "uma das linhas envasou algumas embalagens" com uma mistura de água e detergente.

5) Molho de tomate com sapo - março de 2013
Uma moradora de Franca, no interior paulista, se deparou com um objeto estranho ao despejar o conteúdo de molho de tomate numa panela em seu interior. A dona de casa Solange Aparecida Borges procurou a Vigilância Sanitária. O objeto estranho foi identificado como sendo um sapo, mas os fiscais sanitários disseram que pouco poderiam fazer porque a embalagem já havia sido aberta. Segundo a empresa, o que pode ocorrer é entrar ar na embalagem, até mesmo quando ela já se encontra dentro do carrinho no supermercado. "Aí o ar causa bolor gerando um aspecto estranho", disse um funcionário. A hipótese de o corpo estranho ser um pedaço de sapo foi descartada pela empresa.

Fontes: O Globo, Gazeta do Povo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e UOL Noticias, 14 de março a 20 de março de 2013
  
Comentário
A empresa demorou 4 dias para diagnosticar o problema. Deixou por conta do SAC. A empresa não estava preparada para a crise que ocorreria.

A linha de produção de indústrias de bebidas vendidas em caixinha geralmente usa equipamento fornecido pela empresa de embalagens. No Brasil, a sueca Tetra Pak e a suíça SIG Combibloc dominam o mercado. Para garantir os padrões de qualidade, as fabricantes das máquinas dão uma série de recomendações às empresas.

Quando é preciso parar a produção de um produto e começar o envase de outro, de outro sabor, por exemplo, a máquina (de produção de bebidas em caixinha) precisa ser parada e passar por um processo de limpeza, no qual são usados produtos químicos como cloro e soda cáustica. Só fica resíduo se essa limpeza for mal feita ou em desacordo com as instruções do fabricante do equipamento.

Quarentena do produto
Além disso, a "flexibilização" das normas de produção pode explicar os problemas. A empresa dona do equipamento recomenda que o primeiro lote produzido depois da limpeza da máquina passe por uma espécie de "quarentena" de uma semana, de 72 horas ou de no mínimo 48 horas.
Parte desse primeiro lote, deve ir para laboratório para ser analisado. Nesse período, o produto fica em estoque e em observação.

Sistema CIP (Clean in place) – Limpeza em circuito fechado em equipamentos de esterilização e envase de produtos
 Na indústria de alimentos que envasam produtos líquidos como leite, sucos, cerveja e outras bebidas, O sistema CIP é um método usado nestas plantas de processamento de alimentos para a limpeza das máquinas de envase e equipamentos de processamento, como os tubos sanitários, tanques, tanques assépticos e trocadores de calor, etc. circulando-se e recirculando-se automaticamente detergentes e soluções de enxágue ate a limpeza total e sanitização em circuito fechado, ou seja, sem a mínima remoção de componentes do sistema para esta tarefa. O processo de lavagem consiste em diversos ciclos de lavagens que são recirculados através dos tanques, bombas, das válvulas e do outros equipamentos no fluxo do processo. Por tanto, trata-se de um sistema inteligente que faz ajustes contínuos nas operações de modo a garantir os mais elevados níveis de desempenho, com um sistema de automação com IHM e PLC de ultima geração, que reduz com precisão o risco de erro humano, sem nunca comprometer os níveis de segurança dos alimentos. Sendo necessário somente um ou dois detergentes para a limpeza. Possuindo em alguns casos 14 programas de limpeza totalmente ajustados às demandas de tempo, temperatura, concentração, fluxo e volume, etc. que poderão ser reprogramados segundo as necessidades de produção da indústria.  A limpeza CIP é um sistema concebido para limpar 100% o interior de equipamentos, tubulações e tanques de armazenamento, através da remoção de resíduos de alimentos e bactérias.

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sábado, novembro 21, 2009

Fabricante de carrinhos de crianças faz recall após amputações

O órgão de defesa do consumidor americano, a Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor (Consumer Product Safety Commission), em cooperação com a empresa fabricante dos carrinhos de bebê anunciou na segunda-feira, 9 de novembro, recall voluntário do seguinte produto de consumo;

Nome do Produto: Carrinhos de bebê do fabricante Maclaren

Unidades: Cerca de um milhão

Distribuidor: Maclaren EUA

Perigo: O mecanismo de dobradiça do carrinho oferece um risco de amputação da ponta do dedo ou laceração dos dedos da criança quando o consumidor está fechando ou abrindo o carrinho.

Incidentes / Lesões: A empresa recebeu 15 relatos de crianças colocando o dedo no mecanismo de dobradiça do carrinho, resultando em 12 relatórios de amputações da ponta do dedo nos Estados Unidos. As amputações ocorreram quando os bebês colocaram os dedos na peça enquanto o carrinho era dobrado.

Descrição: Este recall envolve todos os carrinhos com cobertura da Maclaren, modelo simples e duplo. A palavra "Maclaren" está impresso no carrinho. Os modelos afetados incluem Volo, Triumph, Quest Sport, Quest Mod, Techno XT, TechnoXLR, Triumph Twin, Twin Techno e Easy Traveller.

Vendido em: em lojas especializadas para bebês e crianças, redes varejistas por todo o país a partir de 1999 a novembro de 2009 com preço compreendido entre $ 100 a $ 360.

Fabricado: China

Solução: Os consumidores devem parar imediatamente com estes carrinhos convocados para recall e contatar Maclaren para receber um kit de reparação gratuita.
Trata-se de uma dobradiça. Ela permite aos pais fechar o carrinho para levá-lo na mão. O mecanismo não é coberto. O recall visa tampar essa parte por meio de um kit a ser entregue aos clientes.

No Brasil
Não houve casos no Brasil, conforme a única importadora e revendedora há oito anos, a Brasbaby. A empresa disse não saber se a Maclaren fará voluntariamente um recall no país.
O Ministério da Justiça, porém, já informou que a Maclaren será obrigada a fazer o mesmo recall para os consumidores brasileiros caso fique constatado que seus carrinhos trazem a mesma peça causadora de amputações nos EUA.
A Brasbaby disse não saber quantas lojas vendem os produtos no país ou quantas unidades são vendidas por ano. Informou apenas que o produto é vendido em todo o território nacional.
Para Carlos Thadeu de Oliveira, do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), a Maclaren deveria ter convocado o recall em todos os países onde vendeu esses produtos.
"Se fez o recall é porque o produto representa um risco aos consumidores. Proibir só nos EUA é considerar que o consumidor americano é melhor do que os outros [países]", diz. Para ele, a Maclaren deveria ter informado o recall às empresas que importam seus produtos. Assim, a Brasbaby e as lojas brasileiras teriam de acertar com a Maclaren o fornecimento do kit, segundo Oliveira.

MacLaren estende ao Brasil recall de carrinho que pode machucar bebês
A MacLaren decidiu estender ao Brasil o atendimento aos donos de carrinhos de bebês que oferecem risco às crianças. A decisão foi tomada no dia seguinte à fabricante anunciar um recall nos Estados Unidos.
Os modelos da MacLaren vendidos no Brasil e que necessitam do kit são o Volo, Techno XT, Quest Sports e o Twin Techno. Este último, para gêmeos, é encontrado em lojas virtuais por novecentos dólares. Todos são fabricados na China.

Os consumidores que têm alguns desses modelos devem mandar nome, endereço e telefone à empresa pelo e-mail brasbaby@brasbaby.com.br. A empresa os contatará os consumidores. A distribuidora informou que vai oferecer a cobertura para os clientes que fizerem a solicitação.

Fontes: CPSC -The U.S. Consumer Product Safety Commission - November 9, 2009, Globo Online - 10 de novembro de 2009, Diário Catarinense - 15 de novembro de 2009

Comentário:
Recall é um chamado ou convocação da empresa para corrigir eventuais falhas detectadas em peças ou sistemas de um produto.
Na realidade a análise feita por empresas quanto a segurança do produto ao consumidor obedece a um padrão tipo “Taylor Made”, mas o padrão do consumidor para provocar o acidente segue aleatoriamente.
Segue mais o padrão da teoria do caos. Pequenos imprevistos e grandes desastres. A idéia principal é que pequenas alterações numa situação trazem efeitos incalculáveis
A essência da teoria do caos é que uma mudança muito pequena nas condições iniciais de uma situação leva a efeitos imprevisíveis. É o que aconteceu nesse acidente do carrinho o pai ou a mãe ou a empregada fecha ou dobra o carrinho, a criança está com a mãos na dobradiça, parece uma situação sem grandes conseqüências, mas o acidente acontece.

As vezes, a empresa cria um produto prático, com facilidade para dobrar, mas com muita complexidade para efetuar esse dobramento ou desdobramento e acaba causando acidentes.
É a Lei de Murphy, aquela segundo a qual “se uma coisa pode dar errado, ela dará, e na pior hora possível”.
Não devemos esquecer, que a falha sempre acompanha a tecnologia. Não existe tecnologia cem por cento segura.

Antigamente um produto “Made in USA” ou “Made in Japan ou “Made in Europe” era um produto confiável, com qualidade e com segurança, agora, temos de tomar cuidado com as fontes de origem dos produtos (alimentos, brinquedos, eletrônicos, etc), pois acabou a era da produção verticalizada da empresa, sendo substituída por uma cadeia de fabricantes de terceiros (custo menor) que produz determinado produto para a empresa detentora da patente ou da comercialização. Não existe controle total das etapas de fabricação do produto, pois a cadeia de fornecedores é muito grande e diversificada.

Hoje predomina entre as entidades de defesa do consumidor ou agências de proteção avisos de alertas; recall, alimentos contaminados, etc. Há um excesso de recall no mundo. Falta de qualidade? Falta de segurança?

Vídeo:
Mostra a comunicação do recall pela CPSF


Vídeo:
Mostra o kit de reparo para proteção da dobradiça

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quinta-feira, abril 03, 2008

Ministério da Justiça obriga a Volks a fazer recall do Fox

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, decidiu que a Volkswagen do Brasil terá de fazer um recall do modelo Fox, após denúncia de que o manuseio do banco traseiro teria machucado e até mutilado dedos de usuários.

Volkswagen
A empresa afirmou que vai acatar a determinação e que, dos oito consumidores feridos, já fez acordo com cinco.
Desde 2003, já produziu 820 mil unidades do veículo nas versões Fox, CrossFox e SpaceFox. No Brasil foram vendidos 477 mil veículos, e outros 343 mil foram exportados.

Decisão do recall
A decisão do DPDC foi tomada após reunião com representantes dos Ministérios Públicos de São Paulo, Santa Catarina e Bahia; e o Ministério Público Federal e Procon de São Paulo, na manhã da quarta-feira, 02 de abril, para definir as medidas necessárias à defesa do consumidor.

Anúncio do recall
A empresa deverá anunciar o recall nos próximos dias (ela tem prazo de dez dias para resolver como fazer) para todos os proprietários do modelo. O anúncio será feito por televisão, rádio e jornais, além de envio de correspondência a todos os proprietários de modelos Fox fabricados a partir de 2003, conforme prevê o artigo 10 do CDC (Código de Defesa do Consumidor).

Responsabilidade civil
O DPDC ressaltou que a medida não tem qualquer interferência nas ações ajuizadas de reparação de danos que já estão em trâmite ou que ainda podem ser ajuizadas.

Esclarecimento da Volks
A montadora informou que tem um site com informações detalhadas sobre a operação de ampliação do porta-malas do Fox e um telefone para esclarecimentos (0800 019 8866), disponível de segunda a sexta, das 8 às 22h, e aos sábados das 8 às 14 horas.
"A Volkswagen lamenta os acidentes que ocorreram na operação do banco traseiro e, mesmo antes de qualquer decisão oficial, vem buscando junto aos clientes envolvidos as melhores soluções para cada um dos casos registrados até o momento", afirma a empresa em comunicado.

Histórico

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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Vídeo mostra o rebatimento do banco traseiro do Fox

No site www.vwbr.com.br e no You Tube, a Volks disponibiliza um vídeo com o passo-a-passo para mover o banco traseiro do Fox.

Vídeo do modelo atual
http://www.youtube.com/watch?v=ZNt1phECdPY

Vídeo do modelo antigo
http://www.youtube.com/watch?v=sSUHs5YIUtA

Obs: Os vídeos foram retitados do You Tube

Novo vídeo


Vídeo mostra como funciona a operação de rebatimento do banco. O sistema é complicado, é típico do método alemão. O vídeo mostra um motorista, que tem uma boa estatura, forte, para fazer esse tipo de operação.
No vídeo você nota que ele tem facilidade pela estatura em acessar o porta-malas e empurrar o banco.
Imagina uma pessoa com estatura pequena, leve, para empurrar o banco. Muito provável ele apoiará uma das mãos no assoalho do carro próximo a operação de rebatimento. É aí que a pessoa entra na zona de perigo. É o sistema novo de operação, sem o anel.
O mais interessante no vídeo do modelo antigo, a Volks mostra a operação sendo feita pela porta da traseira do carro (que apresenta menor risco) e não pelo porta-malas (o manual do carro também indica)
Portanto, a Volkswagen tinha consciência dos riscos apresentados pelo rebatimento do banco nos modelos antigos do Fox e houve modificações nessa operação de rebatimento. ACCA

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terça-feira, fevereiro 12, 2008

Perigo oculto no banco traseiro do Fox

Em dezembro de 2004, Gustavo Funada estava com carrinho de supermercado carregado de compras e teve certeza que essas mercadorias não caberiam no pequeno porta-malas de seu Fox 2004.
Imagina numa situação em que você quer colocar rapidamente as compras no carro e aumentar o espaço do porta-malas. Era rebater os bancos traseiros.

"Não achei a alça e puxei a trava do encosto, ela prendeu meu dedo e o banco despencou, decepando o dedo da mão direita. Tudo numa fração de segundos", diz Gustavo. Após duas cirurgias e sessões de fisioterapia, ele ainda sofre com dores e tem dificuldade para segurar objetos.

Reclamação a Volkswagen
Ele procurou a empresa, que afirmou que o acidente havia sido causado por uso indevido do sistema. " Em nenhum lugar estava escrito que eu poderia perder o dedo. No começo achei que tinha sido ignorância da minha parte, mas comecei a procurar outros casos semelhantes e encontrei mais de 20" disse ele, que utilizou o site "Orkut" para entrar em contato com outros proprietários do Fox acidentados.

O rebatimento do banco é uma armadilha
Para aumentar o porta-malas, o processo é feito em duas partes. Primeiro deita-se o encosto e depois levanta-se o assento, que sai do assoalho e se dobra para frente, junto com o encosto, formando um pesado "sanduíche". O sistema é o mesmo no CrossFox e na SpaceFox.

Comportamento de risco
"Existe a situação que leva a um comportamento de risco", afirma Márcio Montesani, perito em acidentes automotivos do Núcleo de Perícias Técnicas de São Paulo e professor de perícia da Unicamp, que fez dois tipos de análise para elaborar um laudo técnico. Primeiro tentou rebater o banco inteiro seguindo as instruções do manual do proprietário e depois analisou o comportamento intuitivo de quem não tivesse seguido nenhuma recomendação. Nos dois casos, o usuário corre risco de se ferir, concluiu o laudo.

Manual orienta para uma situação potencialmente perigosa

Foto: O perigo está em o motorista encaixar o dedo na argola embaixo do banco

Tanto o manual quanto a etiqueta orientam a rebater o banco pelo porta-malas. É onde mora o perigo. Ele começa já na trava que prende o assento. A etiqueta induz o usuário a puxar uma barra de aço para destravar o banco, depois de ter rebatido o encosto. O problema é que essa barra tende a prender a mão depois que o assento se desprende.
E esse não é o único nem o maior problema. Após destravar o assento do assoalho, o duro é levantar e empurrar o pesado conjunto para frente, usando uma alça de náilon flexível. A dificuldade é ainda maior para os baixinhos, que têm de jogar o corpo todo para dentro do porta-malas para alcançar a alça. "Para não perder o equilíbrio, a pessoa terá o instinto de apoiar uma das mãos no assoalho do porta-malas", diz o perito. Nessa posição, segundo ele, são grandes as chances de o motorista se desequilibrar e o banco cair sobre a mão. As partes metálicas aumentam o risco de ferimento.
O perito não encontrou no manual um alerta sobre o perigo caso o banco retorne quando é rebatido pelo porta-malas - acesso recomendado tanto pela etiqueta quanto pelo manual. Para Montesani, essa orientação induz a riscos. O mais seguro seria rebater o banco pelas portas traseiras e não pelo porta-malas.

1-O manual do Volkswagen Fox orienta o proprietário a fazer o rebatimento do banco pela traseira do carro, com a porta do porta-malas aberta
2-O primeiro passo para rebater o banco é destravar o encosto. Para isso, basta puxar uma alça flexível que fica presa numa argola de metal
3-Acidentes ocorrem quando a pessoa, instintivamente, coloca o dedo na argola de metal. Destravado, o mecanismo puxa a argola com força, o que pode decepar a ponta do dedo

A partir de 2004, a Volkswagen alterou o manual
Acrescentando uma ilustração em que o motorista aparece baixando o banco por uma das portas traseiras. Porém ainda não há recomendação escrita que enfatize isso. A fábrica não explica o que motivou essa alteração, só divulgou que os manuais passam por revisões periódicas para aperfeiçoar as informações. Mas o perito critica que até o manual mais novo continua sem alertas para o risco de se prender a mão sob o banco.

Registros de acidentes
No total, há relatos de 22 pessoas machucadas no País, que nos últimos três anos tiveram de unhas e peles arrancadas a esmagamentos e dedos decepados.
A montadora reconheceu apenas oito casos (em que clientes tiveram a mão mutilada), que "ocorreram durante operações que não seguiam as indicações do Manual do Proprietário, e em situações diversas, sem um padrão entre elas".

Testemunhas
1-"Existe uma guilhotina dentro do Fox. Segui a explicação da etiqueta e amassei meus dedos." Antônio Edison Félix de Sousa, Goiânia (GO).
2-"A trava de aço me pegou igual a uma ratoeira. Meu dedo ficou esmagado no assoalho e minha unha ficou roxa.", Márcio Gorodicht, São Paulo (SP).
3-"Fiquei 10 minutos com a mão presa. Precisei pedir ajuda. Ela ficou anestesiada por uma hora e os dedos, 15 dias amassados." Silvio Marques, Pouso Alegre (MG).
4- Antônio Edison de Sousa, de Goiânia (GO), teve três dedos amassados e passou por cirurgia de reconstituição. "Segui a etiqueta. Enfiei a mão lá, como mostra a figura, e puxei a barra. Meus dedos ficaram presos e depois o assento caiu. Meus dedos saíram pendurados", diz ele, que rebatia o banco pela primeira vez.

Notificação de órgãos de defesa do consumidor
A Volkswagen foi notificada em 7 de fevereiro de 2008, pelos dois principais órgãos de defesa do consumidor do país, o Procon e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a prestar esclarecimentos sobre os acidentes com o porta-malas do modelo Fox.

Alegação do fabricante
A Volks alega que, além do manual do proprietário, há instruções coladas na parte traseira do encosto do banco em duas versões. Uma reproduz um passo-a-passo ilustrado sobre como proceder ao realizar o rebatimento do banco para aumentar ou diminuir o espaço do porta-malas. A outra alerta para que a operação seja feita só após a consulta ao manual devido ao risco de acidente.

Volks fornece anel de borracha para evitar acidentes com o Fox
A instalação de um anel de borracha é a solução escolhida pela Volkswagen para acabar com o problema envolvendo o rebatimento do banco traseiro do Fox. A fábrica disponibiliza a partir do dia 11 de fevereiro, na sua rede de concessionárias a instalação do anel de borracha envolvendo a argola - na qual muitos proprietários se machucaram gravemente ao rebater o banco. O anel de travamento de borracha será instalado no cabo de tração para destravamento do encosto do banco traseiro, cobrindo totalmente a argola de metal que fixa esse cabo.
De acordo com a fábrica, o anel será instalado apenas nos modelos com banco traseiro com ajuste longitudinal (ARS), nos quais o encosto é destravado com a ajuda da cinta.
Nos bancos que são destravados por meio de dois pinos localizados nas partes superiores direita e esquerda do encosto, a argola e a cinta não existem.

Fontes: Quatro Rodas - Outubro 2006, Agencia Estado – 7 de fevereiro de 2008, Zero Hora Online – 07 de fevereiro de 2008 e G1-São Paulo – 11 de fevereiro de 2008

Comentário
Na realidade qualquer projeto, a empresa tem de projetar um dispositivo de operação do banco que impeça que o consumidor possa efetuar uma operação contrária a um procedimento julgado seguro pela empresa.
Segundo Wisner, a ergonomia é um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto e eficácia. E podemos dizer com segurança. E não devemos esquecer da antropometria, medidas físicas do corpo humano, aplicadas no dimensionamento do espaço de trabalho (operação a ser executada).

Princípios básicos de um projeto, que devemos levar em consideração;
■ Uso Eqüitativo: o projeto é utilizável por pessoas com habilidades diversas.
■ Uso flexível: O projeto acomoda uma ampla faixa de preferências e habilidades.
■ Uso simples e intuitivo: O projeto é fácil de ser compreendido e independe da experiência, conhecimento, habilidades de linguagem, ou nível de concentração do usuário.
■ Informação de fácil percepção: O projeto comunica a informação necessária para o usuário, independente de suas habilidades ou das condições do ambiente.
■ Tolerância ao erro: O projeto minimiza riscos e conseqüências adversas de ações acidentais ou não intencionais.
■ Baixo esforço físico: O projeto pode ser usado eficientemente, confortavelmente e com o mínimo de fadiga/esforço.
■ Dimensão e espaço para aproximação e uso: Prover dimensão e espaço apropriados para o acesso, o alcance, a manipulação e o uso independente do tamanho do corpo, da postura ou mobilidade do usuário. (fonte: Engo Márcio Montesani)

O perfil do consumidor é amplo em relação a uma simples operação de montagem e desmontagem que envolve; habilidade, concentração, esforço, procedimento que o consumidor julga seguro, mas torna-se a operação perigosa (é a falta de percepção do perigo).

Quando houve a primeiro caso de acidente a Volkswagen já deveria te analisado o problema e aceito a reclamação, pois o registro de acidente é um fato real e a prevenção de riscos já deveria ser acionado para analisar o que há de errado na operação de rebatimento do banco que o fabricante julga seguro, mas para alguns consumidores torna-se inseguro. Na essência para que um dispositivo possa ser considerado seguro, o fabricante deve criar barreiras ( não deixar opção de procedimento) para que possa direcionar o consumidor para fazer uma operação correta.

No caso em questão temos uma alça grande e também um anel grande fazendo um conjunto em que o fabricante julga que o consumidor utilizaria apenas a alça e deixando aberto o acesso ao anel para que o consumidor possa colocar o dedo. A Volkswagen poderia ter analisado durante a fase de projeto, o risco mais grave da operação que seria; o consumidor poderia segurar a alça com uma mão e a outra poderia colocar o dedo no anel.

Acessando o site da Volkswagen em um dos tópicos sobre cliente, ela diz: “Colocamos as expectativas dos nossos clientes externos e internos no ponto central da nossa atuação. O nosso sucesso é medido através da satisfação dos clientes com os nossos produtos e serviços, e da sua fidelidade em relação à empresa”. É o famoso marketing do “botox”, só cuida da aparência. O primeiro acidente ocorreu em 2004, até agora não foi solucionado.
Devemos lembrar, por mais ridícula que possa ser a reclamação do consumidor, ela sempre deve ser levada em consideração, pois pode ser que uma grande incidente ou inovação esteja por trás dessa operação. A Volkswagen entende que o óbvio para ela na operação de rebatimento do banco é o óbvio para o consumidor, mas nem sempre é essa solução e os fatos não importam, quanto são inadmissíveis , são ainda os fatos. Por detrás de um pequeno defeito estará sempre um risco latente.

O mais interessante sobre essa controvérsia é o esclarecimento dado pelo presidente da Volkswagen do Brasil na TV Globo, durante o Jornal Nacional do dia 8 de fevereiro, explicando que o cliente fez um procedimento em desacordo com a manual, portanto, não existe recall. Com esse principio o consumidor que não obedecer o manual, para o presidente da Volkswagen não existe recall, contrariando o código de defesa do consumidor que especifica que o fabricante deve colocar no mercado um produto seguro após analisado todos os possíveis riscos inerentes ao produto. Imagina uma criança brincando no porta-malas com o dispositivo de rebatimento do banco visível e fácil acesso para manuseá-lo.
Em qualquer situação a Volks alerta que o proprietário deve ler o manual para efetuar a operação. Imagina você em um local com pouca luminosidade necessita da ampliação do porta-malas e deve ler o manual, para que o banco não se transforme numa guilhotina ou numa ratoeira para prender ou decepar dedos, mãos, etc. É uma operação de guerra.

Agora a Volkswagem emite um comunicado que vai colocar uma peça extra no banco do automóvel Fox para evitar acidentes aos usuários. O procedimento começa a ser feito imediatamente, sem custos para o proprietário do veículo, na rede de concessionários da marca. O anel de borracha foi a solução encontrada pela Voklswagen. A solução parece paliativa. Qual é a durabilidade de um anel de borracha? No Brasil a vida útil de um carro em circulação é muito alto.
É o jeitinho alemão com influência brasileira para não reconhecer defeito no projeto de rebatimento do banco e a convocação do recall. O jeitinho alemão parece que é, mas não é recall.

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quinta-feira, janeiro 17, 2008

Recall de milhões de baterias de notebooks por risco de superaquecimento

Como subsidio ao artigo anterior “Simulação real de incêndio em bateria de notebook” publico algumas informações veiculadas em jornais sobre defeitos de baterias que alguns fabricantes foram obrigados a efetuar o recall, conforme exigência da Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor dos Estados Unidos.

"No caso do notebook, devemos lembrar que esse micro é carregado para casa, para o trabalho, para o cliente, e terceiros podem sofrer com uma explosão. O excesso de recall também nos deixa "preocupado". Será que há outros produtos que também têm defeitos graves? E sobre os quais não houve recall? O recall é um grande alerta de que há falhas no processo produtivo ou falta de segurança do produto". Maria Inês Dolci


Em 15 de agosto de 2006, a fabricante de PCs Dell anunciou o maior recall da história da indústria eletrônica para trocar baterias de 4,1 milhões de notebooks por riscos de superaquecimento.
As baterias de íon de lítio em substituição estão instaladas em 2,7 milhões de laptops vendidos nos Estados Unidos e 1,4 milhão no resto do mundo entre abril de 2004 e 18 de julho deste ano, segundo a companhia.
A Dell Brasil afirmou que o recall atingirá o Brasil, sem, porém, pontuar quantas baterias serão afetadas no mercado nacional.

Mesmo notebooks comprados em outros países, grande dor de cabeça de usuários que se aventuram em adquirir produtos fora do Brasil, terão suas baterias trocadas pela assistência técnica da fabricante.
"Sob raras condições, é possível que estas baterias se aqueçam, o que pode causar o risco de incêndio", disse a Dell em um anúncio.
A Dell afirmou estar cooperando com a Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor dos Estados Unidos (do inglês, CPSC. Consumer Product Safety Commission) na condução do recall. A agência federal descreveu o evento como o maior recall da história da indústria de eletrônicos, de acordo com um anúncio do órgão.

Incidentes com laptops
A fabricante norte-americana foi informada de seis incidentes em que laptops se aqueceram demais e causaram incêndios desde dezembro de 2005, sem vítimas envolvidas nos casos, segundo informais dos jornais Wall Street Journal e o New York Times . A Dell revelou que o superaquecimento foi causado por um defeito de fabricação nas baterias feitas pela Sony no Japão.
De acordo com o site da CPSC, baterias de íon de lítio foram citadas em recalls de outros laptops, incluindo modelos da HP e da Apple, ambas instaladas na Califórnia.
A Dell fez outros recalls voluntários em 22 mil baterias de notebooks em dezembro de 2005, 284 mil em 2001 e 27 mil em 2000, de acordo com a organização.
Fonte: IDG Now - 15 de agosto de 2006

Notebook Lenovo pega fogo

Em 24 de setembro de 2006, um computador portátil da fabricante japonesa pegou fogo no aeroporto de Los Angeles, nos EUA.
A causa do acidente pode estar na bateria, fabricada pela Sony. Em agosto de 2006, a Dell e a Apple ordenaram recall de seus produtos para trocar quase 6 milhões de baterias da Sony, que corriam o risco de superaquecer e pegar fogo.
A Sony disse que investigará o novo incidente para verificar se a causa foi mesmo a bateria.
Fonte: Folha de São Paulo - quarta-feira, 27 de setembro de 2006

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segunda-feira, dezembro 17, 2007

Renault faz recall do Logan - Risco é fatal

A Renault do Brasil está convocando os proprietários do sedã Logan fabricados até o início de novembro deste ano para verificação e eventual substituição das rótulas axiais da caixa de direção. Em texto publicado nos jornais desta segunda (17 de dezembro de 2007), a montadora alerta (e admite): "As peças [defeituosas] podem causar ruído e possível desacoplamento do sistema de direção do veículo, o que, eventualmente, pode ocasionar acidentes com ferimentos graves ou fatais". De acordo com a fábrica, a convocação inclui 10.534 unidades do Logan vendidas no Brasil. É o segundo recall do modelo.

Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o sedã da Renault fechou o mês de novembro com 10.808 unidades vendidas.

Ou seja, praticamente todos os carros (ou, seguindo esses números, 97,5% deles) que estão rodando no Brasil precisarão ser checados pela fábrica. O Logan é o atual campeão de vendas da Renault no país. Recentemente, foi lançado o Sandero, derivado da mesma plataforma do sedã.

Além da convocação pela mídia, a Renault enviará aos proprietários uma comunicação direta da empresa, convidando-os a comparecer a uma concessionária da marca. O serviço é feito gratuitamente.

A Renault oferece, para mais informações, o telefone e o e-mail do Serviço de Atendimento ao Cliente: 0800-0555615 (ligação gratuita) e atendimento@renaultsac.com.br.

Fonte: UOL Ultimas Noticias – 17 de dezembro de 2007

Comentário:
Com a entrada em vigor, em 1990, do Código do Consumidor, a relação entre montadoras e proprietários de veículos mudou. Muitos passaram a ser chamados para comparecer à concessionária, a fim de checar eventuais problemas, que poderiam comprometer a segurança do veículo. É o chamado “recall” (recolhimento por parte do fabricante de produtos defeituosos para conserto).

O recall deve ser feito por meio de anúncios na imprensa (jornais, revistas ou emissoras de televisão).

Através desse “recall”, as montadoras previnem problemas, desgaste da imagem do produto e da empresa e, principalmente, ações judiciais.

Os recalls são, quase sempre, de problemas que podem colocar o proprietário em risco. São defeitos; no air bags, cintos de segurança, parafusos, caixas de direção, freios, carros que pegam fogo sozinhos, etc.

Por que está acontecendo tanto recall?

Imagem que as montadoras vendem ao consumidor: carro perfeito, alto índice de segurança e qualidade.

Mas isso não acontece na prática, pois o “recall” dos veículos desde 2000 a 2007, perfaz 3.754.280, (fonte site Estrada) para uma produção de veículos para o mercado interno, para o mesmo período de 2000 a 2007 de 13.426.312 (fonte: Anfavea ). A participação do recall na venda de veículos no mercado interno atinge 27,96%.

Para as montadoras que vendem a imagem de um produto confiável, seguro e com qualidade a porcentagem de recall na produção de veículos é muito elevado.

Podemos indagar sobre a qualidade dos veículos nacionais? As empresas utilizam tantos programas de gestão em toda cadeia produtiva do produto, mas o resultado obtido não é transformado em sucesso, pois os veículos saem das fábricas com tantos defeitos.

As montadoras e Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) deveriam ter um banco de dados de todos recalls existentes para que o consumidor possa pesquisar e obter informação sobre a segurança de determinado carro.

Por exemplo, caso de um proprietário que tem um carro no recall, mas vendeu antes do conhecimento dessa convocação, como outro proprietário teria conhecimento desse recall ?

Para quem vai comprar um carro usado é fundamental saber se o veículo foi objeto de recall e se o proprietário tomou as providências necessárias.

Mas algumas montadoras alegam que esse tipo de informação é de interesse exclusivo do proprietário do veículo. Mas quem seria o responsável do veículo, o primeiro ou o segundo proprietário?

Nos últimos anos somente 50% dos proprietários convocados compareceram às concessionárias para os reparos necessários nos veículos.

Quantos carros que trafegam nas cidades e estradas que necessitam de recalls, mas os proprietários não os fazem ou por falta de conhecimento, podem estar envolvidos em acidentes em que as montadoras desconhecem a existência desses acidentes, ocorridos em função de defeitos nos veículos convocados para recall?

Recalls não comunicados
Um motorista que perde a direção do carro e bate numa carreta, poderá ser considerado imprudente ou até acusado de ter dormido ao volante? Mas sem uma perícia adequada, fica difícil comprovar a verdadeira causa, principalmente quando o veículo é novo e foi objeto de recall.
O Instituto de Criminalística de São Paulo, por exemplo, não é informado dos recalls realizados pelas montadoras. Caso o perito tivesse essa informação, facilitaria muito a investigação. As Polícias Rodoviárias também não são informadas. Muito menos a Justiça e as Seguradoras, em casos de acidentes.

Prazo médio para substituição
O prazo médio dado pelas montadoras para a substituição da peça é de seis meses. Esse tempo, na verdade, deve ser indeterminado, já que o Código de Defesa do Consumidor obriga o fornecedor a fazer a convocação dos proprietários, mas não fixa o prazo para que se apresentem nem o prazo para que a convocação vença. No entender do Procon-SP, se o produto que oferece perigo continua no mercado, o fornecedor deve se responsabilizar por ele independentemente de prazo.

O que diz o Código do consumidor
Muitas empresas afirmam que deixam de ter responsabilidade pelo conserto 180 dias depois de ele ter sido realizado, o que é ilegal. Diz o Código de Defesa do Consumidor: "Art. 27: Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção 2 deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria."
Fonte: Site Estrada, Folha Online

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