Carro com piloto automático faz sua primeira vítima
Modelo Tesla Model S
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A inteligência artificial aplicada em veículos fez sua
primeira vítima, Joshua Brown, proprietário de um carro Tesla Model S, perdeu
a vida quando seu carro acabou embaixo de uma carreta em uma estrada da
Flórida. Segundo o registro oficial os fatos aconteceram em 7 de maio de 2016 às 15h40, horário local.
COMO ACONTECEU O ACIDENTE
O veículo estava no modo semiautônomo ou
"Autopilot", em que o carro dirige sozinho dentro de algumas
restrições.
O acidente com o Model S aconteceu em uma rodovia em Williston,
Flórida, e os sensores do carro não
perceberam que uma carreta virou à esquerda à sua frente, em um cruzamento. O carro
acabou entrando embaixo do caminhão e o teto foi arrancado e continuou se
arrastando até sair da pista e bater em uma cerca. O motorista morreu na hora.
O condutor do caminhão não se machucou.
O QUE É O AUTOPILOT
Em sistemas como o 'Autopilot' da Tesla, o carro assume o
controle sob certos limites e regras, como a de que o motorista deve manter a
mãos no veículo, para reassumir o controle a qualquer momento, se necessário.
Essa tecnologia, chamada de semiautônoma, seria um passo
anterior à autonomia total, que é quando o carro terá controle completo durante
toda a jornada, dispensando a atenção do motorista. Carros totalmente autônomos
só existem em testes, mas ainda não são vendidos em nenhum lugar do mundo.
Segundo a Tesla, o "Autopilot" também está em fase
de testes e os motoristas são avisados disso.
POR QUE CARRO SEMIAUTÔNOMO DA TESLA SE ACIDENTOU?
Morte de motorista num acidente envolvendo piloto automático
indica fraquezas desse tipo de veículo.
■ Quais sensores estavam instalados no acidentado Tesla S?
O veículo dispõe tanto de um radar como de sensores óticos.
O radar detecta objetos refletores, tais como metal, pedras e asfalto. As
câmeras óticas identificam as áreas ao redor do carro como uma nuvem de pixels.
A partir do movimento dos pontos, os sensores calculam se pedestres ou outros
veículos invadem o caminho previamente traçado pelo sistema.
■ O que se sabe sobre o acidente?
Sabe-se que o piloto automático estava ativado e que um
grande caminhão entrou na via, após virar num cruzamento. O Tesla S colidiu com
a carreta, provavelmente sem frear. A montadora disse que as condições de iluminação
eram incomuns: a carreta do caminhão tinha uma lateral branca, que pouco se
destacava de um céu claro e sem nuvens.
■Por que os sensores não detectaram o caminhão?
Nesta fase, podem ser dadas apenas respostas especulativas.
Em qualquer caso, os dois sistemas de sensores precisam ser analisados
separadamente. É possível que os sensores óticos não tenham reconhecido o
caminhão, porque este não se destacou do fundo também claro – a distinção entre
céu e lateral da carreta.
Por que o radar não detectou nada é mais difícil de
responder: possivelmente, o meio da carreta estava demasiadamente elevado para
ser detectado pelos sensores de radar montados no para‑choque do Tesla.
■Por que o motorista não freou?
Isso, com certeza, ninguém saberá dizer. A Tesla adverte que
os motoristas devem se dedicar integralmente ao tráfego, mesmo quando usam o
piloto automático. Quando o motorista retira as mãos do volante, surge uma
mensagem de aviso, e o carro reduz a velocidade gradualmente até que o
motorista recoloque as mãos no volante outra vez.
O software do piloto automático ainda é uma versão beta. Em
softwares de computadores, tais versões são oferecidas a clientes para colher
experiências e feedback antes de a versão final ser lançada. Críticos têm
observado que isso talvez não devesse ser aplicado em casos de tecnologias tão sensíveis.
■Quais os pontos fracos de sensores óticos?
Sensores óticos têm várias tarefas em carros autônomos: eles
devem reconhecer sinais de trânsito e semáforos, pedestres, crianças, animais e
ciclistas. Mas eles podem falhar com fraca visibilidade. Assim como seres
humanos, os sensores óticos também podem ser "cegados" por luz
contrária.
Além disso, neblina, neve, chuva pesada e escuridão podem
fazer com que os sensores não detectem tudo corretamente. O mesmo vale para
ventos fortes próximos as árvores durante o outono, época em que as folhas
estão secas e caindo.
Além de sensores de câmera, existe a possibilidade de fazer
uma varredura da área circundante do veículo com um scanner a laser rotativo.
Porém, esses equipamentos raramente são instalados em veículos no mercado.
■Quais os pontos fracos de sensores de radar?
Sensores de radar detectam principalmente outros veículos e
superfícies duras. Eles também têm sua percepção prejudicada por chuva,
nevoeiro e neve, mas não por luz contrária. Por outro lado, cursos de estradas
curvilíneos e montanhosos podem gerar análises incorretas.
Por exemplo, quando um carro autônomo trafega por uma via
descendente ou ascendente, o asfalto pode refletir o sinal do radar. O sistema
então pensa "há um veículo à frente" e reduz a velocidade – mesmo se
a estrada estiver completamente livre.
O radar também tem dificuldades para avaliar o tráfego
contrário de caminhões numa estrada estreita. O pouco espaço é suficiente para
o sistema inicializar uma frenagem brusca.
■Quais as fraquezas do sistema central do veículo autônomo?
O mais complicado na condução autônoma é a programação
inteligente do cérebro do veículo. Quando ele deve tomar a decisão de frear ou
desviar? Nas rodovias, que são largas, aonde todos vão somente numa direção e a
atenção está praticamente voltada somente para carros, caminhões e
motocicletas, ainda é relativamente fácil. No tráfego da cidade ou em estradas
arborizadas, no entanto, já em bem diferente.
Erros típicos ocorrem, por exemplo, quando há tráfego em
sentido contrário: se um carro entra numa faixa para dobrar à esquerda, e isso
numa via sinuosa, o carro autônomo poder dar início a uma frenagem. O mesmo
pode ocorrer quando outro veículo está estacionado na rua, mas ainda há espaço
suficiente para passar. Dependendo da situação, o carro autônomo pode
simplesmente frear também. Fonte: Deutsche Welle – 02.07.2016
Comentário: Não devemos esquecer que a falha sempre
acompanha a tecnologia. Não existe tecnologia cem por cento segura.
Tecnologias em modelos produzidos em série
■ Detecta e alerta sobre mudança intencional de faixa,
sinais de sono, pneu com baixa pressão, ponto cego, etc.
■ Ensina a dirigir de forma mais econômica, com alertas
sobre troca de marcha e consumo.
■ Protege os ocupantes quando é necessário inflar os airbags.
■ Aciona farol, limpador de para brisa e escurece o
retrovisor interno, quando há necessidade.
■ Freia automaticamente para evitar colisão com o carro da
frente, em velocidades limitadas
■ Ajuda a retornar a faixa, caso o motorista não reaja ao
alerta de que está saindo dela.
■ Mantém velocidade pré-selecionada (controle de cruzeiro ou
piloto automático)
■ Altera a suspensão ao ler curvas ou obstáculos adiante na
via, para dar conforto
■ Estaciona sozinho ou deixa para o motorista controlar só
pedais e o cambio
■Liga para o resgate, se perceber que o motorista não reagiu
após uma colisão
■ Dirige sozinho, seguindo o carro da frente, em velocidade
baixa, mas é preciso manter as mãos no
volante Fonte: G1- 30/06/2016
Marcadores: Tecnologia, transito, transporte
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