Incêndio atinge armazém de açúcar no Porto de Santos
Um
incêndio de grandes proporções atingiu armazéns do terminal açucareiro da
empresa Rumo Logística, do Grupo Cosan, na tarde de domingo, 3 de agosto de
2014, no Porto de Santos. O fogo começou por volta das 16h30 e a fumaça podia
ser avistada de alguns bairros próximos ao local.
INÍCIO
As chamas
começaram por volta das 15h30 no Armazém V ( externo), cuja esteira conduziu as
labaredas para o Armazém X. O fogo se alastrou, o que levou à retirada do navio
que estava atracado no terminal e ao rescaldo dos armazéns próximos.
Por volta das 17h40, a esteira que
transportava açúcar entre os armazéns V e X externos cedeu devido aos danos
causados pelas chamas. O Armazém X está completamente comprometido.
CAUSA
PROVÁVEL
De acordo
com a Guarda Portuária, a causa do incêndio pode ter sido um superaquecimento
nas esteiras devido ao forte calor. Entre 13 e 14 horas, a Base Aérea de Santos
registrou 34º. Uma possível falha mecânica também não está descartada.
DESTRUIÇÃO
DO ARMAZÉM E PREJUÍZOS
A
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade do Porto de
Santos) e a Cosan confirmaram a destruição do Armazém X no terminal 19 , da
esteira que o liga ao Armazém V e um dos
equipamentos para carregar açúcar nos navios, chamado de shiploader, conectado
ao armazém foi inutilizado e o outro foi danificado,.O alcance dos danos e quanto o incêndio afetou as operações do
terminal devem ser determinados apenas nos próximos dias.
O armazém
tinha capacidade para armazenar 18 mil toneladas do produto, segundo a Cosan,
que opera em Santos por meio de sua divisão de logística, a Rumo. A capacidade
total dos armazéns da empresa no porto paulista é de 500 mil toneladas.
O volume
perdido de açúcar, de 15 mil toneladas, é equivalente a um terço da capacidade
de um navio dos que atracam usualmente em Santos.
A Cosan,
maior produtora de açúcar do Brasil, ressaltou em nota que o terminal 16
permanece operacional, não tendo sido atingido pelo fogo. A empresa não
informou, no entanto, o impacto do incêndio para sua capacidade de recebimento
e embarque de açúcar.
Os danos
no terminal da Rumo, que pode exportar 12 milhões de toneladas anualmente, têm
menor potencial de causar preocupação ao mercado.
VÍTIMAS
Segundo a
empresa, cerca de 100funcionários trabalhavam no local no momento do incêndio.
Não houve feridos.
DIFICULDADE
NO COMBATE AO FOGO
Quando
grandes estoques de açúcar pegam fogo, pode ser difícil debelar as chamas
rapidamente. À medida que queima, o produto cria uma camada externa rígida que
dificulta a penetração da água e de outros produtos químicos usados no combate
ao fogo.
CORPO DE
BOMBEIROS E BRIGADAS
O
incêndio mobilizou viaturas do Corpo de
Bombeiros, Polícia Militar e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Equipes da Guarda Portuária e do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) também
comparecem ao local.
Outros
terminais portuários, como a BTP e a Copersucar (vizinha às instalações da
Cosan), enviaram suas brigadas de incêndio para auxiliar as equipes que
tentavam controlar o incêndio.
CONTROLE
DO INCÊNDIO
Quase 24h
depois, o incêndio foi extinto pelos
bombeiros. O Centro de Operações do
Corpo de Bombeiros (Cobom) confirmou que os trabalhos de rescaldo nos armazéns
atingidos foram finalizados na tarde de segunda-feira, 4 de agosto de 2014.
O
incêndio foi controlado no Armazém X, mas o processo de rescaldo (resfriamento)
continua nos galpões próximos. Não há previsão para o término do trabalho.
PERÍCIA E
INVESTIGAÇÃO
Na
quinta-feira, 7 de agosto, os peritos do Instituto de Criminalística e a
delegada Juliana Buck, da Delegacia do Porto, foram ao armazém 10
para avaliação.
Os
peritos avaliaram o armazém 10 e todo o entorno do local onde aconteceu o
incêndio. Eles coletaram dados para o início das investigações que será
realizada pela Delegacia do Porto. Os peritos continuarão realizando visitas no
armazém atingido nos próximos dias.
Funcionários
e testemunhas do incêndio começarão a ser ouvidos pela delegada Juliana Buck,
nos próximos dias. Segundo a delegada, o chefe da segurança, a guarda
patrimonial e o chefe de manutenção serão algumas das pessoas que prestarão
depoimento. Além disso, integrantes da brigada de incêndio particular e do
Corpo de Bombeiros também darão sua versão sobre o caso.
A
delegada diz que o objetivo inicial é confirmar onde começou o fogo. Precisamos
fazer a constatação. A princípio foi um aquecimento em uma das esteiras do
armazém 10, mas precisa de um trabalho pericial, através da planta do armazém,
manual dos equipamentos, tem sensores que foram trocados pela manutenção. Mesmo
assim, a delegada afirma que, provavelmente, o que provocou o incêndio foi um
aquecimento no local. “Sobe a temperatura, o produto combustível, que é o
açúcar, ocasionou esse problema”, disse ela.
Depois de
confirmar o foco inicial do incêndio, a delegada pretende apurar quais as
medidas foram tomadas pela empresa para evitar esse tipo de acidente e chegar
aos responsáveis pelo incêndio.
O
TERMINAL OPERA PARCIALMENTE
A Rumo,
empresa logística da Cosan, informou que o terminal opera parcialmente e as
equipes trabalham na retirada do residual do incêndio. A companhia reforça que
os trabalhos, para que tudo seja normalizado o mais rápido possível, são
ininterruptos. A rotina do Terminal 19, do Porto de Santos, será normalizada
até o dia 09 de agosto, condicionada a liberação da Codesp. Já o Terminal 16
está operando normalmente.
Fontes: @ZR; G1 Santos-03 a 12/08/2014; A Tribuna
- 03 de Agosto de 2014; Estadão-04
Agosto 2014
Comentário:
Segundo a OSHA, as principais causas de incêndios e explosões provocadas por
esteiras transportadoras são;
■
permitir quantidade considerável de pó combustível sejam criadas continuadamente e distribuídas ao longo da esteira, esperando
que qualquer uma de muitas possíveis fontes de ignição,
■ não
prevê o reparo e a restauração de uma falha demorada do sistema,
■ não há
uma programa de manutenção preventiva efetivo nos sistemas de correia transportadora e de controle de pó.
■ falta
de uma política de conscientização da
importância de manter o local limpo
Esteiras
transportadoras requerem monitoramento e manutenção constantes.
■ Sempre
realize inspeções periódicas e detalhadas nas esteiras;
■ Sempre
substitua, o mais rápido possível, os roletes desgastados ou danificados;
■ Sempre
investigue o odor de borracha queimada proveniente das esteiras;
■ Sempre
elimine fontes potenciais de incêndio tais como rolamentos superaquecidos e
desalinhamento das esteiras;
■ Sempre
remova pós e outros materiais acumulados nos componentes das esteiras;
■ Sempre
sinalize claramente os locais da rede de hidrantes ao longo das esteiras;
■ Sempre
esteja certo que os hidrantes ao longo das esteiras estejam abrigados, limpos e
que as mangueiras de incêndio estejam adequadamente enroladas.
Vídeo
Marcadores: incêndio
