Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quinta-feira, julho 30, 2015

Incêndio atinge armazém de açúcar no Porto de Santos

Um incêndio de grandes proporções atingiu armazéns do terminal açucareiro da empresa Rumo Logística, do Grupo Cosan, na tarde de domingo, 3 de agosto de 2014, no Porto de Santos. O fogo começou por volta das 16h30 e a fumaça podia ser avistada de alguns bairros próximos ao local.

INÍCIO
As chamas começaram por volta das 15h30 no Armazém V ( externo), cuja esteira conduziu as labaredas para o Armazém X. O fogo se alastrou, o que levou à retirada do navio que estava atracado no terminal e ao rescaldo dos armazéns próximos. 
 Por volta das 17h40, a esteira que transportava açúcar entre os armazéns V e X externos cedeu devido aos danos causados pelas chamas. O Armazém X está completamente comprometido.

CAUSA PROVÁVEL
De acordo com a Guarda Portuária, a causa do incêndio pode ter sido um superaquecimento nas esteiras devido ao forte calor. Entre 13 e 14 horas, a Base Aérea de Santos registrou 34º. Uma possível falha mecânica também não está descartada.

DESTRUIÇÃO DO ARMAZÉM E PREJUÍZOS
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade do Porto de Santos) e a Cosan confirmaram a destruição do Armazém X no terminal 19 , da esteira que o liga ao Armazém V  e um dos equipamentos para carregar açúcar nos navios, chamado de shiploader, conectado ao armazém foi inutilizado e o outro foi danificado,.O alcance dos danos e  quanto o incêndio afetou as operações do terminal devem ser determinados apenas nos próximos dias.
O armazém tinha capacidade para armazenar 18 mil toneladas do produto, segundo a Cosan, que opera em Santos por meio de sua divisão de logística, a Rumo. A capacidade total dos armazéns da empresa no porto paulista é de 500 mil toneladas.
O volume perdido de açúcar, de 15 mil toneladas, é equivalente a um terço da capacidade de um navio dos que atracam usualmente em Santos.
A Cosan, maior produtora de açúcar do Brasil, ressaltou em nota que o terminal 16 permanece operacional, não tendo sido atingido pelo fogo. A empresa não informou, no entanto, o impacto do incêndio para sua capacidade de recebimento e embarque de açúcar.
Os danos no terminal da Rumo, que pode exportar 12 milhões de toneladas anualmente, têm menor potencial de causar preocupação ao mercado.

VÍTIMAS
Segundo a empresa, cerca de 100funcionários trabalhavam no local no momento do incêndio. Não houve feridos.

DIFICULDADE NO COMBATE AO FOGO
Quando grandes estoques de açúcar pegam fogo, pode ser difícil debelar as chamas rapidamente. À medida que queima, o produto cria uma camada externa rígida que dificulta a penetração da água e de outros produtos químicos usados no combate ao fogo.

CORPO DE BOMBEIROS  E BRIGADAS
O incêndio  mobilizou viaturas do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Equipes da Guarda Portuária e do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) também comparecem ao local. 
Outros terminais portuários, como a BTP e a Copersucar (vizinha às instalações da Cosan), enviaram suas brigadas de incêndio para auxiliar as equipes que tentavam controlar o incêndio.

CONTROLE DO INCÊNDIO
Quase 24h depois,  o incêndio foi extinto pelos bombeiros.  O Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (Cobom) confirmou que os trabalhos de rescaldo nos armazéns atingidos foram finalizados na tarde de segunda-feira, 4 de agosto de 2014.
O incêndio foi controlado no Armazém X, mas o processo de rescaldo (resfriamento) continua nos galpões próximos. Não há previsão para o término do trabalho.

PERÍCIA E INVESTIGAÇÃO
Na quinta-feira, 7 de agosto, os peritos do Instituto de Criminalística e a delegada Juliana Buck, da Delegacia do Porto, foram  ao armazém 10  para avaliação.
Os peritos avaliaram o armazém 10 e todo o entorno do local onde aconteceu o incêndio. Eles coletaram dados para o início das investigações que será realizada pela Delegacia do Porto. Os peritos continuarão realizando visitas no armazém atingido nos próximos dias.
Funcionários e testemunhas do incêndio começarão a ser ouvidos pela delegada Juliana Buck, nos próximos dias. Segundo a delegada, o chefe da segurança, a guarda patrimonial e o chefe de manutenção serão algumas das pessoas que prestarão depoimento. Além disso, integrantes da brigada de incêndio particular e do Corpo de Bombeiros também darão sua versão sobre o caso.
A delegada diz que o objetivo inicial é confirmar onde começou o fogo. Precisamos fazer a constatação. A princípio foi um aquecimento em uma das esteiras do armazém 10, mas precisa de um trabalho pericial, através da planta do armazém, manual dos equipamentos, tem sensores que foram trocados pela manutenção. Mesmo assim, a delegada afirma que, provavelmente, o que provocou o incêndio foi um aquecimento no local. “Sobe a temperatura, o produto combustível, que é o açúcar, ocasionou esse problema”, disse ela.
Depois de confirmar o foco inicial do incêndio, a delegada pretende apurar quais as medidas foram tomadas pela empresa para evitar esse tipo de acidente e chegar aos responsáveis pelo incêndio.

O TERMINAL OPERA PARCIALMENTE
A Rumo, empresa logística da Cosan, informou que o terminal opera parcialmente e as equipes trabalham na retirada do residual do incêndio. A companhia reforça que os trabalhos, para que tudo seja normalizado o mais rápido possível, são ininterruptos. A rotina do Terminal 19, do Porto de Santos, será normalizada até o dia 09 de agosto, condicionada a liberação da Codesp. Já o Terminal 16 está operando normalmente.
Fontes: @ZR; G1 Santos-03 a 12/08/2014;  A Tribuna - 03 de Agosto de 2014;  Estadão-04 Agosto 2014 

Comentário: Segundo a OSHA, as principais causas de incêndios e explosões provocadas por esteiras transportadoras são;
■ permitir quantidade considerável de pó combustível  sejam criadas continuadamente  e distribuídas ao longo da esteira, esperando que qualquer uma de muitas possíveis fontes de ignição,
■ não prevê o reparo e a restauração de uma falha demorada do sistema,  
■ não há uma programa de manutenção preventiva efetivo nos sistemas de correia  transportadora e de controle de pó.
■ falta de uma política  de conscientização da importância de manter  o local limpo

Esteiras transportadoras requerem monitoramento e manutenção constantes.
■ Sempre realize inspeções periódicas e detalhadas nas esteiras;
■ Sempre substitua, o mais rápido possível, os roletes desgastados ou danificados;
■ Sempre investigue o odor de borracha queimada proveniente das esteiras;
■ Sempre elimine fontes potenciais de incêndio tais como rolamentos superaquecidos e desalinhamento das esteiras;
■ Sempre remova pós e outros materiais acumulados nos componentes das esteiras;
■ Sempre sinalize claramente os locais da rede de hidrantes ao longo das esteiras;
■ Sempre esteja certo que os hidrantes ao longo das esteiras estejam abrigados, limpos e que as  mangueiras de incêndio estejam adequadamente enroladas.

Vídeo

Marcadores:

posted by ACCA@7:00 AM