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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, agosto 31, 2010

Fogo destrói indústria de tintas em Jandira

As chamas, que começaram por volta das 15 horas, de quinta-feira, 26 de agosto de 2010, na via de acesso João de Góes, paralela à rodovia Castello Branco, na altura do km 31, sentido capital, no município de Jandira, São Paulo.

CENÁRIO:
Uma enorme coluna de fumaça preta se formou sobre o prédio e pode ser vista a quilômetros de distância. A coluna de fumaça atingiu 300 metros de altura.
Com o calor, houve várias explosões que aumentaram as labaredas. O fogo se espalhou, em poucos minutos, no galpão onde estavam tambores com material inflamável.

BOMBEIROS E EMERGÊNCIA:
Brigada de Incêndio da própria empresa retirou todos os funcionários do local. O Corpo de Bombeiros encaminhou para a ocorrência 19 equipes da corporação, que partiram dos quartéis de Barueri, Osasco e São Paulo. O acúmulo de material químico no interior do galpão intensificou a força do fogo e dificultou o trabalho dos bombeiros. Houve várias explosões, as quais contribuíram para aumentar as labaredas
Houve risco de que o fogo atingisse tanques com amônia, mas os bombeiros resfriaram e isolaram o local.
O tenente Marcos Palumbo, do comando do Corpo de Bombeiros, explicou a dificuldade enfrentada pelos bombeiros, para apagar o fogo. "É um trabalho demorado porque toda indústria química contém produtos altamente inflamáveis", disse.

VÍTIMAS:
Não havia no final da tarde de quinta-feira registros sobre feridos.
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Rescaldo
Três carros do Corpo de Bombeiros e cerca de 15 homens ainda trabalham para apagar o incêndio. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo já foi controlado e é feito o trabalho de rescaldo em algumas áreas, mas devido à quantidade de material inflamável no local, ainda existem focos de incêndio.Segundo os bombeiros, as equipes devem permanecer no local durante a madrugada desta sexta-feira.

VIZINHANÇA E TRÂNSITO
O incêndio atraiu a atenção dos motoristas que passavam pela rodovia Castello Branco. De acordo com a concessionária Viaoeste, a curiosidade dos motoristas que passavam pelo local fez com que a rodovia registrasse lentidão nas imediações. A alça de acesso a Jandira chegou a ser bloqueada pelas equipes que trabalhavam no local.

Fontes: Folha de Jandira - 26 de Agosto de 2010 e Folha Alphaville – 27 de agosto de 2010

Comentário:
Nesse dia a temperatura da região estava elevada 30º C e umidade do ar menos de 20%. Com essas condições propiciam a formação de eletricidade estática em indústrias que envolvem produtos inflamáveis. Devemos ter cuidado com atmosfera inflamável e aterramento de equipamentos.

Principais fontes de estáticas
■ Cargas elétricas estáticas se formam em materiais, equipamentos e pessoas como resultado dos materiais entrarem em contatos e elas se transferem de um material para outro e pode aumentar se não puder descarregar no solo.
■ Gotas líquidas ou partículas sólidas, em queda no ar, podem criar cargas estáticas.
■ Descargas de eletricidade estática podem ser suficientemente fortes para provocar ignição de uma atmosfera inflamável.
■ A primeira linha de defesa contra a ignição por eletricidade estática é a eliminação da atmosfera inflamável. Se isto não for possível, é importante impedir o acumulo de cargas eletrostáticas.
■ Conectar significa que as partes condutoras de um equipamento estão em contato, de forma que não ocorra descargas elétricas entre as partes.
■ Aterramento significa que as partes condutoras de um equipamento estão conectadas ao solo, conduzindo as cargas elétricas ao solo.

O Que podemos fazer:
■ Sempre aterre container, tambores, tanques portáteis, caminhões tanques, vagões, quando transferir materiais inflamáveis ou combustíveis.
■ Verifique se o equipamento de processo está aterrado e que são testados periodicamente
■ Quando enchendo conteineres, minimize o escape de líquidos ou sólidos.
■ Durante a manutenção, assegure que todas as conexões de aterramento foram reinstaladas e testadas após os trabalhos.
■ Em área que exige procedimentos especiais para evitar eletricidade estática, por exemplo, roupas ou sapatos especiais ou uso de equipamentos especiais, assegure que entende e segue estes procedimentos. Fonte: Beacom Process Safety

Vídeos:
Nota-se que em incêndio de produtos inflamáveis a única maneira de combatê-lo é circunscrevê-lo e evitar que outros substancias inflamáveis entrem em combustão.

Vídeo:


Vídeo(1):
Nesse vídeo mostra líquidos superaquecidos, que vaporizam rapidamente provocando flash fire.

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domingo, agosto 29, 2010

Acidentes entre 46 veículos em Portugal

Dois acidentes envolvendo 46 veículos deixaram pelo menos cinco mortos e 72 feridos na rodovia A25, cerca de 250 km ao norte de Lisboa (Portugal) na segunda-feira à tarde, 16 h, 23 de agosto, no sentido Aveiro-Viseu e outro no sentido oposto.

CAUSA
Os acidentes ocorreram em meio a uma forte chuva e neblina, de acordo com autoridades portuguesas.

VEÍCULOS ENVOLVIDOS
Mais de 50 veículos envolvidos, sendo 12 veículos e dois caminhões pegaram fogo.

VITIMAS
Morreram 5 pessoas e feriram 73. De acordo com o Serviço de Proteção Civil, 24 feridos continuam em estado grave, internados em hospitais, alguns com sérias queimaduras.

EMERGÊNCIA
Segundo o Serviço de Proteção Civil, cerca de 200 homens de equipes de emergência trabalharam no local. A rodovia reabriu após a meia-noite.

Fonte: Correio da Manhã - 25 Agosto 2010

Vídeo: Simulação



Vídeo: Cenário



Comentário:
Quando você tem uma série de fatores tais como; pista molhada, neblina, falta de atenção, excesso de velocidade, tudo fica exatamente como o diabo gosta para provocar o desastre.
Existe extensa literatura internacional sobre o estudo do comportamento da fumaça e da neblina em estradas, principalmente nos Estados Unidos. Nos USA as principais Agencias Federais de Segurança, tais como; EPA (Environmental Protection Agency) e NTSB( National Transportation Safety Board), possuem normas e estudos para as condições mínimas de visibilidade, em que os responsáveis pela manutenção das estradas devem seguir.

O QUE DIZ A EPA, EM RELAÇÃO À NEBLINA
A distância aceitável de visibilidade é baseada no limite de velocidade e na característica da estrada (estrada separada por faixa ou estrada separada por canteiro central ou defensa). Os limites são obtidos através de uma fórmula que inclui o tempo de reação do indivíduo e a distância percorrida pelo carro (tempo de reação para parar)

Obs: Para estradas de mão única (separada por faixa de rolamento), o limite de visibilidade aceitável deverá ser dobrado, devido à colisão frontal. Um monitor de fumaça (equipamento de visibilidade) deverá monitorar a visibilidade em relação aos objetos de uma distância aparente (estudo das condições de visibilidade).
Fonte: Smoke management in prescribed burning-EPA

PROCEDIMENTOS PARA ATENUAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE VISIBILIDADE
Considerando uma série de etapas para atenuar à redução da visibilidade quando a estrada está afetada pela neblina ou fumaça. As ações apresentadas em ordem decrescente de visibilidade, por exemplo à implementação da etapa 3, significa que as etapas 1 e 2 já foram executadas.
1 – Sinalizar a estrada, quando a visibilidade da estrada é o dobro ou menos da visibilidade mínima aceitável (VMA), por exemplo, a distância visual (campo visual do motorista) é reduzida para 65 m e a velocidade indicada é de 40 km (pela tabela é de 33 m).
2 – Reduzir a velocidade limite indicada, quando a visibilidade é o valor de VMA ou menos, por exemplo, a distancia visual é de 33m e a velocidade indicada é de 70 km (VMA, 86m), entretanto o limite de velocidade indicada deve ser reduzida para 40 km ou menos.
3 – Efetuar o comboio com carro líder (polícia), para tráfego parado por fechamento da estrada, quando a proporção de visibilidade atual para o VMA é a metade ou inferior, por exemplo, a distância visual é de 15 m e o limite de velocidade indicada é de 40 km, mas pela tabela do VMA a distância é de 33 m. No sistema Anchieta-Imigrantes, a polícia rodoviária utiliza desse método há vários anos, quando a distância visual está crítica.
4 – Quando a proporção da visibilidade atual para o VMA é inferior a 35 m, fechamento total da estrada (quando não existe comboio, com carro líder)

Fonte: Highway Minimum Acceptable Visibility

OS CUIDADOS QUE O MOTORISTA DEVE TER PARA DIRIGIR COM NEBLINA E CHUVA
Preste atenção nestas dicas:
Em primeiro lugar, é importante manter uma velocidade constante, pois se você parar ou diminuir bruscamente o carro que vier atrás pode não lhe ver e colidir na traseira do seu veículo.
Lembre-se sempre, que não é só o seu campo visual que está reduzido, o dos outros condutores também, então, qualquer manobra que você for fazer avise para os outros motoristas com muita antecedência.

Os faróis de neblina devem ser acesos somente quando necessário. Se isto acontece de dia, quando se está claro, é melhor não ligá-los, pois eles refletem muito no carro da frente deixando a situação pior (isto também é recomendável no caso de dias chuvosos). Este equipamento serve muito mais para que outros veículos o vejam do que para melhorar sua visibilidade.

No caso da neblina, mais luz não implica em melhor visão. Quando você acende os faróis altos, nesta situação, você fica apenas enxergando uma parede branca, então deixe as luzes baixas e lembre-se que tudo parecerá mais longe do que realmente está.

Outro fator importante é não ligar o pisca - alerta (como muitos fazem). Se você vir um carro com este equipamento ligado nunca saberá se ele está quebrado/acidentado (parado) ou em movimento (você perde as referências de distância).

O ABC PARA DIRIGIR NA NEBLINA :
■ Importante: manter uma velocidade constante;
■ Parar: se você precisar parar o carro preste muita atenção no lugar que irá estacioná‑lo;
■ Tempo: avise com mais antecedência (do que o habitual) cada manobra que fará;
■ Visão dupla: as luzes antineblina não servem para melhorar sua visão e sim para que os outros motoristas te enxerguem;
■ Cuidados: não ponha seus faróis antineblina direcionados para o chão, prejudicará a sua visão e a dos outros;
■ Menos por mais: mais luz implica em menos visibilidade;
■ Referências: com a neblina as distâncias parecem maiores, com isso você perde referências;
■ Nunca: utilize o pisca - alerta se você estiver em movimento.

COMO ATRAVESSAR LOCAIS ALAGADOS
Quem já não ficou retido em um alagamento? Antes de colocar o carro na água, verifique as condições e a distância a ser atravessada. Só cruze o local se o nível da água estiver abaixo da metade da roda. Mesmo assim é preciso muito cuidado. Engate a primeira marcha e mantenha aceleração constante, sem tirar o pé do acelerador, para a água não entrar no sistema de escapamento. Durante a travessia ande bem devagar. Se correr, há o risco da água ser lançada para dentro do cofre e gerar uma pane no sistema elétrico, fazendo o motor apagar. Outro risco mais sério: o bocal do filtro de ar pode sugar essa água para dentro dos cilindros e provocar um calço hidráulico, travando os pistões e danificando irremediavelmente o motor.

ENFRENTANDO TEMPORAL NA ESTRADA
Copas de árvores se agitando de um lado para outro é sinal de ventos fortes. Reduza a velocidade na estrada e fique preparado para surpresas. Seu carro pode ser envolvido a qualquer momento por uma tempestade, chuva de granizo ou vendaval. No início, as gotas de chuva se misturam à poeira do asfalto e deixam o piso bastante escorregadio. Quando caírem os primeiros pingos de água acenda os faróis e acione os limpadores de pára-brisa. Se a tormenta se intensificar evite estacionar no acostamento. Procure um local seguro, como uma área de descanso para parar o carro. Atenção: os vendavais costumam jogar galhos na pista e provocar danos aos veículos.

COMO EVITAR EMBAÇAMENTO DOS VIDROS
O embaçamento dos vidros costuma ser um problema em dias de chuvas fortes ou muito frio. Ele ocorre devido à grande diferença entre as temperaturas externa e da cabine do veículo. Para melhorar a visibilidade feche todos os vidros, ligue o ar-condicionado e acione o desembaçador elétrico traseiro. Nos modelos sem esses equipamentos, a recomendação é abrir um pouco os vidros e deixar o ar externo circular pelo carro. Se isso não estiver resolvendo, pare num posto e compre um líquido desembaçante. Com um pano macio, aplique um pouco desse produto nas partes interna e externa dos vidros. Você perceberá que a visibilidade irá melhorar.

COMO REDUZIR OS EFEITOS DA AQUAPLANAGEM
Uma situação muito comum nas estradas em dias de chuva é o acúmulo de água sobre a pista. Quando o carro passa em velocidade sobre essas poças gigantes, se forma uma película de água entre a roda e o asfalto e o pneu perde momentaneamente o contato com o piso, deixando o carro descontrolado. Quando for surpreendido por uma situação dessas, mantenha a direção firme e evite frear, apenas tire o pé do acelerador. Logo você sentirá a direção voltar para seu controle.
Fonte : Carsale – Dicas de segurança na estrada e Motorpress Internacional

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quinta-feira, agosto 26, 2010

Brasileiro vê bom motorista como babaca



Foto:Um carro bateu na mureta de proteção de uma ponte na Rodovia Rio-Santos, em Santa Cruz, Rio de Janeiro, e provocou a morte de seu motorista, na manhã de sábado, 3 de julho de 2010.


Recentemente, estudos feitos no Rio Grande do Sul constataram uma contradição percebida facilmente por quem circula por ruas, avenidas e estradas. Para os motoristas gaúchos, os responsáveis pelo trânsito violento e incivilizado são sempre os outros. Agora, uma pesquisa na Grande Vitória, no Espírito Santo, além de confirmar o padrão de comportamento detectado no Estado, ajuda a interpretar as causas desta visão distorcida da realidade.

– Os outros são invisíveis no Brasil. Você não é treinado em casa nem nas escolas para ver o outro como colega, como um sujeito que tem os mesmos direitos de usufruir o espaço de todos. Para nós, é o contrário: o espaço de todos pertence a quem ocupar este espaço primeiro, com mais agressividade – analisa o antropólogo Roberto Da Matta, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e consultor da pesquisa.

Da Matta sustenta que o trânsito reproduz valores de uma sociedade moderna, mas atrelada ao passado. Trata-se do espelho de um país que se tornou republicano sem abandonar a aristocracia.

Foto:O motorista de um Audi bateu em um muro de contenção e caiu de uma altura de cinco metros na avenida Engenheiro Luis Gomes Cardim Sangirardi, na capital paulista. Cinco pessoas ficaram feridas. A polícia encontrou uma garrafa vazia de uísque no carro - 21/08/2010

– Nós não olhamos para o lado, a não ser quando somos obrigados a olhar. E olhamos para o lado com má vontade, exatamente como acontece com o motorista quando pára no sinal, que tem um cara na sua frente que está te atrapalhando. E um cara atrás de você que também atrapalha – complementa o antropólogo.

ENTREVISTA Roberto Da Matta, Autor do livro “Fé em Deus e Pé na Tábua”

ZH – Nos últimos seis meses, foram divulgadas duas pesquisas sobre o comportamento do motorista no trânsito em Porto Alegre e no Estado. Em síntese, elas dizem o seguinte: o problema são os outros porque eu dirijo bem. Por que o motorista tem uma visão distorcida da realidade?

Roberto Da Matta – Os resultados encontrados em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul são praticamente idênticos aos identificados na Grande Vitória. Todo mundo é cidadão, todo mundo tem direitos, mas respeitando a igualdade do outro. E é exatamente o que caracteriza o trânsito. Por quê? Porque pessoas que estão submetidas às regras das vias públicas brasileiras e do espaço público brasileiro, em geral, não aprenderam a ser igualitárias. A igualdade para nós é menos importante do que a liberdade.

ZH – Por que o Brasil moderno reproduz relações aristocráticas e atrasadas?

Da Matta – Você não mata o menino que existiu dentro de você. Você não mata os antigos hábitos. Você transforma os antigos hábitos, fazendo com que eles dialoguem com hábitos novos, com novas necessidades coletivas. Para mudar o nosso comportamento, nós temos de nos mobilizar, a gente tem de fazer um agenciamento de dentro para fora.

ZH – Até que ponto as relações no trânsito reproduzem as relações humanas de um modo geral?

Da Matta – Elas reproduzem as relações humanas com as quais nós fomos socializados. Dentro de casa, cada um tem seu espaço na socialização brasileira. Fomos criados em ambientes que comportam hierarquias bem definidas: arrumadeira, passadeira, lavadeira. São os últimos ecos de escravidão e de clientelismo que permeiam a sociedade brasileira. Esse quadro cognitivo, emocional, está nas nossas cabeças. Quando você vai para o trânsito, você tem uma situação desagradabilíssima: obedecer no Brasil é um sintoma de inferioridade. É um aspecto que a pesquisa identificou. Quem obedece, quem segue lei no Brasil, é babaca, idiota.

ZH – Numa das pesquisas realizadas no Estado, 69% dos entrevistados dizem que não cometem imprudências ao volante.

Da Matta – (Gargalhada). Maravilha. O estilo de dirigir brasileiro é agressivo. Fomos criados com uma visão da casa como inimiga da rua. É como se o mundo da rua não fosse regrado pelas mesmas regras de casa, que é a regra do acolhimento.

ZH – O título do livro Fé em Deus e Pé na Tábua sugere que o senhor tenha encontrado elementos religiosos no comportamento dos motoristas. É isso?

Da Matta – Com certeza. Noventa e nove por cento dos brasileiros acreditam que têm uma outra vida. Então, se você acredita que este mundo não é o único mundo possível, se há um outro mundo, você pode ir para um mundo melhor.

ZH – A impunidade, ou a sensação de impunidade, contribui para que esta visão aristocrática no trânsito se perpetue?

Da Mata – Quando a gente discute a questão da igualdade, a gente o faz de maneira retórica. Há uma elasticidade grande na cultura brasileira, que tem uma inércia. Você freia, mas o peso da tradição continua. Você tem de preparar a sociedade para as mudanças, o que nós não fazemos no Brasil. A Lei Seca, por exemplo. É maravilhosa porque atingiu o comportamento da classe média.

ZH – A classe média tem um papel reprodutor de valores e costumes?

Da Matta – Exatamente. A classe média é o espelho tanto da elite, que está lá em cima, quanto dos muito pobres. É o miolo. A Lei Seca provocou uma visão ambígua, e paradoxal, na classe média.

ZH – Na pesquisa que o senhor assessorou, além de traçar um diagnóstico, também aponta caminhos e alternativas?

Da Matta – A alternativa é essa: nós temos de falar mais em igualdade, ensinar mais igualdade. É um negócio chatíssimo. O nosso lema é: “os incomodados que se mudem”. E não é verdade.

ZH – Uma pesquisa realizada na Grande Vitória produz resultados estruturais capaz de se tornar referência para todos os Estados do Brasil?

Da Matta – Como toda pesquisa empírica, você trabalha com tipos. Você trabalha com uma mentalidade, com um tipo, com uma mentalidade, um modelo de motorista. O comportamento que você encontra em Vitória é semelhante ao encontrado no Sul do Brasil, como apontam as pesquisas de que você me fala.
Fonte: Zero Hora - 28 de julho de 2010

Comentário:
A direção veicular exige atenção, cuidados, saúde, respeito, tolerância e paciência. O que predomina na maioria dos motoristas brasileiros são erros, violações, agressividade, raiva ligado ao humor e comportamento na direção.
A agressividade e comportamentos inadequados de motoristas potencializam as reações agressivas no modo de dirigir veículos.

Vídeo: Mostra excesso de velocidade com chuva, falta de atenção, não manter distância adequada de outro veiculo.

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terça-feira, agosto 24, 2010

Acidente na cabeça – Importância da utilização do EPI

Em 22 de marco de 2005, às 10 h, um funcionário da empresa Brasil Telecom sofreu um acidente, quando da retirada de uma antena na torre (90 m) localizada em Ribas do Rio Pardo, município de Água Boa (MG), um parafuso soltou-se e caiu em sua cabeça. No momento acidente o técnico estava usando capacete de segurança, porém o parafuso perfurou‑o e causou um corte profundo na cabeça.

Comentário:
Novamente um acidente inusitado que confirma a a importância de um EPI, o capacete de segurança. O trabalhador poderia imaginar, numa montagem ou desmontagem de uma torre de antena o que poderia acontecer? É necessário a utilização de EPI? Nesse exemplo, um pequeno parafuso, mas devido a altura de sua queda cravou no capacete e perfurou-o, atingido a cabeça do trabalhado. O que poderia ter acontecido sem o capacete? O parafuso poderia penetrado totalmente na cabeça do trabalhador e provocado um acidente muito mais grave.

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domingo, agosto 22, 2010

Martelo atinge a testa do trabalhador

Um trabalhador chinês teve a sorte de escapar de um ferimento grave com martelo, que se cravou na sua testa, quase atingindo o olho. O martelo caiu de uma altura de 3 metros em sua direção. Ele estava trabalhando na demolição de um telhado de um armazém em Nanning, na província de Guangxi, sul da China.

Apesar do martelo cravado em sua testa, ele estava consciente quando chegou ao hospital.

O exame de raio-X mostrou que o martelo cravou em sua testa e olho, mas felizmente não afetou seu olho. Os médicos conseguiram remover o martelo e o Yuan está se recuperando no hospital.

Fonte: Metro Reporter - 17th August, 2010

Comentário:
Esse acidente realça a importância de se utilizar equipamento de proteção individual, capacete e óculos de segurança. A prevenção minimiza o impacto do acidente.

Vídeo
Muito bom, mostra o desempenho de capacete e de óculos de segurança em caso de acidente.

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quarta-feira, agosto 18, 2010

Incêndio atinge depósito do Ponto Frio em Guarulhos

Um incêndio de grandes proporções atinge um centro de distribuição de eletrodomésticos da rede de lojas Ponto Frio, em Guarulhos, na Grande São Paulo, na tarde de quarta-feira, 12 de maio de 2010.

O fogo teve início por volta das 16h30, de acordo com os bombeiros. O depósito fica na Avenida João Paulo I, 5.500, próximo do km 215 da Rodovia Presidente Dutra e do Aeroporto Internacional de Guarulhos

No depósito em chamas trabalham cerca de 130 funcionários. Eles foram retirados do local pela brigada de incêndio da empresa. Ainda não se sabe quais as causas do fogo. De acordo com o Ponto Frio, o depósito abrange uma área de cerca de 31 mil m².

INICIO DO INCÊNDIO
- Estávamos dentro do galpão quando a fumaça começou a aparecer. Rapidamente a gente fez o procedimento para esvaziar o CD. A gente sabe que foi interno, mas onde o fogo começou a gente não sabe - diz um funcionário, que ressaltou que o galpão - responsável por distribuir produtos a lojas e clientes da Grande São Paulo - estava cheio.

CAUSAS DO INCÊNDIO
As causas do incêndio ainda são desconhecidas. Segundo curiosos que estavam próximos ao local, não foram ouvidos barulhos de explosões. O incêndio só foi percebido depois que a fumaça já saía pelo teto de um dos lados do galpão.

CORPO DE BOMBEIROS
O Corpo de Bombeiros de Guarulhos afirma que mais de 20 equipes foram enviadas ao local para trabalhar na contenção das chamas - 80 homens foram mobilizados.

DIFICULDADE DE ACESSO
O trânsito na região onde está instalado o Centro de Distribuição (CD) do Ponto Frio, em Bonsucesso, dificultou a chegada dos carros do Corpo de Bombeiros e outros caminhões enviados para auxiliar no combate às chamas.
A entrada do galpão fica na Avenida Papa João Paulo 1°, que ficou totalmente congestionada com a chegada dos carros dos bombeiros e também com a lentidão dos veículos de curiosos que passavam pelo local. O mesmo aconteceu no km 215 da Rodovia Presidente Dutra (onde fica a outra portaria da empresa).
Segundo Fernando Francisco de Oliveira, gerente do Posto Sakamoto 2, que fica ao lado do galpão, foi difícil mandar ajuda para os bombeiros. “Os dois caminhões pipa que enviamos para ajudar no combate ao incêndio demoraram cerca de uma hora para dar a volta e chegar à avenida”, disse.
Funcionários do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e bombeiros fizeram uma adaptação de um registro de água do lado de fora da empresa para facilitar o reabastecimento dos caminhões pipa e o dos bombeiros. Até as 20h de hoje os caminhões precisavam sair do local para reabastecer em uma unidade do Saae próxima da empresa.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO DEPÓSITO INSUFICIENTE
“Não há hidrante perto da empresa e a caixa d’água lá de dentro não está dando conta”, explicou um bombeiro que não quis se identificar.

EVACUAÇÃO – VIZINHANÇA – FUMAÇA TÓXICA
No início da noite, a Defesa Civil evacuou dois condomínios de classe média vizinhos ao depósito do Ponto Frio. Um dos condomínios é formado por cerca de 60 casas térreas e o outro tem cerca de 100 apartamentos. De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Guarulhos, Paulo Victor de Novaes, o incêndio não afetou as moradias. A desocupação momentânea foi feita por precaução em razão do excesso de fumaça.
Segundo Paulo Victor Novaes, coordenador da Defesa Civil, não havia risco do fogo chegar às residências, mas a fumaça que sai do depósito é tóxica. A região foi tomada por um forte cheiro de plástico queimado.
"O problema é a fumaça densa e tóxica que passa por cima das casas. O vento pode levar para dentro. O risco de intoxicação é grande e vamos controlar a situação até que a fumaça atinja um nível aceitável", disse.
Os moradores foram alojados em áreas comuns dos próprios condomínios, como salões de festa.

FUMAÇA AMEAÇA AEROPORTO
Apesar da proximidade com o Aeroporto de Guarulhos, a Infraero disse que as operações não foram afetadas. Porém, a fumaça podia ameaçar o funcionamento do aeroporto, mas o vento afastou a grande nuvem negra para longe da rota dos aviões.

MATERIAL COMBUSTÍVEL
Segundo os bombeiros, havia no galpão eletroeletrônicos, eletrodomésticos e muito material plástico e papelão. O gás presente em geladeiras pode ter colaborado para que o fogo se espalhasse com mais facilidade.

DESTRUIÇÃO DO GALPÃO
Por volta das 17h40, pôde ser ouvido o estrondo de parte do teto desabando. O depósito foi totalmente destruído.

CONTROLE DO INCÊNDIO
Equipes do Corpo de Bombeiros de Guarulhos (Grande São Paulo) controlaram o fogo por volta das 19h30. A operação de rescaldo na área atingida foi iniciada pelos bombeiros que estão no local.

DEFESA CIVIL LIBERA AS RESIDÊNCIAS
A Defesa Civil de Guarulhos informou que, por volta das 22h de quarta-feira, liberou as residências que tinham sido esvaziadas no começo da noite para evitar possíveis intoxicações causadas pela fumaça do incêndio.

SEGURO
O seguro é da Itaú Unibanco. A apólice de seguros multiriscos tem cobertura global de cerca de R$ 470 milhões para estoques e R$ 854 milhões para o prédio. O estoque total do Ponto Frio registrou R$ 600 milhões no balanço de 2009. Cerca de 60% do seguro é do Centro de Distribuição de São Paulo.
O estoque abrigava produtos de linha branca, eletroeletrônicos, móveis, colchões e bazar.

Foto: Antes do incêndio
PREJUÍZOS
R$ 50 milhões em mercadoria. O estoque que estava armazenado no galpão corresponde a quase 15 dias de venda.
Elevação nos custos de logística ou em despesas não recorrentes como forma de normalizar as operações deste centro de distribuição. O centro em questão era um dos maiores da rede Ponto Frio e suas operações estavam diretamente relacionadas a outros centros de distribuição da rede e também do grupo Pão de Açúcar.

PRAZO DA OBRA
As obras devem demorar de oito a dez meses.

CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE GUARULHOS
O centro de distribuição atende a 118 lojas no Estado de São Paulo e tinha produtos da linha branca, eletrônicos, móveis, colchões e bazar (produtos para casa).

CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
O Ponto Frio possui 7 centros de distribuição de produtos, estrategicamente localizados nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal, alem de Centros de Distribuição Avançados nos Estados de Santa Catarina, São Paulo (Campinas), Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo. Tudo isso para atender com agilidade os compromissos de entrega firmados com os clientes e de abastecimento das lojas.
Os centros possuem sistemas de informações integrados às lojas, permitindo uma gestão eficiente dos estoques da Companhia e o abastecimento dos pontos de venda em tempo hábil, e contribuem para a entrega das mercadorias aos clientes dentro do prazo contratado.

PLANO DE CONTIGÊNCIA
Uma central de emergência foi montada pelo grupo para enfrentar mais essa crise. "Tão logo tivemos a má notícia, acionamos o comitê de crise da companhia que foi liderado pelo diretor financeiro do Ponto Frio, Orivaldo Padilha", afirma Hugo Bethlem, vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar e que coordenou o comitê, do qual participaram também Jorge Herzog, vice-presidente de operações do Ponto Frio, representantes das áreas de TI, logística, jurídico, administrativo, tributário e, principalmente, executivos das áreas comerciais do grupo.
A prioridade do comitê era de assegurar e dar assistência a funcionários e moradores da região e também garantir a continuidade da operação. Ninguém se feriu no incêndio.

No centro de distribuição (CD) de Guarulhos estavam móveis (70% do total), produtos de linha branca (25%), como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, e televisores (5%).

Bethlem garante que apenas 1% do total de pedidos sofreu algum tipo de atraso. "Foram casos pontuais de modelo ou cor, que foram identificados previamente e os clientes contatados", diz. As novas compras também não estão tendo problemas.

Uma parte importante da área foi preservada: o escritório, liberado pela polícia técnica. "O centro tinha mais de 15 anos e toda a área de dados ficou intacta", diz o executivo.

APURAÇÃO DO INCÊNDIO
A empresa garantiu que “já instituiu uma comissão interna para apurar o ocorrido e tomará todas as medidas cabíveis para minimizar o impacto desse incidente.
A polícia ainda não informou o motivo do incêndio.

Fontes: Guarulhos Web, InfoMoney, Brasil Econômico, Diário de Guarulhos, G1, Folha Online, 12 de maio a 17 de maio de 2010

Foto: Destruição do depósito
COMENTÁRIO:
Os jornais não mencionam a atuação da brigada de Incêndio da empresa no combate inicial do incêndio, mas somente na evacuação dos funcionários.
O depósito deveria ter os equipamentos padrões de combate a incêndio, tais como; extintores e hidrantes.

Podemos indagar, por que motivo algumas empresas ocorrem desastres e outras não? Seria simplesmente fatalidade ou sucesso na definição clara de uma política de prevenção? De forma simplista, a diferença entre ganhar ou perder em um desastre é normalmente a presença ou ausência da capacidade de gerenciar a política de prevenção. As empresas que planejam a possibilidade de um desastre, que formulam estratégia para recuperação ou de funções críticas e que treinam os empregados para executarem essas estratégias geralmente sobrevivem a desastres.

Atualmente é comum, após um desastre, a empresa anuncia comunicado público, declarando que a empresa cumpre as normas de segurança. Mas cumprir a norma de segurança é a condição necessária e suficiente para fazer face ao desastre?
Mas que tipo de norma? Seria a norma para atender as condições ou requisitos técnicos para funcionamento da empresa? Ou através da implantação de uma política prevencionista, em que a norma é discutida sobre os aspectos estáticos (requisitos) e aspectos dinâmicos (peculiaridade do risco) onde a exigência de proteção ao risco, poderá estar acima da exigência da norma padrão, pois a discussão é feita sobre os fatores dinâmicos que envolvem os riscos (busca da qualidade de uma norma, que enquadra a proteção).

Deficiências do depósito:
■ inexistência de sistema de sprinkler
■ inexistência de sistema de detecção e alarme
■ falta de hidrantes públicos próximo ao depósito e
■ caixa d´água depósito insuficiente para atender a demanda de água para combate ao incêndio.

VIABILIDADE DO SISTEMA DE SPRINKLERS
Nesse incêndio mostra claramente a necessidade do sistema de sprinklers. Não houve combate inicial do incêndio por parte da empresa. Perceberam o foco de incêndio (fumaça) a brigada de incêndio evacuou os funcionários, agiu corretamente.
A perda total do galpão traz conseqüência a interrupção de vendas de no mínimo 8 meses, prazo de construção do depósito e que poderá não ficar pronto antes do Natal. O Natal é a data que mais aquece as vendas.
O estoque de mercadorias no momento do incêndio era de R$ 50 milhões, que correspondia vendas de 15 dias. Poderíamos estimar a venda de mercadoria por dia de 3,3 milhões de reais.

Qual seria o custo de implantação de um sistema de sprinklers?
Poderíamos estimar em US$ 1,5 milhões ou 2,7 milhões de reais, equivalente a menos de um dia de venda.
Em todas as instalações com sprinklers as perdas materiais foram quase 80% menores. Portanto existe uma eficiência do sistema de sprinklers, desde que não modifique a sua configuração quanto ao tipo de mercadoria predominante. O sistema de sprinkler é projetado conforme ao tipo de mercadoria predominante e prateleiras.

O QUE A EMPRESA PERDEU?
■ Elevação de custos de logística. O depósito localizava em local estratégico, próximo a via Dutra, de fácil acesso para outras regiões.
■ A empresa disse que o grupo absorveria essa logística, mas existe um custo de perda de alavancagem de vendas. Os demais depósitos ficariam com mais mercadorias que não faziam parte de sua especialidade.
■ Alterar o lay-out de alguns depósitos para atende o tipo de mercadoria (móveis, linha branca. etc).
■ O depósito poderá não ficar pronto antes do Natal, uma das datas que mais aquece as vendas do comércio

PRINCIPAIS MEDIDAS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Precaução contra o início do incêndio
■ correto dimensionamento e execução de instalações de serviço
■ distanciamento seguro entre fontes de calor e materiais combustíveis
■ provisão de sinalização de emergência
■ correto dimensionamento e execução de instalações do processo
■ correta estocagem e manipulação de líquidos inflamáveis e combustíveis e de outros produtos perigosos
■ manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos e instalações que podem provocar o início do incêndio
■ conscientização do usuário para a prevenção do incêndio

Limitação do crescimento do incêndio
■ controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos
■ controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados aos elementos construtivos
■ controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos

Extinção inicial do incêndio
■ provisão de equipamentos portáteis
■ provisão de sistema de hidrantes e mangotinhos
■ provisão de sistema de chuveiros automáticos (sprinklers)
■ provisão de sistema de detecção e alarme
■ provisão de sinalização de emergência
■ manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de proteção destinados a extinção inicial do incêndio
■ elaboração de planos para a extinção inicial do incêndio
■ treinamento dos usuários para efetuar o combate inicial do incêndio
■ formação e treinamento de brigadas de Incêndio

Limitação da propagação do incêndio
■compartimentação horizontal
■ compartimentação vertical
■ controle da quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos construtivos
■ controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados aos elementos construtivos
■ manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos destinados a compor a compartimentação horizontal e vertical
■ controle da disposição de materiais combustíveis nas proximidades das fachadas

Evacuação segura do edifício
■ provisão de sistema de detecção e alarme
■ provisão de sistema de comunicação de emergência
■ provisão de rotas de fuga seguras
■ provisão do sistema de iluminação de emergência
■ provisão do sistema do controle do movimento da fumaça
■ controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados aos elementos construtivos
■ manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos destinados a garantir a evacuação segura
■ elaboração de planos de abandono do edifício
■ treinamento dos usuários para a evacuação de emergência
■ formação e treinamento de brigadas de evacuação de emergência

Precaução contra a propagação do incêndio entre edifícios
■ distanciamento seguro entre edifícios
■ resistência ao fogo do revestimento dos edifícios
■ controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados aos elementos construtivos (no revestimento do edifício)
■ controle da disposição de materiais combustíveis nas proximidades das fachadas
Fonte: Livro: A Segurança Contra Incêndio No Brasil


Vídeo:
Mostra início do incêndio, com muita formação de fumaça (plume), com explosões.


Vídeo(1):

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domingo, agosto 15, 2010

Trabalhador morre com choque elétrico

Na terça-feira 10 de agosto de 2010, de manhã, Valdir, 55 anos, trabalhava na instalação da cobertura metálica numa nova área da empresa PCP, na Rua Evaristo de Antoni, bairro São José, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, quando o andaime de cinco andares que empurrava encostou na fiação.
O funcionário recebeu a descarga elétrica, estimada em 13 mil volts, e foi arremessado contra um muro. Galvan morreu na hora.
A energia vinda dos fios alimenta o transformador da empresa e passava a uma altura de aproximadamente oito metros. Outro trabalhador que fazia o serviço conseguiu escapar. Os dois homens eram de uma empresa terceirizada de Bento Gonçalves, onde Valdir morava.

Fonte: O Pioneiro – 11 de agosto de 2010

Comentário:
O QUE AS CONCESSIONÁRIAS RECOMENDAM
Cerca de 60% dos acidentes elétricos resultam em lesões corporais graves e 40% em fatais. A maioria dos casos foi provocada pela imprudência e negligência das pessoas no trato com a rede elétrica.

SÃO EXEMPLOS DE IRREGULARIDADES:
■ Redes e linhas de distribuição, tanto da Concessionária como particulares, que tenham as distâncias mínimas (estabelecidas em normas técnicas da empresa) invadidas por edificações em construção ou em reforma, pintura e limpeza, localizadas próximas, sobre ou sob estas redes;
■ Instalações que, por estarem próximas ou desrespeitando as distâncias mínimas de segurança, oferecem riscos de acidentes de origem elétrica: marquises, sacadas, platibandas, placas e painéis, luminosos, andaimes fixos e móveis, plataformas de proteção e contenção, escadas, cordas de segurança.

Operações próximas à rede elétrica
Indivíduos que exercem atividades profissionais mais propensas ao contato com a rede elétrica, como pintores, instaladores de antena e outdoor, pedreiros, podadores de árvores e calheiros, devem ficar atentos às normas básicas de segurança:

NA CONSTRUÇÃO CIVIL
■ Antes de construir ou executar reformas em prédios e outras instalações, próximas da rede elétrica, deve ser verificado se não há situações perigosas por perto. Encostar ou aproximar andaimes, escadas, barras de ferro ou outros materiais nos fios elétricos podem ser mortais. Em situações que podem oferecer riscos, deve ser sempre consultada a Concessionária para verificar se é possível desligar temporariamente a rede ou isolá-la com materiais especiais.

NA INSTALAÇÃO DE LETREIROS E PLACAS
■ Respeitar sempre distâncias seguras da rede elétrica, não permitindo que letreiros, placas e lambris fiquem encostados na mesma.

NA INSTALAÇÃO DE ANTENAS DE TV
■ Quando houver rede elétrica nas proximidades, a instalação de antena deve ser efetuada por profissional qualificado e experiente.
■ Nunca instale a antena próxima a pára-raios, nem interligue o cabo da antena aos condutores elétricos do mesmo.

A empresa poderia ter evitado esse acidente fatal se tivesse critérios de autorização de serviços de trabalhos com segurança, que são as permissões de trabalho com segurança.
São orientações básicas para efetuar serviços na empresa, com segurança. Para se evitar os acidentes de trabalho, são elaboradas essas normas de segurança e análise de riscos, pois são necessários conhecer e respeitar os riscos existentes em cada atividade e em cada local de trabalho.
É um procedimento básico conhecer o serviço, analisando os seguintes critérios;
■ Onde será feito o serviço?
■ Como será feito o serviço?
■ Foi feito a análise do risco?
■ As permissões de trabalho seguro estão de acordo com os riscos?
■ Acompanhamento; orientação e fiscalização são necessários?

O QUE DIZ, AS NORMAS OU LEIS:
■ Art. 157 da CLT - Cabe às empresas:
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
■ Art. 186 do Código Civil Brasileiro
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Em geral a empresa e o Ministério do Trabalho acham que organizando a vida do trabalhador num ambiente de trabalho num manual de instrução de segurança, os problemas de segurança acabaram? Existe uma diferença muito grande entre o trabalho prescrito e o trabalho real, principalmente se não houver fiscalização ou entre cultura declarada da empresa e a cultura percebida no ambiente de trabalho.

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quarta-feira, agosto 11, 2010

Lições aprendidas: Vazamento de amônia em indústria de camarão

Publicamos o artigo elaborado pelo grupo de estudos do Ministério do Trabalho, sobre a ocorrência de vazamento de amônia numa unidade de beneficiamento de camarão no Rio Grande do Norte. O Ministério publicou o artigo como nota técnica, com objetivo principal debater as questões de segurança e saúde no trabalho relacionada à refrigeração por amônia. O artigo serve como complemento do artigo que publicamos, Gás amônia vaza em empresa de pescados em Natal, http://zonaderisco.blogspot.com/2010/08/gas-amonia-vaza-em-empresa-de-pescados.html

A ocorrência de um vazamento de amônia em uma empresa de beneficiamento de camarão com 170 empregados, em 11 de julho de 2003, analisado pela Delegacia Regional do Trabalho no Rio Grande do Norte desencadeou algumas ações locais e nacionais do Ministério do Trabalho, entre as quais a elaboração desta nota técnica. Utilizando o conceito de “aprender lições com os acidentes”, trazemos aqui um breve relato do ocorrido.

DESCRIÇÃO DA EMPRESA

A empresa é constituída de três setores principais: salão de beneficiamento de camarão (Fig.1), sala de máquinas (Fig.2), situada no piso superior, acima do setor anteriormente citado, e administração, também no piso superior.

O salão de produção possui duas portas. A porta para o trânsito obrigatório de empregados é estreita e dotada de lava-pés, comunicando-se com um pátio coberto, por onde entram os caminhões.

Deste pátio, há duas saídas para o exterior: o portão principal, ao lado do qual há uma porta estreita para entrada dos empregados, e a saída dos fundos, mantida trancada com cadeado.

A segunda porta do salão de beneficiamento é utilizada para o carregamento de caminhões com o produto pronto e era também mantida trancada.
O sistema de refrigeração tem como equipamentos principais sete compressores, trocadores de calor, tubulações e acessórios. A quantidade de amônia no tanque de armazenamento é de 500 kg.

DESCRIÇÃO DO INCIDENTE
O sistema de refrigeração encontrava-se em funcionamento rotineiro, quando houve o rompimento brusco da tampa de um dos compressores, ocasionando liberação da amônia liquefeita, sob pressão. Após vazamento de cerca de 40 kg. Do refrigerante, houve intervenção do operador do sistema, com fechamento da válvula principal, com a contenção do agente no interior do tanque de armazenamento principal.
A amônia foi liberada sob forma aerossol, comportando-se como um gás denso e movimentando-se da casa de máquinas para o piso inferior, por meio de uma ampla abertura existente para ventilação, vindo a formar uma nuvem que ocupou o pátio de caminhões, entre as saídas do salão de beneficiamento e o portão principal.
O gás invadiu todos os espaços da empresa, especialmente a área de produção, atingindo os trabalhadores, que se encontravam em suas atividades rotineiras.

FUGA DOS TRABALHADORES EM PÂNICO – SAÍDAS FECHADAS
Os trabalhadores, em pânico, buscaram opções de fuga. Os primeiros passaram pela porta dotada de lava-pés, que acrescentou ao risco já existente o risco de acidentes por queda.

Além disso, ao saírem, depararam-se com a nuvem de amônia, que impedia sua saída pelo portão principal.

Outros optaram por arrombar a outra porta do salão, mantida trancada a chave, encontrando, da mesma maneira, a nuvem de amônia, que inclusive impedia a visualização do desnível existente - cerca de 80 cm. - no local, provocando queda em altura.

As portas abertas permitiram a entrada da amônia para a área de produção, agravando a situação da maioria dos trabalhadores, que ainda se encontrava no local.

Diante da situação, os empregados, já em desespero, procuraram a saída dos fundos, encontrando-a igualmente fechada, desta feita a cadeado.

SAÍDA PELO TETO
Os empregados passaram, então, com as próprias mãos, a quebrarem os tijolos de vidro para a entrada de luz existente no alto das paredes dos fundos da empresa e telhas de amianto, na tentativa de sair pelo teto. A saída por essas vias irregulares causou outras lesões corporais em vários empregados, além das provocadas pela amônia. Um dos primeiros trabalhadores que escapou pelo teto, descendo por um poste de iluminação, pôde retornar à entrada principal da empresa, para auxiliar na desobstrução das demais saídas.

VÍTIMAS - BALANÇO
Como conseqüência da exposição prolongada à amônia, assim como dos demais riscos, houve dois óbitos e 127 vítimas, 18 delas afastadas por mais de 15 dias, 67 com afastamento inferior ou igual a 15 dias e 42 sem afastamento do trabalho.

FALTA DE PLANO DE EMERGÊNCIA MÉDICA PELO PODER PÚBLICO
Ficou evidenciada, ainda, a fragilidade e o despreparo técnico dos serviços de saúde para lidar com este tipo de acidente, apesar de haver extremo esforço dos profissionais para o atendimento às vítimas.

FALTA DE UM PROGRAMA DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA
O acidente foi provocado diretamente pelo rompimento da tampa do cabeçote do compressor que apresentava alto grau de corrosão interna.
No entanto, o último fato deriva da existência prévia de uma série de fatores de risco, entre os quais destacam-se:
■ Inexistência de um programa de manutenção preventiva dos compressores;
■ Falta de ventilação diluidora e/ou exaustora no local do vazamento;
■ Falta de informação aos empregados dos riscos à saúde causados pela amônia;
■ Falta de treinamento dos empregados para uma evacuação adequada dos locais de trabalho, em caso de vazamento de amônia;
■ Inexistência de vias de saída emergencial dos diversos locais de trabalho, incluindo portas de emergência;
■ Manutenção da porta do setor de produção, onde havia maior concentração de trabalhadores, fechada à chave, que se encontrava em poder de terceiros durante o horário de trabalho;
■ Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA que não contemplava os riscos inerentes a amônia nem alternativas para a hipótese de um vazamento da mesma.

INFRAÇÃO E NOTIFICAÇÃO
Como conseqüência das observações da Inspeção do Trabalho, a empresa foi imediatamente interditada, com prejuízos que podem ser estimados se observarmos o fato de que a empresa exporta 100% de sua produção.
A desinterdição, ocorrida uma semana após o evento, foi condicionada à avaliação técnica do sistema de refrigeração por profissional legalmente habilitado, nos moldes da NR 13, assegurando a integridade dos compressores e sua perfeita capacidade de operação.
Autos de Infração foram lavrados em virtude de a empresa manter porta fechada à chave durante o expediente normal da empresa, por não contemplar no PPRA os riscos inerentes à amônia e pelo fato de não haver cumprimento de horário de trabalho pelo Técnico de Segurança do Trabalho do SESMT.

Outros itens foram objeto de notificação, tais como;
■ a instalação de ventilação exaustora na casa de máquinas,
■ o treinamento dos empregados para situações de emergência,
■ a construção, a manutenção e a sinalização de vias de evacuação de pessoal no ambiente de trabalho;
■ a inclusão de aspectos relacionados aos riscos da exposição à amônia no Programa de Controle Medico de Saúde Ocupacional - PCMSO e no Programa de Prevenção de Riscos Ambientas – PPRA;
■ a disponibilização de máscara autônoma para uso em situações de emergência;
■ o acondicionamento de equipamentos de proteção respiratória existentes em armários adequados e devidamente sinalizados;
■ a implantação de programa de manutenção preventiva dos compressores, com registro das ocorrências em livro próprio e
■ a instalação de equipamento que permita monitorização quantitativa contínua dos ambientes do trabalho para detecção da amônia.

A intervenção da Delegacia Regional do Trabalho foi ampliada por meio da identificação das empresas com sistema de refrigeração por amônia da região, que foram convocadas para uma reunião sobre a matéria, ao final da qual foram coletivamente notificadas em relação ao cumprimento obrigatório dos seguintes itens legais:
1-Dotar a empresa de plano de alerta e evacuação para situações de vazamento de amônia e combate ao fogo, que deverá está previsto no PPRA, realizando-se exercícios de simulação, pelo menos, semestralmente;
2-Prever, no PCMSO, ações de saúde relativas à prevenção e ao atendimento de vítimas de vazamento de amônia;
3-Dotar o local de trabalho de vias de fugas sinalizadas e desobstruídas para a rápida retirada do pessoal em serviço em vazamentos de amônia ou incêndios;
4-Dotar a empresa de portas de emergência sinalizadas e equipadas com dispositivo interno de abertura imediata em caso de sinistro, que deverão abrir no sentido da saída, sendo proibido o seu fechamento a chave ou cadeado durante o horário de trabalho;
5-Dotar a empresa de sistema de alarme, audível em todo o local de trabalho, com pontos de acionamento nas áreas comuns de acesso dos pavimentos;
6-Dotar a “casa de máquinas” do sistema de refrigeração industrial com máscara autônoma para utilização em caso de emergência, a qual deverá ser acondicionada em armário próprio, sinalizado e passar por inspeção mensal anotada em ficha própria, treinando-se todos os trabalhadores do setor de refrigeração para seu uso;
7-Dotar o sistema de compressores de amônia de dispositivo de parada de emergência, automático e/ou manual, que possa ser acionado em caso de emergência, desligando todo o sistema simultaneamente;
8-Realizar inspeção de segurança nos vasos sobre pressão contendo amônia e treinar operadores, de acordo com o que estabelece a NR 13 e seus anexos;
9-Dotar a sala de compressores de amônia de ventilação exaustora forçada, que garanta rápida troca de ar ambiente em caso de vazamento de amônia, devendo haver mais de uma botoeira de acionamento da exaustão colocadas em lugares de acesso comum.
10-Dotar o estabelecimento de equipamento que permita monitorização quantitativa contínua das concentrações de amônia nos ambientes do trabalho.

Fonte: Nota Técnica n° 03/DSST/SIT - Brasília,18 de março de 2004 - Ministério do Trabalho e Emprego - Secretaria de Inspeção do Trabalho -Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

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sexta-feira, agosto 06, 2010

Explosão da bomba atômica de Hiroshima completa 65 anos

Uma cerimônia no Japão marca nesta sexta-feira os 65 anos da explosão da bomba atômica em Hiroshima. Centenas de pessoas se reuniram no Parque Memorial da Paz, local no qual a bomba caiu, para lembrar a tragédia. Representantes de mais de 70 países estavam presentes junto a milhares de pessoas que compareceram para assistir ao emotivo evento no Memorial da Paz.
Durante a cerimônia foi observado um minuto de silêncio no instante preciso em que a bomba explodiu sobre a cidade. Depois o prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, pronunciou um discurso. Em seguida, mil pombas brancas foram libertadas em um gesto simbólico de paz.
- Saudamos este 6 de agosto com a determinação reforçada de que ninguém mais deverá no futuro sofrer tais horrores - afirmou.
- A raça humana não deve repetir o horror e os sofrimentos causados pelas armas atômicas - declarou o primeiro-ministro japonês em um discurso - O Japão, única nação vítima de bombardeios atômicos em tempos de guerra, tem uma responsabilidade moral de encabeçar o combate pela construção de um mundo sem armas nucleares.

Fonte: Diário Catarinense - 06 de agosto de 2010
Artigos publicados
http://zonaderisco.blogspot.com/2009/08/lembrancas-do-pesadelo-atomico.html
http://zonaderisco.blogspot.com/2007/08/hiroshima

Vídeo:
É um filme da BBC Worldwide lembrando os efeitos da queda da bomba atômica em Hiroshima e depoimentos de sobreviventes

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quinta-feira, agosto 05, 2010

Gás amônia vaza em empresa de pescados em Natal

Um vazamento de gás amônia ocorrido numa empresa de beneficiamento de pescados em Natal (RN) provocou, na sexta-feira pela manhã, 11 de Julho de 2003, a intoxicação de dezenas de pessoas, segundo estimativa do Corpo de Bombeiros.

CAUSA:
O vazamento ocorreu aproximadamente às 10h, quando funcionários transferiam o gás, usado para o resfriamento do pescado, para as tubulações da câmara frigorífica da empresa. A troca de gás acontecia no último andar do prédio. O elemento químico, por ser congelado, desceu para os demais andares e espalhou uma névoa branca em todo o prédio, deixando funcionários em pânico, apesar da existência de duas saídas de emergência no local.
O compressor que houve vazamento era um dos sete que se encontravam na casa de máquinas. De acordo com o relato de funcionários, um integrante da equipe de manutenção que estava na sala conseguiu fechar a válvula, impedindo a liberação de uma quantidade ainda maior de gás.

LIBERAÇÃO DE GÁS NO MEIO AMBIENTE;
Com o vazamento do gás do compressor, uma nuvem branca de gás tomou conta da rua atingindo empresas próximas e o rio Potengi.

INTERDIÇÃO DA RUA;
A rua Chile foi interditada. Não foi permitido que ninguém entrasse no prédio onde aconteceu o acidentes.

RELATO DE TESTEMUNHAS:
Segundo uma testemunha que trabalha na empresa, que preferiu não se identificar, muitos se desesperaram ao ver o gás se espalhando. A empresa possui 200 funcionários e seis estavam no setor onde aconteceu o acidente. “Ninguém conseguia enxergar e respirar direito”, declarou ele, que não sofreu ferimentos.

GÁS TÓXICO SUFOCA E APAVORA TRABALHADORES:
"Eu vi a morte". Essa foi a impressão do fiscal do Ministério da Agricultura Ondenei Batista Barreto, que, no momento do vazamento, trabalhava no local controlando a qualidade dos produtos comercializados. "A nuvem de gás veio por cima de todos, algo assim eu nunca vi, só sei que consegui sair."

O funcionário Francisco Ribeiro Canuto disse que nunca havia presenciado sufoco igual. "Eram mais de 100 pessoas procurando uma saída e correndo para todos os lados, foi desesperador", garantiu. Paulo Batista dos Santos, auxiliar de serviços gerais da Potiguar, foi um dos que ajudaram a arrombar portas para deixar o local. "As pessoas procuraram chaves, mas numa hora dessas ninguém sabe onde estão, então foram arrombando tudo pela frente."
Outro funcionário, Alexsandro Bezerra Cavalcante, estava do outro lado da rua Chile, mas viveu de perto o problema. "Sentimos o impacto, logo que ocorreu, passamos por baixo do caminhão que estava entre nós e o prédio para ajudar o pessoal. A nuvem de gás tomou conta da rua" Já Thiago Almeida de Oliveira disse que faltou energia e muitos não achavam o caminho a seguir. "As portas, algumas automáticas, não abriam e o jeito foi o pessoal arrancar o que tinha na frente."

Vilma de Souza e Maria das Dores Galvão tiveram de ser atendidas no local com irritação nos olhos e na garganta. Elas afirmaram que saíram do prédio às cegas. "Ficamos sem respirar e sem enxergar, foi um tumulto sem fim, era gente correndo para todo o lado", relatou Vilma.
De acordo com pescadores que estavam no cais da Tavares de Lira, alguns funcionários chegaram a pular de cabeça pelas janelas localizadas no andar térreo do prédio e o proprietário Fernando Burle, também saiu em meio ao desespero dos empregados.

ROTA DE FUGA: FALTA DE SINALIZAÇÃO E SAÍDAS;
Na fuga, os funcionários, cerca de 200, arrombaram portas e quebraram janelas. Muitos ficaram feridos na ação. A primeira sensação das vítimas foi uma cegueira temporária e incapacidade total de respirar, agravada pela falta de energia.
Muitos funcionários escolheram o caminho errado, e quando chegaram à saída para a rua Chile, deram de frente com uma concentração ainda maior de gás. Pelos corredores ficaram restos de fardamento, botas e manchas de sangue, além de caixas espalhadas e estilhaços de vidros, compondo o cenário do desespero.

DIFICULDADES PARA SAIR DO PRÉDIO
Na parte do prédio voltada para o rio Potengi fica mais clara a dificuldade que os funcionários tiveram para sair do local. Até mesmo, os pescadores que estavam em um barco no cais da Tavares de Lira, aproximadamente a 50 metros do local, sentiram os efeitos do gás e viram o desespero dos funcionários saltando do primeiro andar em cima de um telhado e pelas portas e janelas do térreo. Muitas pessoas se jogaram no Potengi. "Ajudei a socorrer um homem que saltou na água, o coloquei em minha canoa e fui para o meio do rio porque a nuvem de gás veio com tudo", afirmou o pescador Alexandre Magno.

CORPO DE BOMBEIROS E PRIMEIROS SOCORROS;
Populares ajudaram a socorrer os feridos mais graves. Pick-ups e caminhões saíram em alta velocidade com vítimas sangrando e algumas desacordadas nas carrocerias. Funcionários de uma empresa de pesca vizinha ajudaram a retirar 20 pessoas do local. Com a chegada dos bombeiros, uma vidraça foi quebrada e uma escada colocada sobre um caminhão para retirar algumas pessoas do primeiro andar do prédio. As vítimas menos graves, que tiveram apenas irritação nos olhos e na garganta fizeram nebulização no local e lavaram o rosto com soro fisiológico.

O Serviço de Atendimento Médico a Urgências (Samu) mandou suas ambulâncias para o local e foi responsável pela transferência de mais 20 vítimas. Depois da retirada dos feridos, os bombeiros só voltaram ao ponto central do vazamento com ajuda de cilindros de oxigênio, que só chegaram ao local mais de uma hora depois da ocorrência.
O major Paulo Rogério de Andrade, do Corpo de Bombeiros, entrou na sala de máquinas e afirmou que são visíveis alguns desrespeitos às normas do Código de Prevenção contra Incêndios e Pânico. "O que pudemos ver, a princípio, é que falta sinalização, uma brigada que ajude a controlar essas situações de pânico e o dimensionamento das saídas de emergência é irregular, são menores do que deveriam".

HOSPITAIS E PRONTOS-SOCORROS:
A rotina do hospital Walfredo Gurgel foi alterada com a chegada das primeiras vitimas com dificuldades de respirar, lesões nas córneas e escoriações no corpo não paravam de chegar. Os Hospitais da Polícia Militar, Santa Catarina e Onofre Lopes também foram requisitados para o internamento dos pacientes que não podiam ser liberados, uma vez que o Walfredo Gurgel não possui leitos suficientes para atender a grande demanda.

O HOSPITAL NÃO ESTAVA PREPARADO PARA ESSE TIPO DE EMERGÊNCIA:
O cenário era desolador. Um aglomerado de pessoas se formou na entrada do pronto-socorro e nos corredores. A cada instante, chegavam ambulâncias com mais pacientes e alguns inconscientes em função da inalação do gás amônia. Um esquema especial de atendimento foi montado. Todos os profissionais que estavam no hospital no momento tiveram que ser deslocados para o pronto-socorro, ficando apenas um em cada setor. Além dos 22 médicos de plantão, especialistas de outras unidades hospitalares da cidade tiveram que ser convocados, formando uma equipe com mais de 50 profissionais, incluindo enfermeiros e auxiliares.
A maior parte dos funcionários atingidos pelo gás sofreu ferimentos e foi encaminhada ao setor de politrauma que ficou lotado. Essas pessoas, ao tentar escapar da nuvem de gás, cortaram-se em vidraças. Várias salas do pronto-socorro ficaram cheias de pessoas com estado emocional alterado.
Alguns pacientes estavam em estado grave. Oito tiveram que ser transferidos para o hospital da Polícia Militar para ficarem internados e seis estão em observação no centro cirúrgico do Walfredo Gurgel.
De acordo com o diretor do hospital Clovis Sarinho, Domício Arruda, nenhum dos pacientes corre risco de vida e não foi registrado nenhum óbito decorrente do acidente. Ele explicou que a amônia provoca irritação das mucosas. "Quando inalado por muito tempo, o gás causa congestão pulmonar e por isso os pacientes estavam com dificuldades em respirar". Cerca de 70% das pessoas atendidas haviam sido liberadas. Mas depois de medicadas algumas retornaram com problemas diversos.

Efeitos provocados no organismo das vítimas:
A grande maioria sofria com problemas decorrentes da intoxicação:
■ Com irritação nos olhos e garganta.
■ Cerca de 80% tinha o quadro respiratório preocupante.
■ Alguns pacientes chegaram com crises convulsivas, resultante do alto grau de absorção do gás.
O tratamento das vítimas foi à base de corticóides e máscaras de oxigênio.

BALANÇO DAS VITIMAS E ESTADOS CLÍNICOS:
De acordo com informações do serviço de assistência social, do pronto-socorro Clóvis Sarinho, foram atendidas 81 pessoas em caráter de emergência. A maioria foi liberada.

Vinte e oito pessoas que inalaram a amônia durante incidente, ainda continuam internadas em quatro hospitais da cidade: Clóvis Sarinho, da Polícia Militar, São Lucas e Antônio Prudente. Apesar da grande maioria foi liberada, mas está retornando aos hospitais para troca de curativos, 16 ainda continuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e sete em estado grave, com possibilidade de seqüelas respiratórias.

No hospital Clóvis Sarinho, apenas Genésio Santos Silva continua internado, na UTI. Segundo o cirurgião João Alves Martins, o quadro do paciente é potencialmente grave e Genésio está com pneumonite química resultante da broncoaspiração de amônia. O médico acredita que na segunda-feira, 14 de Julho, o paciente será liberado da unidade intensiva, mas ainda deverá permanecer internado e poderá ter sérias seqüelas. Já quanto aos olhos, Genésio teve uma lesão na conjuntiva, que deve ser resolvida em poucos dias, caso não haja inflamações secundárias.

O paciente também foi vítima de gastro-esofagite química, o que está levando-o a ficar sem alimentação, por causa da constante regojitação. Genésio Silva está recebendo hidratação venosa e tomando medicamentos à base de corticóide, além de antiinflamatórios. O médico observa que a absorção de amônia poderia até ter causado edema de glote (fechamento da garganta), causando parada respiratória.
Já no hospital da Polícia Militar, doze pacientes estão internados, sendo um na UTI, em estado regular.

Na Casa de Saúde São Lucas, três pacientes estão internados: Márcia Selma Brito (UTI), Walter Raul Ogrady (UTI) e o proprietário da empresa de pesca, Fernando Ferreira Burle (em apartamento). O coordenador médico, Miguel Sicolo, informou que um deles estava em estado grave.

Sicolo disse dois pacientes deverão ter altas e o que está em estado mais grave, foi visto por um oftalmologista e “aparentemente não tem risco de cegueira”. O médico disse que é raro a apresentação de seqüelas respiratórias, mas isso depende do histórico do paciente: se fumava, por exemplo.

Segundo o cirurgião do hospital Antônio Prudente, Honório Ribeiro Dantas, 12 pacientes estão internados em UTIs, sendo que nove deles deverão ser levados para enfermarias e apartamentos. Três estão em estado grave, com necessidade de respiração por máquinas. Honório Dantas disse que os pacientes estão apresentando bronco-espasmos e apresentam lesões nas vias aéreas. Quanto aos olhos, eles disse que os quatro que inspiravam mais cuidados já tiveram os tampões retirados e foi verificado que não haviam lesões graves. Quanto aos três mais graves, o coordenador médico disse que podem ter seqüelas respiratórias, mas nenhum quadro definitivo.

TROCA DE CURATIVOS E EFEITOS ADVERSOS:
Gracionere Severo do Nascimento, outra vítima, disse que passou a noite vomitando e tomando água de coco. Foi ao hospital para colocar mais colírio e fazer a limpeza dos dois olhos, que estavam com tampões. Vários pacientes que aguardavam para serem atendidos no hospital Clóvis Sarinho estavam com desejo de vomitar. Erivaldo Mendonça disse que conseguiu dormir bem e está sentindo dores apenas em um dos olhos.

MORTES:
A auxiliar de tratamento Josélia Araújo da Silva, foi à primeira vítima fatal do vazamento.
Ela faleceu no domingo, por volta das 10 horas da manhã, 13 de Julho, com edema pulmonar causado pela intoxicação com o gás amônia.
A auxiliar de serviços gerais Francisca da Cruz Ferreira, morreu por volta das 12 horas de sexta-feira, 1 de agosto, no hospital São Lucas, devido a uma inflamação pulmonar causada pela intoxicação do gás amônia, usado para refrigeração.

EFEITOS DA AMÔNIA NO ORGANISMO É DEVASTADOR
A amônia (NH3), segundo a bioquímica, doutora em toxicologia, Maria das Graças Almeida age nas vias aéreas superiores e causa inflamações, sem lesar as células. Não é capaz de provocar câncer, mas, os efeitos do gás no organismo, de acordo com Graça Almeida, podem levar à morte. "A intoxicação pode evoluir para um edema agudo pulmonar e matar alguém", disse.
Segundo a especialista, não é possível precisar em quanto tempo a inalação do gás pode provocar um edema pulmonar. "Mas, como o atendimento das vítimas foi feito com rapidez, as pessoas que respiraram o ar contaminado não correm risco".
Graça Almeida afirmou que as conseqüências da inalação do gás pelo ser humano vão, desde uma simples irritação na garganta, à rinite, faringite e conjuntivite. O tipo de inflamação depende da concentração do gás no ambiente e do tempo de exposição.
Embora seja um dos gases mais solúveis, a amônia está incluída no grupo dos gases de vapor irritante. Segundo a especialista é um gás que afeta as vias aéreas superiores e provoca inflamações. "A amônia é um gás mais leve que o ar e possui um odor bem característico. Não é um dos mais prejudiciais ao homem, mas causa danos que podem se tornar graves".

VISTORIA REALIZADA PELA DRT E CORPO DE BOMBEIROS
Irregularidades encontradas:
■ Portas trancadas, estreitas e foi constatado que a porta de saída do frigorífico só pode ser aberta pelo lado de dentro e não para fora, como deve ser para facilitar a fuga em caso de acidentes.
■ Má localização das tubulações de gás.
■ Falta de preparo dos funcionários para situações de risco.
■ No prédio também não há hidrantes nem uma brigada de incêndio.
■ As tubulações estão pintadas da cor errada. O vermelho só deve ser utilizado para os equipamentos de combate ao fogo.
■ Havia apenas duas máscaras, utilizadas pelos dois funcionários que operam os compressores, mas não havia máscaras suficientes para as outras pessoas, que sempre trabalham na área de risco.

Uma das primeiras irregularidades foi constatada nas portas de emergência da empresa, que têm cerca de 80 cm. "O ideal seria que elas tivessem pelo menos 1,5m para que a evacuação pudesse ser feita mais rapidamente", explicou o major Laurêncio, chefe do setor de engenharia do Corpo de Bombeiros.
Outra irregularidade encontrada pelo Corpo de Bombeiros foi com relação à localização da casa de máquinas, onde ficam as tubulações de gás. Por ficar no primeiro andar, no caso de um vazamento, o gás, que é mais pesado que o ar, vai direto para o salão, no térreo, onde fica a maior parte dos funcionários.

Já os representantes da DRT constataram as irregularidades e até agora já iniciaram dois autos (processos contra a empresa). Um porque as portas de saída estavam trancadas na hora que aconteceu o vazamento e o outro por não ter havido um treinamento específico para a saída rápida e organizada dos trabalhadores em caso de acidente.

"Um auto é o primeiro passo para a cobrança das multas, que variam de R$ 600 a R$ 6 mil, por infração", explicou Maria de Fátima D'assunção, chefe do setor de saúde e segurança do trabalho da DRT.

COMISSÃO DECIDE FISCALIZAR OS DEMAIS FRIGORÍFICOS
A Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), comissão formada pelo Corpo de Bombeiros, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e Delegacia Regional do Trabalho, começará a fiscalizar todos os frigoríficos de Natal/RN. O chefe de Engenharia do Corpo de Bombeiros, major Laurêncio Aquino, revelou que a grande preocupação é prevenir acidentes, como o que aconteceu na empresa Potiguar Alimentos do Mar.
Não há estatísticas, mas estima-se que em Natal há 50 frigoríficos. "Aqueles que não estiverem adequados às normas de segurança serão notificados", avisou o major. O grande risco de acidente em frigorífico está no uso do gás; já que as câmaras de refrigeração trabalham com gás amônia ou freon, ambos tóxicos.

A empresa Potiguar Alimentos do Mar continuará interditada, até que apresente um laudo comprovando que há segurança para voltar a operar. A chefe do Núcleo de Segurança e Saúde do Trabalhador da Delegacia Regional do Trabalho, Fátima D'Assunção, ressaltou que o acidente na empresa não foi isolado."É necessária uma ação preventiva para antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos da empresa".

A EMPRESA É LIBERADA PELA DRT:
Cinco dias após o vazamento de amônia, a Potiguar Alimentos do Mar voltou a funcionar. A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) liberou o funcionamento da empresa depois de receber um laudo técnico assinado por três engenheiros atestando que a concentração do gás no local é inferior à quantidade máxima permitida de 20 partes por milhão (ppm). O parecer afasta riscos de novo acidente e garante que há segurança para a empresa voltar à atividade. Mesmo com o laudo, fiscais da DRT foram ao local verificar as condições de funcionamento da empresa. Segundo o auditor fiscal Calixto Torres Neto, o forte cheiro de amônia não era mais sentido.

DRT COBRA ADEQUAÇÃO DAS EMPRESAS QUE UTILIZAM GASES DE AMÔNIA E FREON NO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO:
As empresas da Grande Natal que utilizam os gases amônia e freon no sistema de refrigeração industrial terão 30 dias para se adequarem às normas de segurança e saúde. A Delegacia Regional do Trabalho do Estado (DRT/RN) a partir desse prazo fará uma intensa fiscalização para o cumprimento das determinações do Ministério do Trabalho. Setenta e três empresas foram notificadas coletivamente. No próximo mês (agosto), será a vez das companhias de Mossoró.

EXIGÊNCIAS DE SEGURANÇA DO DRT
Os empresários estão obrigados a cumprir uma série de exigências para não ter o estabelecimento interditado, tais como;
■ As empresas terão de ter um plano de alerta e evacuação em caso de vazamento dos gases ou incêndio, com funcionários bem treinados,
■ O local deve estar bem sinalizado, indicando as saídas de emergência, cujas portas têm de ter 1,2 metros de largura com dispositivo de abertura imediata em caso de sinistro.
■ As empresas têm de disponibilizar máscaras autônomas na casa de máquina do sistema de refrigeração para serem utilizadas em caso de vazamento de gases.
■ Os compressores de amônia deverão estar equipados para fechamento de emergência e instalados em salas com ventilação exaustora, que garanta a troca de ar no ambiente em caso de um vazamento.
■ Instalação de sensores ambientais nas empresas que usam a amônia em câmaras frigoríficas - ou em refrigeração em geral - para detectar e monitorar de forma contínua a presença desse gás no ambiente de trabalho. A medida visa proteger os funcionários de entrarem em contato com altos índices do produto. Acima de 20 partes por milhão (ppm), a amônia já é nociva à saúde humana.
De acordo com a chefe do Núcleo de Segurança e Saúde do Trabalhador da DRT, Maria de Fátima D'assunção, todas essas normas têm o objetivo de evitar que volte a ocorrer tais acidentes."É obrigação da empresa antecipar o risco e manter o serviço de prevenção de acidentes".
Os fiscais da Delegacia farão as inspeções para saber se as empresas, em geral, frigoríficos, fábricas de sorvete, companhia de pescado e indústria têxtil cumpriram as exigências. As empresas que não atenderam as exigências serão interditadas e receberão multas, que variam de R$ 600 a R$ 6 mil. Caso voltem a ser notificadas, a multa será cumulativa.

Fontes: Folha de São Paulo, Jornal de Hoje-Natal/RN, Tribuna do Norte-Natal/RN, no período de 12 de Julho a 29 de agosto de 2003.










Cuidados necessários em instalações de amônia

As empresas que utilizam instalações frigoríficas com amônia (NH3) como refrigerante, devem possuir equipamentos básicos de segurança pessoal para cada trabalhador envolvido diretamente com a planta.

CONDIÇÕES BÁSICAS DAS INSTALAÇÕES:
■ Os equipamentos de emergência devem estar dispostos em locais de fácil acesso e fora da sala de máquinas.
■ As salas de máquinas precisam ser bem projetadas e construídas, obedecendo aos padrões de segurança estabelecidos.
■ É importante observar que a sala de compressores necessita de aberturas para ventilação e, nos casos de ambientes fechados, que tenha uma altura mínima de 4 metros de pé direito, com no mínimo duas saídas de emergência.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA NECESSÁRIOS NAS INSTALAÇÕES:
■ Uma máscara contra gases para o rosto inteiro com recipientes "refil" de amônia anidra.
■ Equipamento autônomo do tipo usado pelo Corpo de Bombeiros.
■ Óculos de proteção.
■ Um par de luvas protetoras de borracha (PVC).
■ Um par de botas protetoras de borracha (PVC).
■ Uma capa impermeável de borracha e/ou calças e jaqueta de borracha.
■ Um par de óculos protetores, justo e arejado.
■ Um chuveirinho, bem acessível, instalado nas áreas críticas para lavagem de olhos.
■ Extintores de incêndio de CO2 e pó químico seco.
■ Hidrantes com equipamentos hidráulicos de combate a incêndio e vazamento.
■ Exaustores portáteis.
Com estes equipamentos, o pessoal estará pronto para fazer as intervenções necessárias em caso de vazamentos. Mas é importante lembrar, que os trabalhadores envolvidos na operação da instalação, recebam treinamentos periódicos para utilização dos equipamentos de segurança. Fonte: York Refrigeration

Comentário Risk News:
Dados compilados do Departamento Estadual de Saúde de Nova York, no período de 1993-1998, em relação a 107 vazamentos de amônia investigados pela equipe de fiscalização de emergência de substâncias perigosas:

AS PRINCIPAIS INSTALAÇÕES REGISTRADAS FORAM:
■ Tubulações - 44%,
■ Armazenagem – nível do solo - 21%,
■ Processo sob pressão - 10% e
■ Manipulação de material – 8%

OS FERIMENTOS PREDOMINANTES ASSOCIADOS COM LIBERAÇÕES DE AMÔNIA FORAM:
■ Problemas respiratórios (54%)
■ Irritação de olho (26%) e
■ Tontura/ efeitos no sistema de nervo central - (24%).

CAUSAS DE LIBERAÇÃO DE AMÔNIA, POR TIPO DE INDÚSTRIA:
■ Alimentícia e Bebida – 31%
■ Indústria Química /Manufatura – 29%
■ Depósito/Atacadista – 12%
■ Diversos – 28%

CAUSAS DE LIBERAÇÃO DE AMÔNIA, POR TIPO DE INDÚSTRIA E VÍTIMAS:
■ Alimentícia e Bebida – 31%
■ Deposito/Atacadista – 10%

FALHA DE EQUIPAMENTO POR TIPO DE INDÚSTRIA:
■ Alimentícia e Bebida – 26%
■ Indústria Química /Manufatura – 20%

TIPO DE FALHA DE EQUIPAMENTO – TUBULAÇÃO
■ Alimentícia e Bebida – 17%
■ Indústria Química /Manufatura – 12%

AS MEDIDAS PARA REDUZIR AS VÍTIMAS INCLUEM;
■ Melhoria no treinamento dos empregados,
■ Melhoria no uso adequado de equipamento de proteção pessoal – EPI
■ Melhoria na manutenção de equipamento ou estudo para mudança de processo.

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segunda-feira, agosto 02, 2010

Acidente com empilhadeira mata operário

Na manhã de 13 de outubro de 2009, o trabalhador Leonel estava em cima de um caminhão ajudando no carregamento de ferros galpão da Transportadora Manchester, às margens da BR-101, em Joinville, Santa Catarina. Durante o carregamento o braço da empilhadeira quebrou, uma barra de ferro caiu sobre o corpo dele, acertando o peito. Ele teve uma parada cardiorrespiratória. A outra vítima foi Osvaldo. Ele estava ao lado do caminhão e o braço da empilhadeira atingiu o pé.

Atendimento médico
Socorristas do Samu e bombeiros tentaram reanimar Leonel, que foi levado pelo helicóptero da Polícia Militar para o Hospital São José. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu.
Osvaldo teve fratura exposta no tornozelo e passou por cirurgia. Os dois eram terceirizados e estavam no galpão da Transportadora Manchester.

Declaração da empresa
A direção da empresa informou que só vai se pronunciar quando receber o resultado da perícia. A empresa adiantou que a empilhadeira quebrada era terceirizada. Um técnico responsável pela locação da máquina esteve no local do acidente e comentou que os equipamentos passam por manutenção a cada dez dias.

Fonte: A Noticia - 14 de outubro de 2009.

Comentário:
■ A operação satisfatória da empilhadeira dependerá da manutenção eficiente. Quando a manutenção é ignorada, a empilhadeira poderá apresentar uma ameaça à vida e causar danos
à propriedade. A inspeção rotineira deverá ser realizada, quando a empilhadeira estiver em operação, para eliminar condições anormais. Nunca utilize uma empilhadeira com problemas para garantir a segurança e prolongar a vida útil do equipamento.
■ Manutenção: A manutenção da empilhadeira é dividida em três níveis, isto é, manutenção de rotina, manutenção nível I e manutenção nível II.
Manutenção de rotina: Limpar a superfície do corpo da empilhadeira e certificar que todos os comandos funcionem satisfatoriamente.
■ Manutenção Nível I: A manutenção nível I deverá ser executada uma vez por semana, sendo que deverá ser cuidadosamente inspecionada para certificar se o funcionamento está normal; se existe qualquer parafuso solto; se a elasticidade da corrente é adequado; se o pino do terminal da corrente está normal; se o movimento para cima e para baixo do mastro (interno e externo) é normal; se existe qualquer vazamento de óleo; se existe qualquer desgaste anormal e ruptura nas partes mecânicas; alguma elevação de temperatura anormal ou faíscas na parte elétrica, etc. Se existir qualquer situação de falha, o ajuste ou diagnóstico e solução deverá ser prontamente executado.
■ A Manutenção Nível II deverá ser executada conforme planejada. A inspeção geral deverá ser executada para a empilhadeira de acordo com os seguintes requisitos:
a- Manutenção para o sistema mecânico: Uma vez a cada mês. Deverá ser lubrificada e reapertada a parte mecânica, examinar a parte hidráulica, o desgaste das rodas, como também se os garfos podem ser erguidos e abaixados normalmente. O ruído de operação da empilhadeira não deve exceder a 70 dB.
b- Manutenção do sistema hidráulico: Uma vez a cada mês. Examine se o cilindro de óleo está normal, se existe qualquer vazamento externo ou interno, se a conexão hidráulica e a mangueira estão confiáveis sem vazamento. O óleo hidráulico deve ser substituído a cada 12 meses. O óleo já utilizado substituído deve ser tratado de acordo com as regras e regulamentos locais.
c- Manutenção do sistema elétrico: Uma vez a cada mês. Primeiro examine se a densidade da solução eletrolítica da bateria [densidade específica a 1250 g/dm (a 25ºC) em áreas tropicais e
1280 g/dm (a 30ºC) em outras áreas] está correta e se os terminais estão limpos. Caso contrário, a densidade específica da solução eletrolítica deverá ser ajustada conforme exigido e os terminais devem ser limpos e cobertos com vaselina e apertados.
Examine se as conexões dos dispositivos elétricos são confiáveis, se as tomadas estão normais
e se o isolamento está bem. (A resistência do isolamento entre os dispositivos elétricos e o corpo da empilhadeira deverá estar acima de 0.5 Mega Ohms).
Inspeção de Manutenção Preventiva:
Semanalmente
-Verificar rodas de apoio e carga.
-Verificar os elementos de fixação do conjunto de elevação.
-Verificar a fixação do cabeamento de potência e parafusos do painel.
-Verificar o nível de água da bateria e completar se necessário.
-Verificar funcionamento do freio de estacionamento.
Mensalmente
-Lubrificar a pista dos rolamentos dos mastros de elevação.
-Verificar a fixação do cabeamento de potência e parafusos do painel.
-Verificar a existência de vazamentos hidráulicos.
-Verificar o correto funcionamento das tomadas, Indicador de descarga de bateria (IDB), chave geral e liga/desliga.
Anualmente.
-Troca do óleo hidráulico.
Fonte: Manual de Empilhadeira

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