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sábado, março 16, 2024

PRODUTOS DE LIMPEZA VERDES EMITEM TANTOS QUÍMICOS PERIGOSOS QUANTO OS COMUNS

Verde nem sempre significa limpo: Produtos de limpeza precisam urgentemente de regulamentação

PRODUTOS DE LIMPEZA VERDES

Muitos produtos de limpeza rotulados como "verdes" emitem tantos produtos químicos nocivos quanto os produtos normais.

Os cientistas que fizeram esta constatação afirmam essa realidade exige uma melhor regulamentação e mais orientações para os consumidores sobre o quão seguros os produtos de limpeza são realmente.

"Na verdade, houve muito pouca diferença. Muitos consumidores estão sendo enganados pela comercialização desses produtos e, como resultado, podem estar prejudicando a qualidade do ar nas suas casas - colocando potencialmente a sua saúde em risco. Para muitos produtos nas prateleiras dos supermercados, verde não significa limpo," disse Ellen Smith, da Universidade de York (Reino Unido).

COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS (COVS)

Os produtos de limpeza emitem uma vasta gama de compostos orgânicos voláteis (COVs), incluindo alguns que são perigosos ou podem sofrer transformações químicas e gerar poluentes secundários nocivos.

Nos últimos anos, os produtos de limpeza "verdes" tornaram-se cada vez mais populares, com a suposição implícita de que são melhores para a nossa saúde e para o ambiente. Mas esta nova pesquisa mostra que não é esse o caso.

MONOTERPENOS

Os pesquisadores analisaram os compostos orgânicos voláteis emitidos por 10 produtos de limpeza comuns e por 13 produtos de limpeza que se intitulam "verdes".

Os produtos de limpeza verdes geralmente emitem mais monoterpenos do que os produtos de limpeza normais, resultando em aumentos nas concentrações prejudiciais de poluentes secundários após o uso, como formaldeído e nitratos de peroxiacil.

A análise mostrou que os monoterpenos voláteis se originam dos ingredientes da fragrância desses produtos. À medida que os níveis desses tipos de poluentes aumentam em casa, as pessoas suscetíveis podem desenvolver problemas respiratórios ou irritação nos olhos, nariz, garganta ou pele. A exposição repetida a altas concentrações de formaldeído pode levar ao câncer em alguns casos.

"Os fabricantes realmente precisam ser muito mais claros sobre o que há nesses produtos e deixar claro como mitigar seus danos. Por exemplo, apenas melhorar a ventilação e abrir as janelas ao usar esses produtos de limpeza melhora muito a qualidade do ar em casa," recomendou Smith. Fonte: Diário da Saúde-08/02/2024

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terça-feira, agosto 22, 2017

Sinistros de Grandes Proporções em Armazéns de Produtos Químicos

A rapidez do desenvolvimento da tecnologia e da economia traduz-se em enormes quantidades de matérias primas, de produtos semi-acabados e acabados e também em combustíveis líquidos e gasosos que são necessários a sua armazenagem e manipulação.
Enquanto a população mundial duplicou desde 1950, atingindo hoje 5 bilhões de habitantes, a produção ( a armazenagem e a distribuição) de bens foi multiplicada de seis para oito. É por esta razão que a capacidade de produção das fábricas de amoníaco na Alemanha passou de 50 t por dia em 1950 para 1.500 t em 1970; e a capacidade das instalações de produção de etileno, foi multiplicada por quarenta durante o mesmo período, atingindo 600.000 t por ano.

Paralelamente o potencial de riscos cresceu devido às grandes densidades de energia, às elevadas concentrações de substâncias, mas também devido às mudanças no ambiente. Não se trata apenas aqui do risco de acidentes.
Na verdade, é preciso, hoje em dia, ter em consideração, no âmbito do "processo de fabricação ou de exploração", as repercussões de fabricação dos produtos, dos resíduos, das emissões de poluentes e de ruídos, etc., no ar, na água, no solo e nos organismos, incluindo o do homem, que neles se encontram.

O controle de riscos concentrou-se durante muito tempo sobre os processos dinâmicos da produção, pois é neste domínio que é preciso controlar as mais fortes densidades de energia e as principais energias de ativação. A armazenagem, a distribuição e o transporte, bem como os pontos de ligação entre estes setores, eram relegados para segundo plano.
Se bem que os fatores dinâmicos de produção sejam praticamente inexistentes, que a composição dos produtos seja geralmente conhecida e o grau de automatização elevado, os riscos de armazenagem não podem ser subestimados por mais tempo.
Os exemplos de sinistros de grandes proporções nos armazéns de depósito de produtos químicos que apresentaremos demonstram claramente.

NANTES - FRANÇA
No dia 29 de outubro de 1987, às 9h 36min os bombeiros de Nantes receberam uma chamada de alarme. Sete minutos depois as primeiras equipes de intervenção chegaram ao local do incêndio. Devido a um curto-circuito, os adubos depositados num dos oito compartimentos do armazém construído em 1973 (100 m de comprimento por 35 m de largura e 9 m de altura), construção metálica e cobertura em fibrocimento e betão (placa betuminosa) pegaram fogo.

As primeiras tentativas de extinção com o auxílio de extintores portáteis foram infrutíferas, devido ao tipo de combustão (reação endotérmica da substância).
As emanações de fumo aumentaram de tal maneira que, passados apenas alguns minutos, os bombeiros só puderam  aproximar-se do foco de incêndio com máscaras de oxigênio. Chegaram reforços em menos de uma hora e a defesa civil (meio ambiente, polícia) começou a trabalhar.

A natureza e quantidade das substâncias armazenadas obrigaram os responsáveis pela intervenção a limitar-se, numa primeira fase, a circunscrever o incêndio e a proteger os outros compartimentos. Os especialistas alertaram contra a nuvem de fumo tóxico, enquanto testemunhas presentes relataram que os pássaros caíam por terra ao tentarem atravessar a nuvem de gás formada pelo fumo.
A composição dos gases do fumo não estava claramente determinada; não foi possível proceder à coleta de amostras ou a medições por não se dispor de equipamentos adequados.

Além disso, não podendo afastar-se a hipótese de um risco de explosão, foi solicitado à população, num raio de 1 km, através de alto-falante e pelo rádio, que permanecesse em casa com as portas e janelas fechadas.

Cerca de duas horas depois do incêndio a nuvem de gás do fumo estendia-se numa área de 10 km de comprimento e 3 km de largura. A nuvem de gás permaneceu reduzida dado que as turbulências térmicas causadas pelo fogo e pelo vento não eram muito fortes.
O fumo cor de laranja era mais espesso em volta do armazém, a tal ponto que a visibilidade no solo ficou reduzida a zero e as equipes de intervenção (bombeiros e defesa civil) tiveram se retirar. A intensa coloração da nuvem foi atribuída a vapores de nitrato de potássio (óxidos nítricos).

Ao procederem-se a medições no decurso do dia registraram-se valores de 3 ppm de cloro e 50 ppm de ácido nítrico (valores máximos de concentração de NOX tolerados num local de trabalho é de 5 ppm).

Num raio de 10 km os habitantes queixavam-se de mau cheiro, ardência nos olhos e dores de garganta. Como se imaginava que era impossível extinguir o incêndio em tempo razoável foi decidido proceder à evacuação da população.
Foram colocados à disposição veículos públicos e particulares como meio de transporte e até às 18h foram evacuadas 35.000 pessoas. Foi impossível determinar o número de pessoas que fugiram do local pelos próprios meios. A evacuação durou cerca de quatro horas, incluindo às duas horas de preparativos. A população pode regressar a casa a partir das 22h .

Os gases de fumo tóxico devido à combustão incompleta, bem como a evacuação da população são os aspectos mais importantes desta ocorrência. Quando da combustão de matérias orgânicas, como a madeira, a lã ou os produtos químicos, formam-se gases de combustão, que atuam essencialmente como tóxicos nas vias respiratórias.
A combustão é tanto mais completa, isto é, menos emissões de gases tóxicos, quanto mais elevada é a temperatura de reação, maior o excesso de oxigênio e mais longo o tempo de reação. Os principais componentes dos gases de combustão são sempre o dióxido de carbono (CO2) e o vapor de água (H2O).

Se os gases de combustão contêm monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HXCX) é sinal de que a combustão não foi completa, como é o caso, por exemplo, quando um incêndio é extinto com água.
Quando, substâncias contendo enxofre, cloro ou nitrato ardem, forma-se independemente dos parâmetros acima citados, dióxido sulfúrico (SO2), gases clorídricos (HCL), óxidos nítricos (NOx) e embora os gases de combustão se elevem e se espalhem em geral rapidamente por cima do foco de incêndio, devido à elevação térmica, poderá vir a ser necessário evacuar a população se as condições são desfavoráveis, como é o caso, se as condições atmosféricas são estáveis e o fogo se mantém oculto durante muito tempo ou quando não se procedeu a análise física de emissões de gases.

Por razões logísticas estas medidas devem ser tomadas muito cedo nas regiões com grande densidade populacional. Em casos extremos podem levantar-se problemas pelo fato da permanência em locais fechados, representar eventualmente um risco menor do que uma evacuação.

SCHWEIZERHALLE - SUIÇA
No dia 1 de novembro de 1986, pouco depois da meia noite, um empregado notou que saía chamas do telhado de um armazém, fato que foi detectado quase ao mesmo por uma viatura policial.

Alguns minutos mais tarde as brigadas de incêndio das empresas Sandoz e Ciba Geigy, bem como os bombeiros de Muttenz estavam no local. No combate ao fogo acabaram por atuar 160 bombeiros. Todos os meios, até um barco-bomba foram postos ao serviço para extinguir o incêndio e proteger os edifícios vizinhos.

Pouco depois das 5 h da madrugada, o fogo estava extinto, os bombeiros deixaram o local de incêndio, já que agora era apenas o rescaldo. Segundo a perícia policial, a causa mais provável foi à utilização de equipamento de soldagem para reparar uma chapa de um container, que estava carregado de azul da Prússia (hexacianoferrato).
Quando procediam ao reparo, a chama do maçarico incendiou o azul da Prússia. Esta substância consome-se durante horas sem produzir chama, sem emitir fumo ou cheiro de queimado, de tal modo que o fogo latente passa despercebido. Os prejuízos materiais foram enormes. Pelo contrário, os danos corporais foram reduzidos.

Durante a última fase das operações de extinção formaram-se compostos de enxofre devido à combustão incompleta, o que alarmou a população pelo mau cheiro que emanava à grande distância, embora as concentrações fossem já muito fracas e, portanto não constituía perigo a saúde.
Análises de sangue efetuadas em mais de 400 pessoas deram, felizmente resultados negativos, quanto a uma contaminação de éster fosfórico, mercúrio ou outros agentes tóxicos. Depois deste incêndio, dois aspectos constituíram o alvo das discussões; primeiro, a contaminação da água de extinção e sua infiltração no solo, o escoamento da água de extinção contaminada na rede pública (galeria de água pluvial e na rede de esgoto); segundo o problema de saber se deveria deixar arder ou pelo contrário extinguir o incêndio.

Foram utilizados 1.500 m3 de água no combate contra o incêndio, foram despejadas grandes quantidades de inseticida no rio Reno pela rede de canais que atingiram o rio numa distância superior a 250 km. O sinal mais evidente desta catástrofe ecológica foi a água ter adquirida uma coloração vermelha e os peixes terem morridos.
Parte da água utilizada para a extinção continha várias toneladas de inseticidas e cerca de 100 kg de mercúrio infiltraram-se no solo e contaminaram mais de 25.000 m3 de terra, atingindo até 15 m de profundidade como demonstraram  as sondagens efetuadas numa área de 10.000 m2.

O local do incêndio foi coberto por asfalto para evitar que a água da chuva se infiltrasse na terra contaminada e assim atingisse o lençol freático, levando os produtos tóxicos mais longe ainda. A operação de descontaminação do solo foi realizada e que resultou numa despesa superior a 23 milhões de dólares.

SAINT-BAISLE - LE GRAND - CANADÁ
No dia 23 de agosto de 1988, data do sinistro, provocado por fogo intencional, 85.000 litros de PCB (policloreto de bifenila) encontravam se em barris de 170 l, armazenados na empresa SORTEC. A formação de dioxinas extremamente tóxicas que é uma característica da combustão de PCB  levou os responsáveis pela evacuação imediata de 3.800 habitantes num raio de 14 km2.

O incêndio estava extinto três horas  depois. Devido aos esforços para controlar o incêndio, menos de 10% dos barris explodiram e o seu conteúdo ardeu em chamas. De acordo com as análises realizadas, em pessoas, no ar, no solo e na água subterrânea durante e depois do acidente, concluiu-se que as amostras de ar recolhidas durante o incêndio, e as amostras de água à superfície tirada posteriormente, continham PCB e vestígios de dioxina.
A água subterrânea, protegida por camada de argila não acusava qualquer concentração perigosa, salvo na proximidade do local de incêndio. Três semanas após o acidente, depois de proceder à limpeza de mais de 2.500 edifícios, os habitantes voltaram a instalar-se em suas casas. Os trabalhos de remoção de escombros e de recuperação efetuados com precauções foram muito árduos.

Os resíduos tóxicos (1.500 t) introduzidos em barris foram transportados por barco para Inglaterra onde os estivadores se recusaram a descarregá-los. O governo canadense procura desde então outro local de armazenamento provisório.
Foi no final do século passado que o PBC foi sintetizado pela primeira vez. A estabilidade química, a resistência ao fogo, uma grande capacidade térmica e um considerável isolamento elétrico fizeram com que os PCB's tivessem grande sucesso no mercado entre 1929 a 1977.

As primeiras informações provenientes dos Estados Unidos e do Canadá, segundo as quais os PCB's eram nocivos ao homem e ao ambiente estiveram na origem de uma campanha levada a cabo contra os PCB's. Foram criados depósitos de armazenagem, embora não se conheça ainda qualquer método de evacuação. É assim que em 1979, a SORTEC inc em Saint-Bsile-le-Grand, foi autorizada a armazenar, numa primeira fase, 1000 galões, ou seja, cerca de 3.785 litros.
Esta capacidade revelou-se rapidamente insuficiente e os poderes públicos autorizaram, pela última vez em 1981, a SORTEC a armazenar 20.000 galões (75.700 litros).

HISTÓRICO DO PCB
O único caso grave constatado pelos efeitos tóxicos do PCB's sobre o homem ficou conhecido como efeito "Yusho". A contaminação ocorreu no Japão, em 1968, quando 1.000 pessoas ingeriram óleo de arroz contaminado pelo PCB's.
Os principais problemas constatados foram;

1.Lesões cutâneas numerosas (pigmentação marrom das unhas, lesões foliculares, aumento da sudorese das mãos, placas vermelhas nos membros, prurido, pigmentação da pele, etc.
2.Icterícia, fraqueza, espasmos musculares nos membros, vômitos e diarréias.
3.Alguns pacientes os sintomas persistiram por vários anos (três anos)
4.Crianças nascidas de mães intoxicadas apresentavam insuficiência de peso e coloração marrom da pele, evidenciando intoxicação transplacentária.

Efeitos verificados em intoxicações crônicas de animais de experimentação ou não;

1.Interferência no processo reprodutivo (ratos, galinhas, etc.).
2.Aparecimento de tumores malignos no fígado de ratos
3.Aumento de atividades biológicas de certas enzimas no fígado de ratos
4.Interferência no sistema imunológico de coelhos
5.Distúrbios neurológicos em ratos
6.Acumulação em tecidos gordurosos, soro e leite.
7.Efeitos teratogênicos (aberrações genéticas) em embriões de galinhas

SINISTROS:

LOCAL: SAVANNAH - ESTADOS UNIDOS
Data  : 10.04.95
Autoridades norte-americanas determinaram a retirada de mais de dois mil moradores da cidade de Savannah, afetada por emissões tóxicas provocadas por um incêndio num armazém de produtos químicos. O fogo começou, quando explodiu um tanque com 1.600.000 l de aguarrás. Emissões de anidridos sulfúricos se estenderam pela cidade e os bombeiros foram forçados a retirar os moradores.

LOCAL: SANTOS - PORTO
Data: 16.04.95
Os portuários de Santos levaram um susto ao detectar o vazamento de um produto altamente tóxico, que escapou do container no armazém 43, da Cia Docas do Estado de São Paulo. O produto é o peroxidicarbonato diciclohexilo, que veio do porto de Hamburgo, na Alemanha, importado por uma indústria de tintas. A substância vazou devido à temperatura elevada. A pressão foi tão grande que o cofre (onde estava armazenado o produto) inchou. O pessoal da Guarda Portuária chamou o Corpo de Bombeiros e os técnicos da Cetesb, que tomaram as providências pata controlar o vazamento. O produto químico pode provocar cegueira, irritação na pele e nas vias respiratórias.

OS PRINCIPAIS PERIGOS
Sabemos que o risco de deflagração destes incêndios não pode ser completamente afastado, tanto mais que são com freqüência provocados intencionalmente. Há erros, no entanto, que se cometem quando do combate ao incêndio; improvisações devidas à falta de tempo, diligências inadequadas, informações deficientes.
Mas os sinistros também estimulam a que se proceda a melhoramentos, o que pode tornar então possível um controle global dos riscos.

Os exemplos citados permitem determinar os principais perigos e o gerenciamento do problema e bem como assim defini-los com a ajuda de algumas palavras chaves;

grave e considerável ameaça para as pessoas, o que requer eventualmente uma evacuação permanente ou provisória;
gerenciamento problemático - palavras chaves;
Informação das autoridades, do público, organização da evacuação, reclamações  referentes à responsabilidade civil e custos.

atentados contra o ambiente (contaminação, incêndio, envenenamento, etc) por exemplo; abastecimento de água, criação de gado, vegetação;
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Análises físico-químicas dispendiosas, situação jurídica, indenização, condições de seguro.

contaminação solo (depósito de resíduos industriais nocivos, água de extinção, etc)
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Processos de saneamento em fase de experimentação ou de difícil aplicação, eliminação de resíduos, da água utilizada para a extinção e da terra contaminada, pouca instalação de recuperação e de eliminação, custos elevados ( 435 dólares a 4.350 dólares por tonelada).

controle de catástrofes
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Inúmeras incertezas para a empresa, para as autoridades, apreciação do risco, cenários de sinistro, plano de catástrofe, exercícios de intervenção.

atentado contra a imagem da empresa (poluição, envenenamento, extorsão, etc)
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Informação da mídia, vandalismo, indenização, extorsão

falta de regulamentação ou inadequada, dificuldade de execução pelas autoridades
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Adequação das medidas, fatores custo/rendimento, cenário de catástrofes, serviços públicos sobrecarregados

erro humano ou vandalismo
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Medidas de prevenção e/ou de combate, informação adequada

Os principais perigos apontados relacionam-se com acidentes súbitos que ameaçam o homem e o ambiente através de substâncias tóxicas.

É necessário, no futuro, dar mais atenção à prevenção das catástrofes, pois os efeitos a longo prazo, inerentes aos riscos químicos, provocados pelos incêndios, não são invencíveis. A segurança não é conceito imutável, devendo ser entendido como uma missão em permanente evolução.
Para além da proteção contra os acidentes, engloba ainda melhor gestão dos riscos no que diz respeito à ameaça latente que representam os fluxos contínuos de poluentes, quanto ao tipo de processo de fabricação. Fonte: "Sinistros de Grandes Proporções em Armazéns de Produtos Químicos", da revista "Segurança",Portugal.

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terça-feira, junho 07, 2016

Reações químicas perigosas em casa!

Você sabia que misturar alguns produtos de limpeza doméstica pode ser fatal? Muitos produtos de limpeza contêm amônia – solução aquosa de amoníaco.

Outro produto químico frequentemente utilizado em nossas casas é a água sanitária, ou lixívia – solução aquosa de hipoclorito de sódio. Nós a utilizamos na lavagem de roupas e também na limpeza geral e como desinfetante. Se você misturar esses dois produtos químicos, uma reação química produzirá gases tóxicos chamados cloraminas.

Inalar esses gases pode ser fatal. Na Internet, você poderá encontrar muitos relatos de intoxicações e mortes resultantes da mistura desses dois produtos químicos, bem como sobre outros produtos químicos de uso doméstico comuns.

O que você pode fazer?
■Leve para casa os seus conhecimentos sobre segurança de processo! Como você trabalha com materiais e processos perigosos, você tem experiência e treinamento especiais que podem ser valiosos fora do seu trabalho. Lembre a seus amigos e familiares para seguirem as medidas de segurança tal como você faz no trabalho, quando manuseando materiais perigosos. Você pode salvar uma vida! Por exemplo:
■Leia sempre os rótulos de advertência nos produtos de uso doméstico e siga as precauções recomendadas para utilização e armazenamento.
■Use sempre os equipamentos de proteção individual recomendados, como especificados no rótulo do produto.
■Quando trabalhar com materiais perigosos em casa, sempre garantir uma boa ventilação no local de trabalho para a dispersão segura de vapores perigosos.
■Não misture produtos de uso doméstico, a menos que você compreenda completamente as interações entre esses produtos e suas potenciais consequências.
■Seja um bom exemplo para seus amigos e familiares. Quando utilizar materiais perigosos em casa, trate-os com o mesmo respeito que você faz no seu trabalho. Ao observar outras pessoas manuseando materiais perigosos, sem as devidas precauções de segurança, ajude-as a compreender como usá-los com segurança.
Leve o conhecimento sobre segurança para casa e compartilhe-o!
Fonte: @ZR, Process Safety Beacon – Junho 2016

Comentário
■ Água sanitária com amoníaco pode provocar explosão
A água sanitária não deve ser misturada a outros produtos, em especial àqueles com amoníaco. A mistura, que pode explodir e causar queimaduras graves, exala gases muito tóxicos que provocam sérios danos à saúde. A dona-de-casa Yolanda Massera Moisés, 45, misturou os dois e perdeu totalmente o olfato.
Ao limpar o banheiro, achou que seria melhor juntar água sanitária, amoníaco e sabão em pó.
"A mistura entrou em efervescência e começou a sair uma fumaça. Não conseguia respirar e meus olhos, nariz e garganta começaram a arder de maneira insuportável. Saí correndo à procura de uma janela aberta para poder voltar a respirar."
Depois que o desconforto passou, ela percebeu que tinha perdido o olfato. Segundo o médico Anthony Wong, Yolanda teve muita sorte. "Ela poderia ter pegado pneumonite química (um tipo de pneumonia) ou bronquite permanente, sem falar nas queimaduras que poderia ter tido se o líquido tivesse explodido." Fonte: Folha de São Paulo
  
■Intoxicações causadas pela mistura de produtos químicos
Muitas pessoas misturam produtos químicos para higienização dos cômodos, principalmente o banheiro. O que elas não sabem é que essas misturas podem trazer graves riscos à saúde. Produto químico não se mistura. Na utilização de dois produtos você cria um terceiro. A água sanitária, por exemplo, um dos produtos mais usados em limpeza, tem em sua composição o hidróxido de sódio, que causa uma reação quando unido a outro produto à base de amônia, por exemplo.
Isso causa um acidente comum que pode prejudicar um dos sentidos é a junção de sabão em pó, água sanitária e amoníaco. Ao utilizá-los em ambientes fechados, os vapores tóxicos ficam concentrados e as substâncias se manifestam com o aparecimento de uma fumaça asfixiante, que pode levar até a perda do olfato e da visão. A mistura de detergente com água sanitária causa reação química que libera gases tóxicos prejudiciais ao organismo.

Segue algumas misturas nocivas à saúde:

■ Produtos fortemente ácidos com produtos alcalinos causam uma reação que libera grande quantidade de calor.
■ Produtos amoníacos com compostos oxidantes geram gases e calor.
■ Ácido nítrico se misturado com produtos oxidantes ou orgânicos podem gerar elementos explosivos.
■ Ácido peracético com cloro geram gás tóxico e odor pungente.
■ Ácido sulfúrico quando misturado com acetato de sódio gera o ácido acético e odor pungente.
■ Soda cáustica ou produtos fortemente alcalinos quando em sua forma concentrada, se adicionados a água geram vapores e liberação de grande quantidade de calor.
■ Algumas normas quanto ao armazenamento de produtos químicos também devem ser seguidas. O correto é que os produtos estejam com etiquetas de identificação e separados de acordo com sua composição. Vale ressaltar que produto de higienização não deve ser misturado, a não ser quando autorizado por alguém com conhecimento técnico específico. Fonte: @ZR, Clean  Romer´s

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segunda-feira, abril 04, 2016

Os perigos ocultos do cheiro de carro novo

O chamado “cheiro de carro novo” tem um efeito quase inebriante para algumas pessoas – e não é à toa que concessionárias abusam desse recurso para incentivar as compras.
O odor é genuíno e vem de uma combinação de vários tipos de substâncias químicas usadas na fabricação de veículos: solventes, colas, plásticos, borracha e tecidos, por exemplo.

COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS (COVs)
O único problema: muitas delas são altamente intoxicantes. Isso porque contêm compostos orgânicos voláteis (COVs), que podem até ser letais dependendo da quantidade.
“Trata-se de um coquetel químico feito com um monte de toxinas”, explica Jeff Gearhart, diretor de pesquisa do Ecology Center, dos Estados Unidos, entidade que monitora e testa os níveis de substâncias químicas no interior de carros.
Segundo o especialista, essa quantidade diminuiu nos últimos anos. “Mas ainda há muito trabalho a fazer nesse sentido”, afirma. “Encontramos mais de 200 substâncias químicas dentro de veículos, e como esses compostos não são regulamentados, os consumidores não têm como saber sobre os riscos a que estão expostos.”

DE DOR DE GARGANTA A CÂNCER
Só a lista dessas substâncias já é suficiente para fazer com que o interior de um carro se pareça mais com um desfile de materiais perigosos. Benzeno, tolueno, formaldeído e metais pesados fazem parte do mix.
E, dependendo da sensibilidade do usuário do veículo, as consequências da exposição rápida a esses químicos vão da dor de garganta ou dor de cabeça a tontura, náuseas e reações alérgicas.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, o contato permanente com essas substâncias pode até provocar alterações hormonais, afetar o sistema reprodutivo, causar danos ao fígado, aos rins e ao sistema nervoso central, ou até levar ao câncer.
É com essa exposição a longo prazo que os especialistas em saúde estão preocupados.
 “As pessoas passam, em média, mais de uma hora por dia em seus veículos”, lembra Gearhart. “O contato prolongado com as toxinas desse ambiente afeta adultos, crianças e animais de estimação.”

CARRO NOVO:PERIGO
O perigo é maior quando o carro é novo e é mais fácil notar o odor. Nessa fase, os compostos ainda estão instáveis e propensos a liberar vapores químicos lentamente, em um processo conhecido como desgaseificação.
O aquecimento provocado pela exposição do carro ao sol piora o problema, pois acelera as reações químicas. O risco diminui com o passar do tempo, melhorando a partir de seis meses da fabricação.

REAÇÃO DAS MONTADORAS
A boa notícia é que algumas das grandes montadoras já anunciaram que estão adotando medidas para reduzir o nível de COVs no interior de seus carros, assim como outras substâncias de risco.
Segundo elas, isso é possível com o uso de materiais, revestimentos e colas diferentes durante a fabricação.

POLICLORETO DE POLIVINILA (MAIS CONHECIDO COMO PVC).
Um conhecido agente cancerígeno que deve ser retirado da produção de carros é o policloreto de polivinila (mais conhecido como PVC). Em 2006, o Ecology Center descobriu que a substância era utilizada em praticamente todos os carros novos.
Em 2012, esse número havia caído para 73%. Os fabricantes afirmam que o uso do PVC continua em declínio. Apenas uma montadora, a Honda, alega que já eliminou totalmente a substância da maioria de seus modelos. As montadoras também dizem que melhoraram os sistemas de ventilação e filtragem da cabine.

MUDANÇAS
Algumas, como a Ford, destaca ter passado a utilizar mais fibras naturais e espuma à base de soja em seus bancos. Mas ainda se espera o veredicto sobre os efeitos desses materiais alternativos a longo prazo.
Muitas dessas mudanças ocorreram depois que a União Europeia aprovou maiores restrições ao uso de substâncias químicas. Há relatos de que a China também estaria desenvolvendo legislações nessa área, enquanto o Estado americano da Califórnia já aprovou medidas nesse sentido.

DICAS DE ESPECIALISTAS
■ Enquanto países começam a discutir o assunto, especialistas recomendam que os donos de carros novos tentem diminuir ao máximo sua exposição às substâncias tóxicas, mantendo o interior dos veículos bem ventilados, principalmente nos primeiros seis meses.
■ Estacionar na sombra, com as janelas abertas (se for seguro), ou pelo menos tentar ventilar o carro antes de entrar nele, especialmente nos dias quentes, também ajuda.
■Outras medidas incluem evitar permanecer no carro quando estiver estacionado e utilizar vidros temperados para diminuir a incidência de sol.
■ O Ecology Center também recomenda limpar o interior do veículo com uma toalha de microfibra e um detergente não tóxico. “As substâncias químicas tendem a permanecer na poeira”, afirma Gearhart.
■ Para aqueles que são particularmente sensíveis a substâncias químicas, o especialista sugere observar se surgem sintomas durante o test drive com o carro novo.
■ Se a sensibilidade for extrema, diz Gearhart, “em última instância, talvez seja melhor até comprar um carro usado”. Fonte:@ZR, BBC Brasil - 30 março 2016

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terça-feira, novembro 23, 2010

Perigo dos produtos químicos no organismo humano

Médicos americanos querem mudar legislação sobre produtos químicos
Universidade da Califórnia estuda vínculo com problemas reprodutivos.
Legislação dos EUA sobre controle de substâncias tóxicas é de 1976.


Puberdade e menopausa precoces, esterilidade... Médicos americanos suspeitam que os produtos químicos, onipresentes em nosso ambiente, são a causa de vários problemas de saúde, sobretudo reprodutivos, e querem mudar a legislação.

"Tenho tratado milhares de pacientes (...), entre os quais homens jovens com uma taxa de espermatozóides muito abaixo da normal ou com câncer de testículos; mulheres jovens, de 17 anos, já na menopausa, e meninas pequenas com sinais de puberdade aos seis ou oito anos" de idade, enumerou na semana passada a doutora Linda Giudice, durante entrevista coletiva.

"Cada vez há mais provas que mostram que contaminantes presentes no meio influem nesses problemas", disse Giudice, que chefia o departamento de obstetrícia e técnicas reprodutivas da Universidade da Califórnia, em San Francisco.

Junto com Tracey Woodruff, diretora do programa de saúde reprodutiva e meio ambiente da UCSF e Andy Igrejas, diretor da campanha da associação 'Safer Chemicals Healthy Families', Giudice faz um apelo à revisão da legislação americana sobre os produtos químicos, que data de 1976.

Segundo a associação, a lei Toxic Substances Control Act (TSCA) não é suficiente para impedir que os produtos químicos invadam os bens de consumo, mesmo quando existe uma relação comprovada com o aparecimento de câncer, asma, atrasos no aprendizado ou problemas reprodutivos.

De acordo com Giudice, a legislação não acompanhou a presença de produtos químicos no entorno, que se multiplicou por 20 desde 1945.

"Hoje, a exposição aos contaminantes está em todas as partes: no ar, na água, na comida, na bebida, nos cosméticos ou em artigos de farmácia, pesticidas, herbicidas e produtos cotidianos do lar", enumerou.

Alguns produtos foram proibidos há décadas, mas "permanecem na cadeia alimentar", explicou Woodruff. Outros estão presentes nos produtos de limpeza domésticos ou em outros produtos com os quais os consumidores têm contato diário.

Entre as mulheres estudadas, a grande maioria - cujos seios começaram a se desenvolver e tiveram a menarca (primeira menstruação) ainda muito jovens, algumas aos sete anos - apresentaram um nível elevado de substâncias químicas no organismo.

Outros estudos já estabeleceram vínculos entre os produtos químicos e uma série de doenças, da asma ao câncer, passando por problemas cardiovasculares.

Um estudo publicado em setembro na revista "Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine", da Associação Médica Americana, estabeleceu um vínculo entre taxas elevadas de colesterol nas crianças e um produto usado em antiaderentes por fabricantes de panelas e frigideiras para que a comida não grude.

Apesar de tantos indícios, em 34 anos de existência da lei TSCA, apenas cinco produtos químicos foram objeto de uma regulamentação e os projetos de lei apresentados este ano no Congresso para atualizá-la não tiveram continuidade, disse Igrejas.

Fonte: G1 - 22/11/2010

Comentário:
Há mais de 12 milhões de produtos químicos conhecidos. Inalamos, usamos e comemos algum tipo de componente químico. O produto químico ou seu componente está inserido em algum tipo de produto de consumo. Não há como dissociar o produto químico no estilo de vida da sociedade de consumo atual. Queremos facilidade, comodidade, etc. Abre-se uma embalagem está pronto sua refeição, apenas colocamos no microondas e pronto. É a refeição plastificada.
Até carro novo temos de tomar cuidado devido aos compostos orgânicos temporários.

Os pesquisadores do Mount Sinai School of Medicine descobriram que a exposição a três classes de produtos químicos comuns (fenóis, ftalatos e fitoestrogênios) em jovens pode comprometer o sincronismo do desenvolvimento puberal, e colocar as meninas em situação de risco para complicações de saúde quando adultas.

AMOSTRAGEM
Os pesquisadores estudaram meninas do bairro de East Harlem. Trabalhando em conjunto com o Cincinnati Children’s Hospital and Kaiser Permanente Northern California, analisaram o impacto da exposição a agentes ambientais em 1.151 jovens de Nova York, Cincinnati e norte da Califórnia.
As meninas tinham entre 6 – e 8 anos de idade no momento da inscrição e entre 7 e 9 anos de idade quando da análise de dados. Os pesquisadores coletaram amostras de urina dos participantes do estudo para análise de presença para os fenóis, os ftalatos, e fitoestrogênios, incluindo 19 biomarcadores.

DESREGULADORES ENDÓCRINOS
Fenóis, ftalatos e fitoestrógenos estão entre os produtos químicos conhecidos como desreguladores endócrinos, que interferem com o sistema endócrino do corpo. Eles são encontrados em uma ampla gama de produtos de consumo, tais como esmaltes, cosméticos, perfumes, loções e shampoos. Alguns são usados para aumentar a flexibilidade e durabilidade de materiais plásticos como PVC, ou são incluídos como revestimentos de medicamentos ou suplementos nutricionais.

As ligações mais fortes foram observadas com ftalatos e fitoestrogênios, que também estavam entre os mais altos riscos. Um fenol, dois fitoestrogênios, e um subconjunto de ftalatos (encontrados em produtos de construção e tubos de plástico) foram associados com puberdade tardia. No entanto, os ftalatos encontrados em produtos de uso pessoal, como shampoo e loção, especialmente aqueles com fragrância, foram relacionados ao desenvolvimento precoce de mama e de desenvolvimento dos pelos pubianos.

Consistente com estudos anteriores, os pesquisadores também descobriram que o índice de massa corporal (IMC) desempenhou um papel em relação ao início da puberdade. Cerca de um terço das meninas estavam acima do peso, que é também um indicador de desenvolvimento da mama adiantado. Como resultado, algumas das associações químicas diferentes podem ter maior ou menor impacto em meninas obesas.

Os pesquisadores continuam a estudar o impacto da dieta no desenvolvimento puberal e eventual risco de câncer da mama.

“A exposição a estas substâncias é extremamente comum”, continuou o Dr. Wolff. “Como tal, enquanto a associação entre os produtos químicos e desenvolvimento puberal parece pequena, o impacto sobre a população total é significativa.”

O artigo “ Investigation of Relationships between Urinary Biomarkers of Phytoestrogens, Phthalates, and Phenols and Pubertal Stages in Girls” foi publicado na edição online da revista Environmental Health Perspectives como open access. Fonte: The Mount Sinai Hospital / Mount Sinai School of Medicine

Vídeo:
O uso generalizado de produtos químicos tóxicos presentes no nosso cotidiano; produtos de higiene pessoal, de batom para shampoo do bebê. O vídeo revela as implicações para o consumidor e trabalhador da saúde e do ambiente, e descreve maneiras como podemos afastar a indústria de produtos químicos perigosos e para alternativas mais seguras. O vídeo termina chamando atenção dos consumidores para apoiar a legislação destinada a garantir a segurança dos cosméticos e produtos para higiene pessoal.

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sábado, novembro 06, 2010

Explosão em laboratório de química da UFMG

O acidente ocorreu em um dos laboratórios de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). na tarde de quarta-feira, 03 de novembro, no Instituto de Ciências Exatas (Icex), no Campus Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais. O estudante do curso de química estava manuseando reagentes quando aconteceu a explosão.

Informações da Universidade indicam que a explosão foi provocado pelo motor de uma geladeira, que armazenava vários produtos químicos.

A Divisão de Segurança Universitária isolou o prédio e acionou o Corpo de Bombeiros, que conteve o incêndio. Eles usaram uma escada para chegar à janela, onde se via fogo e fumaça.

Os bombeiros informaram que as chamas foram controladas rapidamente. Houve muita fumaça no local, mas o fogo não chegou a se alastrar para outros laboratórios. Segundo os bombeiros, a explosão aconteceu no motor de uma geladeira e uma nuvem de fumaça tóxica se espalhou.

Vítima:
Um estudante ficou ferido com queimaduras de 1º e 2º graus no rosto, braços e orelhas: 20% do corpo ficou queimado. Outros dois estudantes, que também estavam na sala, não tiveram ferimentos.

Perícia
A explosão numa geladeira no laboratório de química do Instituto de Ciências Exatas (ICEX), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) será apurada pela Polícia Federal.

Fontes: TV Alterosa e Folha.com , 03 de novembro de 2010

Comentário:
Por que os acidentes acontecem?
A estocagem de líquidos inflamáveis não deve ser feita em geladeiras domésticas, dados os riscos envolvidos. A refrigeração não evita a formação de vapores altamente inflamáveis, e a estocagem deve ser feita em recipientes adequados (apropriados para inflamáveis), em armários destinados a essa finalidade, e em local afastado e bem ventilado. No Brasil é comum os laboratórios de Universidades utilizarem geladeiras domésticas para fins de armazenagem de produtos químicos.

O pequeno efeito da temperatura de refrigeração sobre a evaporação do líquido não justifica os riscos. As geladeiras apropriadas para estocagem de líquidos inflamáveis são chamadas “blindadas” (explosion-proof). Faixa de preço das geladeiras blindadas de 2 mil a 13 mil dólares, dependendo das características da geladeira, faixa de temperatura, capacidade da geladeira, potência, etc.

Os próprios fabricantes de geladeiras comerciais e domésticas alertam sobre a proibição do uso de líquidos inflamáveis, nos compartimentos dessas geladeiras, pois elas não foram feitas para essas finalidades.

A variedade de riscos nos laboratórios é muito ampla, devido à presença de substâncias letais, tóxicas, corrosivas, irritantes, inflamáveis, além da utilização de equipamentos que fornecem determinados riscos, como alteração de temperatura, radiações e ainda trabalhos que utilizam agentes biológicos e patogênicos.
As causas para ocorrência de acidentes nos laboratórios são muitas, mas resumidamente são instruções não adequadas, uso incorreto de equipamentos ou materiais de características desconhecidas.

1-Acidente em laboratório

Uma prática muito comum consiste na estocagem de materiais voláteis, alguns dos quais inflamáveis, em geladeiras de uso doméstico (comerciais).
Essas geladeiras não são fabricadas para essa finalidade, em virtude do que podem gerar faíscas seja no acendimento da luz interna, seja no motor, e causar um grave acidente.
A foto mostra as conseqüências de um acidente que poderia ter sido muito pior. Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) - Setembro de 2003

Guarde materiais voláteis inflamáveis em geladeiras apropriadas (para essa finalidade) ou em local muito bem ventilado e sem fontes de ignição, sempre em recipientes adequados, como os contêineres de segurança (safety cans) e armários para líquidos inflamáveis.

2-Incêndio destrói laboratório de Química da USP
Em 19 de fevereiro de 1989, um incêndio destruiu o laboratório de Química Orgânica do Instituto de Química da USP, na cidade Universitária. Não havia ninguém trabalhando no local. O fogo foi percebido às 12 h pelos estudantes de pós-graduação trabalhando em outros laboratórios.
A área do laboratório era separada por divisórias de madeiras que contribuiu para aumentar a extensão dos danos.
O Corpo de bombeiros chegou rápido ao local, com 06 viaturas e 20 bombeiros, iniciando o combate ao fogo com extintores e posteriormente tiveram que usar água com risco de reação com substâncias (sódio, em contato com água pega fogo), cianeto de potássio (em contato com ácido libera vapor altamente venenoso). O hidrante instalado no local não funcionou.

Geladeiras e Freezers blindadas (prova de explosão)


Finalidade
■ Fornecer proteção total contra explosão durante o armazenamento de materiais inflamáveis em temperaturas inferiores ao ambiente
■ Compartimento à prova de explosões evita explosões causadas por vazamento de vapores de recipientes selados indevidamente
■ Exterior à prova de explosões impede explosões causadas por fumos ou vapores interiores em atmosferas externas perigosas
■ De acordo com as normas da UL (Underwriters Laboratories), NFPA (National Fire Protection Association), OSHA (Occupational Safety and Health Administration) adequadas para a Classe 1, Grupo C e D em ambientes perigosos

Todo o motor e termostato é projetado para evitar a formação do arco que poderia inflamar a mistura ar-vapor inflamável. Cada unidade tem a fiação, conexões, termostato, relê, e motor do compressor alojado com segurança em uma caixa apropriada para uso na Classe 1, Grupo C e D para atmosferas perigosas. E a temperatura da superfície do compressor permanecerá abaixo do ponto de inflamação de qualquer material inflamável que poderão estar presentes em tais ambientes.

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quinta-feira, agosto 05, 2010

Gás amônia vaza em empresa de pescados em Natal

Um vazamento de gás amônia ocorrido numa empresa de beneficiamento de pescados em Natal (RN) provocou, na sexta-feira pela manhã, 11 de Julho de 2003, a intoxicação de dezenas de pessoas, segundo estimativa do Corpo de Bombeiros.

CAUSA:
O vazamento ocorreu aproximadamente às 10h, quando funcionários transferiam o gás, usado para o resfriamento do pescado, para as tubulações da câmara frigorífica da empresa. A troca de gás acontecia no último andar do prédio. O elemento químico, por ser congelado, desceu para os demais andares e espalhou uma névoa branca em todo o prédio, deixando funcionários em pânico, apesar da existência de duas saídas de emergência no local.
O compressor que houve vazamento era um dos sete que se encontravam na casa de máquinas. De acordo com o relato de funcionários, um integrante da equipe de manutenção que estava na sala conseguiu fechar a válvula, impedindo a liberação de uma quantidade ainda maior de gás.

LIBERAÇÃO DE GÁS NO MEIO AMBIENTE;
Com o vazamento do gás do compressor, uma nuvem branca de gás tomou conta da rua atingindo empresas próximas e o rio Potengi.

INTERDIÇÃO DA RUA;
A rua Chile foi interditada. Não foi permitido que ninguém entrasse no prédio onde aconteceu o acidentes.

RELATO DE TESTEMUNHAS:
Segundo uma testemunha que trabalha na empresa, que preferiu não se identificar, muitos se desesperaram ao ver o gás se espalhando. A empresa possui 200 funcionários e seis estavam no setor onde aconteceu o acidente. “Ninguém conseguia enxergar e respirar direito”, declarou ele, que não sofreu ferimentos.

GÁS TÓXICO SUFOCA E APAVORA TRABALHADORES:
"Eu vi a morte". Essa foi a impressão do fiscal do Ministério da Agricultura Ondenei Batista Barreto, que, no momento do vazamento, trabalhava no local controlando a qualidade dos produtos comercializados. "A nuvem de gás veio por cima de todos, algo assim eu nunca vi, só sei que consegui sair."

O funcionário Francisco Ribeiro Canuto disse que nunca havia presenciado sufoco igual. "Eram mais de 100 pessoas procurando uma saída e correndo para todos os lados, foi desesperador", garantiu. Paulo Batista dos Santos, auxiliar de serviços gerais da Potiguar, foi um dos que ajudaram a arrombar portas para deixar o local. "As pessoas procuraram chaves, mas numa hora dessas ninguém sabe onde estão, então foram arrombando tudo pela frente."
Outro funcionário, Alexsandro Bezerra Cavalcante, estava do outro lado da rua Chile, mas viveu de perto o problema. "Sentimos o impacto, logo que ocorreu, passamos por baixo do caminhão que estava entre nós e o prédio para ajudar o pessoal. A nuvem de gás tomou conta da rua" Já Thiago Almeida de Oliveira disse que faltou energia e muitos não achavam o caminho a seguir. "As portas, algumas automáticas, não abriam e o jeito foi o pessoal arrancar o que tinha na frente."

Vilma de Souza e Maria das Dores Galvão tiveram de ser atendidas no local com irritação nos olhos e na garganta. Elas afirmaram que saíram do prédio às cegas. "Ficamos sem respirar e sem enxergar, foi um tumulto sem fim, era gente correndo para todo o lado", relatou Vilma.
De acordo com pescadores que estavam no cais da Tavares de Lira, alguns funcionários chegaram a pular de cabeça pelas janelas localizadas no andar térreo do prédio e o proprietário Fernando Burle, também saiu em meio ao desespero dos empregados.

ROTA DE FUGA: FALTA DE SINALIZAÇÃO E SAÍDAS;
Na fuga, os funcionários, cerca de 200, arrombaram portas e quebraram janelas. Muitos ficaram feridos na ação. A primeira sensação das vítimas foi uma cegueira temporária e incapacidade total de respirar, agravada pela falta de energia.
Muitos funcionários escolheram o caminho errado, e quando chegaram à saída para a rua Chile, deram de frente com uma concentração ainda maior de gás. Pelos corredores ficaram restos de fardamento, botas e manchas de sangue, além de caixas espalhadas e estilhaços de vidros, compondo o cenário do desespero.

DIFICULDADES PARA SAIR DO PRÉDIO
Na parte do prédio voltada para o rio Potengi fica mais clara a dificuldade que os funcionários tiveram para sair do local. Até mesmo, os pescadores que estavam em um barco no cais da Tavares de Lira, aproximadamente a 50 metros do local, sentiram os efeitos do gás e viram o desespero dos funcionários saltando do primeiro andar em cima de um telhado e pelas portas e janelas do térreo. Muitas pessoas se jogaram no Potengi. "Ajudei a socorrer um homem que saltou na água, o coloquei em minha canoa e fui para o meio do rio porque a nuvem de gás veio com tudo", afirmou o pescador Alexandre Magno.

CORPO DE BOMBEIROS E PRIMEIROS SOCORROS;
Populares ajudaram a socorrer os feridos mais graves. Pick-ups e caminhões saíram em alta velocidade com vítimas sangrando e algumas desacordadas nas carrocerias. Funcionários de uma empresa de pesca vizinha ajudaram a retirar 20 pessoas do local. Com a chegada dos bombeiros, uma vidraça foi quebrada e uma escada colocada sobre um caminhão para retirar algumas pessoas do primeiro andar do prédio. As vítimas menos graves, que tiveram apenas irritação nos olhos e na garganta fizeram nebulização no local e lavaram o rosto com soro fisiológico.

O Serviço de Atendimento Médico a Urgências (Samu) mandou suas ambulâncias para o local e foi responsável pela transferência de mais 20 vítimas. Depois da retirada dos feridos, os bombeiros só voltaram ao ponto central do vazamento com ajuda de cilindros de oxigênio, que só chegaram ao local mais de uma hora depois da ocorrência.
O major Paulo Rogério de Andrade, do Corpo de Bombeiros, entrou na sala de máquinas e afirmou que são visíveis alguns desrespeitos às normas do Código de Prevenção contra Incêndios e Pânico. "O que pudemos ver, a princípio, é que falta sinalização, uma brigada que ajude a controlar essas situações de pânico e o dimensionamento das saídas de emergência é irregular, são menores do que deveriam".

HOSPITAIS E PRONTOS-SOCORROS:
A rotina do hospital Walfredo Gurgel foi alterada com a chegada das primeiras vitimas com dificuldades de respirar, lesões nas córneas e escoriações no corpo não paravam de chegar. Os Hospitais da Polícia Militar, Santa Catarina e Onofre Lopes também foram requisitados para o internamento dos pacientes que não podiam ser liberados, uma vez que o Walfredo Gurgel não possui leitos suficientes para atender a grande demanda.

O HOSPITAL NÃO ESTAVA PREPARADO PARA ESSE TIPO DE EMERGÊNCIA:
O cenário era desolador. Um aglomerado de pessoas se formou na entrada do pronto-socorro e nos corredores. A cada instante, chegavam ambulâncias com mais pacientes e alguns inconscientes em função da inalação do gás amônia. Um esquema especial de atendimento foi montado. Todos os profissionais que estavam no hospital no momento tiveram que ser deslocados para o pronto-socorro, ficando apenas um em cada setor. Além dos 22 médicos de plantão, especialistas de outras unidades hospitalares da cidade tiveram que ser convocados, formando uma equipe com mais de 50 profissionais, incluindo enfermeiros e auxiliares.
A maior parte dos funcionários atingidos pelo gás sofreu ferimentos e foi encaminhada ao setor de politrauma que ficou lotado. Essas pessoas, ao tentar escapar da nuvem de gás, cortaram-se em vidraças. Várias salas do pronto-socorro ficaram cheias de pessoas com estado emocional alterado.
Alguns pacientes estavam em estado grave. Oito tiveram que ser transferidos para o hospital da Polícia Militar para ficarem internados e seis estão em observação no centro cirúrgico do Walfredo Gurgel.
De acordo com o diretor do hospital Clovis Sarinho, Domício Arruda, nenhum dos pacientes corre risco de vida e não foi registrado nenhum óbito decorrente do acidente. Ele explicou que a amônia provoca irritação das mucosas. "Quando inalado por muito tempo, o gás causa congestão pulmonar e por isso os pacientes estavam com dificuldades em respirar". Cerca de 70% das pessoas atendidas haviam sido liberadas. Mas depois de medicadas algumas retornaram com problemas diversos.

Efeitos provocados no organismo das vítimas:
A grande maioria sofria com problemas decorrentes da intoxicação:
■ Com irritação nos olhos e garganta.
■ Cerca de 80% tinha o quadro respiratório preocupante.
■ Alguns pacientes chegaram com crises convulsivas, resultante do alto grau de absorção do gás.
O tratamento das vítimas foi à base de corticóides e máscaras de oxigênio.

BALANÇO DAS VITIMAS E ESTADOS CLÍNICOS:
De acordo com informações do serviço de assistência social, do pronto-socorro Clóvis Sarinho, foram atendidas 81 pessoas em caráter de emergência. A maioria foi liberada.

Vinte e oito pessoas que inalaram a amônia durante incidente, ainda continuam internadas em quatro hospitais da cidade: Clóvis Sarinho, da Polícia Militar, São Lucas e Antônio Prudente. Apesar da grande maioria foi liberada, mas está retornando aos hospitais para troca de curativos, 16 ainda continuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e sete em estado grave, com possibilidade de seqüelas respiratórias.

No hospital Clóvis Sarinho, apenas Genésio Santos Silva continua internado, na UTI. Segundo o cirurgião João Alves Martins, o quadro do paciente é potencialmente grave e Genésio está com pneumonite química resultante da broncoaspiração de amônia. O médico acredita que na segunda-feira, 14 de Julho, o paciente será liberado da unidade intensiva, mas ainda deverá permanecer internado e poderá ter sérias seqüelas. Já quanto aos olhos, Genésio teve uma lesão na conjuntiva, que deve ser resolvida em poucos dias, caso não haja inflamações secundárias.

O paciente também foi vítima de gastro-esofagite química, o que está levando-o a ficar sem alimentação, por causa da constante regojitação. Genésio Silva está recebendo hidratação venosa e tomando medicamentos à base de corticóide, além de antiinflamatórios. O médico observa que a absorção de amônia poderia até ter causado edema de glote (fechamento da garganta), causando parada respiratória.
Já no hospital da Polícia Militar, doze pacientes estão internados, sendo um na UTI, em estado regular.

Na Casa de Saúde São Lucas, três pacientes estão internados: Márcia Selma Brito (UTI), Walter Raul Ogrady (UTI) e o proprietário da empresa de pesca, Fernando Ferreira Burle (em apartamento). O coordenador médico, Miguel Sicolo, informou que um deles estava em estado grave.

Sicolo disse dois pacientes deverão ter altas e o que está em estado mais grave, foi visto por um oftalmologista e “aparentemente não tem risco de cegueira”. O médico disse que é raro a apresentação de seqüelas respiratórias, mas isso depende do histórico do paciente: se fumava, por exemplo.

Segundo o cirurgião do hospital Antônio Prudente, Honório Ribeiro Dantas, 12 pacientes estão internados em UTIs, sendo que nove deles deverão ser levados para enfermarias e apartamentos. Três estão em estado grave, com necessidade de respiração por máquinas. Honório Dantas disse que os pacientes estão apresentando bronco-espasmos e apresentam lesões nas vias aéreas. Quanto aos olhos, eles disse que os quatro que inspiravam mais cuidados já tiveram os tampões retirados e foi verificado que não haviam lesões graves. Quanto aos três mais graves, o coordenador médico disse que podem ter seqüelas respiratórias, mas nenhum quadro definitivo.

TROCA DE CURATIVOS E EFEITOS ADVERSOS:
Gracionere Severo do Nascimento, outra vítima, disse que passou a noite vomitando e tomando água de coco. Foi ao hospital para colocar mais colírio e fazer a limpeza dos dois olhos, que estavam com tampões. Vários pacientes que aguardavam para serem atendidos no hospital Clóvis Sarinho estavam com desejo de vomitar. Erivaldo Mendonça disse que conseguiu dormir bem e está sentindo dores apenas em um dos olhos.

MORTES:
A auxiliar de tratamento Josélia Araújo da Silva, foi à primeira vítima fatal do vazamento.
Ela faleceu no domingo, por volta das 10 horas da manhã, 13 de Julho, com edema pulmonar causado pela intoxicação com o gás amônia.
A auxiliar de serviços gerais Francisca da Cruz Ferreira, morreu por volta das 12 horas de sexta-feira, 1 de agosto, no hospital São Lucas, devido a uma inflamação pulmonar causada pela intoxicação do gás amônia, usado para refrigeração.

EFEITOS DA AMÔNIA NO ORGANISMO É DEVASTADOR
A amônia (NH3), segundo a bioquímica, doutora em toxicologia, Maria das Graças Almeida age nas vias aéreas superiores e causa inflamações, sem lesar as células. Não é capaz de provocar câncer, mas, os efeitos do gás no organismo, de acordo com Graça Almeida, podem levar à morte. "A intoxicação pode evoluir para um edema agudo pulmonar e matar alguém", disse.
Segundo a especialista, não é possível precisar em quanto tempo a inalação do gás pode provocar um edema pulmonar. "Mas, como o atendimento das vítimas foi feito com rapidez, as pessoas que respiraram o ar contaminado não correm risco".
Graça Almeida afirmou que as conseqüências da inalação do gás pelo ser humano vão, desde uma simples irritação na garganta, à rinite, faringite e conjuntivite. O tipo de inflamação depende da concentração do gás no ambiente e do tempo de exposição.
Embora seja um dos gases mais solúveis, a amônia está incluída no grupo dos gases de vapor irritante. Segundo a especialista é um gás que afeta as vias aéreas superiores e provoca inflamações. "A amônia é um gás mais leve que o ar e possui um odor bem característico. Não é um dos mais prejudiciais ao homem, mas causa danos que podem se tornar graves".

VISTORIA REALIZADA PELA DRT E CORPO DE BOMBEIROS
Irregularidades encontradas:
■ Portas trancadas, estreitas e foi constatado que a porta de saída do frigorífico só pode ser aberta pelo lado de dentro e não para fora, como deve ser para facilitar a fuga em caso de acidentes.
■ Má localização das tubulações de gás.
■ Falta de preparo dos funcionários para situações de risco.
■ No prédio também não há hidrantes nem uma brigada de incêndio.
■ As tubulações estão pintadas da cor errada. O vermelho só deve ser utilizado para os equipamentos de combate ao fogo.
■ Havia apenas duas máscaras, utilizadas pelos dois funcionários que operam os compressores, mas não havia máscaras suficientes para as outras pessoas, que sempre trabalham na área de risco.

Uma das primeiras irregularidades foi constatada nas portas de emergência da empresa, que têm cerca de 80 cm. "O ideal seria que elas tivessem pelo menos 1,5m para que a evacuação pudesse ser feita mais rapidamente", explicou o major Laurêncio, chefe do setor de engenharia do Corpo de Bombeiros.
Outra irregularidade encontrada pelo Corpo de Bombeiros foi com relação à localização da casa de máquinas, onde ficam as tubulações de gás. Por ficar no primeiro andar, no caso de um vazamento, o gás, que é mais pesado que o ar, vai direto para o salão, no térreo, onde fica a maior parte dos funcionários.

Já os representantes da DRT constataram as irregularidades e até agora já iniciaram dois autos (processos contra a empresa). Um porque as portas de saída estavam trancadas na hora que aconteceu o vazamento e o outro por não ter havido um treinamento específico para a saída rápida e organizada dos trabalhadores em caso de acidente.

"Um auto é o primeiro passo para a cobrança das multas, que variam de R$ 600 a R$ 6 mil, por infração", explicou Maria de Fátima D'assunção, chefe do setor de saúde e segurança do trabalho da DRT.

COMISSÃO DECIDE FISCALIZAR OS DEMAIS FRIGORÍFICOS
A Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), comissão formada pelo Corpo de Bombeiros, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e Delegacia Regional do Trabalho, começará a fiscalizar todos os frigoríficos de Natal/RN. O chefe de Engenharia do Corpo de Bombeiros, major Laurêncio Aquino, revelou que a grande preocupação é prevenir acidentes, como o que aconteceu na empresa Potiguar Alimentos do Mar.
Não há estatísticas, mas estima-se que em Natal há 50 frigoríficos. "Aqueles que não estiverem adequados às normas de segurança serão notificados", avisou o major. O grande risco de acidente em frigorífico está no uso do gás; já que as câmaras de refrigeração trabalham com gás amônia ou freon, ambos tóxicos.

A empresa Potiguar Alimentos do Mar continuará interditada, até que apresente um laudo comprovando que há segurança para voltar a operar. A chefe do Núcleo de Segurança e Saúde do Trabalhador da Delegacia Regional do Trabalho, Fátima D'Assunção, ressaltou que o acidente na empresa não foi isolado."É necessária uma ação preventiva para antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os riscos da empresa".

A EMPRESA É LIBERADA PELA DRT:
Cinco dias após o vazamento de amônia, a Potiguar Alimentos do Mar voltou a funcionar. A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) liberou o funcionamento da empresa depois de receber um laudo técnico assinado por três engenheiros atestando que a concentração do gás no local é inferior à quantidade máxima permitida de 20 partes por milhão (ppm). O parecer afasta riscos de novo acidente e garante que há segurança para a empresa voltar à atividade. Mesmo com o laudo, fiscais da DRT foram ao local verificar as condições de funcionamento da empresa. Segundo o auditor fiscal Calixto Torres Neto, o forte cheiro de amônia não era mais sentido.

DRT COBRA ADEQUAÇÃO DAS EMPRESAS QUE UTILIZAM GASES DE AMÔNIA E FREON NO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO:
As empresas da Grande Natal que utilizam os gases amônia e freon no sistema de refrigeração industrial terão 30 dias para se adequarem às normas de segurança e saúde. A Delegacia Regional do Trabalho do Estado (DRT/RN) a partir desse prazo fará uma intensa fiscalização para o cumprimento das determinações do Ministério do Trabalho. Setenta e três empresas foram notificadas coletivamente. No próximo mês (agosto), será a vez das companhias de Mossoró.

EXIGÊNCIAS DE SEGURANÇA DO DRT
Os empresários estão obrigados a cumprir uma série de exigências para não ter o estabelecimento interditado, tais como;
■ As empresas terão de ter um plano de alerta e evacuação em caso de vazamento dos gases ou incêndio, com funcionários bem treinados,
■ O local deve estar bem sinalizado, indicando as saídas de emergência, cujas portas têm de ter 1,2 metros de largura com dispositivo de abertura imediata em caso de sinistro.
■ As empresas têm de disponibilizar máscaras autônomas na casa de máquina do sistema de refrigeração para serem utilizadas em caso de vazamento de gases.
■ Os compressores de amônia deverão estar equipados para fechamento de emergência e instalados em salas com ventilação exaustora, que garanta a troca de ar no ambiente em caso de um vazamento.
■ Instalação de sensores ambientais nas empresas que usam a amônia em câmaras frigoríficas - ou em refrigeração em geral - para detectar e monitorar de forma contínua a presença desse gás no ambiente de trabalho. A medida visa proteger os funcionários de entrarem em contato com altos índices do produto. Acima de 20 partes por milhão (ppm), a amônia já é nociva à saúde humana.
De acordo com a chefe do Núcleo de Segurança e Saúde do Trabalhador da DRT, Maria de Fátima D'assunção, todas essas normas têm o objetivo de evitar que volte a ocorrer tais acidentes."É obrigação da empresa antecipar o risco e manter o serviço de prevenção de acidentes".
Os fiscais da Delegacia farão as inspeções para saber se as empresas, em geral, frigoríficos, fábricas de sorvete, companhia de pescado e indústria têxtil cumpriram as exigências. As empresas que não atenderam as exigências serão interditadas e receberão multas, que variam de R$ 600 a R$ 6 mil. Caso voltem a ser notificadas, a multa será cumulativa.

Fontes: Folha de São Paulo, Jornal de Hoje-Natal/RN, Tribuna do Norte-Natal/RN, no período de 12 de Julho a 29 de agosto de 2003.










Cuidados necessários em instalações de amônia

As empresas que utilizam instalações frigoríficas com amônia (NH3) como refrigerante, devem possuir equipamentos básicos de segurança pessoal para cada trabalhador envolvido diretamente com a planta.

CONDIÇÕES BÁSICAS DAS INSTALAÇÕES:
■ Os equipamentos de emergência devem estar dispostos em locais de fácil acesso e fora da sala de máquinas.
■ As salas de máquinas precisam ser bem projetadas e construídas, obedecendo aos padrões de segurança estabelecidos.
■ É importante observar que a sala de compressores necessita de aberturas para ventilação e, nos casos de ambientes fechados, que tenha uma altura mínima de 4 metros de pé direito, com no mínimo duas saídas de emergência.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA NECESSÁRIOS NAS INSTALAÇÕES:
■ Uma máscara contra gases para o rosto inteiro com recipientes "refil" de amônia anidra.
■ Equipamento autônomo do tipo usado pelo Corpo de Bombeiros.
■ Óculos de proteção.
■ Um par de luvas protetoras de borracha (PVC).
■ Um par de botas protetoras de borracha (PVC).
■ Uma capa impermeável de borracha e/ou calças e jaqueta de borracha.
■ Um par de óculos protetores, justo e arejado.
■ Um chuveirinho, bem acessível, instalado nas áreas críticas para lavagem de olhos.
■ Extintores de incêndio de CO2 e pó químico seco.
■ Hidrantes com equipamentos hidráulicos de combate a incêndio e vazamento.
■ Exaustores portáteis.
Com estes equipamentos, o pessoal estará pronto para fazer as intervenções necessárias em caso de vazamentos. Mas é importante lembrar, que os trabalhadores envolvidos na operação da instalação, recebam treinamentos periódicos para utilização dos equipamentos de segurança. Fonte: York Refrigeration

Comentário Risk News:
Dados compilados do Departamento Estadual de Saúde de Nova York, no período de 1993-1998, em relação a 107 vazamentos de amônia investigados pela equipe de fiscalização de emergência de substâncias perigosas:

AS PRINCIPAIS INSTALAÇÕES REGISTRADAS FORAM:
■ Tubulações - 44%,
■ Armazenagem – nível do solo - 21%,
■ Processo sob pressão - 10% e
■ Manipulação de material – 8%

OS FERIMENTOS PREDOMINANTES ASSOCIADOS COM LIBERAÇÕES DE AMÔNIA FORAM:
■ Problemas respiratórios (54%)
■ Irritação de olho (26%) e
■ Tontura/ efeitos no sistema de nervo central - (24%).

CAUSAS DE LIBERAÇÃO DE AMÔNIA, POR TIPO DE INDÚSTRIA:
■ Alimentícia e Bebida – 31%
■ Indústria Química /Manufatura – 29%
■ Depósito/Atacadista – 12%
■ Diversos – 28%

CAUSAS DE LIBERAÇÃO DE AMÔNIA, POR TIPO DE INDÚSTRIA E VÍTIMAS:
■ Alimentícia e Bebida – 31%
■ Deposito/Atacadista – 10%

FALHA DE EQUIPAMENTO POR TIPO DE INDÚSTRIA:
■ Alimentícia e Bebida – 26%
■ Indústria Química /Manufatura – 20%

TIPO DE FALHA DE EQUIPAMENTO – TUBULAÇÃO
■ Alimentícia e Bebida – 17%
■ Indústria Química /Manufatura – 12%

AS MEDIDAS PARA REDUZIR AS VÍTIMAS INCLUEM;
■ Melhoria no treinamento dos empregados,
■ Melhoria no uso adequado de equipamento de proteção pessoal – EPI
■ Melhoria na manutenção de equipamento ou estudo para mudança de processo.

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sábado, setembro 20, 2008

Explosão de um caminhão-tanque com estireno

Em 2007, na região de Kaohsiung, Taiwan, houve uma colisão envolvendo um caminhão-tanque transportando estireno. O caminhão foi tomado pelo fogo e os bombeiros tentavam controlar o fogo esfriando o tanque com espuma.

Os bombeiros não perceberam que o tanque estava na iminência de explosão (no vídeo nota-se que a válvula "vent" do tanque estava expelindo vapor, indício de surgimento de um BLEVE).

Repentinamente o tanque explodiu, houve um clarão no céu com uma gigantesca nuvem de chamas e cinzas incandescentes.

No primeiro vídeo – a imagem é mais nítida, observa-se a válvula "vent" do tanque em funcionamento devido a pressão excessiva (aquecimento). Os bombeiros estavam combatendo o fogo sem a preocupação de surgimento de um BLEVE (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion) ou seja explosão causada pela expansão do vapor de líquido em ebulição.


No segundo vídeo, observa-se com mais detalhes a explosão em diversos ângulos da câmera da rodovia.


Vítimas
Apenas quatro bombeiros com ferimentos leves.

Fonte: Styrene Tanker Explosion in Kaohsiung, Taiwan.

Comentário:
Procedimentos de emergência - Estireno
5.1. Planejamento de emergência
5.1.1. Todos os fabricantes de estireno envolvidos no transporte de estireno na Europa devem ter um Plano de Emergência estabelecido para receber relatórios de incidentes de transporte e fornecer informações técnicas por telefone e, se necessário, no cenário do incidente providenciar o Serviço de Emergência, para minimizar eventuais perigos decorrentes de um incidente sobre o transporte rodoviário, ferroviário ou fluvial. O documento CEFIC "Distribuição de Resposta de Emergência - Diretrizes para Utilização pela Indústria Química" fornece informações sobre a criação de um Plano de Emergência para empresa.
5.1.2. Com o objetivo de garantir que o técnico especializado encontra-se disponível o mais rapidamente possível no local de qualquer transporte de emergência, todos os fabricantes europeus estireno devem participar de um esquema de Ajuda Mútua para situações de emergência. Os princípios do programa estão descritos na Convenção de Prestação de Auxílio Mútuo em caso de incidente de monômero de estireno durante o transporte na Europa. A Convenção para prestar Auxílio Mútuo não substitui os sistemas nacionais criados sob o conceito CEFIC ICE ( é um programa criado pelas indústrias químicas européias para assistência técnica em emergência).
5.2. Medidas em caso de liberação de estireno
5.2.1. Na eventualidade de uma liberação de estireno e se as circunstâncias o permitam, a primeira coisa a fazer é tentar bloquear o vazamento. Posteriormente, pode ser tomada a decisão de transferir o estireno para outro contêiner. Uma vez que o principal perigo é inflamável, é importante eliminar todas as fontes de ignição na área do vazamento. O vapor de estireno é invisível, mais pesado do que o ar e se espalha ao longo do solo. Para pessoal, usar equipamento de proteção individual apropriado.
5.2.2. O vazamento de estireno deve ser contido e a área de evaporação restrita, tanto quanto possível, erguendo uma barreira física em torno do vazamento. O vazamento pode ser contido com areia ou terra, se necessário. A penetração do estireno no sistema de drenagem, esgoto, água e cursos de água devem ser evitados na medida do possível. Caso tenha entrado estireno qualquer destas instalações, as autoridades competentes devem ser informadas o mais rápido possível.
5.2.3. Cobrindo o liquido derramado, mais rápido possível, com espuma, a evaporação e, consequentemente, a formação de uma nuvem de gás inflamável pode ser prevenida. O líquido liberado deve então ser recuperado e transferido para tanques ou contêineres. Qualquer quantidade remanescente de estireno deve ser absorvido em materiais apropriados, tais como areia e transportados em tambores fechados para um tratamento adequado em instalação de processamento. O método recomendado é de eliminação por incineração.
5.2.4. Qualquer vazamento de tambor deve ser revertido para que o vazamento esteja no topo, evitando assim qualquer liberação de mais liquido. Onde o vazamento não pode selado no local, o vazamento do tambor deve ser colocado de preferência, em um tambor de plástico de tamanho adequado.
5.3. Combate ao fogo
5.3.1. Se vapor de estireno se inflama e a temperatura do líquido atinja 52 ° C, o efeito estabilizador do inibidor será perdido. Existe então um grave risco de que o líquido polimeriza-se com geração de calor considerável.
Tanques contendo estireno, que são aquecidos por um incêndio ou outros meios externos representam um grave risco de ruptura e explosão.
5.3.2. Incêndios em estireno podem ser extintos usando espuma, pó químico seco, dióxido de carbono ou água pulverizada (nebulização). Jatos de água não devem ser utilizados, pois podem simplesmente espalhar o fogo, sendo o estireno imiscível com a água e mais leve do que a água. A queima do estireno pode produzir carbono, monóxido de carbono, dióxido de carbono e grande quantidade de fumaça preta e compacta. Os bombeiros devem usar máscara de respiração autônoma em modo de pressão positiva (SCBA).
5.3.3. Tanques de estireno ou contêineres, nas proximidades de um fogo vizinho, devem ser mantidos refrigerados, pulverizando com água (água nebulizada). Considere a remoção outros líquidos inflamáveis nas proximidades.
Fonte: JOIFF - The Organisation for Emergency Services Management.

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