Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

segunda-feira, maio 13, 2024

VOCÊ MUDA A TEMPERATURA COM O CHUVEIRO ELÉTRICO LIGADO? ENTENDA OS RISCOS


De todas as engenharias de aparelhos de uso doméstico, talvez uma das mais simples seja a do chuveiro elétrico. Uma resistência, plugada na tomada, que esquenta e passa o calor para a água. A aparente facilidade em entender a dinâmica dos chuveiros elétricos —e até de instalar— abre também margem para muitos usos indevidos, que podem danificar o equipamento, consumir muita energia elétrica e até mesmo causar acidentes fatais.

Isso acontece porque o chuveiro elétrico é um dos equipamentos com maior passagem de corrente elétrica em uma residência. Sua ligação deve ocorrer sem espaço para falhas, de preferência por um eletricista.

Quem tem chuveiros elétricos deve fechar o registro antes de trocar a temperatura. Já os donos de chuveiro eletrônico podem ajustar a água durante o banho.

O erro mais comum na hora de instalar os chuveiros elétricos é esquecer de fazer o aterramento do fio (mais conhecido como fio terra) e fazer a conexão errada dos terminais. O cabo que alimenta a energia do chuveiro também precisa ser da mesma potência do circuito elétrico — informação especificada pelo fabricante.

Ligar os aquecedores de água diretamente na tomada é uma prática comum, mas proibida pela Norma Técnica Brasileira (NBR) 5410, texto que estabelece as condições necessárias para as instalações elétricas de baixa tensão.

Os chuveiros elétricos devem ser ligados de forma direta no circuito elétrico da residência, já que neste ponto de ligação há uma grande passagem de corrente elétrica. E as tomadas comuns não são feitas para aguentar passagem com alta potência elétrica, o que pode causar um aquecimento neste local. Já existem conectores específicos para essa ligação.

Dicas para utilizar chuveiros de forma correta:

·        Evite usar o chuveiro elétrico quando muitos equipamentos estiverem ligados em sua casa. Ele consome muita energia e pode haver uma sobrecarga na rede, principalmente se tiverem circuitos compartilhados.

·        Não mude a temperatura da água com o chuveiro aberto. Quando se muda a chave (de temperatura) com a água passando, pode gerar um arco elétrico maior que a capacidade que ele tem de isolamento, gerando risco de choque. Sempre que precisar trocar a temperatura do chuveiro, o certo é fechar o registro, girar o botão e só então voltar a ligar.

·        No caso dos modelos eletrônicos, a mudança de temperatura pode ser realizada sem desligar o chuveiro.

·        Durante o banho, use chinelos para diminuir o contato com a superfície do chão e evitar choques.

·        Caso você sinta uma espécie de formigamento ao tocar em qualquer parte do chuveiro, é sinal que há passagem de corrente elétrica. Esse é o maior sinal da necessidade de troca da peça.

·        Não se deve reaproveitar resistência queimada.

·        Antes de instalar um chuveiro, verifique se o disjuntor e a corrente elétrica estão adequados para a potência do equipamento.

·        Utilize dispositivos elétricos de segurança contra choques elétricos.

·        De preferência, chame um eletricista para instalar seu chuveiro elétrico de acordo com as normas de segurança.

Fonte: Hilson Vilar, professor do curso de Eletrônica do IFPE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco); e Jeydson Lopes, professor do curso de Engenharia Elétrica da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). UOL - Tilt* - 28/02/2024 

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domingo, março 05, 2023

POR QUE TOMAMOS CHOQUE AO TOCAR EM OBJETOS OU PESSOAS?

Muito provavelmente, você já passou por um episódio desses: ao tocar num objeto, como a maçaneta da porta de casa ou do carro, ou ao apertar a mão de alguém, sente um choque. Às vezes, é possível até ouvir um barulho ou ver uma faísca.

MAS, AFINAL, POR QUE ISSO ACONTECE?

O professor Claudio Furukawa, responsável pelo Laboratório de Demonstrações do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), explica que o fenômeno tem a ver com a eletricidade estática.

Vamos lá: todos os materiais são feitos de átomos. E os átomos, por sua vez, são constituídos por duas partículas principais: os prótons (que são positivos) e os elétrons (negativos).

Na maioria das vezes, os átomos se encontram num estado neutro. Na prática, isso significa que a quantidade de prótons e elétrons é a mesma.

Mas esse equilíbrio se altera quando encostamos e friccionamos dois objetos com características distintas.

Nesse momento, os átomos de ambos se aproximam demais, e isso pode "embaralhar" todos aqueles elétrons.

Pode ser que um objeto "roube" uma porção dessas partículas para si. Ou seja: um dos materiais fica com mais elétrons.

Aquele estado de neutralidade anterior, então, deixa de existir. O material que perdeu elétrons fica positivo e aquele que ganhou essas partículas se torna negativo.

É isso o que ocorre, por exemplo, quando arrastamos os nossos pés (principalmente com calçados) num carpete, ou se usamos roupas feitas de lã e tecido sintético por algum tempo.

A fricção desses materiais diferentes (pés-carpete ou braços-blusa sintética) "embaralha" os elétrons, o que eletrifica os corpos envolvidos nessa interação.

Só que os átomos sempre buscam voltar à neutralidade. Daí, quando tocamos num terceiro objeto (que está neutro), como a maçaneta da porta, aquele excedente de elétrons é, literalmente, descarregado.

E isso gera um campo elétrico que nos dá o leve choque (geralmente seguido por um susto).

"A formação desse campo elétrico é capaz até de soltar uma rápida faísca", descreve Furukawa.

O fenômeno se torna mais frequente em dias secos. A pouca umidade no ar dificulta a troca contínua de partículas, o que faz um corpo acumular mais cargas ao longo de um período.

Isso ocorre porque as moléculas de água são boas condutoras de eletricidade e podem livrar o corpo do excedente de elétrons aos poucos.

Porém, num dia seco, o excesso só é descarregado de vez ao tocar em objetos condutores de eletricidade, como superfícies metálicas ou a mão de outra pessoa.

Vale destacar que o material que recebeu aquela carga (como a maçaneta) não fica eletrificado. O excedente de partículas é distribuído por uma massa muito maior ou acaba aterrada — uma vez que a maçaneta está na porta, que se conecta à parede, que tem ligação com o chão e assim por diante.

FAZ MAL?

Furukawa estima que, para que uma pequena faísca salte no espaço entre a mão e o objeto, é preciso que exista um campo elétrico de 3 mil volts no espaço de um milímetro.

"Para comparar, entre os dois pólos de uma tomada há 110 ou 220 volts, uma tensão insuficiente para soltar faíscas", compara o físico.

Já uma pilha tem 1,5 volt. "E se você colocar os dedos nos dois terminais da pilha, não vai tomar um choque", diz o especialista.

Mas será, então, que levar um tranco elétrico ao tocar em objetos ou pessoas pode fazer mal? A resposta é não.

Segundo Furukawa, isso se deve a dois fatores: a duração do episódio e o local em que ele ocorre.

"Primeiro, a carga de partículas acumuladas é relativamente baixa e volta à neutralidade com rapidez, em milésimos. Segundo, o campo elétrico passa pelos dedos e não atravessa nenhum órgão vital, como o cérebro ou o coração", explica.

Por mais inofensivas que essas descargas sejam, não dá pra negar que elas são um tanto incômodas. Há algo que pode ser feito para evitá-las?

"A dica é, antes de pegar no local em que você usualmente toma o choque, tocar em outros objetos maiores e mais diversos. No caso da maçaneta, por exemplo, vale mexer no molho de chaves, que possui uma superfície de contato maior", responde Furukawa.

"Você também pode abrir a torneira e lavar as mãos ou andar descalço para descarregar os elétrons", conclui o físico. Fonte: BBC Brasil - 26 fevereiro 2023

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terça-feira, dezembro 13, 2022

HOMEM FICA COM O CORPO EM CHAMAS APÓS CHOQUE ELÉTRICO EM SP

Um trabalhador recebeu uma descarga elétrica, na manhã da quarta-feira (7), enquanto realizava serviço de manutenção na rede na Vila São Paulo, em Bauru, no interior de São Paulo. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que o homem está no alto de uma escada com o corpo em chamas.

No vídeo, é possível ver que ele tenta se desvencilhar dos fios e equipamentos, até que, por fim, consegue descer da escada, com parte das costas em chamas, e é socorrido por pessoas que passavam pela rua.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, ele foi socorrido pela empresa para a qual presta serviço. A companhia o levou para o hospital de base. O eletricista, de 40 anos, sofreu descarga elétrica enquanto fazia uma manutenção na rede de internet.

Segundo testemunhas que passavam pelo local e gravaram o acidente, o homem ficou desacordado após levar o choque. Com as costas em chamas, a vítima voltou a si e conseguiu se desamarrar dos fios para descer a escada.

Ele foi levado por moradores para o pronto-socorro central. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Bauru, o homem passou pelo pronto-socorro municipal e foi encaminhado para a unidade de terapia intensiva, na ala de queimados, do Hospital Estadual de Bauru. Fonte: R7- 09/12/2022

Comentário:

Em um poste, é destinada uma faixa de 60 cm  abaixo da rede de baixa tensão a uma distância segura, para o compartilhamento do poste com as empresas de telecomunicações

Responsáveis por garantir serviços de internet, TV por assinatura e telefonia para milhares brasileiros, os profissionais do setor de telecomunicações enfrentam desafios diários. Dentre eles, a atuação sobre postes, onde estão expostos ao risco de queda e de choque devido à proximidade com a rede elétrica.

Para um trabalho seguro e saudável, é importante que observem as boas práticas abaixo:

A empresa contratante deve garantir que seus trabalhadores estejam aptos para o serviço. Para tal, dois cursos essenciais são: NR 10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade) e NR 35 (Trabalho em Altura);

Realizar avaliação prévia do local, analisando as condições e riscos da atividade a ser desenvolvida, avaliando eventual fuga de energia com o detector de tensão, testando sempre a base do poste e suas partes metálicas;

A área de trabalho deve estar totalmente isolada e sinalizada. A escada deve ser posicionada corretamente com a devida amarração e ancoragem ao poste para maior segurança;

Certificar-se de que a rede e os equipamentos de sustentação estejam em condições seguras, verificando a estabilidade do poste, eventuais rachaduras e/ou bases expostas. Em condições impeditivas, a atividade deve ser paralisada até a correção dos desvios;

Redobrar a atenção em locais ou regiões litorâneas, com a maresia o desgaste dos componentes da rede (poste, cordoalha, etc.) é mais intenso;

Os cabos telefônicos devem estar posicionados de forma segura e na faixa de ocupação para rede de telecomunicações;

Evitar trabalhar em dias chuvosos;

Caso a rede elétrica esteja fora do padrão, é necessário o acionamento da concessionária de energia para a devida adequação;

Durante a realização de atividades em rede aérea, é proibida a utilização de adornos (anel, relógio, pulseira, cordão, corrente, brinco, piercing, entre outros);

É obrigatória a utilização dos Equipamentos de Proteção Coletiva e Individual para a realização das atividades. Fonte: VianaTel  

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quarta-feira, novembro 02, 2022

POR QUE NÃO É SEGURO TOMAR BANHO DURANTE UMA TEMPESTADE

 O Met Office, instituto nacional de meteorologia do Reino Unido, emitiu vários "alertas amarelos de tempestade" para o país, destacando a possibilidade de raios frequentes.

Embora a chance de ser atingido por um raio seja baixa, é importante saber como se manter seguro durante uma tempestade deste tipo.

Em todo o mundo, cerca de 24 mil pessoas são mortas por raios a cada ano — e outras 240 mil ficam feridas.

E a cada 50 mortes, uma ocorre no Brasil, o país com a maior incidência de raios do mundo. O Brasil é campeão mundial de descargas elétricas: em média, 77,8 milhões atingem o país todos os anos. Entre janeiro e fevereiro deste ano, foram registrados cerca de 17 milhões de raios no país — sendo 8,8 milhões em janeiro e 8,2 milhões em fevereiro — o equivalente a um aumento de 29% em relação a 2021.

A maioria das pessoas está familiarizada com as regras de segurança básicas durante uma tempestade, como evitar ficar embaixo de árvores ou perto de janelas e não falar em telefones fixos com fio (os celulares são seguros).

Mas você sabia que deve evitar tomar banho (de chuveiro ou banheira) e lavar a louça durante uma tempestade com raios?

Para entender o motivo, primeiro você precisa saber um pouco sobre como funcionam as tempestades e os raios.

Dois elementos básicos fazem com que uma tempestade desse tipo prospere: umidade e ar quente ascendente, que obviamente andam de mãos dadas com o verão.

As altas temperaturas e a umidade criam grandes quantidades de ar úmido que sobe para a atmosfera, onde pode formar uma tempestade.

As nuvens contêm milhões de gotículas de água e gelo — e a interação delas é o que leva à geração de raios.

As gotas de água que sobem colidem com as gotas de gelo que caem, passando uma carga negativa para elas, e ficando com uma carga positiva.

Em uma tempestade de raios, as nuvens agem como enormes geradores de Van de Graaff, separando as cargas elétricas positivas e negativas para criar separações de cargas massivas dentro das nuvens.

À medida que as nuvens carregadas se movem sobre a Terra, elas geram uma carga oposta no solo, e é isso que atrai uma descarga de raio em direção ao mesmo.

A tempestade de raios quer equilibrar suas cargas — e faz isso descarregando entre regiões positivas e negativas.

O caminho dessa descarga é geralmente o de menor resistência, então superfícies que são mais condutoras (como o metal) são mais propensas a serem atingidas durante uma tempestade.

O conselho mais útil para uma tempestade deste tipo é: quando ouvir um trovão, vá para dentro.

Mas isso não significa que você está completamente a salvo da tempestade.

Há algumas atividades dentro de casa que podem ser quase tão arriscadas quanto ficar do lado de fora na tempestade.

CAMINHO DE MENOR RESISTÊNCIA

A menos que você esteja em uma banheira do lado de fora ou tomando banho na chuva, é incrivelmente improvável que você seja atingido por um raio.

Mas se um raio atingir sua casa, a eletricidade seguirá o caminho de menor resistência até o solo.

Coisas como fios de metal ou a água no encanamento fornecem um caminho condutor conveniente para a eletricidade seguir até o solo.

O chuveiro oferece ambas (água e metal), o que faz dele um caminho ideal para a eletricidade.

Isso poderia transformar aquele banho relaxante em algo muito perigoso.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC Centers for Disease Control and Prevention ) alertam as pessoas a evitar todas as atividades com água durante uma tempestade com raios — até mesmo lavar louça — para reduzir o risco de um acidente.

Há outros riscos a serem observados durante uma tempestade deste tipo.

Um que pode não parecer óbvio é se apoiar em uma parede de concreto. Embora o concreto em si não seja tão condutor, se for reforçado com vergalhões, estes podem fornecer um caminho condutor para o raio.

Evite usar também qualquer dispositivo ligado a uma tomada elétrica (computador, televisão, máquina de lavar roupa, lava-louça), pois tudo isso pode fornecer caminhos para o relâmpago.

Como regra geral, se você consegue ouvir trovões à distância, então você está perto o suficiente da tempestade para que os raios cheguem até você, mesmo se não houver chuva.

Os raios podem atingir áreas a até 16 quilômetros de distância da tempestade de origem.

Normalmente, meia hora depois de ouvir aquela última trovoada é um momento seguro para se aventurar de volta ao banho.

Tempestades de raios e trovões geralmente gostam de deixar uma para o grande final, e você não quer acabar fazendo parte dela. Fonte: BBC Brasil - 19 agosto 2022,

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segunda-feira, maio 11, 2020

CHOQUES MATARAM MAIS DO QUE INCÊNDIOS EM 2019

Fale a verdade: você é adepto das gambiarras eletrônicas? Costuma usar o celular enquanto ele está recarregando na tomada? Pois saiba que o número de acidentes em decorrência de choques e incêndios de origem elétrica chegaram a 1.662 em 2019.
Os registros são da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), que divulgou no seu anuário estatístico de acidentes de origem elétrica ocorridos no ano passado no Brasil. Os choques foram os maiores responsáveis pelos acidentes envolvendo eletricidade. Seguido de incêndios por sobrecarga e descarga atmosférica:

·    909 acidentes com choques (56% do total): 212 não fatais e 697 mortes
·    656 incêndios por sobrecarga/curto-circuito (39%): 582 não fatais e 74 mortes
·    85 ocorreram por descargas atmosféricas (5%): 35 não fatais e 50 mortes

Analisando as fatalidades em decorrência de choques, adultos com idade entre 31 e 40 anos foram as principais vítimas (195 pessoas). Mas muitos bebês e crianças também acabaram morrendo diante da descarga elétrica. Ao todo, 42 com idades entre zero e dez anos.
Os números são preocupantes, mas Edson Martinho, engenheiro eletricista e diretor executivo da Abracopel, alerta que os dados divulgados são uma parcela dos acidentes no Brasil. As fatalidades devem ser ainda maiores, já que existem casos não são reportados e nem divulgados.
"As instalações elétricas no Brasil são caóticas, falta projeto elétrico, temos os aventureiros [que fazem as instalações sem a devida segurança]", afirmou o engenheiro eletricista. "Ter informações ainda é bem difícil. Antigamente, tinha uma média de 250 mortes por ano, mas sabíamos que era pouco. Hoje estamos em mais de 600. Estamos conseguindo ter mais dados e isso é importante para informar as pessoas. Mas não sei se teremos um dia o número real. Tem muitos acidentes que somem no meio do caminho", explicou.
O anuário estatístico utiliza registros de acidentes divulgados em veículos de comunicação brasileiros (a autenticidade é verificada por uma equipe da associação) e ocorrências fornecidas também por profissionais do setor elétrico que fazem parte da entidade.

ONDE É MAIS COMUM ACIDENTES COM CHOQUE?
A maioria dos casos contabilizados no levantamento aponta o ambiente doméstico como o lugar de maior perigo. O fio partido (que envolve acidentes com tomadas sem tampas, cabos sem isolamento etc.) é o principal culpado, mas os eletrodomésticos também têm apresentado perigo.

Confira os principais motivos pelos acidentes registrados em residências:
·    Fio partido em ambiente interno: 99 casos (85 mortes)
·    Eletrodoméstico: 57 casos (52 mortes)
·    Cerca eletrificada: 38 casos (36 mortes)
·    Extensão, Benjamin, tomadas: 28 casos (25 mortes)
·    Carregador de celular: 19 casos (15 mortes)
·    Varal energizado: 4 casos (4 mortes)

E OS INCÊNDIOS?
§As residências (casas, apartamentos, sítios/fazendas) também são os locais em que acidentes de origem elétrica acontecem com mais facilidade. Em 2019, foram 255 casos, com 25 mortes, de um total de 656 registros.
§Comércios (de pequenos a grande porte) foram os segundos no ranking, com 178 ocorrências e 10 mortes.
§Problemas nas instalações elétricas internas foram os grandes responsáveis, em 363 casos.
§Outros 119 aconteceram por conta de falhas em ventiladores e ar-condicionado. Incêndios provocados durante a recarga do celular somaram 15 (com duas mortes).

POR QUE TANTAS FATALIDADES?
A falta de conhecimento sobre os perigos da eletricidade é o ponto importante para tantas fatalidades envolvendo a eletricidade, segundo Martinho. Por isso, a conscientização é fundamental.
Mas não podemos esquecer que há muito descaso nas instalações da rede elétrica no Brasil. E isso é um problema já de muitos anos. Algumas são antigas demais e não atendem aos padrões mais recentes (como o uso da tomada de três pinos), outras não passam por manutenção preventiva e, há ainda, as redes feitas por profissionais sem formação, desatualizados.
Associado a isso, está a imprudência do uso de gambiarras elétricas como algo permanente em casas, empresas. A cultura do mais barato, sem critério, pode sair cara, ressalta o engenheiro eletricista.

CUIDADOS QUE TODOS DEVEMOS TER:
§Não ao carregador de celular falso: Muitos aparelhos de segunda linha são vendidos a preços muito baixos no mercado, o que agrada o nosso bolso. Mas eles não têm as devidas certificações e garantias de segurança. Ele pode fornecer mais energia do que o necessário para o carregamento do celular, segundo os especialistas.
§Atenção ao cabo: o uso de um cabo original é sempre a melhor escolha. Mesmo assim, antes de conectá-lo na tomada é importante ver se ele não está danificado, se a fiação interna não está exposta. Se tiver, está na hora de comprar um cabo novo e não usar o antigo.
§Evite o uso excessivo de adaptadores e extensões: lembra da gambiarra elétrica com vários benjamins? Isso deve parar. Vários aparelhos ligados em um único adaptador de tomada e/ou filtro de linha também não é recomendado pelos especialistas. O risco de sobrecarga aumenta e até incêndios podem ocorrer.

Rede elétrica da casa em dia: é fundamental que a rede elétrica da sua casa tenha manutenção preventiva e seja avaliada por um especialista. Se ela é muito antiga e você nunca pensou nisso, procure logo um profissional de segurança para dar uma checada.
Já ouviu falar em DR? É o dispositivo de diferencial-residual. O nome é complicado, mas ele funciona como um interruptor que impede que correntes elétricas não detectadas pelo disjuntor continuem no sistema de energia. Ele é obrigatório há anos. Aproveite a visita do profissional que vai verificar a sua rede elétrica e peça para verificar se o DR está em dia.

Celular e água não combinam: a água (não pura) e eletrônicos não combinam. Ela funciona como um ótimo condutor de eletricidade. Evite usar o celular em ambientes com vapor de água, como no banheiro. Além da oxidação de componentes do telefone, o risco de curto-circuito, choque e incêndios após o contato com a água é real. Fonte: De Tilt, em São Paulo-04/03/2020 

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segunda-feira, outubro 21, 2019

Jovem morre eletrocutada com lixadeira elétrica para unha

Uma jovem de 22 anos morreu na  quinta-feira (17), na Santa Casa de Cafelândia, após receber um choque elétrico de uma lixadeira elétrica de unha  quando lixava os pés, em  Cafelândia (83 quilômetros de Bauru), na quarta-feira (16).
Segundo a PM,  a jovem fazia as unhas na casa da família na quarta-feira (16) e usava uma lixadeira elétrica para lixar os pés. Um dos pés estava mergulhado na bacia com água enquanto a jovem lixava outro pé.  Tudo indica que, em um determinado momento, a lixadeira caiu na bacia e provocou uma descarga elétrica e eletrocutou a jovem. Fonte: JCNET - 18/10/2019 

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terça-feira, agosto 15, 2017

Trabalhador morre eletrocutado

Um homem de 60 anos morreu eletrocutado enquanto cortava pés de eucalipto em uma propriedade rural em Serranópolis do Iguaçu, na tarde de  sábado (12).

Edilio de Macedo trabalhava na propriedade na localidade da Linha Seca, cortando eucaliptos para lenha, quando uma das arvores teria caído sobre a rede elétrica, que caiu em cima de uma caminhonete que estava estacionada próximo do local.

Segundo informações apuradas pela reportagem, o veículo teria se incendiado por conta da descarga elétrica, e Edilio teria tentado tirar a caminhonete, e acabou sofrendo um choque, vindo a óbito.

A Polícia Militar, Polícia Civil e Criminalistica e foram acionados e o corpo foi recolhido pelo IML de Foz do Iguaçu para os exames de necropsia e posterior liberação aos familiares para os atos fúnebres. Fonte: Portal Costa Oeste – Paraná - 12 de agosto de 2017

Comentário:
Planejar a derrubada da árvore observando: inclinação, direção do vento, cipó, galhos soltos, árvores enganchadas, secas, fiação elétrica e etc.
Verificar se a direção de queda desejada é possível e se existe riscos de acidentes,
por exemplo, obstáculos, etc
Deve-se manter a uma distância mínima segura  equivalente a duas vezes a altura média da árvore a abater dos outros trabalhadores e equipamentos.
No caso de espécies de eucaliptos e pinus, por exemplo, que podem atingir até 30 metros de altura, a recomendação técnica é de que no mínimo o afastamento lateral das redes seja de 40 metros, fornecendo uma margem mínima de segurança para pessoas e animais que circulam nestas áreas. 

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terça-feira, julho 04, 2017

Soldador morre após andaime encostar em fio de alta-tensão

Um soldador de 29 anos morreu e outros dois de 36 e 32 anos ficaram feridos, vítimas de um choque elétrico em uma obra na cidade de Campina Grande, no Agreste paraibano. O acidente ocorreu na tarde de sexta-feira (30), quando eles estavam fazendo um serviço de solda na estrutura do teto de um galpão, próximo à Alça Sudoeste.

De acordo com o relato de testemunhas os três homens estavam em cima do andaime e depois desceram para colocá‑lo  em outro lugar. Ao movimentar o andaime acabou encostando‑se  em um fio da rede elétrica de alta-tensão. O soldador de 29 anos morreu no local.

Já os outros dois homens ficaram feridos e foram socorridos e levados para o Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande. O estado de saúde deles é estável.

Depois do acidente, o andaime ficou encostado no fio e a concessionária responsável pelo abastecimento de energia elétrica da cidade precisou ser acionada para desligar a rede elétrica e retirar o equipamento do local.

Os três trabalhadores prestavam serviço para uma empresa terceirizada. O caso foi registrado na 7ª Delegacia Distrital de Polícia Civil e vai ser investigado pelo delegado Damião Marçal. “Essas investigações serão empreendidas e certamente a responsabilidade vai ser esclarecida e quem for responsável vai ser penalizado, pela forma de lei”, disse o delegado. Fonte: @ZR, G1 PB-30/06/2017  

Comentário:

O QUE AS CONCESSIONÁRIAS RECOMENDAM
Cerca de 60% dos acidentes elétricos resultam em lesões corporais graves e 40% em fatais. A maioria dos casos foi provocada pela imprudência e negligência das pessoas no trato com a rede elétrica.

SÃO EXEMPLOS DE IRREGULARIDADES:
• Redes e linhas de distribuição, tanto da Concessionária como particulares, que tenham as distâncias mínimas (estabelecidas em normas técnicas da empresa) invadidas por edificações em construção ou em reforma, pintura e limpeza, localizadas próximas, sobre ou sob estas redes;
• Instalações que, por estarem próximas ou desrespeitando as distâncias mínimas de segurança, oferecem riscos de acidentes de origem elétrica: marquises, sacadas, platibandas, placas e painéis, luminosos, andaimes fixos e móveis, plataformas de proteção e contenção, escadas, cordas de segurança.

OPERAÇÕES PRÓXIMAS À REDE ELÉTRICA
Indivíduos que exercem atividades profissionais mais propensas ao contato com a rede elétrica, como pintores, instaladores de antena e outdoor, pedreiros, podadores de árvores e calheiros, devem ficar atentos às normas básicas de segurança:

NA ÁREA RURAL
Nas áreas rurais deverá ser sempre respeitada a faixa de segurança sob as linhas aéreas de energia elétrica. Esta faixa é, de um modo em geral, de dez metros de largura ou cinco de cada lado do eixo da linha.
Edificações, placas e painéis também não devem invadir a faixa de segurança.

NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Antes de construir ou executar reformas em prédios e outras instalações, próximas da rede elétrica, deve ser verificado se não há situações perigosas por perto. Encostar ou aproximar andaimes, escadas, barra de ferro ou outros materiais nos fios elétricos pode ser mortal. Em situações que podem oferecer riscos, deve ser sempre consultada a Concessionária para verificar se é possível desligar temporariamente a rede ou isolá-la com materiais especiais.
Vale lembrar: é expressamente proibido a construção de currais, depósitos, açudes e piscinas dentro da faixa de segurança definida para linhas aéreas instaladas em localidades rurais.

NA INSTALAÇÃO DE LETREIROS E PLACAS
Respeitar sempre distâncias seguras da rede elétrica, não permitindo que letreiros, placas e lambris fiquem encostados na mesma.

NA INSTALAÇÃO DE ANTENAS DE TV
Quando houver rede elétrica nas proximidades, a instalação de antena deve ser efetuada por profissional qualificado e experiente.
Nunca instale a antena próxima a pára-raios, nem interligue o cabo da antena aos condutores elétricos do mesmo.
Jamais arremesse o cabo utilizado para ligações de antenas sobre a rede elétrica, mesmo que este seja encapado, pois a capacidade de isolamento do cabo não é suficiente para evitar a passagem da eletricidade existente nas redes elétricas.
Marquises de edifícios comerciais ou residências, jamais devem servir para instalação de antenas devido à proximidade das redes elétricas. Fonte: @ZR- CPFL - Comunicação Empresarial

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terça-feira, abril 25, 2017

Proteção contra arcos elétricos: Mitos e realidades

A proteção contra arcos elétricos chegou a um ponto muito importante na indústria, semelhante à proteção contra choques elétricos. Poucos trabalhadores do setor elétrico considerariam trabalhar em um sistema de 13.8 kV sem luvas isolantes apropriadas para essa tensão.
Da mesma maneira, muitos locais de trabalho estão se valendo de consultores, engenheiros elétricos, fabricantes de roupas e normas técnicas para terem um ambiente mais seguro em relação a arcos elétricos. Entretanto, existem vários mitos que devem ser esclarecidos:

MITO: As explosões por arcos elétricos não acontecem, porque nunca vi uma.
REALIDADE: Sendo otimistas, a maioria dos trabalhadores do setor nunca verá um acidente com arco elétrico. Entretanto, o trabalho elétrico é perigoso por natureza, devido aos altos níveis de energia e ao fato de que, até que o acidente ocorra, a eletricidade é inodora, incolor e invisível. Os eletricistas escolheram a terceira profissão mais perigosa, de acordo com recentes estatísticas do OSHA. Foram reportados mais de 10 incidentes de arco elétrico, que implicam em mais de 2 mortes por dia nos EUA. Estudos indicam que até 80% das lesões de trabalhadores do setor elétrico não são devidas a choques elétricos (passagem de corrente pelo corpo) e sim a queimaduras externas causadas pela intensa energia radiante de um arco elétrico.

MITO: Nada pode ser feito para se proteger contra a exposição a um arco elétrico.
REALIDADE: Muito pode ser feito para evitar um arco elétrico e para proteger as pessoas expostas a esse fenômeno. A NFPA desenvolveu a Norma para a segurança elétrica em locais de trabalho, NFPA 70E, para reduzir o número de acidentes em locais de trabalho. A norma fornece um guia para a correta seleção de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que podem reduzir significativamente ou evitar lesões devido a um arco elétrico. Um programa de segurança elétrica é semelhante às quatro pernas de uma cadeira.

Cada uma delas é indispensável para se manter um local de trabalho seguro.
Eletricista: Qualificado e capacitado para desenvolver a tarefa.
Engenharia de Controle: Projeto e ajustes dos sistemas para reduzir os níveis de perigo.
Procedimentos de Trabalho: Procedimentos e práticas seguras de trabalho que reduzam a possibilidade ou gravidade de um acidente.
Equipamento de Proteção Individual: A última linha de defesa do trabalhador; incluindo roupa, proteção facial e luvas para a proteção contra arcos elétricos.
Retirar qualquer das “pernas da cadeira” pode resultar em lesões graves ou morte de trabalhadores.

MITO: A vestimenta de algodão ou de outras fibras naturais me protegerá.
REALIDADE: O algodão e a lã são definitivamente fibras inflamáveis que podem entrar em ignição ao serem expostas à intensa radiação de um arco elétrico. Quando a roupa entra em ignição, continua queimando sobre o corpo do usuário, agravando e aumentando as lesões com possíveis queimaduras de segundo e terceiro grau. Dessa maneira, o usuário pode sofrer queimaduras em partes do corpo que não foram expostas diretamente (inicialmente) ao arco elétrico. Enquanto a combustão do algodão e outras vestimentas inflamáveis continua avançando por outras áreas do corpo, as lesões devido às queimaduras aumentam. As roupas Resistentes à Chama (RRC) que cumprem com os requerimentos das normas ASTM F1506, ASTM F1959 e NFPA 70E não entram em ignição nem continuam queimando sobre a pele, e proporcionam proteção térmica às áreas do corpo cobertas por ela. As roupas contra arcos elétricos são feitas com múltiplas camadas de tecidos leves, alcançando os níveis de proteção necessários para cobrir o largo espectro de perigos elétricos. A norma NFPA 70E fornece um guia para a correta seleção do EPI correspondente ao nível de perigo determinado pela tarefa elétrica a ser desenvolvida.

MITO: Os óculos de segurança protegem contra a energia liberada por arcos elétricos.
REALIDADE: Existem diversos tipos de óculos de segurança, mas nenhum que proteja contra arcos elétricos. A superfície das lentes cobre uma pequena parte do rosto, e por não ter um nível de proteção contra arcos elétricos, o usuário não pode saber com que proteção conta. Só um protetor facial ou capuz (com nível de proteção determinado e certificado) pode oferecer proteção contra a energia térmica de um arco elétrico, e deve ser selecionado quando supere o nível de perigo de arco elétrico da tarefa a realizar.

MITO: Basta usar um protetor facial.
REALIDADE: Isso depende do protetor facial e do perigo ao qual seja exposto. No mercado existem protetores faciais que contam com um nível de proteção ATPV (Valor de Proteção Térmica contra Arco), determinado em cal/cm² (calorias por centímetro quadrado). O nível de proteção dos protetores faciais para arco elétrico deve ser determinado segundo o protocolo de testes da norma ASTM F2178.

Esses protetores devem ser utilizados em todos os trabalhos elétricos onde o perigo é superior a 1,2 cal/cm² e não supera 8 cal/cm², ou segundo a NFPA 70E, para as Categorias de Risco/Perigo (CRP) 0, 1 e para o nível mínimo da categoria 2 (8 cal/cm²). Apesar disso, muitos ainda utilizam protetores faciais claros para se proteger contra arcos elétricos.

Em 2003 a Oberon Company realizou pesquisas sobre os protetores faciais claros (transparentes) de policarbonato com proteção UV estendida. Nessa pesquisa determinou-se que esses protetores e as viseiras claras utilizadas em alguns capuzes não oferecem nenhum grau significativo de proteção durante um arco elétrico. Os relatos sobre o bom funcionamento de protetores faciais claros são contraditórios.

É possível que em alguns casos o trabalhador não estivesse diretamente em frente da fonte no momento do arco elétrico . Ou a área do rosto pode ter sido exposta a níveis mais baixos de energia térmica que outras partes do corpo, causando a falsa impressão de que a proteção se deveu ao protetor facial. Em qualquer caso, os ensaios de arco elétrico em laboratório mostraram que mesmo a um nível muito baixo de exposição (2,7 cal/cm²), os sensores térmicos localizados nos olhos e boca do manequim de teste indicaram queimaduras de segundo grau.

MITO: Se uso um protetor facial, não preciso usar um capuz ou máscara.
REALIDADE: Um protetor facial para proteção contra arcos elétricos, classificado em termos de cal/cm², protegerá efetivamente as áreas que cobre, ou seja, o rosto e até certo ponto a parte frontal do pescoço. Dependendo do desenho do protetor facial, a energia de convecção pode passar por baixo do mesmo causando queimaduras no rosto, especialmente em níveis altos de exposição a arcos elétricos. O protetor facial também não protege as costas nem a parte posterior da cabeça e pescoço, ao passo que um capuz protege de maneira uniforme a cabeça e o pescoço. Segundo a NFPA 70E, o uso de protetores faciais está limitado às tarefas até o nível mínimo da CRP 2. Para trabalhos dentro das CRP 2, 3 e 4 é exigido o uso de capuzes.

MITO: Todos os tecidos Resistentes à Chama (TRC) são iguais.
REALIDADE: Isso não é verdade, pois há dois tipos de tecidos:
Tecido Resistente à Chama Tratado Quimicamente (FRT ou RLLT)
Tecido Intrinsecamente Resistente à Chama (IFR ou IRLL),

O tecido FRT é de algodão comum, resistente à chama devido ao tratamento dado ao tecido.

Pesquisas sobre o uso desse tipo de tecido demonstraram os seguintes resultados:
Limitações de lavagem e manutenção: Pode perder seu nível de proteção à medida que a roupa é lavada.
Peso e Produtividade: Pesam 50% mais que as tecidos IFR, contribuindo assim para o aumento da temperatura do corpo do usuário e diminuindo sua produtividade.
Durabilidade: Dura até 5 vezes menos que um tecido IFR
Reação Exotérmica: Protege até o ponto em que o sistema químico que apaga a flama se ativa, isto é, quando as fibras se incendeiam. Quando isso ocorre há uma reação exotérmica, ou seja, emissão de calor. Se superar o nível de proteção das fibras, a reação exotérmica fará com que a energia emitida, em forma de gás quente, cause queimaduras de 2 o e 3 o grau e infecções. Quando ocorre a reação, os gases quentes do FRT, se abaixo do nível de proteção, apagam o fogo das fibras. Mas, se o nível de proteção for excedido, gases nocivos serão emitidos, podendo causar também problemas respiratórios dentro do capuz e fazendo com que o trabalhador tenha que removê-lo ainda durante a situação de risco.

A estrutura química das fibras do tecido IFR não permite que este se queime, e por isso seus resultados são muito mais favoráveis do que os demonstrados pelos FRT:
Lavagem: Jamais perdem o nível de proteção devido à lavagem.
Peso e Produtividade: Pesam 50% a menos que os FRT, permitindo ao usuário realizar suas tarefas de forma mais conveniente e segura.
Durabilidade: Podem durar até 5 vezes mais que os tecidos FRT.
Reação Exotérmica: Não ocorre em tecidos IFR.

Além disso, os tecidos IFR foram desenvolvidos para roupas contra arcos elétricos, sendo a única linha de EPIs, em âmbito mundial, desenvolvida com materiais exclusivos para este fim. Por outro lado, as roupas FRT utilizam tecidos provenientes de outras aplicações, adaptados à proteção contra arcos elétricos, trazendo consigo os aspectos negativos mencionados anteriormente.

MITO: ATPV = Proteção 100% .
REALIDADE: ATPV, ou “Valor de Proteção Térmica ao Arco”, é a classificação dada aos tecidos, protetores faciais, uniformes e roupas contra arcos elétricos. Sua unidade de medida é cal/cm². O recém aprovada método de ensaios ASTM F1959 define ATPV como “a energia incidente sobre um tecido ou material que cause uma transferência de energia através da amostra testada suficiente para que haja 50% de probabilidade de que ocorram queimaduras de segundo grau”. Não obstante, o novo método analítico de ensaios de arco elétrico da ASTM F1959, fornece valores de energia incidente em cal/cm² que resultam em menores probabilidades de queimaduras de segundo grau. Os valores de proteção apresentados por este método variam entre 40% e 1% de probabilidade de queimaduras. O usuário do EPI não deveria escolher a roupa com base em uma probabilidade de 50% de ocorrerem queimaduras de segundo grau no momento do acidente, e sim numa que não apresente possibilidade de queimaduras.

MITO: A vestimenta aluminizada é uma alternativa efetiva para a proteção contra arcos elétricos.
REALIDADE: A vestimenta aluminizada é efetiva como barreira contra a energia radiante em uma exposição a arco elétrico, mas por ser o alumínio um bom condutor de eletricidade, o tecido aluminizado pode aumentar a probabilidade de que aconteça um acidente de arco elétrico. A Oberon já demonstrou em provas de arco realizadas no laboratório Kinectrics, que os tecidos aluminizados podem dar início a um arco elétrico, reduzindo a distância entre os eletrodos utilizados no método de prova ASTM F1959. Da mesma maneira, os tecidos aluminizados podem causar o início de um arco elétrico ao reduzir o espaço de ar (isolamento) entre os condutores de um equipamento ou sistema elétrico.

MITO: Se consigo identificar a Categoria de Risco de minha tarefa utilizando as Tabelas 130.7(C)(11) e 130.7(C)(9)(a) da NFPA 70E, então posso usar esses resultados para determinar que EPI devo utilizar, e não preciso fazer a análise de riscos de arco elétrico.
REALIDADE: Se todas as variáveis da Tabela 130.7(C)(9)(a) forem idênticas às de sua rede elétrica, então você pode utilizar os resultados. A Tabela 130.7(C)(11) de CRP e de valores de cal/cm², e a Tabela 130.7(C)(9)(a) de tarefas elétricas, foram incluídas na NFPA 70E como exemplo para facilitar a seleção do EPI de acordo com a tarefa a ser realizada. Infelizmente, na maioria dos casos os exemplos da norma não se assemelham aos casos do dia-a-dia na indústria. É por isso que a NFPA 70E ressalva que em caso de uma variável ser diferente (ex.: distâncias de trabalho, correntes de falha, tempos de ação das proteções, etc.) os níveis de energia do arco elétrico podem aumentar, tornando insuficiente o EPI recomendado na Tabela 130.7(C)(11), e pondo em perigo o trabalhador.

A NFPA 70E recomenda que se faça uma análise de risco em cada lugar de trabalho, utilizando as variáveis daquela instalação específica e aplicando as fórmulas oferecidas pela norma. Para fazer a análise de risco, existem as seguintes alternativas: utilizar uma planilha de cálculos baseada nas fórmulas da NFPA 70E (IEEE 1584), contratar empresa especializada ou utilizar um dos vários softwares disponíveis no mercado.

Há um ditado na indústria que diz: “A segurança não acontece por acidente”, devemos obter o conhecimento, nos educar, treinar e utilizar o EPI correto. Isso fará a diferença entre voltar para casa esta noite…ou não. Fonte:  NFPA Journal Latinoamericano - Por Alejandro M. Llaneza, Patricio M. Llaneza, Randell B. Hirschmann & Thomas E. Neal

Demonstração de arco elétrico


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segunda-feira, fevereiro 27, 2017

Choque elétrico na piscina mata estudante

O estudante Felipe, 14 anos, morreu na madrugada de  domingo,  25 de setembro de 2005, depois de entrar na piscina e receber alta voltagem de energia elétrica.

Felipe estava sozinho em seu apartamento e chamou dois amigos para tomar banho. O adolescente foi o primeiro a entrar na piscina. Quando os amigos perceberam o problema, desligaram o sistema de aquecimento, mas Felipe não resistiu.

CAUSA

Uma infiltração em uma lâmpada no interior da piscina causou a morte do estudante, segundo perícia realizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) de Goiás. 
De acordo com informações prévias do engenheiro eletricista Nélio Fleury, autor da perícia, uma carga elétrica de cerca de 30 centímetros de raio foi criada ao redor da lâmpada. A vítima teria caído na água justamente nesta área.

Segundo o engenheiro eletricista Nélio Fleury,  quatro falhas na instalação permitiram que uma corrente elétrica de aproximadamente 20 ampéres fosse liberada por uma luminária.


1.O primeiro problema encontrado foi na estrutura do equipamento, que era metálica, por isso, condutora de carga elétrica. “É preciso alertar: essas luminárias têm de ser compostas de material plástico sintético, para isolar a corrente.”

2.Além disso, a instalação da luminária já havia sofrido desgaste com o tempo. Com isso, ocorreu infiltração dentro do equipamento. “A obra tem aproximadamente cinco anos, e raramente as pessoas tomam cuidado em prestar manutenção a esse tipo de equipamento.”

3.A água infiltrada atravessou todo o eletroduto até chegar na casa de máquinas. Lá foi verificada outra falha. O transformador estava instalado a apenas 10 centímetros do solo e recebeu pingos da água infiltrada. Segundo o engenheiro, “o transformador foi molhado e levou a energia de 220 volts para a piscina”.

4.O quarto problema observado na perícia foi a não instalação de um disjuntor diferencial, capaz de bloquear a corrente elétrica caso ocorra uma falha. “Há um disjuntor instalado, mas é o mesmo que alimenta a iluminação da área de lazer próxima, grande demais, superdimensionado, e acabou deixando passar a corrente elétrica”, conta o engenheiro Nélio Fleury.

TÉCNICO CREDENCIADO
O acompanhamento de um profissional especializado em eletricidade na instalação de aquecedores e equipamentos elétricos em piscinas pode evitar acidentes. Mas, segundo Fleury, algumas pessoas instalam aquecedores de piscina e outros aparelhos elétricos em áreas molhadas de forma negligente. “É muito importante alertar, acidentes elétricos são letais, ninguém sofre uma descarga elétrica contínua e diz: ‘escapei’”, afirma o engenheiro. De acordo com o Crea, a multa para a pessoa que não tiver registro junto à entidade e instalar este tipo de equipamento é de R$ 3 mil. Deve ser fornecido um laudo técnico ao final de trabalhos de execução, reforma ou ampliação de instalações elétricas, elaborado por profissional devidamente qualificado e registrado no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).

MANUTENÇÃO
“Recomendamos uma manutenção anual em todo o sistema”, explica o engenheiro Nélio Fleury. Apenas com a manutenção será possível evitar o desgaste da estrutura de isolamento elétrico do motor, o que causaria a produção de uma carga elétrica perdida.
O engenheiro faz alerta sobre a instalação de iluminação no fundo de piscinas. “Não é recomendável nenhuma forma de ligação elétrica no interior de uma piscina”.

INQUÉRITO
O delegado do caso, Achiles Tancrede Júnior, espera a entrega de dois relatórios. Um deles feito pela Polícia Técnica e o outro do engenheiro Nélio Fleury. . “O próximo passo é ouvir a família e os amigos da vítima que estavam presentes no momento do acidente”, afirmou.

RESPONSABILIDADE 
 Especialistas disseram ser impossível apontar culpados pela morte do estudante, se ficar comprovado que a falta de manutenção na piscina causou sua morte. Infiltração em uma lâmpada causou a descarga elétrica. Os pais da vítima também não seriam responsabilizados pela falta de assistência técnica. Segundo o artigo 121 do Código Penal, parágrafo cinco, “na hipótese de homicídio culposo (não desejava cometer o crime), o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.”
Professora de Teoria Geral do Processo da Universidade Salgado de Oliveira, Caroline Brasil acredita que a família de Fellipe poderia brigar na Justiça apenas se a empresa responsável pela manutenção da piscina tivesse feito algum serviço dias antes. “A piscina está na cobertura que pertence aos pais, que são os responsáveis e os únicos aptos a reclamar de trabalho ruim”, diz. De acordo com o artigo 927, “aquele que, por ato ilícito, causar dano a outro, fica obrigado a repará lo”. Fonte: Diário da Manhã – Goiânia, 27/28/29  de setembro de 2005

Comentários: A norma brasileira de Instalações Elétricas de Baixa Tensão, NBR-5410, de 1980, já recomendava para piscinas publicas e privadas, luminárias de material isolante e proteção contra penetração de água e que os transformadores localizassem em local anexo, não inundável. Em 1997, a norma foi alterada e recomendava a colocação de dispositivo residual (DR) contra falha de corrente.      

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