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quarta-feira, dezembro 06, 2023

QUANDO O PARANÁ VIROU UM INFERNO.

 Há exatamente 60 anos, o Paraná ardia em chamas. Uma série de incêndios florestais entre os meses de agosto e setembro de 1963 causou uma tragédia histórica

Os meses de agosto e setembro são meses de fortes estiagem no Paraná e o estado vinha passando por um período bem seco. Ainda era inverno, a temperaturas ficaram baixas e os campos do Paraná estavam secos em razão das fortes geadas daquele ano. Como era de costume, os lavradores faziam pequenas queimadas para limpar o terreno. Com os fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle. Essa combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar pelo interior do Paraná.

INÍCIO DOS INCÊNDIOS

Os incêndios começaram a atingir os municípios de Ortigueira, Tibagi, Arapoti, Jaguariaíva até Sengés.

As regiões do Paraná que mais sofreram com a tragédia foram as cidades de Ortigueira, Curiúva, Tibagi, Sapopema, Arapoti, Cândido de Abreu, Barbosa Ferraz, Telêmaco Borba, Reserva, Ivaiporã, Roncador, Palmital, Pitanga, Piraí do Sul, Castro, Ponta Grossa, Faxinal, Campo Mourão e Inajá.

IMPACTOS

As chamas se estenderam a Sengés e Jaguariaíva, o que provocou a perda de, pelo menos, 15 milhões de araucárias na região, sem contar os danos irreversíveis causados à floresta que abriga essa importante espécie ameaçada de extinção. O relatório do governo estadual da época apontou que o município de Ortigueira teve 90% da área queimada.

Mais de 70% das reservas florestais das Indústrias Klabin de Papel e Celulose, cultivadas em uma fazenda de Tibagi, se perderam. Só nesse local, 200 milhões de araucárias foram destruídas. As perdas em todo o Paraná foram, na época, calculadas em 200 milhões de cruzeiros.

Ao todo, 128 cidades das Regiões Norte, Central e dos Campos Gerais foram afetadas. Dois milhões de hectares foram completamente devastados ao longo de dois meses. "Foram 20 mil hectares de plantações, 500 mil de florestas nativas e 1,5 milhão de campos e matas secundárias", relata o pesquisador Antônio Carlos Batista, professor de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná.

Aproximadamente 8 mil imóveis, entre casas, galpões e silos, foram queimados . Cerca de 5,7 mil famílias – a grande maioria formada por trabalhadores rurais – ficaram desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos foram atingidos pelo incêndio.

Milhares de animais foram mortos, entre animais silvestres e animais de criação. Os prejuízos foram enormes, devastando lavouras inteiras, reflorestamentos, muitas fazendas e vilas. Ao todo o incêndio atingiu 128 municípios paranaenses. Principalmente municípios da região do norte pioneiro e campos gerais, além de alguns municípios da região central e norte do estado.

As perdas em todo o estado eram calculadas em 200 milhões de cruzeiros. O Paraná essencialmente agrícola na época, viu sua atividade econômica parar.

AJUDA

A ajuda para combater os incêndios veio de outros estados, com a oferta de helicópteros e aviões. Cerca de quatro mil membros do Exército, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros tentavam evitar um cenário ainda pior – se é que isso ainda parecia possível. Também foram enviados ao Paraná medicamentos, ferramentas agrícolas, roupas e alimentos de diversos países, como Estados Unidos, Itália, Japão, China e Suíça.

CONTROLE DO INCÊNDIO

Foi somente com a volta da chuva,  o incêndio foi controlado.

ESTADO DE CALAMIDADE

Em 28 de agosto de 1963, o governo do Paraná decretou “Estado de Calamidade Pública”. O fato foi motivado pela destruição provocada pelos incêndios e pelos problemas sociais trazidos com ele, como o alto índice de desabrigados e desempregados. A atividade agrícola na época ficou, praticamente, parada em todo o Paraná.

DA TRAGÉDIA À PREVENÇÃO

O incêndio de 1963 ficou conhecido como o maior do país. Sobre o Paraná, após a tragédia de 1963, a segunda maior devastação por fogo foi em 1999, quando 6.610 focos devastaram 126.864 hectares, segundo dados do Corpo de Bombeiros divulgados pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil.

Desde o registro da tragédia de 1963, o Paraná passou a se preocupar com a prevenção e o combate a incêndios florestais, inserindo, a partir de 1967, um curso voltado para esse tipo de ação no Corpo de Bombeiros e investindo em treinamentos para os membros da corporação. Desde 1998, o estado conta com um Plano Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Mata Viva , que articula órgãos públicos, empresas da iniciativa privada, mídia e segmentos organizados da sociedade para prevenir e combater os incêndios florestais. Fontes: Wikipédia - 7 de setembro de 2023; Gazeta do Povo - 28/08/2019; Gazeta do Povo - 09/08/2013  

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quinta-feira, novembro 14, 2019

Incêndio no Pantanal

CENÁRIO
O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Este bioma continental é considerado o de menor extensão territorial no Brasil.  A sua área aproximada é 150.355  km² (IBGE,2004), ocupando assim 1,76% da área total do território brasileiro. Em seu espaço territorial o bioma, que é uma planície aluvial, é influenciado por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai.

O Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros:
■Amazônia,
■Cerrado e
■Mata Atlântica.
Além disso, sofre influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia).

Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes números de espécies catalogadas:
■263 espécies de peixes,
■41 espécies de anfíbios,
■113 espécies de répteis,
■463 espécies de aves e
■132 espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas.
Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e  algumas apresentam vigoroso potencial medicinal.

INCÊNDIOS

Inicio
Um incêndio de grandes proporções atinge desde o último domingo (27) uma extensa área de pantanal entre os municípios de Aquidauana, Miranda e Corumbá, em Mato Grosso do Sul. O fogo se espalhou por cerca de 50 mil hectares, tamanho equivalente ao da cidade de Maceió.
As chamas, que se alastraram rapidamente pela mata seca, impulsionadas pelo vento, deixaram a área encoberta por nuvem de fumaça e fuligem.

Causa
Segundo os bombeiros, o incêndio começou na região do Morro do Azeite e do Passo do Lontra em seis pontos isolados e distantes uns dos outros, o que eleva a probabilidade de que tenha sido provocado pela ação humana.
"Não é possível dizer ainda que foi criminoso, porque não foi feita perícia, mas certamente é fruto da ação do homem, seja por negligência ou por imprudência”, afirma o tenente-coronel Fernando Carminati, do Corpo de Bombeiros. “Fizemos um sobrevoo na segunda-feira [28] e vimos que era de grandes proporções. Então pedimos reforço de efetivo e apoio de outras instituições."

RECURSOS DISPONÍVEIS
Bombeiros e equipamentos disponíveis
Ao todo, 33 bombeiros trabalham das 8h às 21h no campo para conter o fogo. No solo, a mata é densa e de difícil acesso, e os bombeiros são guiados por uma equipe que acompanha a evolução do incêndio por meio de dois helicópteros. Três aviões auxiliam jogando água sobre as chamas.

Reforços
Ao todo, 151 pessoas, entre bombeiros e funcionários rurais, estão mobilizadas no combate ao fogo. Em uma única propriedade, houve mais de 40 mil hectares queimados.
Em 5 de novembro  chegou reforços de bombeiros do DF compostos por uma aeronave capaz de transportar até 3.100 litros de água e mais 35 homens para o combate o fogo.

Comunicações e apoio
A partir de 02 de novembro, o Exército também dará apoio ao combate aos focos no Rio Negro, deslocando para a área uma cozinha de campanha, reservatório de água potável e equipe para instalação de sistema de comunicação, que é uma das dificuldades operacionais no contato entre as ações por terra com as aeronaves. A região terá uma base operacional, que está sendo instalada na Fazenda Barranco Alto.

“Estamos atualmente com 91 focos em toda a área monitorada”, informou o coordenado da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Fábio Catarinelli, com base em dados de satélites. O comando da Operação Pantanal 2 anunciou a chegada do avião Air Tractor do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

Regiões afetadas
Os principais municípios atingidos foram;
■Corumbá, na fronteira com a Bolívia, 440 km distante de Campo Grande.
■Miranda e Aquidauana, 210 km e 150 km distante de Campo Grande. A BR-262, que liga esses municípios, está interditada em diversos trechos, alguns deles com mais de 10 km, para que a força-tarefa possa trabalhar no controle das chamas. O trabalho reúne Corpo de Bombeiros, Exército e Ibama/PrevFogo.

Devido à fumaça na pista, a Polícia Rodoviária Federal tem recomendado que população evite dirigir à noite tanto pela BR-262 quanto pela Estrada Parque, uma rota alternativa em meio a fazendas turísticas e de produção.

Infraestrutura e comercio interrompidos
Além da fumaça, Corumbá e Miranda enfrentam falta de acesso à internet, uma vez que o incêndio danificou a fibra óptica que leva internet aos municípios.  
A população tem sofrido também com queda de energia em consequência das queimadas. Segundo a Energisa, empresa de abastecimento de energia elétrica nas cidades, “as queimadas provocam o desligamento de linhas e consequentes variações de tensão na rede elétrica que atende Corumbá, Aquidauana e Miranda".
Corumbá está sem abastecimento de água em alguns bairros, já que a bomba de captação da cidade parou de funcionar.
Os desdobramentos das queimadas são sentidos em diversos setores, incluindo o comércio, que não tem conseguido efetuar vendas em cartões de crédito ou débito por conta da falta de internet, e a saúde pública.
Na  quinta-feira (31), a prefeitura emitiu nota informando a população de que devido aos problemas ocasionados pela falta de internet, a rede pública de saúde está impossibilitada de agendar consultas e também de entregar exames.

Propagação do fogo, fora de controle
O grande incêndio na região do Pantanal em Mato Grosso do Sul já atingiu uma área de 1.200 km2 , comparável à da cidade do Rio de Janeiro.

A estimativa da destruição foi feita pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número, porém, já aumentou e tende a crescer porque ainda há focos de incêndio, segundo Fábio Catarinelli, coordenador da Defesa Civil de Mato Grosso do Sul. Apesar dos esforços, não há previsão do fim do fogo.
 “A situação está bem crítica, a temperatura está alta, a umidade está baixa, a vegetação está muito seca e esses fatores agravam a situação do incêndio. O fogo é voraz e até área alagada, cuja vegetação pega fogo por cima, queima muito rápido. Utilizamos um parâmetro que se chama 'risco de fogo', e no Pantanal ele está entre alto, muito alto e crítico”, diz Catarinell.

O principal desafio para conter e apagar as chamas é a densidade da mata e as áreas alagadas. O fogo passa por cima da água, por entre as copas das árvores, e segue queimando por cima de pântanos. Bombeiros relataram ter visto animais que fugiram desesperadamente e ainda assim morreram devido a queimaduras.
Em 04 de novembro, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já foram queimados 122 mil hectares na região de Corumbá e Miranda.

Emergência
Devido à gravidade do incêndio, o governo estadual publicou, no último dia 31 outubro, resolução no Diário Oficial proibindo queimadas controladas por mais um mês, até dia 30 de novembro. Na mesma linha, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil apontou a situação de emergência das cidades de Aquidauana, Bonito, Miranda e Corumbá, todos os destinos turísticos que estão prejudicados pelos incêndios e seus desdobramentos, como falta e/ou oscilação de energia elétrica, água e internet.

Fauna e flora
Mata à dentro, animais mortos queimados. Entre eles, jacarés. Outros tentam fugir dos focos de calor e das chamas.
Araras ameaçadas descreve Neiva Guedes, coordenadora do Instituto Arara Azul, espécie vulnerável e em risco de extinção. Segundo ela, os efeitos das queimadas podem perdurar por até um ano no ambiente.
Como a arara-azul é uma espécie de dieta restrita a basicamente dois tipos de frutos (acuri e bocaiúva), a destruição das palmeiras torna os alimentos escassos.
"Agora, estamos em época reprodutiva e os efeitos perduram com o passar do tempo. Vai demorar para as palmeiras se recuperarem e surgirem cachos de frutos para que as araras se alimentem", diz Guedes.

Em termos imediatos, as queimadas causaram perdas diretas ou indiretas a 49% dos ninhos monitorados na estação natural de reprodução do Instituto. Além de ninhos, ovos e filhotes queimados, parte dos animais morreu devido ao calor das labaredas, por desidratação ou asfixia causada pela fumaça.
Para Felipe Dias, agrônomo e diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, as queimadas significam a “perda ainda imensurável" de animais e plantas. Segundo ele, apesar de as queimadas serem recorrentes no Pantanal em época de estiagem, nesse ano, a proporção das chamas surpreendeu a todos.
 “Alguns animais fogem, mas de que adianta se o alimento, como certas plantas, se perdeu? Há também perda enorme de espécies cuja característica é a lentidão e que estão na base alimentar de outras, como insetos, répteis e anfíbios", diz.

Controle do fogo
Após 13 dias de incêndio, bombeiros anunciaram no sábado, 9 de novembro, q     eu controlam o fogo no Pantanal.
Até esta sexta-feira, 8 de novembro, foi contabilizada a destruição de aproximadamente 173 mil hectares, área superior a da cidade de São Paulo.
O fogo atingiu seis municípios: Aquidauana, Anastácio, Miranda, Bodoquena, Rio Negro e Corumbá.
As chuvas que atingem a região ajudaram na redução dos focos, segundo o Corpo de Bombeiros. As chamas chegaram a atingir as proximidades do Parque Estadual do Rio Negro, localizado na região central do Pantanal.  

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informam que, em outubro, foi registrado o maior número de queimadas no Pantanal nos últimos 17 anos. O balanço do instituto registra 2.430 focos de incêndio no mês no bioma, número 1.925% maior do que o verificado em outubro do ano passado.

Pantanal - Balanço

Em outubro, o Pantanal teve o maior número de focos de incêndio para o mês em 17 anos, com 2.430 registros, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre a região do bioma em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O fogo seguiu novembro adentro e apenas no período de 27 de outubro a 9 de novembro consumiu 1.730 km² em Mato Grosso do Sul, uma área maior que a da cidade de São Paulo (1.521 km²).
Também de acordo com o Inpe, em 2019 o Pantanal teve a maior extensão de terra queimada dos últimos 12 anos.
Entre janeiro e outubro, foram 18.138 km² atingidos por focos de incêndio. Em todo o ano de 2007, foram 18.699 km².

Chuva
Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e Clima (Cemtec), no fim de outubro os ventos eram de até 40 km/h e a umidade relativa do ar era de 10%. Após as chuvas, a umidade subiu para 35% e chegou a 95% nos municípios atingidos. “Choveu de encharcar o solo”, diz Catarinelli.
Marcelo Seluchi, meteorologista e coordenador-geral de operações e modelagem do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), diz que as chuvas já estavam abaixo do normal esperado para essa época do ano há pelo menos três meses, o que facilitou a propagação das chamas.
O período de chuvas na região depende da passagem de frentes frias que, neste ano, tiveram um comportamento incomum e “passaram batido” por Mato Grosso do Sul.

Clima
Clima seco, temperaturas altas e ventos fortes criam ambiente propício para propagação das chamas.

Queimadas
Catarinelli diz que 90% das queimadas são de causa humana, seja por ação ou omissão do homem. “É cultural que, após um longo período de estiagem, assim que há uma previsão de chuva, as pessoas coloquem fogo como método de ‘limpeza’ do campo, prática que é ilegal”, diz.
Julio Sampaio, gerente do programa Cerrado e Pantanal da ONG WWF-Brasil, também diz que a culpa é do mau uso do fogo em áreas de pasto. Segundo ele, a limpeza de áreas de pasto com o fogo pode acabar saindo do controle.

Interrupções
Serviços como abastecimento de energia, água e internet foram prejudicados em seis municípios (Aquidauana, Miranda, Corumbá, Rio Negro, Anastácio e Bodoquena), paralisando parcialmente serviços públicos de saúde, como agendamentos de consultas e entrega de exames, e transações bancárias que dependiam de internet. Fontes: Folha de São Paulo – 1º nov a 12.nov.2019, UOL Noticias -09/11/2019, Midia Max‑ 02/11/2019





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sexta-feira, setembro 20, 2019

Redemoinhos de fogo se formam durante queimadas em Goiás


'Redemoinho de fogo' se forma durante queimada em fazenda em Goiás

Uma cena impressionante chamou a atenção de trabalhadores rurais em uma fazenda às margens da GO-210, em Santa Helena de Goiás, região sudoeste de estado. Durante uma queimada em um pasto, um grande "redemoinho de fogo" se formou..

O fenômeno aconteceu na tarde de terça-feira (10). É possível ver um caminhão-pipa próximo à labareda, que alcança vários metros de altura. Uma grande cortina de fumaça também foi formada.
Em certo momento, há uma espécie de "explosão" na base do redemoinho. Funcionários da própria fazenda conseguiram controlar o fogo. Fonte: G1 GO-11/09/2019,









Novo 'redemoinho de fogo' é registrado em Santa Helena de Goiás

É a segunda vez que o fenômeno é registrado na cidade em apenas dois dias.  Um grande "redemoinho de fogo" foi flagrado durante uma queimada na plantação de cana de uma fazenda, em Santa Helena de Goiás, região sudoeste do estado. É o segundo registro do fenômeno na cidade em apenas dois dias.
O  redemoinho se forma em uma lavoura próxima à GO-325, na quinta-feira, 12 de setembro.. É possível ver que parte do terreno está em chamas, em meio a uma gigantesca cortina de fumaça. O fenômeno aconteceu na quinta-feira, 12 de setembro.

RISCOS

Segundo os redemoinhos de fogo são bastante perigosos. Na presença de um, o aconselhável é se afastar. A orientação é ficar a pelo menos 80, 100 metros. A ação dos bombeiros é de isolar a área e esperar o fogo se dissipar sozinho. Fonte: G1 GO-13/09/2019


Terceiro redemoinho de fogo é visto em Goiás em menos de uma semana

Em quase uma semana, três redemoinhos de fogo foram registrados em Goiás. O último deles ocorreu em Jandaia, na região Sul do Estado, nesse último final de semana durante uma queimada em uma plantação de cana-de-açúcar. As labaredas ganharam altitude e puderam ser vistas de longe, o que assustou as pessoas que estavam próximas.

Apenas depois que o fogo se dissipou no canavial é que os agricultores ficaram mais aliviados. "Esperamos que as coisas normalizem. Porque toda família ficou muita assustada com a altura das labaredas”, contou um deles . O Corpo de Bombeiros não foi acionado para combater as chamas.

MOTIVO
O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Olívio Bahia, explica que o fenômeno ocorre basicamente por conta da forte temperatura da superfície e da camada de ar pouco acima, o que faz a pressão atmosférica baixar na região. Assim, uma grande diferença de pressão ocorre entre as áreas próximas, gerando uma turbulência, o que leva esse ar quente de forma rápida para o alto em forma de espiral. “E como próximo desse redemoinho tem fogo, ele acaba aspirando o que tem ali por perto e elevando, formando uma coluna de fogo”, relatou.


A recomendação é para que, ao se deparar com um evento como esse, as pessoas se afastem. Por conta do tempo seco, há uma preocupação também com as faíscas que esse tipo de redemoinho pode soltar em outras áreas. “São novos pontos de ignição que podem provocar novos focos de incêndio”, disse o meteorologista. Fonte: G1 GO - 16/09/2019

Vídeo


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COMO SE FORMA UM TORNADO DE FOGO
Tornado de fogo ou redemoinho de fogo  não são formados por condições atmosféricas elevadas; eles são criados pelo ar quente e seco que sobe rapidamente do solo. Nesse sentido, eles têm mais em comum com turbilhões normalmente se formam em dias quentes e ensolarados, quando o solo aquece o ar próximo.

A FÍSICA DE UM TORNADO DE FOGO
À medida que o ar quente sobe do solo, ele forma colunas verticais, ou "chaminés", até se tornar menos denso, esfriar e depois se dissipar em altitudes mais altas. À medida que mais ar quente é puxado para a coluna ascendente, ele começa a girar em um vórtice, não muito diferente do vórtice que se forma quando a água escorre da banheira.
Esses vórtices são criados pelo momento angular de fluidos (líquidos ou gases como o ar). O momento angular determina que, à medida que um objeto se aproxima do centro de rotação, ele acelera. Patinadores em figura demonstram isso quando puxam seus membros em direção ao centro de seus corpos, o que os faz girar mais rápido.
Em um redemoinho de poeira, o ar quente girando para cima em um vórtice,  pega areia, sujeira, folhas e tudo o mais que estiver no chão. Um tornado ou redemoinho de fogo, no entanto, pega brasas em chamas, cinzas, gases quentes e detritos combustíveis, criando uma torre aterradora de chamas que pode se estender por centenas de metros no ar.

UM TORNADO DE FOGO É PERIGOSO?
A maioria de tornado de fogo  dura alguns minutos - razão pela qual  raramente eles são capturados em vídeos. À medida que o ar quente sobe e esfria, sua força diminui e qualquer combustível que cria o tornado de fogo acabará se queimando.

No entanto, os incêndios podem ser extremamente perigosos - as temperaturas podem chegar a 1.093 graus Celsius em um tornado  de fogo. Além disso, como se movem rapidamente, eles podem deixar  uma faixa de destruição por uma distância considerável em apenas alguns segundos e propagar fogo por uma ampla área.

Até os especialistas às vezes se surpreendem com a força destruidora de um redemoinho  de fogo : em 2000, um redemoinho de fogo sob observação de uma equipe do Departamento de Florestas e Proteção contra Incêndios da Califórnia pulou uma faixa limpa de terreno, atingiu e levantou o veiculo SUV , jogando contra o solo, ferindo  um membro da tripulação.

Em 1926,     um incêndio provocado por um raio que atingiu um tanque de óleo numa fazenda, ^na Califórnia, ardeu por cinco dias e resultou uma série de tornado de fogo,  que percorreu em direção a leste,  atingiu uma casa, levantando-a no ar e carregando-a através de um campo até cair, destruindo a casa e matando duas pessoas. Fonte: Whirling Flames: How Fire Tornadoes Work, By Marc Lallanilla May 16, 2014 Planet Earth

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quinta-feira, setembro 20, 2018

Bombeiros canadenses enfrentam 'tornado de fogo'

Bombeiros que tentavam apagar um dos vários incêndios florestais que atingem o oeste do Canadá foram surpreendidos por um tornado de fogo..
O tornado formado por fumaça, fogo e cinzas sugou a mangueira de um grupo de bombeiros que combatia as chamas ao longo de uma estrada de terra nos arredores de Vanderhoof, na Columbia Britânica.
Um membro do grupo, a bombeira M.C. Schidlowsky, disse  que três de seus companheiros lutaram para não ser arrastados pelo tornado, enquanto tentavam controlar a mangueira. O tornado de fogo destruiu nossa linha e lançou troncos em chamas em nossa direção por 45 minutos e  a mangueira a mais de 30 metros no ar.  
Uma área recorde de 1,3 milhão de hectares de florestas na Columbia Britânica foi devorada por 2.066 incêndios nos últimos meses, alimentados pelo clima quente e seco.
Atualmente, 333 incêndios florestais persistem, segundo as autoridades, incluindo 10 que permanecem desde junho. Fonte: G1-20/09/2018  

Comentário:
Um redemoinho de fogo, também chamado de tornado de fogo, é um raro fenômeno no qual o fogo, sob certas condições (dependendo da temperatura do ar e das correntes de ar) adquire uma vorticidade (rotação)  vertical e forma um redemoinho ou uma coluna de ar de orientação vertical similar a um tornado.
Propriedades
A maioria dos grandes tornados de fogo surge a partir de incêndios florestais nos quais estão presentes correntes de ar quente ascendente e convergentes. Usualmente eles têm de 10 a 50 metros de altura e uns poucos metros de largura e duram somente alguns segundos. Alguns podem ter mais de um quilômetro de altura, conter ventos superiores a 160 km/h e durar mais de 20 minutos. Fonte: Wikipédia


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sábado, novembro 04, 2017

Incêndio na Chapada dos Veadeiros

CENÁRIO
■Chapada dos Veadeiros
A Chapada dos Veadeiros abriga o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, localizada ao Norte de Goiás.  Foi criado em 1961, o parque foi declarado Patrimônio  Natural da Humanidade em 2001. Em junho de 2017, um decreto ampliou a área do parque de 65 mil para 240 mil hectares. O espaço tem por objetivo a conservação, a pesquisa científica, a educação ambiental e a visitação pública.

POR QUE A CHAPADA DOS VEADEIROS É IMPORTANTE?

Foto - Focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros entre os dias 17 e 24 de outubro
■É formada por diversas formações vegetais, nascentes de rios e rochas de mais de um bilhão de anos.
■O cerrado é um dos ambientes mais antigos do planeta, com mais de 2 bilhões de anos.  
■´E considerado o berço das águas, porque abriga três aquíferos: o Guarani, o Urucuia e o Bambuí em três regiões próximas ou dentro da Chapada.
■É bioma de maior formação vegetal da América do Sul, perdendo apenas para a Amazonas.
É a maior reserva de cerrado do mundo, com 240 mil hectares.
■No cerrado estão 62% das cavernas brasileiras (cerca de 4 mil), que ajudam a água da chuva ir para o lençol freático.           
■Abriga nascentes de seis das oito bacias hidrográficas brasileiras: Araguaia, Tocantins, Atlântico Norte, Nordeste, Bacia do Parnaíba, São Francisco, Atlântico Leste, Bacia do rio Paraná
■Possui uma das maiores biodiversidades do mundo.          

QUANDO O INCÊNDIO COMEÇOU?
O incêndio na Chapada dos Veadeiros começou no dia 12 de outubro e foi controlado no dia 16. No dia seguinte, novos focos surgiram em uma área às margens da GO-118, após a região dos aceiros, que funcionam como uma barreira para evitar as chamas.  

INÍCIO DO FOGO

Foto-Chamas atravessaram rodovia GO 239, que liga a cidade de Alto Paraíso ao vilarejo de São Jorge

Tatagiba, afirma que o início do fogo foi um ato criminoso. Segundo ele, não existe a possibilidade de combustão espontânea na região. Tatagiba disse, ainda, que 100% dos incêndios na seca no Cerrado são provocados pelo homem.
Tatagiba explica que a principal causa de incêndios são os raios, que ocorrem nos períodos de chuva. Não existe combustão espontânea no cerrado. Incêndios iniciados nessa época do ano têm sempre origem humana. Se alguém faz uma queimada e ela foge ao controle, transformando-se a em incêndio, isso já é caracterizado como um crime.


ÁREA QUEIMADA
Pelos menos 25% do parque já havia sido queimado, 64 mil hectares.  
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), duas linhas de fogo já foram controladas: uma na região do Rio das Cobras e outra próximo ao Morro da Baleia. As equipes seguem combatendo outras duas linhas.

Foto- Incêndio é visto durante a noite em Alto Paraíso (GO).


AJUDA DA POPULAÇÃO
Moradores da região de São Jorge e Alto Paraíso de Goiás estão se organizando para ajudar quem trabalha no parque armazenando donativos recebidos. Uma equipe separa os alimentos, monta os kits e, depois, os distribui para os brigadistas.


RECURSOS DISPONÍVEIS NO COMBATE ÀS CHAMAS
Mais de 200 brigadistas e voluntários trabalham para combater as chamas na unidade, com aviões e helicópteros. A Força Aérea Brasileira (FAB) também cedeu um avião Hércules para ajudar no trabalho, despejando água sobre os focos de incêndio. Além do combate, as equipes fazem trabalho de orientação e fiscalização para evitar que pessoas coloquem fogo na mata.

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
■Avião AirTtractor  com capacidade de 3 mil litros de água.  
■Abafadores e bombas d'água
■Turbo-sopro, trata-se de um soprador ultra-potente que consegue apagar as chamas com a força do ar - o mesmo usado em alguns parques para limpar folhas.
Segundo os brigadistas, a eficiência do equipamento é equivalente ao trabalho de cerca de dez pessoas com abafadores.
■ avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave é equipada com um sistema de combate a incêndio constituído de dois tubos em sua porta traseira que, a uma altitude de cerca 45 metros podem despejar água nas áreas em chamas.
A aeronave comporta cinco tanques de água, dois tubos que se projetam pela porta traseira do avião e pode levar até 12 mil litros de água.  São necessários, em média, 30 minutos para reabastecimento de água.

CONDIÇÕES AMBIENTAIS
A estiagem prolongada além do normal, altas temperaturas, ventos noturnos e o relevo acidentado contribuíram para que o fogo atingisse proporções alarmantes.

EDIFICAÇÕES DANIFICADAS
Pelo menos quatro construções foram danificadas,: dois chalés de uma pousada, uma casa de veraneio e a sede de uma fazenda. Dois dos 11 chalés da Pousada Aldeia da Lua foram queimados.

INCÊNDIO CONTROLADO
A queimada está controlada segundo o chefe da reserva, Fernando Tatagiba. Apesar disso, o fogo ainda não foi totalmente extinto e as equipes seguem no combate e monitoramento na região. A chuva que caiu no sábado (29 de outubro) ajudou no trabalho.
“O fogo está controlado. O sobrevoo na região e também o monitoramento em solo mostram isso. Mas as equipes seguem em campo. A chuva não está constante, mas ontem o volume foi bom. Por isso, estamos mantendo pessoas ainda nas frentes de combate”, informou o chefe do parque.
O último levantamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aponta que 68 mil hectares do parque foram atingidos pelas queimadas. “A cobertura de nuvens atrapalha a fazer uma nova medição. Mas um bom sinal é que não existem mais pontos de calor nos mapas”, contou.

IMPACTO AMBIENTAL
O ICMBio estima que algumas partes da vegetação do parque vão demorar mais de um ano para poder se recuperar do incêndio. "A parte mais rasteira da vegetação, as áreas de campo limpo, campo sujo, já começam a se regenerar seis meses após as primeiras chuvas. Cerca de 80% dessa parte já volta ao normal nesse período. Dentre de um ano e meio, o restante se regenera", explicou Christian Berlinck.
Além disso, apesar de não terem sido encontrados animais silvestres mortos, os danos às próximas gerações dos bichos preocupam as autoridades ambientais.
“Algumas espécies têm o período de ninhada em setembro. Com esse incêndio, muitos desses ninhos podem ter sido atingidos e, com isso, a próxima geração desses animais fica comprometida. Porém, os indivíduos adultos, conseguem fugir. Sabemos que no ano que vem pode não haver uma renovação das espécies, mas, depois disso, surgirão outras ninhadas e, com isso, outros animais”, explicou o chefe do parque, Fernando Tatagiba.
A Nasa ressalta que o cerrado, "do qual o parque nacional da Chapada é uma pequena porção", é a savana com a maior riqueza biológica do planeta e representa uma "área ecologicamente importante não só para o Brasil como para o mundo, com 10 mil espécies de planta - 45% delas únicas à região".

REABERTURA DO PARQUE
Segundo o chefe do parque, a previsão é que a reabertura para visitação aconteça nesta semana. "A perspectiva é de reabertura já a partir de quarta-feira (1º de novembro), véspera de feriado. Então, os visitantes são muito bem vindos ao Parque nacional e à Chapada dos Veadeiros", disse.  “É uma boa notícia, para que os turistas possam vir visitar a Chapada e para que as cidades da região também ganhem um fôlego, com a volta do fluxo de turistas”, destacou. Fonte: @ZR, G1 GO-24 a 30/10/2017, O Popular - 25/10/2017; ICMBio, Ministério do Meio Ambiente, 26/10/2017.


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