Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia
quarta-feira, dezembro 06, 2023
QUANDO O PARANÁ VIROU UM INFERNO.
Há exatamente 60 anos, o
Paraná ardia em chamas. Uma série de incêndios florestais entre os meses de
agosto e setembro de 1963 causou uma tragédia histórica
Os meses de agosto e setembro
são meses de fortes estiagem no Paraná e o estado vinha passando por um período
bem seco. Ainda era inverno, a temperaturas ficaram baixas e os campos do
Paraná estavam secos em razão das fortes geadas daquele ano. Como era de
costume, os lavradores faziam pequenas queimadas para limpar o terreno. Com os
fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle. Essa
combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar pelo interior do Paraná.
INÍCIO DOS INCÊNDIOS
Os incêndios começaram a
atingir os municípios de Ortigueira, Tibagi, Arapoti, Jaguariaíva até Sengés.
As regiões do Paraná que mais sofreram com a
tragédia foram as cidades de Ortigueira, Curiúva, Tibagi, Sapopema, Arapoti,
Cândido de Abreu, Barbosa Ferraz, Telêmaco Borba, Reserva, Ivaiporã, Roncador,
Palmital, Pitanga, Piraí do Sul, Castro, Ponta Grossa, Faxinal, Campo Mourão e
Inajá.
IMPACTOS
As chamas se
estenderam a Sengés e Jaguariaíva, o que provocou a perda de, pelo menos, 15
milhões de araucárias na região, sem contar os danos irreversíveis causados à
floresta que abriga essa importante espécie ameaçada de extinção. O relatório
do governo estadual da época apontou que o município de Ortigueira teve 90% da
área queimada.
Mais de 70% das reservas
florestais das Indústrias Klabin de Papel e Celulose, cultivadas em uma fazenda
de Tibagi, se perderam. Só nesse local, 200 milhões de araucárias foram
destruídas. As perdas em todo o Paraná foram, na época, calculadas em 200
milhões de cruzeiros.
Ao todo, 128 cidades das
Regiões Norte, Central e dos Campos Gerais foram afetadas. Dois milhões de
hectares foram completamente devastados ao longo de dois meses. "Foram 20
mil hectares de plantações, 500 mil de florestas nativas e 1,5 milhão de campos
e matas secundárias", relata o pesquisador Antônio Carlos Batista,
professor de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná.
Aproximadamente 8 mil
imóveis, entre casas, galpões e silos, foram queimados . Cerca de 5,7 mil
famílias – a grande maioria formada por trabalhadores rurais – ficaram
desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos foram
atingidos pelo incêndio.
Milhares de animais foram
mortos, entre animais silvestres e animais de criação. Os prejuízos foram
enormes, devastando lavouras inteiras, reflorestamentos, muitas fazendas e
vilas. Ao todo o incêndio atingiu 128 municípios paranaenses. Principalmente
municípios da região do norte pioneiro e campos gerais, além de alguns
municípios da região central e norte do estado.
As perdas em todo o estado
eram calculadas em 200 milhões de cruzeiros. O Paraná essencialmente agrícola
na época, viu sua atividade econômica parar.
AJUDA
A ajuda para combater os
incêndios veio de outros estados, com a oferta de helicópteros e aviões. Cerca
de quatro mil membros do Exército, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
tentavam evitar um cenário ainda pior – se é que isso ainda parecia possível.
Também foram enviados ao Paraná medicamentos, ferramentas agrícolas, roupas e
alimentos de diversos países, como Estados Unidos, Itália, Japão, China e
Suíça.
CONTROLE DO INCÊNDIO
Foi somente com a volta da
chuva, o incêndio foi controlado.
ESTADO DE CALAMIDADE
Em 28 de agosto de 1963, o
governo do Paraná decretou “Estado de Calamidade Pública”. O fato foi motivado
pela destruição provocada pelos incêndios e pelos problemas sociais trazidos
com ele, como o alto índice de desabrigados e desempregados. A atividade
agrícola na época ficou, praticamente, parada em todo o Paraná.
DA TRAGÉDIA À PREVENÇÃO
O incêndio de 1963 ficou
conhecido como o maior do país. Sobre o Paraná, após a tragédia de 1963, a
segunda maior devastação por fogo foi em 1999, quando 6.610 focos devastaram
126.864 hectares, segundo dados do Corpo de Bombeiros divulgados pela
Coordenadoria Estadual da Defesa Civil.
Desde o registro da tragédia
de 1963, o Paraná passou a se preocupar com a prevenção e o combate a incêndios
florestais, inserindo, a partir de 1967, um curso voltado para esse tipo de
ação no Corpo de Bombeiros e investindo em treinamentos para os membros da
corporação. Desde 1998, o estado conta com um Plano Estadual de Prevenção e
Combate aos Incêndios Florestais – Mata Viva , que articula órgãos públicos,
empresas da iniciativa privada, mídia e segmentos organizados da sociedade para
prevenir e combater os incêndios florestais. Fontes: Wikipédia - 7 de
setembro de 2023; Gazeta do Povo - 28/08/2019; Gazeta do Povo - 09/08/2013
O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões
úmidas contínuas do planeta. Este bioma continental é considerado o de menor
extensão territorial no Brasil. A sua
área aproximada é 150.355 km²
(IBGE,2004), ocupando assim 1,76% da área total do território brasileiro. Em
seu espaço territorial o bioma, que é uma planície aluvial, é influenciado por
rios que drenam a bacia do Alto Paraguai.
O Pantanal sofre influência direta de três importantes
biomas brasileiros:
■Amazônia,
■Cerrado e
■Mata Atlântica.
Além disso, sofre influência do bioma Chaco (nome dado ao
Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia).
Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes números de
espécies catalogadas:
■263 espécies de peixes,
■41 espécies de anfíbios,
■113 espécies de répteis,
■463 espécies de aves e
■132 espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas.
Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de
plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu
potencial, e algumas apresentam vigoroso
potencial medicinal.
INCÊNDIOS
Inicio
Um incêndio de grandes proporções atinge desde o último
domingo (27) uma extensa área de pantanal entre os municípios de Aquidauana,
Miranda e Corumbá, em Mato Grosso do Sul. O fogo se espalhou por cerca de 50
mil hectares, tamanho equivalente ao da cidade de Maceió.
As chamas, que se alastraram rapidamente pela mata seca,
impulsionadas pelo vento, deixaram a área encoberta por nuvem de fumaça e
fuligem.
Causa
Segundo os bombeiros, o incêndio começou na região do Morro
do Azeite e do Passo do Lontra em seis pontos isolados e distantes uns dos
outros, o que eleva a probabilidade de que tenha sido provocado pela ação
humana.
"Não é possível dizer ainda que foi criminoso, porque
não foi feita perícia, mas certamente é fruto da ação do homem, seja por
negligência ou por imprudência”, afirma o tenente-coronel Fernando Carminati,
do Corpo de Bombeiros. “Fizemos um sobrevoo na segunda-feira [28] e vimos que
era de grandes proporções. Então pedimos reforço de efetivo e apoio de outras
instituições."
RECURSOS DISPONÍVEIS
Bombeiros e equipamentos disponíveis
Ao todo, 33 bombeiros trabalham das 8h às 21h no campo para
conter o fogo. No solo, a mata é densa e de difícil acesso, e os bombeiros são
guiados por uma equipe que acompanha a evolução do incêndio por meio de dois
helicópteros. Três aviões auxiliam jogando água sobre as chamas.
Reforços
Ao todo, 151 pessoas, entre bombeiros e funcionários rurais,
estão mobilizadas no combate ao fogo. Em uma única propriedade, houve mais de
40 mil hectares queimados.
Em 5 de novembro
chegou reforços de bombeiros do DF compostos por uma aeronave capaz de
transportar até 3.100 litros de água e mais 35 homens para o combate o fogo.
Comunicações e apoio
A partir de 02 de novembro, o Exército também dará apoio ao
combate aos focos no Rio Negro, deslocando para a área uma cozinha de campanha,
reservatório de água potável e equipe para instalação de sistema de
comunicação, que é uma das dificuldades operacionais no contato entre as ações
por terra com as aeronaves. A região terá uma base operacional, que está sendo
instalada na Fazenda Barranco Alto.
“Estamos atualmente com 91 focos em toda a área monitorada”,
informou o coordenado da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado,
tenente-coronel Fábio Catarinelli, com base em dados de satélites. O comando da
Operação Pantanal 2 anunciou a chegada do avião Air Tractor do Corpo de
Bombeiros do Distrito Federal.
Regiões afetadas
Os principais municípios atingidos foram;
■Corumbá, na fronteira com a Bolívia, 440 km distante de
Campo Grande.
■Miranda e Aquidauana, 210 km e 150 km distante de Campo
Grande. A BR-262, que liga esses municípios, está interditada em diversos
trechos, alguns deles com mais de 10 km, para que a força-tarefa possa
trabalhar no controle das chamas. O trabalho reúne Corpo de Bombeiros, Exército
e Ibama/PrevFogo.
Devido à fumaça na pista, a Polícia Rodoviária Federal tem
recomendado que população evite dirigir à noite tanto pela BR-262 quanto pela
Estrada Parque, uma rota alternativa em meio a fazendas turísticas e de
produção.
Infraestrutura e comercio interrompidos
Além da fumaça, Corumbá e Miranda enfrentam falta de acesso
à internet, uma vez que o incêndio danificou a fibra óptica que leva internet
aos municípios.
A população tem sofrido também com queda de energia em
consequência das queimadas. Segundo a Energisa, empresa de abastecimento de
energia elétrica nas cidades, “as queimadas provocam o desligamento de linhas e
consequentes variações de tensão na rede elétrica que atende Corumbá,
Aquidauana e Miranda".
Corumbá está sem abastecimento de água em alguns bairros, já
que a bomba de captação da cidade parou de funcionar.
Os desdobramentos das queimadas são sentidos em diversos
setores, incluindo o comércio, que não tem conseguido efetuar vendas em cartões
de crédito ou débito por conta da falta de internet, e a saúde pública.
Na quinta-feira (31),
a prefeitura emitiu nota informando a população de que devido aos problemas
ocasionados pela falta de internet, a rede pública de saúde está
impossibilitada de agendar consultas e também de entregar exames.
Propagação do fogo, fora de controle
O grande incêndio na região do Pantanal em Mato Grosso do
Sul já atingiu uma área de 1.200 km2 , comparável à da cidade do Rio
de Janeiro.
A estimativa da destruição foi feita pelo Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais). O número, porém, já aumentou e tende a
crescer porque ainda há focos de incêndio, segundo Fábio Catarinelli, coordenador
da Defesa Civil de Mato Grosso do Sul. Apesar dos esforços, não há previsão do
fim do fogo.
“A situação está bem
crítica, a temperatura está alta, a umidade está baixa, a vegetação está muito
seca e esses fatores agravam a situação do incêndio. O fogo é voraz e até área
alagada, cuja vegetação pega fogo por cima, queima muito rápido. Utilizamos um
parâmetro que se chama 'risco de fogo', e no Pantanal ele está entre alto,
muito alto e crítico”, diz Catarinell.
O principal desafio para conter e apagar as chamas é a
densidade da mata e as áreas alagadas. O fogo passa por cima da água, por entre
as copas das árvores, e segue queimando por cima de pântanos. Bombeiros
relataram ter visto animais que fugiram desesperadamente e ainda assim morreram
devido a queimaduras.
Em 04 de novembro, segundo dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), já foram queimados 122 mil hectares na região de
Corumbá e Miranda.
Emergência
Devido à gravidade do incêndio, o governo estadual publicou,
no último dia 31 outubro, resolução no Diário Oficial proibindo queimadas
controladas por mais um mês, até dia 30 de novembro. Na mesma linha, a
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil apontou a situação de emergência
das cidades de Aquidauana, Bonito, Miranda e Corumbá, todos os destinos
turísticos que estão prejudicados pelos incêndios e seus desdobramentos, como
falta e/ou oscilação de energia elétrica, água e internet.
Fauna e flora
Mata à dentro, animais mortos queimados. Entre eles,
jacarés. Outros tentam fugir dos focos de calor e das chamas.
Araras ameaçadas descreve Neiva Guedes, coordenadora do
Instituto Arara Azul, espécie vulnerável e em risco de extinção. Segundo ela,
os efeitos das queimadas podem perdurar por até um ano no ambiente.
Como a arara-azul é uma espécie de dieta restrita a
basicamente dois tipos de frutos (acuri e bocaiúva), a destruição das palmeiras
torna os alimentos escassos.
"Agora, estamos em época reprodutiva e os efeitos
perduram com o passar do tempo. Vai demorar para as palmeiras se recuperarem e
surgirem cachos de frutos para que as araras se alimentem", diz Guedes.
Em termos imediatos, as queimadas causaram perdas diretas ou
indiretas a 49% dos ninhos monitorados na estação natural de reprodução do
Instituto. Além de ninhos, ovos e filhotes queimados, parte dos animais morreu
devido ao calor das labaredas, por desidratação ou asfixia causada pela fumaça.
Para Felipe Dias, agrônomo e diretor-executivo do Instituto
SOS Pantanal, as queimadas significam a “perda ainda imensurável" de
animais e plantas. Segundo ele, apesar de as queimadas serem recorrentes no
Pantanal em época de estiagem, nesse ano, a proporção das chamas surpreendeu a
todos.
“Alguns animais
fogem, mas de que adianta se o alimento, como certas plantas, se perdeu? Há
também perda enorme de espécies cuja característica é a lentidão e que estão na
base alimentar de outras, como insetos, répteis e anfíbios", diz.
Controle do fogo
Após 13 dias de incêndio, bombeiros anunciaram no sábado, 9
de novembro, q eu controlam o fogo no Pantanal.
Até esta sexta-feira, 8 de novembro, foi contabilizada a
destruição de aproximadamente 173 mil hectares, área superior a da cidade de
São Paulo.
O fogo atingiu seis municípios: Aquidauana, Anastácio,
Miranda, Bodoquena, Rio Negro e Corumbá.
As chuvas que atingem a região ajudaram na redução dos
focos, segundo o Corpo de Bombeiros. As chamas chegaram a atingir as
proximidades do Parque Estadual do Rio Negro, localizado na região central do
Pantanal.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
informam que, em outubro, foi registrado o maior número de queimadas no
Pantanal nos últimos 17 anos. O balanço do instituto registra 2.430 focos de
incêndio no mês no bioma, número 1.925% maior do que o verificado em outubro do
ano passado.
Pantanal - Balanço
Em outubro, o Pantanal teve o maior número de focos de
incêndio para o mês em 17 anos, com 2.430 registros, segundo dados do Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre a região do bioma em Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul.
O fogo seguiu novembro adentro e apenas no período de 27 de
outubro a 9 de novembro consumiu 1.730 km² em Mato Grosso do Sul, uma área
maior que a da cidade de São Paulo (1.521 km²).
Também de acordo com o Inpe, em 2019 o Pantanal teve a maior
extensão de terra queimada dos últimos 12 anos.
Entre janeiro e outubro, foram 18.138 km² atingidos por
focos de incêndio. Em todo o ano de 2007, foram 18.699 km².
Chuva
Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e Clima (Cemtec),
no fim de outubro os ventos eram de até 40 km/h e a umidade relativa do ar era
de 10%. Após as chuvas, a umidade subiu para 35% e chegou a 95% nos municípios
atingidos. “Choveu de encharcar o solo”, diz Catarinelli.
Marcelo Seluchi, meteorologista e coordenador-geral de operações
e modelagem do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais), diz que as chuvas já estavam abaixo do normal esperado para essa
época do ano há pelo menos três meses, o que facilitou a propagação das chamas.
O período de chuvas na região depende da passagem de frentes
frias que, neste ano, tiveram um comportamento incomum e “passaram batido” por
Mato Grosso do Sul.
Clima
Clima seco, temperaturas altas e ventos fortes criam
ambiente propício para propagação das chamas.
Queimadas
Catarinelli diz que 90% das queimadas são de causa humana,
seja por ação ou omissão do homem. “É cultural que, após um longo período de
estiagem, assim que há uma previsão de chuva, as pessoas coloquem fogo como
método de ‘limpeza’ do campo, prática que é ilegal”, diz.
Julio Sampaio, gerente do programa Cerrado e Pantanal da ONG
WWF-Brasil, também diz que a culpa é do mau uso do fogo em áreas de pasto.
Segundo ele, a limpeza de áreas de pasto com o fogo pode acabar saindo do controle.
Interrupções
Serviços como abastecimento de energia, água e internet
foram prejudicados em seis municípios (Aquidauana, Miranda, Corumbá, Rio Negro,
Anastácio e Bodoquena), paralisando parcialmente serviços públicos de saúde,
como agendamentos de consultas e entrega de exames, e transações bancárias que
dependiam de internet. Fontes: Folha de São Paulo – 1º nov a 12.nov.2019, UOL Noticias
-09/11/2019, Midia Max‑ 02/11/2019
Redemoinhos de fogo se formam durante queimadas em Goiás
'Redemoinho de fogo' se forma durante queimada em fazenda em Goiás
Uma cena impressionante chamou a atenção de trabalhadores
rurais em uma fazenda às margens da GO-210, em Santa Helena de Goiás, região
sudoeste de estado. Durante uma queimada em um pasto, um grande
"redemoinho de fogo" se formou..
O fenômeno aconteceu na tarde de terça-feira (10). É
possível ver um caminhão-pipa próximo à labareda, que alcança vários metros de
altura. Uma grande cortina de fumaça também foi formada.
Em certo momento, há uma espécie de "explosão" na
base do redemoinho. Funcionários da própria fazenda conseguiram controlar o
fogo. Fonte: G1 GO-11/09/2019,
Novo 'redemoinho de fogo' é registrado em Santa Helena de Goiás
É a segunda vez que o fenômeno é registrado na cidade em
apenas dois dias. Um grande
"redemoinho de fogo" foi flagrado durante uma queimada na plantação
de cana de uma fazenda, em Santa Helena de Goiás, região sudoeste do estado. É
o segundo registro do fenômeno na cidade em apenas dois dias.
O redemoinho se forma
em uma lavoura próxima à GO-325, na quinta-feira, 12 de setembro.. É possível ver que parte do terreno está em
chamas, em meio a uma gigantesca cortina de fumaça. O fenômeno aconteceu na
quinta-feira, 12 de setembro.
RISCOS
Segundo os redemoinhos de fogo são bastante perigosos. Na
presença de um, o aconselhável é se afastar. A orientação é ficar a pelo menos
80, 100 metros. A ação dos bombeiros é de isolar a área e esperar o fogo se dissipar
sozinho. Fonte: G1 GO-13/09/2019
Terceiro redemoinho de fogo é visto em Goiás em menos de uma semana
Em quase uma semana, três redemoinhos de fogo foram
registrados em Goiás. O último deles ocorreu em Jandaia, na região Sul do
Estado, nesse último final de semana durante uma queimada em uma plantação de
cana-de-açúcar. As labaredas ganharam altitude e puderam ser vistas de longe, o
que assustou as pessoas que estavam próximas.
Apenas depois que o fogo se dissipou no canavial é que os
agricultores ficaram mais aliviados. "Esperamos que as coisas normalizem.
Porque toda família ficou muita assustada com a altura das labaredas”, contou
um deles . O Corpo de Bombeiros não foi acionado para combater as chamas.
MOTIVO
O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), Olívio Bahia, explica que o fenômeno ocorre basicamente por conta da
forte temperatura da superfície e da camada de ar pouco acima, o que faz a
pressão atmosférica baixar na região. Assim, uma grande diferença de pressão
ocorre entre as áreas próximas, gerando uma turbulência, o que leva esse ar
quente de forma rápida para o alto em forma de espiral. “E como próximo desse
redemoinho tem fogo, ele acaba aspirando o que tem ali por perto e elevando,
formando uma coluna de fogo”, relatou.
A recomendação é para que, ao se deparar com um evento como
esse, as pessoas se afastem. Por conta do tempo seco, há uma preocupação também
com as faíscas que esse tipo de redemoinho pode soltar em outras áreas. “São
novos pontos de ignição que podem provocar novos focos de incêndio”, disse o
meteorologista. Fonte: G1 GO - 16/09/2019
Vídeo
Comenta:
COMO
SE FORMA UM TORNADO DE FOGO
Tornado de fogo ou redemoinho de
fogo não são formados por condições atmosféricas
elevadas; eles são criados pelo ar quente e seco que sobe rapidamente do solo.
Nesse sentido, eles têm mais em comum com turbilhões normalmente se formam em
dias quentes e ensolarados, quando o solo aquece o ar próximo.
A FÍSICA DE UM TORNADO DE FOGO
À medida que o ar quente sobe do
solo, ele forma colunas verticais, ou "chaminés", até se tornar menos
denso, esfriar e depois se dissipar em altitudes mais altas. À medida que mais
ar quente é puxado para a coluna ascendente, ele começa a girar em um vórtice,
não muito diferente do vórtice que se forma quando a água escorre da banheira.
Esses vórtices são criados pelo
momento angular de fluidos (líquidos ou gases como o ar). O momento angular
determina que, à medida que um objeto se aproxima do centro de rotação, ele
acelera. Patinadores em figura demonstram isso quando puxam seus membros em
direção ao centro de seus corpos, o que os faz girar mais rápido.
Em um redemoinho de poeira, o ar
quente girando para cima em um vórtice, pega areia, sujeira, folhas e tudo o mais que
estiver no chão. Um tornado ou redemoinho de fogo, no entanto, pega brasas em
chamas, cinzas, gases quentes e detritos combustíveis, criando uma torre
aterradora de chamas que pode se estender por centenas de metros no ar.
UM TORNADO DE FOGO É PERIGOSO?
A maioria de tornado de fogo dura alguns minutos - razão pela qual raramente eles são capturados em vídeos. À
medida que o ar quente sobe e esfria, sua força diminui e qualquer combustível
que cria o tornado de fogo acabará se queimando.
No entanto, os incêndios podem
ser extremamente perigosos - as temperaturas podem chegar a 1.093 graus Celsius
em um tornado de fogo. Além disso, como
se movem rapidamente, eles podem deixar uma faixa de destruição por uma distância
considerável em apenas alguns segundos e propagar fogo por uma ampla área.
Até os especialistas às vezes se
surpreendem com a força destruidora de um redemoinho de fogo : em 2000, um redemoinho de fogo sob
observação de uma equipe do Departamento de Florestas e Proteção contra
Incêndios da Califórnia pulou uma faixa limpa de terreno, atingiu e levantou o
veiculo SUV , jogando contra o solo, ferindo
um membro da tripulação.
Em 1926, um
incêndio provocado por um raio que atingiu um tanque de óleo numa fazenda, ^na Califórnia, ardeu por cinco dias e resultou uma série de
tornado de fogo, que percorreu em
direção a leste, atingiu uma casa,
levantando-a no ar e carregando-a através de um campo até cair, destruindo a
casa e matando duas pessoas. Fonte:
Whirling Flames: How Fire Tornadoes Work, By Marc Lallanilla May 16, 2014
Planet Earth
Bombeiros que tentavam apagar um dos vários incêndios
florestais que atingem o oeste do Canadá foram surpreendidos por um tornado de
fogo..
O tornado formado por fumaça, fogo e cinzas sugou a mangueira
de um grupo de bombeiros que combatia as chamas ao longo de uma estrada de
terra nos arredores de Vanderhoof, na Columbia Britânica.
Um membro do grupo, a bombeira M.C. Schidlowsky, disseque três de seus companheiros lutaram para
não ser arrastados pelo tornado, enquanto tentavam controlar a mangueira. O tornado
de fogo destruiu nossa linha e lançou troncos em chamas em nossa direção por 45
minutos e a mangueira a mais de 30
metros no ar.
Uma área recorde de 1,3 milhão de hectares de florestas na
Columbia Britânica foi devorada por 2.066 incêndios nos últimos meses,
alimentados pelo clima quente e seco.
Atualmente, 333 incêndios florestais persistem, segundo as
autoridades, incluindo 10 que permanecem desde junho. Fonte: G1-20/09/2018
Comentário:
Um redemoinho de fogo, também chamado de tornado de fogo, é
um raro fenômeno no qual o fogo, sob certas condições (dependendo da
temperatura do ar e das correntes de ar) adquire uma vorticidade (rotação) vertical e forma um redemoinho ou uma coluna de
ar de orientação vertical similar a um tornado.
Propriedades
A maioria dos grandes tornados de fogo surge a partir de
incêndios florestais nos quais estão presentes correntes de ar quente
ascendente e convergentes. Usualmente eles têm de 10 a 50 metros de altura e
uns poucos metros de largura e duram somente alguns segundos. Alguns podem ter
mais de um quilômetro de altura, conter ventos superiores a 160 km/h e durar
mais de 20 minutos. Fonte: Wikipédia
A Chapada dos Veadeiros abriga o Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros, localizada ao Norte de Goiás.Foi criado em 1961, o parque foi declarado PatrimônioNatural da Humanidade em 2001. Em junho de
2017, um decreto ampliou a área do parque de 65 mil para 240 mil hectares. O
espaço tem por objetivo a conservação, a pesquisa científica, a educação
ambiental e a visitação pública.
POR QUE A CHAPADA DOS VEADEIROS É IMPORTANTE?
Foto - Focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros entre
os dias 17 e 24 de outubro
■É formada por diversas formações vegetais, nascentes de
rios e rochas de mais de um bilhão de anos.
■O cerrado é um dos ambientes mais antigos do planeta, com
mais de 2 bilhões de anos.
■´E considerado o berço das águas, porque abriga três
aquíferos: o Guarani, o Urucuia e o Bambuí em três regiões próximas ou dentro
da Chapada.
■É bioma de maior formação vegetal da América do Sul,
perdendo apenas para a Amazonas.
É a maior reserva de cerrado do mundo, com 240 mil hectares.
■No cerrado estão 62% das cavernas brasileiras (cerca de 4
mil), que ajudam a água da chuva ir para o lençol freático.
■Abriga nascentes de seis das oito bacias hidrográficas
brasileiras: Araguaia, Tocantins, Atlântico Norte, Nordeste, Bacia do Parnaíba,
São Francisco, Atlântico Leste, Bacia do rio Paraná
■Possui uma das maiores biodiversidades do mundo.
QUANDO O INCÊNDIO COMEÇOU?
O incêndio na Chapada dos Veadeiros começou no dia 12 de
outubro e foi controlado no dia 16. No dia seguinte, novos focos surgiram em
uma área às margens da GO-118, após a região dos aceiros, que funcionam como
uma barreira para evitar as chamas.
INÍCIO DO FOGO
Foto-Chamas atravessaram rodovia GO
239, que liga a cidade de Alto Paraíso ao vilarejo de São Jorge
Tatagiba, afirma que o início do
fogo foi um ato criminoso. Segundo ele, não existe a possibilidade de combustão
espontânea na região. Tatagiba disse, ainda, que 100% dos incêndios na seca no
Cerrado são provocados pelo homem.
Tatagiba explica que a principal causa de incêndios são os
raios, que ocorrem nos períodos de chuva. Não existe combustão espontânea no cerrado.
Incêndios iniciados nessa época do ano têm sempre origem humana. Se alguém faz
uma queimada e ela foge ao controle, transformando-se a em incêndio, isso já é
caracterizado como um crime.
ÁREA QUEIMADA
Pelos menos 25% do parque já havia sido queimado, 64 mil
hectares.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), duas linhas de fogo já foram controladas: uma na
região do Rio das Cobras e outra próximo ao Morro da Baleia. As equipes seguem
combatendo outras duas linhas.
Foto- Incêndio é
visto durante a noite em Alto Paraíso (GO).
AJUDA DA POPULAÇÃO
Moradores da região de São Jorge e Alto Paraíso de Goiás
estão se organizando para ajudar quem trabalha no parque armazenando donativos
recebidos. Uma equipe separa os alimentos, monta os kits e, depois, os
distribui para os brigadistas.
RECURSOS DISPONÍVEIS NO COMBATE ÀS CHAMAS
Mais de 200 brigadistas e voluntários trabalham para
combater as chamas na unidade, com aviões e helicópteros. A Força Aérea
Brasileira (FAB) também cedeu um avião Hércules para ajudar no trabalho,
despejando água sobre os focos de incêndio. Além do combate, as equipes fazem
trabalho de orientação e fiscalização para evitar que pessoas coloquem fogo na
mata.
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
■Avião AirTtractor com capacidade de 3 mil litros de água.
■Abafadores e bombas d'água
■Turbo-sopro, trata-se de um soprador ultra-potente que
consegue apagar as chamas com a força do ar - o mesmo usado em alguns parques
para limpar folhas.
Segundo os brigadistas, a eficiência do equipamento é
equivalente ao trabalho de cerca de dez pessoas com abafadores.
■ avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB). A
aeronave é equipada com um sistema de combate a incêndio constituído de dois
tubos em sua porta traseira que, a uma altitude de cerca 45 metros podem
despejar água nas áreas em chamas.
A aeronave comporta cinco tanques de água, dois tubos que se
projetam pela porta traseira do avião e pode levar até 12 mil litros de água. São necessários, em média, 30 minutos para
reabastecimento de água.
CONDIÇÕES AMBIENTAIS
A estiagem prolongada além do normal, altas temperaturas,
ventos noturnos e o relevo acidentado contribuíram para que o fogo atingisse
proporções alarmantes.
EDIFICAÇÕES DANIFICADAS
Pelo menos quatro construções foram danificadas,: dois
chalés de uma pousada, uma casa de veraneio e a sede de uma fazenda. Dois dos
11 chalés da Pousada Aldeia da Lua foram queimados.
INCÊNDIO CONTROLADO
A queimada está controlada segundo o chefe da reserva,
Fernando Tatagiba. Apesar disso, o fogo ainda não foi totalmente extinto e as
equipes seguem no combate e monitoramento na região. A chuva que caiu no sábado
(29 de outubro) ajudou no trabalho.
“O fogo está controlado. O sobrevoo na região e também o
monitoramento em solo mostram isso. Mas as equipes seguem em campo. A chuva não
está constante, mas ontem o volume foi bom. Por isso, estamos mantendo pessoas
ainda nas frentes de combate”, informou o chefe do parque.
O último levantamento do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aponta que 68 mil hectares do parque
foram atingidos pelas queimadas. “A cobertura de nuvens atrapalha a fazer uma
nova medição. Mas um bom sinal é que não existem mais pontos de calor nos
mapas”, contou.
IMPACTO AMBIENTAL
O ICMBio estima que algumas partes da vegetação do parque
vão demorar mais de um ano para poder se recuperar do incêndio. "A parte
mais rasteira da vegetação, as áreas de campo limpo, campo sujo, já começam a
se regenerar seis meses após as primeiras chuvas. Cerca de 80% dessa parte já
volta ao normal nesse período. Dentre de um ano e meio, o restante se
regenera", explicou Christian Berlinck.
Além disso, apesar de não terem sido encontrados animais
silvestres mortos, os danos às próximas gerações dos bichos preocupam as
autoridades ambientais.
“Algumas espécies têm o período de ninhada em setembro. Com
esse incêndio, muitos desses ninhos podem ter sido atingidos e, com isso, a
próxima geração desses animais fica comprometida. Porém, os indivíduos adultos,
conseguem fugir. Sabemos que no ano que vem pode não haver uma renovação das
espécies, mas, depois disso, surgirão outras ninhadas e, com isso, outros
animais”, explicou o chefe do parque, Fernando Tatagiba.
A Nasa ressalta que o cerrado, "do qual o parque
nacional da Chapada é uma pequena porção", é a savana com a maior riqueza
biológica do planeta e representa uma "área ecologicamente importante não
só para o Brasil como para o mundo, com 10 mil espécies de planta - 45% delas
únicas à região".
REABERTURA DO PARQUE
Segundo o chefe do parque, a previsão é que a reabertura
para visitação aconteça nesta semana. "A perspectiva é de reabertura já a
partir de quarta-feira (1º de novembro), véspera de feriado. Então, os
visitantes são muito bem vindos ao Parque nacional e à Chapada dos
Veadeiros", disse. “É uma boa
notícia, para que os turistas possam vir visitar a Chapada e para que as
cidades da região também ganhem um fôlego, com a volta do fluxo de turistas”,
destacou. Fonte: @ZR, G1 GO-24 a 30/10/2017, O Popular - 25/10/2017; ICMBio,
Ministério do Meio Ambiente, 26/10/2017.