Quem se prepara para um voo transatlântico cultiva rituais próprios. Uns chegam muitas horas antes por precaução, outros se atrasam e quase perdem o voo. Há os ansiosos e impacientes que não suportam filas. Os alegres e barulhentos. Os profissionais com uma malinha de mão, que fazem o check-in por internet e têm reserva de assento. As crianças que empurram o carrinho como se estivessem num parque de diversões.
Há quem chegue ao check-in sozinho e os que levam a família inteira para a despedida. Os viciados em free-shop na partida e na chegada. Um chocolate, um presente, um eletrônico, um supérfluo. Os que levam remédio para dormir, travesseiro inflável, meias elásticas, livros e se desligam do burburinho com seus iPods.
A maioria não para de falar ao celular ou escrever mensagens. Há quem morra de medo de avião. Há quem, na dúvida, faça o sinal da cruz. E também os que confiam plenamente no avião como um transporte seguro. Por que um desastre aconteceria logo com eles?
A bordo do avião, existe uma primeira torcida para que o vizinho de poltrona seja o mais conveniente possível. Num avião com centenas de pessoas, há de tudo: os que tossem, roncam, não dormem, não comem e apagam, bebem demais e se levantam a cada dez minutos.
Há os que veem todos os filmes, os que mantêm a luz ligada, puxam conversa com o vizinho, abrem sua vida e mostram fotos dos filhos. E os que aproveitam a pausa para refletir. E também os que confiam plenamente no avião como um transporte seguro. Por que um desastre aconteceria logo com eles? Fonte: Revista Época
O ser humano está rodeado de riscos, alguns ele percebe e convive normalmente e outros são invisíveis. Os riscos invisíveis são os que causam maiores impactos.
Se olharmos o mundo e analisarmos onde ocorrem os acidentes poderemos ter uma noção dos problemas, alguns acidentes como o acidente aéreo causa maior impacto devido a quantidade de vitimas envolvidas, outros não percebemos a magnitude do problema, pois a fatalidade é lenta, paulatina, etc, não causa tanto clamor como no acidente aéreo.
Segundo a Organização Internacional da Aviação Civil, instituição com sede no Canadá que dita as regras da aviação internacional e é conhecida pela sigla inglesa Icao.
1-A cada ano temos no mundo 26 milhões de voos e no ano passado tivemos apenas 23 acidentes com vítimas
2-Em 1990, ocorriam 19 acidentes em cada 10 milhões de partidas. Agora são apenas quatro. E os acidentes parecem estar se tornando menos mortais.
3-Em 2007, 11 acidentes cobraram 587 vidas.
4-Em 2008, 23 acidentes fatais de um total de 109 acidentes, provocaram 502 mortes.
Os aviões são um meio de transporte muito seguro e estão se tornando ainda mais seguros, diz Icao.
No Brasil os acidentes aéreos matam no máximo centenas por ano. A chance de morrer num avião é a mesma de ser abatido por um raio.
Na história da aviação mundial, ocorreram 17.369 acidentes – incluindo de jatos a aeronaves convencionais, de voos comercias a militares, de aviões de passageiros a de carga. Ao todo, 121.870 pessoas morreram e 93.624 ficaram feridas. Entretanto os acidentes aéreos ocorrem.
Acidente de trabalho no mundo
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que anualmente ocorram 2,2 milhões de mortes decorrentes de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho para uma população economicamente ativa de 2,837 bilhões de pessoas. Ou seja, para a OIT acontece anualmente uma morte para cada grupo de 1.289 trabalhadores.
Acidente de trabalho no Brasil
Brasil tem 410 mil acidentes de trabalho por ano, que matam 3 mil brasileiros.
Eles matam oito trabalhadores brasileiros por dia e esta conta pode ser muito maior, já que não inclui os 40 milhões de brasileiros da economia informal.
Acidentes de trânsito no Mundo
Dados da Organização Mundial da Saúde
1.200.000 mortes/ano
50 milhões de feridos/ano
132 milhões de acidentes/ano
Acidentes de trânsito no Brasil
42.000 mortes/ano
376.589 feridos/ano
1.000.000 de acidentes/ano
Hipoteticamente vamos transformar esses dados de acidentes em equivalentes a um aviao comercial. Foi escolhido um avião com capacidade de 295 passageiros. O valor desse avião é estimado em 190 milhões de dólares
Conclusão:
A frota mundial de aviões comerciais é de 12.195. Em 2008 os aeroportos movimentaram 4,478 bilhões de passageiros (embarques + desembarques).
A frota hipotética de aviões acidentados equivalente aos acidentes de trabalho e de trânsito que ocorreram mundo por essa simulação equivale a 547.000 aviões. Os prejuízos financeiros dessa frota hipotética são de trilhões de dólares.
Ou ainda melhor segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que anualmente ocorram 2,2 milhões de mortes decorrentes de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho para uma população economicamente ativa de 2,837 bilhões de pessoas. Ou seja, para a OIT acontece anualmente uma morte para cada grupo de 1.289 trabalhadores.
Em veículos, segundo a OMS há 11.200.000 mortes numa frota de 1 bilhão de veículos, que equivale uma morte para cada grupo de 883 veículos.
No transporte aéreo em 2008 ocorreu 502 mortes numa população de 4,478 bilhões de passageiros, que equivale a uma morte para cada grupo de 9 milhões de passageiros.
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