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domingo, outubro 02, 2022

MAIS DE 200 BALEIAS ENCALHAM NA AUSTRÁLIA


"Um grupo de aproximadamente 230 baleias encalhou perto do porto de Macquarie", afirmou o Departamento de Recursos Naturais e Meio Ambiente do estado da Tasmânia. "Parece que metade dos animais estão vivos", acrescentou.

As imagens aéreas mostram uma cena devastadora de dezenas de cetáceos espalhados ao longo de um trecho de praia onde a água gelada encontra a areia.

Moradores jogaram cobertores nas sobreviventes e usaram baldes de água para mantê-las com vida, enquanto outras tentavam libertar-se, sem sucesso. Na mesma área, muitas estavam mortas.

As autoridades anunciaram que especialistas em conservação marinha e funcionários com equipamentos de resgate de baleias estavam a caminho do local.

Eles tentarão devolver à água aquelas que estão suficientemente fortes para sobreviver e, provavelmente, devem rebocar os animais mortos para o mar para evitar atrair tubarões à região.

Há quase dois anos, a mesma região foi cenário de outro encalhe em massa, com quase 500 baleias-piloto, das quais apenas 100 sobreviveram. As causas dos encalhes em massa não são completamente compreendidas.

Cientistas sugerem que podem ser provocados por grupos que desviam de sua rota depois que se alimentam muito perto da costa. As baleias-piloto são muito sociáveis e costumam seguir os companheiros de grupo que entram em situações de perigo.

Às vezes acontece quando baleias idosas, doentes ou feridas nadam até a costa e outras integrantes do grupo as seguem, em uma tentativa de responder aos sinais de socorro da baleia que ficou encalhada.

Outras ficam confusas e acreditam estar em mar aberto quando ouvem sonares de alta frequência, quando na verdade estão em praias íngremes, como acontece no caso das baleias encalhadas na Tasmânia.

Esta semana também foram encontrados 14 cachalotes machos jovens mortos, encalhados em uma praia remota em King Island, na costa norte da Tasmânia.

A morte dos cetáceos pode ser um caso de "desventura", afirmou o biólogo da vida selvagem Kris Carlyon, da agência ambiental do governo, ao jornal local Mercury.

"A causa mais comum para estes eventos é uma desventura, podem ter ido buscar comida perto da costa, podem ter encontrado alimento e possivelmente ficaram presas na maré baixa", explicou Carlyon. "Esta é a teoria no momento", acrescentou.

A Nova Zelândia também registra encalhes com relativa frequência. No país, quase 300 animais são encontrados encalhados por ano em média, de acordo com os números oficiais. Não é incomum observar grupos de 20 a 50 baleias-piloto encalhadas em uma praia.

Mas os números podem alcançar centenas, como em 2017, quando cerca de 700 baleias ficaram encalhadas. Fonte: Folha de São Paulo - 21.set.2022

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domingo, junho 02, 2019

Filhote de leão-marinho é encontrado com máscara de mergulho no pescoço

O animal foi resgatado em uma praia da Califórnia. Ele estava desnutrido e desidratado. Fonte: Bom Dia Brasil - 30 Mai 2019

Comentário: A poluição marinha por lixo plástico impõe mudanças perigosas ao equilíbrio dos oceanos e para a própria economia mundial. Os custos resultantes dos seus efeitos negativos sobre os ecossistemas marinhos somam impressionantes US$ 2,5 trilhões — por ano — segundo um estudo publicado  no Marine Pollution Bulletin, May 2019..

Cerca de 322 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente no planeta, enquanto ao menos 5 trilhões de materiais plásticos, com peso equivalente a 250 mil toneladas, estão flutuando nos oceanos.

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sexta-feira, dezembro 21, 2018

Cachalote achado morto na Indonésia engoliu 6 kg de plástico

Um cachalote encontrado morto num parque nacional na Indonésia tinha quase 6 kg de resíduos plásticos no estômago, incluindo 115 copos e dois pares de chinelos, comunicaram autoridades do parque na terça-feira (20/11).

O cetáceo de 9,5 metros de comprimento foi encontrado em águas rasas perto da ilha de Kapota, que faz parte do Parque Nacional de Wakatobi, a sudeste de Sulawesi, afirmou a direção do parque.

A causa da morte é desconhecida, mas funcionários do parque encontraram quatro garrafas e 115 copos de plástico, 25 sacos plásticos, dois chinelos e um saco com mais de mil pedaços de linhas no estômago do animal.

O parque é famoso entre os mergulhadores por sua grande área de recifes e pela vida marinha diversificada, que inclui arraias e baleias.

O cachalote é o maior animal com dentes no planeta. O cetáceo, que pode medir até 20 metros de comprimento, não faz parte da família das baleias, embora similaridades físicas levam muitos a descrever o cachalote como o arquétipo por excelência da baleia – muito também por seu protagonismo na obra Moby Dick, de Hermann Melville.

Em junho, a descoberta na Tailândia de uma baleia-piloto morta com 80 pedaços de lixo plástico em seu estômago virou manchete mundo afora.
Cinco países asiáticos – China, Indonésia, Filipinas, Vietnã e Tailândia – são responsáveis por até 60% dos resíduos plásticos que vão parar nos oceanos, segundo um relatório de 2015 da organização de ativismo ambiental Ocean Conservancy e do Centro de Negócios e Meio Ambiente da consultoria McKinsey.

A Indonésia, segunda colocada atrás da China no estudo de 2015 de má gestão de resíduos plásticos de populações que vivem perto de áreas costeiras, prometeu investir 1 bilhão de dólares por ano para reduzir os detritos plásticos no mar em 70% até 2025. Atualmente, o país produz 3,2 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano, dos quais 1,29 milhão de tonelada acaba nos oceanos. Fonte: Deutsche Welle-20.11.2018

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Nova Zelândia soma quase 200 baleias mortas em uma semana

Nas Ilhas Chatham, outras 51 baleias-piloto morrem encalhadas em segundo incidente em massa em uma semana no país. Especialista diz não acreditar que casos estejam relacionados.
 Cinquenta e uma baleias-piloto morreram encalhadas na Nova Zelândia, anunciaram autoridades nesta quinta-feira (29/11), menos de uma semana depois de 145 baleias-piloto e nove orcas-pigmeias encalharem e morrerem em duas localidades diferentes do país insular.

De acordo com o Departamento de Conservação da Nova Zelândia, 90 baleias-piloto encalharam na quinta-feira, 29/11, na baía de Hanson Bay, nas remotas Ilhas Chatham, arquipélago localizado a cerca de 800 quilômetros a leste das principais ilhas da Nova Zelândia e que conta com cerca de 600 habitantes.

Quando a equipe de resgate chegou ao local, 50 baleias-piloto já estavam mortas. O Departamento de Conservação divulgou ter sacrificado uma baleia-piloto devido à sua má condição e que os animais restantes conseguiram retornar ao mar.
Na somatória, aproximadamente 200 baleias morreram encalhadas em uma semana na Nova Zelândia. No último fim de semana, 145 baleias-piloto não puderam ser salvas na Ilha Stewart, localizada a 30 quilômetros ao sul da Ilha Sul da Nova Zelândia.

Também no fim de semana passado, dez orcas-pigmeias foram encontradas em Ninety Mile Beach, na Ilha Norte. Apesar dos esforços de 200 funcionários e voluntários, que conseguiram transportar oito animais para uma praia próxima com condições mais calmas, sete acabaram encalhando novamente na quarta-feira e tiveram de ser sacrificados.

O consultor técnico sobre espécies marinhas Dave Lundquist disse num vídeo divulgado pelo Departamento de Conservação da Nova Zelândia que não há evidências que sugiram uma conexão entre os incidentes.
"Falamos de encalhamentos em toda a costa da Nova Zelândia num curto espaço de tempo, o que naturalmente faz com que todos pensem que podem ter algo a ver uns com os outros", disse.

O especialista lembrou que os encalhamentos podem ser causados pela tentativa das baleias de escapar de predadores, devido a ferimentos ou doenças. Lundquist mencionou ainda fatores provocados por seres humanos, como o ruído subaquático.

"Em muitos desses casos é provavelmente uma combinação de vários fatores", concluiu. O Departamento de Conservação da Nova Zelândia disse responder a uma média de 85 casos de encalhamentos de mamíferos por ano. A maioria envolve um único animal em vez de grandes grupos. Nesta quinta-feira, uma baleia jubarte e 27 baleias-piloto morreram numa região selvagem do sul da Austrália. Os animais encalharam no Parque Nacional Croajingolong, no estado de Victoria, localizado 500 quilômetros ao leste de Melbourne, no extremo sul da Austrália. Fonte: Deutsche Welle-30.11.2018

Impressionante fila de 145 baleias encalhadas em praia da Nova Zelândia

Um grupo de 145 baleias-piloto morreu depois de ficar encalhado em uma praia da Ilha Stewart, na Nova Zelândia.
Os animais foram encontrados enfileirados na areia da baía de Mason no sábado, 24/11. Autoridades dizem que metade das baleias já havia morrido quando foi vista pela primeira vez por uma pessoa que passava pela praia. A outra metade foi sacrificada, porque dificilmente poderia ter sido salva.
Uma decisão de 'cortar o coração'. As 145 baleias-piloto estavam enfileiradas ao longo de 2 km.
"Infelizmente, a possibilidade de garantirmos que elas pudessem voltar ao oceano era remota", explicou Ren Leppens, do Departamento de Conservação da Nova Zelândia.

O Departamento de Conservação disse, em um comunicado, que não é incomum que baleias fiquem presas em praias da Nova Zelândia e que há cerca de 85 incidentes por ano. Na maioria dos casos, no entanto, apenas um animal fica encalhado, não um grupo grande.

Não se sabe bem porque baleias e golfinhos encalham. As razões possíveis são doença, erros de navegação, mudanças nas marés ou perseguição por predadores.

OPERAÇÃO DE SALVAMENTO
Em incidentes separados, 12 baleias-pigmeu e uma cachalote também ficaram encalhadas na Nova Zelândia durante o fim de semana. Quatro das 12 baleias-pigmeu e a cachalote morreram.
Há esperança de que as outras sejam resgatadas por uma ONG marítima chamada Project Jonah, que está a caminho.
O grupo disse que planeja tentar devolver os animais ao mar na terça (27) e pediu ajuda de voluntários. Fonte: UOL Noticias – BBC- 26/11/2018

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segunda-feira, novembro 20, 2017

Patrulha de ONG mostra matança de golfinhos e baleias em ilhas da Dinamarca

Uma patrulha feita por 18 voluntários durante 10 semanas, de junho a setembro deste ano, mostra centenas de mortes de golfinhos e baleias nas Ilhas Faroé, arquipélago da Dinamarca localizado no Atlântico Norte. A operação 'Bloody Fjords' ("Fiordes sagrentos") foi organizada pela ONG Sea Shepherd.
O grupo, com ativistas do Reino Unido e da França, foi dividido em seis equipes em cidades diferentes, abrangendo 19 baías. Durante o período da patrulha, nove caças aos animais foram flagradas, o que resultou na morte de 198 golfinhos e 436 baleias-piloto, um total de 634 animais.
 
MORTES DOCUMENTADAS
Um dos grupos  criou uma sede em Tórshavn, capital das Ilhas Faroé. Os ativistas gravaram um grindadráp – método de caça em que a comunidade local se dirige em barcos com pedras, ganchos, cordas e facas para cerco aos animais. Em 5 de julho, 70 baleias-piloto foram mortas.
Em 17 de julho, outro grupo gravou um grindadráp. Foram mortas 191 baleias-piloto. Os voluntários também fotografaram, em Klaksvik, essas mesmas baleias em abatimento no dia seguinte. Dois caminhões foram rastreados enquanto transportavam seis baleias-piloto até uma empresa de processamento de peixe na capital.

Na cidade de de Sydrugota, em 25 de julho, a ONG registrou a caça de 16 golfinhos, mortos e abatidos em um galpão próximo. Dez dias depois, uma outra equipe baseada na cidade de Saltangará, gravou a morte de 134 golfinhos e 39 baleias-piloto.
Na capital Tórshavn, pouco mais de um mês do primeiro flagra de grindadráp, em 18 de agosto, mais 61 baleias-piloto foram mortas. Em Skálabotnur, mais 48 golfinhos. Os voltuntários documentaram também o abate de uma baleia-piloto adulta que havia sido armazenada em uma caçada anterior.

O último grupo, com base na cidade de Klaksvík, fotografou e gravou a morte de 46 baleias-piloto no dia 29 de agosto; dois dias depois, outras 29 foram mortas.
Os organizadores da operação explicam que apenas um pequeno número de participantes consegue fotografar e/ou gravar as caças sem restrições, ao se misturar com grupos de turistas visitantes. Segundo a ONG, o ano de 2017 foi um dos mais sangrentos nas Ilhas Faroé: 1691 baleias-piloto e golfinhos foram abatidos em 24 caças.

ATIVIDADE LEGAL
A Convenção sobre a Vida Selvagem e os Habitats Naturais da Europa, em vigor desde 1982, classifica as baleias-piloto e todos os cetáceos, o que inclui os golfinhos, como "estritamente protegidos" sem permissão para o abate.
Apesar disso e dos protestos de ambientalistas, o abate dos animais não é ilegal nas Ilhas Faroé. Isso ocorre porque o arquipélago não é membro da União Europeia, apenas se remete politicamente à Dinamarca, que controla a defesa, a política externa e a moeda. Segundo a organização Sea Shepherd, a principal razão para as Ilhas não se juntarem à UE é manter a atividade pesqueira. Fonte: G1 -08/11/2017 

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domingo, junho 25, 2017

Golfinho morre com tira de chinelo presa ao focinho

Um golfinho foi encontrado morto com um chinelo preso no seu focinho em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.

O animal foi achado há duas semanas, após uma equipe do Projeto de Monitoramento da Bacia de Santos ser acionada por moradores da região. Ao chegar ao local, os veterinários encontraram o golfinho já morto na areia da praia do Sapê.

Uma necropsia feita pelos veterinários do Instituto Argonauta, que atua na preservação ambiental da região, apontou que a morte do golfinho ocorreu porque a tira do calçado ficou presa na sua mandíbula durante meses. O objeto causou uma grave infecção, levando à morte.

De acordo com o laudo, o chinelo de borracha "gerou uma lesão muito grave no maxilar superior, impedindo o animal de se alimentar. Consequentemente, causando uma desnutrição severa e consequentemente a morte".

A principal suspeita dos veterinários é de que o golfinho tenha enroscado seu focinho na tira do chinelo ao confundi-lo com um alimento boiando no mar.

Segundo o instituto, a poluição está entre as principais causas da mortalidade da fauna local. Ela perde apenas para a pesca predatória - os animais morrem ao ficarem presos nas redes.

Segundo o oceanógrafo Hugo Gallo, casos como esse ocorrem com frequência - é necessário um cuidado especial da população para que evitar acidentes semelhantes.  "Um simples chinelo esquecido na beira do mar pode levar à morte um animal marinho." Fonte:   BBC Brasil - 21 de junho de 2017

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terça-feira, maio 09, 2017

Coral-sol avança pelo litoral e vira motivo de preocupação

Foto:Apelidado de "sol" pelo formato e cores amarela e laranja, esse coral pode ser comparado a uma "erva daninha" do mar, por suprimir outros corais e proporcionar perda em funções do ecossistema

Bonito para contemplação em mergulhos, mas um vilão para o ambiente marinho. Assim pode ser definido o coral-sol, espécie nociva que vem ganhando cada vez mais espaço na costa brasileira e preocupa especialistas por sua rápida proliferação.

Apelidado de "sol" pelo formato e cores amarela e laranja, esse coral pode ser comparado a uma "erva daninha" do mar, por suprimir outros corais e proporcionar perda em funções do ecossistema.

"É o típico exemplo de que as aparências enganam. É muito bonito, mas também muito malvado para o habitat marinho", diz Kelen Luciana Leite, chefe em Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo, do núcleo de gestão integrada do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

Por não ser nativo, explica, o coral-sol não faz integração com outros animais marinhos e causa uma das mais graves consequências, que é a quebra da cadeia alimentar.

Segundo Kelen, os corais estão na base dessa cadeia. Quando algo se altera, todo o ciclo é prejudicado. "O coral-sol se prolifera absurdamente mais rápido que os demais tipos e domina o sistema que serve de alimentação para várias espécies, incluindo peixes e tartarugas."

Algumas áreas do litoral norte paulista já estão infestadas pelo animal, que se reproduz liberando larvas. Essas larvas buscam costões rochosos para se estabelecer e, como se multiplicam numa velocidade maior do que as demais, em pouco tempo dominam o espaço.

NAVIOS
De acordo com Augusto Alberto Valero Flores, pesquisador do Cebimar (Centro de Biologia Marinha), da USP, as duas espécies de coral-sol que foram registradas no Brasil estavam inicialmente restritas ao Arquipélago das Galápagos, no Indo-Pacífico.

Não se sabe como os corais chegaram à costa brasileira. "O mais provável é que tenha sido através da incrustação de cascos de embarcações comerciais ou grandes estruturas rebocadas, como plataformas de petróleo."

O pesquisador diz que dentre as áreas mais afetadas está a Ilha Grande (RJ). Também há registros no litoral da Bahia, do Espírito Santo e de Santa Catarina. No litoral norte paulista, os locais com maior incidência são as ilhas de Búzios e Vitória, em Ilhabela.

Ambientalistas tentam evitar que o mesmo aconteça com outras áreas, como o Arquipélago de Alcatrazes, em São Sebastião, conhecido por ser uma área preservada e onde já estão instaladas muitas colônias do coral invasor.

Para evitar avanço maior, expedições são realizadas para retirar as colônias. Segundo Kelen, as ações são difíceis e caras, mas importantes. Cada colônia forma outras cinco a cada três meses. Fonte: Folha de São Paulo - 02/05/2017 


Comentário:
O Brasil tem mais de 50 espécies invasoras marinhas. Esse número deve aumentar, já que não se sabe como barrar a chamada bioinvasão, que pega carona no lastro de navios em 55% dos casos.
O dado é do Ministério do Meio Ambiente, que aponta a água de lastro das embarcações internacionais como a principal vilã do problema.
Para aumentar a estabilidade quando descarregados, os navios se enchem de água num tanque que atua como lastro. Entre um porto e outro, espécies viajam clandestinas nos tanques e chegam aos novos habitats.
Isso acarreta perda da biodiversidade na costa, pois as espécies nativas, forçadas a concorrer com as invasoras, podem acabar extintas. Desde 1600, 39% das extinções com causas conhecidas estavam relacionadas à competição com espécies invasoras.
Com os barcos trazendo espécies marinhas para cá e para lá, a biodiversidade também diminui. "É uma homogeneização, podemos acabar tendo uma biota global", diz Rosa de Souza, bióloga da Universidade Federal Fluminense, que apresentou os dados no encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Natal.
Os biólogos estão preocupados, porque há espécies invasoras especialmente problemáticas, como algas tóxicas que afloram em praias turísticas ou espécies que causam danos à saúde, como a bactéria do cólera.
No Brasil, o caso mais famoso é o do mexilhão-dourado, espécie asiática que chegou ao país em 1998 e, sem predadores, virou praga. Ele gruda nos equipamentos das usinas hidrelétricas, atrapalhando o fluxo de água.
"Há mais de dez anos os países procuram soluções", diz o biólogo Flávio da Costa Fernandes, do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, da Marinha.

CONVENÇÃO
Em 2004, a Organização Marítima Internacional propôs uma convenção sobre a água de lastro, com medidas como fazer com que os navios renovem o conteúdo dos tanques no meio do oceano. No entanto, mesmo essa troca não eliminaria totalmente o problema, já que muitos organismos resistiriam a ela.
Outra sugestão seria obrigar os barcos a tratar a água de lastro. "Mas ainda não há tecnologia desenvolvida para isso", diz Fernandes.
A convenção já foi ratificada por 26 países (inclusive o Brasil), mas precisa de pelo menos 30 para entrar em vigor. O Brasil já obriga os navios que passam pelos seus portos a fazer a troca oceânica, entre outras exigências.
A bioincrustação (acúmulo de organismos no casco) também leva espécies pelo mundo. O uso de tintas especiais poderia evitar o problema, mas muitos navios não fazem a pintura periódica.Fonte: Folha de São Paulo

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quarta-feira, março 21, 2012

Encalhe raro de 30 golfinhos

Explicar o encalhe de 30 golfinhos (Delphinus capensis) em Arraial do Cabo desafia especialistas. O evento, considerado extremamente raro, será investigado por pesquisadores brasileiros e americanos. Entre as causas mais prováveis está a poluição sonora, já que os animais usam sons para se orientar, como um sonar natural.

A pronta reação de banhistas e dos funcionários da prefeitura encarregados da limpeza da praia ajudou salvar todos os golfinhos.

Especialista em fauna marinha, Salvatore Siciliano, pesquisador da Fiocruz, afirma que o encalhe dos golfinhos acende a luz amarela. Ele explica que os animais são muito habilidosos. Normalmente, dois ou três deles encalham por ano, e geralmente isto ocorre quando já estão doentes.

- Até então não tínhamos conhecimento de um fato como este. A imagem, portanto, é extremamente importante e vai desencadear uma série de estudos, além de reforçar a importância de monitorar estas populações - disse Siciliano. - As imagens já chamaram a atenção de pesquisadores de fora do Brasil. Fui procurado por cientistas que trabalham para o governo americano. Vamos trocar informações sobre o caso.

Duas hipóteses são as mais prováveis para explicar o encalhe coletivo. Os golfinhos poderiam estar fugindo de algum predador ou estavam desorientados por causa do barulho.

Outros casos em que golfinhos morreram por causa de poluição sonora já foram registados. Salvatore Siciliano cita um que ocorreu em 2009 na Inglaterra. Exames comprovaram que o grupo estava saudável:

- Não podemos descartar a perturbação grave por um efeito sonoro de origem antrópica (feita pelo homem). O Porto do Forno, por exemplo, opera bem ao lado.

Caso os golfinhos morressem, o impacto seria grande. A população desta espécie no Rio de Janeiro é estimada em cerca de 300 golfinhos .

Apesar do salvamento ter sido comemorado, a forma pela qual as pessoas pegaram os animais foi inadequada. Arrastar os golfinhos pela cauda pode causar lesões sérias, até a morte.

- As pessoas fizeram tudo errado, mas era o que devia ter sido feito – afirma Siciliano. - Primeiro, as pessoas devem comunicar os órgãos responsáveis. Depois, é preciso manter os golfinhos molhados e protegidos do sol, para não desidratarem. Além disso, é importante evitar confusão, barulho, e isolar a área.

O secretário municipal do Ambiente de Arraial do Cabo, elogiou a ação dos moradores, turistas e funcionários da prefeitura.

- O pessoal da limpeza que estava na praia viu o encalhe e resolveu ajudar. Além do mais, parte da população é de pescadores, acostumada a botar a mão em peixes. Eles tiveram que pensar rápido. E deram conta – elogiou o secretário, que tem outras hipóteses para o encalhe. - Os golfinhos podem ter perseguido um cardume até a beira do mar e ficaram desorientados. Ou, então, o líder do grupo estava doente ou desorientado. Os golfinhos não abandonam uns ao outros, acabou acontecendo aquilo.

Fonte: Globo -  7 de março de 

Vídeo:

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terça-feira, julho 14, 2009

Caça à baleia, pesquisa cientifica, macarrão bolognesa com carne de baleia

O governo japonês se reserva o direito de lançar a frota anualmente baseado em questões culturais. Segundo o governo, usamos as baleias de forma sustentável, pois fazemos pesquisa de acordo com a Convenção das Baleias.

A captura de baleias pelo Japão em sua mais recente caçada na Antártida ficou abaixo da meta do país após manifestações de ativistas contra a caça desses cetáceos, disse a Agência Pesqueira do Japão em 13 de abril de 2009..

O Japão, que considera esse tipo de caça uma estimada tradição cultural, matou 679 baleias da espécie minke, apesar dos planos de caçar cerca de 850 animais. O país também pescou apenas uma baleia-comum (ou baleia-fin), contra uma meta de 50 estimada no início da caça, em novembro.

Alguns navios da frota japonesa de seis embarcações retornaram para casa após conflitos com o rigoroso grupo Sea Shepherd Conservation Society, incluindo uma colisão que danificou um dos navios japoneses.

A Agencia Pesqueira japonesa disse que os navios não continuaram com a pesca em um total de 16 dias, devido ao mau tempo e aos conflitos com os ativistas.

O Japão interrompeu oficialmente o comércio de pesca de baleias após entrar em acordo com uma moratória global em 1986, mas começou no ano seguinte o que é chamado de um programa de pesca científica de baleias para pesquisa. A carne de baleia pode ser encontrada em alguns supermercados e restaurantes japoneses.

A Islândia retomou a caça comercial das baleias em 2006 e é um dos dois únicos países, junto com a Noruega, a autorizar a caça explicitamente para o comércio da carne. Nenhum dos dois países reconhece a autoridade da Comissão Baleeira Internacional (CBI).

Pesquisa cientifica ou gastronômica?
Depois de abatidas, boa parte delas chega em forma de filé ao mercado consumidor japonês, onde há muitos apreciadores da iguaria. De coloração vermelha, ela é quase tão saborosa quanto à carne bovina, na opinião dos gourmets.

Capacidade lenta de reprodução da baleia
O status de preservação de cada espécie não leva em conta apenas a quantidade, mas também a capacidade de reprodução e o ambiente onde vive cada grupo de cetáceos. Em geral, eles são animais com desenvolvimento demorado. Podem viver até 70 anos e sua capacidade de reprodução é bastante limitada. As fêmeas das baleias só atingem a maturidade sexual entre 8 e 15 anos de idade. Elas têm somente um filhote de cada vez. E levam no mínimo três anos para poder parir novamente.
Os cetáceos têm estruturas sociais igualmente mais elaboradas. Uma baleia morta pode fazer falta às que ficam, afirma os especialistas.
Diante do apetite dos arpões, esse relógio pode ter-se tornado lento demais para garantir a perpetuação da espécie.

Caça a baleia
Num aspecto estão todos de acordo: a corrida descontrolada às baleias, foi desastrosa. Iniciou-se de forma artesanal, com embarcações a remos e arpões manuais. Hoje, com navios baleeiros mais rápidos, armas modernas e navios-fábrica elevaram a exploração a níveis extremos e ficaram mais fáceis de caçar baleias..
■ Em 1931, já se abatiam cerca de 40 mil animais por ano - sobretudo por frotas da Noruega, Reino Unido e países da Commonwealth, como Austrália e África do Sul.
■ Em 1946 criou a Convenção para a Regulação da Caça à Baleia. Dele nasceu a Comissão Baleeira Internacional (CBI), com o objetivo de zelar pela preservação dos estoques, de modo a manter a atividade da caça.
■ Em 1962, atingiu-se o recorde de 66 mil baleias mortas, equivalente a 226 mil toneladas - a maior parte, pelo Japão, Rússia e Noruega.
■ Em 1982, adotou a moratória à caça comercial, ainda em vigor.
■ Em 1986, entra em vigor da moratória que proíbe a caça comercial das baleias, votada pela CBI em 1982. Só se permite a caça "com objetivos científicos".
■ Em 1985 houve um declínio que reduziria o total a apenas 15 mil toneladas, equivalente a 5.000 baleias
■ Em 2006, o Japão matou 1.073 baleias minke, cuja carne terminou em restaurantes, supermercados, refeitórios escolares.
■ Em 2008, foram mortas 759 baleias.

Preservação das espécies
Ainda há dez anos, data da última estimativa da CBI, não havia mais do que 2300 baleias-azuis em todo o Hemisfério Sul. Da baleia-franca no Atlântico Norte há apenas três centenas de indivíduos.
Os países pró-caça defendem que, apesar de haver espécies em perigo, há outras mais abundantes. A própria Comissão Baleeira Internacional (CBI).reconhece.
As baleias-anãs contam-se às centenas de milhares. O último cálculo da CBI, de 1989, apontava para 760 mil no Hemisfério Sul. É nos mares da Antártida, que o Japão caça algumas centenas por ano, para um programa científico contestado por ambientalistas.

Fontes: O Estado de São Paulo - 3 de fevereiro de 2009, Ultima Hora - Portugal , 22. de junho de 2009,

Vídeo
Mostra os restaurantes com cardápios incomuns que oferecem delicados pratos que englobam do tradicional sashimi ao espaguete à bolognesa – todos com a carne de baleia.
Da pesquisa cientifica para pesquisa gastronômica?

Vídeo (1):
Mostra como se caça a baleia. O navio baleeiro caça a baleia e depois transfere para o navio-fábrica, onde processa a baleia, corta e embala para o mercado japonês. O sistema de caça a baleia é uma máquina mortífera com toda tecnologia disponível para caçar e matar a baleia.

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quinta-feira, maio 14, 2009

Libertaram nas ilhas Canárias uma baleia presa em cabos


Uma equipe de biólogos e mergulhadores profissionais libertou em águas tropicais canárias uma baleia rorqual tropical de quase dez metros de comprimento e 20 toneladas, que estava presa em um emaranhado de cabos, pesando quase 40 kg.

Vidal Martín, presidente da Sociedade para o Estudo dos Cetáceos no Arquipélago Canário (SECAC), disse que a baleia foi vista em águas de Lanzarote praticamente imóvel e tão cansada que mal se movia.

Os cabos enterraram na carne e cortaram a aleta da cauda e o animal parecia mais magro do que habitual de sua espécie, o que supõe que estava vários dias preso e não podia mover-se para procurar alimento, o que poderia acabar morrendo.

De fato, Vidal Martín esclarece que estas baleias são mais rápidas do que os golfinhos e podem deslocar-se quase 40 quilômetros por hora. O animal é um exemplar juvenil e foi localizado na sexta-feira, 8 de maio, quando os membros da SECAC realizavam um censo de baleias e golfinhos em frente às costas de Lanzarote e perceberam que tinha um rorqual tropical (Balaenoptera brydei) que nadava com dificuldade.

Uma vez localizada, com ajuda dos mergulhadores do Consórcio de Emergência de Lanzarote (Emerlan) libertaram a rorqual "depois de cortar, com dificuldade, a armadilha mortal que esta baleia levava arrastando provavelmente várias semanas".

O emaranhado de cabos produziu um corte de mais de 15 centímetros e o mergulhador que subiu ao barco teve do que inflar seu colete para içar os cabos. Segundo Vidal Martín, que também é diretor do Museu de Cetáceos de Canárias, são poucas as ocasiões em que se pode libertar um cetáceo desta dimensão.

Lixo e armadilha no mar
Este não é o primeiro caso. "Não há consciência sobre o plástico, que está matando uma grande porcentagem de tartarugas nas Canárias, que têm este material no estômago, e um dia sim e outro não estamos libertando tartarugas no mar", enquanto as que não se detectam "morrem lentamente, com uma terrível agonia", afirma Vidal.

Para Martín, esta situação "é a ponta do iceberg" pois há duas semanas apareceu um rorqual em águas da Grande Canária que morreu presa por uma rede de nylon que deformou completamente a cabeça, que foi "uma morte extremamente dolorosa".

Também apareceram há alguns anos em Fuerteventura uma baleia rorqual comum, a segunda maior baleia, com uma corda enrolada na boca, que causou a morte por inanição.

A baleia tropical é a única rorqual que não realiza migrações sazonais, vive nas águas quentes e tropicais de todos os oceanos e prefere normalmente aquelas com uma temperatura na superfície superior a 20 graus centígrados. Freqüenta as águas do Arquipélago desde abril, onde entra provavelmente com as frentes quentes desde o centro do Oceano Atlântico, e permanece nas ilhas até setembro ou outubro.

Nas Canárias foram observados exemplares de rorquais adultas, solitárias, jovens e mães acompanhadas de seus filhotes e esta espécie chega a ser abundante em áreas onde há alimento.

Sua presença está geralmente associada a algumas espécies de atuns e são indicadoras da presença de atuns para os pescadores.

Desconhece-se a origem dessa associação, ainda que ambas espécies se alimentam de um recurso comum pelo que se pode tratar-se de uma associação trófica ou simplesmente do instinto de alguns atuns de procurar refúgio sob essas baleias.

Fontes: El Dia e Antena3 - Santa Cruz de Tenerife, 11 de maio 2009

Comentário:
As rorquais são baleias que se caracterizam pela forma achatada do crânio e por numerosas listas que sulcam a zona do ventre. A rorqual-gigante, ou baleia-azul (Balaenoptera musculus), ultrapassa os trinta metros e chega a pesar 130t; é o maior animal que já existiu durante toda a história da Terra. A rorqual comum (Balaenoptera physalus) ultrapassa vinte metros e setenta toneladas, tem o dorso azul escuro e o ventre claro e é a baleia mais rápida (sua velocidade de deslocamento alcança cerca de 55km por hora).

O mar está virando lixo
Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas, existem 46.000 fragmentos de plástico em cada 2,5 quilômetros quadrados da superfície dos oceanos. Isso significa que a substância já responde por 70% da poluição marinha por resíduos sólidos.

A primeira vítima dos plásticos que se depositam nos oceanos é a vida animal. Calcula-se que 267 espécies, principalmente pássaros e mamíferos marinhos, engulam resíduos plásticos ou os levem para seus filhotes julgando tratar-se de alimento. Há seis anos, uma baleia minke foi encontrada morta na Normandia, no norte da França, com 800 quilos de sacolas plásticas no estômago.

Em regiões como a Califórnia, é comum achar tartarugas, leões-marinhos e focas mortos por asfixia ou lesões internas provocadas pela ingestão de plástico. O Atol de Midway, próximo ao Havaí, é o símbolo máximo da tragédia que o plástico impinge aos mares. Por capricho das correntes marinhas, o atol recebe diariamente o entulho plástico proveniente do Japão e da costa oeste dos Estados Unidos.

O mundo produz atualmente 230 milhões de toneladas de produtos plásticos por ano - contra 5 milhões na década de 50.

Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), atualmente as redes mais problemáticas são as que ficam ancoradas no solo marinho e presas a flutuadores que ficam na superfície. Elas formam uma parede vertical que pode medir entre 600 e 10 mil metros de largura. Se este tipo de rede é perdido ou abandonado, poderá continuar pescando sem supervisão durante meses, às vezes anos, matando indiscriminadamente peixes e outras espécies de animais.

Vídeo:
Mostra uma baleia que ficou presa numa rede de pesca na região Los Cabos, México.

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sábado, outubro 18, 2008

Corvinas devolvem a alegria aos pescadores em Santa Catarina


Os pescadores da Colônia de Pesca Z-33, do Balneário Rincão, Sul de Santa Catarina, ganharam na quinta-feira, à tarde, 15 de outubro de 2008, um motivo para compensar o desânimo gerado por um inverno rigoroso sem captura de tainhas. Em apenas um lance, os pescadores cercaram e capturaram um cardume de cerca de 25 a 30 toneladas de corvina.

Colocação da rede no mar
A rede de arrasto foi colocada às 9h, medindo 1,4 mil metros foi colocada mar adentro com auxílio de um barco por oito pescadores liderados por João Adílio Batista, 54 anos. Os pescadores já desconfiavam da existência do cardume porque na noite anterior haviam capturado corvinas com redes pequenas. O vento que começou a soprar na direção leste com maior intensidade no final da manhã também ajudou.

Retirada da rede do mar
No início da tarde, por volta das 13h, a rede começou ser retirada do mar por outros 25 pescadores, que precisaram da ajuda de parentes e amigos devido ao peso gerado pelo excesso de peixes na malha.
- Essa foi a maior redada que dei até hoje. Já tinha visto quantidade maior, no Rio Grande do Sul, mas não era meu - contou o pescador e dono da rede João Adílio Batista.
Sem conseguir retirar a rede de uma vez, o jeito era "pescar" de forma improvisada os peixes que se debatiam no raso. A pescadora Glória João Ferreira, 45 anos, saía do mar literalmente abraçada a meia dúzia de corvinas: É só felicidade - disse, antes de voltar para pegar mais corvinas.

Corvinas depositadas na praia
Agonizantes, os peixes eram depositados sobre uma lona plástica estendida na beira da praia, sob os olhares de curiosos. A maioria dos peixes tinha um peso aproximado entre dois a três quilos, mas uma corvina que, segundo os pescadores, devia pesar uns 15 quilos, era exibida e chamada pelos pescadores de "a chefe", porque estaria a frente do cardume capturado. De acordo com o presidente da Colônia de Pesca Z-33, João Piccolo, o lance de corvina compensa os prejuízos que os pescadores tiveram com a escassez de tainha durante o inverno.

Fonte: Diário Catarinense - 17 de outubro de 2008

Comentário
De acordo com a notícia, foram pescados quase 15.000 peixes em um único lance de rede. A capacidade do ecossistema marinho para recompor é limitada.
Uma boa estratégia de combate à pesca predatória é conscientizar a população e impedir, nas feiras e nos mercados, a compra de exemplares capturados abaixo do tamanho mínimo permitido por lei e das espécies ameaçadas, é uma maneira de reduzir drasticamente esse problema. Um dos maiores inimigos da sustentabilidade da atividade são os impactos negativos gerados pelo homem sobre os ecossistemas estuarinos e litorâneos. Estes estão causando o desaparecimento ou a redução do número de peixes de algumas espécies.

Pesca predatória
Muitos ecologistas marinhos acreditam que a maior ameaça aos ecossistemas marinhos nos dias de hoje seja a pesca em excesso. Nosso apetite por peixe está excedendo os limites ecológicos dos oceanos, com impactos devastadores em muitos ecossistemas. Os cientistas advertem que o excesso de pesca resulta em profundas alterações nos oceanos, mudando-os talvez para sempre. Sem mencionar nossa refeição de cada dia - no futuro, um prato de sardinhas poderá ser considerado uma iguaria cara e rara.

Sem chance
Mais freqüentemente do se imagina, a indústria da pesca ganha acesso a grupos de peixes antes que o impacto da pesca seja estimado. De qualquer modo, os regulamentos da indústria de pesca são tremendamente inadequados.

A realidade da pesca moderna é que a indústria é dominada por frotas de pesqueiros que não dão chance à natureza de repor as espécies. Navios gigantescos usando sonares de busca de última geração podem apontar com precisão cardumes de peixes. Os navios são equipados para que funcionem como verdadeiras fábricas flutuantes – incluindo linhas de produção, processamento e embalagem de peixes, imensos sistemas de refrigeração e motores poderosos para arrastar equipamentos pesados através do oceano. Ou seja: o peixe não tem chance.

Check-up da vida no oceano
Populações de grandes predadores, um indicador claro da saúde de um ecossistema, estão desaparecendo de forma espantosa. Noventa por cento dos peixes grandes que a maioria de nós adora comer, como atum, peixe-espada, merlin, bacalhau, halibut, arraia e linguado – estão desaparecendo desde que a pesca em larga escala começou, nos anos 50. A diminuição dessas espécies predadoras pode causar uma mudança em ecossistemas oceânicos inteiros, onde peixes comercialmente valorizados são substituídos por espécies menores, que se alimentam de plâncton. O século em curso pode inclusive ver colheitas de água-viva substituindo o peixe consumido por humanos.

Essas mudanças ameaçam a estrutura e o funcionamento de ecossistemas marinhos, e assim colocam em perigo o sustento dos que dependem dos oceanos, tanto agora como no futuro.

Colapso das áreas de pesca
A superexploração e a má administração das áreas de pesca já levou ao colapso completo de algumas regiões. A pesca do bacalhau na região de Newfoundland, no Canadá, ruiu em 1992, causando a perda de 40 mil empregos na indústria. Os estoques de bacalhau no Mar do Norte e no Mar Báltico seguem pelo mesmo caminho e estão próximos do colapso completo.

Ao invés de tentar encontrar uma solução de longo prazo para esses problemas, a indústria pesqueira voltou seus olhos para o Pacífico – mas esta não é a resposta. Os governantes continuam ignorando os avisos dos cientistas sobre como essas áreas de pesca poderiam ser administradas e a necessidade de pescar tais espécies de maneira sustentável. Fonte: Greenpeace

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segunda-feira, agosto 18, 2008

Zonas mortas dos oceanos tornam-se um problema mundial

Como uma doença crônica que se propaga através do corpo, “as zonas mortas” com muito pouco oxigênio para a vida marinha estão expandindo-se nos oceanos em todo o mundo.
"Temos de admitir que a hipóxia não é um problema local. É um problema mundial e tem graves conseqüências para os ecossistemas.Está chegando a ser um problema de tal magnitude que está começando a afetar os recursos que retiramos do mar para alimentar-nos”, disse Robert J. Diaz do Instituto de Ciências Marinhas da Universidade William and Mary, na Virgínia

Esta foto cedida pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, uma tartaruga verde está embaraçada em uma rede de pesca abandonada e destroços, a noroeste da ilha do Havaí em 2002.

Zonas mortas
As zonas mortas eram raras. Agora são comuns. Cada vez mais há em mais lugares. O aumento das zonas mortas no mar transformou-se no principal agente de pressão sobre os ecossistemas marítimos, no mesmo nível da pesca excessiva, perda de habitat e outros problemas ambientais. Segundo os cientistas, seu aumento se deve também a certos nutrientes, especialmente o nitrogênio e o fósforo, que ao entrarem em excesso nas águas litorâneas causam a morte de algas. Ao morrer, essas plantas microscópicas afundam e se transformam em alimento de bactérias que, durante a decomposição, consomem o oxigênio a sua volta. Na linguagem científica, esse processo da diminuição progressiva de oxigênio chama‑se 'hipoxia'.

Golfo do México - Em 16 de Julho de 2008 os pesquisadores estimaram a zona morta em 22.704 km quadrados. A área é maior do que o Estado de Sergipe.
Aumento das zonas mortas
Segundo Robert Diaz, e Rutger Rosenberg, cientista da Universidade de Gotemburgo, atualmente existem 405 zonas mortas em águas próximas às costas em todo o mundo, o que representa uma superfície de mais de 26.500 km².
Diaz, que começou a estudar as zonas mortas em meados da década de 1980, após advertir sobre o problema nas águas da Baía de Chesapeake (costa atlântica dos Estados Unidos), afirma que;
■ no início do século passado só havia quatro zonas mortas,
■ na década de 1960, o número passou para 49;
■ na década de 1970, número passou para 87;
■ na década de 1980, passou para 162;
■ em 1995, já havia 305 zonas mortas no mundo todo.

As mais recentes áreas mortas estão sendo encontradas no hemisfério sul - América do Sul, África, partes da Ásia. Um pouco do aumento é devido à descoberta de áreas de baixo oxigênio e que possam ter existido por anos e estão apenas a ser encontrado, mas outras são, na realidade, recém‑desenvolvidas.

Fertilizantes
As algas alimentadas por poluição, que privam outras vidas marinhas de oxigênio, são as causas da maior parte das zonas mortas do mundo. Os cientistas culpam principalmente os fertilizantes e outros cultivos dos solos pelo escoamento dos resíduos em direção ao mar, despejo de esgoto e queima de combustível fóssil.
“É necessário que cientistas e agricultores trabalhem em conjunto para desenvolver métodos agrícolas que reduzam a transferência de nutrientes da terra para o mar. Como os fertilizantes tornam-se cada vez mais caros, os agricultores começarão a preocupar-se seriamente em conservá-los na terra”, disse Diaz.

Diaz e Rosenberg, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, concluem que seria irrealista para tentar voltar aos níveis pré-industriais de escoamento superficial.
"Os agricultores não estão fazendo isso de propósito. Os agricultores prefeririam certamente ter os seus fertilizantes sobre a terra, em vez de escoar para o rio", disse Diaz.

Diaz e Rosenberg declaram que em muitas ocasiões só se dá importância à hipoxia quando esta começa a dizimar os organismos que, em última instância, servem de alimento à população. Como exemplo, eles citam o desaparecimento de algumas espécies ictiológicas e os surtos crônicos de epidemias bacterianas em outras.

Por outro lado, ao impedir o desenvolvimento de alguns habitantes dos fundos marítimos, como as amêijoas e alguns vermes, a hipoxia elimina uma importante fonte de nutrição para outros depredadores, assinala o estudo. Segundo os cientistas, a chave para frear o aumento de zonas mortas é manter os adubos em terra e impedir que cheguem ao mar.

As novas áreas de baixo oxigênio e fazendas de criação de peixes e camarões
As novas áreas de baixo oxigênio foram informadas na Baia de Samish em Puget Sound, Baia de Yaquina em Oregon, nas lagoas de cultura de camarão em Taiwan, o rio San Martin, no norte da Espanha e de alguns fiordes da Noruega, disse Diaz.
Uma parte da Baia Big Glory na Nova Zelândia se tornou hipóxica devido a criação de salmões em gaiolas, mas começou a recuperar quando as gaiolas foram removidas do local.

“Uma zona morta foi recentemente informada distante da foz do rio Yangtze na China, mas a área tem sido provavelmente hipóxica desde a década de 1950. Nós simplesmente não sabíamos sobre ela", disse Diaz,

As zonas mortas são muito mais
Nancy N. Rabalais, diretor executivo do Consorcio de Marinha das Universidades de Louisiana, disse que não foi surpresa no aumento das zonas mortas.
"Houve muito mais casos registrados, mas há realmente muito mais. O que aconteceu nas nações industrializadas com o agronegócio, que também levaram ao aumento do fluxo de nutrientes da terra para os estuários e para os mares estão agora acontecendo nos países em desenvolvimento," disse Rabalais.
Disseram-me, que durante uma visita à América do Sul em 1989, que os rios eram demasiados grandes para ter os mesmos problemas que o rio Mississipi. "Agora muitos dos seus estuários e mares costeiros estão sofrendo o mesmo mal."
"O aumento é um sinal preocupante para as águas costeiras e estuarinas, que estão entre algumas águas mais produtivas do planeta", disse ela.

Fonte: San Francisco Chronicle - August 14, 2008
Comentário:
No Brasil os principais rios estão afetados por resíduos industriais, mineração, esgotos e pesticidas, etc. E consequentemente os deltas dos rios, baías e o litoral estão contaminados;

Águas contaminadas
Praticamente todas as grandes e médias cidades brasileiras têm suas águas contaminadas por esgotos, lixo urbano, metais pesados e outras substâncias tóxicas.
Na Amazônia, o maior dano é provocado pelo mercúrio, jogado nos rios à média de 2,5 kg para cada grama de ouro extraído dos garimpos. Os rios Tapajós, Xingu, Taquari, Miranda e Madeira são os mais afetados. Em São Paulo, em alguns trechos do rio Tietê dentro da capital existe apenas bactérias anaeróbicas. O excesso de cargas orgânicas em suas águas consome todo o oxigênio, mata os peixes e qualquer outra forma de vida aeróbica.

Poluição do mar
Dejetos industriais e orgânicos são jogados em vários pontos do litoral. Vazamentos de petróleo em poços das plataformas submarinas e acidentes em terminais portuários e navios-tanques têm provocado graves desastres ecológicos. O litoral do Pará e as praias da ilha de Marajó estão contaminados por pentaclorofeno de sódio, substância tóxica usada no tratamento de madeira. Os pólos petroquímicos e cloroquímicos localizados em quase todos os estuários dos grandes rios lançam metais pesados e resíduos de petróleo nos manguezais e na plataforma continental. A baía de Todos os Santos, na Bahia, está contaminada por mercúrio. A baia de Guanabara, no Rio de Janeiro, recebe diariamente cerca de 500 toneladas de esgotos orgânicos, 50 toneladas de nitratos e metais pesados, além de 3 mil toneladas de resíduos sólidos – areia, plásticos, latas e outras sucatas.

Degradação da superfície
O principal fator de poluição do solo, subsolo e águas doces é a utilização abusiva de pesticidas e fertilizantes nas lavouras. A média anual brasileira é duas vezes superior à do mundo inteiro. Ainda são usados no Brasil produtos organoclorados e organofosforados, proibidos ou de uso restrito em mais de 50 países devido a sua toxicidade e longa permanência no ambiente. As regiões mais atingidas por esses agrotóxicos são a Centro-Oeste, a Sudeste e a Sul, responsáveis por quase toda a produção agrícola para consumo interno e exportação.
A cultura da soja, hoje espalhada por quase todas as regiões do país, também faz uso acentuado de fosforados. A médio e longo prazo esse produto destrói microrganismos, fungos, insetos e contaminam animais maiores.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) a produção mundial de alimentos precisa aumentar em 50% até o ano de 2030 para atender a demanda da população em crescimento. Isto quer dizer, mais fertilizantes, mais pesticidas, mais desmatamento, etc. Todo o excesso de resíduos em que o solo não consegue absorver será escoado superficialmente para os rios, chegando aos oceanos. É o efeito dominó da degradação ambiental.

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