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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, maio 10, 2022

DESABAMENTO DE PRÉDIO DE TRÊS ANDARES DEIXA MORTOS DA MESMA FAMÍLIA NO ES

Um prédio de três andares desabou, na manhã de quinta-feira (21 de abril), no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha, na Grande Vitória, Espirito Santo.

RELATO DA VIZINHANÇA

Vizinhos contaram que o desabamento aconteceu logo no início da manhã. Rosana, vizinha do imóvel, contou que acordou muito assustada com o barulho.

"Eu, meu esposo e meu filho saímos correndo. Quando cheguei no portão só gritei que é a casa da Larissa. Embaixo mora o pai dela, a irmã e a sobrinha. Em cima mora ela e a casa de cima está vazia. Ela estava na minha casa ontem à noite. Agora só Deus", contou a vizinha Rosana.

"Meu quarto fica nos fundos da minha casa. Por volta das 7h ouvimos um barulho e quando vim correndo aqui para fora, meu portão estava no chão e o vidro da janela do meu quarto tinha estourado", contou um dos moradores vizinhos, Antony.

DANOS MATERIAIS

Imóveis no entorno do prédio foram danificados e alguns tiveram as janelas destruídas pelo impacto do desabamento.

PROVÁVEL EXPLOSÃO

Moradores disseram que sentiram um forte cheiro de gás logo cedo, mas ainda não há informações sobre o que provocou o desabamento.

EQUIPES DE EMERGÊNCIA NO LOCAL

Equipes do Corpo de Bombeiros, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Polícia Militar e da Defesa Civil foram ao local. Uma equipe da concessionária EDP esteve na região para desligar a energia elétrica.

Segundo o Corpo de Bombeiros, 48 agentes da corporação participaram das buscas. Juntando com profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Polícia Militar e da Defesa Civil, foram cerca de 60 pessoas atuando no local.

RESGATE

Os bombeiros ficaram em contato com vítimas que estavam sob os escombros. Tem duas pessoas verbalizando. Estão debaixo dos escombros, mas estão ajudando nesses trabalhos. A princípio os vizinhos informaram ter cinco pessoas no local, mas ainda não foi confirmado. Por enquanto, essas duas e uma criança que estamos conseguindo contato.

RESGATE DAS VÍTIMAS

A moradora identificada como Larissa estava consciente e foi retirada dos escombros com algumas escoriações. Ela foi levada em uma maca para uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que estava aguardando no local. Ela disse que outras três pessoas estavam no prédio

O coronel Wagner Borges explicou que mesmo em contato com as vítimas ainda é difícil precisar onde elas estão exatamente.

"Mesmo ela verbalizando, não significa que ela esteja no ponto onde nós escutamos a voz porque a voz pode ter se deslocado pelo bolsão de ar", disse.

Bombeiros ficaram em contato com vítimas de desabamento que estão sob escombros em Vila

De acordo com o coronel Alexandre Cerqueira, comandante do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo, o resgate foi feito com muita cautela e um bolsão de ar que se formou durante o colapso do imóvel pode ter garantido a sobrevivência das vítimas.

Durante o resgate, os bombeiros acionaram um apito e desligaram as máquinas para que as vítimas sejam ouvidas sem fazerem muito esforço e eles também consigam localizar outras pessoas sob os escombros.

TOTAL DE VÍTIMAS

Três pessoas morreram: um idoso, uma mulher e uma adolescente. Ambos foram retirados mortos dos escombros durante as buscas.

Uma pessoa ficou ferida. Uma mulher foi resgatada e encaminhada ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória.

ENCERRAMENTO DO RESGATE

As buscas começaram no início da manhã de quinta e terminaram no meio da madrugada de sexta (22 de abril), durando aproximadamente 20 horas.

CAUSA PROVÁVEL DA EXPLOSÃO

De acordo com o coronel Wagner, assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, há indícios que a explosão tenha sido ocasionada por vazamento de gás de cozinha, mas outras possibilidades também não são descartadas. Fontes: g1 ES e TV Gazeta- 21/04/2022; g1 ES-22/04/2022

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terça-feira, agosto 22, 2017

Sinistros de Grandes Proporções em Armazéns de Produtos Químicos

A rapidez do desenvolvimento da tecnologia e da economia traduz-se em enormes quantidades de matérias primas, de produtos semi-acabados e acabados e também em combustíveis líquidos e gasosos que são necessários a sua armazenagem e manipulação.
Enquanto a população mundial duplicou desde 1950, atingindo hoje 5 bilhões de habitantes, a produção ( a armazenagem e a distribuição) de bens foi multiplicada de seis para oito. É por esta razão que a capacidade de produção das fábricas de amoníaco na Alemanha passou de 50 t por dia em 1950 para 1.500 t em 1970; e a capacidade das instalações de produção de etileno, foi multiplicada por quarenta durante o mesmo período, atingindo 600.000 t por ano.

Paralelamente o potencial de riscos cresceu devido às grandes densidades de energia, às elevadas concentrações de substâncias, mas também devido às mudanças no ambiente. Não se trata apenas aqui do risco de acidentes.
Na verdade, é preciso, hoje em dia, ter em consideração, no âmbito do "processo de fabricação ou de exploração", as repercussões de fabricação dos produtos, dos resíduos, das emissões de poluentes e de ruídos, etc., no ar, na água, no solo e nos organismos, incluindo o do homem, que neles se encontram.

O controle de riscos concentrou-se durante muito tempo sobre os processos dinâmicos da produção, pois é neste domínio que é preciso controlar as mais fortes densidades de energia e as principais energias de ativação. A armazenagem, a distribuição e o transporte, bem como os pontos de ligação entre estes setores, eram relegados para segundo plano.
Se bem que os fatores dinâmicos de produção sejam praticamente inexistentes, que a composição dos produtos seja geralmente conhecida e o grau de automatização elevado, os riscos de armazenagem não podem ser subestimados por mais tempo.
Os exemplos de sinistros de grandes proporções nos armazéns de depósito de produtos químicos que apresentaremos demonstram claramente.

NANTES - FRANÇA
No dia 29 de outubro de 1987, às 9h 36min os bombeiros de Nantes receberam uma chamada de alarme. Sete minutos depois as primeiras equipes de intervenção chegaram ao local do incêndio. Devido a um curto-circuito, os adubos depositados num dos oito compartimentos do armazém construído em 1973 (100 m de comprimento por 35 m de largura e 9 m de altura), construção metálica e cobertura em fibrocimento e betão (placa betuminosa) pegaram fogo.

As primeiras tentativas de extinção com o auxílio de extintores portáteis foram infrutíferas, devido ao tipo de combustão (reação endotérmica da substância).
As emanações de fumo aumentaram de tal maneira que, passados apenas alguns minutos, os bombeiros só puderam  aproximar-se do foco de incêndio com máscaras de oxigênio. Chegaram reforços em menos de uma hora e a defesa civil (meio ambiente, polícia) começou a trabalhar.

A natureza e quantidade das substâncias armazenadas obrigaram os responsáveis pela intervenção a limitar-se, numa primeira fase, a circunscrever o incêndio e a proteger os outros compartimentos. Os especialistas alertaram contra a nuvem de fumo tóxico, enquanto testemunhas presentes relataram que os pássaros caíam por terra ao tentarem atravessar a nuvem de gás formada pelo fumo.
A composição dos gases do fumo não estava claramente determinada; não foi possível proceder à coleta de amostras ou a medições por não se dispor de equipamentos adequados.

Além disso, não podendo afastar-se a hipótese de um risco de explosão, foi solicitado à população, num raio de 1 km, através de alto-falante e pelo rádio, que permanecesse em casa com as portas e janelas fechadas.

Cerca de duas horas depois do incêndio a nuvem de gás do fumo estendia-se numa área de 10 km de comprimento e 3 km de largura. A nuvem de gás permaneceu reduzida dado que as turbulências térmicas causadas pelo fogo e pelo vento não eram muito fortes.
O fumo cor de laranja era mais espesso em volta do armazém, a tal ponto que a visibilidade no solo ficou reduzida a zero e as equipes de intervenção (bombeiros e defesa civil) tiveram se retirar. A intensa coloração da nuvem foi atribuída a vapores de nitrato de potássio (óxidos nítricos).

Ao procederem-se a medições no decurso do dia registraram-se valores de 3 ppm de cloro e 50 ppm de ácido nítrico (valores máximos de concentração de NOX tolerados num local de trabalho é de 5 ppm).

Num raio de 10 km os habitantes queixavam-se de mau cheiro, ardência nos olhos e dores de garganta. Como se imaginava que era impossível extinguir o incêndio em tempo razoável foi decidido proceder à evacuação da população.
Foram colocados à disposição veículos públicos e particulares como meio de transporte e até às 18h foram evacuadas 35.000 pessoas. Foi impossível determinar o número de pessoas que fugiram do local pelos próprios meios. A evacuação durou cerca de quatro horas, incluindo às duas horas de preparativos. A população pode regressar a casa a partir das 22h .

Os gases de fumo tóxico devido à combustão incompleta, bem como a evacuação da população são os aspectos mais importantes desta ocorrência. Quando da combustão de matérias orgânicas, como a madeira, a lã ou os produtos químicos, formam-se gases de combustão, que atuam essencialmente como tóxicos nas vias respiratórias.
A combustão é tanto mais completa, isto é, menos emissões de gases tóxicos, quanto mais elevada é a temperatura de reação, maior o excesso de oxigênio e mais longo o tempo de reação. Os principais componentes dos gases de combustão são sempre o dióxido de carbono (CO2) e o vapor de água (H2O).

Se os gases de combustão contêm monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HXCX) é sinal de que a combustão não foi completa, como é o caso, por exemplo, quando um incêndio é extinto com água.
Quando, substâncias contendo enxofre, cloro ou nitrato ardem, forma-se independemente dos parâmetros acima citados, dióxido sulfúrico (SO2), gases clorídricos (HCL), óxidos nítricos (NOx) e embora os gases de combustão se elevem e se espalhem em geral rapidamente por cima do foco de incêndio, devido à elevação térmica, poderá vir a ser necessário evacuar a população se as condições são desfavoráveis, como é o caso, se as condições atmosféricas são estáveis e o fogo se mantém oculto durante muito tempo ou quando não se procedeu a análise física de emissões de gases.

Por razões logísticas estas medidas devem ser tomadas muito cedo nas regiões com grande densidade populacional. Em casos extremos podem levantar-se problemas pelo fato da permanência em locais fechados, representar eventualmente um risco menor do que uma evacuação.

SCHWEIZERHALLE - SUIÇA
No dia 1 de novembro de 1986, pouco depois da meia noite, um empregado notou que saía chamas do telhado de um armazém, fato que foi detectado quase ao mesmo por uma viatura policial.

Alguns minutos mais tarde as brigadas de incêndio das empresas Sandoz e Ciba Geigy, bem como os bombeiros de Muttenz estavam no local. No combate ao fogo acabaram por atuar 160 bombeiros. Todos os meios, até um barco-bomba foram postos ao serviço para extinguir o incêndio e proteger os edifícios vizinhos.

Pouco depois das 5 h da madrugada, o fogo estava extinto, os bombeiros deixaram o local de incêndio, já que agora era apenas o rescaldo. Segundo a perícia policial, a causa mais provável foi à utilização de equipamento de soldagem para reparar uma chapa de um container, que estava carregado de azul da Prússia (hexacianoferrato).
Quando procediam ao reparo, a chama do maçarico incendiou o azul da Prússia. Esta substância consome-se durante horas sem produzir chama, sem emitir fumo ou cheiro de queimado, de tal modo que o fogo latente passa despercebido. Os prejuízos materiais foram enormes. Pelo contrário, os danos corporais foram reduzidos.

Durante a última fase das operações de extinção formaram-se compostos de enxofre devido à combustão incompleta, o que alarmou a população pelo mau cheiro que emanava à grande distância, embora as concentrações fossem já muito fracas e, portanto não constituía perigo a saúde.
Análises de sangue efetuadas em mais de 400 pessoas deram, felizmente resultados negativos, quanto a uma contaminação de éster fosfórico, mercúrio ou outros agentes tóxicos. Depois deste incêndio, dois aspectos constituíram o alvo das discussões; primeiro, a contaminação da água de extinção e sua infiltração no solo, o escoamento da água de extinção contaminada na rede pública (galeria de água pluvial e na rede de esgoto); segundo o problema de saber se deveria deixar arder ou pelo contrário extinguir o incêndio.

Foram utilizados 1.500 m3 de água no combate contra o incêndio, foram despejadas grandes quantidades de inseticida no rio Reno pela rede de canais que atingiram o rio numa distância superior a 250 km. O sinal mais evidente desta catástrofe ecológica foi a água ter adquirida uma coloração vermelha e os peixes terem morridos.
Parte da água utilizada para a extinção continha várias toneladas de inseticidas e cerca de 100 kg de mercúrio infiltraram-se no solo e contaminaram mais de 25.000 m3 de terra, atingindo até 15 m de profundidade como demonstraram  as sondagens efetuadas numa área de 10.000 m2.

O local do incêndio foi coberto por asfalto para evitar que a água da chuva se infiltrasse na terra contaminada e assim atingisse o lençol freático, levando os produtos tóxicos mais longe ainda. A operação de descontaminação do solo foi realizada e que resultou numa despesa superior a 23 milhões de dólares.

SAINT-BAISLE - LE GRAND - CANADÁ
No dia 23 de agosto de 1988, data do sinistro, provocado por fogo intencional, 85.000 litros de PCB (policloreto de bifenila) encontravam se em barris de 170 l, armazenados na empresa SORTEC. A formação de dioxinas extremamente tóxicas que é uma característica da combustão de PCB  levou os responsáveis pela evacuação imediata de 3.800 habitantes num raio de 14 km2.

O incêndio estava extinto três horas  depois. Devido aos esforços para controlar o incêndio, menos de 10% dos barris explodiram e o seu conteúdo ardeu em chamas. De acordo com as análises realizadas, em pessoas, no ar, no solo e na água subterrânea durante e depois do acidente, concluiu-se que as amostras de ar recolhidas durante o incêndio, e as amostras de água à superfície tirada posteriormente, continham PCB e vestígios de dioxina.
A água subterrânea, protegida por camada de argila não acusava qualquer concentração perigosa, salvo na proximidade do local de incêndio. Três semanas após o acidente, depois de proceder à limpeza de mais de 2.500 edifícios, os habitantes voltaram a instalar-se em suas casas. Os trabalhos de remoção de escombros e de recuperação efetuados com precauções foram muito árduos.

Os resíduos tóxicos (1.500 t) introduzidos em barris foram transportados por barco para Inglaterra onde os estivadores se recusaram a descarregá-los. O governo canadense procura desde então outro local de armazenamento provisório.
Foi no final do século passado que o PBC foi sintetizado pela primeira vez. A estabilidade química, a resistência ao fogo, uma grande capacidade térmica e um considerável isolamento elétrico fizeram com que os PCB's tivessem grande sucesso no mercado entre 1929 a 1977.

As primeiras informações provenientes dos Estados Unidos e do Canadá, segundo as quais os PCB's eram nocivos ao homem e ao ambiente estiveram na origem de uma campanha levada a cabo contra os PCB's. Foram criados depósitos de armazenagem, embora não se conheça ainda qualquer método de evacuação. É assim que em 1979, a SORTEC inc em Saint-Bsile-le-Grand, foi autorizada a armazenar, numa primeira fase, 1000 galões, ou seja, cerca de 3.785 litros.
Esta capacidade revelou-se rapidamente insuficiente e os poderes públicos autorizaram, pela última vez em 1981, a SORTEC a armazenar 20.000 galões (75.700 litros).

HISTÓRICO DO PCB
O único caso grave constatado pelos efeitos tóxicos do PCB's sobre o homem ficou conhecido como efeito "Yusho". A contaminação ocorreu no Japão, em 1968, quando 1.000 pessoas ingeriram óleo de arroz contaminado pelo PCB's.
Os principais problemas constatados foram;

1.Lesões cutâneas numerosas (pigmentação marrom das unhas, lesões foliculares, aumento da sudorese das mãos, placas vermelhas nos membros, prurido, pigmentação da pele, etc.
2.Icterícia, fraqueza, espasmos musculares nos membros, vômitos e diarréias.
3.Alguns pacientes os sintomas persistiram por vários anos (três anos)
4.Crianças nascidas de mães intoxicadas apresentavam insuficiência de peso e coloração marrom da pele, evidenciando intoxicação transplacentária.

Efeitos verificados em intoxicações crônicas de animais de experimentação ou não;

1.Interferência no processo reprodutivo (ratos, galinhas, etc.).
2.Aparecimento de tumores malignos no fígado de ratos
3.Aumento de atividades biológicas de certas enzimas no fígado de ratos
4.Interferência no sistema imunológico de coelhos
5.Distúrbios neurológicos em ratos
6.Acumulação em tecidos gordurosos, soro e leite.
7.Efeitos teratogênicos (aberrações genéticas) em embriões de galinhas

SINISTROS:

LOCAL: SAVANNAH - ESTADOS UNIDOS
Data  : 10.04.95
Autoridades norte-americanas determinaram a retirada de mais de dois mil moradores da cidade de Savannah, afetada por emissões tóxicas provocadas por um incêndio num armazém de produtos químicos. O fogo começou, quando explodiu um tanque com 1.600.000 l de aguarrás. Emissões de anidridos sulfúricos se estenderam pela cidade e os bombeiros foram forçados a retirar os moradores.

LOCAL: SANTOS - PORTO
Data: 16.04.95
Os portuários de Santos levaram um susto ao detectar o vazamento de um produto altamente tóxico, que escapou do container no armazém 43, da Cia Docas do Estado de São Paulo. O produto é o peroxidicarbonato diciclohexilo, que veio do porto de Hamburgo, na Alemanha, importado por uma indústria de tintas. A substância vazou devido à temperatura elevada. A pressão foi tão grande que o cofre (onde estava armazenado o produto) inchou. O pessoal da Guarda Portuária chamou o Corpo de Bombeiros e os técnicos da Cetesb, que tomaram as providências pata controlar o vazamento. O produto químico pode provocar cegueira, irritação na pele e nas vias respiratórias.

OS PRINCIPAIS PERIGOS
Sabemos que o risco de deflagração destes incêndios não pode ser completamente afastado, tanto mais que são com freqüência provocados intencionalmente. Há erros, no entanto, que se cometem quando do combate ao incêndio; improvisações devidas à falta de tempo, diligências inadequadas, informações deficientes.
Mas os sinistros também estimulam a que se proceda a melhoramentos, o que pode tornar então possível um controle global dos riscos.

Os exemplos citados permitem determinar os principais perigos e o gerenciamento do problema e bem como assim defini-los com a ajuda de algumas palavras chaves;

grave e considerável ameaça para as pessoas, o que requer eventualmente uma evacuação permanente ou provisória;
gerenciamento problemático - palavras chaves;
Informação das autoridades, do público, organização da evacuação, reclamações  referentes à responsabilidade civil e custos.

atentados contra o ambiente (contaminação, incêndio, envenenamento, etc) por exemplo; abastecimento de água, criação de gado, vegetação;
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Análises físico-químicas dispendiosas, situação jurídica, indenização, condições de seguro.

contaminação solo (depósito de resíduos industriais nocivos, água de extinção, etc)
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Processos de saneamento em fase de experimentação ou de difícil aplicação, eliminação de resíduos, da água utilizada para a extinção e da terra contaminada, pouca instalação de recuperação e de eliminação, custos elevados ( 435 dólares a 4.350 dólares por tonelada).

controle de catástrofes
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Inúmeras incertezas para a empresa, para as autoridades, apreciação do risco, cenários de sinistro, plano de catástrofe, exercícios de intervenção.

atentado contra a imagem da empresa (poluição, envenenamento, extorsão, etc)
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Informação da mídia, vandalismo, indenização, extorsão

falta de regulamentação ou inadequada, dificuldade de execução pelas autoridades
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Adequação das medidas, fatores custo/rendimento, cenário de catástrofes, serviços públicos sobrecarregados

erro humano ou vandalismo
Gerenciamento problemático - palavras chaves;
Medidas de prevenção e/ou de combate, informação adequada

Os principais perigos apontados relacionam-se com acidentes súbitos que ameaçam o homem e o ambiente através de substâncias tóxicas.

É necessário, no futuro, dar mais atenção à prevenção das catástrofes, pois os efeitos a longo prazo, inerentes aos riscos químicos, provocados pelos incêndios, não são invencíveis. A segurança não é conceito imutável, devendo ser entendido como uma missão em permanente evolução.
Para além da proteção contra os acidentes, engloba ainda melhor gestão dos riscos no que diz respeito à ameaça latente que representam os fluxos contínuos de poluentes, quanto ao tipo de processo de fabricação. Fonte: "Sinistros de Grandes Proporções em Armazéns de Produtos Químicos", da revista "Segurança",Portugal.

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segunda-feira, janeiro 09, 2017

Mangueira errada provoca vazamento de amônia

Cedo, numa manhã de julho de 2009, um caminhão-tanque de amônia anidra estava sendo descarregado para um tanque de armazenagem em uma fábrica na Carolina do Sul, EUA, usando uma mangueira do próprio caminhão-tanque.
Logo após o início da transferência, a mangueira se rompeu, liberando uma nuvem de gás amônia, um gás tóxico. A nuvem de gás atravessou uma rodovia, atingindo uma área arborizada, onde se dissipou.

VÍTIMAS
Uma motorista atravessou a nuvem de gás e, aparentemente, saiu da estrada. Ela saiu do seu carro e posteriormente morreu devido à exposição à amônia.
Quatorze pessoas necessitaram de assistência médica e sete foram tratadas com problemas respiratórios e liberadas no mesmo dia.

VIZINHANÇA
Moradores da área foram avisados a não saírem de casa e a rodovia foi fechada por várias horas. Aproximadamente 3.200 kg de amônia vazaram.

INVESTIGAÇÃO
A investigação descobriu que uma provável causa da ruptura foi à utilização de uma mangueira que não era quimicamente compatível com amônia anidra. A mangueira utilizada para descarregar amônia estava claramente identificada com “SOMENTE PARA TRANSFERÊNCIA DE GLP” (Gás Liquefeito de Petróleo).
Outras causas contribuintes incluíram procedimentos de descarga inadequados e inspeção inadequada da mangueira de descarregamento.
A empresa de transporte descobriu que um de seus caminhões de GLP tinha uma mangueira para descarga de amônia e é provável que as mangueiras tenham sido trocadas algum tempo antes do acidente. A mangueira incorreta que se rompeu já devia ter sido usada antes para descarregar amônia, de 2 a 12 vezes.

O QUE VOCÊ PODE FAZER?
■Verifique sempre se está usando a mangueira correta nas operações de carga ou descarga. Tenha especial cuidado se estiver usando uma mangueira que já venha no caminhão.
■ Leia os rótulos e avisos das mangueiras e solicite ajuda se não tiver certeza se a mangueira é a apropriada.
■ Inspecione sempre as mangueiras verificando danos, incluindo aquelas que vêm no caminhão. Não use mangueiras que não estejam em boas condições. Inspecione também juntas e acessórios utilizados com as mangueiras.
■ Armazene adequadamente as mangueiras para evitar que sejam dobradas, esmagadas, ou danificadas.
■ Siga os requisitos de sua fábrica para inspeção e substituição de todas as mangueiras.
■ Se você costuma descarregar substâncias/produtos com mangueiras que vêm nos veículos de entrega e observar que as mangueiras parecem diferentes, peça a alguém para verificar se elas são adequadas à utilização.
 VOCÊ ESTÁ USANDO A MANGUEIRA CORRETA?

Fonte: Process Safety Beacon - Novembro de 2015

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terça-feira, setembro 02, 2014

Vazamento de oxigênio no Pronto-Socorro provoca incêndio

As chamas começaram quando um caminhão da White Martins abastecia um depósito de oxigênio líquido, por volta das 22h, segunda-feira, 25 de agosto, no Pronto-Socorro Municipal 21 de Junho, na Freguesia do Ó, Zona Norte de São Paulo. O funcionário ao ver que havia um problema retirou a mangueira e o caminhão do local.

INCÊNDIO
O oxigênio espalhou pelo asfalto  e um motorista tentou dar partida no carro que estava atrás do centro médico e explodiu. Logo em seguida outros quatro veículos foram atingidos pela s chamas. O fogo também atingiu uma barraca de salgados nas proximidades do hospital.

EVACUAÇÃO
Com o vazamento e fumaça houve a retirada de vinte e quatro pacientes do prédio. Os pacientes foram transferidos em ambulâncias para quatro hospitais da região. Não houve feridos, segundo a Santa Casa, que administra o complexo hospitalar. O hospital foi fechado para o trabalho de peritos.

CORPO DE BOMBEIROS
 Duas equipes do Corpo de Bombeiros controlaram o fogo por volta de 23h45.

ABASTECIMENTO DE OXIGENIO
A manutenção do serviço é de responsabilidade da empresa White Martins. A última vistoria do equipamento para o abastecimento de gases ao centro médico havia sido realizado há pouco mais de 10 dias.
A White Martins disse que o local passou por inspeção e que "a empresa continua trabalhando junto às autoridades competentes para apurar mais informações sobre o ocorrido".

REABERTURA
A estrutura física do pronto-socorro não sofreu nenhum dano, pois a explosão foi do lado externo. O local ficou fechado por cerca de 16 horas por causa da perícia e reaberto às 14h

INQUÉRITO POLICIAL
O caso será investigado pelo 13º DP (Casa Verde).
Fonte: Folha de São Paulo e G1 São Paulo-26/08/2014

Comentário: O oxigênio é incompatível com; materiais combustíveis, asfalto, materiais inflamáveis, especialmente óleos e graxas.

MEDIDAS DE COMBATE A INCÊNDIO
■ Meios de extinção apropriados:
Agente oxidante. Acelera vigorosamente a combustão. O contato com materiais inflamáveis pode causar  fogo ou explosão. Utilize extintores de CO2, pó químico seco ou jatos de água em forma de neblina para o  controle do fogo circundante. A utilização de água (ex. chuveiro de emergência) é o melhor método para  extinção de incêndios em vestuário (ex. chuveiro de emergência). Evacue todo o pessoal da área de risco.
Imediatamente inunde os recipientes com jatos de água em forma de neblina, guardando uma distância máxima até resfriá-los. Então remova os recipientes para longe da área de fogo, se não houver riscos.
Equipamento autônomo de respiração pode ser necessário para resgate de trabalhadores no local.

■ Meio de extinção não recomendados:
Se o cilindro estiver envolvido em fogo, não tente removê-lo. Eles podem se romper devido ao calor do fogo por aumento da pressão interna. Resfrie o recipiente até que o fogo diminua ao ponto de poder extingui-lo.
■ Perigos específicos da substância:
■ Gás oxidante. Alimenta a combustão.
■ Todos os cilindros são equipados com dispositivo de alívio de pressão.
■ Os cilindros podem se romper devido ao calor do fogo.
■ Nenhuma parte do cilindro deve estar sujeita a temperaturas maiores que 52 ºC.
■ Em caso grande vazamento do produto, haverá o enriquecimento do ar ambiente, com o aumento da concentração de Oxigênio.

■ Medidas de proteção da equipe de combate a incêndio:
A Brigada de incêndio deve utilizar equipamento autônomo de respiração e roupa de proteção completa para combate a incêndio. Remova as fontes de ignição se não apresentar riscos. Interrompa o fluxo de gás se isto não apresentar riscos, enquanto continue a resfriar com jatos de água os recipientes. Retire todos os recipientes da área de incêndio, se não houver riscos. Brigadas de incêndio locais devem estar cientes das características do produto. Antes de entrar nas áreas, especialmente as confinadas, verifique a atmosfera com um equipamento adequado (ex. oxímetro).

MEDIDAS DE CONTROLE PARA DERRAMAMENTO OU VAZAMENTO
Precauções pessoais, equipamento de proteção e procedimento de emergência:
■ Para o pessoal que não faz parte dos serviços de emergência:
■ Imediatamente retire-se da área de risco.
■ Gás oxidante. Acelera vigorosamente a combustão.

Para o pessoal do serviço de emergência:
■ Equipamento autônomo de respiração de pressão positiva e macacão retardante de chama pode ser necessário para entrar em áreas confinadas.
■ Antes de entrar nas áreas, especialmente as confinadas, verifique a atmosfera com instrumento adequado (ex. oxímetro).
■ Remova todas as fontes de ignição, se não houver risco.
■ Interrompa o vazamento se não apresentar riscos.
■ Impedir a entrada do produto em esgotos, fossas ou qualquer outro lugar onde o acumulo possa ser perigoso.
■ Ventile a área do vazamento ou remova os recipientes com vazamento para área bem ventilada se não houver risco.

PRECAUÇÕES AO MEIO AMBIENTE:
■ Previna para que o resíduo não contamine o ambiente.
■ Mantenha o pessoal não autorizado distante da área de risco.
■ Não permita que o produto entre em contato com óleos, gordura e material orgânico.
■ Descarte qualquer produto, resíduo, recipiente ou invólucro de acordo com os regulamentos locais, estaduais e federais existentes.

MÉTODOS E MATERIAIS PARA A CONTENÇÃO E LIMPEZA:
■ Ventile a área antes de iniciar o processo de limpeza.
■ Mantenha o pessoal não autorizado distante da área de risco.
■ Vagarosamente alivie o produto para atmosfera em local aberto.

MEDIDAS DE PRIMEIROS-SOCORROS
■ Medidas de primeiros-socorros
Inalação:  A inalação de Oxigênio em concentrações superiores a 75%, na pressão atmosférica, por mais de  algumas horas, pode causar entupimento nasal, tosse, irritação da garganta, dor no peito e respiração difícil. Respirar Oxigênio puro sob pressão pode causar danos aos pulmões e também ao sistema nervoso  central (SNC) resultando em: vertigem, coordenação fraca, sensação de dormência, distúrbios visuais e  auditivos, tremores musculares, inconsciência e convulsões.
Remova a vítima da área levando-a para um local ventilado. Aplique respiração artificial se a vítima não estiver respirando. Manter a vítima aquecida e em repouso. Chame um médico. Avisar o médico,  quando a vítima for exposta a uma concentração elevada de Oxigênio.

PROTEÇÃO PARA O PRESTADOR DE SOCORROS:
Nenhuma ação deve ser tomada que envolva qualquer risco pessoal ou sem treinamento apropriado. Se houver suspeitas de que os vapores do produto podem estar presentes, o socorrista deve usar um equipamento autônomo de respiração. Nenhuma ação deve ser tomada que envolva qualquer risco pessoal ou sem treinamento apropriado.
■ Sintomas e efeitos mais importantes, agudos ou tardios
■ Respirar oxigênio sob pressão, pode causar um aumento na adaptação a escuridade e reduzir a visão periférica.
■ A vítima pode não ter percepção da asfixia.

Fonte: White Martins

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quinta-feira, março 10, 2011

Vazamento de amônia em frigorífico em Barueri

Por volta das 06h30 de quarta-feira, 09 de março, na Empresa Ar Frio Armazém Geral e Frigorífico, localizada na Rua Jussara, nº 1001, Jardim Santa Cecília, Barueri, Zona Oeste, ocorreu um vazamento de 2.000 quilos de amônia em solução (ONU Nº 3318).

ISOLAMENTO DA ÁREA
Segundo informações dos bombeiros, o vazamento ocorreu após uma pane em uma das válvulas de um dos cilindros. Por questões de segurança, durante toda a manhã, o frigorífico foi isolado, assim como uma empresa vizinha.

VENTILAÇÃO
Com ajuda da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo) e técnicos da empresa, os bombeiros ventilaram o local para dispersar o restante do gás e liberar o frigorífico para os funcionários.

CONTROLE DO VAZAMENTO
Após mais de cinco horas de trabalho, os bombeiros conseguiram controlar o vazamento de amônia..

BOMBEIROS
Conforme informações do Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (COBOM) 05 viaturas atuaram no acidente.

VÍTIMAS
Ninguém ficou ferido.

Artigos publicados

http://zonaderisco.blogspot.com/2010/10/vazamento-de-amonia-em-agroindustria.html

http://zonaderisco.blogspot.com/2010/08/licoes-aprendidas-vazamento-de-amonia.html

http://zonaderisco.blogspot.com/2010/08/gas-amonia-vaza-em-empresa-de-pescados.html

http://zonaderisco.blogspot.com/2006/05/vazamento-de-amnia.html

http://zonaderisco.blogspot.com/2006/04/vazamento-de-amnia.html


Fontes: Folha.com, iG São Paulo e Defesa Civil de São Paulo - 09/03/2011

Vídeo: Riscos de vazamento de amônia

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quinta-feira, outubro 21, 2010

Vazamento de amônia em agroindústria

Um vazamento de amônia numa agroindústria de Morro Grande, Santa Catarina, sábado, 8 de agosto de 2010, levou pelo menos cinco trabalhadores para o hospital do município. Um deles foi transferido para Criciúma e permanece internado na UTI do Hospital São João Batista com queimaduras pelo corpo, segundo familiares.

COMO FOI
Os quatro funcionários trabalhavam na manutenção da tubulação do sistema de refrigeração de câmaras frias da Tramonto Alimentos, quando uma das mangueiras abastecidas com amônia em estado líquido estourou.
MR e outro colega de trabalho estavam a menos de um metro de distância do local do vazamento, a cerca de quatro metros do chão. Rapidamente, o gás se espalhou pelo local e atingiu outros dois trabalhadores que estavam no solo. MR foi atingido diretamente pelo gás e foi quem teve mais ferimentos e não teria conseguido deixar a câmara fria sozinho. Os outros três funcionários atingidos deixaram o local e retornaram em seguida, usando máscaras, para salvar o colega.

HOSPITAL
Eles foram socorridos pela empresa e encaminhados ao Hospital São Judas Tadeu, de Meleiro. Dois permaneceram internados. Por causa da situação mais grave, Ricken foi transferido para o hospital São João Batista, em Criciúma. Ele está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com queimaduras internas e externas provocadas pela inalação de amônia. Os ferimentos atingiram a face, pescoço, tórax e vias aéreas. Conforme o diretor clínico do hospital, o trabalhador está em coma induzido e deve permanecer internada pelos próximos 15 dias.

FALECIMENTO
Após permanecer 69 dias internado na UTI do Hospital São João Batista, MR, morreu no sábado, 16 de outubro de 2010..

EMPRESA
Tramonto Agroindustrial S.A. foi fundada em dezembro de 2005, e iniciou as atividades operacionais em Janeiro de 2007, na cidade de Morro Grande, no Sul de Santa Catarina, com o objetivo de atender a demanda por produtos de alta qualidade e com mão de obra agregada para o Mercado Japonês e Europeu bem como parte de sua produção para o Mercado Interno.
Foram investidos R$ 12 milhões de reais na empresa que está instalada num terreno de 12 ha e possui 6.500m² de área construída. Entrou em operação gerando 250 empregos diretos e hoje opera com 820 empregos diretos e mais uma cadeia de indiretos. O complexo Tramonto Agroindústria é formado por: abatedouro, fábrica de rações e conjunto de integração constituído por 128 criadores integrados.
A Tramonto Agroindústria S.A. vem se destacando no segmento de frangos, possuindo forte presença na linha de cortes de frango e desossados, impulsionando a exportação que se sobressai em diversos mercados internacionais pelo reconhecimento da qualidade de seus produtos.
No início de suas atividades o abate era de 3,5 mil aves/dia, após dois anos está abatendo 36 mil aves/dia e com projeto de abater 120 mil aves/dia em poucos anos. Parte da produção (35%) abastece os mercados nacionais bem como indústria de embutidos dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. A outra parte (65%) da produção de cortes é destinada ao mercado externo..

Fontes: Engeplus, 9 de agosto de 2010, A Noticia – 11 de agosto de 2010, Diário Catarinense – 17 de outubro de 2010

Comentário:
Pelas informações podemos concluir que os trabalhadores não foram treinados em procedimentos seguros. Quando houve a ruptura da mangueira, um dos quatros trabalhadores que estavam no local foi atingido gravemente pelo gás e os demais conseguiram sair do local e retornaram com máscara para salvar o colega.

O trabalhador morreu após permanecer 69 dias no hospital. Em qualquer instalação industrial onde está presente sistema de refrigeração de amônia, existe o potencial de vazamento de amônia, portanto, o risco de vazamento de amônia não é novo. Ele pode ser súbito e imprevisível, mas as medidas de segurança devem ser reais e estar presentes na operação. Em qualquer manual de instalação de amônia existe uma série de eventos que podem ocorrer, e uma delas e a mais provável é a ruptura de tubulação, portanto, antecipadamente, podemos conhecer os riscos prováveis. Então, por que acontecem esses acidentes repetitivos? Talvez no nosso subconsciente, negamos esses riscos? Ou na nossa instalação nunca acontecerá esse tipo de acidente? Sabemos que aconteceu em várias instalações semelhantes, mas a nossa é diferente?

Parece que o dialogo de segurança não está funcionando? Incrível como os programas de segurança recomendados pelo governo não traduz em informações práticas para os trabalhadores. Não há preocupação como as informações devem chegar ao chão de fábrica ou de obra para conscientização dos trabalhadores. As DDS (diálogo de segurança) viraram ou parecem mais um livreto de catecismo para rezar a missa de segurança ou viraram monólogo de segurança.

As informações são passadas mecanicamente. Em qualquer tipo de execução de trabalho ou serviço, é necessário traçar o plano de trabalho dessa operação. Qualquer tipo de serviço deve ter um plano de trabalho e identificar os riscos existentes.
Poderíamos adotar na atividade industrial o “princípio de cautela” ou o princípio de precaução, que diz “quando uma atividade gera ameaça de dano ao ambiente e à saúde humana” avançamos com cuidado, como se a falha fosse possível, ou mesmo provável.

Qual a finalidade da permissão de trabalho seguro? Identificar todos os riscos presentes no local e/ou em comunicação com outras áreas.

Os trabalhadores devem estar familiarizados com os riscos que possam encontrar no local e estejam preparados em atuar em situação de emergência. A permissão de trabalho seguro garante que os trabalhos sejam executados com segurança, com prévia coordenação / comunicação entre os empregados ou entre áreas, solicitantes e executantes desses trabalhos, evitando com isto que, por desconhecimento mútuo, equipamentos sejam acionados/manipulados durante a execução de trabalhos de manutenção e montagem, empregados sejam expostos a atmosferas perigosas, ou qualquer outro tipo de risco que possa causar um acidente.

GÁS AMÔNIA
O gás é um irritante poderoso das vias respiratórias, olhos e pele. Dependendo do tempo e do nível de exposição podem ocorrer efeitos que vão de irritações leves a severas lesões corporais.
A inalação pode causar dificuldades respiratórias, broncoespasmo, queimadura da mucosa nasal, faringe e laringe, dor no peito e edema pulmonar. A ingestão causa náusea, vômitos e inchação nos lábios, boca e laringe.
Em contato com a pele, a amônia produz dor, eritema e vesiculação. Em altas concentrações, pode haver necrose dos tecidos e queimaduras profundas. O contato com os olhos em baixas concentrações (10 ppm) resulta em irritação ocular e lacrimejamento. Em concentrações mais altas, pode causar conjuntivite, erosão na córnea e cegueira temporária ou permanente. Reações tardias podem acontecer; como catarata, atrofia da retina e fibrose pulmonar.
A exposição a concentrações acima de 2.500 ppm por aproximadamente 30 minutos pode ser fatal.

RISCOS DOS SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO
As instalações frigoríficas, porque trabalham com refrigerantes com características físico-químicas especiais e em condições de temperatura, pressão e umidade diferenciadas do habitual, apresentam riscos específicos à segurança e à saúde, relacionados com o tipo agente refrigerante utilizado, assim como com as instalações e equipamentos.
As maiores preocupações são os vazamentos com formação de nuvem tóxica de amônia e as explosões.

Causas de acidentes são falhas no projeto do sistema e danos aos equipamentos provocados pelo calor, corrosão ou vibração, assim como por manutenção inadequada ou ausência de manutenção de seus componentes, como válvulas de alívio de pressão, compressores, condensadores, vasos de pressão, equipamentos de purga, evaporadores, tubulações, bombas e instrumentos em geral. É importante observar que mesmo os sistemas mais bem projetados podem apresentar vazamentos de amônia, se operados e/ou mantidos de forma precária.
São freqüentes os vazamentos causados por:
■ abastecimento inadequado dos vasos;
■ falhas nas válvulas de alívio, tanto mecânicas quanto por ajuste inadequado da pressão;
■ danos provocados por impacto externo por equipamentos móveis, como empilhadeiras;
■ corrosão externa, mais rápida em condições de grande calor e umidade, especialmente nas porções de baixa pressão do sistema;
■ rachaduras internas de vasos que tendem a ocorrer nos/ou próximo aos pontos de solda;
■ aprisionamento de líquido nas tubulações, entre válvulas de fechamento;
■ excesso de líquido no compressor;
■ excesso de vibração no sistema, que pode levar a sua falência prematura.

EQUIPAMENTOS BÁSICOS DE SEGURANÇA PESSOAL
As empresas devem possuir equipamentos básicos de segurança pessoal para cada trabalhador envolvido diretamente com a planta, dispostos em locais de fácil acesso e fora da sala de máquinas:
■ uma máscara panorâmica com filtro de amônia;
■ equipamento de respiração autônomo;
■ óculos de proteção ou protetor facial;
■ um par de luvas protetoras de borracha (PVC);
■ um par de botas protetoras de borracha (PVC);
■ uma capa impermeável de borracha e/ou calças e jaqueta de borracha.

PLANOS DE EMERGÊNCIA
Devem ser estabelecidos por escrito planos de emergência para ações em caso de vazamento, realizando-se treinamentos práticos. Como conteúdo mínimo, é preciso prever mecanismos de comunicação da ocorrência, evacuação das áreas, remoção de quaisquer fontes de ignição, formas de redução das concentrações de amônia e procedimentos de contenção de vazamentos.

Em caso de vazamento com grande concentração de gases, faz-se necessária a utilização de máscaras autônomas e proteção total do corpo com tecido impermeável ou, na ausência dessas, o umedecimento dos trajes. Na mesma linha de raciocínio, deve-se aspergir água para forçar a reação de hidratação e formação do hidróxido de amônia.
É crítico que se observe que, na ocorrência do vazamento, a amônia, em estado aerossolizado, comporta-se como um gás denso.
Em caso de fogo, recomenda-se o uso de água para resfriar recipientes expostos. Para fogo envolvendo amônia líquida, utiliza-se pó químico ou CO2

CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO DE TRABALHADORES
Os sistemas de refrigeração por amônia devem ser operados por profissional qualificado, com certificado de treinamento, conforme o disposto na NR-13.

Todos os que trabalham no estabelecimento, inclusive terceiros, devem ser suficientemente informados sobre os riscos existentes e as medidas de controle, e treinamento para as ações de emergência e de evacuação de área. É necessária a previsão de treinamentos especiais para os que operam, inspecionam e mantêm o sistema, assim como para os trabalhadores que trabalham próximos aos equipamentos, e os que operam equipamentos móveis, como empilhadeiras.

Os operadores devem ter conhecimentos completos sobre o sistema, incluindo compressores, válvulas de controle automático, de isolamento e de alívio de pressão, controles elétricos e mudanças de temperatura e pressão.
Devem saber que partes do sistema requerem manutenção preventiva e como realizá-la de forma segura, além de como observar e avaliar o sistema para identificar sinais de problemas, como vazamentos e vibração.
Fonte: Nota Técnica Nº 03/2004 - Refrigeração Industrial - Amônia -Riscos, Segurança. Ministério do Trabalho

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