Zona de Risco

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segunda-feira, janeiro 24, 2022

INUNDAÇÕES DEVASTAM A BAHIA

As chuvas começaram a cair na região leste e sul da Bahia entre os dias 6 e 7 de dezembro de 2021.  Pelo menos 24 cidades estão em situação de emergência.  Em alguns municípios, foram registradas inundações e as pessoas tiveram que deixar suas casas


As cidades afetadas, estão necessitando de assistência aérea para o resgate e suprimento de itens básicos Barcos, botes, caminhonetes e aeronaves foram destacados para prestar socorro e transportar os moradores das comunidades alagadas. Cestas básicas, cobertores, lonas e medicamentos também estão sendo distribuídos.

As autoridades orientam que os moradores dos locais afetados se abriguem em áreas mais altas e solicitem ajuda.

"Faço um apelo para que as pessoas que estão próximas de rios e riachos saiam de suas casas e vão para regiões mais altas. Esses rios e algumas barragens vão soltar mais água", alertou o governador.

Na quinta-feira (9/12), o Governo do Estado da Bahia decretou situação de emergência para 24 cidades. O objetivo é mobilizar todo o aparato público para apoiar as ações de socorro à população.

O decreto vale para as cidades de Anagé, Baixa Grande, Boa Vista do Tupim, Camacã, Canavieiras, Encruzilhada, Eunápolis, Guaratinga, Ibicuí, Itabela, Itacaré, Itamaraju, Itambé, Itapetinga, Itarantim, Jiquiriçá, Jucuruçu, Marcionílio de Souza, Mascote, Medeiros Neto, Mundo Novo, Santanópolis, Teixeira de Freitas e Vereda. Outros municípios também decretaram estado de calamidade.

Em  25/12/2021, na região de Itambé, sul da Bahia, houve rompimento da barragem de Iguá.

CIDADES DURAMENTE ATINGIDAS: Jurucuçu  e Itamamaraju, os municípios estão praticamente submersos.

O QUE CAUSOU O EVENTO EXTREMO

De acordo com especialistas, a tempestade atípica ocorreu pela combinação de dois fenômenos climáticos distintos: um corredor de umidade que vem da Amazônia e a formação de uma depressão subtropical (rajadas de ventos e nuvens em formato circular que giram em sentido horário).

O climatologista Francisco Eliseu Aquino, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que as tempestades na Bahia têm a ver com a combinação de dois fenômenos distintos.

O primeiro deles é a formação da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) a partir do dia 5 de dezembro.

"Trata-se de um corredor de umidade que surge na Amazônia e vai em direção à Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Por isso, chove na região desde o dia 6 de dezembro", diz.

Segundo, é possível observar a partir do dia 7/12 a formação de uma área de baixa pressão no Oceano Atlântico, próximo à região costeira do Brasil, que irá evoluir para um sistema denominado depressão subtropical.

A depressão subtropical é um evento meteorológico que gira no sentido horário e é marcado pela formação de nuvens, ventos, tempestades e agitação marítima.

Nos mapas disponíveis no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é possível ver a Zona de Convergência do Atlântico Sul (traços verdes, da Amazônia à Bahia) e a formação da depressão subtropical na região costeira do Brasil (à direita)

"E a combinação desses dois acontecimentos, a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e a área de baixa pressão, é o que intensificou a chuva nas regiões leste e sul da Bahia ao longo dos últimos quatro ou cinco dias", continua o pesquisador.

Aquino conta que a ZCAS é um fenômeno característico e esperado nesta época do ano, causando as "chuvas de verão" no corredor entre o norte da Amazônia e os Estados de Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Já a depressão subtropical é algo atípico e ainda possui condições de evoluir para uma tempestade tropical.

"As mudanças na circulação geral da atmosfera sugerem para nós que o oceano mais quente na costa do Brasil poderia formar com mais frequência áreas de baixa pressão como essa, levando à depressão subtropical", contextualiza.

E essa depressão subtropical, por sua vez, pode se combinar com a ZCAS e impulsionar outros eventos extremos.

Mas o climatologista entende que é preciso analisar mais a fundo para entender o que essas tempestades na Bahia podem sinalizar.

"Neste momento, não conecto diretamente as mudanças climáticas com esse evento extremo", pondera.

"Mas, num planeta mais quente, eventos extremos tornam-se mais frequentes, com a formação de depressões subtropicais como esta [vista na Bahia]", finaliza.

DANOS HUMANOS: De acordo com os dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec/BA) a situação dos Municípios atingidos:

Pessoas afetadas - 715.634,  

Pessoas desabrigadas - 30.915,

Desalojadas - 62.731,  

Vítimas fatais – 26

MUNICÍPIOS AFETADOS: Desde o início de dezembro de 2021, 154 Municípios da região decretaram situação de emergência e 127 cidades obtiveram reconhecimento federal.

PREJUÍZOS ECONÔMICOS: De acordo com dados coletados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), os prejuízos desde dezembro passado, já causaram de R$ 1.667.621.103,00. Os valores foram consultados no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), onde os Municípios cadastram informações.

PREJUIZOS POR SETORES

Agricultura – 591,8 milhões

Habitação – 495,3 milhões

Infraestrutura – 351,6 milhões

Pecuária – 46,5 milhões

Comércio – 35 milhões

Fontes: Agência CNM de Notícias-04/01/2022; Sudec - Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia; BBC News Brasil em São Paulo - 10 dezembro 2021


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quarta-feira, julho 25, 2018

Resgate dos adolescentes presos em caverna na Tailândia

MISSÃO POSSÍVEL
Nas últimas três semanas, o mundo acompanhou com apreensão o drama dos 13 tailandeses presos em uma caverna no norte do país. A história reunia elementos dignos de um filme de Hollywood : crianças em uma caverna, chuvas que alagam o local, um mergulhador que morre tentando ajudar e uma corrida angustiante contra o tempo.

Mas, após dias de agonia, na quarta-feira (11 de julho), soube-se que essa era uma história de final feliz: os garotos resgatados recebem cuidados médicos e passam bem.

MEGAOPERAÇÃO
Para que esse resultado fosse possível, a Tailândia organizou uma megaoperação que contou com militares norte-americanos, mergulhadores de várias nacionalidades e até uma tradutora voluntária brasileira. Com ciência, tecnologia e solidariedade de diversas partes do planeta, a humanidade venceu.
Espanhol radicado na Tailândia, Raigal é mergulhador profissional há 12 anos. Trabalha no setor petrolífero e realiza inspeções e reparos em grandes profundidades. "Caverna não é minha especialidade. Mas mesmo os especialistas diziam que essa era uma operação muito difícil: visibilidade zero, correntezas, as crianças não sabiam nadar e poderiam entrar em pânico", disse.
Para driblar as condições adversas, a operação multinacional montada na Tailândia tentou, como primeira alternativa, bombear para fora da caverna a água que alagava as galerias.
"Não foi possível retirar tudo, mas foi fundamental. Assim, foi possível estabelecer na caverna uma área seca que serviu como base de apoio", explicou.

A CHAVE PARA O SUCESSO
Ao bombear parte da água para fora da caverna, equipe reduziu necessidade de cilindros de ar. Estabelecer uma área seca em um ponto intermediário da galeria foi fundamental para o sucesso da operação, segundo Fernando Raigal.
Com isso, os mergulhadores não precisavam mais ter cilindros de ar suficientes para percorrer, indo e voltando, os mais de três quilômetros que separavam a entrada da caverna do ponto em que estavam os garotos. Acredita-se que foi justamente por essa falta de ar que o mergulhador Saman Gunan tenha morrido, ao tentar regressar para a entrada da caverna.
"Um dos meus trabalhos era levar e trazer cilindros de ar até esse ponto intermediário", diz Raigal.
Esses cilindros eram utilizados para os trechos da caverna que ainda estavam alagados. "Foi preciso, em alguns trechos, arrastar os garotos mergulhados na água", relata.
Retirou-se toda a água que se pôde. Mas ainda havia trechos inundados. A alternativa foi arrastar os meninos debaixo d'água, Fernando Raigal, 33, um dos mergulhadores que participaram do resgate

POR QUE ELES FORAM PARA A CAVERNA?
Era sábado, dia 23 de junho, em meio a época de chuvas fortes na Tailândia, também conhecida como o período das monções.
Na província de Chiang Rai, ao norte do país, após um dia normal de treino de futebol, 12 meninos da equipe juvenil Javalis Selvagens, acompanhados do técnico, foram ao complexo de cavernas Tham Luang  para comemorar o aniversário de um deles. Foi quando começou a chover.
Devido às chuvas violentas que caem todos os anos na região, o acesso à caverna é proibido a partir de julho. A excursão, inicialmente inofensiva, aconteceu uma semana antes.

MENINOS PERDIDOS
O sinal de alerta foi dado pela mãe de um dos meninos, que não voltou para casa depois do treino de futebol. Por volta das 15h (horário local) do dia 23 de junho, 11 bicicletas foram encontradas do lado de fora de uma caverna conhecida por ser perigosa durante a temporada de chuvas na Tailândia.
As buscas no interior do complexo de cavernas começaram nas primeiras horas do dia seguinte e logo atraíram a atenção da mídia.
Ao percorrer o mundo, a história dos meninos desaparecidos atraiu mergulhadores e socorristas voluntários, muitos deles vindos de outros países, como Raigal, que viajou de Bancoc, a capital, para Chian Rai para oferecer ajuda.

O GRANDE ENCONTRO
Em 2 de julho, mais de uma semana após o início das buscas, o grupo foi finalmente encontrado por dois mergulhadores ingleses, no labirinto infinito de rochas, galerias e águas que compõem o complexo de cavernas Tham Luang Nang Non.
"Os meus colegas relataram que a primeira pista que tiveram foi o 'cheiro de gente' que sentiram conforme se aproximavam dos meninos", disse Raigal.
"Na sequência, viram também luzes das lanternas", conta. Paciente e estratégico, o grupo economizou bateria e conseguiu fazer com que os equipamentos durassem por mais de nove dias.
Eles estavam a mais de três quilômetros da entrada do complexo, protegidos das inundações sobre um banco de pedra. Estavam magros e enfraquecidos. Os britânicos filmaram o momento do encontro.
"Em quantos vocês estão?", pergunta um dos mergulhadores. "Somos 13", responde um garoto, o único a se comunicar bem em inglês. "Brilhante", exclama o mergulhador, aliviado.
Os dois socorristas contam para os meninos que é segunda-feira, que eles estão desaparecidos há nove dias e que são muito corajosos. Avisam que muito mais gente está vindo para resgatá‑los. Mas quando?

A CORRIDA CONTRA O TEMPO
A alegria e a comoção de encontrar os 13 desaparecidos com vida foram logo substituídas pela grande incógnita de como retirá-los de lá.
Para chegar ao local em que estavam protegidos da água, era necessário percorrer um longo caminho no interior da caverna, em meio a trechos extremamente estreitos ou inundados.
Os meninos, além de fracos pelos dias em um ambiente inóspito, sem alimentação, não tinham qualquer experiência com mergulho --alguns nem sabiam nadar.
Durante os dias seguintes, autoridades cogitaram manter os meninos no local por meses, até que terminasse a estação de chuvas e eles pudessem caminhar para fora. A hipótese, no entanto, foi logo descartada com a previsão de mais água por vir.

MORTE DE MERGULHADOR AUMENTA O MEDO
No dia 5 de julho, um ex‑mergulhador da Marinha tailandesa morreu em meio as operações de resgate.
Saman Gunam tinha 38 anos, era triatleta e voluntário no local. Ele havia levado suprimentos e oxigênio para o grupo. Na volta, ficou ele próprio sem ar e acabou perdendo a consciência. Gunam foi retirado da caverna por seu companheiro de mergulho, mas os socorristas não conseguiram reanimá-lo.
A morte de um militar experiente evidenciou os riscos envolvidos no resgate do grupo. Se já era difícil para um mergulhador experiente, imagine para um grupo de meninos.

COMPANHIA POR 3 (LONGOS) DIAS
O médico e mergulhador australiano Richard Harris ficou com os meninos na caverna durante os três dias que durou o resgate.
Especialista em prestar socorro em caverna, ele se voluntariou para a missão, quando ficou sabendo que os meninos haviam sido localizados.
Foi Harris quem decidiu, após avaliá-los, quais eram as crianças mais aptas a deixarem primeiro a caverna.

HERÓI OU VILÃO?
O técnico Ekkapol Chantawong, 25, dividiu a opinião das pessoas que acompanhavam a notícia.
Muitos o culparam pela situação dos meninos, considerando que era o único adulto e responsável pelo grupo.
Os pais das crianças, no entanto, perdoaram Ekkapol em uma carta entregue pelos mergulhadores.
"Queremos que você saiba que nenhum dos pais está bravo com você, então, não se preocupe com isso", escreveram.
Antes de ser técnico do Javalis Salvagens, Ekkapol passou uma década como monge budista. Sua tia contou a jornalistas que ele pode ficar até uma hora meditando. Acredita-se que essa habilidade tenha ajudado os adolescentes a superarem os dias sozinhos e no escuro da caverna.

O RESGATE

■Cada integrante do grupo usa uma máscara de mergulho que cobre o rosto todo, além de roupa especial, capacete e botas
■Dois mergulhadores da Marinha acompanham cada criança; o da frente carrega o tanque de oxigênio usado pelo resgatado da vez
■Os mergulhadores usam uma corda fixa como guia para conduzir os jovens pela escuridão da caverna
■Cada garoto está ligado por uma corrente ao mergulhador-chefe


No domingo, 8 de julho, as equipes decidiram aproveitar uma janela entre tempestades, com a previsão de mais chuvas na região para os próximos dias.
Naquele mesmo dia, mergulhadores iniciaram a missão resgate. O plano era trazer os meninos em grupos de quatro, cada um deles acompanhado por dois mergulhadores. Os rapazes estariam amarrados aos socorristas, que também carregariam os tanques de oxigênio para eles.
O caminho envolvia andar sobre as rochas, escalar e mergulhar na escuridão. Para isso, os meninos vestiram roupas especiais de mergulho e máscaras que cobriam todo o rosto.
Já no domingo (8), quatro garotos foram retirados da caverna com vida e bem de saúde. Nos próximos dois dias, seguindo o mesmo procedimento, o grupo inteiro foi resgatado.

OS NÚMEROS DA OPERAÇÃO

■ 18  dias foi o total de tempo que os meninos ficaram na caverna. Eles se perderam em 23 de junho e nesta terça (10) os quatro últimos foram resgatados.
■ 9 dias foi o tempo que as equipes de resgate levaram para encontrar os meninos então desaparecidos, sem saber se estariam vivos ou não.
■ 4 quilômetros era a distância do local em que eles foram encontrados, a partir da entrada do complexo de cavernas.
■ 800 metros abaixo do solo era a profundidade do lugar seco que encontraram para se refugiar.
■ 3 dias foi o tempo que durou a operação de resgate. Ela teve início no domingo (8) e terminou nesta terça (10).
■ 128 milhões de litros de água da chuva foram drenados das cavernas, para que o resgate fosse possível.
■ 90 mergulhadores participaram da operação, sendo 40 tailandeses e 50 estrangeiros de diferentes países.
■ 14 era a média de idade entre os 12 meninos, que tinham entre 11 e 16 anos. Além deles, havia um técnico, de 25.
■ 1.000- É o número estimado de voluntários, tailandeses e estrangeiros, que passaram pelo local para ajudar com comida, traduções e apoio de todo tipo.
■ 1.100 - Jornalistas de todo o mundo estiveram no local, com equipamentos instalados em meio ao barro e realizando transmissões ao vivo de baixo da chuva.  

FINAL FELIZ
Depois de 18 dias na caverna e oito no hospital, os 12 garotos do time de futebol Javalis Selvagens e seu treinador tiveram um último compromisso na  quarta-feira (18) antes de voltar para casa: uma entrevista mediada por médicos, psicólogos e autoridades da Tailândia.
Sorridentes, os garotos se apresentaram um a um, falando, além dos nomes, a posição em que jogam no time de futebol. Com boa aparência (recuperaram três quilos, em média), fizeram piadas e riram diversas vezes durante a conversa.

Eles contaram por que entraram na caverna e o que sentiram enquanto, por dez dias, esperavam ser encontrados, além de detalhar a operação de resgate, que durou três dias.
O treinador Ekapol Chantawong, 25, apelidado de "Ake", que respondeu a maior parte das questões, também falou da tristeza ao saber da morte do mergulhador que lhes havia entregado tubos de ar e dos laços que se formaram no grupo e inclusive com as equipes de mergulhadores.

OS DIAS PRESOS
Foram dez dias sem comer, bebendo apenas a água que escorria pelas paredes da caverna. O grupo havia lanchado logo antes de entrar no complexo de Tham Luang e não levou comida.
Para se distrair, jogavam damas. Para tentar sair, escavavam as paredes. Não deu certo.
"Nós nos revezávamos para cavar. Bebíamos água até ficar cheios antes de escavar", disse o técnico Ake. "Quase todos sabiam nadar, mas alguns não eram bons nadadores", completou o treinador. Ele esperava a água baixar, já que seria difícil sair a nado, no escuro, sem saber ao certo para onde ir.
Ao responder à pergunta "como era a relação de vocês na caverna", Ake sorriu: os vínculos formados entre o grupo não eram mais de treinador e treinados.
Na caverna, formamos uma família, Ake , Técnico dos javalis selvagens
Sinto que um dos mergulhadores era como meu pai. Ele me chamava de 'filho' na caverna
Ekkarat, "Bew" Wongsookchan, 14
Tentava não pensar em comida, me dava mais fome, Titan, o caçula do time

ENTRADA NA CAVERNA
Ake relata que foi à caverna porque um dos garotos queria conhecer o local. Diferentemente do que se disse na imprensa internacional antes, não era aniversário de nenhum deles.
Ele relata que o grupo caminhou bastante até perceber que a caverna estava inundando.
"Tentei me manter calmo e pensar em soluções", disse um dos garotos. "Pensei, tudo bem, vai demorar um pouco", contou outro. Foram mais de duas semanas presos.
No quinto dia, vimos que tínhamos que achar uma saída e não esperar alguém. Pensamos em ir mais fundo na caverna. Mas a água subiu

ALEGRIA E CULPA: ENCONTRO
Em 2 de julho, mergulhadores britânicos encontraram os garotos num banco de lama, a três quilômetros da entrada da caverna. "A gente estava com medo. Peguei a lanterna e (...) foi quando os mergulhadores apareceram. Não sabia o que dizer, a não ser 'olá'!", disse Adul Sam‑on, 14, nascido em Mianmar e que sabe falar inglês. "Foi um milagre." Alguns garotos pediram aquilo que o grupo mais queria: comida.

LUTO
O técnico relatou a tristeza ao saber que, em 6 de julho, o mergulhador Saman Kunan havia morrido. Ele tinha levado tubos de ar ao grupo e tentava sair da caverna. Ake disse que teve sentimento de culpa "por ter, de alguma maneira, causado o fim da vida dele". Emocionado, o técnico completou: "Ficamos muito tristes. Sentimos que causamos tristeza à sua família". Os garotos fizeram uma reverência diante de um retrato do mergulhador.
Somos muito gratos a você e a sua família, Titan, após prestar homenagem ao mergulhador morto.

A SAÍDA
Na hora de escolher quem sairia primeiro, Ake, o técnico, contou que todos os garotos tinham condições físicas similares: fracos, mas saudáveis. Achava que eles iriam direto para casa. Queria que aqueles que moram longe saíssem primeiro e pudessem ver logo a família.
De volta para casa, todos os garotos afirmaram que a primeira coisa que querem dizer são "desculpas".
Fomos negligentes. Não sabíamos o que ia acontecer e não sabíamos o futuro. Seremos mais cautelosos, e vou viver minha vida plenamente, Adul Sam-on, um dos resgatados.
Como aprendizado, o técnico afirmou que ele e os jovens viverão "cuidadosamente, e não de forma imprudente". "Vamos checar antes de fazer qualquer coisa."
"Aprendi muito com esse desastre", agregou Nick, 15. "Serei uma boa pessoa para a sociedade."
Outro menino, Mark, 13, afirmou que se sente "mais forte" e sonha em virar jogador de futebol profissional.
Aos jornalistas, os oficiais pediram que respeitem a privacidade das crianças. A entrevista de hoje, com perguntas previamente selecionadas pelos psicólogos, teve dois objetivos: diminuir a curiosidade da imprensa e garantir, que daqui em diante, os garotos poderão tentar retomar suas rotinas.

SAUDAÇÃO AO REI
A entrevista terminou com um dos oficiais agradecendo ao rei "que nos deu todo o apoio necessário". A Tailândia é uma monarquia.
Na sequência, os garotos caminharam em direção ao retrato do rei e se curvaram, em sinal de reverência.
Agora, eles voltam para suas casas e se preparam para retomar suas rotinas.
Esse episódio é a maior experiência que já enfrentei. Me ensinou a ser mais paciente e forte, a não desistir facilmente, Titan. Fontes: UOL noticias - 12 de julho de 2018, ULO Noticias -18 de julho de 2018.

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quinta-feira, janeiro 04, 2018

Sua empresa está preparada para um desastre natural ?


Vale do Itajaí
Terremotos, furacões e tufões, tornados, tsunamis, incêndios florestais, inundações – nos últimos anos, temos lido notícias desses e de outros desastres naturais. Todas essas catástrofes causam danos terríveis e de forma direta. Elas podem também trazer consequências adicionais devido ao impacto que podem causar em unidades de processamento e armazenagem de produtos perigosos. Você saberia dizer que desastres naturais poderiam ocorrer em sua unidade
Industrial? Você saberia o que fazer para se preparar para esses desastres e como voltar à normalidade após um desastre natural?

Em um relatório de 2010, “Flertando com Desastres Naturais”, da FM Global, especializada em prevenção de perdas discutiu-se sobre algumas das razões porque as organizações falham em se prepararem para desastres naturais. Algumas conclusões do relatório incluem:
■ As pessoas subestimam os riscos associados a desastres naturais – elas pensam “isso não acontecerá aqui”.
■ Com o passar do tempo sem a ocorrência de um desastre, fica mais fácil para as pessoas negarem a possibilidade de ocorrer.
■ As companhias superestimam seu estágio de preparação para um desastre natural.
■ Muitas companhias focam na recuperação de um desastre natural ao invés de ações proativas para minimizar possíveis danos.

Tornado na cidade de Pérola-Paraná
PODE A SUA INSTALAÇÃO SER AFETADA POR UM DESASTRE NATURAL?           

O QUE VOCÊ PODE FAZER?
1.      Conheça os procedimentos de emergência para desastres naturais de sua instalação e compreenda qual o seu papel na preparação, na resposta e na recuperação do evento. O tipo de desastre que pode afetar a sua instalação vai depender de onde ela estiver localizada e quais os tipos de eventos naturais que poderão ocorrer nesse local.
2.      Verifique se os seus procedimentos de emergência levam em consideração que alguns eventos naturais (vendaval, tornado, etc.) que podem ocorrer sem aviso prévio ou com um aviso com pouca antecedência.
3.      Confirme que os planos considerem que os trabalhadores poderão ter que permanecer na instalação durante e imediatamente após um evento natural. Os trabalhadores necessitam de apoio (alimentação, abrigo, comunicações, etc.) e as estradas e outras infraestruturas públicas poderão estar fora de serviço.
4.      Compreenda como a sua área de responsabilidade pode ser afetada por um evento natural, especialmente se houver riscos específicos de processo – por exemplo, a decomposição de peróxidos orgânicos. Reveja os planos de resposta ao desastre e verifique se eles são detalhados e completos para a sua área de trabalho.

Planta Nuclear em Nebrasca-EUA inundada
5.      Se identificar algo que pense ser importante e que não esteja coberto pelos planos existentes, leve suas preocupações à atenção de seus supervisores para que os planos possam ser melhorados.
6.      Revise os procedimentos de emergência para desastres naturais de sua unidade. Certifique-se que sejam viáveis – você pode realmente executar as tarefas necessárias com os recursos e tempo disponíveis para tal? Se detectar problemas, informe sua gerência sobre suas preocupações.
7.      Compreenda o impacto direto que um desastre natural poderia causar em sua unidade de processo e também o impacto causado pelo desastre na geração de utilidades.

Planta automobilística FCA Windsor em Ontário, Canadá, inundada
8.      Certifique-se que todos os equipamentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) necessários à preparação e resposta a um desastre natural e suas consequências estejam disponíveis, em boas condições e prontos para uso.
9.      Participe dos exercícios de preparação e resposta a desastres naturais, faça-o com seriedade e relate quaisquer problemas que observe durante os exercícios simulados.
10.  Reconheça que os empregados poderão não ser capazes de ir para o trabalho após um desastre natural e que os trabalhadores que estão no local não poderão regressar para suas casas. Assegure-se que seus planos considerem estas possibilidades, bem como a possibilidade do número de trabalhadores ficar reduzido.
11.  Desenvolva um plano de emergência pessoal, para si e para sua família, para os tipos de desastres que possam ocorrer onde vive e trabalha. Você não poderá trabalhar de forma efetiva se estiver preocupado com a sua família! Fonte: Process Safety Beacon  – Janeiro 2018, Junho2011 e Novembro de 2005


Comentário: A cada vez que uma chuva forte cai nas cidades ou uma seca afeta qualquer região brasileira, a economia do país sofre um golpe considerável. Foram nada menos do que 9 bilhões de reais anuais (2,8 bilhões de dólares) entre 1995 e 2014, ou 182,8 bilhões de reais (56,7 bilhões de dólares) ao longo desses 20 anos.
As perdas se acumulam na infraestrutura, na agricultura, nos serviços públicos e privados e na indústria. Muitas vezes, as verbas destinadas às ações de emergência superam as originalmente destinadas pelos governos a áreas como saneamento e transportes. Com isso, desfaz-se a velha impressão de que o Brasil não é afetado por desastres naturais. Fonte: Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.

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