Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia
segunda-feira, janeiro 24, 2022
INUNDAÇÕES DEVASTAM A BAHIA
As chuvas começaram a cair na região leste
e sul da Bahia entre os dias 6 e 7 de dezembro de 2021.Pelo menos 24 cidades estão em situação de
emergência. Em alguns municípios, foram
registradas inundações e as pessoas tiveram que deixar suas casas
As cidades afetadas, estão necessitando de
assistência aérea para o resgate e suprimento de itens básicos Barcos, botes,
caminhonetes e aeronaves foram destacados para prestar socorro e transportar os
moradores das comunidades alagadas. Cestas básicas, cobertores, lonas e
medicamentos também estão sendo distribuídos.
As autoridades orientam que os moradores
dos locais afetados se abriguem em áreas mais altas e solicitem ajuda.
"Faço um apelo para que as pessoas
que estão próximas de rios e riachos saiam de suas casas e vão para regiões
mais altas. Esses rios e algumas barragens vão soltar mais água", alertou
o governador.
Na quinta-feira (9/12), o Governo do
Estado da Bahia decretou situação de emergência para 24 cidades. O objetivo é
mobilizar todo o aparato público para apoiar as ações de socorro à população.
O decreto vale para as cidades de Anagé,
Baixa Grande, Boa Vista do Tupim, Camacã, Canavieiras, Encruzilhada, Eunápolis,
Guaratinga, Ibicuí, Itabela, Itacaré, Itamaraju, Itambé, Itapetinga, Itarantim,
Jiquiriçá, Jucuruçu, Marcionílio de Souza, Mascote, Medeiros Neto, Mundo Novo,
Santanópolis, Teixeira de Freitas e Vereda. Outros municípios também decretaram
estado de calamidade.
Em25/12/2021, na região de Itambé, sul da Bahia, houve rompimento da
barragem de Iguá.
CIDADES DURAMENTE ATINGIDAS: Jurucuçue Itamamaraju, os municípios estão praticamente
submersos.
O QUE CAUSOU O EVENTO EXTREMO
De acordo com especialistas, a tempestade
atípica ocorreu pela combinação de dois fenômenos climáticos distintos: um
corredor de umidade que vem da Amazônia e a formação de uma depressão
subtropical (rajadas de ventos e nuvens em formato circular que giram em
sentido horário).
O climatologista Francisco Eliseu Aquino,
do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), explica que as tempestades na Bahia têm a ver com a combinação de dois
fenômenos distintos.
O primeiro deles é a formação da chamada
Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) a partir do dia 5 de dezembro.
"Trata-se de um corredor de umidade
que surge na Amazônia e vai em direção à Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Por
isso, chove na região desde o dia 6 de dezembro", diz.
Segundo, é possível observar a partir do
dia 7/12 a formação de uma área de baixa pressão no Oceano Atlântico, próximo à
região costeira do Brasil, que irá evoluir para um sistema denominado depressão
subtropical.
A depressão subtropical é um evento
meteorológico que gira no sentido horário e é marcado pela formação de nuvens,
ventos, tempestades e agitação marítima.
Nos mapas disponíveis no site do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é possível ver a Zona de Convergência
do Atlântico Sul (traços verdes, da Amazônia à Bahia) e a formação da depressão
subtropical na região costeira do Brasil (à direita)
"E a combinação desses dois
acontecimentos, a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e a área de
baixa pressão, é o que intensificou a chuva nas regiões leste e sul da Bahia ao
longo dos últimos quatro ou cinco dias", continua o pesquisador.
Aquino conta que a ZCAS é um fenômeno
característico e esperado nesta época do ano, causando as "chuvas de
verão" no corredor entre o norte da Amazônia e os Estados de Bahia, Minas
Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Já a depressão subtropical é algo atípico
e ainda possui condições de evoluir para uma tempestade tropical.
"As mudanças na circulação geral da
atmosfera sugerem para nós que o oceano mais quente na costa do Brasil poderia
formar com mais frequência áreas de baixa pressão como essa, levando à
depressão subtropical", contextualiza.
E essa depressão subtropical, por sua vez,
pode se combinar com a ZCAS e impulsionar outros eventos extremos.
Mas o climatologista entende que é preciso
analisar mais a fundo para entender o que essas tempestades na Bahia podem
sinalizar.
"Neste momento, não conecto
diretamente as mudanças climáticas com esse evento extremo", pondera.
"Mas, num planeta mais quente,
eventos extremos tornam-se mais frequentes, com a formação de depressões
subtropicais como esta [vista na Bahia]", finaliza.
DANOS HUMANOS: De acordo com os dados da
Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec/BA) a situação dos
Municípios atingidos:
Pessoas afetadas - 715.634,
Pessoas desabrigadas - 30.915,
Desalojadas - 62.731,
Vítimas fatais – 26
MUNICÍPIOS AFETADOS: Desde o início de
dezembro de 2021, 154 Municípios da região decretaram situação de emergência e
127 cidades obtiveram reconhecimento federal.
PREJUÍZOS ECONÔMICOS: De acordo com dados
coletados pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), os prejuízos desde
dezembro passado, já causaram de R$ 1.667.621.103,00. Os valores foram
consultados no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), onde os
Municípios cadastram informações.
PREJUIZOS POR SETORES
Agricultura – 591,8 milhões
Habitação – 495,3 milhões
Infraestrutura – 351,6 milhões
Pecuária – 46,5 milhões
Comércio – 35 milhões
Fontes: Agência CNM de Notícias-04/01/2022;
Sudec - Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia; BBC
News Brasil em São Paulo - 10 dezembro 2021
Resgate dos adolescentes presos em caverna na Tailândia
MISSÃO POSSÍVEL
Nas últimas três semanas, o mundo acompanhou com apreensão o
drama dos 13 tailandeses presos em uma caverna no norte do país. A história
reunia elementos dignos de um filme de Hollywood : crianças em uma caverna,
chuvas que alagam o local, um mergulhador que morre tentando ajudar e uma
corrida angustiante contra o tempo.
Mas, após dias de agonia, na quarta-feira (11 de julho),
soube-se que essa era uma história de final feliz: os garotos resgatados
recebem cuidados médicos e passam bem.
MEGAOPERAÇÃO
Para que esse resultado fosse possível, a Tailândia
organizou uma megaoperação que contou com militares norte-americanos,
mergulhadores de várias nacionalidades e até uma tradutora voluntária
brasileira. Com ciência, tecnologia e solidariedade de diversas partes do
planeta, a humanidade venceu.
Espanhol radicado na Tailândia, Raigal é mergulhador
profissional há 12 anos. Trabalha no setor petrolífero e realiza inspeções e
reparos em grandes profundidades. "Caverna não é minha especialidade. Mas
mesmo os especialistas diziam que essa era uma operação muito difícil:
visibilidade zero, correntezas, as crianças não sabiam nadar e poderiam entrar
em pânico", disse.
Para driblar as condições adversas, a operação multinacional
montada na Tailândia tentou, como primeira alternativa, bombear para fora da
caverna a água que alagava as galerias.
"Não foi possível retirar tudo, mas foi fundamental.
Assim, foi possível estabelecer na caverna uma área seca que serviu como base
de apoio", explicou.
A CHAVE PARA O SUCESSO
Ao bombear parte da água para fora da caverna, equipe
reduziu necessidade de cilindros de ar. Estabelecer uma área seca em um ponto intermediário da
galeria foi fundamental para o sucesso da operação, segundo Fernando Raigal.
Com isso, os mergulhadores não precisavam mais ter cilindros
de ar suficientes para percorrer, indo e voltando, os mais de três quilômetros
que separavam a entrada da caverna do ponto em que estavam os garotos.
Acredita-se que foi justamente por essa falta de ar que o mergulhador Saman
Gunan tenha morrido, ao tentar regressar para a entrada da caverna.
"Um dos meus trabalhos era levar e trazer cilindros de
ar até esse ponto intermediário", diz Raigal.
Esses cilindros eram utilizados para os trechos da caverna
que ainda estavam alagados. "Foi preciso, em alguns trechos, arrastar os
garotos mergulhados na água", relata.
Retirou-se toda a água que se pôde. Mas ainda havia trechos
inundados. A alternativa foi arrastar os meninos debaixo d'água, Fernando
Raigal, 33, um dos mergulhadores que participaram do resgate
POR QUE ELES FORAM PARA A CAVERNA?
Era sábado, dia 23 de junho, em meio a época de chuvas
fortes na Tailândia, também conhecida como o período das monções.
Na província de Chiang Rai, ao norte do país, após um dia
normal de treino de futebol, 12 meninos da equipe juvenil Javalis Selvagens,
acompanhados do técnico, foram ao complexo de cavernas Tham Luangpara comemorar o aniversário de um deles. Foi
quando começou a chover.
Devido às chuvas violentas que caem todos os anos na região,
o acesso à caverna é proibido a partir de julho. A excursão, inicialmente
inofensiva, aconteceu uma semana antes.
MENINOS PERDIDOS
O sinal de alerta foi dado pela mãe de um dos meninos, que
não voltou para casa depois do treino de futebol. Por volta das 15h (horário
local) do dia 23 de junho, 11 bicicletas foram encontradas do lado de fora de
uma caverna conhecida por ser perigosa durante a temporada de chuvas na
Tailândia.
As buscas no interior do complexo de cavernas começaram nas
primeiras horas do dia seguinte e logo atraíram a atenção da mídia.
Ao percorrer o mundo, a história dos meninos desaparecidos
atraiu mergulhadores e socorristas voluntários, muitos deles vindos de outros
países, como Raigal, que viajou de Bancoc, a capital, para Chian Rai para
oferecer ajuda.
O GRANDE ENCONTRO
Em 2 de julho, mais de uma semana após o início das buscas,
o grupo foi finalmente encontrado por dois mergulhadores ingleses, no labirinto
infinito de rochas, galerias e águas que compõem o complexo de cavernas Tham
Luang Nang Non.
"Os meus colegas relataram que a primeira pista que
tiveram foi o 'cheiro de gente' que sentiram conforme se aproximavam dos
meninos", disse Raigal.
"Na sequência, viram também luzes das lanternas",
conta. Paciente e estratégico, o grupo economizou bateria e conseguiu fazer com
que os equipamentos durassem por mais de nove dias.
Eles estavam a mais de três quilômetros da entrada do
complexo, protegidos das inundações sobre um banco de pedra. Estavam magros e
enfraquecidos. Os britânicos filmaram o momento do encontro.
"Em quantos vocês estão?", pergunta um dos
mergulhadores. "Somos 13", responde um garoto, o único a se comunicar
bem em inglês. "Brilhante", exclama o mergulhador, aliviado.
Os dois socorristas contam para os meninos que é
segunda-feira, que eles estão desaparecidos há nove dias e que são muito
corajosos. Avisam que muito mais gente está vindo para resgatá‑los. Mas quando?
A CORRIDA CONTRA O TEMPO
A alegria e a comoção de encontrar os 13 desaparecidos com
vida foram logo substituídas pela grande incógnita de como retirá-los de lá.
Para chegar ao local em que estavam protegidos da água, era
necessário percorrer um longo caminho no interior da caverna, em meio a trechos
extremamente estreitos ou inundados.
Os meninos, além de fracos pelos dias em um ambiente
inóspito, sem alimentação, não tinham qualquer experiência com mergulho
--alguns nem sabiam nadar.
Durante os dias seguintes, autoridades cogitaram manter os
meninos no local por meses, até que terminasse a estação de chuvas e eles
pudessem caminhar para fora. A hipótese, no entanto, foi logo descartada com a
previsão de mais água por vir.
MORTE DE MERGULHADOR AUMENTA O MEDO
No dia 5 de julho, um ex‑mergulhador da Marinha tailandesa
morreu em meio as operações de resgate.
Saman Gunam tinha 38 anos, era triatleta e voluntário no
local. Ele havia levado suprimentos e oxigênio para o grupo. Na volta, ficou
ele próprio sem ar e acabou perdendo a consciência. Gunam foi retirado da
caverna por seu companheiro de mergulho, mas os socorristas não conseguiram
reanimá-lo.
A morte de um militar experiente evidenciou os riscos
envolvidos no resgate do grupo. Se já era difícil para um mergulhador
experiente, imagine para um grupo de meninos.
COMPANHIA POR 3 (LONGOS) DIAS
O médico e mergulhador australiano Richard Harris ficou com
os meninos na caverna durante os três dias que durou o resgate.
Especialista em prestar socorro em caverna, ele se
voluntariou para a missão, quando ficou sabendo que os meninos haviam sido
localizados.
Foi Harris quem decidiu, após avaliá-los, quais eram as
crianças mais aptas a deixarem primeiro a caverna.
HERÓI OU VILÃO?
O técnico Ekkapol Chantawong, 25, dividiu a opinião das
pessoas que acompanhavam a notícia.
Muitos o culparam pela situação dos meninos, considerando
que era o único adulto e responsável pelo grupo.
Os pais das crianças, no entanto, perdoaram Ekkapol em uma
carta entregue pelos mergulhadores.
"Queremos que você saiba que nenhum dos pais está bravo
com você, então, não se preocupe com isso", escreveram.
Antes de ser técnico do Javalis Salvagens, Ekkapol passou
uma década como monge budista. Sua tia contou a jornalistas que ele pode ficar
até uma hora meditando. Acredita-se que essa habilidade tenha ajudado os
adolescentes a superarem os dias sozinhos e no escuro da caverna.
O RESGATE
■Cada integrante do grupo usa uma máscara de mergulho que
cobre o rosto todo, além de roupa especial, capacete e botas
■Dois mergulhadores da Marinha acompanham cada criança; o da
frente carrega o tanque de oxigênio usado pelo resgatado da vez
■Os mergulhadores usam uma corda fixa como guia para
conduzir os jovens pela escuridão da caverna
■Cada garoto está ligado por uma corrente ao mergulhador-chefe
No domingo, 8 de julho, as equipes decidiram aproveitar uma
janela entre tempestades, com a previsão de mais chuvas na região para os
próximos dias.
Naquele mesmo dia, mergulhadores iniciaram a missão resgate.
O plano era trazer os meninos em grupos de quatro, cada um deles acompanhado
por dois mergulhadores. Os rapazes estariam amarrados aos socorristas, que também
carregariam os tanques de oxigênio para eles.
O caminho envolvia andar sobre as rochas, escalar e
mergulhar na escuridão. Para isso, os meninos vestiram roupas especiais de
mergulho e máscaras que cobriam todo o rosto.
Já no domingo (8), quatro garotos foram retirados da caverna
com vida e bem de saúde. Nos próximos dois dias, seguindo o mesmo procedimento,
o grupo inteiro foi resgatado.
OS NÚMEROS DA OPERAÇÃO
■ 18dias foi o total de tempo que os meninos
ficaram na caverna. Eles se perderam em 23 de junho e nesta terça (10) os
quatro últimos foram resgatados.
■ 9 dias foi o tempo que
as equipes de resgate levaram para encontrar os meninos então desaparecidos,
sem saber se estariam vivos ou não.
■ 4 quilômetros era a
distância do local em que eles foram encontrados, a partir da entrada do
complexo de cavernas.
■ 800 metros abaixo do
solo era a profundidade do lugar seco que encontraram para se refugiar.
■ 3 dias foi o tempo que
durou a operação de resgate. Ela teve início no domingo (8) e terminou nesta
terça (10).
■ 128 milhões de litros
de água da chuva foram drenados das cavernas, para que o resgate fosse
possível.
■ 90 mergulhadores
participaram da operação, sendo 40 tailandeses e 50 estrangeiros de diferentes
países.
■ 14 era a média de idade
entre os 12 meninos, que tinham entre 11 e 16 anos. Além deles, havia um
técnico, de 25.
■ 1.000- É o número
estimado de voluntários, tailandeses e estrangeiros, que passaram pelo local
para ajudar com comida, traduções e apoio de todo tipo.
■ 1.100 - Jornalistas de
todo o mundo estiveram no local, com equipamentos instalados em meio ao barro e
realizando transmissões ao vivo de baixo da chuva.
FINAL FELIZ
Depois de 18 dias na caverna e oito no hospital, os 12
garotos do time de futebol Javalis Selvagens e seu treinador tiveram um último
compromisso naquarta-feira (18) antes
de voltar para casa: uma entrevista mediada por médicos, psicólogos e
autoridades da Tailândia.
Sorridentes, os garotos se apresentaram um a um, falando,
além dos nomes, a posição em que jogam no time de futebol. Com boa aparência
(recuperaram três quilos, em média), fizeram piadas e riram diversas vezes
durante a conversa.
Eles contaram por que entraram na caverna e o que sentiram
enquanto, por dez dias, esperavam ser encontrados, além de detalhar a operação
de resgate, que durou três dias.
O treinador Ekapol Chantawong, 25, apelidado de
"Ake", que respondeu a maior parte das questões, também falou da
tristeza ao saber da morte do mergulhador que lhes havia entregado tubos de ar
e dos laços que se formaram no grupo e inclusive com as equipes de
mergulhadores.
OS DIAS PRESOS
Foram dez dias sem comer, bebendo apenas a água que escorria
pelas paredes da caverna. O grupo havia lanchado logo antes de entrar no
complexo de Tham Luang e não levou comida.
Para se distrair, jogavam damas. Para tentar sair, escavavam
as paredes. Não deu certo.
"Nós nos revezávamos para cavar. Bebíamos água até
ficar cheios antes de escavar", disse o técnico Ake. "Quase todos
sabiam nadar, mas alguns não eram bons nadadores", completou o treinador.
Ele esperava a água baixar, já que seria difícil sair a nado, no escuro, sem
saber ao certo para onde ir.
Ao responder à pergunta "como era a relação de vocês na
caverna", Ake sorriu: os vínculos formados entre o grupo não eram mais de
treinador e treinados.
Na caverna, formamos uma família, Ake , Técnico dos javalis
selvagens
Sinto que um dos mergulhadores era como meu pai. Ele me
chamava de 'filho' na caverna
Ekkarat, "Bew" Wongsookchan, 14
Tentava não pensar em comida, me dava mais fome, Titan, o
caçula do time
ENTRADA NA CAVERNA
Ake relata que foi à caverna porque um dos garotos queria
conhecer o local. Diferentemente do que se disse na imprensa internacional
antes, não era aniversário de nenhum deles.
Ele relata que o grupo caminhou bastante até perceber que a
caverna estava inundando.
"Tentei me manter calmo e pensar em soluções",
disse um dos garotos. "Pensei, tudo bem, vai demorar um pouco",
contou outro. Foram mais de duas semanas presos.
No quinto dia, vimos que tínhamos que achar uma saída e não
esperar alguém. Pensamos em ir mais fundo na caverna. Mas a água subiu
ALEGRIA E CULPA: ENCONTRO
Em 2 de julho, mergulhadores britânicos encontraram os
garotos num banco de lama, a três quilômetros da entrada da caverna. "A
gente estava com medo. Peguei a lanterna e (...) foi quando os mergulhadores
apareceram. Não sabia o que dizer, a não ser 'olá'!", disse Adul Sam‑on,
14, nascido em Mianmar e que sabe falar inglês. "Foi um milagre."
Alguns garotos pediram aquilo que o grupo mais queria: comida.
LUTO
O técnico relatou a tristeza ao saber que, em 6 de julho, o
mergulhador Saman Kunan havia morrido. Ele tinha levado tubos de ar ao grupo e
tentava sair da caverna. Ake disse que teve sentimento de culpa "por ter,
de alguma maneira, causado o fim da vida dele". Emocionado, o técnico
completou: "Ficamos muito tristes. Sentimos que causamos tristeza à sua
família". Os garotos fizeram uma reverência diante de um retrato do
mergulhador.
Somos muito gratos a você e a sua família, Titan, após
prestar homenagem ao mergulhador morto.
A SAÍDA
Na hora de escolher quem sairia primeiro, Ake, o técnico,
contou que todos os garotos tinham condições físicas similares: fracos, mas
saudáveis. Achava que eles iriam direto para casa. Queria que aqueles que moram
longe saíssem primeiro e pudessem ver logo a família.
De volta para casa, todos os garotos afirmaram que a
primeira coisa que querem dizer são "desculpas".
Fomos negligentes. Não sabíamos o que ia acontecer e não
sabíamos o futuro. Seremos mais cautelosos, e vou viver minha vida plenamente,
Adul Sam-on, um dos resgatados.
Como aprendizado, o técnico afirmou que ele e os jovens
viverão "cuidadosamente, e não de forma imprudente". "Vamos
checar antes de fazer qualquer coisa."
"Aprendi muito com esse desastre", agregou Nick,
15. "Serei uma boa pessoa para a sociedade."
Outro menino, Mark, 13, afirmou que se sente "mais
forte" e sonha em virar jogador de futebol profissional.
Aos jornalistas, os oficiais pediram que respeitem a privacidade
das crianças. A entrevista de hoje, com perguntas previamente selecionadas
pelos psicólogos, teve dois objetivos: diminuir a curiosidade da imprensa e
garantir, que daqui em diante, os garotos poderão tentar retomar suas rotinas.
SAUDAÇÃO AO REI
A entrevista terminou com um dos oficiais agradecendo ao rei
"que nos deu todo o apoio necessário". A Tailândia é uma monarquia.
Na sequência, os garotos caminharam em direção ao retrato do
rei e se curvaram, em sinal de reverência.
Agora, eles voltam para suas casas e se preparam para
retomar suas rotinas.
Esse episódio é a maior experiência que já enfrentei. Me
ensinou a ser mais paciente e forte, a não desistir facilmente, Titan. Fontes: UOL noticias - 12
de julho de 2018, ULO Noticias -18 de julho de 2018.
Sua empresa está preparada para um desastre natural ?
Vale do Itajaí
Terremotos, furacões e tufões, tornados, tsunamis, incêndios
florestais, inundações – nos últimos anos, temos lido notícias desses e de
outros desastres naturais. Todas essas catástrofes causam danos terríveis e de
forma direta. Elas podem também trazer consequências adicionais devido ao
impacto que podem causar em unidades de processamento e armazenagem de produtos
perigosos. Você saberia dizer que desastres naturais poderiam ocorrer em sua
unidade
Industrial? Você saberia o que fazer para se preparar para
esses desastres e como voltar à normalidade após um desastre natural?
Em um relatório de 2010, “Flertando com Desastres Naturais”,
da FM Global, especializada em prevenção de perdas discutiu-se sobre algumas
das razões porque as organizações falham em se prepararem para desastres
naturais. Algumas conclusões do relatório incluem:
■ As pessoas subestimam os riscos associados a desastres
naturais – elas pensam “isso não acontecerá aqui”.
■ Com o passar do tempo sem a ocorrência de um desastre,
fica mais fácil para as pessoas negarem a possibilidade de ocorrer.
■ As companhias superestimam seu estágio de preparação para
um desastre natural.
■ Muitas companhias focam na recuperação de um desastre
natural ao invés de ações proativas para minimizar possíveis danos.
Tornado na cidade de Pérola-Paraná
PODE A SUA INSTALAÇÃO SER AFETADA POR UM DESASTRE NATURAL?
O QUE VOCÊ PODE FAZER?
1.Conheça
os procedimentos de emergência para desastres naturais de sua instalação e
compreenda qual o seu papel na preparação, na resposta e na recuperação do
evento. O tipo de desastre que pode afetar a sua instalação vai depender de
onde ela estiver localizada e quais os tipos de eventos naturais que poderão
ocorrer nesse local.
2.Verifique
se os seus procedimentos de emergência levam em consideração que alguns eventos
naturais (vendaval, tornado, etc.) que podem ocorrer sem aviso prévio ou com um
aviso com pouca antecedência.
3.Confirme
que os planos considerem que os trabalhadores poderão ter que permanecer na
instalação durante e imediatamente após um evento natural. Os trabalhadores
necessitam de apoio (alimentação, abrigo, comunicações, etc.) e as estradas e
outras infraestruturas públicas poderão estar fora de serviço.
4.Compreenda
como a sua área de responsabilidade pode ser afetada por um evento natural,
especialmente se houver riscos específicos de processo – por exemplo, a
decomposição de peróxidos orgânicos. Reveja os planos de resposta ao desastre e
verifique se eles são detalhados e completos para a sua área de trabalho.
Planta
Nuclear em Nebrasca-EUA inundada
5.Se
identificar algo que pense ser importante e que não esteja coberto pelos planos
existentes, leve suas preocupações à atenção de seus supervisores para que os
planos possam ser melhorados.
6.Revise
os procedimentos de emergência para desastres naturais de sua unidade.
Certifique-se que sejam viáveis – você pode realmente executar as tarefas necessárias
com os recursos e tempo disponíveis para tal? Se detectar problemas, informe
sua gerência sobre suas preocupações.
7.Compreenda
o impacto direto que um desastre natural poderia causar em sua unidade de
processo e também o impacto causado pelo desastre na geração de utilidades.
Planta
automobilística FCA Windsor em Ontário, Canadá, inundada
8.Certifique-se
que todos os equipamentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
necessários à preparação e resposta a um desastre natural e suas consequências
estejam disponíveis, em boas condições e prontos para uso.
9.Participe
dos exercícios de preparação e resposta a desastres naturais, faça-o com
seriedade e relate quaisquer problemas que observe durante os exercícios
simulados.
10.Reconheça
que os empregados poderão não ser capazes de ir para o trabalho após um desastre
natural e que os trabalhadores que estão no local não poderão regressar para
suas casas. Assegure-se que seus planos considerem estas possibilidades, bem
como a possibilidade do número de trabalhadores ficar reduzido.
11.Desenvolva
um plano de emergência pessoal, para si e para sua família, para os tipos de
desastres que possam ocorrer onde vive e trabalha. Você não poderá trabalhar de
forma efetiva se estiver preocupado com a sua família! Fonte: Process Safety Beacon– Janeiro 2018, Junho2011 e Novembro de 2005
Comentário: A cada vez que uma chuva forte cai nas cidades
ou uma seca afeta qualquer região brasileira, a economia do país sofre um golpe
considerável. Foram nada menos do que 9 bilhões de reais anuais (2,8 bilhões de
dólares) entre 1995 e 2014, ou 182,8 bilhões de reais (56,7 bilhões de dólares)
ao longo desses 20 anos.
As perdas se acumulam na infraestrutura, na agricultura, nos
serviços públicos e privados e na indústria. Muitas vezes, as verbas destinadas
às ações de emergência superam as originalmente destinadas pelos governos a
áreas como saneamento e transportes. Com isso, desfaz-se a velha impressão de
que o Brasil não é afetado por desastres naturais. Fonte: Secretaria Nacional
de Proteção e Defesa Civil.