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terça-feira, março 30, 2010

Incêndio de grande proporção na Bridgestone no Japão

Um grande incêndio surgiu por volta do meio-dia de segunda-feira, 8 de setembro de 2003, na fábrica de pneus “Tochigi” de propriedade da Bridgestone, na cidade de Kuroiso, região de Tochigi, norte de Tóquio, distante 150 km.

Foto – 08/09/2003 – AFP-Getty Images - Chamas e fumaça densa e negra envolvendo a fábrica.

LOCALIZAÇÃO
A fábrica está localizada ao longo da auto-estrada nacional e dista somente 1 quilômetro, a sudeste da estação de Nasu-Shiobara na linha de JR Tohoku Shinkansen. As operações dos trens da bala não foram afetadas pelo Incêndio.

EVACUAÇÃO DA VIZINHANÇA
As autoridades comunicaram a cerca de 5.032 moradores, próximos ao local, eles devem sair de suas casas. "Alguns moradores estão sofrendo leve irritação na garganta e nos olhos devido a fumaça, mas não é sério suficiente para enviar ao hospital," disse Takashi Tamaki, autoridade da cidade de Kuroiso. "Fornecemos alimentação, água para os moradores e médicos da cidade para permanecerem nos abrigos durante a noite," disse Tamaki .
Aproximadamente 250 moradores passaram a noite numa escola, distante aproximadamente 1,5 quilômetros da fábrica.

CORPO DE BOMBEIROS
As autoridades locais mobilizaram aproximadamente 80 veículos e equipamentos para combaterem o fogo, incluindo um helicóptero para atuar durante o dia, mas não podia aproximar-se o suficiente, por causa da fumaça.

REFORÇOS DE BOMBEIROS – EQUIPAMENTOS DE ALTA TECNOLOGIA

Foto-Modelo de robôs utilizados pelo CB de Tóquio

Após ter recebido um pedido de auxílio da agência de administração de Incêndio e de desastre, o Corpo de Bombeiros de Tóquio, dispôs 26 veículos e 96 bombeiros para combater o Incêndio.
Uma equipe de emergência do Corpo de Bombeiros de Tóquio, com especialistas e equipamentos avançados de combate a incêndios, chegaram a Kuroiso, aproximadamente 3 h da madrugada de terça-feira.
Dois veículos por controle remoto, com canhão d’água chegaram às 5 h da manha e foram diretos para interior do prédio em chamas. Os veículos, comandados remotamente, quase do tamanho de um carro pequeno, podem transmitir imagens do incêndio através de uma câmara, enquanto combate o incêndio.

TESTEMUNHAS – MORADORES
Uma mulher morando próxima a fábrica disse que uma densa camada de fumaça corrosiva dificultou a evacuação. A fumaça provavelmente continha dióxido de enxofre (gás sulfuroso, anidrido sulfuroso), que irrita os olhos e dificuldade na respiração.
“Ouvi pequenas explosões e então um cheiro de borracha queimando precipitou-se sobre nós. Não podíamos sair da casa por causa da fumaça”. Outros moradores morando perto de uma escola, distante aproximadamente 400 metros, disseram que cinzas caíram sobre as residências e a escola foi envolvida pela fumaça.

Foto-1-Sistema de co-geração (Co-generation system)
2-incineração de sucata de pneu, sistema de geração elétrica (Scrap tire incineration power generation system)
3-Centro de Teste (Test Center)
4-Centro de Preservação (Preservation Center )
5- Entrada principal (Front gate)
6-Escritório (Office)
7- Fábrica principal (Main Factory)
8-Ala do misturador Banbury (Banbury wing)


DIFICULDADES NO COMBATE AO FOGO - DINÂMICA DO INCÊNDIO
A brigada de incêndio em conjunto com o Corpo de Bombeiros de Tochigi tentaram controlar as chamas. Entretanto, uma camada de fumaça densa e negra continuou a elevar-se no céu acima da fábrica.
Por causa disto, os bombeiros não poderiam entrar no edifício e eles continuaram a direcionar a água para o fogo pelo lado externo.
A TV mostrou a cena do incêndio, uma densa nuvem negra espalhando sobre os prédios brancos, com bolas de fogo com chamas alaranjadas, irrompendo pelas janelas e telhados.

Um helicóptero de incêndio despejava água nas chamas de baixa altura, enquanto 60 viaturas de incêndio foram envolvidas na operação em terra. O fogo consumiu os três pavimentos de concreto e de estrutura metálica da unidade de processo de mistura de borracha e propagou-se para a área de estocagem de pneus. Pequenas explosões continuaram pela noite de segunda-feira.
O incêndio desafiou o limite de capacidade da organização dos bombeiros de uma pequena prefeitura para combater grandes incêndios.
O incêndio estendeu também uma rede de cooperação que abrangeu várias prefeituras da região para interromper a propagação do incêndio.

Entretanto, como os bombeiros lutaram contra o incêndio à noite inteira, o uso de tecnologia de incêndio avançada, incluindo robôs e centenas de veículos de incêndio da região de Tochigi e outras, contribuíram finalmente para controlar o incêndio.
A ferocidade das chamas e a camada de uma fumaça densa e negra que espalhou pela fábrica, alguns bombeiros estavam sentindo indefensos. A cooperação entre as equipes de bombeiros que convergiram a partir de uma grande área e conhecimento técnico de combate a incêndio provaram indispensáveis para extinção de grandes incêndios.

Além disso, aproximadamente 675 toneladas da borracha e um volume grande de negro de fumo, fuliginoso, material básico utilizado durante o processo de fabricação de pneus, 2 tanques de 10t/cada, de gás butano altamente inflamável, seis tanques que contendo uma mistura de nitrogênio e dióxido de carbono, e aproximadamente 30 produtos químicos diferentes, incluindo o enxofre, estavam armazenados na fábrica.
A combinação destas substâncias aumentou os esforços para extinção do incêndio usando a água de maneira ineficaz. Os próprios pneus impediam a tentativa para extinguir o incêndio devido ao composto da borracha, e o valor elevado da temperatura liberada, pois os pneus são difíceis de extinguir o fogo rapidamente, uma vez que eles estão incandescentes (a área de troca de calor é pequena, a água apenas molha superficialmente a carcaça do pneu e grande parte da água é perdida).

O Corpo de Bombeiros de Tóquio utilizou um potente canhão d’água que pode lançar volumes grandes d’água por uma mangueira tão extensa, cerca de dois quilômetros, para combater o incêndio. Os responsáveis pela operação estavam preocupados, pois haveria água insuficiente para usar no canhão devido à quantidade de água consumida antes da sua chegada, mas o canhão foi capaz retirar água de uma piscina numa escola primária, distante 600 m da fábrica.

"Mikio Endo, oficial bombeiro do Corpo de Bombeiros de Tóquio , disse," o uso de equipamento sofisticado para conduzir a operações de combate ao fogo produziu este resultado, o controle do incêndio."

A fumaça continuava ainda na fábrica, mas o fogo foi praticamente extinto para os bombeiros, para que eles pudessem penetrar na estrutura de três pavimentos, disse Ishizaki, oficial bombeiro. As chamas eram para serem extintas na manha de quarta-feira, ele disse.
De acordo com a autoridade da prefeitura de Tochigi, da divisão de segurança contra incêndio e prevenção de desastre, as normas da agencia de gerenciamento de incêndio e de desastre, para recursos para combate a incêndio, estipula que cada unidade do Corpo de Bombeiros deve ter um veiculo capaz de combater incêndios em instalações, tais como; complexos industriais e fábricas que manipulam substancias perigosas

A equipe de bombeiros de Kuroiso-Nasu é equipada com apenas um veículo adequado para combater incêndios químicos, e por conseguinte encontra-se nesta exigência.
O governo de Tochigi pediu que todas as unidades de corpos de bombeiros da região com veículos capazes de combater incêndios químicos dirigissem para o local do incêndio.
Entretanto, a intensidade do incêndio diminuiu estes recursos e exigiu que os veículos de apoio estivessem afastados mais distante do local.
Por volta das 11h50, de terça-feira, os bombeiros declararam que o fogo está sob controle

EQUIPAMENTOS CONTRA INCÊNDIO DA FÁBRICA
As autoridades da agência da defesa contra fogo disseram que para fábrica exigia apenas hidrantes e alarmes contra incêndio, mas nenhum sistema automático de extinção de incêndio (sistema de sprinkler).

CAUSA PROVÁVEL
O incêndio iniciou-se nas instalações de três pavimentos usados para mistura de produtos químicos e borracha. A Bridgeston e o Corpo de Bombeiros disseram que a causa do incêndio não foi ainda determinada, mas acredita-se que começou no segundo pavimento na área de processo de mistura de borracha, em um dos tanques de mistura de borracha, negro de fumo e produtos químicos para produzirem pneus.
Um trabalhador informou que viu o fogo no local. Os responsáveis pela fábrica disseram que a borracha é aquecida acima de 100 graus, quando está sendo misturada e amassada com outros materiais. Os cilindros que amassam a mistura geram calor por fricção.
Eiji Yanai, do Instituto de Pesquisa Nacional do Fogo e de Desastre, diz que o enxofre poderia se inflamar sob o calor intenso numa reação química.

FALHAS NA SEGURANÇA
Algumas portas de aço de enrolar (fire shutters, portas de aço que ficam na posição aberta, em caso de incêndio, possui dispositivos; motor elétrico, elo fusível, que fecham automaticamente, isolando a área,) não se fecharam completamente, permitindo a propagação das chamas.
Depois da ocorrência do incêndio, a empresa inspecionou as demais fábricas (oito) e encontrou os mesmos defeitos similares em sete fábricas. Um executivo da Bridgestone disse, que estava chocado pela displicência da fábrica em relação a procedimentos de segurança.

RETORNO DOS MORADORES
As autoridades na terça-feira suspenderam o aviso de evacuação para os 5.032 residentes na área, disse o porta-voz da cidade, Mako Mori. Aproximadamente 250 pessoas passaram à noite num ginásio escolar e 15 foram tratados com sintomas de intoxicação pela fumaça, incluindo; gargantas e olhos irritados, disse Mori.

BALANÇO DO INCÊNDIO
■ o fogo destruiu quase 40.885 m2 de instalações e
■ queimou entre 20.000 a 50.000 pneus armazenados na parte externa, no lado norte do edifício de três pavimentos.
O incêndio afetará os lucros de Bridgestone devido;
■ às perdas de aproximadamente de 100.000 pneus destruídos no incêndio,
■ redução na capacidade de produção, em um aumento em custos do transporte e
■ no investimento exigido para restaurar a fábrica de Tochigi.

VÍTIMAS: não houve

EQUIPES DE EMERGÊNCIA E BOMBEIROS:
Cerca de 144 viaturas de incêndio e quase 400 bombeiros estavam no local.

FÁBRICA “TOCHIGI”
A Bridgestone, um dos maiores fabricantes de pneus do mundo, controla quase 50 por cento do mercado japonês. A fábrica de Tochigi participa com quase 13 por cento da produção total de pneus para o mercado doméstico.
A fábrica produz 5.700 pneus por dia para caminhões e ônibus e 15.300 pneus para automóveis. É responsável exclusivamente para a produção de alguns pneus especiais para veículos comerciais e trens (monotrilho).

GRUPO BRIDGESTONE
De acordo com Bridgestone, a fábrica “Tochigi”, tem uma área construída de 514.000 m2, produz pneus para automóveis, ônibus e caminhões. É uma das principais fábricas do grupo no Japão e começou a operação em 1971 e tem 850 funcionários. A Bridgestone possui 9 fábricas espalhadas no Japão e 45 fábricas no exterior.

INVESTIGAÇÃO DO INCÊNDIO
Os especialistas de incêndio japoneses começaram sua investigação sobre a causa do incêndio na Bridgestone na quarta-feira, com a mídia local noticiando como causa provável a negligencia.
Entretanto, cerca de 35 peritos tinham ainda de examinar com detalhes a fábrica, por causa do calor no interior do edifício, disse o porta-voz da polícia.
Os peritos estavam focalizando as instalações destruídas que era usada para mistura de produtos químicos e borracha, um processo que causa calor intenso.

TESTEMUNHAS
Os trabalhadores da fábrica disseram que viram chamas elevando-se de uma dos equipamentos de mistura. "Não determinamos o que causou o incêndio. Embora, sabemos que não foi um incêndio intencional, porém não podemos dizer se este é um caso típico de negligência ou não",disse o porta-voz da polícia .

PARALISAÇÃO DA FÁBRICA – CONSEQÜÊNCIAS

BRIDGESTONE ESFORÇA-SE PARA RETORNAR AS ATIVIDADES
A fabricante japonesa de pneus Bridgestone Corp. disse, que espera para retornar as operações em sua fábrica de Tochigi afetada por incêndio, já sexta-feira à noite. O presidente da companhia Shigeo Watanabe disse numa conferência de imprensa na quarta‑feira, que a prioridade principal seria assegurar a estabilidade de fornecimento aos clientes da empresa, principalmente as montadoras.
A fábrica de Tochigi produz normalmente 6.700 toneladas de pneus por mês para os carros, caminhões e ônibus.

A Bridgestone planeja transferir o processo de fabricação da borracha para outras fábricas e recomeçar as atividades da fábrica com os outros processos não afetados pelo incêndio ainda esta semana.

INCÊNDIO NA BRIDGESTONE PREJUDICA O LUCRO E AS AÇÕES CAEM
Os analistas financeiros disseram que a companhia tem outras oito fábricas de pneus que ajudariam para atenuar o impacto da queda da produção, mas as ações dos investidores da Bridgestone caíram abaixo sete por cento em um ponto na terça-feira, provocando a maior perda na praça principal de Tóquio, embora o mercado em geral ganhou dois por cento.

As ações das empresas concorrentes, Yokohama Rubber e Sumitomo Rubber elevaram-se mais de cinco por cento, pois algumas montadoras, como a Mitsubishi disse, que elas poderiam conseguir pneus de outros fabricantes, se a Bridgestone falhasse no atendimento.
"Faremos tudo para minimizar o efeito em nossos clientes, mas não temos nenhuma idéia quando a produção recomeçará ou qual é o tamanho do golpe do incêndio terá em nosso crescimento," disse a porta-voz da Bridgestone, Setsuko Ozaki. "Mas com um incidente deste tamanho, há um limite para ter algum impacto."
O analista do banco Deutsche, Kunihiro Matsumoto, disse que, embora havia ainda muitas incógnitas, o impacto no lucro seria pequeno, uma vez que a Bridgestone tem mais de 40 fábricas no exterior.
"Devido a isto e a sinergia entre as fábricas do grupo, não prevemos o incêndio provocando alguma queda importante para revisão do lucro", ele escreveu em um relatório.

PREJUÍZO MENSAL DA FÁBRICA
A fábrica fechada por um mês, teria um prejuízo de aproximadamente de US$ 8,6 milhões no lucro operacional.

DIFICULDADE PARA ATENDEREM OS CLIENTES
Para assegurar um pequeno fluxo de suprimento, a Bridgestone está considerando a utilização de pneus de outras fábricas domésticas, ou ainda importando das fábricas do sudeste asiático.
Mas devido às fortes vendas globais, forçaram as quarenta e cinco fábricas mundiais da Bridgestone a trabalharem em plena capacidade, dificultando a produção extra e causando para alguns clientes a redução do nível de produção.

CONSEQÜÊNCIAS DO INCÊNDIO PARA A INDUSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
As montadoras estão ocupadas tentando garantir matéria prima e avaliar se sua produção do veículo será afetada pelo incêndio.
Os observadores expressaram receio que uma grande redução na produção da indústria automobilística terá influencia negativa na economia como um todo, pois a indústria automobilística é vista como força propulsora da economia.
A fábrica de pneus da Bridgestone, perdeu seu núcleo principal no incêndio era a quarta maior fábrica entre as nove fábricas do grupo no país, produzindo aproximadamente 80.000 toneladas dos pneus por ano.

Os quatro principais fabricantes de caminhões que estão produzindo acima da capacidade de produção normal em face da entrada em vigor para o próximo mês de uma norma mais rigorosa em relação à emissão de resíduos poluentes, parecem particularmente vulneráveis ao acidente de Bridgestone, que já está interrompendo o fornecimento de pneus.

■A Isuzu Motors, cujas fábricas de caminhões estão funcionando a plena capacidade, disse que tentará encontrar fornecedores alternativos e tomar outras medidas para evitar a redução na produção.
Alguma redução poderia ser um golpe para os esforços dos fabricantes de caminhões que viram as vendas domésticas de caminhões aumentarem 50 para 70 por cento no ano.
A Isuzu ajusta sua produção de caminhões leves e pesados, de acordo com os pneus da fábrica de pneus da Bridgestone que está em ruínas.
■Um porta-voz da Toyota Motor Corp., que recebe pneus para alguns modelos de veículos da fábrica, disse que produção pode ser afetada, pois montadora tem um estoque de pneus para alguns dias.
■ A Hino Motors Ltd., que possui como único fornecedor de pneus para veículos pesados a fábrica incendiada está analisando outros fornecedores, pois alguns tipos de pneus em estoque na sua principal fábrica “pode acabar em 2 ou 3 dias”, disse uma autoridade da Hino.
■ A Nissan Motors Ltd estava ocupada confirmando seu nível de estoque de pneus, pois fabrica 800 carros por mês, enquanto a Mitsubishi Fuso Truck & Bus Corp. pode aumentar a aquisição de pneus de outros fabricantes se as operações na fábrica continuarem suspensa.

A Bridgestone ainda não anunciou quando a fábrica poderá recomeçar as operações, pois o incêndio surgiu no setor da instalação de mistura de produtos químicos e borracha, que é o estágio inicial do processo e todas as operações serão afetadas a menos que a instalação de mistura reabra prontamente, disseram os responsáveis pela fábrica.
O vice-presidente Isao Togashi da Bridgestone desculpou-se pelo incêndio. " Estamos profundamente consternado pelos problemas causados na vizinhança da fábrica", disse numa reunião em Kuroiso.

RETORNO ÀS ATIVIDADES
A Bridgestone Corporation anunciou em 19 de setembro de 2003, que o Corpo de Bombeiros de Kuroiso certificou que sua fábrica de Tochigi é segura para recomeçar a produção. A companhia verificou as condições das instalações elétricas, de gás e de todos os equipamentos. Determinou que as condições na fábrica, com exceção da área de processo de mistura de borracha danificada, garantem o reinício da produção.

As inspeções verificaram a capacidade dos processos de produção para cumprir os padrões de qualidade rigorosa, bem como, os padrões de segurança.

PREJUÍZOS FINANCEIROS
Bridgestone anuncia os efeitos projetados do incêndio na fábrica “Tochigi” no desempenho financeiro

A Bridgestone recomeçou a produção na fábrica de Tochigi em 20 de setembro e está fornecendo à fábrica, a mistura de borracha de outras fábricas da Bridgestone. A fábrica está operando no momento em aproximadamente 20% de sua capacidade plena. A gerência espera aumentar a produção entre a 60% e a 70% da capacidade plena da fábrica, para o fim do ano.

PREJUÍZO MILIONÁRIO
Bridgestone calcula o efeito adverso total do incêndio em aproximadamente em 343 milhões de dólares. O total inclui perdas diretas dos danos de incêndio, receitas reduzidas atribuídas às perdas de vendas em 2003 e em 2004, e do custo de reconstrução e de equipamentos da área de processo de mistura de borracha.

COBERTURA DO SEGURO
A gerência espera a cobertura de seguro no valor de 34 milhões de dólares.

As perdas diretas do incêndio totalizaram quase 25,73 milhões de dólares.
■ Esse total compreende 11,15 milhões de dólares para as instalações e prédio da área de processo de mistura de borracha,
■ 8,58 milhões de dólares para o estoque de matéria primas e produtos que se queimaram e
■ 6 milhões de dólares para o custo da limpeza e de retirada de entulhos, de acordo com a companhia.

QUEDA NAS VENDAS E RECEITAS
A Bridgestone projeta que os efeitos secundários do incêndio ocasionarão uma redução de 171,5 milhões de dólares nas vendas e de 111,47 milhões de dólares em lucro bruto em 2003.
Entretanto, a diretoria espera alcançar sua projeção original de 19,55 bilhões de dólares para vendas em 2003, e espera um lucro bruto total de 1,2 bilhões de dólares, reduzindo apenas 42,88 milhões de dólares de sua projeção original.
As vendas nos principais mercados no exterior estão muito aquecidas em relação à projetada, no primeiro bimestre e o desempenho financeiro de Bridgestone beneficiou-se também pelo fraco desempenho do iene (desvalorização).

A diretoria projeta que o lucro líquido após o imposto de renda em 2003 totalizará 668 milhões de dólares, reduzindo apenas 17,15 milhões de dólares de sua projeção inicial.
A estimativa elevada para o lucro líquido está dependendo da liquidação da reclamação do seguro de incêndio para o fim do ano.

Para o próximo ano, a diretoria espera que os efeitos secundários do incêndio diminuam as vendas líquidas em 171,5 milhões de dólares, o lucro bruto em 120 milhões de dólares e o lucro líquido após o imposto de renda em 68,6 milhões de dólares.
A diretoria adverte, entretanto, que estas são projeções aproximadas e são sujeitas à mudança, porque a companhia avalia os danos e prepara contramedidas.

INVESTIMENTO NA FÁBRICA
A Bridgestone investirá 85,75 milhões de dólares na reconstrução e substituição dos equipamentos da área de processo de mistura de borracha.

TÉRMINO DA OBRA
A diretoria espera completar a nova área de processo de mistura em setembro 2004.

REVISANDO O SISTEMA DE SEGURANÇA DAS FÁBRICAS
A Bridgestone está revisando os sistemas e procedimentos da prevenção de incêndio em toda sua organização com atenção de impedir a repetição do episódio da fábrica de Tochigi.

Fontes: The Japan Times, The Asahi Shimbun, Yomiuri Shimburi, Bridgestone Corporation-News Release, no período de 8 de setembro de 2003 a 25 de setembro de 2003.

Comentário:
Podemos indagar, por que motivo algumas empresas ocorrem desastres e outras não? Seria simplesmente fatalidade ou sucesso na definição clara de uma política de prevenção? De forma simplista, a diferença entre ganhar ou perder em um desastre é normalmente a presença ou ausência da capacidade de gerenciar a política de prevenção. As empresas que planejam a possibilidade de um desastre, que formulam estratégia para recuperação ou de funções críticas e que treinam os empregados para executarem essas estratégias geralmente sobrevivem a desastres. A produção da fábrica Togichi equivale a 4% da produção global do grupo. Os prejuízos totais, perda direta e indireta equivale a 45% do lucro líquido esperado de 2003.
A preservação dos lucros esperados e ativos da empresa exigem uma consciência dos riscos associados a continuidade do processo de produção e como proteger de eventual ocorrência.
Esse incêndio é o exemplo, como é importante revisar periodicamente ou auditar o sistema de segurança contra incêndio. Uma das causas da propagação do incêndio foi à falha das portas corta-fogo. As falhas de manutenção regular e programa de inspeção são as causas de muitas perdas nas indústrias.

Em geral as empresas procuram em relação a segurança contra incêndio atender apenas a norma de segurança local, sem avaliar corretamente os riscos inerentes ao processo produtivo. Seria a norma para atender as condições ou requisitos técnicos para funcionamento da empresa, esquecendo da implantação de uma política prevencionista, em que a norma é discutida sobre os aspectos estáticos (requisitos) e aspectos dinâmicos (peculiaridade do risco) onde a exigência de proteção ao risco, poderá estar acima da exigência da norma padrão, pois a discussão é feita sobre os fatores dinâmicos que envolvem os riscos (busca da qualidade de uma norma, que enquadra a proteção).

A função da auditoria é verificar e avaliar se o sistema de incêndio instalado é eficaz e está efetivamente operacional para em caso de eventualidade esteja apto para funcionar.
As condições de riscos podem mudar, necessitando revisões na política de incêndio, procedimentos ou necessitando de treinamentos adicionais.

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