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terça-feira, agosto 08, 2023

CICLONE ATINGE 115 CIDADES, DEIXA MORADORES ILHADOS E MORTOS EM SC


O ciclone que influencia o tempo em Santa Catarina desde segunda-feira (2/05/2022) provocou  estragos em 115 municípios. Segundo o balanço divulgado pela Defesa Civil na tarde de quinta‑feira (5):

-44 mil pessoas foram afetadas.

-Duas prisões também foram inundadas pela chuva,

-Moradores ficaram ilhados e

-Três pessoas morreram  

BALANÇO PARCIAL,

-Desalojados: 7.100;

-Desabrigados: 518;

-Região Sul é a área mais afetada;

-Municípios que decretaram Situação de Emergência (SE): Tubarão, Orleans, Forquilhinhas, Urubici, Maracajá; Araranguá, São Joaquim; Lages e Laurentino;

-Número de rodovias alagadas: 22;

-Número de escolas estaduais com aulas suspensas: 154.

PRESÍDIOS

Com a inundação do presídio e da penitenciária de Tubarão, 759 detentos foram transferidos para 14 unidades prisionais. Segundo a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) "internos que tiveram lesões" por conta da ocorrência de inundação "receberam atendimento de saúde".  

Já adolescentes que estavam no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) da cidade, que não chegou a alagar, foram levados para São José, na Grande Florianópolis. As três unidades ficam no bairro Bom Pastor, mas em terrenos diferentes.

MORTES

José Vieira Lima, de 60 anos, e Nilson da Silva Lima, de 40 anos, foram encontrados mortos pelo Corpo de Bombeiros Militar em São Joaquim, na Serra catarinense, dentro de um rio na tarde de terça-feira (3). As vítimas estavam na localidade conhecida como São Paulo Velho.

Os socorristas foram acionados para resgate e busca dentro de um córrego no interior do município, mas, segundo a Defesa Civil, o volume da chuva subiu o nível do rio e o veículo foi localizado caído com as rodas viradas para cima na região.

Na quarta-feira (4), um homem de 45 foi arrastado pela correnteza e morreu em Urubici, também na Serra.  

MORADORES ILHADOS

Em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, quatro agricultores passaram a noite ilhados na comunidade Vargem do Braço, e foram resgatados na terça-feira. Já em Braço do Norte, quatro crianças e duas professoras precisaram ser resgatadas em uma creche manhã de terça-feira devido ao alagamento da rua que dá acesso à unidade.

Treze alunos de uma escola de Joinville, no Norte catarinense, também ficaram ilhados por causa da chuva e precisaram ser resgatados pelos Bombeiros Voluntários no início da tarde de quarta.

PORTOS FECHADOS

Com a Marinha a interrompeu o canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes, no Litoral Norte. Quatro navios estavam atracados e aguardavam autorização para sair do local.

Uma das embarcações aguardava autorização para manobrar no Porto de Itajaí. Outros dois, aguardavam no Portonave. O quarto esperava no terminal Barra do Rio, em Itajaí. Cada dia com a embarcação parada equivale a uma perda que varia entre US$ 30 mil e US$ 50 mil.

CIDADES EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

O número de cidades de Santa Catarina que decretaram situação de emergência chegou a 27 noe sábado (7). No balanço da noite de sexta-feira (6), eram 22 municípios.

De acordo com dados da Defesa Civil, divulgados no sábado, 7.100 pessoas seguiam desalojadas e 518 desabrigadas. Três pessoas morreram por conta do mau tempo.

Conforme a Defesa Civil, 44 mil pessoas foram afetadas em 121 municípios catarinenses. Duas prisões também foram inundadas pela chuva e moradores ficaram ilhados.

Municípios que decretaram Situação de Emergência (SE): Tubarão, Orleans, Forquilhinha, Urubici, Maracajá, Araranguá, São Joaquim, Lages, Laurentino, Alfredo Wagner, Rio Rufino, Taió, Anitápolis, Monte Carlo, Videira, Macieira, Rio das Antas, Tangará, Rio do Oeste, Anitápolis, Lauro Muller, São Martinho, Armazém, Gravatal, Braço do Norte, Grão Pará e Capivari de Baixo.

BALANÇO FINAL DAS OCORRÊNCIAS

Foi atualizado para 121 os municípios que registraram ocorrências relacionadas às chuvas que atingiram o Estado. Houve 03 óbitos, sendo (02) no município de São Joaquim e (01) no município de Urubici todos relacionados à pessoas que tentaram passar por áreas inundadas com veículos que foram arrastados pela correnteza.

São contabilizados 7.100 desalojados e 518 desabrigados, num total de 44.000 pessoas afetadas, conforme dados informados pelas Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil.  Fontes: g1 SC e NSC TV -05/05/2022, Defesa Civil de Santa Catarina -  12/05/2022

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domingo, maio 28, 2023

COMO AS CHUVAS SE TRANSFORMAM EM ENCHENTES

Não há dúvida de que a água pode causar uma enorme destruição, como mostraram as recentes chuvas na Itália. Mas como um elemento tão pacífico consegue desenvolver uma força tão destruidora?

Como se fossem castelos de cartas, casas inteiras desabaram ou foram arrastadas por um enorme volume de água marrom nos últimos dias. Numa questão de minutos, as enchentes na Itália varreram carros como se fossem de brinquedo e transformaram porões em armadilhas mortais. Repetidas vezes, a natureza demonstra sua força avassaladora e nada nos resta a fazer.

Mas como a água pode exercer uma força tão poderosa? É exatamente esta pergunta que reponde Michael Dietze, da Seção de Geomorfologia do Helmholtz Center Potsdam, no site do Centro Alemão de Pesquisa em Geociências (GFZ).

UM METRO CÚBICO DE ÁGUA PESA UMA TONELADA

O primeiro a se ter em mente, diz Dietze, é que um metro cúbico de água pesa uma tonelada - um peso e tanto! Isso significa que "a água pode exercer uma pressão enorme sobre um objeto em seu caminho. E quando em movimento, a água é imensamente poderosa - tão poderosa que é capaz de varrer carros ou até mesmo contêineres que não estiverem ancorados no chão".

Mas outros fatores também entram em jogo, incluindo a erosão. Superfícies degradadas, ainda que aparentemente estáveis, podem ser facilmente varridas pelas cheias.

No GFZ de Potsdam, os pesquisadores estudam exatamente como a água mobiliza sedimentos, como as ondas de inundação viajam e como as poderosas enchentes varrem as paisagens.

Chuvas fortes estão entre os perigos mais subestimados, adverte o Serviço Meteorológico Alemão (DWD), pois são difíceis de prever e raramente estão associadas a uma localização específica. Embora possam prever a região, os meteorologistas não são capazes de antecipar exatamente quando ou quanto choverá num determinado local.

Como resultado, fortes chuvas podem causar mais danos do que o esperado, mesmo em lugares que não estão situados em vales estreitos ou perto de grandes rios. "As fortes precipitações despejam uma quantidade tão grande de água no solo, muitas vezes já saturado pelas chuvas anteriores, que ele não é capaz de escoar mais nada", explica o geomorfólogo Dietze.

DIFERENTES TIPOS DE SOLO ABSORVEM A ÁGUA DE MANEIRA DIFERENTE


O volume de água não é o único fator. A composição do solo, ou melhor, sua capacidade de absorver, armazenar e escoar água, também desempenha um papel importante.

É aqui que entra em jogo o tamanho dos poros das partículas do solo. "Colóides" são partículas minúsculas medindo menos de 2 micrômetros de largura - pequenas demais para serem visíveis a olho nu. Mas em grandes quantidades, justamente por terem dimensões minúsculas, elas fornecem uma imensa área de superfície onde as moléculas de água podem se ligar.

Os solos argilosos e arenosos contêm muitos desses colóides, nos quais a chamada "água intersticial" é retida e não consegue escorrer. Tais solos contêm poucos poros e, portanto, uma vez devidamente saturados, podem reter mais água do que areia.

Os grãos de areia, por sua vez, são maiores, com bem mais poros grandes e cheios de ar e apenas um pequeno número de colóides. No solo arenoso, a água mal pode ser retida e acaba escoando rapidamente.

Outra questão crucial é a condição do solo antes da chuva. No caso de uma chuva repentina e forte após um período prolongado de seca, o solo não consegue absorver a água de uma só vez. O solo seco tem o que é chamado de "repelência à água", o que significa que, em vez de escoar, a água flui pela superfície. Resíduos vegetais também são um fator, pois liberam gorduras e substâncias cerosas durante condições secas.

A ÁGUA FORJA SEU PRÓPRIO CAMINHO

Quando o solo fica saturado após longos períodos de chuva, a água não tem outra escolha a não ser escorrer pela superfície até desaguar nos córregos e rios.

"Uma vez chegando lá, ela pode atingir velocidades muito altas", disse Dietze. Na estação de pesquisa ecológica da Universidade de Colônia, que fica às margens do rio Reno, por exemplo, a água flui normalmente a uma velocidade de 1 a 2 metros por segundo.

"Quanto maior a velocidade e a inclinação - especialmente em taludes e cumes - e quanto mais profundo o rio, mais força a água poderá captar no leito fluvial. Sua força é equivalente a vários quilos, o que é suficiente para varrer areia, pedras e até detritos", explicou Dietze.

ÁGUA E PARTÍCULAS: UMA COMBINAÇÃO FATAL

Mas isso, por si só, não é suficiente para arrasar casas e ruas. Por trás disso estão também as partículas que são carregadas junto com a água. Elas penetram no solo, nas ruas e nas paredes das casas, desenvolvendo um enorme poder de erosão.

"Uma vez que partes desses objetos começam a ser atacadas, o material por baixo é carregado mais facilmente", explicou Dietze, acrescentando que ruas e prédios em terreno não consolidado também podem ser danificados, facilitando a quebra de mais material.

"Essa combinação de material sendo arrastado com o poder de simplesmente carregar ainda mais material solto dá à água em rápido movimento o poder de causar danos enormes num curto espaço de tempo", acrescentou.

Ele enfatizou ainda que tais inundações podem se desenvolver em qualquer lugar onde ocorram chuvas fortes. Segundo Dietze, a precipitação extrema é especialmente perigosa em áreas altas e montanhosas, onde o eventual rompimento repentino de barragens pode causar o transbordamento de lagos inteiros, ou onde grandes quantidades de gelo derretido podem desencadear deslizamentos de terra e ondas de inundação nos vales logo abaixo.

AS INUNDAÇÕES PODEM SER PREVISTAS?

"Avisos meteorológicos podem ser derivados de previsões", disse Dietze. "Por exemplo, as previsões meteorológicas podem ser alimentadas em modelos hidrológicos, para poder fazer previsões sobre a probabilidade e o desenvolvimento de inundações."

Por outro lado, o processo de erosão é mais difícil de prever. Como tais eventos acontecem muito rapidamente, sua intensidade é difícil de medir com precisão.

Com a ajuda de imagens de satélite e, principalmente, de sismômetros, os pesquisadores passaram os últimos anos tentando acompanhar as ondas de inundação em tempo real e calcular sua intensidade. As pesquisas ainda se encontram nos estágios iniciais, enfatizou Dietze, mas têm um imenso potencial quando se trata de sistemas de alerta precoce de inundações. Fonte: Deutsche Welle – 22.05.2023  

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terça-feira, maio 23, 2023

ENCHENTES ALAGAM CIDADES E MATAM AO MENOS 11 NA ITÁLIA


 Governo local diz que choveu em 36 horas o equivalente a seis meses e estima prejuízo em bilhões de euros. Várias cidades estão inundadas nas províncias de Forlí-Cesena e Ravena.

Equipes de resgate continuam trabalhando na quinta-feira (18/05) por causa das graves inundações que devastaram localidades inteiras da região da Emilia-Romagna, no norte da Itália, e causaram prejuízos de bilhões de euros, segundo estimativa do governo local.

As autoridades locais disseram que choveu em 36 horas o equivalente a seis meses. "Nunca se tinha visto um fenômeno dessa magnitude no nosso país", declarou o presidente regional, Stefano Bonaccini.

Ao menos 11 pessoas morreram, segundo balanço desta quinta-feira. Entre elas estão pessoas que foram arrastadas pelas águas. O número de vítimas pode aumentar. Autoridades confirmaram que há 10 mil pessoas deslocadas.

Quarenta e duas cidades foram inundadas pelas águas, e centenas de estradas e rodovias foram destruídas. Mais de 20 rios transbordaram, e ocorreram mais de 280 deslizamentos de terra. As áreas mais afetadas estão nas cidades de Faença e Forlí e na área de Ravena.

Os prejuízos chegam a vários bilhões de euros, acrescentou Bonaccini. "Os danos foram muito maiores do que aqueles que esperávamos, mas felizmente emitimos um alerta vermelho 24 horas antes, caso contrário teria sido uma tragédia ainda mais dramática", disse o presidente regional.

"Os 30 milhões disponibilizados pelo governo são bem-vindos e agradeço que os disponibilizem de imediato, mas aqui estamos falando de bilhões de euros de prejuízos", declarou Bonaccini à emissora de televisão pública italiana RAI.

"Foi como um novo terremoto na véspera do catastrófico evento em Emilia-Romagna em 2012, cujo aniversário está prestes a acontecer. Cerca de 40 municípios foram inundados, estruturas destruídas, ferrovias interrompidas, estradas provinciais praticamente demolidas, e uma ponte desabou", descreveu Bonaccini.

Nas províncias de Forlí-Cesena e Ravena há cidades inteiras inundadas, situação que pode piorar nas próximas horas, já que o nível de quase todos os rios ainda está acima do limite de emergência.

As enchentes deixaram 34 mil residências sem eletricidade, 100 mil pessoas com problemas em seus telefones celulares e outras 10 mil com problemas nas linhas fixas. Fonte: Deutsche Welle - 18/05/2023



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domingo, fevereiro 27, 2022

FORTES CHUVAS ATINGIRAM A REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO E INTERIOR

Desde a noite de 28 de janeiro de 2022, fortes chuvas atingiram a Região Metropolitana de São Paulo durante cinco dias, causando dezenas de mortes. Vários pontos da cidade de Franco da Rocha alagaram, principalmente o centro e áreas próximas, com o desabamento de várias casas, devido a deslizamentos de terra. O tráfego de trens foi interrompido devido ao alagamento dos trilhos entre Francisco Morato e Perus. O tráfego de veículos entre o município e Jundiaí também foi prejudicado devido aos deslizamentos de terra e queda de árvores na SP-332, principal rodovia que liga as cidades

A SITUAÇÃO ATÉ O MOMENTO, SEGUNDO INFORMAÇÕES DA DEFESA CIVIL:

VÁRZEA PAULISTA - Cinco pessoas da mesma família morreram após a casa em que moravam ser atingida por um desmoronamento. As vítimas são um casal, um bebê de um ano e duas crianças, uma de 10 e outra de 12 anos;

EMBU DAS ARTES - Três pessoas, também de uma mesma família, morreram após uma casa ser atingida por um deslizamento de terra na madrugada de domingo. As vítimas são a mãe e dois filhos — uma menina de quatro anos e um rapaz de 21 anos. Quatro pessoas conseguiram escapar.

FRANCO DA ROCHA - Quatro pessoas morreram, há ainda oito feridos e quatro desaparecidos;

FRANCISCO MORATO - Quatro pessoas morreram;

RIBEIRÃO PRETO - Uma pessoa morreu;

ARUJÁ - Uma pessoa morreu;

JAÚ - Uma pessoa morreu.

RESGATE EM FRANCO DA ROCHA E FRANCISCO MORATO

A Prefeitura de Franco da Rocha afirmou que as equipes estão mobilizadas no resgate de vítimas de um deslizamento de terra na Rua São Carlos, no Parque Paulista, que fica na divisa com Francisco Morato. Três pessoas morreram no local. Sete pessoas foram resgatadas com vida, mas uma morreu no local.

Foto: Franco da Rocha
Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros usaram botes para resgatar moradores na manhã de domingo (30), em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo. O Ribeirão Eusébio e o Rio Juquery transbordaram, deixando a área central da cidade alagada.

CAIEIRAS

Em Caieiras, na Grande SP, as chuvas deixaram casas e ruas completamente alagadas. Muita gente ficou ilhada, e o resgate está sendo feito por tratores da Prefeitura e caminhões.

Os pontos de alagamento ainda deixaram muita gente presa no trânsito, impossibilitados de transitar pelas ruas. O acesso a outras cidades também está impossibilitado. A cidade registrou ainda um deslizamento de terra, em que ninguém ficou ferido.

De acordo com o prefeito toda a área baixa da cidade está alagada. Ainda não há número de desabrigados ou desalojados pelas chuvas.

VÁRZEA PAULISTA

Uma equipe da Defesa Civil procura por quatro pessoas desaparecidas de uma família, na manhã deste domingo (30), no Jardim Promeca, em Várzea Paulista (SP). O corpo de um homem já foi retirado da casa pela equipe.

De acordo com o órgão, na cidade choveu 88 mm nas últimas 72h. O bairro mais prejudicado foi o Jardim Promeca, a região onde há desaparecidos.

Segundo a Defesa Civil, as buscas estão sendo realizadas no imóvel da família. Uma grande quantidade de terra de um morro desmoronou e atingiu um dos quartos do casal e das crianças.

As chuvas intensas em Várzea Paulista fizeram o Rio Jundiaí também invadir a Avenida Marginal.

BALANÇO DA DEFESA CIVIL - 31 DE JANEIRO

A Defesa Civil do Estado de São Paulo confirmou, 34 óbitos em razão das chuvas que atingiram diversas regiões do estado desde a última sexta-feira (28). Os transtornos provocados pelo mau tempo também deixaram cerca de 5.770 famílias desabrigadas ou desalojadas.

Entre as vítimas há um total de oito crianças. Além disso, há 14 feridos e 0 desaparecido. Ainda de acordo com a Defesa Civil, há ocorrências espalhadas por todo Estado relacionadas às chuvas, como alagamentos, queda de árvores, quedas de muros e deslizamentos de terra. No total, são 39 municípios afetados.

ITAPEVI – 1 óbito

ARUJÁ – 1 óbito

FRANCISCO MORATO – 4 óbitos

EMBU DAS ARTES – 3 óbitos

FRANCO DA ROCHA: 18 óbitos

VÁRZEA PAULISTA – 5 óbitos

JAÚ – 1 óbito

RIBEIRÃO PRETO – 1 óbito

A Defesa Civil já forneceu, até o momento, 1.012 cestas básicas, 1.316 kits de higiene/limpeza  e 1.154 kits dormitório.

RECURSOS LIBERADOS

O governado do estado anunciou a liberação de R$ 15 milhões para as cidades afetadas.

Os recursos anunciados serão destinados aos municípios de Arujá (R$ 1 milhão), Francisco Morato (R$ 2 milhão), Embu das Artes (R$ 1 milhão) e Franco da Rocha (R$ 5 milhão), na Região Metropolitana de São Paulo, e Várzea Paulista (R$ 1 milhão), Campo Limpo Paulista (R$ 1 milhão), Jaú (R$ 1 milhão), Capivari (R$ 1 milhão), Montemor (R$ 1 milhão) e Rafard (R$ 1 milhão), no interior do Estado.

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

Historicamente, Franco da Rocha já havia sido inundada por águas da chuva em 1987, 2011, 2015, 2016, 2018.

FRANCO DA ROCHA

É um município da região metropolitana de São Paulo. Compõe, juntamente com outros 39 municípios, a região no entorno da cidade de São Paulo, capital do Estado. Está a 27 quilômetros do centro da capital, 728 metros acima do nível do mar.

Com território de 132,775 km² Franco da Rocha faz divisa com os municípios de Cajamar, Caieiras, Mairiporã, Francisco Morato, Jundiaí e Campo Limpo Paulista. Junto com os quatro

primeiros municípios dessa lista integra a região hidrográfica denominada Bacia do Juquery, principal rio que cruza a região; a bacia ainda é composta pelo Reservatório Juquery, Ribeirão Euzébio, Ribeirão Borda da Mata, Ribeirão Itaim, Tanque Velho, Cristais, Santa Inês, Córrego

da Colônia e Córrego da 3ª Colônia.

Segundo o IBGE (2016) a população de Franco da Rocha é de 147.650 habitantes, sendo desses 67.462 homens e 64.142 de mulheres. Abaixo um gráfico com a distribuição por faixa etária no município:

A população ocupa predominantemente a área urbana, sendo que 92,1% da população encontra‑se na cidade, enquanto que 7,9% da população de Franco da Rocha encontra-se em área rural.

Fontes: Por g1 SP — São Paulo - 30/01/2022, g1 SP e TV Globo - São Paulo - 31/01/2022   e Defesa Civil do Estado de São Paulo



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domingo, janeiro 30, 2022

INUNDAÇÕES EM MINAS GERAIS

As fortes chuvas que há semanas atingem MG continuam afetando a população e causando prejuízos. Rios transbordando, alagamento, inundações se espalham por várias regiões do estado. Os números de desabrigados e desalojados não param de aumentar. Desde o início da  estação  chuvosa, que este ano começou em outubro, um mês antes que o habitual.




Início da chuva – 01/10/2021

Danos humanos; (acumulado de 01out/2021  até  16/01/2022)

Mortos - 25

Desabrigados- 7.336

Desalojados - 47.911

Município em emergência – 374, dos 845 municípios

Fonte: Defesa Civil Estadual de Minas Gerais


ESTAÇÃO CHUVOSA EM MINAS GERAIS

A estação chuvosa em Minas Gerais, assim como, em toda a Região Sudeste, ocorre entre os meses de outubro a março, porém as primeiras pancadas de chuva, normalmente ocorrem na segunda quinzena de setembro, evidenciando o declínio da estação seca. Historicamente, no decorrer do mês de outubro, as pancadas de chuvas se tornam mais frequentes, estabelecendo na segunda quinzena do mês o início do período chuvoso no Centro-Sul e Oeste mineiro.

O aumento na frequência das chuvas se propaga gradativamente para o Centro-Norte e Leste, de forma que no início de novembro, todo o Estado já se encontra com a estação chuvosa estabelecida. O trimestre novembro a janeiro é frequentemente o mais chuvoso do ano. Normalmente, as chuvas deste trimestre é que favorecem para a recuperação dos reservatórios hídricos na Região Sudeste.

O transporte de umidade da Amazônia para o Brasil Central e Sudeste se estabelece entre a primavera e o verão, favorecendo a ocorrência diurna de pancadas de chuva, assim como, a configuração da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS decorre da conexão deste canal de umidade com um sistema frontal que permanece estacionário sob o oceano, nas imediações do litoral da Região Sudeste, configurando uma banda de nebulosidade que se estende da Amazônia, passando pelas regiões brasileiras mencionadas, se estendendo para o Atlântico Sul. As regiões sob este sistema apresentam chuva praticamente contínua por dias consecutivos. Por outo lado, períodos consecutivos de dias sem chuva durante a estação chuvosa, denominados veranicos, são comuns principalmente em fevereiro. Fonte: Instituto Nacional  de Meteorologia – Inmet - 5º Distrito de Meteorologia / Minas Gerais / Belo Horizonte

AS INUNDAÇÕES SÃO FENÔMENOS NATURAIS

As inundações são fenômenos naturais que possuem como causas mais comuns eventos de pluviosidade intensa e de pouca duração ou períodos de chuvas contínuas.

Todavia, apesar de naturais, as inundações têm tido sua frequência e magnitude alteradas pelas modificações do uso e ocupação do solo, bem como suas consequências têm sido mais impactantes em termos socioeconômicos, devido, principalmente, à ocupação de áreas marginais inundáveis (planícies fluviais) nas zonas urbanas.

A urbanização ao longo das planícies fluviais é um processo histórico, fruto das facilidades geradas para a implantação de atividades agrícolas e para a utilização dos cursos fluviais como meio de transporte. Como resultado, desde cerca de quatro mil anos a humanidade convive com os riscos associados à localização de suas atividades e moradias no entorno de corpos hídricos. Estes riscos, muitas vezes, se refletem em significativas perdas humanas e materiais em diferentes áreas do mundo.  Fonte: Joana Maria Drumond Cajazeiro, geógrafa

Comentário: As principais causas de inundação seriam:

■ A morfologia da cidade a região tem relevo altamente acidentado, formado por serras, morros, fundo de vale, e encostas íngremes.

■ O clima: chove torrencialmente na época de verão

■ Uso e ocupação do solo de maneira desordenada

■ Não há mapeamento das áreas inundáveis quanto a:

1-Conhecimento da relação cota x risco de inundação

2- Definições dos riscos de inundação de cada superfície

3- Incorporação a Legislação Municipal de uso e ocupação do solo em zona de risco

4- Uso de Sistema de Informações Geográficas na análise de projetos de edificações e equipamentos urbanos.

5- Controle público da ocupação regular e irregular

■ a prática legalizada da construção ilegal e construção de obras públicas que não respeita o ecossistema.

■ O aumento da vulnerabilidade é atribuível ao uso do solo e da água que é muitas vezes ainda não considera as limitações impostas pela hidrogeologia. É comum no país como padrão, canalizar córrego, retificar e construção de avenidas ao logo das margens dos córregos e rios. Em conseqüência disso há uma ocupação desordenada do solo, principalmente construções, aumentando ainda mais a impermeabilização do solo.

Infelizmente a historia de desastre natural demonstra que tais acidentes se repetem após um ciclo de poucos anos. Não aprendemos ou as pessoas mudam e as lições são esquecidas, com os erros dos que nos antecederam. Infelizmente, muita gente não consegue enxergar nem tirar proveito dos fatos que já aconteceram , imagine a cegueira diante dos fatos portadores de futuro que repetirão os mesmos erros. A natureza tem suas próprias leis para provocar desastres.


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segunda-feira, janeiro 03, 2022

PREJUÍZOS POR DESASTRES CLIMÁTICOS AUMENTARAM EM 2021

 Do furacão Ida nos EUA a enchentes na China e na Europa, desastres impulsionados por mudanças climáticas atingiram países ricos e pobres e custaram mais de US$ 170 bilhões e centenas de vidas neste ano, aponta relatório.

Os dez desastres climáticos mais caros de 2021 causaram mais de 170 bilhões de dólares (R$ 964,8 bilhões) em prejuízos, 20 bilhões de dólares (R$ 113,5 bilhões) ou 13% a mais que em 2020, divulgou a organização de caridade britânica Christian Aid nesta segunda-feira (27/12).

A alta nos prejuízos em relação ao ano passado reflete os efeitos das mudanças climáticas causadas pelo homem, afirmou a entidade, que a cada ano calcula os custos de enchentes, incêndios e ondas de calor.

Segundo a Christian Aid, os dez desastres mais caros de 2021 também mataram ao menos 1.075 pessoas e deixaram 1,3 milhão de desabrigados.

"Os custos das mudanças climáticas foram graves neste ano" afirmou Kat Kramer, líder de políticas climáticas na Christian Aid e autora do relatório Counting the cost 2021: a year of climate breakdown (Contando o custo de 2021: um ano de colapso climático).

O desastre mais caro de 2021 foi o furacão Ida, que atingiu o leste dos Estados Unidos e causou cerca de 65 bilhões de dólares em prejuízos (R$ 369 bilhões) e 95 mortes. Após chegar a Louisiana no fim de agosto, o furacão avançou em direção ao norte e causou enchentes na cidade de Nova York e arredores.

Inundações históricas na Europa Ocidental e Central em julho vêm em segundo lugar na lista, tendo causado perdas de mais de 43 bilhões de dólares (R$ 244 bilhões) e mais de 240 mortes. Alemanha, França, Holanda, Bélgica e outros países foram atingidos por chuvas extremas que cientistas dizem terem se tornado mais prováveis e frequentes devido ao aquecimento global.

Uma onda de frio e uma tempestade de inverno no Texas que derrubou a vasta rede elétrica do estado americano custou 23 bilhões de dólares (R$ 130,5 bilhões).

Inundações na província chinesa de Henan em julho custaram cerca de 17,6 bilhões de dólares (R$ 100 bilhões) e 302 vidas. O volume de chuvas registrado na capital de Henan, Zhengzhou, ao longo de três dias foi quase o equivalente à média anual, inundando o sistema de metrô.

Outros desastres que custaram vários bilhões de dólares incluem inundações no Canadá, uma geada no final da primavera na França que danificou vinhedos, e um ciclone na Índia e Bangladesh em maio.

INJUSTIÇA CLIMÁTICA: O relatório, feito com base em pedidos a seguradoras, reconheceu que sua avaliação abrange principalmente desastres em países ricos onde a infraestrutura é melhor assegurada e que o custo financeiro dos desastres nos países pobres é muitas vezes incalculável.

A entidade cita como exemplo o Sudão do Sul, onde enchentes ocorridas entre julho e novembro forçaram mais de 850 mil pessoas a deixarem suas casas, muitas das quais já estavam desabrigadas devido a conflitos e outros desastres.

"Alguns dos mais devastadores eventos climáticos extremos em 2021 atingiram as nações mais pobres, que pouco contribuíram para as mudanças climáticas", observou o comunicado de imprensa do relatório, destacando a injustiça dos impactos do aquecimento global.

AÇÕES URGENTES: Em meados de dezembro, a maior companhia de seguros e resseguros do mundo, a Swiss Re, estimou que todos os eventos climáticos extremos e catástrofes naturais em 2021 causaram cerca de 250 bilhões de dólares em prejuízos, 24% a mais que no ano passado. O relatório da Christian Aid aponta que o custo somente para a indústria de seguros foi o quarto mais alto desde 1970.

Os custos financeiros e humanos das mudanças climáticas devem continuar a aumentar, a não ser que governos intensifiquem esforços para reduzir emissões e contenham o aquecimento global, diz o relatório.

"Embora tenha sido bom ver algum progresso sendo alcançado na COP26, está claro que não estamos no rumo para assegurar um mundo seguro e próspero", afirmou Kramer.

Apelos crescentes de países em risco para que se estabeleça um novo fundo para ajudar a cobrir perdas e danos num mundo mais quente devem ser uma prioridade global em 2022, disse Nushrat Chowdhury, assessor de justiça climática da Christian Aid em Bangladesh. Fonte: Deutsche Welle- 27.12.2021 

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sábado, fevereiro 22, 2020

CHUVA ALAGA RUAS E PROVOCA CAOS NO TRANSPORTE EM SÃO PAULO
















A partir de 9 de fevereiro de 2020, chuvas torrenciais começaram a assolar São Paulo e suas regiões, na madrugada do dia seguinte, um forte temporal assolou a Grande São Paulo e o Litoral, e isso deixou as localidades afetadas em caos e em situação de emergência para deslizamentos de terra e transbordamento de rios, a maioria das aulas em escolas e trabalhos foram suspensos no dia 10 de fevereiro, várias cidades paulistas enfrentaram caos total e a Grande São Paulo teve um recorde de chuva com 140,8 milímetros de chuva no dia, fazendo isso o segundo dia mais chuvoso desde o início das medições e a maior chuva desde 21 de Dezembro de 1988

Segundo dados dos Bombeiros divulgados às 8h45, a Grande São Paulo tinha;
§320 acionamentos para enchentes,
§47 acionamentos para quedas de árvores e 36 para desabamentos e desmoronamentos.

VIAS INTERROMPIDAS
Trechos de vias importantes como as marginais Pinheiros e Tietê ficaram alagados e foram interditados. Por volta das 9h30, eram 56 pontos de alagamentos, sendo 51 intransitáveis, de acordo com a última atualização do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências).
As marginais registraram pontos de alagamento na altura das pontes das Bandeiras, Jaguaré, Ari Torres, Cidade Jardim, Limão, Piqueri e Casa Verde. A pista local da marginal Pinheiros na altura da ponte Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo, no sentido Castelo Branco, na zona sul, foi interditada. Veja no site do CGE os pontos de alagamento na cidade.

Também houve registro de trechos alagados nas avenidas Roberto Marinho, Santo Amaro, Marquês de São Vicente, 9 de Julho e no túnel Paulo Autran. Os bairros do Butantã, Ipiranga, Jaçanã, Tremembé e Perus estão em estado de alerta.
Às 7h30, a cidade tinha 78 pontos de alagamento, 68 deles intransitáveis. Trechos de vias importantes como as marginais Pinheiros e Tietê e a avenida Roberto Marinho ficaram alagados e foram interditados.
Na marginal Pinheiros também teve interdições com trechos totalmente alagados e veículos parcialmente cobertos pela água. Bombeiros trabalham na região para resgatar possíveis vítimas. Na região da Barra Funda, prédios residenciais ficaram ilhados. 

ILHADOS
Na Barra Funda, na zona oeste, condôminos ficaram ilhados em prédios e assistiram, sem poder sair de casa, a resgates em botes e à subida do nível da água, que entrou na garagem de alguns dos edifícios.
No estádio do Morumbi, a água invadiu toda a área social, inclusive a piscina.

FIQUEM EM CASA
"Pedimos para as pessoas fiquem em casa, não é o momento para deslocamentos", afirmou também o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido

TRANSPORTE
Na linha 9-esmeralda a circulação está interrompida entre as estações Osasco e Santo Amaro. A circulação entre as estações Grajaú está sendo realizada normalmente.
Todas as linhas do metrô operam normalmente.
Os aeroportos ficaram abertos, mas muitos passageiros e tripulantes não conseguiram chegar a tempo de viajar.
28 voos haviam sido cancelados em Cumbica, e 40 tinham atrasado. Já Congonhas registrou 23 atrasos e 9 cancelamentos.

SITUAÇÃO NAS RODOVIAS
§Na rodovia dos Imigrantes, o tráfego está congestionado do km 63 ao km 65, no sentido litoral. No sentido São Paulo, há filas do km 70 ao km 65 devido a um alagamento e do km 20 ao km 14 por excessivo de veículos.
§A rodovia Castello Branco tráfego lento no sentido capital em Osasco na pista marginal entre os km 22 e 13. Há pontos de alagamento.
§A rodovia Padre Manoel da Nóbrega está com tráfego parado, do km 275 ao km 276, sentido Praia Grande, devido a um alagamento. O motorista que quiser chegar à cidade, segundo a Ecovias, deve acessar a rodovia dos Imigrantes.
§A rodovia Ayrton Senna tem lentidão em direção a São Paulo do km 19 ao 11 por conta de um alagamento. Há congestionamento também entre os km 25 e 23 da rodovia. Este ponto de lentidão, no entanto, segundo a Ecopistas, não tem relação com os alagamentos.
§Na Régis Bittencourt, o fluxo é lento na pista sentido São Paulo entre o km 286 (Itapecerica da Serra) e o km 281 (Embu das Artes), devido ao alto número de veículos no trecho.
§Na Fernão Dias, o trânsito continua lento no sentido São Paulo, entre o km 87 e o km 90, em Guarulhos. O motivo é o alto número de veículos no trecho.
§A Anchieta tem pontos de lentidão na chegada a São Paulo do km 13 ao km 10 e do km 21 ao km 17.
§Na Dutra, a pista sentido São Paulo registra tráfego lento na pista expressa entre os km 223 e 231. Na marginal, o trânsito vai do km 218 ao km 231.
§Na Bandeirantes, o alagamento nas marginais Pinheiros e Tietê causou congestionamento na chegada a São Paulo (km 20 ao km 13).
§O sentido capital da Anhanguera está com tráfego congestionado em São Paulo do km 16 ao km 11, reflexo dos alagamentos nas marginais Pinheiros e Tietê.

CEAGESP PARALISA ATIVIDADES
A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) informou que não vai operar devido às fortes chuvas que causaram alagamentos em diversos pontos da região. A segunda-feira, porém, é o dia da semana em que há o maior fluxo de mercadorias na Ceagesp –é, para a maioria dos feirantes, o dia de abastecimento para a semana. Transitam aproximadamente 16 mil caminhões, transportando algo em torno de 14 mil toneladas de produtos. Perdas e danos ainda não foram contabilizados.

BALANÇO DA CHUVA EM SP
§De acordo com a gestão Covas, 44 escolas municipais tiveram as aulas canceladas por causa das chuvas e outras 41 unidades básicas de saúde (UBSs) deixaram de funcionar nessa segunda-feira, em virtude de alagamentos. Os exames, aulas e consultas serão remarcados, sem prejuízos para a população, segundo o prefeito.
§Pelo menos 115 ônibus urbanos deixaram de circular na cidade durante a manhã, segundo o prefeito.
§A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirma que as aulas foram suspensas em 37 das 5,1 mil unidades de toda a rede, em função das fortes chuvas.
§De acordo com a pasta, nas regiões em que os estudantes não conseguiram chegar até a escola, o conteúdo será reposto.
•Foram registrados 160 pontos de alagamento em São Paulo durante as chuvas, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE).
•Desses pontos de alagamento: 97 com vias intransitáveis e 63 com vias transitáveis.
•O rodízio de veículos foi suspenso já na segunda-feira e permanece suspenso nesta terça-feira.
•Na manhã de terça-feira, 40 escolas em todo o estado permanecem sem aulas, segundo o Governo de São Paulo.
•O Rio Pinheiros atingiu seu maior nível em 15 anos.
•Durante todo o dia, o Corpo de Bombeiros atendeu 10.371 ligações, para 2.345 ocorrências. São elas: 1.043 de enchentes 163 desabamentos ou desmoronamentos, 170 quedas de árvores.
•Foram suspensas 943 partidas do Terminal Rodoviário Tietê e 411 partidas do Terminal Rodoviário Barra Funda.

MORTOS
4 mortes.
§Em São Bernardo do Campo, um homem de 33 anos, foi levado por enxurrada. Seu corpo foi encontrado no piscinão de São Bernardo.
§Na região de Botucatu, uma cratera se abriu no meio da Rodovia Marechal Rondon, arrastando para dentro dela um caminhão que trafegava pela via. De acordo com a Defesa Civil, o corpo do motorista foi encontrado às margens de um córrego em local de difícil acesso.
§Outro carro, com duas pessoas, também foi arrastado pela correnteza. Dois corpos foram encontrados no local na manhã de terça-feira. O Corpo de Bombeiros ainda não identificou as vítimas.

DESABRIGADOS
Segundo a Defesa Civil, pelo menos 516 pessoas em todo o estado ficaram desalojadas por causa da chuva. Outras 142 estão desabrigadas (ou seja, precisam de abrigo fornecido pelo governo).

CIDADES MAIS AFETADAS:
Itaquaquecetuba: 100 desalojados 28 desabrigados
Pirapora do Bom Jesus: 120 desalojados
Botucatu: 80 desabrigados e 27 desalojados
Peruíbe: 06 desabrigados e 100 desalojados
Três cidades decretaram situação de emergência: Botucatu, Laranjal Paulista e Taboão da Serra.


PREJUÍZO
Segundo a Fecomercio, o cálculo sobre o prejuízo causado pelas chuvas leva em conta setores sensíveis à compra por impulso: supermercados, farmácias, vestuário, lojas de artigos esportivos, de livros e revistas etc.
Segundo os cálculos da Fecomercio, o prejuízo no local deve chegar a cerca de R$ 21 milhões.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços, Turismo de São Paulo (Fecomercio) calculou em R$ 110 milhões o prejuízo do comércio.
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), principal local de comércio de frutas, legumas e verduras em São Paulo, também teve seus trabalhos interrompdios por causa de alagamentos

CEAGESP PERDEU 7.000 TONELADAS DE ALIMENTOS  
Prejuízo estimado chega a R$ 20 milhões e os  alimentos atingidos pela enchente serão levados a um aterro sanitário e destruídos

PREJUIZOS DOS PERMISSIONÁRIOS
Esse volume responde por cerca de 70% da movimentação diária do centro (que fica entre 10 mil e 11 mil toneladas) e representa R$ 20 milhões em prejuízos aos permissionários —os comerciantes que atuam no local.

DIA PARADO
Estimativa é de uma perda extra entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões.

PRODUTOS ATINGIDOS
Os produtos mais atingidos foram frutas, legumes e verduras.
Pescados e produtos de floricultura não tiveram prejuízos.

DESABASTECIMENTO
A expectativa é que não haja risco de desabastecimento. Estamos avaliando, mas acreditamos que não há esse risco porque a enchente aconteceu de domingo para segunda, o que significa que os estoques estavam baixos porque ainda não tínhamos recebido a mercadoria, disse o presidente da Ceagesp, Johnni Hunter Nogueira
A Ceagesp não garante, no entanto, que as perdas não sejam repassadas pelos permissionários aos preços dos produtos.
Segundo o chefe da seção de controle de qualidade hortigranjeira da Ceagesp, Gabriel Vicente Bitencourt, é possível que haja um aumento no preço dos alimentos no curto prazo.
"Esses preços podem durar por um ou dois dias, mas como existe uma quantidade de produtos também represados no campo, a tendência é de redução dos preços depois de um tempo", disse.
Segundo o presidente da Ceagesp, 60% dos alimentos distribuídos pela companhia ficam na Grande São Paulo. Os 40% restantes vão para o interior de São Paulo, para outros estados e até mesmo para outros países.

PERMISSIONÁRIOS E CAMINHONEIROS
Os caminhoneiros que chegavam à Ceagesp na madrugada de domingo foram surpreendidos com as enchentes do local.
A estimativa da Ceagesp é de que ao menos 250 caminhões precisarão de guincho.
Segundo o caminhoneiro autônomo Vanderlei de Freitas Matos, 50, que chegou à Ceagesp no sábado à tarde, o prejuízo chega a R$ 40 mil.
"Só do veículo, que foi perdido, já vão embora R$ 40 mil. A água chegava no meio da porta do caminhão. Ainda vou precisar descarregar para ver se alguma coisa presta. Isso sem contar os dias parados e não saber quando vou chegar em casa", disse o caminhoneiro, que mora em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Edmilson Coutinho Júnior, 38, caminhoneiro autônomo que chegou na madrugada de domingo, diz que grande parte do problema foi a falta de orientação por parte da Ceagesp. "Quando eu cheguei, já estava enchendo de água, mas não tinha mais para onde ir. O jeito foi estacionar o caminhão e passar a madrugada vendo a água subir", afirma Coutinho Junior.

LIMPEZA
A Ceagesp afirmou que estendeu o contrato com a companhia de limpeza da qual é cliente para que tudo esteja pronto para funcionar até quarta-feira (12).
O presidente da companhia também afirmou que contratou serviços de guincho para fazer a retirada dos caminhões o mais rápido possível.

 CEAGESP RETORNAR ÀS ATIVIDADES
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) deve retornar às atividades na tarde de  quarta-feira, 12

CINCO DIAS APÓS CHUVAS, BAIRRO VILA ITAIM PERMANECE ALAGADO NA ZONA LESTE DE SP
Região, localizada na região da Várzea do Rio Tietê, sofre com enchentes mesmo depois de governo do estado entregar obra de R$ 117 milhões.
O bairro fica na região da Várzea do Rio Tietê e há anos os moradores sofrem com as constantes enchentes.

Fontes: G1 SP‑ 10 de fevereiro de 2020; Folha de São Paulo - 10.fev.2020; UOL‑10/02/2020 e G1‑14/02/2020
Comentário:
De acordo com o Mapa Hidrográfico do Município de São Paulo, levantamento da prefeitura, há 287 rios, riachos e córregos na cidade. Especialistas, como o geógrafo Luiz de Campos Júnior, do projeto Rios e Ruas, acreditam que o número é subestimado – se forem considerados todos os afluentes menores, a malha fluvial paulistana dobraria em quantidade.
São Paulo ocupou essas áreas sem nenhum controle. A retificação tornou esses rios com capacidade de captação muito menor do que seu leito original, avalia o arquiteto e urbanista Gilberto Belleza, professor do Mackenzie.

"Prevê-se que o volume de chuvas em tempestades irá aumentar significativamente nos próximos anos em decorrência do contínuo aumento da impermeabilização e consequente aumento da temperatura da área urbana, as mudanças climáticas e a eliminação da vegetação", diagnostica. "São Paulo cresceu e foi planejada de costas para os rios. Sempre foram vistos como destino do esgoto, não tratado em sua maior parte."
Essa tentativa humana de controlar a natureza esbarra ainda uma outra questão. As  águas dos rios, no leito natural, correm mais lentamente devido aos obstáculos naturais que encontram nas margens e no próprio fundo. Correm sobre terra e matas ciliares. Já aquelas que correm em peças tubulares de concreto, o fazem muito mais rapidamente. As enchentes são resultado dessa aceleração do encontro com os grandes rios lembra a arquiteta e urbanista Regina Meyer, professora da USP.

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quinta-feira, fevereiro 13, 2020

LEMBRANÇA: 170 ANOS DE PROJETOS CONTRA ENCHENTES EM SP

Enchentes provocadas pelo Tietê, em 1962
Em 1963, a Câmara Municipal montou uma CPI para apontar as falhas das obras contra as inundações, que remontam a 1841. A leitura do trabalho joga luz em um problema histórico - as causas das cheias, os danos e as promessas são sempre os mesmos

Com seus óculos de aros bem grossos e feições um tanto rechonchudas, Francisco Prestes Maia foi interrogado às 10 horas do dia 19 de fevereiro de 1963 para explicar o inexplicável. Por que, depois de tantas promessas, projetos e obras, São Paulo continuava alagando pelas margens do Rio Tietê? A resposta do prefeito faz parte de um relatório de 145 páginas da CPI das Enchentes da Câmara Municipal, que mesmo com seus papéis amarelados ainda hoje pode ser considerado um dos mais extensos trabalhos para entender a ineficácia de muitas políticas públicas frente às inundações paulistanas.
 
AS ENCHENTES SÃO HISTÓRICAS
"As enchentes são históricas, verificadas desde os primeiros tempos de colônia. Anualmente, o espetáculo se repetia em toda a extensão da grande várzea; deixando em seu leito normal, o rio ocupava a planície ribeirinha, transformando essa porção da cidade em vasta e malcheirosa lagoa." A frase, que poderia muito bem ter sido publicada nas páginas deste jornal nas últimas semanas, foi escrita no relatório de 1963 pelo então presidente da Comissão Especial da Câmara, o vereador Figueiredo Ferraz.

O trabalho de Ferraz e de outros seis vereadores no relatório de 1963 foi tentar descobrir os motivos de as obras de retificação dos Rios Tamanduateí e Tietê não surtirem os efeitos esperados. Não há respostas satisfatórias, diga-se. Mas a leitura hoje da reuniões da comissão serve para jogar luz em um problema secular, como pode ser visto abaixo - seja na década de 60 ou em 2011, as causas são as mesmas, os danos iguais e as soluções ironicamente idênticas.
Outros relatos também denunciaram, década após década, a precariedade dos rios e governos. E assim como relatos, também outros problemas foram se empilhando e aumentando os efeitos das inundações, transformando as "águas mansas" que encantaram os fundadores de São Paulo em um dos maiores flagelos dos paulistanos.

OCUPAÇÃO.
Enchentes provocadas pelo Tietê, em 1965
A retificação do Tietê encolheu o rio - de 46 quilômetros de extensão entre Osasco, na Grande SP, e a Penha, ele passou a ter 26 km. Assim, uma área de 33 milhões de metros quadrados que eram inundáveis puderam ser urbanizadas. "É uma grande área a ser aproveitada", diziam os vereadores, queriam incentivar a ocupação das margens do Tietê. "Não é questão apenas de hidráulica e de valorização das terras, deve ser motivo, também, para o aformoseamento da cidade." A história, no entanto, mostrou que a várzea tem a função de transbordamento; a ocupação dela resulta numa piora nas inundações. Se os vereadores da Câmara de 1963 pudessem ver a São Paulo de hoje, talvez não tivessem a mesma opinião - a saúde do rio foi deixada de lado e a retificação causou problemas de degradação urbana e ambiental cujas soluções são cada vez mais difíceis.

PROBLEMA RECORRENTE.
Desde 1841, ou há 170 anos, o governo municipal investe em obras para tentar remediar as inundações da região central - o primeiro planejamento de canalização do Tamanduateí deve-se ao engenheiro Carlos Abraão Bresser. Em 1921, foi a vez do prefeito Firminiano Pinto defender a necessidade da canalização do Tietê, desde Guarulhos até a Lapa.

AS INUNDAÇÕES CONTINUAM A CASTIGAR A CIDADE
"Com 85% das obras concluídas, as inundações continuam a castigar a cidade e sua população, acarretando prejuízos imensuráveis", escreveu o vereador Figueire do Ferraz em seu relatório. "E parece que as inundações aumentam de ano a ano, motivando um justo e revoltado clamor popular."
Autoridade metropolitana. Já em 1963, discutia-se a importância de uma "organização supermunicipal" para lidar com os problemas crescentes da região metropolitana. "Consideraremos melhor a conjugação de esforços, reunidos em uma organização", afirmou Prestes Maia. "Seria uma organização para operar livremente nos municípios e, de maneira imparcial, determinar as obras necessárias.". Até hoje a discussão continua, sem que a autoridade metropolitana tenha sido criada na Grande São Paulo.

ASSOREAMENTO.
Atualmente, os 70 grandes rios, córregos e galerias que deságuam no Rio Tietê contêm, juntos, pelo menos 364,7 mil toneladas de areia e lixo acumulados nos leitos . Com as últimas chuvas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) definiu como medida urgente a retirada desses 4,2 milhões de metros cúbicos em detritos do Tietê neste ano.

Segundo o governo, no ano passado foram retirados apenas 1 milhão de metros cúbicos. Em 1963, de acordo com dados da CPI das Enchentes, o assoreamento era calculado em 120 mil metros cúbicos por ano. "Chegamos à situação de precisar manter uma drenagem permanente de 1,5 milhão de metros cúbicos por ano, tanto quanto é feito pelo Porto de Santos", disse o prefeito Prestes Maia. "Vamos manter cinco dragas e seis escavadeiras para o trabalho. Além dos problemas dos rios, há o dos córregos, bueiros e galerias pluviais, a limpeza foi desleixada durante várias administrações."

PROBLEMA SEM FIM.
Durante o seu depoimento na CPI das Enchentes, o prefeito Francisco Prestes Maia já chamava a atenção para a urbanização desenfreada da Grande São Paulo. "Há um fator de inundações quase irremediável, a urbanização crescente do alto Tietê e do ABC", disse. "São feitos arruamentos, terraplenagens, cortes de matas, aterro das várzeas e, por consequência, desaparecem aqueles bolsões que retinham as águas. Isso cria situações trágicas para a capital", afirmou o prefeito.

O próprio Prestes Maia define perfeitamente a relação dos paulistanos com os rios da cidade. "É o próprio homem que provoca e que age contra o rio, é o homem que lhe faz violência, que lhe estreita o leito e retira os reservatórios que ele naturalmente fizera", disse ele aos vereadores da CPI. "Estamos a dançar o minueto: dois passos para frente e dois passos para trás", disse Prestes Maia.  Fonte: Estadão - 07 de fevereiro de 2011 

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