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Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quinta-feira, junho 20, 2024

DEFESA CIVIL APONTA RISCO ALTO DE INCÊNDIOS PARA O ESTADO DE SP

 O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência) da Defesa Civil de São Paulo publicou na segunda-feira (17) uma previsão que alerta para o alto risco de incêndio em todo o estado durante a semana, com destaque para as regiões centro e oeste.

O mapa de risco é um instrumento que ajuda a Defesa Civil no monitoramento de queimadas em vegetação durante o período de estiagem.

Ele mostra uma cor totalmente avermelhada, o que chamou a atenção de técnicos da Defesa Civil. Nas regiões centro e oeste, a cor roxa indica grau máximo de risco, em uma situação bastante crítica.

A imagem mostra seis mapas de uma mesma região em dias consecutivos, indicando o risco de incêndio de 17 a 22 de junho de 2024. Cada mapa é colorido de acordo com o nível de risco, variando de baixo (amarelo) a emergência (roxo), e inclui a legenda correspondente. Os mapas são marcados com o logotipo do Climatempo e da Defesa Civil de São Paulo, indicando que são fontes oficiais de monitoramento de riscos ambientais 

Mapas indicam o risco de incêndio até o dia 22 de junho no estado de São Paulo - Defesa Civil/Divulgação

A explicação para o risco elevado de incêndios florestais é a ausência de chuva e a baixa umidade relativa do ar em todo o território paulista.

"O estado de São Paulo possui um outono e inverno com climatologia de tempo mais seco, com tendência para que a umidade relativa do ar diminua significativamente, atingindo níveis mais críticos diariamente, ou seja, valores abaixo dos 30% em praticamente todas as áreas monitoradas", explica Willian Minhoto, meteorologista da Defesa Civil.

O tempo seco e quente deve permanecer pelo menos até a próxima segunda-feira (24), com ausência completa de chuva e umidade relativa do ar abaixo dos 30% em diversos municípios.

Segundo estudos do Painel Geoestatístico dos Incêndios Florestais em Unidades de Conservação e Áreas Protegidas, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, em 2023 mais de 90% dos 158 focos de incêndio em áreas protegidas tiveram como causa ações humanas que poderiam ter sido evitadas.

Por isso, a Defesa Civil recomenda medidas de prevenção como não colocar fogo em áreas de vegetação seca, não jogar bitucas de cigarro em beiras de rodovias, não realizar a limpeza de áreas rurais utilizando técnicas de fogo, não queimar lixo e não soltar balão.

Em 2023, a área total atingida por incêndios florestais foi de 1.030 hectares em todo o estado de São Paulo. Em 2022 o número foi de 7.181, ou seja, houve uma queda de 86% de um ano para outro.

MONITORAMENTO

O software da Defesa Civil funciona 24 horas por dia e é alimentado a partir de algoritmos que compilam dados sobre elementos como o nível de chuva, cobertura vegetal, umidade do ar e do solo, temperatura e velocidade do vento.

O mapa disponibiliza modelos com previsão para os próximos cinco dias. A escala possui quatro níveis e vai do risco baixo (cor amarela) ao risco emergência (cor roxa).

Diariamente, o CGE encaminha o mapa de risco de incêndio para todas as coordenadorias municipais. As que estão em uma área com risco mais elevado recebem um indicativo de alerta para adoção de medidas de prevenção, como vistorias nas áreas mais suscetíveis às queimadas, construção de aceiros e intensificação das campanhas de conscientização. Fonte: Folha de São Pulo - 18.jun.2024

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quarta-feira, junho 19, 2024

TETO DE SUPERMERCADO DESABA E DEIXA TRÊS MORTOS NO PARANÁ

O teto de um supermercado de Pontal do Paraná (PR), no litoral do estado, desabou na noite de sexta‑feira (22/03) e deixou três pessoas mortas e outras 12 feridas, segundo o Corpo de Bombeiros. O estabelecimento tinha sido aberto no dia do acidente. O acidente foi registrado por volta das 19h.  

DESABAMENTO

A área do teto que cedeu sustentava seis caixas d'água, que caíram em cima dos clientes e funcionários. O supermercado ficou alagado após o acidente.

O desabamento ocorreu na área da padaria do supermercado. O corpo de bombeiros precisou usar uma retroescavadeira para socorrer as vítimas que ficaram presas sob os escombros.

CAIXA D´ÁGUA

Segundo os bombeiros, a laje possuía 50 metros quadrados, dividida em três pavimentos, separados por uma camada de concreto com 15 centímetros. Um dos pavimentos tinha três caixas de água, com capacidade de 10 mil litros cada. Em outro pavimento, estavam três caixas de 15 mil litros cada.

INAUGURAÇÃO 

O estabelecimento é da Super Rede e tinha sido inaugurado em um evento na quinta-feira (21), na noite anterior ao acidente. A inauguração foi feita com a presença do prefeito da cidade.

VÍTIMAS

Na manhã de sábado (23), o Corpo de Bombeiros confirmou que a ocorrência teve 12 vítimas: além das três pessoas que morreram, 10 tiveram ferimentos leves e duas pessoas foram encaminhadas ao Hospital de Paranaguá e estão estáveis.

O QUE DIZ O RESPONSÁVEL PELO SUPERMERCADO

Em nota, a Super Rede lamentou o caso, prestou solidariedade às famílias das vítimas e afirmou que está empenhada "em prestar todo o auxílio necessário às famílias das vítimas e aos feridos".

Disse, também, que acionou a empresa e o engenheiro responsáveis pela construção. Além disso, afirmou que foram "contratados peritos para realizar a análise das lajes juntamente com a perícia científica e averiguar o que motivou o acidente".

A Prefeitura de Pontal do Paraná decretou luto oficial de sete dias pelas três mortes.

Fontes: Folha de São Paulo – 23/03/2024; g1 PR e RPC - 23/03/2024

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quarta-feira, junho 12, 2024

QUAIS SÃO OS RISCOS DE ACIDENTES COM VEÍCULOS A HIDROGÊNIO?

 TANQUES PERIGOSOS

Simulação da nuvem de hidrogênio inflamável ao redor do veículo dois segundos após três liberações da válvula de segurança em um túnel com ventilação transversal.






Os carros e caminhões movidos a hidrogênio têm um potencial de contribuição ao meio ambiente muito superior ao dos veículos elétricos, mas também trazem seus próprios riscos.

Engenheiros da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria, mostraram agora que o problema pode ser particularmente sério se um veículo a hidrogênio envolver-se em um acidente dentro de um túnel.

A análise envolve os veículos nos quais o hidrogênio é mantido pressurizado em tanques, como tipicamente acontece nos veículos a com células a combustível. Devido à alta densidade energética do hidrogênio e à alta pressão com que ele é armazenado em tanques, esses carros a hidrogênio têm um potencial de danos muito elevado - existem também tecnologias para armazenar o hidrogênio para os carros em estado sólido.

De acordo com as normas atuais, o hidrogênio é armazenado nos automóveis a uma pressão de 700 bar e nos caminhões e ônibus a 350 bar. Se ocorrer dano a um tanque desses, uma grande quantidade de energia é liberada rapidamente; se o hidrogênio pegar fogo, ele queima a temperaturas superiores a 2.000 graus Celsius.

Embora os tanques sejam muito robustos e bem protegidos contra impactos mecânicos, eles não resistem a uma colisão traseira com um caminhão, por exemplo. "Este cenário deve, portanto, ser evitado tanto quanto possível," afirmam Martin Aggarwal e seus colegas.

RISCO DE EXPLOSÃO DO HIDROGÊNIO


Em termos de probabilidade, o resultado mais provável de um acidente envolvendo um veículo a hidrogênio é que não haverá impacto significativo do próprio gás, que vazará rapidamente para a atmosfera. No entanto, a situação é bem diferente se o acidente ocorrer em túneis ou outros locais restritos. A equipe identificou três cenários de perigo diferentes que podem ocorrer em casos de acidentes graves nessas condições.

No primeiro caso, o dispositivo de alívio de pressão térmica é acionado quando a pressão do tanque aumenta em decorrência de um impacto térmico (por exemplo, um incêndio no veículo ou ao seu redor), liberando o hidrogênio do tanque em um jato controlado. Isso mantém a pressão em um determinado nível e evita a ruptura do tanque. Se o hidrogênio descarregado entrar em combustão - o que pode acontecer facilmente quando misturado ao ar -, a chama é direcionada para o solo. No entanto, isso continua a ser perigoso porque o hidrogênio queima sem cor ou odor, ainda que a zona de perigo seja limitada.

O segundo cenário envolve uma falha na válvula de alívio de pressão, o que pode fazer com que o tanque exploda, criando uma onda de choque que se espalharia por todo o túnel. Até aproximadamente 30 metros do acidente existe o risco de morte para qualquer pessoa, mas esse risco ainda envolve lesões internas graves, como hemorragias nos pulmões, até aproximadamente 300 metros de distância da explosão. Mais longe ainda existe o risco de ruptura dos tímpanos.

O terceiro cenário é o menos provável, envolvendo o hidrogênio sendo liberado sem ser inflamado. Sendo o elemento mais leve da tabela periódica, o hidrogênio subiria e se acumularia em uma nuvem sob o teto do túnel. Se houver uma fonte de ignição (por exemplo, lâmpadas quentes ou um impulso elétrico acionando um ventilador), ocorrerá uma explosão da nuvem de hidrogênio, que também causará uma onda de choque, embora com um impacto muito menor do que a explosão do próprio tanque.

"As nossas investigações mostraram que, embora os cenários de perigo envolvendo veículos a hidrogênio sejam relativamente improváveis, eles apresentam um grande potencial de danos. Os tanques de hidrogênio modernos são construídos de forma tão segura que muita coisa tem de correr mal para que o hidrogênio escape," disse o professor Daniel Fruhwirt.

RECOMENDAÇÕES PARA EVITAR OS RISCOS


Para minimizar os riscos de acidentes com os veículos a hidrogênio, a equipe recomenda diversas medidas, incluindo limites de velocidade mais rígidos nos túneis, controles de distância precisos entre veículos, que sinalizem aos motoristas quando eles estão seguindo muito de perto os outros veículos, e limites de velocidade dinâmicos nos casos de engarrafamentos à frente, para que a velocidade já seja baixa o suficiente ao chegar ao engarrafamento que haja apenas danos menores em caso de colisão traseira.

"O que já foi implementado na maioria dos estados membros da União Europeia, como resultado dos graves acontecimentos do final da década de 1990 e início da década de 2000, é que todos os túneis em autoestradas e rodovias com um comprimento superior a 500 metros sejam túneis de tubo duplo e geralmente não são mais usados para tráfego bidirecional. Isso reduz consideravelmente o risco," disse Fruhwirt. Fonte: Inovação Tecnológica - 06/06/2024

Bibliografia: Artigo: Hydrogen Powered Vehicles In A Tunnel Incident -Risks And Consequences

Autores: Martin Aggarwal, Daniel Fruhwirt, Patrik Föbleitner, Oliver Heger, Patrick Pertl, Regina Schmidt, Alexander Trattner; Revista: Proceedings of the 12th Internation Conference on Tunnel Safety and Ventilation

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segunda-feira, junho 10, 2024

VÍDEO FLAGRA BATIDA DE TREM COM CARRO NO NORTE DE SC

 

Imagens de monitoramento flagraram uma batida entre um trem e um carro em São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina, na tarde desta segunda-feira (22/01). Segundo a empresa responsável pela locomotiva, ninguém ficou ferido.

O acidente ocorreu pouco depois das 15h. Chovia no momento. O vídeo mostra que o maquinista acionou o sinal sonoro para avisar sobre a passagem do trem.

Um carro branco consegue passar pela linha férrea. Porém, o automóvel que vinha atrás não conseguiu frear a tempo e atinge a locomotiva.

Após o choque, o carro é carregado alguns metros pelo trem. O maquinista conseguiu parar a locomotiva pouco tempo depois.

O que diz a empresa do trem

A empresa Rumo confirmou que houve o acidente.

"O motorista tentou cruzar a ferrovia quando o trem se aproximava, desrespeitando a sinalização do local e não adotando os procedimentos de segurança: 'pare, olhe e escute'. O maquinista acionou a buzina e os freios de emergência, mas não foi possível parar a tempo devido ao peso e tamanho da composição", disse a empresa em nota.

"Equipes da concessionária foram deslocadas ao local para auxiliar na limpeza de detritos da colisão e restabelecer a circulação da operação ferroviária", completou. Fonte: g1 SC - 22/01/2024  

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sábado, junho 08, 2024

ALERTA E PREPARAÇÃO DE COMUNIDADES PARA EMERGÊNCIAS LOCAIS

EXPLICANDO O PROGRAMA APELL


QUE É O APELL ?

O APELL (Awareness and Preparedness for Emergencies on a Local Level)  é um processo de ação cooperativa local, que visa intensificar a conscientização e a preparação da comunidade para situações de emergência. O eixo central deste processo é o Grupo Coordenador constituído por autoridades locais, líderes da comunidade, dirigentes industriais e outras entidades interessadas.

O APELL foi desenvolvido pela UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e em cooperação com a Indústria Química dos Estados Unidos e pelo Conselho de Federação Européia de Indústria Química a partir de 1988.

 QUAIS SERÃO OS BENEFÍCIOS PARA A COMUNIDADE/EMPRESA/BRASIL?

·        Aumento da capacidade de gerenciar desastres e acidentes químicos (tecnológicos).

·        Implementação gradual do APELL em todas as áreas vulneráveis identificadas.

·        Preparação e coordenação dos serviços de atendimento à emergência.

·        Integração dos planos de emergência locais.

·        Conscientização da população quanto aos procedimentos de ação no caso de um acidente.


COMO FUNCIONA O APELL?

O Grupo Coordenador estabelece um plano de ação, chamado de "Programa em 10 etapas", integrando os planos de emergência da indústria com os planos dos serviços de atendimento a emergências locais (defesa civil, bombeiros, polícia, serviços médicos, órgãos ambientais, etc.). Desta forma, um plano integrado e coordenado atende a todos os tipos de situações emergenciais na comunidade. Um aspecto importante é a participação de representantes da comunidade local em todas as etapas do processo.

COMO AJUDA O APELL AS COMUNIDADES?

Os planos de emergências públicos (federal, estadual e municipal) não estão conscientes dos perigos que representam as  operações/instalações industriais em seus respectivos locais. Geralmente os planos de governamentais não contemplam todos os riscos existentes nas comunidades. Por outro lado os planos de emergências das indústrias  em face dos incidentes  nas instalações não estão coordenados com os planos governamentais, em caso de incidentes, exceto as instalações da própria indústria. O APELL está projetado para desenvolver um plano de resposta coordenado para toda a comunidade.


EM TERMOS PRÁTICOS O QUE SIGNIFICA "PREPARAÇÃO"?

Entidades locais devem estar preparadas para eventuais riscos.

A COMUNIDADE DEVE:

·        conhecer os sinais de alarme;

·        seguir os planos de evacuação;

·        saber como agir no caso de um acidente;

·        dispor de edificações adaptadas;

·        ter acesso aos serviços de informação apropriado em caso de crise.

OS SERVIÇOS DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA DEVEM POSSUIR:

·        equipamento e treinamento;

·        mapas de risco;

·        arranjos para o gerenciamento do tráfego;

·        canais de comunicação com o público durante uma situação de crise.

A INDÚSTRIA DEVE:

·        compartilhar os resultados da análise de risco;

·        implementar medidas visando reduzir o risco;

·        conectar seus serviços de emergência com os serviços locais;

·        dispor de canais de comunicação com o público durante uma situação de crise.

AS AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS DEVEM TOMAR AS MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA GARANTIR:

·        o planejamento seguro de uso e ocupação do solo;

·        a existência de uma legislação de risco;

·        a comunicação ao público das informações disponíveis sobre riscos;

·        a coordenação dos serviços de emergência;

·        a adequação dos serviços médicos locais a acidentes específicos.

QUE TIPOS DE RISCOS ENFRENTAM O APELL?

APELL pode ser utilizado para gerenciar riscos naturais (inundação, vendaval, etc) e tecnológicos que afetam as comunidades;

·        instalações industriais perigosas

·        transporte de produtos perigosos

·        instalações portuárias

·        desastres naturais (contaminação de rios,  inundação, etc)

·        contaminação do meio ambiente (emissão de substâncias tóxicas, vazamento, etc)

O APELL É UM PROGRAMA DE APLICAÇÃO VOLUNTÁRIA QUE AUXILIA NO GERENCIAMENTO DE RISCOS.

 APELL é ao mesmo tempo um processo e um programa.

O APELL é um processo local de comunicação de risco e de coordenação ‘pertencente’ à comunidade e ao serviço de atendimento a emergência.

A UNEP e outras organizações nacionais e internacionais possuem programas para promover e facilitar a aplicação local deste processo.

APELL é ao mesmo tempo um processo e um programa.

O APELL é um processo local de comunicação de risco e de coordenação ‘pertencente’ à comunidade e ao serviço de atendimento a emergência.

A UNEP e outras organizações nacionais e internacionais possuem programas para promover e facilitar a aplicação local deste processo.

QUAIS SÃO OS RESULTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DO APELL?

1. Maior conscientização da comunidade local quanto aos possíveis riscos e impactos aos quais ela está exposta e melhor preparação para agir de forma adequada no caso de um acidente, e

2. Melhor preparação dos serviços de atendimento a emergências, que passam a dispor de sistemas de informação e coordenação adequados a potenciais desastres.

QUAIS SÃO OS RESULTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DO APELL?

1. Maior conscientização da comunidade local quanto aos possíveis riscos e impactos aos quais ela está exposta e melhor preparação para agir de forma adequada no caso de um acidente, e

2. Melhor preparação dos serviços de atendimento a emergências, que passam a dispor de sistemas de informação e coordenação adequados a potenciais desastres.

INTERAÇÃO COM PROGRAMAS NACIONAIS NA ÁREA DE RISCO (DEFESA CIVIL)

O APELL é baseado na comunicação aberta e transparente, no compartilhamento das informações de risco e na coordenação dos serviços de atendimento a emergência. Ele pode ser aplicado para auxiliar na implementação de demandas de órgãos ambientais estaduais e municipais e nos atendimentos a certos requisitos dos Estudos de Impacto Ambiental.

Embora o programa APELL seja voltado para situações locais, é fundamental que o Governo Federal estabeleça metas nacionais, prioridades e medidas reguladoras, proporcionando suporte e recursos à comunidade local para sua implementação.

Fonte: APELL Programme - United Nations Environment Programme – UNEP –Division of Technology, Industry and Economics – DTIE - Production and Consumption Branch

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domingo, junho 02, 2024

COMO 'A CHUVA DO MILÊNIO' OBRIGOU COPENHAQUE A SE TRANSFORMAR

 Embora seja uma das rotatórias mais movimentadas do leste de Copenhague, o ar em Sankt Kjelds Plads não é pesado, não tem o cheiro e a textura dos gases de escape. E, em vez do rugido dos motores, a paisagem sonora é caracterizada pelo som melodioso produzido por pássaros.

A rotatória, que é cercada por arbustos e árvores, faz parte de um experimento em grande escala para transformar os espaços públicos da capital dinamarquesa. A ideia é tornar Copenhague mais "habitável", criando locais para os cidadãos se encontrarem e um habitat para a biodiversidade, ao mesmo tempo em que cria engrenagens em uma máquina de controle de enchentes.

CHUVA DO MILÊNIO

Essa transformação foi desencadeada pelos eventos de 2 de julho de 2011, quando Copenhague foi atingida pelo que foi apelidado de "a chuva do milênio".

O aguaceiro maciço causou inundação de ruas e casas. E, sem ter para onde escoar, a água permaneceu por dias. Ratos mortos foram vistos flutuando pela cidade, e uma pesquisa posterior revelou que durante os trabalhos de limpeza um quarto dos trabalhadores do saneamento foi infectado com doenças como a leptospirose. Um deles até morreu.

Nos sete anos seguintes, esse tipo de tempestade começou a se tornar cada vez mais comum, com quatro eventos de "chuvas do século" registrados nesse período. Isso custou à cidade pelo menos 800 milhões de euros (R$ 4,3 bilhões) em prejuízos, deixando claro para os formuladores de políticas públicas que era hora de repensar a capital dinamarquesa.

DESIGN URBANO INSPIRADO NA ESPONJA

Nos últimos séculos, o foco do desenvolvimento urbano em lugares como Copenhague foi a criação de "cidades-máquina" que pudessem ser construídas rapidamente e fossem eficientes para habitação, indústria e economia. Mas muitos desses centros urbanos acabaram interferindo no ciclo da água, especialmente aqueles que modificaram leitos de rios ou foram construídos sobre planícies aluviais.

Com o concreto e o asfalto cobrindo áreas antes destinadas à grama e ao solo, a água das chuvas mais fortes ficou sem ter para onde ir. Com muita frequência, isso resulta em enchentes, e cidades do mundo todo estão explorando maneiras de reverter esse tipo de desenvolvimento urbano. E elas fazem isso se transformando em "esponjas" urbanas.

Em outras palavras, essas cidades estão criando espaços e infraestrutura para absorver, reter e liberar a água de forma a permitir que ela flua de volta para seu ciclo.

A China está na liderança, com mais de 60 de suas cidades sendo reformadas e agora incorporando estruturas como biovaletas e jardins de chuva para reter a água. Jan Rasmussen, chefe do "Cloudburst Master Plan" (plano diretor para tempestades) de Copenhague, também viu potencial para a Dinamarca.

"Nossos políticos decidiram que há realmente uma necessidade de escoar a água da cidade muito rapidamente", disse Rasmussen. "Eles perguntaram se poderíamos fazer isso de forma inteligente, se poderíamos expandir o sistema de esgoto. Poderíamos lidar com as chuvas na superfície?"

ABSORVENDO A ÁGUA DA CHUVA

Tendo estudado projetos de cidades-esponja em todo o mundo, a equipe de Rasmussen pensou na remodelação de cerca de 250 espaços públicos de forma a ajudar na retenção ou redirecionamento de águas pluviais, incluindo parques, parques infantis e a rotatória Sankt Kjelds Plads.

A ideia é usar a capacidade natural de retenção das árvores, dos arbustos e do solo e deixar a água pluvial fluir para locais onde não seja destrutiva.

Uma dúzia de lagos que margeiam a rotatória foi então projetada de forma a reter o excesso de água da chuva no caso de uma tempestade. Assim como outros lagos semelhantes espalhados pela cidade e aberturas largas nas laterais de ruas baixas, eles servem para canalizar a água da enchente para uma rede de túneis que está sendo instalada 20 metros abaixo da superfície.

Durante uma chuva "normal", as águas pluviais são direcionadas para o porto por meio desse sistema de drenagem. No entanto, quando há um excesso, como em um cenário de tempestade, uma estação de bombeamento no porto entrará em ação, forçando para o mar a água acumulada nos túneis, criando assim espaço para mais água da chuva e evitando que as ruas sejam inundadas. Essa estação está sendo construída atualmente e estará pronta em 2026.

Ainda haverá água nas ruas. Quero dizer, elas não ficarão completamente secas. Mas passaremos de um metro [de água de enchente] para no máximo 20 centímetros. Jes Clauson-Kaas, engenheiro da Hofor, o departamento de gerenciamento de água responsável pela construção do túnel

BENEFÍCIOS DE LONGO PRAZO

Parte do desafio é conseguir a adesão dos moradores locais. E isso nem sempre é fácil quando se trata de fechar parquinhos infantis ou os parques da cidade por longos períodos para transformá-los em zonas de inundação, ou financiar os planos de adaptação através de uma taxa extra nas contas de água.

Mas Clouson-Kaas diz que equipar para o futuro uma cidade propensa a inundações faz sentido do ponto de vista financeiro. "Perdemos cerca de 1 bilhão com esse único evento [em 2011], mas esperamos que haja vários eventos nos próximos 100 anos. Dizem que a perda potencial pode ser de pelo menos 4 ou 5 bilhões de euros. Portanto, se investirmos 2 bilhões de euros, ainda assim valerá a pena", disse ele.

Copenhague está em posição —financeira e política— de investir nessa infraestrutura agora, em vez de lidar com possíveis danos no futuro. A cidade se tornou um lugar na qual as outras cidades buscam um exemplo para aprender sobre os benefícios de se criar uma esponja urbana. Fonte: DW-05/03/2024 

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