Desabrigados estão sendo alojados em escolas, igrejas e
prédios públicos. O prefeito de Torres, decretou situação de emergência no
município.
Estão sem energia elétrica as localidades gaúchas de Torres,
Mampituba, Dom Pedro de Alcântara e Morrinhos do Sul. Com energia parcial
encontram-se os municípios de Três Forquilhas e Itati.
O fornecimento de energia foi interrompido em algumas
regiões.
Cinco pessoas ficaram levemente feridas.
Em Torres (RS), um homem de 61 anos foi encontrado morto por
volta das 2h da madrugada, a 50 metros de sua casa. Segundo a Defesa Civil do
RS, não há ainda informação precisa sobre a causa da morte. Suspeita-se de
ataque cardíaco ou morte súbita durante a passagem do ciclone.
Em Torres cinco pessoas tiveram ferimentos leves e foram
atendidas no Hospital N.Sa. Navegantes, e logo liberadas.
perdas registradas na agricultura
|
R$
100 milhões - US$ 34,60 milhões
|
casas
parcialmente destruídas
|
R$
340 milhões - US$ 117,65 milhões
|
casas
totalmente destruídas
|
R$
150 milhões - US$ 51,90 milhões
|
indústrias
atingidas, 300 indústrias
|
R$
150 milhões - US$ 51,90 milhões
|
maquinários
industriais e utensílios domésticos danificados
|
R$
170 milhões - US$ 58,82 milhões
|
ICMS
não recolhido
|
R$
90 milhões - US$ 31,13 milhões
|
SEGURO
As principais seguradoras do Brasil desembolsaram cerca de
R$ 10 milhões (US$ 3,46 milhões) às vítimas do ciclone Catarina.Foram mais de
1,67 mil pedidos de indenizações.
VÍTIMAS
Em terra: 01 morto em Santa Catarina; 01 morto no Rio Grande
do Sul
No mar: 03 pescadores resgatados, 02 mortos , 7
desaparecidos
Balanço Final de Danos em Santa Catarina
|
Danos
Humanos
|
Danos materiais
|
|
|
|
Danificados
|
Destruídos
|
Desalojados
|
21.582
|
Residências
|
34.036
|
955
|
Desabrigados
|
2.285
|
Comércios
|
2.217
|
462
|
Deslocados
|
2.556
|
Públicos
|
151
|
03
|
Feridos
|
305
|
|
|
|
Mortes
|
1
|
|
|
|
População da região 408.600 - Domicílios
da região : 155.179
DESALOJADO: Pessoa
que foi obrigada a abandonar temporária ou definitivamente sua habitação, em
função de evacuações preventivas, destruição ou avaria grave, decorrentes do
desastre, e que, não necessariamente, necessita de abrigo público.Os
desalojados estão ou em casa de parentes ou já voltaram para suas casas, que
estão danificadas.
DESABRIGADO: É quem está em abrigo sob gestão pública. .
DESLOCADO:Pessoa
que, por motivo de desastre é obrigado a migrar da região que habita para outra
que lhe seja mais propícia.
RIO GRANDE DO SUL
DANOS MATERIAIS
Em
Torres, segundo levantamento final realizado pela Subchefia de Defesa Civil da
Casa Militar, cerca de
■4.500
residências urbanas foram danificadas pela passagem do ciclone Catarina,
■16
escolas públicas,
■150
estabelecimentos comerciais e 20 estabelecimentos industriais.
Segundo
informações prestadas pela Subchefia de Defesa Civil da Casa Militar do Governo
do Estado, a passagem do ciclone Catarina afetou 31.500 pessoas em Torres,
2.478 pessoas em Dom Pedro de Alcântara e 1.988 pessoas em Mampituba.
Prejuízos
: R$ 3,8 milhões .(US$ 1,31 milhões)
AGRICULTURA
Segundo
levantamento da Emater, datados de 02 de abril,
as perdas totais na atividade agrícola alcançaram o valor de: R$ 16 milhões (US$ 5,54 milhões)
SITUAÇÃO DOS MUNICÍPIOS APÓS 60
DIAS DA PASSAGEM DO FURACÃO CATARINA
Passados 60 dias,
as marcas do furacão Catarina continuam presentes no Sul do Estado. Em
praticamente todos os municípios atingidos pelo furacão ainda há muito trabalho
para ser feito. Dezenas de casas continuam destelhadas e as famílias seguem
aguardando a chegada de auxilio para conseguirem fazer a vida retomar ao ritmo
normal.
PASSO DE TORRES
Na divisa entre
Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a ajuda que chegou ainda não foi suficiente
e várias casas seguem cobertas apenas com pedaços de lonas.
REGIÃO DE ARARANGUÁ
No Vale do Araranguá, região mais atingida pelo vento,
diversas casas continuam destelhadas e em muitas cidades as aulas ainda não
voltaram ao normal, já que as escolas também foram bastante afetadas pelo
fenômeno.
De acordo com o Secretário de Desenvolvimento Regional
do Vale do Araranguá, a expectativa é de que a secretaria receba ainda mais
recursos para atender as cidades atingidas pelo Catarina. O secretário deve
solicitar mais 100 mil telhas para a região.
MUNICÍPIO DE ERMO
O prefeito acredita que serão necessários dois meses
de trabalho intenso para deixar "a casa em ordem". "Os estragos
ainda são vistos por toda a cidade. Temos também prédios públicos e uma ponte
que vai nos custar R$ 150 mil para recuperar", explica o prefeito, que
aguarda a chegada de recursos dos governos federal e estadual.
Segundo o prefeito, muitas casas ainda estão cobertas
apenas com lonas e 20% dos alunos da rede municipal continuam sem aula.
"Não deu tempo para consertar tudo", admite. Outra preocupação é com
os agricultores que foram os mais atingidos e agora precisam de apoio para
preparar a nova safra. "Estamos buscando linhas de crédito, tentando
prorrogar os financiamentos, pois se não fizermos isso eles vão ter muita
dificuldades para se reerguer".
BALNEÁRIO GAIVOTA
Percorrendo a beira-mar do município de Balneário
Gaivota, a impressão que se tem é que o furacão atingiu a cidade ontem, tamanho
o rastro de destruição. Casas ainda completamente destelhadas demonstram a
dificuldade que a população está tendo na reconstrução.
SÃO JOÃO DO SUL
Em São João do Sul, a Prefeitura também não conseguiu
recuperar os prejuízos. A estimativa é de pelo menos mais 30 dias de trabalho
intenso, isso se os recursos chegarem.
Um levantamento prévio feito pela Secretaria de Obras
constatou a necessidade de 20 mil telhas para reconstruir todas as casas
atingidas. Cerca de 300 estufas de fumo foram destruídas. Os maiores prejuízos
foram nas lavouras, que ficaram danificadas. Prejuízo de 80% na lavoura de
milho e 100% nas de frutas.
METEOROLOGIA DIZ QUE
SUBESTIMOU CICLONE
O diretor do Inmet (Instituto de
Meteorologia), Antonio Divino Moura, disse que os técnicos do seu instituto
subestimaram a velocidade com que os ventos atingiriam parte do litoral de
Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. "Pode-se chamar de imprecisão, de
erro, a previsão de intensidade dos ventos", afirmou.
Ao chegar ao litoral brasileiro, em alguns
pontos, as rajadas atingiram velocidades de até 150 quilômetros por hora. O
Inmet trabalhava com a possibilidade de os ventos soprarem, no máximo, entre 80
e 100 quilômetros por hora.
Foram atingidos 40 municípios entre Laguna
(SC) e Torres (RS), em uma extensão de 200 quilômetros.
FALTA DE EQUIPAMENTOS DE MONITORAMENTO
Na avaliação de Moura, o órgão poderia ter
previsto com maior precisão a intensidade dos ventos, se contasse com bóias
meteorológicas na região do Atlântico em que se formou o ciclone Catarina.
Queixou-se da falta de recursos.
"Nos ajudaria na medida do
vento", disse o diretor, ao comentar que o Inmet planeja adquirir o
equipamento, mas ainda não conta com verba para a compra das bóias.
"Gostaríamos de ter algumas bóias nessa região."
Sem esse instrumento meteorológico, o
Inmet recorreu a estimativas baseadas nas fotos de satélites dos EUA. Segundo o
diretor, ao ir de encontro à serra gaúcha, os ventos se aceleraram.
Moura disse, no entanto, que o Inmet
alertou a Defesa Civil sobre o deslocamento de um ciclone para a costa sul do
país. "A trajetória foi prevista corretamente", disse ele. Segundo
ele, o alerta dado às autoridades dizia que o fenômeno "seria extremamente
intenso".
No sábado, segundo nota divulgada pelo
Inmet, "as imagens de satélite indicavam que as nuvens do ciclone estavam
perdendo força e que os ventos no mar indicavam velocidades moderadas de
aproximadamente 60 quilômetros por hora". Moura afirma que mesmo assim o
alerta foi mantido e que foi feito a ressalva de que os ventos poderiam se
acelerar ao atingir a região costeira.
CONTROVÉRSIA: FURACÃO X
CICLONE EXTRATROPICAL
No comunicado do Inmet, o fenômeno foi
classificado de ciclone. Segundo a nota, um furacão é formado em águas quentes
(temperatura maior que 27º C). O Catarina surgiu em águas frias. "O
processo de formação do furacão é diferente do ciclone observado", diz o
comunicado.
Os técnicos do Inmet, no entanto, afirmam
que, depois de sua formação, o ciclone perdeu o seu núcleo frio e adquiriu
características de um furacão. Concluem a parte explicativa da nota, afirmando
que trata-se um "sistema de característica híbridas, que deverá ser
analisado com maior profundidade".
FURACÃO DENUNCIA FRAGILIDADE DAS
PREVISÕES
A passagem do furacão que arrasou o litoral Sul de
Santa Catarina será um divisor de águas para a meteorologia brasileira.
Especialistas apontam que o fenômeno irá chamar a atenção das autoridades brasileiras
para investimentos na área e incentivo à pesquisa deste tipo de manifestação
climática. A principal reivindicação, que começará a ganhar força pós-furacão,
é a implantação de um radar meteorológico no Estado, equipamento que já existe
no Rio Grande do Sul e no Paraná. "É preciso vários equipamentos e uma
rede complexa de radares e estações em alto-mar para não sermos mais
surpreendidos", entende o meteorologista da Universidade da Região de
Blumenau (Furb), Helio dos Santos Silva.
DEPOIMENTOS DE PESSOAS QUE
PRESENCIARAM O FURACÃO
■ Pânico, medo e impotência na BR-101. Pânico, medo e
impotência são as palavras que mais se aproximam na tentativa de expressar os
momentos de quem estava no trecho entre Araranguá e Maracajá, da rodovia
BR-101, entre às 00:45 h e 02:00 horas da madrugada de sábado pra domingo. São
nestes momentos que se percebe que nada pode ser feito contra a força da
natureza em desequilíbrio.
Ao voltar da festa de formatura do meu cunhado em
Criciúma, apesar dos avisos amplamente divulgados, fui surpreendido com a tempestade
ao entrar na rodovia federal, quando já havia uma enorme quantidade de folhas e
galhos de árvores na pista. Ao passar em frente ao parque do Maracajá, já se
percebia árvores caídas na pista, mas na ânsia de chegar em casa, continuei em
frente até passar pela curva do ‘’S’’, quando repentinamente uma enorme árvore
caiu na pista, não dando tempo de desviá-la, conseqüentemente, entrei ou bati
na mesma. Rapidamente engatei ré, não sei como consegui tirar o carro, apesar
de sair sem os limpadores do pára-brisa e da sinaleira dianteira e o espelho do
motorista pendurado, tudo isto ao altíssimo som do vento, da intensa chuva, num
cenário de escuridão total (confesso que ao vivo, é muito pior que nos filmes).
Mesmo assim continuei em direção a Araranguá, quando
me deparei com uma carreta atravessada na pista, que estava tentando desviar de
uma enorme árvore. Em determinado momento o motorista saiu da carreta e alguns
minutos depois, retornou gritando que era para eu voltar, porque não havia mais
condições de continuar, que tentaria manobrar para voltar. Ao voltar, como não
havia mais limpador do pára-brisa, tive que dirigir com a cabeça para fora do
carro, pegando muito vento e chuva, além de desviar dos empecilhos na pista.
Procurei não estacionar nos postos de combustíveis por causa do perigo que
proporcionam nestas situações, mas após algum tempo acabou a bateria do
celular, então procurei um posto pra telefonar pra família e estacionei no
posto de gasolina Mazzuco, porque era o único com geração própria de energia.
Por volta das 02:45 horas, apareceu o Pelotão da
Polícia Ambiental procurando óleo para a abastecer a moto serra, com a intenção
de tentar a desobstrução da pista. Quando tudo estava aparentemente sob
controle, o vento mudou de direção, de sul passou para nordeste e, foi quando o
telhado do posto começou a desabar, mais uma vez tive que procurar outro local
seguro. Só consegui chegar em casa, às 11:00 horas da manhã de domingo,
felizmente, só com os estragos no carro, mas os estragos que me preocupam são
os sofridos pelas famílias desabrigadas.
Registro a bravura dos Policiais da Ambiental que
corajosamente enfrentaram a tempestade. Que entre as 00:45 h e 09:00 horas os
caminhoneiros reclamavam da ausência da Polícia Rodoviária. O engarrafamento
ultrapassou os 30 km de extensão. Acho que a Defesa Civil precisa repensar suas
estratégias de prevenção e apoio às comunidades afetadas por sinistros como
este, que infelizmente, passarão a ocorrer com mais intensidade.. Tadeu Santos
- Araranguá/SC, 28/03/04
■ Moro em Torres (RS), e passei por esta experiência e
digo a vocês que a sensação de impotência perante a grandeza do evento
combinado com a escuridão é realmente uma coisa inesquecível, quando o dia
amanheceu me dei conta por o que tínhamos passado, tamanha era destruição em
minha volta, sai a rua a procura de um telefone público pois celulares não
estavam funcionando e caiu parte da sacadas do 8o andar do prédio em cima dos fios, para
contatar os meus parentes e saber como estavam, vi cenas que jamais esquecerei,
pessoas correndo sem direção e pasmem um pedaço de uma piscina que voou do 14º
de um prédio. no prédio que fica em frente ao meu o vento arrancou a porta da
garagem e esta era de alumínio rebitado.
Eucalipto de 20 metros de altura foram quebrados como
se fora palitos de dente, e um dos fatos que me chamaram muita atenção foi que
as arvores da av. beira mar que não foram arrancadas estavam como se tivessem
passado por um jato de areia ou seja descascadas. Foram momentos terríveis, mas
devemos aprender com o acontecido e tentar saber o porquê. Cesar dos Santos (
22/04/2004 )
■ Vivenciei as horas de tensão sob a ação
do "fenômeno" (ainda se discute se foi furacão ou ciclone). Aqui no
extremo sul do litoral de Santa Catarina, em Passo de Torres, as rajadas de
vento e chuva mais fortes iniciaram por volta de 0h:40min (madrugada de domingo
28/03/2004) e só começaram a atenuar sua ação pelas 3h:30min. Horas que
pareceram dias. Tive lá meus prejuízos materiais, bem menores do que a maioria
das famílias daqui que ainda estão alojadas em abrigos improvisados pela
prefeitura e comunidade local.
Acompanhei a discussão pela TV, e um
detalhe me chamou a atenção. Meteorologistas diziam que se o núcleo fosse
quente ou frio então saberiam qualificar o fenômeno. Naquela madrugada, durante
a sua passagem, o que se sentíamos era calor. Mesmo quando saía do quarto para
buscar outra vela, sentindo no breu a chuva e o vento que entravam nas outras
peças da casa, não sentia frio. Sei que existem equipamentos que medem e
identificam estas características. Mas queria deixar a nossa impressão. Admar A.
Godoy ( 06/04/2004 )
■ Mais de 48 horas sem dormir atendendo a telefones de
familiares e chamados das embarcações pesqueiras pelo rádio. Assim foi o final
de semana das mulheres da Rádio Costeira de Navegantes, durante a passagem do
ciclone Catarina. Bernadete Felício e Rosangela Rabito se revezam no rádio para
passar informações sobre a previsão do tempo e a situação das embarcações. Na
sexta-feira à noite, o mestre do barco Marlene Gregório 1 fez um relato
emocionante pelo rádio. "Ele contou que no final da tarde viu uma massa de
nuvem negra se formando em círculo e ela começou a girar cada vez mais forte.
Quando ele viu, o barco estava cheio de água e rodava sobre o mar. De repente o
vento começou a acalmar e ele sentiu o barco bater na água", contou
Bernardete. O Marlene Gregório 1 estava a cerca de 370,2 quilômetros da costa.
"O furacão passou por ele em alto mar e seguiu em direção à costa. Foi um
relato emocionante. Chorei ouvindo ele se despedir pelo rádio dos companheiros,
pois chegou a pensar que o barco iria afundar", revelou. (depoimentos
retirados do site Apolo)
Mapa dos Municípios atingidos pelo furacão “Catarina”
Fontes:
Pesquisa realizada no período de 26 de Março de 2004 a 18 de abril de 2004, nos
seguintes jornais;
A Noticia – Joinville
- Santa Catarina – Brasil; Gazeta Mercantil – São Paulo; Jornal da Praia –
Sombrio/SC; Terra Noticias – São Paulo; Defesa Civil – SC ; Folha de São Paulo
- São Paulo; Jornal da Manhã – Criciúma; O Estado de São Paulo – Ciência e Meio
Ambiente; Jornal da Cidade –Torres/RS; Folha Online - São Paulo; Tribuna do Dia
– Criciúma/SC; Notisul – SC; Jornal do Commercio – RS; Gazeta do Povo – Paraná;
CNN News – USA; BrazilPost – USA; Fire Engineering e-Newsletter – USA, @ZR.
Comentário:
O furacão Catarina foi considerado pelos
meteorologistas , como furacão de categoria I, de acordo com a escala
Saffir-Simpson. A escala descreve os seguintes danos;
CATEGORIA 1
Causa poucos danos, com ventos de 118 a 152 km/h e
pressão barométrica mínima igual ou superior a 980 milibares. Não causa danos a
estruturas de construções. Pode arrastar trailers, arbustos e árvores. Também
pode causar pequenas inundações em vias costeiras e pequenos danos em marinas.
Pela descrição o furacão de categoria I, afeta apenas
o ambiente (árvores, inundação, etc).
Mas pelas informações dos jornais, fotos e pessoas que
presenciaram o fenômeno, foram arrancadas estruturas de telhados, milhares de
casas destruídas , etc.
Neste caso, pela escala, os ventos de rajada poderiam ter ultrapassado
a 152 km/h, pelos danos apresentados,
tais como; centenas de arvores foram arrancadas na BR-101, centenas de postes
da Celesc, foram derrubados, destruição
total de edificações e danos parciais (destruição de telhados, portas, janelas,
etc). De acordo com esta descrição, o
furacão poderia ter assumido a categoria II,
com ventos de rajada.
CATEGORIA 2
Causa danos moderados, com ventos de 153 a 178 km/h.
Pressão barométrica mínima de 965 a 979 milibares.
Provoca danos consideráveis em árvores, arbustos,
trailers, letreiros e anúncios. Pode destruir parcialmente telhados, portas e
janelas e causa poucos danos em construções. Ruas e estradas próximas à costa
podem ser inundadas. As marinas ficam inundadas.e é obrigatória a retirada dos
moradores das áreas costeiras.
A estimativa dos prejuízos avaliados (R$ 1 Bilhão)
equivale a 1,47% do PIB de Santa Catarina.
Os prejuízos da agricultura estimados em (R$ 100
milhões) equivale a 2% do PIB do valor bruto da produção da agricultura de
Santa Catarina.
Poderíamos estimar que os prejuízos do furacão
Catarina estariam numa faixa de US$ 346
milhões (prejuízo estimado pela Defesa Civil de SC, na época) a US$ 420
milhões, incluindo danos materiais, agricultura e perda econômica (desemprego,
lucros cessantes da população afetada, etc).
No Estados Unidos existem bancos de dados, cuja
responsabilidade é de uma agencia federal. Também, existem diversas entidades
particulares que analisam e processam as informações de acordo com esses bancos
de dados. As informações são detalhadas por estados, freqüência dos acidentes,
horários, etc, ocasionados por fatores climáticos, que são agrupados em um banco de dados denominados
“Storm” (raio, tornado, inundação ,
furacão).
No Brasil não temos esse tipo de banco de dados e como conseqüências não analisamos os custos sociais e econômicos causados por fenômenos da natureza, os quais
podem atingir custos extremamente elevados (interrupção de energia elétrica por
queda de raio, incêndio, explosão, queda de torres de transmissão provocada por
vendaval, inundação, tornado, furacão, etc) .
Isto deveria alertar as autoridades, pelo volume de
recursos que às vezes é desperdiçado por falta de informações (prevenção) dos
acidentes e investimentos em coleta de dados.
Por exemplo, no caso do furacão Catarina, quais seriam
os fatores de riscos envolvidos ?
■Perda
de receita financeira do município, da população afetada, comércio,
indústria e agricultura
■Paralisação
ou interrupção da infraestrutura da cidade (luz, água, comunicação, ruas,
estradas, etc)
■Paralisação
de fábricas, que poderá atingir valores elevados, cujo produto agrega outros
insumos. (há perda na cadeia produtiva).
■Agricultura, perdas nas lavouras , infra-estrutura e
construções rurais. A perda de produção na agricultura é grave, pois o
agricultor depende da produção para
saldar dívidas
■Comércio,
consumidores, etc.
■Recuperação
ou reconstrução de prédios da rede pública, principalmente escolas, hospitais e
centros de saúde
■Recuperação
ou reconstrução de edificações particulares (moradores) , comerciais e
industriais
É
necessário que o País tenha uma agência federal de desastres naturais, que
congrega os institutos ou centro de pesquisas ligadas às universidades, que
fazem pesquisas nas áreas de
climatologia e fenômenos naturais, com intuito de gerenciar as informações
sobre catástrofes naturais e assim oferecendo a sociedade às informações das
áreas propensas a riscos ou acidentes naturais.