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quinta-feira, outubro 12, 2023

MANAUS AMANHECE ENCOBERTA POR 'ONDA' DE FUMAÇA PELO SEGUNDO DIA CONSECUTIVO

Manaus segue encoberta por fumaça nesta quinta-feira (12). Esse é o segundo dia em que a fumaça toma conta da capital, reflexo das queimadas usadas de forma irregular por agropecuaristas.

Nesta manhã, nas Zonas Sul e Centro-Sul da capital, edifícios desapareceram e a visibilidade para os motoristas era ruim já nas primeiras horas do dia.

Desde a quarta-feira (11) uma 'onda' de fumaça cobre Manaus. A fumaça foi tanta que universidades tiveram que suspender as aulas presenciais.

A World Air Quality Index, uma plataforma acompanha os níveis de poluição no mundo, colocou a capital entre as piores cidades do planeta em poluição do ar por causa do nível de fumaça.

FUMAÇA VEM DA REGIÃO METROPOLITANA, DIZ IBAMA

Na noite da quarta-feira, o Superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, disse que a 'onda de fumaça' que encobre Manaus está vindo dos municípios do Careiro e Autazes e é causada por agropecuaristas.

Ponte Rio Negro, em Manaus

Essa fumaça vem dessa região e é provocada pelo uso inadequado do fogo em áreas de agropecuária e que se estendem para áreas de vegetação. — Joel Araújo, superintendente do Ibama no Amazonas

Segundo o superintendente, há brigadistas tentando apagar as chamas. "O Ibama tem 45 brigadistas atuando em um grande incêndio ambiental, o maior da região, no município do Careiro, na tentativa de diminuir essa fumaça, que está sendo carregada de lá para a cidade de Manaus", disse o superintendente.

De acordo com as autoridades, o estado do Amazonas registrou 9 mil focos de incêndio entre setembro e outubro, o que fez com que o estado decretasse emergência ambiental.

Segundo o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Autazes é o quarto município que mais registra queimadas em toda a Amazônia Legal no mês de outubro. Somente nos dez primeiros dias do mês a cidade registrou 236 focos de calor.

Autazes e Careiro, inclusive, estão localizadas na região da BR-319, que tem a sua revitalização cobrada por políticos do estado e é palco de discussão entre ambientalistas e pecuaristas. Fonte: g1 AM- 12/10/2023

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sexta-feira, março 24, 2023

O DILEMA DA EXTRAÇÃO DO LÍTIO USADO EM CARROS ELÉTRICOS

Por transporte mais ecológico, demanda global pelo metal que compõe baterias destes veículos aumentou. Mas as diversas formas de extração do "ouro branco" não estão livres de polêmica. Um carro elétrico, na realidade, não precisa de muito lítio para rodar. Uma bateria de 300 quilos, ou capacidade de 50 kWh, de um modelo de tamanho médio contém apenas cerca de 8 quilos do metal leve.

Mesmo assim, com o setor de carros elétricos acelerando mais do que o esperado, a demanda pelo material necessário para fabricar as baterias está aumentando. Uma evolução problemática, já que projetos para a extração de lítio, muitas vezes controversos, levam diversos anos para serem desenvolvidos.

Alguns projetos enfrentam protestos porque minas a céu aberto destroem paisagens e podem afetar as reservas de água nas regiões onde ocorrem.

Em 2016, 43 mil toneladas métricas de lítio foram extraídas em todo o mundo, segundo a Agência de Recursos Minerais da Alemanha (Dera, na sigla em alemão). Até 2022, segundo o órgão, o montante era três vezes maior, ou seja, 130 mil toneladas métricas. A agência estima ainda que, até 2030, a quantidade minerada poderia mais do que quadruplicar novamente.

O especialista em lítio da Dera, Michael Schmidt, afirma que a questão, agora, é saber como extrair o mineral para a produção de baterias de forma sustentável para suprir essa demanda. "Há dinâmicas em jogo que eu jamais testemunhei em 12 anos de economia e gestão de matérias-primas", aponta.

Na verdade, o lítio, frequentemente descrito como "ouro branco" devido ao valor de mercado e à cor prateada, é abundante na crosta terrestre – mas a distribuição é bastante esparsa. Pesquisadores acreditam que a quantidade do metal leve nos oceanos do planeta seja de cerca de 200 bilhões de toneladas. Depósitos em rochas e lagos de água salgada adicionam 98 milhões de toneladas métricas à soma – desse montante, 26 milhões de toneladas poderiam ser exploradas economicamente nas próximas décadas.

Em 2022, 47% da demanda global por lítio foi coberta pela mineração de rochas sólidas em minas a céu aberto na Austrália, 35% veio de lagos de água salgada na América do Sul, 15% de reservas da China e menos de 1% veio, respectivamente, do Zimbábue, de Portugal e da América do Norte.

LÍTIO DE LAGOS DE ÁGUA SALGADA

Os maiores depósitos de lítio ficam nos lagos de água salgada subterrâneos da Bolívia, da Argentina e do Chile e a estimativa é de que contenham 42 milhões de toneladas do metal. Segundo dados preliminares do Serviço Geológico dos Estados Unidos, cerca de 45 mil toneladas foram extraídas em 2022.

A salmoura é bombeada a partir do subsolo para enormes bacias onde evapora ao sol em até dois anos. Em seguida, a solução salina concentrada é filtrada e o carbonato de lítio, material de base para a produção de baterias, é extraído quimicamente.

 As emissões de gás carbônico geradas por esse método de extração são relativamente baixas, ficando entre 50 e 100 kg de CO2 por bateria de carro (50 kWh), segundo um estudo do Instituto Sueco para o Meio Ambiente.

Porém, esse tipo de extração de lítio pode levar a problemas na água potável. O bombeamento da salmoura pode diminuir os níveis das águas subterrâneas. Ao mesmo tempo, leitos de rios e zonas úmidas podem secar. Em algumas regiões, falta água para agricultura.

LÍTIO DE ROCHEDOS SÓLIDOS

O maior volume de lítio atualmente é extraído em minas a céu aberto na Austrália pela exploração dos chamados pegmatitos, rochas ígneas (ou magmáticas) compostas basicamente por granito. Segundo avaliações preliminares, cerca de 61 mil toneladas foram extraídas no país em 2022. As reservas de lítio da Austrália são estimadas em atualmente 6,2 milhões de toneladas.

O minério de lítio é extraído por perfuração e jateamento. Em seguida, os grumos são esmagados numa fábrica e o lítio é separado das sobras de rocha por um processo químico e metalúrgico.

O próximo passo é transportar o lítio à China por navio, onde é refinado e processado, e transformado em células de bateria. Segundo uma pesquisa do Argonnen National Laboratory – um centro de pesquisa e desenvolvimento com financiamento federal dos Estados Unidos – a extração de lítio a partir dos minérios precisa de seis vezes mais energia que a de lagos de água salgada, fazendo deste método muito mais nocivo ao meio ambiente.

Segundo um estudo, também dos EUA, o processo de extrair lítio de minérios também usa o dobro de quantidade de água em comparação à extração nos lagos de água salgada. A enorme mina a céu aberto de Greenbush fica numa região bastante úmida no sudoeste da Austrália. Assim, de acordo com relatório do Instituto Federal de Geociência e Recursos Naturais, o consumo de água é menos problemático nesse caso. Porém, no norte da Austrália, a seca região mineradora de Pilbara enfrenta um desafio maior de fornecimento de água.

LÍTIO A PARTIR DE ENERGIA GEOTÉRMICA

Os preços do lítio registram alta e, para atender à demanda crescente de baterias de carros, diversas iniciativas também estão sendo promovidas na Europa. Isso inclui projetos de mineração na Finlândia, Irlanda, Alemanha, República Checa, Áustria, Sérvia, Espanha e Portugal.

Parecido com o sistema na Austrália, o lítio deverá ser extraído de depósitos de rocha ígnea em minas a céu aberto e subterrâneas. Todos os projetos são considerados lucrativos.

Separadamente, projetos de extração de lítio a partir de águas termais estão sendo desenvolvidos no Reino Unido, na França e na Alemanha. As fábricas geotérmicas bombeiam águas a uma profundidade de até 5 mil metros, com temperaturas de até 200°C e usam o calor para gerar eletricidade e para redes de aquecimento. A água resfriada é então empurrada de volta ao fundo.

Em alguns casos, a água extraída contém lítio, que pode ser diretamente separado pela tecnologia conhecida como DLE, ou extração avançada de lítio. Atualmente, não existem fábricas de extração do tipo em escala industrial.

A empresa teuto-australiana Vulcan Energy planeja iniciar a extração comercial no Vale Superior do Reno, no sul da Alemanha, produzindo 4 mil toneladas de lítio na primeira fase, em 2025. Estima-se que existam cerca de 3 milhões de toneladas do metal leve na área de mineração da Vulcan.

O impacto ambiental menor é citado como vantagem desse processo: a energia para o processo de extração vem da energia geotérmica profunda para que tenha emissão zero e, além disso, o lítio obtido dessa forma não precisa ser transportado pelos oceanos para a produção de baterias na Europa.


LÍTIO OBTIDO POR RECICLAGEM E VENDAS

Em algumas décadas, o lítio também poderia ser extraído como um subproduto de fábricas de dessalinização, tapando buracos de fornecimento. Atualmente, esse método não é considerado lucrativo.

No futuro, a extração de lítio de baterias velhas também deverá ganhar importância. Segundo cenários desenhados pela agência Dera, a reciclagem deverá cobrir parte da demanda do metal nos anos 2030.

Mas hoje os volumes de baterias disponíveis são muito pequenos para a extração comercial, e baterias de lítio de carros elétricos estão instaladas em amplos sistemas de armazenamento – a exemplo de parques solares.

"Uma vez que os volumes de baterias usadas aumentar, devermos ter mais lítio obtido a partir da reciclagem. Isso também é crucial em termos de uso sustentável", explica Michael Schmidt, da Dera.

Além disso, especialistas em matérias-primas como Schmidt e associações ambientais vêm exigindo um uso mais eficiente do lítio de baterias. Eles dizem que construir carros elétricos grandes com as maiores baterias possíveis não é uma utilização sustentável dos recursos.

Em vez disso, veículos mais leves deveriam ser vendidos como prioridade e disponibilizados à mais ampla base de consumidores possível. Também ajudaria se os serviços de car-sharing fossem ampliados, além do transporte público, para que menos pessoas precisassem do seu próprio carro elétrico, possibilitando uma demanda reduzida do chamado "ouro branco". Fonte: Deutsche Welle - 17/03/2023

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domingo, junho 02, 2019

Filhote de leão-marinho é encontrado com máscara de mergulho no pescoço

O animal foi resgatado em uma praia da Califórnia. Ele estava desnutrido e desidratado. Fonte: Bom Dia Brasil - 30 Mai 2019

Comentário: A poluição marinha por lixo plástico impõe mudanças perigosas ao equilíbrio dos oceanos e para a própria economia mundial. Os custos resultantes dos seus efeitos negativos sobre os ecossistemas marinhos somam impressionantes US$ 2,5 trilhões — por ano — segundo um estudo publicado  no Marine Pollution Bulletin, May 2019..

Cerca de 322 milhões de toneladas de plástico são produzidas anualmente no planeta, enquanto ao menos 5 trilhões de materiais plásticos, com peso equivalente a 250 mil toneladas, estão flutuando nos oceanos.

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quinta-feira, junho 07, 2018

No Dia Mundial do Meio Ambiente, ONU pede fim da poluição plástica



Homem seleciona lixo reciclável em um aterro 
na cidade de Bulawayo, segunda maior cidade do Zimbábue.
Todos os anos, desde 1972, 5 de junho é celebrado como o Dia Mundial do Meio Ambiente.

A Organização das Nações Unidas (ONU) anualmente escolhe um tema relacionado às questões mais prementes da atualidade e este ano o mote é Beat Plastic Pollution (Combater a Poluição Plástica, em tradução livre).

A poluição causada pelo descarte de objetos de plástico é um dos grandes desafios da atualidade. De acordo com a ONU, são necessários pelo menos 450 anos para que uma garrafa de plástico se decomponha e desapareça do meio ambiente.

Apenas na última década foi produzido mais plástico do que em todo o século passado. Todos os anos, são utilizados 17 milhões de barris de petróleo para produzir garrafas plásticas. No total, metade do plástico que utilizado é de uso único.

Nosso mundo é inundado por resíduos plásticos prejudiciais. Os microplásticos nos mares agora superam as estrelas da nossa galáxia. De ilhas remotas ao Ártico, nada é intocado. Se as tendências atuais continuarem, até 2050 nossos oceanos terão mais plástico do que peixes, António Guterres, secretário-geral da ONU.

Levando-se em conta que a taxa média global de reciclagem desses produtos é de 25%, isso significa um volume enorme de lixo plástico descartado nos oceanos.

Estima-se que pelo menos 8 milhões de toneladas de lixo plástico vão parar nos mares anualmente, onde sufocam os recifes de corais e ameaçam a fauna marinha vulnerável.

PLÁSTICO PREJUDICA AVES MARINHAS
Até 2050, 99% das aves marinhas terão ingerido plástico. O lixo prejudica mais de 600 espécies marinhas, 15% delas em extinção.
De acordo com a campanha da ONU Mares Limpos (Clean Seas), outro grande vilão dos mares são os microplásticos, partículas que medem menos de 5 mm e que estão presentes também em cosméticos e produtos de higiene. Pelo menos 51 trilhões de partículas de microplásticos já estão nos oceanos.
A campanha Beat Plastic Pollution, que tem a Índia como país anfitrião este ano, convida as pessoas a agirem, individual ou coletivamente, para combater a poluição plástica.
São exemplos práticos como parar de usar canudinhos e talheres de plástico, levar sua própria caneca para o trabalho, pressionar as autoridades locais para melhorar a maneira como administram o lixo da sua cidade, utilizar sacolas de tecido ao fazer as compras e recolher lixo plástico que encontrar nas praias, florestas e cachoeiras que for visitar, entre outras iniciativas. Fonte: Agência Brasil-05/06/2018
  
Comentário
■ As sacolas de plástico são feitas em sua maioria de polietileno, um polímero derivado do petróleo que demora pelo menos 500 anos para ser decomposto.
De acordo com a agência do Meio Ambiente das Nações Unidas;
■ Calcula-se que a cada ano são consumidas 5 trilhões de sacolas de plástico no mundo
■ Em todo o mundo, 1 milhão de garrafas de plástico são compradas a cada minuto.
■ Se os padrões atuais de consumo continuarem em 2030 a produção anual de plástico será de 619 milhões de toneladas em nível global 

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terça-feira, novembro 14, 2017

Nova Délhi: Poluição do ar extrema

A cidade de Nova Délhi, na Índia está tomando uma série de medidas de emergência devido à poluição do ar.

PROIBIÇÃO
A gravidade da situação levou o governo a implementar uma proibição total dos caminhões que entram na capital, bem como suspender temporariamente os projetos de construção civil. Foi tomada ainda a decisão altamente incomum de fechar todas as escolas.

POLUIÇÃO
Um dos monitores de poluição, que mede a quantidade de partículas por metro cúbico de ar com medidas menores que 2,5 milionésimos de metro (mícron), chegou à medição de 969, quando a OMS considera que o limite saudável é 25.
Outras medidas são o aumento no preço dos estacionamentos e na frequência do transporte público, como ônibus e metrô.
A Autoridade de Estradas Nacionais da Índia tomará medidas como salpicar com água todas as obras de construção, que visitará de forma frequente para garantir que estas aderiram às normas de controle da poluição estipuladas, segundo um comunicado da organização.

POLUIÇÃO ELEVADA
Gufran Beig, diretor do SAFAR, organização pública encarregada de supervisionar a qualidade do ar na Índia, disse que a poluição se mantém em um nível alto pela convergência de três fatores:
■as emissões frequentes da indústria e dos transportes,
■as condições meteorológicas atuais e
■a queima de resíduos de agricultura (restolho) nas regiões dos arredores.
Beig afirmou que o vento empurrou para Délhi a fumaça gerada pela queimada nos estados de Punjab e Haryana e ao chegar à capital, ficou "presa" porque "o vento é mínimo e não há altos níveis de umidade".

RODIZIO DE VEÍCULOS
Nova Délhi ainda voltará a limitar o tráfego com rodízio de veículos durante a próxima semana. "Já que os níveis de PM2,5 e PM10 ultrapassam o limite todos os dias em Délhi, o governo decidiu implementar um rodízio de veículos entre 13 e 17 de novembro", anunciou nesta quinta-feira em entrevista coletiva o ministro de Transporte da capital, Kailash Gahlot.

O governo da cidade, de cerca de 17 milhões de habitantes e com cerca de 9 milhões de veículos registrados, prevê aumentar a frota de ônibus públicos em 500 unidades, assim como a de microônibus.
Os episódios de poluição são recorrentes no outono e inverno em Nova Déli, que a OMS classificou em 2014 como a cidade mais contaminada do mundo.
Como já ocorreu em abril e janeiro do ano passado, quando foi implementada a medida pela primeira vez, os motoristas que viajarem com crianças menores de 12 anos, os veículos de duas rodas e de emergências e os carros de vários altos cargos estarão isentos da norma.  Fonte: G1-09/11/2017 





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terça-feira, maio 30, 2017

Ilha desabitada do Pacífico Sul é o lugar com mais lixo no mundo

Uma ilha desabitada do Pacífico Sul é o lugar com a maior densidade de lixo no mundo. O território de Henderson acumula 18 toneladas de resíduos em seus 37 quilômetros quadrados, ou seja, 671 pedaços de lixo por metro quadrado, de acordo com um estudo publicado pela revista científica norte-americana PNAS. A cada dia chegam 3.570 resíduos flutuando, embora o território fique a 5.000 quilômetros de distância da massa continental mais próxima, acrescenta o artigo.

ILHA HENDERSON
A Ilha Henderson faz parte do arquipélago britânico de Pitcairn e lá são realizados estudos científicos a cada cinco ou dez anos. Está localizada perto do chamado Giro do Pacífico Sul, um redemoinho gigante onde se acumulam detritos transportados pelas correntes marinhas provenientes de navios ou da América do Sul.

PEDAÇOS DE PLÁSTICO
Os cientistas estimam que existam cerca de 38 milhões de pedaços de plástico na Ilha Henderson, cujo tamanho é semelhante ao da cidade espanhola de Corunha. No entanto, a quantidade de lixo pode ser ainda maior, como explicou a principal autora do estudo, Jennifer Lavers, do Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos da Universidade da Tasmânia. A equipe de cientistas só explorou até uma profundidade de dez centímetros de areia, nas áreas de falésias o acesso foi menor, e muitos pedaços de plástico eram pequenos demais para serem contados.

Recipientes de plástico, boias de pesca, redes, escovas de dente e isqueiros são parte dos resíduos que cobrem a ilha. Embora a maioria seja de “objetos não identificados”, como os milhares de pedaços medindo apenas um milímetro, disse Lavers à agência Efe.

“O que vemos na Ilha Henderson demonstra que nenhum lugar do mundo escapa da poluição pelo plástico, nem mesmo os mais remotos nos oceanos”, disse Lavers. A especialista alertou que 25% das espécies marinhas e algumas aves comem plástico em algum momento. “E se alguém comer um peixe com tecidos contaminados na verdade está comendo seu próprio lixo”, insistiu.

PRODUÇÃO DE PLÁSTICO
Os cientistas estimam que, enquanto na década de cinquenta a produção de plástico era inferior a dois milhões de toneladas, em 2014 ultrapassou os 300 milhões de toneladas em todo o mundo. O plástico que não é reciclado e termina no mar, onde flutua durante anos, representa uma ameaça para os animais que o ingerem ou se enredam no lixo, explica o estudo. Fonte: El Pais - Madri 16 MAI 2017  

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terça-feira, janeiro 27, 2015

Poluição e calor transformam São Paulo em um caldeirão químico

Nas últimas semanas, estamos com a impressão de que o Brasil foi colocado em uma panela quente. Andar pelas ruas é um exercício de sudorese, os ônibus lotados fazem as vezes de sauna e dormir passou a ser uma experiência desafiadora.

Além do desconforto pessoal, a presente situação climática introduziu em nosso cotidiano importantes temas ambientais. O aspecto ambiental mais facilmente percebido é a imagem de reservatórios de água quase vazios. O nível diário do sistema Cantareira passou a ocupar as primeiras páginas dos jornais e a frequentar conversas de rodas de amigos.

DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DO AR
Há, no entanto, outras consequências menos evidentes desse período de clima bicudo: os frutos da combinação das emissões de poluentes (usinas térmicas e emissões veiculares) aliada às altas temperaturas e radiação solar, que resultam na deterioração da qualidade do ar.
A mistura complexa desses diversos poluentes liberados para a atmosfera faz da nossa cidade um verdadeiro caldeirão químico que, sob o efeito da radiação solar, forma outros poluentes, sendo o ozônio seu integrante mais ilustre.
Vale ressaltar que o ozônio é formado naturalmente nas camadas mais altas da atmosfera, onde ajuda a proteger a vida na terra filtrando raios ultravioleta. Entretanto, na superfície terrestre o ozônio é altamente danoso à saúde humana.
Muitas pessoas se surpreenderam recentemente com a indicação de qualidade do ar da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo), exposta nos relógios digitais espalhados por São Paulo, indicando nível ruim ou péssimo, seu pior nível.

CAMADA DE OZÔNIO
No gráfico abaixo, dados diários de ozônio e temperatura estão correlacionados. Em São Paulo, de janeiro de 2008 até a metade de janeiro de 2015, é evidente o aumento deste poluente fotoquímico nos dias mais quentes como os que vivemos atualmente (círculo em vermelho).

Hoje, sabemos que a exposição a níveis moderados e elevados de ozônio está associada a uma grande variedade de efeitos negativos sobre a saúde, desde uma simples irritação na garganta até a redução de expectativa de vida. Crianças, idosos e pessoas que tenham alguma doença pulmonar pré-existente, como asma, bronquite crônica e enfisema, são as que mais sofrem.

TEMPERATURA-CONFORTO TÉRMICO
Além do acúmulo dos poluentes produzidos pelas reações químicas na atmosfera, há o efeito direto da temperatura em nossa saúde. Importante ressaltar que a faixa de conforto térmico varia de região para região do planeta, não sendo a mesma, por exemplo, para Teresina ou Copenhague.
Em particular, para a cidade de São Paulo, a média da zona de conforto térmico é de 22 a 25ºC. A faixa de conforto térmico é definida tanto pelo padrão construtivo de nossas casas, como também pelos sistemas que regulam a nossa temperatura corpórea.
Nós, seres humanos, temos que manter nossa temperatura corporal em uma faixa muito estreita, entre 36,5 e 37,2°C, e para isso temos um sistema que funciona como um "termostato", mas que possui um limite de tolerância. Indivíduos mais idosos e crianças são aqueles que têm a saúde mais comprometida quando a temperatura ambiente fica fora da zona de conforto térmico, pois seu intervalo de tolerância é geralmente menor.

Pessoas portadoras de doenças como diabetes, desordens cerebrovasculares ou cardiovasculares também devem tomar mais cuidado com as altas temperaturas, pois o risco nessas condições é maior. No calor nossos vasos dilatam e perdemos muita água corporal para mantermos nossa temperatura estável, por isso, ficamos desidratados mais rapidamente.

Isso pode provocar um aumento da viscosidade sanguínea e outras mudanças fisiológicas que, quando agravadas, podem levar a morte. Alterações de mecanismos de regulação endócrina, de arquitetura do sono, de pressão arterial e do nível de estresse também podem ser relacionadas com esses dias mais quentes.
A atual condição climática tem feito com que nós sejamos frequentemente compelidos a conviver com temperaturas muito acima da nossa faixa de conforto térmico, com potencial prejuízo à nossa saúde.
Portanto, nestes dias mais quentes e muito ensolarados, associados a uma qualidade do ar ruim, alguns cuidados podem ser tomados para proteger sua saúde. Por exemplo, evite exposições ao ar livre nos períodos mais quentes do dia, concentre as atividades físicas no período da manhã e ao anoitecer. Beba muita água ao longo do dia para manter-se hidratado.

Uma dica simples para verificar o nível de hidratação é olhar a cor da urina. Uma urina mais escura do que o habitual deve acender uma luz dizendo beba mais água, se ainda este raro fluido for disponível em nossos anêmicos reservatórios. UOL Noticias - 23/01/20150 - Paulo Saldiva (médico especialista em poluição atmosférica); Mariana Veras (bióloga , especialista em poluição atmosférica);  Nilmara de Oliveira Alves (bioquímica, especialista em poluentes atmosféricos e efeitos na saúde)

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