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terça-feira, julho 14, 2009

Caça à baleia, pesquisa cientifica, macarrão bolognesa com carne de baleia

O governo japonês se reserva o direito de lançar a frota anualmente baseado em questões culturais. Segundo o governo, usamos as baleias de forma sustentável, pois fazemos pesquisa de acordo com a Convenção das Baleias.

A captura de baleias pelo Japão em sua mais recente caçada na Antártida ficou abaixo da meta do país após manifestações de ativistas contra a caça desses cetáceos, disse a Agência Pesqueira do Japão em 13 de abril de 2009..

O Japão, que considera esse tipo de caça uma estimada tradição cultural, matou 679 baleias da espécie minke, apesar dos planos de caçar cerca de 850 animais. O país também pescou apenas uma baleia-comum (ou baleia-fin), contra uma meta de 50 estimada no início da caça, em novembro.

Alguns navios da frota japonesa de seis embarcações retornaram para casa após conflitos com o rigoroso grupo Sea Shepherd Conservation Society, incluindo uma colisão que danificou um dos navios japoneses.

A Agencia Pesqueira japonesa disse que os navios não continuaram com a pesca em um total de 16 dias, devido ao mau tempo e aos conflitos com os ativistas.

O Japão interrompeu oficialmente o comércio de pesca de baleias após entrar em acordo com uma moratória global em 1986, mas começou no ano seguinte o que é chamado de um programa de pesca científica de baleias para pesquisa. A carne de baleia pode ser encontrada em alguns supermercados e restaurantes japoneses.

A Islândia retomou a caça comercial das baleias em 2006 e é um dos dois únicos países, junto com a Noruega, a autorizar a caça explicitamente para o comércio da carne. Nenhum dos dois países reconhece a autoridade da Comissão Baleeira Internacional (CBI).

Pesquisa cientifica ou gastronômica?
Depois de abatidas, boa parte delas chega em forma de filé ao mercado consumidor japonês, onde há muitos apreciadores da iguaria. De coloração vermelha, ela é quase tão saborosa quanto à carne bovina, na opinião dos gourmets.

Capacidade lenta de reprodução da baleia
O status de preservação de cada espécie não leva em conta apenas a quantidade, mas também a capacidade de reprodução e o ambiente onde vive cada grupo de cetáceos. Em geral, eles são animais com desenvolvimento demorado. Podem viver até 70 anos e sua capacidade de reprodução é bastante limitada. As fêmeas das baleias só atingem a maturidade sexual entre 8 e 15 anos de idade. Elas têm somente um filhote de cada vez. E levam no mínimo três anos para poder parir novamente.
Os cetáceos têm estruturas sociais igualmente mais elaboradas. Uma baleia morta pode fazer falta às que ficam, afirma os especialistas.
Diante do apetite dos arpões, esse relógio pode ter-se tornado lento demais para garantir a perpetuação da espécie.

Caça a baleia
Num aspecto estão todos de acordo: a corrida descontrolada às baleias, foi desastrosa. Iniciou-se de forma artesanal, com embarcações a remos e arpões manuais. Hoje, com navios baleeiros mais rápidos, armas modernas e navios-fábrica elevaram a exploração a níveis extremos e ficaram mais fáceis de caçar baleias..
■ Em 1931, já se abatiam cerca de 40 mil animais por ano - sobretudo por frotas da Noruega, Reino Unido e países da Commonwealth, como Austrália e África do Sul.
■ Em 1946 criou a Convenção para a Regulação da Caça à Baleia. Dele nasceu a Comissão Baleeira Internacional (CBI), com o objetivo de zelar pela preservação dos estoques, de modo a manter a atividade da caça.
■ Em 1962, atingiu-se o recorde de 66 mil baleias mortas, equivalente a 226 mil toneladas - a maior parte, pelo Japão, Rússia e Noruega.
■ Em 1982, adotou a moratória à caça comercial, ainda em vigor.
■ Em 1986, entra em vigor da moratória que proíbe a caça comercial das baleias, votada pela CBI em 1982. Só se permite a caça "com objetivos científicos".
■ Em 1985 houve um declínio que reduziria o total a apenas 15 mil toneladas, equivalente a 5.000 baleias
■ Em 2006, o Japão matou 1.073 baleias minke, cuja carne terminou em restaurantes, supermercados, refeitórios escolares.
■ Em 2008, foram mortas 759 baleias.

Preservação das espécies
Ainda há dez anos, data da última estimativa da CBI, não havia mais do que 2300 baleias-azuis em todo o Hemisfério Sul. Da baleia-franca no Atlântico Norte há apenas três centenas de indivíduos.
Os países pró-caça defendem que, apesar de haver espécies em perigo, há outras mais abundantes. A própria Comissão Baleeira Internacional (CBI).reconhece.
As baleias-anãs contam-se às centenas de milhares. O último cálculo da CBI, de 1989, apontava para 760 mil no Hemisfério Sul. É nos mares da Antártida, que o Japão caça algumas centenas por ano, para um programa científico contestado por ambientalistas.

Fontes: O Estado de São Paulo - 3 de fevereiro de 2009, Ultima Hora - Portugal , 22. de junho de 2009,

Vídeo
Mostra os restaurantes com cardápios incomuns que oferecem delicados pratos que englobam do tradicional sashimi ao espaguete à bolognesa – todos com a carne de baleia.
Da pesquisa cientifica para pesquisa gastronômica?

Vídeo (1):
Mostra como se caça a baleia. O navio baleeiro caça a baleia e depois transfere para o navio-fábrica, onde processa a baleia, corta e embala para o mercado japonês. O sistema de caça a baleia é uma máquina mortífera com toda tecnologia disponível para caçar e matar a baleia.

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posted by ACCA@12:38 AM