Patrulha de ONG mostra matança de golfinhos e baleias em ilhas da Dinamarca
Uma patrulha feita por 18 voluntários durante 10 semanas, de
junho a setembro deste ano, mostra centenas de mortes de golfinhos e baleias
nas Ilhas Faroé, arquipélago da Dinamarca localizado no Atlântico Norte. A
operação 'Bloody Fjords' ("Fiordes sagrentos") foi organizada pela
ONG Sea Shepherd.
O grupo, com ativistas do Reino Unido e da França, foi
dividido em seis equipes em cidades diferentes, abrangendo 19 baías. Durante o
período da patrulha, nove caças aos animais foram flagradas, o que resultou na
morte de 198 golfinhos e 436 baleias-piloto, um total de 634 animais.
MORTES DOCUMENTADAS
Um dos grupos criou
uma sede em Tórshavn, capital das Ilhas Faroé. Os ativistas gravaram um
grindadráp – método de caça em que a comunidade local se dirige em barcos com
pedras, ganchos, cordas e facas para cerco aos animais. Em 5 de julho, 70
baleias-piloto foram mortas.
Em 17 de julho, outro grupo gravou um grindadráp. Foram
mortas 191 baleias-piloto. Os voluntários também fotografaram, em Klaksvik,
essas mesmas baleias em abatimento no dia seguinte. Dois caminhões foram
rastreados enquanto transportavam seis baleias-piloto até uma empresa de
processamento de peixe na capital.
Na cidade de de Sydrugota, em 25 de julho, a ONG registrou a
caça de 16 golfinhos, mortos e abatidos em um galpão próximo. Dez dias depois,
uma outra equipe baseada na cidade de Saltangará, gravou a morte de 134
golfinhos e 39 baleias-piloto.
Na capital Tórshavn, pouco mais de um mês do primeiro flagra
de grindadráp, em 18 de agosto, mais 61 baleias-piloto foram mortas. Em
Skálabotnur, mais 48 golfinhos. Os voltuntários documentaram também o abate de
uma baleia-piloto adulta que havia sido armazenada em uma caçada anterior.
O último grupo, com base na cidade de Klaksvík, fotografou e
gravou a morte de 46 baleias-piloto no dia 29 de agosto; dois dias depois,
outras 29 foram mortas.
Os organizadores da operação explicam que apenas um pequeno
número de participantes consegue fotografar e/ou gravar as caças sem
restrições, ao se misturar com grupos de turistas visitantes. Segundo a ONG, o
ano de 2017 foi um dos mais sangrentos nas Ilhas Faroé: 1691 baleias-piloto e
golfinhos foram abatidos em 24 caças.
ATIVIDADE LEGAL
A Convenção sobre a Vida Selvagem e os Habitats Naturais da
Europa, em vigor desde 1982, classifica as baleias-piloto e todos os cetáceos,
o que inclui os golfinhos, como "estritamente protegidos" sem
permissão para o abate.
Apesar disso e dos protestos de ambientalistas, o abate dos
animais não é ilegal nas Ilhas Faroé. Isso ocorre porque o arquipélago não é
membro da União Europeia, apenas se remete politicamente à Dinamarca, que
controla a defesa, a política externa e a moeda. Segundo a organização Sea
Shepherd, a principal razão para as Ilhas não se juntarem à UE é manter a
atividade pesqueira. Fonte: G1 -08/11/2017
Marcadores: Meio Ambiente, Oceanos
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