Lições do triplo desastre do Japão: Após três anos
Em 11 de março de 2011,
um enorme tsunami provocado por terremoto de magnitude 9,0 no nordeste do Japão, causou grande destruição. O
tsunami com ondas até 30 metros de altura inundou 433 mil quilômetros quadrados de
terra.
CONSEQUÊNCIAS;
■492 mil pessoas foram evacuadas,
■19.000 morreram
■2.633 foram dados como desaparecidos
■17.000 casas e edifícios foram destruídos
■138.000 danificada
■desabrigando 270 mil pessoas, que até permanecem em abrigos
temporários.
O terremoto e tsunami desencadeou um acidente nuclear muito
grave na usina nuclear de Fukushima Daiichi,
que resultou na emissão de enorme quantidade de material radioativo para
o meio ambiente.
Algumas das lições aprendidas foram discutidas na
Instituição Brookings, EUA, em simpósio que reuniu especialistas em desastre,
em maio de 2013, para identificar as lições de experiência do Japão para prevenção e mitigação de
desastres.
As lições desses especialistas extraídas do triplo desastre
do Japão são realmente muito abrangentes:
■Analisar o pior cenário possível: a partir da inclusão de cenários raros, mas
pior caso de terremotos e tsunamis no planejamento nacional, os benefícios da
integração de forma proativa das ONGs em estratégias de resposta a desastres.
■ necessidade de fazer planos de contingência no caso de
governos locais que foram dizimados ou inoperantes e os pedidos de socorro tem
que ser coordenada a outros níveis da estrutura administrativa,
■ pura eficiência das soluções de baixa tecnologia, como
sirenes em sistemas de alerta de tsunami.
■ Novos desafios: Uma das lições mais reveladora foi que as
estratégias nacionais de resposta são freqüentemente projetadas para responder a mega desastre
anterior e por isso pode ser mal equipadas para lidar com novos desafios. Por
exemplo, o desafio para as equipes médicas durante o terremoto de Kobe era
lidar com o grande número de lesões traumáticas, mas o terremoto de Fukushima exigia
uma resposta muito diferente quando a maioria das vítimas morreu em
consequência do tsunami e a difícil determinação para enviar equipes médicas para áreas
afetadas pela radiação da usina nuclear de Fukushima.
■ O triplo desastre, como é conhecido no Japão
(terremoto, tsunami e acidente nuclear) também confirmou a necessidade dos governos em
países desenvolvidos, bem como os países em desenvolvimento considerar na
extensão de suas leis e políticas se estão preparados para desastres. Por
exemplo, no Japão, bem como o furacão Katrina, nos EUA e o terremoto de 2011 em Christchurch, na Nova Zelândia, os
governos não estavam preparados para lidar com o afluxo de ofertas de ajuda
estrangeira. A assistência internacional de desastre é uma forma de garantir que o auxílio internacional pode fluir rapidamente - e de
forma adequada - quando ocorrem desastres.
■ A comunidade internacional humanitária lembrou que as
crianças não são o único grupo vulnerável em caso de catástrofes e que os
idosos têm necessidades específicas que devem ser abordados. Evacuar pessoas de áreas que não são seguras é sempre
uma tarefa difícil, mas os esforços deliberados para manter as comunidades
unidas nas evacuações após o desastre, sem dúvida, minimizaram o
deslocamento social que ocorre com freqüência.
■ Outra lição é que o fornecimento de informações precisas
pode ser tão importante quanto à prestação de ajuda. De acordo com opinião geral,
os esforços de assistência imediata do Japão para o terremoto e o tsunami foram
impressionantes tanto em alcance e velocidade, porém sua resposta foi
extremamente deficiente quando se trata de fornecer informações confiáveis e
oportunas sobre os reatores de Fukushima danificados.
■Na verdade, a lição mais pungente no caso do Japão, para os
atores humanitários que trabalham em outros países, há uma lição clara de
prestar atenção às perspectivas de acidentes de trabalho / tecnológica /
nucleares provocados por riscos naturais. Poucas agências humanitárias estão preparadas
para (ou mesmo pensar) tais cenários.
■ E para o Japão, a lição é ainda não foi esboçada: qual
será o futuro da energia nuclear? A limpeza em Fukushima ainda deixa muito a
desejar, o novo Regulamento Nuclear Autoridade emitiu diretrizes de segurança
mais rígidas, mas os prazos para completar as inspeções dos reatores estão atrasados,
e o governo ainda não respondeu a questão mais fundamental no pensamento da
maioria dos cidadãos: qual será o papel da energia nuclear na matriz energética
do país? Esta será uma lição definitiva para o Japão e o mundo.
COMPLEXIDADE PARA RECONSTRUÇÃO
■Japão tem lutado para reconstruir cidades e vilas e para
limpar a radiação do colapso da usina nuclear de Fukushima Daiichi. Planos de
reconstrução estão finalmente tomando forma, mas a escassez de trabalhadores
qualificados e materiais estão atrasando o trabalho.
■O país destinou 250
bilhões de dólares para reconstrução até
março de 2016.
■ Muitos sobreviventes da catástrofe ainda estão passando
por dificuldades
■ Agricultura e a pesca foram retomadas em algumas áreas
■ Mais de 3.000 pessoas morreram desde o desastre por
fatores relacionados ao estresse, incluindo suicídio, com muitas dessas mortes
entre pessoas que vivem em centros de evacuação.
CONTAMINAÇÃO POR RADIAÇÃO
■ A usina se estabilizou consideravelmente, mas ainda é
atormentado por vazamentos freqüentes de água radioativa e outras dificuldade,
provocando preocupação se realmente está sob controle. Os vazamentos estão
prejudicando a descontaminação da usina,
que deverá demorar cerca de 40 anos.
■Cerca de oito por cento da área terrestre do Japão, ou mais
de 30 mil quilômetros quadrados, foram contaminados por césio radioativo da
usina nuclear de Fukushima No. 1
■Desde a época do acidente a a usina liberou para o Oceano
Pacífico, 11 milhões de litros de água contaminada, com baixo nível de radiação
■A usina armazena em tanques 55 milhões de litros de água
altamente radioativa
■Estima-se 363 mil de
litros de água subterrânea diário contaminada flui para o oceano
■Por ano a usina armazena 136 milhões de água contaminada
■A empresa Tepco proprietária da usina construiu um parque
de tanques com capacidade para 360 milhões de litros para armazenar água
contaminada, insuficiente para armazenar toda água contaminada no decorrer dos
anos.
POTENCIAIS RISCOS PARA OS SERES HUMANOS
■A Organização Mundial da Saúde estima que a taxa de câncer para
a população local será um pouco elevada
■É difícil avaliar os efeitos de anos de exposição a baixos
níveis de contaminação radioativa vazada para o oceano.
Fontes: ReliefWeb-Report
from Brookings-LSE Project on Internal
Displacement Published on 10 Mar 2014, Japan Today, Japan Times, - marc. 11,
2014
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Marcadores: energia nuclear, terremoto, tsunami
1 Comments:
Parabéns pelo blog. Acabei um curso de Gestão em emergência e um dos temas foi evento com múltiplas vítimas. Utilizamos o exemplo do Japão. Muito bom mesmo. Abraço Roibison.
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