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segunda-feira, setembro 12, 2022

OS 9 ERROS DE HIGIENE MAIS COMUNS NA COZINHA QUE SÃO RISCO À SAÚDE


Todos os anos, 600 milhões de pessoas ficam doentes e 420 mil morrem por causa de doenças transmitidas por alimentos. As causas mais comuns são as bactérias, que proliferam em comidas mal conservadas ou fora do prazo de validade. Elas podem provocar infecções gastrointestinais mais sérias, que em alguns indivíduos evoluem para quadros de vômito, diarreia, desidratação bem intensos.

Esses dados globais, compilados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sempre chamaram a atenção do professor de microbiologia Uelinton Pinto, do Centro de Pesquisa em Alimentos da Universidade de São Paulo (FoRC-USP).

O especialista resolveu, então, montar uma equipe para investigar o impacto desse problema no Brasil. O primeiro passo do grupo foi publicar uma pesquisa em 2019, que descobriu 247 mil casos e 195 mortes relacionadas a doenças transmitidas por alimentos no país entre 2000 e 2018.

"Uma das coisas que observamos é que grande parte das contaminações acontece em casa", revela Pinto.

No final de 2021, o time de cientistas decidiu entender mais a fundo como alguns hábitos comuns entre brasileiros na hora de armazenar e cozinhar os alimentos contribuem para esse cenário. Eles elaboraram um questionário online, que foi respondido por 5 mil pessoas espalhadas por todos os Estados do país.

"Cerca de 46% dos participantes disseram lavar carnes na pia da cozinha, 31% só higienizam as verduras com água corrente e 24% consomem carnes malcozidas", resume.

"Esses números nos mostram que existe muita coisa errada que fazemos na cozinha e que aumenta o risco de uma infecção", interpreta o microbiologista.

A seguir, você confere os erros mais comuns na higiene deste ambiente e como é possível, por meio de mudanças simples, diminuir a probabilidade de contaminação.

1. LAVAR O FRANGO NA PIA

De acordo com o levantamento recente, esse é o erro mais frequente entre os brasileiros. Muitos pensam que lavar a carne crua em água corrente elimina impurezas e aquela fina camada gosmenta que recobre a superfície desse alimento.

O hábito é errado e perigoso à saúde: o grande problema é que o jato de água que sai da torneira e bate no frango costuma respingar em tudo que está próximo.

Imagine, por exemplo, que do lado da pia você deixou um pano de prato e algumas louças, panelas e talheres para secar. As gotículas de água que respingaram no frango (e foram contaminadas por bactérias presentes no alimento) podem parar nesses objetos que, teoricamente, estavam limpos.

Ou seja: você pode botar na boca uma colher lavada, mas que recebeu pequenos jatos de micro-organismos que fazem mal ao intestino.

"O frango possui naturalmente uma certa quantidade de bactérias e a melhor maneira de eliminá-las é por meio do processo de cozimento", ensina Pinto.

A recomendação, portanto, é não lavar o frango antes de temperar ou botar na panela (ou no forno).

Agora, se mesmo assim você fizer muita questão de passar essa carne na água, tente fazer isso com todo o cuidado, sem muitos respingos ou objetos próximos.

Cozinhar bem as carnes e os ovos, aliás, é outro ponto sensível por aqui. O ideal é que o núcleo dos alimentos atinja uma temperatura de, no mínimo, 70 ºC. Isso garante que a maior parte dos micro-organismos foi eliminada.

Uma maneira de observar isso é utilizar termômetros específicos para culinária, ou checar no olho mesmo se o centro da carne já não está mais vermelho ou com aquele aspecto de cru.

2. USAR APENAS ÁGUA PARA HIGIENIZAR VEGETAIS QUE SERÃO CONSUMIDOS CRUS

Eis outro erro comum nos lares brasileiros: só passar um pouco de água em frutas, verduras e legumes consumidos crus e com casca, como é o caso de tomate, alface e maçã.

Mesmo que essa limpeza superficial ajude a tirar impurezas maiores, ela não é capaz de eliminar completamente os micro-organismos que se acumulam na superfície desses alimentos.

A recomendação é mergulhá-los numa bacia que tenha uma mistura de água e hipoclorito de sódio por cerca de 15 minutos. Depois, basta lavar em água corrente e secar antes de guardar na despensa ou na geladeira, dependendo do alimento.

"Para cada litro d'água deve-se acrescentar uma colher de sopa de hipoclorito", diz Pinto.

Você pode encontrar esse produto à venda em feiras livres, supermercados, farmácias e hortifrutis. Ele também está disponível gratuitamente em alguns postos de saúde.

Outra opção aqui é a água sanitária comum. Nesse caso, sempre leia atentamente o rótulo — para higienizar os alimentos, nunca utilize as opções que trazem outras substâncias além do próprio hipoclorito. Outros ingredientes que podem aparecer em formulações de água sanitária, como os alvejantes, podem ser tóxicos se consumidos.

Esse rito de limpeza não precisa ser seguido à risca nos vegetais que são descascados e cozidos, como a batata e a mandioca. O próprio fogo já vai eliminar os micro-organismos potencialmente danosos.

3. NÃO LIMPAR AS MÃOS ANTES DE MEXER NOS ALIMENTOS

Agora, de nada adianta ter um alimento limpo se as mãos que você utiliza para manipulá-los estão sujas.

Nesse caso, patógenos que foram parar nas unhas e nos dedos podem "pular" para a comida, num processo que os especialistas chamam de contaminação cruzada.

Antes de iniciar qualquer receita (ou simplesmente pegar uma maçã para comer), é importante lavar as mãos com água e sabão.

Caso não tenha uma pia por perto, o álcool gel pode ser um ótimo substituto para fazer essa higiene básica antes de qualquer refeição.

4. USAR OS MESMOS UTENSÍLIOS PARA INGREDIENTES CRUS E COZIDOS

Falando em contaminação cruzada, imagina o risco que você corre ao cortar uma carne crua e, na sequência, utilizar a mesma tábua e a mesma faca para destacar as folhas de uma alface.

Os micro-organismos que estavam na carne podem passar diretamente para a verdura, que será consumida crua numa salada.

É importante lavar a faca e a tábua de corte depois que ela teve contato com um alimento cru, como uma carne vermelha

"Também é importante sempre lavar as mãos depois de mexer com qualquer alimento cru e, na sequência, for manipular algo que já está cozido ou pronto para consumo", acrescenta a professora de microbiologia Mariza Landgraf, do FoRC e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, que também colaborou na criação da cartilha.

5. ESPERAR A COMIDA ESFRIAR ANTES DE COLOCAR NA GELADEIRA

Cada micro-organismo possui uma temperatura ideal para se multiplicar. Algumas bactérias, por exemplo, se replicam mais rapidamente nos 25 ºC. Outras preferem 30, 35ºC e assim por diante.

Essa explicação nos ajuda a entender por que esperar o alimento esfriar para conservá-lo na geladeira não é uma boa ideia.

Se, depois da refeição, as sobras ficam na pia ou em cima da boca do fogão por muito tempo, isso pode representar a oportunidade perfeita para algumas bactérias se multiplicarem ali.

A temperatura da panela ou da travessa cai aos poucos depois que o fogão ou o forno é desligado, até chegar nos parâmetros ideais para que esses seres microscópicos proliferem.

Se a comida vai direto para a geladeira, a temperatura mais baixa impede a reprodução acelerada dos patógenos.

Landgraf conta que esse hábito de deixar o alimento esfriar na temperatura ambiente vem do passado, quando as geladeiras eram menos eficientes e botar algo quente dentro delas representava até um gasto extra de energia elétrica.

"Com a evolução desses eletrodomésticos, isso deixou de ser um problema tão grave como antes", compara a especialista.

6. NÃO COLOCAR OS ALIMENTOS NO LOCAL MAIS ADEQUADO DA GELADEIRA

Prateleiras superiores, gavetas, compartimentos na porta… A temperatura pode variar consideravelmente de acordo com cada espaço do eletrodoméstico.

E isso, mais uma vez, pode influenciar na multiplicação dos micro-organismos — alimentos frescos ou que já passaram pela cocção precisam ficar mais protegidos no frio, enquanto conservas, bebidas e temperos não necessitam de temperaturas tão baixas.

É por isso que os fabricantes das geladeiras e a cartilha do FoRC-USP recomendam que as pessoas coloquem os produtos nos lugares mais adequados, como você confere na lista a seguir:

Primeira prateleira (a mais alta): ovo, iogurte, leite e derivados;

Segunda prateleira (a do meio): sobras de alimentos;

Terceira prateleira (a de baixo, em cima da gaveta): alimentos em processo de descongelamento;

Gaveta: verduras, legumes e frutas;

Porta: bebidas, temperos, geleias, conservas, suco e água.

Também vale ficar de olho no tempo que alguns alimentos devem permanecer armazenados. Depois disso, eles costumam estragar e podem até comprometer a qualidade dos outros produtos estocados ali:

Pescados, carnes e frios: 3 dias;

Molhos: 20 a 30 dias;

Sobras de comida: 1 a 2 dias;

Frutas, legumes e verduras: 3 a 7 dias;

Leite: 2 a 5 dias;

Produtos de panificação e confeitaria: 5 dias;

Ovos: 7 dias.

7. DEIXAR CARNES EM EMBALAGENS SEM VEDAÇÃO

Que fique claro: a geladeira não impede completamente o processo de multiplicação dos micro-organismos. Eles vão continuar lá — e é natural que existam nos alimentos —, mas vão demorar muito mais para crescer e criar colônias.

E um dos maiores riscos nesse ambiente mais frio está na forma com que guardamos as carnes cruas.

Geralmente, elas vêm dos açougues e dos supermercados em saquinhos ou bandejas de isopor e filme plástico e trazem um pouco de líquido ou sangue que carrega bactérias.

Se a embalagem possui qualquer rasgo, esse material pode escapar e respingar em outros alimentos.

Para evitar que isso se torne realidade, o ideal é trocar a carne de recipiente — colocá-la num pote de plástico ou de vidro que tenha uma tampa é uma boa sugestão.

Isso vale, claro, se você for consumir esse alimento nos próximos dois ou três dias. Caso ele só vá para a panela depois desse tempo, o mais adequado é estocá-lo no congelador - que, inclusive, é o tema do nosso próximo tópico.

8. DESCONGELAR ALIMENTOS NA TEMPERATURA AMBIENTE

O freezer é o local onde ficam as comidas prontas, as carnes cruas, os sorvetes e o gelo.

Ali, a temperatura é tão baixa que praticamente inviabiliza a sobrevivência dos micro-organismos.

O perigo acontece na hora em que esses alimentos são descongelados.

A pesquisa do FoRC-USP descobriu que 39% dos respondentes descongelam a comida em temperatura ambiente e 16% colocam o produto numa bacia cheia d'água para acelerar o processo.

Os dois métodos representam um perigo de contaminação: conforme o alimento é descongelado, ele solta água e cria o ambiente perfeito para a proliferação das bactérias.

Para descongelar adequadamente, o produto deve ir do freezer para a geladeira

"O adequado é sempre descongelar na geladeira. E isso não só por causa dos micro-organismos, mas pela própria textura do alimento", avalia Landgraf.

"Se ele descongelar aos poucos, vai absorvendo aquela água e não perde textura", complementa.

Outra opção, caso você esteja com mais pressa, é utilizar o micro-ondas, que geralmente tem uma função específica para fazer o descongelamento.

9. NÃO LIMPAR A GELADEIRA DE TEMPOS EM TEMPOS

Por fim, não podemos nos esquecer de fazer a faxina periódica desse eletrodoméstico.

O objetivo é eliminar manchas, cascas e restos que invariavelmente caem dos recipientes e das travessas. Todo esse material pode servir de comida para os micro-organismos.

O primeiro passo é desligar a geladeira da tomada e retirar todos os alimentos. Aproveite para checar a data de validade nas embalagens e jogar fora aqueles que já passaram do ponto.

Retire as peças removíveis, como prateleiras, gavetas e compartimentos. Lave tudo com água e detergente neutro. Depois, deixe secar naturalmente.

O terceiro passo é esfregar uma esponja umedecida com água e detergente neutro na parte inteira da geladeira. Use um pano úmido para enxaguar e, em seguida, seque com um pano limpo.

Para finalizar, coloque todas as partes removíveis de volta e retorne os alimentos aos locais adequados.

A cartilha do FoRC-USP recomenda que essa faxina na geladeira seja feita ao menos uma vez por mês. Fonte: BBC News Brasil em Londres-16 maio 2022

Cartilha do FoRC-USP

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sexta-feira, maio 14, 2021

PERIGOS DO MOFO EM PÃO

A cena já se repetiu inúmeras vezes em muitos lares mundo afora: você vai preparar o café da manhã, tira uma fatia de pão da embalagem e percebe que ele está esverdeado, com uma penugem por cima. Em outras palavras: o pão embolorou. Aí vem a dúvida: há quem diga que é só tirar a parte estragada, passar na torradeira e está tudo certo. Será? Não é bem assim.

O QUE É O MOFO?  O mofo ou bolor é um tipo de fungo filamentoso que costuma se alimentar de matéria orgânica, ajudando na decomposição dela. É comum encontrá-lo não só no pão (geralmente velho), mas em frutas, couro e até madeira.

Geralmente ele tem um aspecto aveludado, "fofo", e pode ser esverdeado, azulado ou esbranquiçado. Há ainda alguns tipos de fungos que podem ter coloração escura ou avermelhada.

Mas como ele chegou lá? Bem, ao entrar na casa do consumidor, a embalagem de pão é aberta, tornando o alimento mais exposto à carga microbiana que pode vir da superfície onde ele fica, das nossas mãos e até do ar (se ele ficar exposto na mesa, por exemplo, por longos períodos).

As condições de armazenamento também fazem diferença: se a embalagem estiver úmida por dentro ou se for guardado em local quente, o risco do mofo surgir e se espalhar por ali é maior.

E DÁ PARA CONSUMIR O RESTANTE DO PÃO? Não, não dá. De fato, alguns fungos podem ser consumidos sem problemas (como aqueles usados em alguns tipos de queijos). Mas nem todos são seguros: alguns produzem micotoxinas que podem causar infecções alimentares moderadas a graves, especialmente em crianças e idosos (que possuem o sistema digestivo mais sensível).

Os principais sintomas:

§enjôo, diarreia,

§náuseas e dor no estômago.

Algumas pessoas podem também apresentar alergia respiratória, especialmente se tentarem cheirar o pão, aspirando partículas dele. Como não dá para saber qual é o tipo de fungo que está crescendo ali, o mais recomendado é assumir que ele pode ser tóxico e descartar todo o alimento.

MAS POR QUE TUDO E NÃO APENAS A PARTE ESTRAGADA?  Essa é a parte visível do micro-organismo e, se chegou a esse ponto, é porque ele já está em uma fase de crescimento avançada  e isso significa que há mais do fungo no pão do que podemos enxergar a olho nu.

Além disso, a área com bolor é onde ficam os esporos, estruturas utilizadas pelos fungos para se reproduzirem e que podem migrar para outras partes do pão por meio do ar dentro da embalagem, contaminando mais ainda aquele alimento. Ou seja, mesmo que você tente tirar a parte estragada, não é possível garantir que o micro-organismo foi de fato eliminado, ainda mais levando-se em conta a estrutura porosa do alimento, que serve facilmente de abrigo para os esporos.

Nem mesmo o uso da torradeira resolve a questão: aquecer o pão não apenas não elimina o fungo como ainda pode favorecer o seu crescimento.

COMO EVITAR QUE O MOFO CRESÇA NO PÃO? No geral, é recomendado que o pão fique armazenado em local seco e em temperatura ambiente. Para durar mais, pode-se também congelar o em fatias, que serão aquecidas na hora de consumir.

Evite retirar o pão da embalagem e deixá-lo exposto por muito tempo à mesa, pois isso facilita a contaminação do alimento pelo ambiente.

Para pães caseiros, que não têm conservantes na receita, o recomendado é que o consumo seja feito em até 4 dias, se mantido em temperatura ambiente.

Já os pães industrializados têm substâncias feitas para manter o alimento íntegro por mais tempo. Neste caso, o surgimento ou não do mofo depende da forma de armazenamento e da manipulação após a abertura da embalagem. E, claro, se o alimento estiver vencido, também deve ser descartado. Fonte: UOL Noticias - 04/05/2021 

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sábado, novembro 07, 2020

CASO DA CERVEJARIA BACKER: INTOXICAÇÃO E MORTES

 A empresa está situada no bairro Olhos D’água, na Região Oeste de Belo Horizonte, Minas Gerais foi fundada em 1999. A fábrica conta com cerca de 350 funcionários. Com 20 rótulos, vários deles premiados internacionalmente, a Backer lançou a Belorizontina para homenagear os 120 anos da capital mineira, em 2017. A cerveja, que teria uma edição limitada, fez sucesso e continuou a ser produzida pela marca.

DOENÇA MISTERIOSA

A Polícia Civil instaurou inquérito em 9 de janeiro de 2020, quinta-feira,  para investigar a possível doença misteriosa que já matou uma pessoa e deixou outras sete internadas em Minas. 

Um dos produtos da cervejaria Backer, a cerveja Belorizontina, foi comentada em relatos nas redes sociais, aos sintomas da doença. Policiais civis chegaram à fábrica da empresa, no bairro Olhos D’Água, na região Oeste da capital, por volta das 13h, e recolheram amostras e documentos da cervejaria.

VÍTIMAS DA DOENÇA MISTERIOSA

Dados da Secretária de Estado de Saúde (SES) mostram que já são oito vítimas da doença misteriosa que causa insuficiência renal grave e problemas neurológicos. Sete continuam internadas e uma morreu.

De acordo com a pasta, os pacientes começaram com sintomas gastrointestinais, como náusea, vômito e  dor abdominal,  associados à insuficiência renal aguda grave de evolução rápida, que progride em 72 horas,  seguida de uma ou mais alterações neurológicas, como paralisia facial, borramento visual, amaurose, ou seja, perda de visão, alteração de sensório e paralisia descendente.

LAUDO DA POLÍCIA CIVIL APONTA A PRESENÇA  DE DIETILENOGLICOL, NA CERVEJA 

A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária informaram,  que a perícia em amostras de cerveja encontrou substância tóxica compatível com os quadros clínicos desenvolvidos por oito pessoas,

O composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, usado no processo de refrigeração na indústria de cerveja, foi encontrado em dois lotes  do rótulo Belohorizontina.  Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), informou que, diante do laudo “que comprova a presença de substância tóxica em cerveja consumida por pacientes internados em estado grave, em Belo Horizonte” convocou a força tarefa envolvida na investigação “para definição dos encaminhamentos médicos, epidemiológicos e da Vigilância Sanitária”.

Antes de divulgar o laudo, peritos da corporação vistoriaram a sede da empresa de bebidas artesanais. “Nas duas amostras de cerveja encaminhadas lacradas pela vigilância sanitária do município de Belo Horizonte foi identificada a presença da substância dietilenoglicol em exames preliminares”, diz o laudo.

DEVOLUÇÃO

A cervejaria Backer informou na  sexta-feira, 10 de janeiro, que vai recolher, caso seja de interesse dos consumidores, qualquer lote da cerveja Belorizontina, investigada por ter relação direta com uma "doença misteriosa". "Para o bem-estar e conforto de seus clientes, comunica que irá recolher, caso seja de interesse do consumidor, outros lotes da cerveja Belorizontina, mesmo que não sejam os lotes L1 1348 e L2 1348, a partir de segunda-feira, 13 de janeiro", informou a empresa por meio de nota.

A Secretaria Municipal de Saúde da capital também vai receber a partir desta segunda-feira as cervejas. Podem ser entregues as bebidas de qualquer lote, de moradores da capital mineira que possuam o produto para consumo próprio. "Não serão recebidos produtos de bares, restaurantes e supermercados. O material ficará sob custódia da secretaria para encaminhamento das investigações necessárias", disse.

A CERVEJARIA É INTERDITADA PELO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou na sexta-feira (10), como medida cautelar, o fechamento momentâneo da Cervejaria Backer, fabricante da cerveja Belorizontina, suspeita de ter uma substância que causa uma síndrome ainda desconhecida. Segundo o órgão, também foram determinadas ações de fiscalização para a apreensão dos produtos que ainda se encontram no mercado.

O ministério informou  que auditores fiscais federais agropecuários prosseguem apurando as circunstâncias em que ocorreram a contaminação a fim de dar pleno esclarecimento à população sobre o ocorrido.

Análises laboratoriais seguem sendo realizadas nas amostras coletadas pela equipe de fiscalização das Superintendências Federais de Agricultura. Além disso, mais de 16 mil litros de cervejas foram apreendidos.

LOTES CONTAMINADOS

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa)  afirmou na tarde  de quinta feira, em 16 de janeiro, que identificou as substâncias dietilenoglicol e monoetilenoglicol em oito rótulos produzidos pela cervejaria.

De acordo com o Mapa, no total são 21 lotes contaminados, sendo que um deles foi usado para produzir dois rótulos.

Além das marcas Belorizontina e Capixaba, foram encontradas as substâncias tóxicas em outras seis marcas: Backer D2, Backer Pilsen; Brown; Capitão Senra; Fargo 46; Pele Vermelha.

SAIBA O QUE É DIETILENOGLICOL

A presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Lílian Pires de Freitas, disse  que a substância não é própria para o consumo, os casos de ingestão de dietilenoglicol são raros e geralmente de forma acidental.

"Quando a substância é ingerida, ela é rapidamente absorvida e se dirige ao fígado para ser processada e se transforma em outros compostos que são altamente nocivos para o organismo.  Depois ela começa uma série de lesões progressivas no corpo. A fase inicial são sintomas no trato gastrointestinal, depois passa para a destruição dos rins e por fim alterações neurológicas.", explica a professora. Os sintomas são semelhantes aos que as pessoas estão  internadas com a doença misteriosa.

TRATAMENTO

Quando se descobre a intoxicação por dietilenoglicol logo no início existe um antídoto que é administrado no hospital para não ocorrer  a produção dos compostos tóxicos pelo fígado. "Quanto mais rápido o tratamento acontecer menos vai destruir às células. A recuperação e o tratamento dependem da quantidade de produto ingerido e da gravidade da lesão", conclui a nefrologista.

USO

O dietilenoglicol foi descoberto em 1937, sendo usado na fabricação de resinas, plastificantes, como umectante para tinta, cola e em produtos como cremes e loções para a pele, desodorantes.

A substância anticongelante é bastante aplicada em sistemas de refrigeração, não costuma ser usado nas instalações das cervejarias artesanais brasileiras. 

Como não é próprio para o consumo humano às informações disponíveis sobre a toxicidade humana são limitadas.

SOCORRO RÁPIDO 


A intoxicação com o dietilenoglicol pode evoluir para três fases: comprometimento gastrointestinal, nefrológica e complicações neurológicas.

Quando ingerido, o composto orgânico é absorvido pelo trato intestinal. Depois de 48 horas, o paciente inicia quadro de insuficiência renal, o rim para de funcionar. Quando aparecem esses primeiros sinais, a pessoa contaminada costuma procurar os serviços médicos. “Em geral, o paciente dá entrada com insuficiência renal, com exames alterados ou por parar de urinar” , explica o nefrologista Vinícius Sardão Colores, membro da diretoria da Sociedade Mineira de Nefrologia.

No período de sete a 10 dias, o paciente pode apresentar problemas no quadro neurológico, com a paralisia dos pares cranianos, que fazem toda a musculatura da face funcionar (músculos dos olhos e da boca). O quadro pode evoluir para paralisia dos músculos do pescoço para baixo, como se fosse uma tetraplegia. Esses metabólicos tóxicos se acumulam e lesionam os órgãos.

Nas primeiras 48 horas, o nefrologista explica que pode ser ministrado um antídoto, com a aplicação intravenosa de álcool etílico. No entanto, o procedimento não deve ser feito sem acompanhamento médico. “É um tratamento muito raro. No Brasil, não temos histórico desse tipo de intoxicação. É mais comum ocorrer em países frios.”

O comprometimento neurológico pode não ter reversibilidade. Para a parte neurológica se recuperar, é preciso fisioterapia e tratamento de suporte no período de oito a 14 semanas até o paciente esboçar melhora. O composto orgânico atinge o neurônio, levando lesão da mielina (bainha de mielina). Quando há perda dessa substância de condução nervosa, o nervo começa a não funcionar. Não é uma limitação muscular. O que ocorre é o nervo, que não consegue levar o estímulo..

DISTRIBUIÇÃO DA CERVEJA CONTAMINADA

A empresa  afirmou que os lotes de cerveja  suspeitos de contaminação foram distribuídos para as seguintes regiões: BH, Grande BH, Brasília, Espirito Santo, São Paulo, Tiradentes, Ouro Preto e Centro-Oeste de Minas. Não foram para um lugar só, para o bairro que está sendo fiscalizado e para um supermercado, disse a diretora de marketing da cervejaria Backer.

CONTROVÉRSIA NA  CONTAMINAÇÃO DA CERVEJA

Representantes do setor cervejeiro consideram improvável contaminação de bebida por substâncias usadas no resfriamento durante a produção.

Além de a Backer ter negado utilização em sua planta de produção do dietilenoglicol – substância encontrada por perícia da Polícia Civil em garrafas da cerveja e em amostras de sangue de três dos pacientes que consumiram a bebida  –, os sistemas operacionais são considerados seguros por especialistas, ainda que passíveis de falhas.

Engenheiro de produção pela USP e mestre cervejeiro formado em Louvain-la-Neuve, na Bélgica, Paulo Schiaveto afirma que as circunstâncias apresentadas inicialmente pelas apurações da Polícia Civil surpreendem, especialmente pelo fato de a Backer ter sustentado que trabalha com monoetilenoglicol em seus processos de resfriamento, e não dietilenoglicol. “Há uma conjunção de fatores muito estranha. Impossível não é. Mas é improvável. Se desse algum problema, a tendência seria vazar para o isolamento e não para dentro do tanque”.

Em inox, tanques de fermentação como os da Backer são dotados das chamadas 'paredes encamisadas'. Há o compartimento em que é mantida a cerveja e, funcionando num duto lateral, isoladamente, uma serpentina pela qual circula a substância para manter resfriada a temperatura interna – entre 12°C e 18°C iniciais, em média, dependendo do estilo. No caso da Belorizontina, uma pilsen, entre 10°C e 12°C. Assim, não há (ou não deveria haver) contato entre o líquido de resfriamento e o produto.

Na hipótese de um vazamento, há duas leituras entre profissionais da área: a perspectiva maior, nesse caso, seria a de a cerveja transbordar para a parte ensanduichada, dada a pressão interna do fermentador. Ocorrendo um acidente e havendo a “invasão” da substância (nas serpentinas encapsuladas circulam em torno de 240 litros num tanque de 20 mil litros), seu grau de diluição não teria, de acordo com essas avaliações em tese, potência contaminadora o bastante para provocar os sintomas dos pacientes.

Vice-presidente do Sindbebidas e um dos cervejeiros mais tradicionais de Minas Gerais, Marco Falcone, proprietário da Falke, sugere cautela. “Nossa posição é esperar laudos conclusivos”, afirma, observando o grau de complexidade das apurações. “Há muitas perguntas sem respostas. A diluição num tanque de 20 mil litros seria residual. E havendo contaminação de 60 mil garrafas, era para termos uma epidemia por aí”. Ele diz que aguarda a perícia sobre as garrafas recolhidas para contraprova para que surjam novos elementos e demonstra confiança institucional na Backer. “A amostragem de duas garrafas na casa do doente, com quem nos solidarizamos, não nos convence.”

Presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli defendeu o aprofundamento das apurações, mas citou preocupação com prejulgamentos. “Precisamos aprofundar a investigação médica e saber a origem de como aconteceu essa contaminação, a causa, se realmente está ligada ao dietilenoglicol e se não há mais algum tipo de agente externo”, declarou, acrescentando o aspecto de a ocorrência ter sido, num primeiro momento, numa área geográfica bastante delimitada, no caso o Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte.

Sobre a hipótese de vazamento interno, Lapolli vê baixa possibilidade. “Não há notícia desse tipo de contaminação em nenhuma cervejaria. É muito raro o vazamento desse sistema de refrigeração, usado no mundo inteiro. E quando vaza, vaza para dentro desse sanduíche que é feito para o isolamento térmico. Para dentro seria uma coisa muito rara.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO: IDENTIFICA ÁGUA CONTAMINADA 

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento identificou que a água utilizada no processo de produção da cervejaria Backer estava contaminada com a substância dietilenoglicol e a contaminação aconteceu dentro da fábrica, mas não consegue apontar a causa. Entre as hipóteses estão: sabotagem, vazamento ou uso indevido.

Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo, e pelo coordenador-geral de Vinhos e Bebidas, Carlos Vitor Müller, foi identificado que a água usada para resfriar a cerveja durante a produção estava contaminada. Essa água era reutilizada para produção de cerveja.

Os técnicos da pasta ainda não identificaram em qual momento do processo a água foi contaminada. Como a água utilizada em toda a fábrica fica em apenas um tanque, o ministério justificou o fechamento da fábrica toda. Foram apreendidos de 139 mil litros de cerveja engarrafados e 8,480 litros de chope.

Segundo a apresentação do trabalho feito pelo ministério, em dois anos a cervejaria adquiriu 15 toneladas de monoetilenoglicol (que pode interagir quimicamente e resultar em dietilenoglicol). Não foi apresentado um parâmetro de consumo, mas o ministério considera uma aquisição incomum.

A investigação aponta que os controles de produção demonstram que os lotes já detectados como contaminados passaram por distintos tanques, afastando a possibilidade de ser um evento relacionado a um lote ou um tanque específico.

INVESTIGAÇÃO COMPLETA DOIS MESES SEM PRAZO PARA CONCLUSÃO

O caso Backer completou na  sexta-feira, 6 de março, dois meses de investigação e até agora não se sabe como o dietilenoglicol foi parar nos tanques de produção e nas garrafas de cerveja.

Resumo

•Uma força-tarefa da polícia investiga 34 notificações de pessoas contaminadas após consumir cerveja (seis delas morreram);

•O Ministério da Agricultura identificou 53 lotes de cerveja da Backer contaminados com dietileglicol, um anticongelante tóxico;

•A cervejaria foi interditada, precisou fazer recall e interromper as vendas de todos os lotes produzidos desde outubro;

•Diretora da cervejaria disse que não sabe o que está acontecendo e pediu que clientes não consumam a cerveja.

TÉRMINO DO INQUÉRITO: POLÍCIA CIVIL INDICIA 11 PESSOAS

Onze funcionários da cervejaria Backer foram indiciadas pela Polícia Civil de Minas Gerais após a intoxicação por dietilenoglicol em cervejas da marca. Entre os crimes, estão lesão corporal, contaminação de produto alimentício e homicídio.

Segundo o delegado Flávio Grossi, a Polícia Civil conseguiu comprovar, física e quimicamente, a existência de um vazamento no tanque de cerveja. As investigações comprovaram que o vazamento começou em setembro de 2019, quando foi adquirido o tanque JB10, que foi onde a polícia concentrou seus esforços, por ter demonstrado quimicamente alta concentração da substância. Para o Ministério da Agricultura, a contaminação começou ainda antes, em janeiro de 2019.

"Encontramos o vazamento dentro do tanque. O líquido ia para a cerveja. Achamos a comprovação física e visual da existência desse vazamento. Demonstramos quimicamente uma similaridade entre o produto retirado no tanque e o conteúdo do produto. Tinha a mesma composição. Comprovamos de forma química a existência desse vazamento", disse Grossi.

Ele também disse que foram encontrados outros pontos de vazamento na mesma adega. Um deles, na bomba do chiller, o resfriador dos líquidos. "A bomba do chiller vazando, o líquido se espalhava pela fábrica".

Fazem parte do grupo de indiciados:

•Testemunha que mentiu em seu depoimento (responderá por falso testemunho e obstrução)

•Chefe da manutenção (responderá por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício culposo)

•Seis pessoas do grupo gestor e responsáveis técnicos (responderão por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício doloso)

•Três pessoas do grupo societário (responderão de forma dolosa por não dar publicidade a produto que causa risco e por manter em depósito e colocar à venda esse produto)

"Esta investigação foi multifacetada, tivemos químicos, engenheiros, peritos da maior gama possível. Atuamos de forma extremamente centrada e, para iniciar a investigação, precisávamos entender como é feita a cerveja", disse Grossi.

O inquérito, que chegou a considerar 42 vítimas, foi concluído com 29 vítimas criminais, segundo a Polícia Civil. Sete morreram e 22 sobreviveram. "No decorrer das investigações, retiramos dez vítimas por fatores investigativos ou médicos. Ou laudo descartava ou deixava em dúvida. Três vítimas não desejaram fazer testes de exames", explicou.

Ele esclarece que outros 30 casos ainda serão analisados. De acordo com o delegado, se essas eventuais vítimas fossem anexadas às investigações neste momento, a solução do inquérito poderia ser adiada. "Essas pessoas não serão abandonadas".

USO DE PRODUTOS TÓXICOS: NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA

De acordo com o delegado, em nenhum momento, os técnicos da cervejaria atuaram com dolo. "Foi um fato acidental, sem sombra de dúvida, mas passível de punição", afirmou. Segundo ele, foram identificadas duas modalidades da culpa: negligência e imperícia.

Ele frisou que duas condutas levaram às intoxicações e mortes: o uso incorreto do equipamento, com substância tóxica, e o descontrole (vazamento) dessa substância. "Se tivessem interrompido qualquer uma dessas duas condutas, nada disso aconteceria", disse o delegado.

"O tanque exigia consumo de substância não tóxica e era usada substância tóxica. Chiller indicava também uso de substância não tóxica. Essas substâncias (não tóxicas) poderiam circular e, mesmo vazando, não haveria efeito danoso às vítimas. Não causariam nenhuma letalidade ou lesão às vítimas. Se os manuais dos fabricantes fossem seguidos, não estaríamos aqui. No máximo ocorreria diferença de sabor ou aumento de teor alcoólico. Se o álcool tivesse sido usado (em vez de dietilenoglicol), nós não estaríamos aqui hoje", disse Grossi.

O superintendente de Polícia Técnico-Científica, Thales Bittencourt, explicou que tanto o monoetilenoglicol quanto o dietilenoglicol são tóxicos e causam a síndrome nefroneural, com pequena diferença nos sintomas.

Mas as necropsias feitas em vítimas que perderam a vida constataram que a contaminação foi por dietilenoglicol:

"Em todas elas foram constatadas alterações macro e microscópicas compatíveis com contaminação por dietilenoglicol. E em todas também foi constatada a presença do tóxico dietilenoglicol. Cem por cento de produtividade nas necropsias", afirmou.

A forma como esse produto tóxico era adquirida pela Backer será alvo de uma segunda investigação, mas, segundo o delegado Flávio Grossi, ela não interfere na conclusão deste inquérito, que já constatou que o dietilenoglicol foi usado indevidamente e que houve vazamento dele para as cervejas que depois foram consumidas pelas vítimas.

Conforme os delegados, os laudos de todas as perícias feitas ao longo das investigações já foram entregues à Justiça, e agora o Ministério Público vai analisar as medidas que julgar cabíveis.

BALANÇO DE  VÍTIMAS

Inicialmente, até de 20 de janeiro, 21haviam apresentado insuficiência renal e alterações neurológicas com rápida evolução. Três mortes são investigadas por suspeita da doença. Um outro caso foi confirmado por intoxicação provocada pelo dietilenoglicol. 

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG)  foram notificados: quatro mortos  e 18 casos suspeitos por intoxicação exógena por Dietilenoglicol.

Desses, 16 pessoas são do sexo masculino e duas do feminino. Quatro casos foram confirmados e os 14 restantes continuam sob investigação, uma vez que apresentaram sinais e sintomas com relato de exposição.

Todos os 14 internados estão em estado grave e com risco de morte, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES). A informação foi dada pela infectologista e diretora do Hospital Eduardo de Menezes, Virgínia Antunes de Andrade. 

Em 20 de janeiro a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou  que subiu para 21 o número de casos suspeitos de intoxicação, sendo 19 pessoas são do sexo masculino e duas do feminino, e quatro morreram.

Em 23 de janeiro mais quatro pessoas foram incluídas na lista de casos suspeitos de intoxicação, com isso, o número de pacientes saltou para 26: 22 homens e quatro mulheres. As informações estão contidas em boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Em  15 de julho mais uma pessoa intoxicada pela ingestão de cerveja morreu em Belo Horizonte..

ASSISTÊNCIA ÀS VÍTIMAS

No final do inquérito, os sobreviventes relatavam que a empresa ainda não havia custeado qualquer tratamento médico.

Já a empresa se defendeu dizendo que seus bens estão bloqueados por ordem judicial e que caberá ao juiz decidir quem receberá uma indenização, após cada caso ser avaliado.

POSIÇÃO DA EMPRESA

Desde que as suspeitas de contaminação das cervejas Belorizontina vieram a público, a cervejaria Backer afirma que não utiliza dietilenoglicol em sua fábrica.

JUSTIÇA MINEIRA RECEBE DENÚNCIA CONTRA SÓCIOS DA CERVEJARIA BACKER

A Justiça de Minas Gerais informou em 16 de outubro, ter recebido denúncia contra sócios e funcionários da Cervejaria Três Lobos, empresa dona da marca de cervejas Backer, cujo consumo causou a morte de dez pessoas por intoxicação pela substância dietilenoglicol.

Com o recebimento da denúncia, 11 pessoas passaram à condição de réus. Dessas, três são sócios da cervejaria. Eles foram denunciados por vender chope e cerveja de forma que sabiam poder estar adulterados pelo uso de substância tóxica no seu processo de produção e por causarem dano irreparável à saúde pública, entre outros crimes previstos no Código de Defesa do Consumidor.

Outros sete funcionários da empresa, entre engenheiros e técnicos, foram denunciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e atitude omissiva, entre outros crimes. Segundo a denúncia, três desses engenheiros exerciam a profissão de modo irregular, sem registro no Conselho de Química e Engenharia.

Uma pessoa, funcionário de uma fornecedora de insumos para a cervejaria, responderá ao crime de falso testemunho, por ter apresentado informações falsas na fase de investigação do caso. Segundo a denúncia, ele pretendia prejudicar a empresa na qual trabalhava após desavenças trabalhistas.

Além de receber a denúncia, o juiz Haroldo André Toscano de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, também retirou o sigilo sobre o processo. A partir de agora, a ação penal prosseguirá com o recebimento da defesa por escrito dos denunciados, informou a Justiça de Minas Gerais.

A denúncia havia sido apresentada em 4 de setembro pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG). "Os engenheiros e técnicos responsáveis pela produção de cerveja assumiram o risco de fabricar produto adulterado, impróprio a consumo, que veio a causar a morte e lesões corporais graves e gravíssimas a inúmeras vítimas", diz a peça de acusação, assinada pela promotora de Justiça Vanessa Fusco.

A denúncia afirma que “o uso indevido dos produtos tóxicos aliado à precária condição de manutenção da linha de produção das bebidas alcoólicas causaram um dano irreparável à saúde pública”.

Fontes:  Tempo - 09/01/20 - 16h30; O Tempo 09/01/20 - 13h57 ;O Tempo - 10/01/20 - 19h13;O Tempo - 10/01/20 - 18h16; EM-11/01/2020 ; EM-12/01/2020; G1 Minas — BH , 13/01/2020; UOL, em Brasília-15/01/2020; O Tempo - 16/01/20 - 08h22; EM - 16/01/2020; O  Tempo - 17/01/20 - 11h49; O Tempo - 20/01/20 - 17h47; EM - 23/01/2020 18:56; G1 Minas — Belo Horizonte-06/03/2020 15h04; G1 Minas — Belo Horizonte-09/06/2020 10h39; Agência Brasil - 16/07/2020 - 15:34; Agência Brasil - 17/10/2020 - 10:54

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domingo, fevereiro 19, 2017

Diabetes ao Câncer: itens do dia a dia que alteram seus hormônios silenciosamente

Eles provocam distúrbios hormonais, mas estão escondidos em cosméticos, embalagens de alimentos e até em brinquedos. Por isso é quase impossível escapar deles no dia a dia.

COMPOSTOS QUÍMICOS SUSPEITOS
Existem cerca de 800 compostos químicos suspeitos de interferir no sistema hormonal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A maioria ainda está sendo submetida a mais estudos, mas a Comissão Européia garante que pelo menos 66 destes compostos, como bisfenol A (BPA), dioxina, atrazina e vários ftalatos (BBP, DEHP, DOP e DBP), têm "clara evidência de perturbação da atividade endócrina".
Esse alerta fez parte de uma proposta divulgada ano passado pela OMS com o objetivo de regular seu uso.
Cada vez mais pesquisas com animais vinculam compostos como esses a prejuízos à saúde que vão desde a infertilidade ao risco de câncer.
Ainda faltam evidências em humanos. Por isso, essas substâncias continuam presentes em centenas de produtos de consumo diário. 


FTALATOS, BISFENOL A, FTALATO DBP
Os ftalatos são usados, por exemplo, em produtos coloridos, como brinquedos infantis e sexuais, produtos de limpeza, como detergente, embalagens de alimento, produtos de beleza, como esmalte de unhas, sprays para o cabelo, loções de barbear, sabonetes, xampus, perfumes e outros produtos com fragrância.
Outro exemplo é o bisfenol A (BPA), presente em garrafas de plástico ou latas, cosméticos, brinquedos, CDs e, até há pouco tempo, em mamadeiras.
Alguns compostos perderam o uso, como o ftalato DBP, que era um plastificante usado em vernizes de unha ou tintas de impressão. Mesmo assim, continuam provocando riscos à saúde, uma vez que, segundo a OMS, seus efeitos podem afetar várias gerações.

EXPOSIÇÃO PRECOCE GERA RISCO PARA TODA VIDA
Tanto animais como humanos são mais vulneráveis a esses compostos durante certos períodos do desenvolvimento como dentro do útero da mãe e na puberdade.
A OMS diz que os efeitos da exposição precoce ao composto podem se manifestar em qualquer momento da vida, através de câncer de mama e de próstata, infertilidade, puberdade precoce, obesidade, transtornos metabólicos e diabetes tipo 2.

COMO MINIMIZAR A EXPOSIÇÃO
Hoje é difícil saber qual é a composição exata dos produtos que consumimos. Em 2015, a Agência Química Sueca analisou 112 brinquedos no país e descobriu que 15% deles tinham substâncias químicas proibidas.
No caso de produtos cosméticos e de higiene, os fabricantes não precisam incluí-los na lista de ingredientes dos produtos. Por isso, com freqüência, os ftalatos estão "escondidos" atrás da palavra "fragrância".

ALGUMAS DICAS PARA EVITAR SUBSTÂNCIAS MALÉFICAS:
Escolher cremes, detergentes e produtos "livres de fragrância" pode reduzir a exposição aos ftalatos.
Priorizar materiais alternativos ao plástico, como a madeira, quando comprar brinquedos para as crianças.
No caso de embalagens de comida, preferir vidro sobre latas, que costumam ser revestidas com BPA, e plásticos.

Mas, segundo especialistas, há pouco a se fazer em nível individual. As principais mudanças deveriam surgir, dizem eles, da regulação da indústria, como restringindo o uso desses compostos químicos e buscando alternativas. Fonte: BBC Brasil - 12 fevereiro 2017

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sexta-feira, julho 29, 2016

Anvisa proíbe venda de extrato de tomate encontrado com pelo de roedor

■ Em 18 de julho a  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a retirada do mercado do lote L06 do extrato de tomate da marca Heinz após detecção de "matéria estranha indicativa de risco à saúde humana, pelo de roedor, acima do limite máximo de tolerância pela legislação vigente".
Esse foi o resultado de uma análise de contraprova feita pela Fundação Ezequiel Dias que levou a Anvisa a proibir a distribuição e comercialização deste lote específico em todo o País e recolhimento do estoque existente no mercado.
A Kraft Heinz Brasil, responsável pela marca, informou que já havia sido notificada do problema pela Gerência Colegiada da Superintendência de Vigilância Sanitária de Minas Gerais em julho do ano passado e que este lote estava circulando apenas naquele Estado.
"Na ocasião a empresa recolheu as embalagens disponíveis no comércio do lote 06, validade 4/2017, de extrato de tomate da marca, não havendo qualquer contraindicação ao consumo dos lotes presentes nos mercados hoje", disse a companhia por meio de nota.
A Kraft Heinz Brasil afirmou também "que adota rigoroso controle de qualidade em todas as etapas da produção, desde a escolha de fornecedores, processo produtivo e distribuição final dos seus produtos."

HISTÓRICO
Não é a primeira vez que a empresa enfrenta esse tipo de problema. Em 2013, três lotes de ketchup, importados do México também foram retirados de circulação pela Anvisa por apresentar fragmentos de pelo de roedor. Fonte: EM - 18/07/2016 13:07

■ Em 28 de julho,  a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda e distribuição em todo o país de quatro lotes de extrato de tomate das marcas Amorita, Aro, Elefante e Predilecta e de um lote de molho de tomate tradicional da marca Pomarola após um laudo detectar pelo de roedor acima do limite máximo de tolerância pela legislação vigente.

Lista de extratos e molho de tomate proibidos
Nome do Produto
Marca
Lote
Validade no Rótulo
Fabricante
Laudo
Extrato de tomate
Amorita
L076 M2P
01/04/2017
Stella D’Oro Ltda
236.CP.0/2016
Extrato de tomate
Aro
002 M2P
05/2017
05/2017
197.CP.0/2016
Extrato de tomate
Elefante
032502
18/08/2017
Cargill Agrícola Sa 
234.CP.0/2016
Extrato de tomate
Predilecta
213 23IE
03/2017
Predilecta Alimentos Ltda
195.CP.0/2016
Molho de tomate tradicional
Pomarola
030903
31/08/2017
Cargill Agrícola Sa
233.CP.0/2016

A decisão foi publicada no "Diário Oficial da União" de quinta-feira (28). As fabricantes terão que recolher os produtos do mercado.

As empresas
A Cargill informou que tomou conhecimento da determinação da Anvisa com relação aos lotes citados e está trabalhando na adoção das medidas necessárias em decorrência de tal determinação. "A empresa reitera o compromisso com o cumprimento de todas as normas de segurança dos alimentos e padrões de higiene. Assegura ainda que os produtos dos referidos lotes não oferecem qualquer risco à saúde de seus consumidores.

A Predilecta Alimentos informou que "o caso se trata de notificação realizada pela Diretoria de Vigilância Sanitária de Santa Catarina, acerca de lotes encontrado somente nessa região. A empresa mesmo não reconhece o defeito apontado, recolheu todos os produtos dos referidos lotes e tomou as providências que a legislação determina. O processo publicado no Diário da União está em fase de julgamento de recurso apresentado".

A empresa ressaltou que opera dentro dos padrões nacionais e internacionais de acordo com a legislação vigente e é auditada periodicamente por empresas e órgãos reconhecidos mundialmente. "O controle de qualidade está presente em todas as etapas, desde o cultivo da lavoura até a saída do produto pronto. Toda embalagem possui um código que permite rastrear todas as informações referentes ao produto, desde o cultivo, até o processamento na indústria. O alto grau de automação de todas as linhas de fabricação, associada ao emprego de práticas de fabricação certificadas internacionalmente, eliminam as possibilidades de contaminação dos produtos", informou a Predilecta Alimentos.

Segundo a decisão, o Laboratório de Saúde Pública de Santa Catarina (LA-CEN-SC) foi o responsável pelas análises e detectou matéria estranha indicativa de risco à saúde humana. Fonte: @ZR, Folha de São Paulo-30 de Março de 2014, G1 -28 de Julho de 2016  

Comentário: A Anvisa permite limites de tolerâncias máximos de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas, como fragmentos de inseto, ácaros,  pelos de roedores, em produtos vendidos no Brasil (bebidas e alimentos). Em resumo a Anvisa permite qualquer objeto estranho no produto desde que esteja no limite de tolerância e excluindo do regulamento (RDC N° 14, DE 28 DE MARÇO DE 2014  ) os aspectos de fraude, impurezas e defeitos que já estejam previstos nos regulamentos técnicos específicos ou ainda aqueles alimentos e bebidas adicionados de ingredientes previstos nos padrões de identidade e qualidade, exceto aqueles que podem representar risco à saúde.

Algumas "sujeiras" que a Anvisa tolera  nos alimentos e bebidas

PRODUTOS DE TOMATE
- 1 fragmento de pelo de roedor em 100g 
- 10 fragmentos de insetos (como baratas e moscas) em 100g

CHÁ DE MENTA OU HORTELÃ
- 300 fragmentos de insetos em 25g
- 5 insetos inteiros mortos em 25g
- 2 fragmentos de pelos de roedor em 25g

ÓREGANO
- 20 fragmentos de insetos em 10g
- 3% de areia ou cinzas insolúveis em ácido

CAFÉ TORRADO E MOÍDO
- 60 fragmentos de insetos para cada 25g

MASSAS E BISCOITOS
- 225 fragmentos de insetos para cada 225g

CANELA EM PÓ
- 100 fragmentos de insetos a cada 50g
- 1 fragmento de pelo de roedor em 50g

ALIMENTOS EM GERAL
- 1,5% de areia ou cinzas insolúveis em ácido

Comemos ou bebemos algumas partículas microscópicas  de insetos, pelos de roedores e ácaros nos produtos sem conhecimento. O consumidor é contemplado com a sorte com ou sem pelo de roedor.
Mas, se eu encontrar um pelo no purê ou extrato de tomate é um indicativo que existem falhas na aplicação das boas práticas na cadeia produtiva de alimentos e bebidas.
O regulamento permite a tolerância máxima de partículas estranhas no produto, mas qual seria o limite de tolerância do organismo humano? Comemos ou bebemos por resto da vida as impurezas nos produtos?
Como dizia a minha mãe descendente de italiana; comprar tomates maduros na feira, cozinhar, tirar as peles e passar na peneira, depois usar ervas aromáticas frescas e um pouco de azeite extra-virgem e cozinhar. Reaprender a fazer quitutes e rezar para que os insumos básicos não estejam contaminados. É o ciclo da vida humana com produtos contaminados.

Click Regulamento-RDC0014

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domingo, setembro 18, 2011

País proíbe bisfenol A em mamadeiras

Substância é suspeita de imitar a ação de hormônio feminino e causar puberdade precoce e obesidade
Fabricantes têm 90 dias para tirar produtos do mercado; não há provas conclusivas dos riscos para a saúde

A partir de 2012, Anvisa quer impedir que a substância - suspeita de causar câncer, diabete e infertilidade - seja ingerida por bebês, os mais sensíveis aos efeitos danosos

A partir de 1.º de janeiro de 2012, as mamadeiras vendidas no Brasil não poderão ter a substância bisfenol A (BPA), suspeita de causar problemas como câncer, diabete e infertilidade. Com a medida, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer proteger bebês de 0 a 12 meses, considerados mais sensíveis.

A resolução, que deve ser publicada hoje no Diário Oficial da União, deixa de fora outros utensílio de plástico usados por crianças pequenas, como copos, pratos e colheres. E não foram incluídas latas de leite em pó, cujo revestimento interno tem BPA.

"Nenhum país adotou a proibição para latas, pois ainda não há um substituto para o verniz usado em seu revestimento", explica Denise Resende, gerente-geral de alimentos da Anvisa. No caso das mamadeiras, há opções de produtos sem BPA. "Além disso, as mamadeiras podem ser usadas para aquecer o leite, o que aumenta a liberação do BPA para o alimento", diz. Segundo ela, a retirada da substância em outros produtos está em discussão com os países do Mercosul.

O BPA está em produto feito de policarbonato, um plástico rígido e transparente, e simula no organismo a ação do hormônio estrogênio, podendo causar desequilíbrio no sistema endócrino. Estudos em animais mostram inúmeros efeitos prejudiciais, mas os resultados em humano são inconclusivos.

Não se sabe até que ponto a substância migra do plástico para o alimento e se, nas quantidades permitidas por lei, ela é prejudicial. Especialistas concordam que a gestação e os primeiros dois anos são os períodos de maior vulnerabilidade, pois os bebês estão em rápido desenvolvimento, têm pouca massa e mais dificuldade para metabolizar tóxicos. "Claro que o ideal era tomar medidas para proteger todas as faixas etárias, mas considero esse passo inicial importante", diz Tania Bachega, coordenadora de uma campanha contra o BPA promovida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Em abril, a Justiça determinou à Anvisa que criasse norma para obrigar os fabricantes a informar no rótulo dos produtos a presença de BPA. Mas a agência reverteu a decisão em liminar. O processo está em andamento.

"Essa orientação no rótulo não acrescenta nada ao consumidor e não minimiza o risco", afirma Denise. Diante das evidências de risco, a agência optou por adotar a medida restritiva. O BPA também foi proibido em alguns países da União Europeia, Canadá, China, Malásia, Costa Rica e 11 Estados americanos.

COMO REDUZIR A EXPOSIÇÃO
■ Geralmente o bisfenol A está presente em plásticos rígidos e transparentes. Alguns produtos têm um número na parte debaixo que indica sua composição. Aqueles com os números 3 e 7 podem conter a substância.
■ Enlatados: Não consuma enlatados quando a embalagem estiver amassada ou a data de validade, vencida.
■ Plástico: Não aqueça ou congele alimentos em embalagens plásticas. Evite armazenar comida em plástico, mesmo em temperatura ambiente, e usar potes arranhados.
■ Utensílios: Substitua aqueles que entram em contato com alimentos pelos de vidro, metal ou madeira

Fonte: Estadão - 16 de setembro de 2011

Artigos publicados sobre o assunto

Comentário:
De acordo com o toxicologista da Universidade Federal Fluminense Luiz Quirino, o bisfenol A é um desregulador endócrino, tendo participação em problemas de tireoide e obesidade. É muito perigoso à fertilidade humana, e sua ingestão pode, a longo prazo, alterar os cromossomos.
Nos EUA, o Instituto Nacional de Ciências para a Saúde e Meio Ambiente aumenta a lista de alertas sobre a substância, vinculando sua presença a mudanças de comportamento, diabetes, câncer, asma e doenças cardíacas. E os efeitos do BPA ainda seriam transmitidos aos filhos de pessoas contaminadas.

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