Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quinta-feira, setembro 29, 2022

CERCA DE 15% DOS TRABALHADORES NO MUNDO TÊM TRANSTORNOS MENTAIS

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que cerca de 15% dos trabalhadores adultos no mundo apresentam algum tipo de transtorno mental. A entidade, junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT), cobra ações concretas para abordar questões relacionadas à saúde mental e o mercado de trabalho.

A estimativa de ambas as organizações é que diagnósticos de depressão e ansiedade custam à economia global algo em torno de US$ 1 trilhão anualmente.

“Diretrizes globais da OMS sobre saúde mental no trabalho recomendam ações para enfrentar riscos como cargas de trabalho pesadas, comportamentos negativos e outros fatores que geram estresse no trabalho”, destacou a agência especializada em saúde.

Pela primeira vez, a OMS recomenda, por exemplo, treinamento gerencial para que se desenvolva a capacidade de prevenir ambientes de trabalho estressantes, além de habilitar gestores para responder a casos de trabalhadores com dificuldades no âmbito da saúde mental.

“O bullying e a violência psicológica [também conhecida como mobbing] são as principais queixas de assédio em local de trabalho com impacto negativo na saúde mental. Entretanto, discutir ou dar visibilidade à saúde mental permanece um tabu em ambientes de trabalho de todo o mundo”, alerta a instituição. Fonte: Agência Brasil – 28/09/2022

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quinta-feira, maio 20, 2021

INCA LISTA AGENTES CANCERÍGENOS RELACIONADOS AO TRABALHO

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) listou em uma publicação os agentes cancerígenos relacionados ao trabalho. O objetivo é ajudar os profissionais de saúde a identificar os principais agentes químicos, físicos e biológicos presentes no ambiente geral e ocupacional, que contribuem para o desenvolvimento de câncer.

A epidemiologista Ubirani Otero, chefe da Área Técnica Ambiente, Trabalho e Câncer do Inca, disse à Agência Brasil que os principais cânceres relacionados ao trabalho são os de pulmão, bexiga e, mais recentemente, linfomas e de pele não melanoma. São 38 partes do corpo que podem desenvolver o câncer, o dobro do número elencado no livro Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho, organizado pelo Inca, em 2012.

Entre as 38 áreas mapeadas, a epidemiologista Ubirani Otero citou ainda o câncer de pulmão relacionado à exposição ao amianto, câncer de ovário, laringe, faringe, de glândulas salivares, de fígado. Segundo a epidemiologista, a prevenção aos cânceres relacionados ao ambiente do trabalho começa pela divulgação “ao máximo” das informações e orientações para os trabalhadores sobre onde estão esses agentes que oferecem maior risco para a saúde. “Esses produtos poderiam ser substituídos por outros que oferecem menor risco à saúde”, destacou a médica.

CUSTOS : Por várias razões, entretanto, entre elas o custo menor, as empresas acabam buscando produtos que já foram proibidos em outros países. “Isso acontece, por exemplo, com agentes químicos que já são obsoletos em outros países e nós, aqui, ainda estamos convivendo com eles”. A solução é informar à sociedade, ao trabalhador e aos empregadores e estabelecer medidas protetivas de saúde para reduzir essa exposição.

O Inca vem alertando para esse problema há alguns anos e participa de fóruns e audiências públicas, divulgando informações. Segundo a epidemiologista, esses são fatores de risco evitáveis, principalmente no que se refere aos agentes químicos.

No ano passado, o Inca revelou resultados relacionados ao benzeno, que é um solvente utilizado na gasolina e que afeta, em especial, trabalhadores de postos de combustíveis. A epidemiologista Ubirani Otero disse que por meio de medidas simples por parte dos empregadores, essa exposição dos trabalhadores ao benzeno pode ser bem reduzida. “O nosso papel é informar e dar suporte à vigilância de saúde em estados e municípios, dizendo onde estão esses agentes, quais os riscos a essas exposições, quais os efeitos à saúde, além da questão regulatória”.

CONTAMINAÇÃO: Ela  alertou que alguns pacientes detectados com câncer de pulmão, por exemplo, podem ter sido contaminados por agentes cancerígenos ao longo da vida de trabalho e, por falta de notificação, muitas vezes, essa relação só é descoberta depois que eles se aposentam. Daí a necessidade de recuperar o histórico ocupacional porque muitos cânceres não se revelam imediatamente. É o caso do amianto. “É um tipo de câncer que leva mais tempo para surgir, em torno de 40 a 50 anos, e é preciso acionar a empresa onde ele trabalhou por muitos anos na construção civil, na fabricação de telhas ou caixas d'água. Isso aparece no histórico ocupacional”.

No último dia 27 de abril, o Inca firmou acordo com o Ministério Público do Trabalho para o desenvolvimento de ações, estudos e projetos conjuntos em prol do meio ambiente e da saúde dos trabalhadores.

A epidemiologista  ressaltou que o acordo tem por meta planejar e executar um projeto nacional de vigilância do câncer relacionado ao trabalho e ao ambiente. “Nesse acordo, a gente pretende intensificar as orientações para os profissionais de saúde, para peritos do INSS, os próprios procuradores da República, ajudando a identificarem os agentes cancerígenos, os tipos de câncer atrelados a esses agentes, para que a gente possa estabelecer medidas, começando pela melhoria da notificação desses casos”.

FATORES OCUPACIONAIS : A maior parte dos casos de câncer diagnosticados em todo o mundo apresenta uma relação direta com fatores de riscos ambientais, incluindo o ambiente ocupacional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% do total de casos de câncer podem ser atribuídos ao ambiente como um todo, e não só ao ambiente do trabalho. A mais recente estimativa mundial aponta que, em 2018, ocorreram 18 milhões de novos casos de câncer.

O câncer não é causado apenas por questões genéticas ou hereditárias, afirmou a epidemiologista. “Isso não é verdade”. De forma geral, os cânceres atribuídos a fatores ocupacionais variam de 5% a 8%, embora existam determinados tipos de câncer em que a relação pode ser bem maior. É o caso do câncer de pulmão, que fica em torno de 20% a 21%. O Inca destaca que cerca de 20% dos casos desse tipo de neoplasia em homens poderiam ser evitados caso não houvesse exposição ocupacional a um grande número de agentes presentes nos ambientes de trabalho, entre os quais amianto, metais, sílica, radônio, produtos da exaustão de motores a diesel.

De acordo com o Inca, os fatores de risco ambientais envolvem, além dos agentes químicos, físicos e biológicos, os hábitos de consumo e comportamento e o ambiente social, que incluem alimentação, uso de medicamentos, tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo e obesidade.

NOVOS CASOS: Para este ano, o Inca estima 625 mil novos casos de câncer no Brasil. “É um número absurdo”, disse a epidemiologista Ubirani Otero. Ele destacou que do total de óbitos relacionados a trabalho no mundo, o câncer representa 32%. “É mais importante do que acidentes do trabalho e violência na população ativa”.

Estatística da OMS mostra que, considerando somente as doenças não transmissíveis relacionadas ao trabalho, o câncer foi responsável por mais da metade dos óbitos registrados em 2018, alcançando 53%. Só perdeu para as doenças respiratórias. “Agora, quando a gente fala de incapacidade na população economicamente ativa, o câncer gerou em 2018 mais de 10 milhões de incapacidades”, informou a médica do Inca.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que a cada ano, no mundo, acontecem 666 mil mortes de cânceres associados ao trabalho. Esse dado representa o dobro das mortes relacionadas aos acidentes laborais. O diagnóstico e a mortalidade por câncer associado ao trabalho têm aumentado em razão do crescimento da expectativa de vida e da redução gradual de outras causas de morte, como as doenças transmissíveis e acidentes em geral. Fonte: Agência Brasil - Rio de Janeiro - Publicado em 02/05/2021 - 15:22

LIVRO SOBRE O ASSUNTO: Ambiente, Trabalho e Câncer: Aspectos Epidemiológicos, Toxicológicos e Regulatórios

O objetivo deste livro é subsidiar com informações com informações técnico-científicas relaciona­das a agentes cancerígenos químicos, físicos e biológicos presentes nos diversos ambientes, profissionais de saúde dos diferentes níveis de atenção e vínculos; profissionais de outras áreas do conhecimento interessados no tema; estudantes do ensino médio à pós-graduação, para o reconhecimento dos casos de câncer que podem ter ocorrido em decorrência da exposição ambiental e no ambiente de trabalho a um dos agentes abordados na publicação. 

clicar: Ambiente, Trabalho e Câncer

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segunda-feira, dezembro 17, 2018

Exoesqueleto - Suporte ergonômico portátil

Apresentamos o Exoesqueleto MATE (Muscular Aiding Tech Exoskeleton),  da Comau, uma estrutura baseada em molas e projetada ergonomicamente que facilita os movimentos repetitivos e alivia o esforço graças a um suporte postural leve, respirável e eficaz.

Desenvolvido em colaboração com a ÖSSUR, uma empresa islandesa líder em ortopedia não‑invasiva, e a IUVO, uma empresa spin-off do Italian BioRobotics Institute especializada em tecnologias portáteis, o exoesqueleto é totalmente capaz de replicar movimentos dinâmicos do ombro e envolvendo o corpo como uma segunda pele. Ele garante maior conforto para o trabalhador e aumenta a qualidade e a eficiência do trabalho proporcionando consistente assistência ao movimento durante tarefas manuais e repetitivas.

Ele vem em dois tamanhos, um pequeno/médio e um extra-grande, além de possuir cinco diferentes partes que podem ser ajustadas para melhor encaixar no corpo, tornando seu uso mais confortável e adaptável.
O uso dele ajuda a melhorar a produtividade por diminuir a carga de trabalho e, consequentemente, o cansaço do trabalhador. Com a diminuição das chances de o esforço provocar lesões, uma vez que o exoesqueleto mantém o corpo na postura correta para levantar o peso, os funcionários ficam mais protegidos e seguros.

CARACTERÍSTICAS
■Projetado em estreita colaboração com trabalhadores de fábrica envolvidos em atividades manuais
■Estrutura postural naturalmente confortável e respirável
■Estrutura compacta
■Mecanismo passivo baseado em molas

BENEFÍCIOS
■Reduz fadiga muscular  
■Melhora a postura e conforto
■Segue os movimentos fisiológicos sem resistência ou desalinhamento

■Maior precisão de tarefas repetitivas
■Melhora a qualidade e produtividade do trabalho
Fonte: Comau



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quarta-feira, dezembro 12, 2018

Samsung assina acordo de indenização a vítimas de câncer

A Samsung se desculpou publicamente por doenças e mortes de trabalhadores e assinou, na sexta‑feira (23/11), um acordo para compensar funcionários que desenvolveram câncer em suas fábricas. A empresa sul-coreana do setor de eletrônicos admitiu lapsos de segurança nas linhas de produção.

ACORDO COBRE 16 TIPOS DE CÂNCER E OUTRAS DOENÇAS,
O acordo cobre 16 tipos de câncer e outras doenças, como esclerose múltipla e abortos espontâneos. Também foram incluídas condições congênitas que afetam filhos dos trabalhadores. A Samsung terá de desembolsar uma indenização de até 150 milhões de wons (cerca de 130 mil dólares) por caso.
"Não levamos a sério todas essas doenças e não resolvemos rapidamente a questão", afirmou o copresidente da companhia, Kim Ki-nam, em um ato de desculpa pública do qual participou junto a representantes dos afetados. "Falhamos em gerenciar adequadamente os riscos à saúde em nossas fábricas de semicondutores e LCD", lamentou Kim. "Queridos colegas e suas famílias sofreram por um longo tempo, mas a Samsung Electronics não enfrentou este tema antes."

VITIMAS AFETADAS
De acordo com estimativas de grupos que defendem as vítimas, cerca de 240 pessoas sofreram de doenças relacionadas ao trabalho após terem sido empregadas em linhas de produção de semicondutores e telas de cristal líquido.
O caso está relacionado a funcionários que trabalharam em fábricas nas cidades sul-coreanas de Suwon, Hwaseong e Pyeongtaek, assim como em Xian, na China, a partir de 1984.

O escândalo veio à tona em 2007, quando o pai de uma ex-funcionária da empresa se recusou a assinar um acordo sobre a morte de sua filha de 23 anos, que morreu de leucemia. Em seguida, começaram a surgir outros casos que afetaram antigos trabalhadores de fábricas de microprocessadores e telas da Samsung.

Hwang Sang-gi, o pai de Hwang Yu-mi, disse estar satisfeito por ter cumprido a promessa feita à filha de provar que a Samsung era a culpada pela morte dela.
"Nenhum pedido de desculpas seria suficiente considerando a decepção e a humilhação que sentimos nos últimos 11 anos, a dor do sofrimento de doenças ocupacionais, a dor de perder entes queridos", disse Hwang, após assinar formalmente o acordo.

Hwang, que é motorista de táxi, iniciou o grupo Banolim para fazer campanha por trabalhadores afetados depois de tomar conhecimento do caso de um trabalhador de 30 anos da mesma linha de produção de sua filha, que também morreu de leucemia.
"A compensação por danos industriais é importante, mas o mais importante é a prevenção", disse Hwang, cuja história familiar foi transformada em filme em 2013.

SEGREDO INDUSTRIAL
Pouco se sabe sobre a possível conexão entre os processos de produção e as doenças que os funcionários desenvolveram. Sob alegação de segredo comercial, a Samsung se recusou a revelar os produtos químicos específicos e as quantidades usadas, embora tenha havido movimentos em direção a uma maior transparência. Em 2016, a Samsung concordou com a criação de um comitê externo que supervisionaria a segurança nas fábricas.  Fonte: Deutsche Welle-23.11.2018

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segunda-feira, abril 09, 2018

Acidentes de trabalho na região de Ribeirão Preto

Os afastamentos motivados por acidentes de trabalho causaram, em seis anos, um impacto previdenciário de R$ 248,1 milhões em toda a região de Ribeirão Preto (SP), aponta um levantamento feito pelo G1 com base em dados do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Restaurantes, produção de açúcar e hospitais estão entre os que alavancaram concessão de 28,5 mil auxílios por afastamentos, segundo Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho.

Os números disponibilizados pelo Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho contabilizam registros entre 2012 e 2017 e referem-se à concessão de 28.550 auxílios-doença decorrentes de lesões funcionais de empregados com carteira assinada em 66 cidades.
Superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de 25 cidades da região, o montante total gasto pela União é quase equivalente, por exemplo, ao que Colômbia (SP), município de 6,2 mil habitantes no nordeste paulista, movimenta por ano em sua economia.

O valor também representa quase nove vezes mais do que Taquaral (SP) gera em riquezas.
As cidades mais populosas da região – Ribeirão, Franca (SP), Barretos (SP) e Sertãozinho (SP) – concentram a maior parte das ocorrências, sobretudo relacionadas a fraturas nas mãos, mas são acompanhadas por municípios menores, como Guaíra (SP).
Restaurantes, atendimento hospitalar e produção de açúcar, etanol e calçados estão entre os que mais contribuíram para esses casos.

IMPACTO PREVIDENCIÁRIO DOS ACIDENTES DE TRABALHO
Os maiores resultados registrados entre 2012 e 2017 na região de Ribeirão Preto
















Fonte: Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho/MPT

 Para a procuradora regional do Trabalho Regina Duarte da Silva, os números resultam do descumprimento das normas reguladoras de segurança nas empresas, que repercutem na falta de treinamentos adequados e de equipamentos de proteção individual, além de jornadas excessivas.
"O acidente muitas vezes nem mereceria esse nome de acidente, que é um fato inesperado. Às vezes é plenamente evitável se fossem tomadas as medidas de segurança", analisa.

AFASTAMENTOS NO TRABALHO
Ribeirão Preto lidera a lista com indenizações da ordem de R$ 54,2 milhões referentes a 6.643 afastamentos, sobretudo ocorridos em restaurantes e redes de serviço, além de atendimentos hospitalares. As fraturas nas mãos e nas pernas são as mais comuns.
"Em restaurantes e bares, a parte do corpo mais utilizada são os membros superiores, as mãos, inclusive ele [funcionário] tem contato com perfuro-cortantes, com faca, espeto. Não havendo cuidados necessários são esses os órgãos que serão mais atingidos", afirma Regina.
Em seguida aparece Franca (SP), com despesas de R$ 29,2 milhões referentes 4.359 ocorrências que levaram o funcionário a deixar temporariamente suas funções, sobretudo na indústria calçadista, que concentra 20% dos casos, em situações geralmente ligadas a fraturas nas mãos, pernas, braços e ombros.

AS LESÕES MAIS COMUNS































Em Barretos (SP), as 1.785 ocorrências levaram a um impacto de R$ 26,8 milhões, principalmente em função de fraturas nos punhos e nas mãos e problemas de coluna cervical sofridas por pessoas que atuam no atendimento hospitalar (13,18%) e na fabricação de produtos de carne (10%).
A produção de açúcar bruto e a fabricação de equipamentos industriais foram alguns dos segmentos que mais levaram às 1.823 ausências de trabalhadores, que geraram gastos de R$ 12,4 milhões, também em função de fraturas e ferimentos de punho, mão, além de pernas e antebraço.

Na sequência, destaca-se Guaíra, município de 40 mil habitantes onde os 653 casos registrados pelo observatório geraram um impacto previdenciário de R$ 11 milhões.
A fabricação de etanol, com 18% dos casos registrados, e a moagem e fabricação de produtos de origem vegetal – com 16% - foram os segmentos que mais concentraram afastamentos entre 2012 e 2017 na cidade.

Os números levantados pelo Observatório Digital, segundo a procuradora, poderiam ser ainda maiores, já que não são contabilizados os trabalhadores informais.
"Houve uma redução drástica no número de postos de trabalho. Quando esse número começou a cair passou a ser trabalho informal e o trabalho informal não é computado nesses índices. Então os acidentes são muito grandes, continuam ocorrendo, mas na informalidade."

PREVENÇÃO E FISCALIZAÇÃO
Segundo a procuradora, a redução desses afastamentos passa por programas de prevenção de acidentes e de avaliações médicas das empresas, mas também depende do combate a práticas como a sobrejornada, recorrente na recessão econômica.
"A sobrejornada é um fator importantíssimo para a ocorrência de acidentes, porque toda vez que a gente trabalha cansado a gente está mais desatento, menos propício a observar as regras de segurança."
O Ministério Público do Trabalho realiza fiscalizações nos municípios, mas a demanda é extensa, diz Regina. “A gente não consegue. Acaba que a gente fica trabalhando muito na tutela reparatória, que é depois que o acidente aconteceu, e muito pouco na tutela preventiva.” Fonte: G1-29/03/2018

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quarta-feira, novembro 29, 2017

Supremo proíbe uso do amianto em todo o país

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (29) proibir uso do amianto do tipo crisotila, material usado na fabricação de telhas e caixas d’água. A decisão dos ministros foi tomada para resolver problemas que surgiram após a decisão da Corte que declarou a inconstitucionalidade de um artigo da Lei Federal 9.055/1995, que permitiu o uso controlado do material.

Com a decisão, tomada por 7 votos a 2,  não poderá ocorrer a extração, a industrialização e a comercialização do produto em nenhum estado do país. Durante o  julgamento não foi discutido como a decisão será cumprida pelas mineradoras, apesar do pedido feito por um dos advogados do caso, que solicitou a concessão de prazo para efetivar a demissão de trabalhadores do setor e suspensão da comercialização.

Em agosto, ao começar a julgar o caso, cinco ministros votaram pela derrubada da lei nacional, porém, seriam necessários seis votos para que a norma fosse considerada inconstitucional. Dessa forma, o resultado do julgamento provocou um vácuo jurídico e o uso do amianto ficaria proibido nos estados onde a substância já foi vetada, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, mas permitida onde não há lei específica sobre o caso, como em Goiás, por exemplo, onde está localizada uma das principais minas de amianto, em Minaçu.

As ações julgadas pela Corte foram propostas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI) há dez anos ao Supremo e pedem a manutenção do uso do material. A confederação sustenta que o município de São Paulo não poderia legislar sobre a proibição do amianto por tratar-se de matéria de competência privativa da União. Segundo a defesa da entidade, os trabalhadores não têm contato com o pó do amianto.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e outras entidades que defendem o banimento do amianto, apesar dos benefícios da substância para a economia nacional – geração de empregos, exportação, barateamento de materiais de construção -, estudos comprovam que a substância é cancerígena e causa danos ao meio ambiente. Fonte: Agência Brasil - 29/11/2017 

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sexta-feira, novembro 10, 2017

Doença ocupacional: Bombeiros enfrentando o câncer

Numa tarde radiante da Nova Inglaterra, em julho passado, o bombeiro de Boston Glenn Preston e seu filho de oito anos, Jake, contavam piadas no carro a caminho de Fenway Park para assistir como todos os anos, pai e filho juntos, ao jogo dos Red Sox. Quando subiram à autoestrada, o telefone de Preston começou a tocar. Ao ver um número desconhecido na identificação de chamadas ele se preparou para as más noticias.

Dois dias antes, os médicos do Centro Médico Dana Faber em Boston tinham feito uma biopsia duma massa do tamanho duma laranja extraída do peito de Preston. Para não preocupar sua família, ele não tinha falado da biopsia com a esposa nem com seus quatro filhos pequenos. Durante semanas ele se esforçou de esconder a respiração superficial e o cansaço extremo quase constante. Ele não tinha mencionado as dores no peito ou como às vezes, quando espirrava, sentia como se lhe tivessem atirado um arpão no peito, caindo de joelhos.

Ele respondeu à chamada. O médico disse a Preston que tinha câncer, que estava em estado avançado, e que ele precisava ir imediatamente ao hospital. “Esta bem, esta bem, olha agora estou a caminho de Fenway então talvez ponhamos a conversa em dia mais tarde,” ele disse, fazendo crer a Jake que estava falando com um velho amigo. Apesar de o médico tê-lo desaconselhado fortemente, Preston manteve o carro rumo ao estádio. Ele e Jake ficaram durante todo o jogo e logo foram comer uma pizza.

Uns dias mais tarde, Preston deu entrada no hospital. Os médicos lhe disseram que tinha um linfoma não-Hodgkin avançado, mas ele não queria falar de suas chances de sobrevivência; ele não queria saber. Com imagens de seus filhos na cabeça, ele estava indignado, mas não surpreendido.
“Desde o ano 2000 estive numa brigada muito ativa, ia aos incêndios e saia dos edifícios todo preto, com um aspecto terrível,” disse‑me e Preston pouco tempo atrás. “Eu pensava que ia ter câncer – faz parte do trabalho. Só não pensava que seria agora.”

SOPA TÓXICA DE PRODUTOS QUÍMICOS CARCINÓGENOS
Com seu diagnóstico, Preston ingressa na lista cada vez mais longa de bombeiros de Boston doentes, envenenados ao longo de sua carreira por uma sopa tóxica de produtos químicos carcinógenos absorvidos pelos seus pulmões, olhos, nariz e pele. Em média, um bombeiro de Boston recebe um diagnóstico de câncer a cada três semanas, de acordo com os dados registrados pelo corpo de Bombeiros de Boston. Durante as últimas décadas a idade dos diagnósticos baixou de forma contínua dos 60 aos 50 anos de idade e agora, cada vez mais aos 40 anos. Preston tinha 39 anos quando recebeu o diagnóstico.

Essa mesma realidade se verifica em todos os Corpos de Bombeiros do país. Os bombeiros estão morrendo a um ritmo alarmante por causa de diferentes tipos de câncer, incluindo câncer do cólon, dos pulmões, melanomas, mesotelioma, próstata, reto, estômago, linfoma não-Hodgkin entre outros, os quais foram demonstrados em estudos que afetam os bombeiros em maior proporção que o resto da população.

DOENÇA ESTÁ MATANDO MUITOS BOMBEIROS.
Embora seja difícil conseguir números exatos, a doença está matando muitos bombeiros. Sessenta por cento das mortes em serviço dos bombeiros entre 2002 e 2016 estavam relacionadas com o câncer, de acordo com a Associação Internacional dos Bombeiros (IAFF, da sigla em inglês), que consegue os dados pelos relatórios do sindicato local. Isso representa 1053 bombeiros que morreram durante aquele período. Já que não existem registros definitivos, esse número é quase seguramente apenas uma fração do total.

A falta de dados confiáveis sobre as mortes de bombeiros causadas pelo câncer ilustra até que ponto a questão não recebeu a devida atenção. Durante décadas, o câncer que afeta os bombeiros foi discutido murmurando e sussurrando, considerado por muitos como o preço a pagar para um trabalho perigoso, mas necessário. Mas enquanto o número de mortes aumenta e a pesquisa revela mais dados sobre a extensão do problema e suas causas, a preocupação silenciosa deixa lugar à tomada de consciência e à mobilização total.

O câncer que afeta os bombeiros: estatística e fatos

Três estudos fundamentais sobre câncer entre os bombeiros realizados na ultima década mostraram níveis elevados de certos tipos de câncer, comparados com a população em geral.
Em pelo menos dois desses estudos, observou‑se um aumento significativo dos riscos num ou mais grupos de idade estudados ou entre todos os bombeiros para os seguintes cânceres:
Cólon
Câncer de pele não‑Melanoma
Pulmões
Próstata
Melanoma
Retal
Mesotelioma
Linfoma não-Hodgkin
Melanoma múltiplo
Estômago
Fonte: IAFF, Estudos “Cancer risk among firefighters: A review and meta analyses of 32 studies” 2006.

■ 61% -  mortes de bombeiros em serviço entre 2002 e 2016 causadas por câncer ocupacional, de acordo com a IAFF,
■ 190 -  número de bombeiros de Boston que morreram de câncer ocupacional desde 1990.
■ 1053 - número de mortes de bombeiros em serviço registradas entre 2002 a 2016 de acordo com a IAFF
■ 3 semanas de intervalo de tempo médio entre novos diagnósticos de câncer entre os bombeiros do Corpo de Bombeiros de Boston

CULTURA DA SAÚDE E SEGURANÇA NO CORPO DE BOMBEIROS DE BOSTON
“Lançamos uma ofensiva geral, assegurando que fazemos todo o possível para proteger nossos membros - eles nem sempre pensam nisso, só fazem seu trabalho, mas devemos garantir que tenham consciência e treinamento,” disse Pat Morrison, adjunto do Presidente geral para saúde, segurança e medicina da IAFF.
Não podemos perder mais tempo disse Morrison. “A realidade é que o câncer é agora a causa principal de morte de nossos membros e é provavelmente a questão mais importante que estamos tentando resolver hoje”, ele disse. “É uma epidemia. A tendência cresce e cresce.”
Em nenhum lugar o esforço para combater o câncer foi tão agressivo – e de alguma forma, tão improvável – como em Boston, onde o líder da ofensiva foi o Inspetor de Incêndio Joseph Finn.

Ajudado por um apoio financeiro de milhões de dólares da cidade e pelo trabalho comprometido do presidente do sindicato Rich Paris, em apenas dois anos o corpo de Bombeiros de Boston passou duma situação onde mal reconhecia o câncer como um problema a ser considerado como um dos líderes mais avançados no país no âmbito da saúde e bem-estar dos bombeiros.

Dirigida por Finn, a abordagem de Boston para reduzir as mortes por câncer tem sido multifacetada, mas todo aponta para o mesmo fim: limitar a exposição a produtos químicos que causam câncer. “Metemos na cabeça de cada bombeiro, ‘não inale fumaça’” me disse Finn. “Pense na fumaça como se fosse radioativa – cada vez que você inala fumaça desnecessariamente está abreviando sua vida.”
À diferença de outras mortes que se decidem num instante trágico, o câncer é muitas vezes um assassino lento que floresce depois de anos de exposição aos carcinógenos. Mas parece que o período de latência é cada vez mais breve, em parte porque os bombeiros estão expostos hoje a mais elementos carcinógenos do que nunca.

MATERIAIS EM COMBUSTÃO DESCONHECIDOS
Cinquenta anos atrás, a maior parte dos materiais queimados numa construção típica incluía algodão, madeira e outros tecidos e produtos naturais – a inalação dos produtos da combustão não era ideal, mas não era muito pior que uma fogueira de acampamento, disse Finn. Hoje, quase todos os incêndios estruturais se parecem mais com um evento HAZMAT – há muitos materiais em combustão e ninguém pode saber ao certo que toxinas estão liberando.

O conteúdo das casas modernas é uma miscelânea de plásticos, goma e equipamento eletrônico, madeira, mobília e tecidos misturados com químicos retardantes de chamas. Quando esses materiais queimam, os produtos da combustão incluem uma variedade de substâncias com nomes agressivos – acrilonitrila, arsênico, benzeno, hidrocarbonetos policíclicos, cádmio, clorofenol, cromo, monóxido de carbono, dioxinas, óxido de etileno, formaldeído, orto‑toluidina, bifenilos policlorados e cloreto de vinila, entre outros – confirmadas ou amplamente consideradas como carcinógenas.

CONTAMINAÇÃO
Os produtos químicos se introduzem no corpo humano através do nariz, dos ouvidos, dos pulmões e da pele desprovidos de proteção. Eles se pegam como velcro a qualquer coisa que tocam como a roupa de proteção, as luvas, as mangueiras e os capacetes que podem liberar vapores perigosos durante dias, semanas e meses após um incêndio. O equipamento sujo contamina o interior dos caminhões, das cozinhas, dos armários e das camas.

Estudos recentes que analisaram o conteúdo das bolsas dos aspiradores provenientes das estações de bombeiros na Califórnia encontraram numerosos produtos químicos retardantes de chamas espalhados nos alojamentos. Em algumas estações de bombeiros, não é raro ver manchas de óleo flutuando na água da máquina de fazer gelo depois dum corte de corrente.
Com a contaminação onipresente, a proteção dos bombeiros contra o ataque mortal dos produtos químicos é um desafio imenso e quatro anos atrás teria sido difícil encontrar alguém acreditando que o Corpo de Bombeiros de Boston assumiria essa tarefa tão difícil.

USO DO APARELHO DE RESPIRAÇÃO AUTÔNOMA
Durante anos, Boston Fire tinha a fama nacional bem merecida de ser teimoso, da velha escola e indevidamente resistente à mudança, muitas vezes a custa de seus membros. Em muitas companhias, o uso do aparelho de respiração autônoma (SCBA da sigla em inglês) era opcional ou mesmo considerado como uma demonstração de fraqueza. A liderança não parecia dar valor à proteção individual, e o machismo dominante em tantos corpos de bombeiros, onde os devoradores de fumaça cobertos de fuligem eram considerados como os mais intrépidos e formidáveis de todos os bombeiros, era desenfreado nas estações de bombeiros de Boston.

 “Tantas vezes quando participava de operações de rescaldo (depois dum incêndio), eu via caras sem mascaras vomitando pela janela por causa da fumaça, “contou o tenente Marty Fernandes, de 55 anos, que tem amigos que morreram de câncer. “Eu sempre usava a mascara porque não me sentia bem respirando aquela fumaça. Mas eu ouvia ‘Alo! Porque você está usando a máscara?’ De fato existe um pressão dos colegas.”
“Eu usava a máscara apenas quando pensava que era necessário,” disse Preston. “Esperava até que não aguentava mais a fumaça, até tossir, sufocar e cuspir. Nós fazíamos assim. Eu queria conservar o ar no caso de precisá-lo mais tarde, ou guardá-lo para uma vítima que poderia precisá-lo no interior do edifício.”

Os bombeiros diziam também que o equipamento de proteção praticamente não era lavado, porque cada pessoa só tinha um conjunto bom e a empresa contratada para a limpeza levava semanas para devolvê-lo, deixando os bombeiros com a escolha entre um equipamento sujo ou nenhum equipamento. Dizia-se que os casacos imundos largavam nuvens de pó preto que envolviam a estação, disse Preston. Ele uma vez tentou lavar seu casaco coberto de fuligem numa lavanderia automática. Colocou-o numa máquina e deixou-o e quando voltou para buscá-lo todo o local cheirava como se estivesse em chamas.

Na raiz de muitos desses problemas havia relações conflituosas entre os bombeiros de Boston, a direção do Corpo de Bombeiros e a Prefeitura.   Os choques relacionados com o financiamento, junto com a falta de confiança, produziam um mau funcionamento generalizado. O equipamento e os veículos de combate a incêndio eram velhos e num estado de falta de manutenção, os freios dos caminhões falhavam e ficavam avariados durante meses. Ao longo dos anos os investimentos na infraestrutura do corpo de bombeiros foram escassos. É de notar que a estação de bombeiros típica de Boston tem agora 76 anos. Com o corpo de bombeiros que estava meramente tentando sobreviver, o câncer não estava na lista das prioridades.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Em Boston, o corpo de bombeiros adotou uma abordagem holística da batalha contra o câncer, tentando limitar a exposição de seus membros de diferentes formas. “Não existe uma solução milagrosa – é o efeito cumulativo da aplicação de uma série de melhores práticas”, disse Finn.

Para reduzir a exposição ao equipamento sujo, cada bombeiro de Boston foi equipado de dois conjuntos de proteção individual para garantir que tivessem sempre um conjunto limpo no início de cada turno. Com a ajuda de doações privadas, foram instaladas máquinas de lavar industriais e varais para secar a roupa em quase todas as 34 estações de bombeiros da cidade para remover a fuligem mortal quando o equipamento volta do incêndio. A cidade está gastando milhões numa limpeza industrial em cada estação de bombeiros, removendo décadas de fuligem, resíduos do escape de diesel, benzeno e uma série de outros contaminantes dos pisos, tetos, paredes e tapetes. Novas estações estão sendo planejadas e outras foram renovadas para melhor separar os estacionamentos  das áreas de alojamento.

Para limitar a exposição no local do incêndio, a cidade gastou 4,5 milhões de dólares para equipar os 1500 bombeiros de Boston com tanques de ar SCBA que têm 45 minutos de ar, um aumento de 50 por cento, para diminuir a probabilidade que eles retirem suas máscaras para conservar o ar. O capuz de proteção usado debaixo do capacete e da máscara para cobrir a cara e o pescoço, antes desconhecido em Boston, é agora obrigatório. Além disso, foram comprados 23 novos veículos de combate a incêndio equipados com tanques de espuma de 30 galões, de forma que as equipes possam apagar incêndios de carros e contêineres de lixo com a espuma desde uma distância segura para limitar sua exposição à fumaça mortal.

A tática de combate a incêndio também mudou aumentando a alternância das equipes, limitando a exposição potencial de cada bombeiro. Os comandantes do incidente agora realizam o monitoramento das condições do ar e é frequente ouvir pela radio a contagem dos particulados e as instruções dadas a todos os bombeiros para que fiquem com as máscaras colocadas. Um bombeiro sem máscara ou sem capuz já não é tratado como um herói e não cumprir a ordem de usar o ar tem consequências.

“Agora todos aqui estão usando uma máscara e um capuz, e é nossa responsabilidade fazer que isso aconteça,” disse Fernandes. “Se eu for visto por alguém sem o capuz, vou ouvir falar nisso sempre. Joe Finn não está para brincadeiras.”
Finn observa logo que todo o equipamento e os melhores procedimentos do mundo não significam nada sem a adesão do pessoal e que as mudanças culturais necessárias para atingir o objetivo requereram muito esforço e persistência.

DIVISÃO DE SEGURANÇA, SAÚDE E BEM-ESTAR NO CORPO DE BOMBEIROS,
Uma das primeiras ações de Finn como Inspetor de Incêndio foi criar uma Divisão de Segurança, Saúde e Bem-estar no Corpo de Bombeiros, que formulou uma estratégia dirigida ao esforço contra o câncer. Uma das primeiras tarefas da divisão foi contratar uma equipe para produzir um vídeo cujos protagonistas são os bombeiros de Boston vitimas do câncer, viúvas e famílias chorando e imagens comovedoras dos bombeiros que Boston perdeu.

A ideia do vídeo, lançado no início de 2015, era “pregar um susto terrível às pessoas, e fazer-lhes ver que não se trata de nenhuma brincadeira,” disse Finn. “Independentemente de quanta autoridade você use para impor as coisas, a questão do câncer se reduz a responsabilidade pessoal mais do que qualquer outra coisa. Se você entrando  num edifício em chamas pensa que é legal ser o cara que sai sujo e coberto de fuligem, você deve pensar, ‘o que estou fazendo á minha família? Que consequências tem para mim e para as pessoas que ficarão atrás quando eu morrer? Esta é uma mensagem que precisamos manter sempre ativa”. Às vezes a realidade fala por si só.
“Foi exatamente ao contrario – eles entendem. Eles sabem do que estamos falando. Eles enterraram demasiados amigos e viram o sofrimento humano das crianças e das viúvas,” disse Finn. “O desafio é a nova geração – eles querem se afirmar e se comportam como si estivessem aqui desde 1965. São os oficiais das companhias que devem tomar posição e garantir que os bombeiros mais novos sigam as melhores práticas. Fazendo seu trabalho de líderes eles vão salvar as vidas desses jovens.” Fonte: NFPA Journal Latinoamericano – Set/2017

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segunda-feira, abril 03, 2017

Revisão científica expõe novas ocupações que podem provocar doenças pulmonares

Trabalhar no processo de produção das pipocas industrializadas, aquelas que devoramos com tanto gosto no cinema ou no sofá de casa diante de um filme qualquer, acarreta um grave risco à saúde. Tanto é que essa profissão foi incluída numa recente revisão, publicada pela revista científica The Lancet, sobre novas vias de exposição a elementos que geram doenças pulmonares vinculadas ao trabalho. Também os empregados que trabalham nos processos de fracking (uma técnica de exploração de gás e petróleo também conhecida como fraturamento hídrico) ou fabricando telas de cristal líquido correm o risco de sofrer de doenças respiratórias.

Mais de 10 centros de pesquisas de vários países participaram dessa revisão científica focada nas doenças respiratórias de causa ocupacional. Dois milhões de trabalhadores morrem por ano devido a acidentes ou doenças no âmbito profissional. A terceira doença mais recorrente é de caráter respiratório. “Queremos conscientizar que há ocupações que, embora afetem pouca gente, têm muita relevância no conjunto, porque prejudicam a saúde”, diz o médico Xavier Muñoz, do serviço de Pneumologia do Hospital Vall d’Hebron, de Barcelona, o único centro espanhol que participou da pesquisa.

PIPOCA E O DIACETIL
Antes de ter início o cerimonioso ritual de comer um balde de pipocas em frente ao filme da vez, o petisco passa por um processamento industrial para lhe dar um sabor específico e facilitar sua conservação. Nesse processo, algumas fábricas empregam um condimento, o diacetil, para conferir um sabor mais amanteigado às pipocas. Para quem come, esse aditivo não acarreta nenhum risco à saúde, mas no ambiente industrial, onde é aplicado a altas temperaturas, “o diacetil se evapora, é inalado e pode afetar os brônquios”. O estudo cita um caso relatado no ano 2000 com oito trabalhadores de uma fábrica de Missouri (EUA) diagnosticados com bronquiolite obliterante (uma infecção nas sub-ramificações dos brônquios). Também foram detectados casos similares em fábricas que produzem uma mistura seca de panificação e em fábricas de chocolates, batatas fritas e bolachas.

FRACKING,
Mas a questão dos operários das fábricas de pipocas não é o único caso novo exposto pelos pneumologistas nesta revisão. A política técnica do fracking, que consiste em aflorar gás e petróleo do subsolo após destruir a rocha-mãe com o uso de água e produtos químicos a alta pressão, também está causando doenças em alguns trabalhadores. “É especialmente perigoso para os trabalhadores e para pessoas que estão perto de onde se pratica esta técnica, porque, com os ventos, sobe uma poeira com sílica e elementos orgânicos que podem provocar silicose, câncer, asma…”, aponta o pneumologista Muñoz.

DESBOTAR TECIDO DE JEANS
Desbotar tecidos para fabricar jeans também é outra prática mais arriscada do que parece. Os especialistas afirmam que algumas fábricas usam um jato de areia que deixa partículas voláteis inaláveis. Foram identificados casos de silicose severa e deterioração na função pulmonar com exposições breves a estas partículas. O sistema de desbotamento (sandblasting, em inglês) é proibido em muitas companhias, mas ainda utilizado em fábricas da China, Bangladesh e Paquistão, onde, segundo o estudo, não há sinais de que será proibido tão cedo.

TELAS DE CRISTAL LÍQUIDO,
Na fabricação de telas de cristal líquido, usadas em inúmeros aparelhos eletrônicos, os trabalhadores estão expostos ao óxido de índio, um componente que em 2003 foi associado pela primeira vez a um caso de doença pulmonar intersticial (quando o tecido pulmonar se inflama e é danificado). “Também a produção do mármore artificial, um sucedâneo do mármore, leva sílica. Isso é perigoso para o trabalhador quando o molda, mas não para o usuário que depois o tiver na sua casa”, acrescenta o médico.

AMIANTO
Os pesquisadores também avaliaram o impacto sanitário de velhos conhecidos, como o amianto, um material usado durante boa parte do século XX como material de construção para cobrir edifícios e montar tubulações e telhados. Embora desde os anos 1940 os seus riscos à saúde fossem conhecidos, só em 2005 a União Europeia vetou totalmente o seu emprego, mas o mesmo ainda não acontece no Brasil. Os especialistas quiseram reiterar seu caráter nocivo porque, apesar de ter caído em desuso, as enfermidades vinculadas à exposição ao amianto – asbestose (um tipo de fibrose pulmonar), câncer de pulmão e mesoteliomas (tumores de pleura originados causados pelo amianto) – têm um período de latência de até 30 anos. “O pior está por vir. Daqui até 2035 veremos mais casos do que nunca de doenças causadas pelo amianto”, adverte Muñoz.

O pneumologista afirma que essa revisão precisa servir para “colocar o problema sobre a mesa”. “É para que fiquemos todos ligados.

MORTES POR DOENÇA PULMONAR
 Cerca de 500.000 pessoas morrem no mundo por doença pulmonar contraída no trabalho. Não se pode baixar a guarda, especialmente os médicos, porque, como há poucos casos, custa relacionar que uma doença surja por causa de algum elemento vinculado ao trabalho. E se complica muito mais quando são agentes desconhecidos, que não vinculamos a essa doença”, afirma o médico. Fonte: El País - Barcelona 28 mar 2017

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sexta-feira, março 24, 2017

Trabalhadores drogados interrompem produção da BMW

A BMW confirmou rumores de que dois de seus funcionários interromperam a produção em uma de suas fábricas depois de ficarem drogados.
A história refere-se a um incidente que foi confirmado e ocorreu em 03 de março de 2017, quando dois funcionários de uma de suas linhas de montagem desmaiaram perto do final de seus turnos.
Depois de ser examinados por médicos solicitados por seus colegas de trabalho, foi constatado que os dois trabalhadores da linha de montagem tinham  consumido álcool em "grande quantidade", e um deles também tinha usado drogas sintéticas.

A BMW não forneceu os nomes, mas os relatórios anotaram que um deles tinha  anfetamina em sua corrente sanguínea, enquanto outro  estava alcoolizado
A linha de produção onde os dois funcionários estavam trabalhando ficou paralisada por cerca de 40 minutos.
O atraso na produção foi inicialmente avaliado em mais de um milhão de euros, mas a BMW especificou que as perdas caíram "na faixa de cinco dígitos". Isso significa que centenas de milhares de euros foram perdidos pela companhia porque dois trabalhadores estavam drogados durante a pausa de trabalho..

Os dois trabalhadores estavam no terceiro turno da fábrica, que opera até tarde da noite. Segundo relatos, eles caíram inconsciente por volta das 22 h 40 min.
O trabalhador alcoolizado foi demitido, enquanto o outro foi transferido para uma clínica para tratamento e posteriormente mudou de cidade.

Funcionários da BMW disseram que é a primeira vez que algo assim aconteceu em sua linha de produção. A montadora da Baviera reforçará regras mais rigorosas para seus funcionários no futuro, destinadas a evitar situações semelhantes.
A BMW não é a única montadora que descobriu que alguns de seus funcionários fizeram coisas indignas em suas pausas de almoço. Um funcionário da Fiat foi apanhado assistindo pornô em seu laptop há alguns anos atrás, mas o tribunal decidiu a seu favor.
Em um incidente separado nos EUA, a Chrysler foi obrigada a recontratar  funcionários que foram demitidos depois que foram filmados fumando maconha e bebendo cerveja nos intervalos para o almoço. Fonte: Autoevolution - 21 Mar 2017

Comentário:
Atualmente uma fábrica  está preocupada com a cadeia de logística de montagem que reduz a estocagem de materiais nas linhas de montagem ao mínimo indispensável, utilizando os processos Kan Ban/Just in Time, em sintonia com os fornecedores. Quando há um imprevisto no processo de montagem, provocando parada na produção, há um enorme prejuízo. Estão em jogo na paralisação,  centenas de milhares ou milhões de dólares.
No Brasil há muita controvérsia sobre o assunto. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) prevê a dispensa por justa causa aos empregados que apresentarem embriaguez habitual ou em serviço. Porém, atualmente, o entendimento dos tribunais é de que essa conduta não justifica a demissão do trabalhador alcoolizado por justa causa. Isso porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a dependência alcoólica como doença e não como desvio de conduta.
Mas existe um risco oculto em que a empresa deve lidar em caso de acidente material ou pessoal de um trabalhador sob influencia de drogas durante o seu desempenho de trabalho.

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