Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sábado, fevereiro 26, 2011

Mulher é atingida por raio no Parque Villa-Lobos, em SP

Uma mulher foi atingida por um raio na tarde de domingo, 20 de fevereiro, enquanto trabalhava dentro do Parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo. O episódio ocorreu no início do temporal que atingiu a cidade.

DESCARGA DO RAIO
Logo após os raios e a chuva começarem, ela pegou a bicicleta que usava para fazer a ronda e tentou obter abrigo em um dos banheiros do local.
Funcionários do parque relataram que viram o momento em que a vítima recebeu a descarga elétrica e caiu. Ainda segundo relatos dos colegas de trabalho, a funcionária, assim como eles, tentou se esconder quando notou que os raios e a chuva eram uma ameaça.

SOCORRO
A vítima, funcionária de uma empresa terceirizada que presta serviços de segurança para o parque, foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por volta das 16h e levada ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas, onde permanece internada.
De acordo com os médicos, ela respira com a ajuda de aparelhos e seu estado é grave.

HOSPITAL
Segundo a assessoria do Hospital das Clínicas, a mulher permanece internada em estado grave na unidade.

PARQUE E PARA-RAIOS
Especialistas são unânimes em dizer que grandes áreas descampadas, como é o caso do parque Villa-Lobos, são consideradas de risco quando o temporal começa a se armar sobre o local.
Em janeiro de 2001, dois adolescentes morreram no mesmo parque Villa-Lobos atingidos por dois raios. Uma das vítimas, de 15 anos, estava sob um dos quiosques do parque, onde não havia para-raio.
Uma garota de 12 anos morreu ao tentar atravessar o campo de futebol do parque para se abrigar do temporal.
O Villa-Lobos, nos finais de semana e feriados, recebe de 20 mil a 30 mil pessoas. Durante um temporal com muitos raios, as pessoas devem tentar abrigo dentro de carros, casas ou edifícios, segundo os especialistas.

PARA-RAIOS
O sistema de pára-raios que existe no parque Villa-Lobos é eficiente, existem mais de 15 pára-raios no local, afirma a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, responsável pelo parque.
Segundo a secretaria, todos os prédios do parque estadual estão aparelhados com o dispositivo para a proteção de descargas elétricas atmosféricas.
Outra medida adotada após os acidentes de 2001 são de responsabilidade da própria segurança. Todos os funcionários recebem a ordem de pedir para os visitantes abandonarem o parque quando raios e trovões começam a surgir.
Mesmo com todo o sistema de segurança em operação, áreas como a do Villa-Lobos continuam vulneráveis, dizem os técnicos. Existem árvores altas e redes elétricas perto. Dois elementos que servem de chamariz para os raios.

PROBABILIDADE DE SER ATINGIDA POR UM RAIO
Apesar dos relatos de acidentes graves, estudos mostram que é pequena a chance de uma pessoa ser atingida por um raio _seis em um milhão no caso do Estado de São Paulo, indicam estimativas do grupo de eletricidade atmosférica do Inpe.

No país, caem em média 24 mil raios por dia. Na última década, os registros mostram que 132 pessoas morreram, a cada ano, por causa das descargas elétricas. O prejuízo material causado pelo fenômeno meteorológico é da ordem de R$ 1 bilhão
Fontes: Folha.com – 20 e 21 de fevereiro de 2011

COMENTÁRIO:
Dimensões e trajetória do raio
O comprimento de um raio pode variar entre 0,1 e 20 km e a sua velocidade atinge 40000 km/s, pouco mais de um décimo da velocidade da luz. O diâmetro da coluna de ar onde ocorre o raio é aproximadamente 3 cm.

Potência liberada por um raio
Um raio pode ter uma corrente elétrica superior a 100Kamp. Em cada segundo o globo terrestre recebe mais de 3 dezenas de descargas elétricas atmosféricas. A potência deste “fogo celeste” é da ordem de 700MW.

Cor do raio
A cor do raio está associada à composição da atmosfera onde ele ocorre, designadamente:
■ Vermelha indica presença de precipitação na atmosfera;
■ Azul presença de gelo / granizo Amarela indicação de poeiras na atmosfera;
■ Branca é sinal de ar muito seco.

Temperatura do ar circundante do raio
A temperatura do ar, ao longo da trajetória do raio, é muito elevada, cerca de 30.000ºC (cinco vezes a temperatura do sol). O ar atravessado pelo raio é assim “queimado” instantaneamente. Esta temperatura elevada é suficiente para pôr em combustão qualquer tipo de material combustível.

A corrente elétrica do raio possui em torno de 40.000 ampères em um microssegundo, e tem a preferência por passar pelos materiais ou tecidos onde há menor resistência e ela depende da umidade do material. A pele molhada conduz a eletricidade 40 vezes mais rápido, e dentro da água, 66 vezes.

O raio segue o caminho de menor resistência entre os pontos de contato do corpo, tornando qualquer órgão vulnerável. Os tecidos de menor resistência a passagem da eletricidade são a pele, o cérebro e os músculos. As alterações mais graves são; a parada respiratória e ou a parada cardíaca, que levam a morte rapidamente se não for revertida por uma pessoa próxima. Ainda assim, caso não ocorra a parada respiratória, sabemos que a perda da consciência ocorre em 72% das pessoas.

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terça-feira, fevereiro 22, 2011

Raios e Trovões



Segundo levantamento feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em média, até mil raios caem em São Paulo nos dias de chuva






COMO SE FORMAM
O raio é uma descarga elétrica que ocorre durante uma tempestade entre partículas com carga negativas nas nuvens e positivas no solo
1 - O aquecimento do ar provocado pelo fenômeno gera um clarão conhecido como relâmpago
2 - E uma onda sonora chamada de trovão
3 - O pára-raios atrai a descarga elétrica e a conduz para o solo, onde não provoca estragos






DISTÂNCIA
Para saber a que distância caiu um raio, você pode contar os segundos entre
APARIÇAO DO RELÂMPAGO
E O SOM DO TROVÃO
Isso se justifica porque o som viaja a uma velocidade média de um quilômetro a cada três segundos ( 340 m/s)



PREVENÇÃO
Durante uma tempestade com raios

CUIDADOS PESSOAIS
■ Evite falar em telefones que tenham fios
■ Afaste-se de postes de iluminação, árvores e cercas de arame farpado
■ Evite ficar em terrenos descampados
■ Se estiver em um parque e não achar onde se abrigar, fique agachado no chão, com as mãos na nuca e os pés juntos
■ Evite nadar
■ Permaneça dentro do carro

CUIDADOS COM APARELHOS
■ Desligue os aparelhos eletrônicos da tomada
■ Use filtros de linha nos aparelhos mais sensíveis

Fonte: O Estado de São Paulo, 25 de janeiro de 2011

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sábado, fevereiro 19, 2011

Caixa d´água cai no condomínio em Indaiatuba

Uma caixa d'água, tipo torre metálica, com capacidade para 270 mil litros desabou no Condomínio Villagio de Itaici, em Indaiatuba, no interior de São Paulo, na madrugada de terça feira, 15 de fevereiro.

VÍTIMAS
Ninguém ficou ferido no acidente.

DANOS MATERIAIS
Com o rompimento do reservatório, danificou carros, paredes, residências, eletroeletrônicos e móveis das casas que foram atingidas pela água e lama.
Moradores da quadra cujas casas ficam de frente para a caixa d'água, foram os mais afetados, com danos materiais elevados.

TESTE
De acordo com moradores, a caixa estava sendo instalada por uma empresa terceirizada e começou a ser abastecida na segunda-feira, 14 de fevereiro. A Prefeitura de Indaiatuba afirmou, em nota, que a caixa d'água estava “em fase de testes e não havia sido entregue oficialmente à autarquia responsável”. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) do município interditou o local e solicitou uma perícia para apurar o ocorrido.

Fonte: G1-15/02/2011

Comentário:
Pode ter ocorrido:
■ problema nas fundações
■ recalque devido ao peso da torre não previsto
■ fixação da torre na base das fundações.
■ sobrepressão da água e falta de ancoragem

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terça-feira, fevereiro 15, 2011

A maior enchente ainda está por vir

Essa foi a manchete do jornal a Voz da Serra de Nova Friburgo, de autoria de Raphael L. de S. Jaccoud, publicado em 10 de janeiro de 2007. Parece que o autor acertou o desastre. Transcrevo a matéria integral que aponta os problemas e as autoridades vêem os problemas, mas não enxergam as soluções.

A nossa história registra que, pouco depois da fundação da vila, a pequenina Nova Friburgo sofreu, terrivelmente, com uma enchente que a assolou, muito embora os colonos tivessem aberto, por determinação das autoridades, a vala de proteção, nos fundos dos terrenos da Rua Direita, lado par da atual Praça Getúlio Vargas, até hoje existente, mesmo estando bastante assoreada. Naquela época foi, também, aberto um canal, agora capeado, ligando aquela região, a partir da parte alta da Rua Farinha Filho, passando pela Dante Laginestra e indo ao Rio Bengalas, que a Telerj, ao tornar subterrâneos seus cabos, obliterou ponderável parcela de sua área de vazão, na esquina com a Praça, ao lado do Edifício Elias Caputo, o que motiva, nos dias de hoje, grandes alagamentos por ocasião de chuvas intensas.

No fim do século 19 e início do século 20, a Câmara Municipal – então, também, órgão executivo – num esforço sem par, realizou a retificação do Bengalas, no trecho, hoje, junto às Avenidas Galdino do Valle e Comte Bittencourt. O prefeito César Guinle, nos anos 40, dragou e retificou o rio, que era repleto de meandros, até Conselheiro Paulino, e Heródoto, ao abrir o eixo rodoviário, disciplinou suas margens, até Duas Pedras, ao criar a Avenida Costa e Silva. Não me recordo de outro trabalho de envergadura que tenha sido realizado para melhorar a calha do rio, a não ser nos últimos anos, quando o governo estadual viu-se obrigado a reparar uma asneira sem conta, perpetrada pela administração municipal de então.

Ao ser aberta a Avenida Roberto Silveira, o estado a desenvolveu sempre em cotas superiores a 1,50 metro, em relação à maior enchente já observada, porque “a maior enchente ainda está por vir...” A Prefeitura, sem atentar para isso, permitiu edificações na margem esquerda do rio, abaixo da cota referida, bem como permitiu que se realizassem construções na margem direita, nos terrenos situados além da Roberto Silveira, como é o caso da antiga sede da Apae, que está, agora, sendo completamente reformulada, à custa de muito esforço e muito dinheiro. E esta é, sem dúvida, a única solução para livrar os demais lotes e construções existentes, em igual condição, de cheias futuras. Não vejo outra.

E as construções situadas junto às encostas ou ao longo das mesmas? E as ruas desenvolvidas nos taludes? São, também, “cochilos” do “santo chaveiro”?

É sabido que em ciclos de, aproximadamente, sete a doze anos, abrem-se as comportas do céu. Por quê? Não sei. A Bíblia já fala nisso, no célebre episódio de José, no Egito, sobre “os sete anos de vacas gordas e os sete anos de vacas magras”.

Há alguns anos atrás, no fim da década de setenta, em dois dias alternados e de chuvas copiosas, morreram, acidentadas, por volta de sessenta pessoas. E, me parece, nunca se chegou a um número exato. A tragédia, é certo, aconteceu, vem acontecendo e voltará a acontecer. Quando?Ninguém sabe. Mas há muito que passou da hora de o poder público exercer uma fiscalização efetiva, honesta, competente e diuturna, sobre a localização de loteamentos e construções, e esquecer que “o Brasil é um país de todos”, uma espécie de “casa da mãe Joana”, onde todos mandam e ninguém obedece.

Fonte: A Voz da Serra – 10 de janeiro de 2007

Comentário

Dados históricos

03/02/2008 – Chuva excessiva - O deslizamento de terras, que resultou na morte de nove pessoas, e o alagamento registrado no bairro Madame Machado em Itaipava, distrito de Petrópolis, na madrugada de domingo representam a situação mais grave, na região, desde a enchente de 1988. Choveu 135 milímetros em apenas meia hora em Itaipava, dez vezes a mais que em Petrópolis, onde choveu 13 milímetros. Muitas encostas deslizaram e várias casas desabaram com a força da chuva. Pelo menos nove pessoas morreram e 12 ficaram feridas após deslizamentos de terra. 1850 pessoas tiveram de deixar as suas casas.

05/01/2007 – Cinco dias de chuva em Nova Friburgo
Segundo a Defesa Civil, 1.086 pessoas estavam desabrigadas e 1.729 desalojadas. Onze morreram.

19/01/2005 – Temporal em Nova Friburgo, rio Bengalas transbordou

21/01/2004 – Temporal em Petrópolis. Os rios Quitandinha e Piabanha transbordaram --17 ruas ficaram interditadas e outras 17, alagadas. No total, 65 pessoas que estão desabrigadas foram levadas para escolas municipais e outras 50 foram provisoriamente alojadas em casas de parentes.

11/01/2003 – Petrópolis - Em menos de uma hora de chuva forte, 17 pessoas morreram. As águas dos rios danificaram o piso de várias ruas da cidade

23/12/2001 – Temporal em Petrópolis que durou 15 horas, provocou deslizamento de terra, com 45 mortos

03/01/2000 - Na região serrana, as cidades de Petrópolis e Nova Friburgo também tiveram problemas por causa da chuva. Em algumas ruas, a água chegou até a cintura dos pedestres e vários carros tiveram que ser empurrados. Ocorreram ainda deslizamentos de terra, sem vítimas. Teresópolis- Quatro das vítimas. Houve desmoronamento de encostas.

Em 1999, uma enxurrada deixou 41 mortos na Região Serrana. No ano de 2000, foram 22 vítimas fatais em Petrópolis, Teresópolis e Casimiro de Abreu. No ano seguinte, 60 mortes, a maioria delas ocorridas em Petrópolis, o que provocou intensa discussão entre autoridades estaduais e municipais. Em dezembro de 2003, novas inundações deixaram 36 mortos, 870 desalojados e 823 desabrigados na região.

05/01/1992 - Temporal que durou 9 horas. Em Teresópolis, sete pessoas morreram soterradas com o deslizamento de uma barreira sobre as casas que moravam, no Morro do Perpétuo. Em Petrópolis, nos distritos de Itaipava e Nogueira, dois deslizamentos de terra destruíram três casas, matando outras seis pessoas.

Em fevereiro de 1988 - Petrópolis - 134 pessoas morreram soterradas por deslizamentos, desabamentos ou levadas pelas águas.
A tragédia começou com duas fortes pancadas de água, seguidas de vários dias de chuva fina e persistente. Bairros inteiros estiveram sob ameaça de desabamento.

26/02/1987 – Enchentes - Petrópolis, Teresópolis- 171 vítimas fatais em Petrópolis

Pelos registros de ocorrências históricas, a região serrana sempre foi cenário de enchente, inundação, deslizamento de terra e morte. Existe um ciclo que se repete, entra ano, sai ano, com menor ou maior intensidade em função da ocupação irregular. Os erros do passado se repetem e poderiam ser prevenidos no futuro. Mas a história de acidentes demonstra que tais acidentes se repetem após um breve período. As lições são esquecidas. Essa é a realidade.

Existe na região serrana uma incompatibilidade entre a densidade demográfica elevada (641.000 habitantes) diante da geografia de risco. Não há como solucionar esse problema. Na década de 60 a região serrana não tinha 273.000 habitantes, praticamente dobrou 2,35 o número de habitantes, ocupando mais espaços da geografia de risco. Podemos simular um cenário que cada habitante impermeabiliza 50 m2, então, teremos 32 km2 de área impermeável ou degradada, ou ocupada em locais potencialmente perigosos na geografia de risco. .

Na década de 60, Nova Friburgo tinha 70.145 habitantes, hoje conforme IBGE tem 182.016 habitantes. Essa diferença de acréscimo de 111.871 habitantes necessita mais moradias, infraestrutura, o que acarreta maior expansão da área urbana invadindo ainda mais a área de geografia de risco da região. É a geografia humana sempre crescente em disputa com a geografia de risco.

Em termos práticos equivalem a 28.000 moradias ou 2 milhões de área impermeabilizada. A prefeitura tem registrado 78.000 imóveis (construções e terrenos) para pagamento de IPTU. A expansão da cidade atingiu mais encostas e fundo de vale. Os fatores para o desastre estavam presentes; expansão nas encostas, crescimento da cidade, desmatamento e a chuva excessiva foi o propelente dessa destruição.
A natureza é interessante, ela sinaliza que algo está errado, avisa e depois provoca o desastre. A natureza não tem objetivo, mas segue suas próprias leis.
Vídeo:

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sábado, fevereiro 12, 2011

Um mês depois do desastre na Região Serrana

Um mês depois do desastre natural, a busca por corpos continua. A Empresa estadual de Obras Públicas (Emop) mantém quatro frentes para localizar soterrados.
■ O total de mortos chega a 892, e
■ ainda há 408 pessoas desaparecidas.

DOENÇAS
São 42 casos de leptospirose na região.

LIMPEZA
Os trabalhos emergenciais (limpeza e desobstrução de ruas, por exemplo) deverão ser mantidos até abril. Há 87 frentes de trabalho e 649 equipamentos pesados, como caminhões e tratores, em operação na região.

RECONSTRUÇÃO
A reconstrução, já começou, mas serão necessários dois anos para concluir os trabalhos. Os projetos de reconstrução vão incluir a recuperação da infraestrutura (pontes, muros) e a desobstrução de rios e córregos.

AGRICULTURA
Trinta dias após o desastre natural, áreas rurais ainda estão sem água e energia elétrica, o que impede a retomada da produção agrícola. A recuperação total da zona rural pode levar até dois anos, segundo estimativa da Secretaria de Agricultura do Estado, uma vez que cerca de 500 pequenas pontes ainda precisam ser recuperadas para permitir o transporte dos alimentos plantados na região.
Aproximadamente 3.200 famílias tiveram suas lavouras afetadas pelos alagamentos e deslizamentos de terra que atingiram sete municípios. Alguns campos ficaram cobertos por camadas de até 50 centímetros de lama e por toneladas de pedra. Toda a colheita se perdeu e as plantações que resistiram começaram a morrer devido aos danos em máquinas, sistemas de irrigação e redes de energia. As lavouras dos municípios atingidos pela chuva representam 28,5% da produção agrícola do Estado.

QUASE 35 MIL PESSOAS FORA DE CASA
Segundo dados das prefeituras e da Defesa Civil do estado,
■ Teresópolis tem 9.110 desalojados e 6.727 desabrigados;
■ Petrópolis (incluindo Itaipava) soma 6.223 desalojados e 191 desabrigados; e
■ Nova Friburgo já contabiliza 3.220 desalojados e 2.031 desabrigados.

Outros municípios bastante afetados;
■ São José do Vale do Rio Preto registra 2.018 desalojados e 300 desabrigados;
■ Bom Jardim tem 1.186 desalojados e 632 desabrigados;
■ Sumidouro soma 311 desalojados e 200 desabrigados; e
■ Areal contabiliza 1.469 desalojados.

A lista da Defesa Civil cita ainda outros municípios atingidos;
■ Santa Maria Madalena, 284 desalojados e 44 desabrigados,
■ Trajano de Moraes, 188 desalojados e 28 desabrigados,
■ Sapucaia, 30 desalojados e 140 desabrigados,
■ São Sebastião do Alto, 32 desalojados e 75 desabrigados,
■ Três Rios, 36 desalojados e 33 desabrigados,
■ Cordeiro, 43 desabrigados,
■ Carmo, 55 desalojados e 12 desabrigados,
■ Macuco, 28 desalojados e 24 desabrigados,
■ Cantagalo, 8 desalojados e
■ Cachoeiras de Macacu. 4 desabrigados.

Fontes: Globo Online e Estadão - 12 de fevereiro de 2011

Vídeo:
Vôo virtual sobre Nova Friburgo, primeira imagem sem nuvens após o desastre. Produzido pelo INPE com imagens de satélite do International Charter Space & Major Disasters. Imagem Geoeye via USGS sobre DEM do Google Earth.

Vídeo:
Campo Grande, Teresópolis

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quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Mulher com celular cai no espelho d’água

Por que você nunca deve andar e enviar mensagem de texto: Mulher distraída cai num espelho d água num shopping

Todos são avisados sobre os perigos de envio de mensagem de texto (SMS) e dirigir veículos, mas para uma mulher que defrontou com o perigo num shopping durante o uso do celular, também não é uma boa idéia.

Uma câmera de segurança do shopping mostrou como uma mulher ficou tão distraída com seu celular que caiu num espelho d’água e ficou completamente molhada.

A mulher caminhava em linha reta enquanto usava o celular, esquecendo o que estava em sua volta - ou em sua frente.

A cena no vídeo:
■ Ela caminhava pelo shopping olhando para baixo
■ Cuidado: Uma cliente distraída estava tão preocupada com seu celular, não enxergou que estava em sua frente caiu num espelho d’água.
■ Caminhar e enviar mensagem de texto. A câmera de segurança capturou a mulher constrangida e completamente molhada.
■ Molhada: A mulher levantou-se imediatamente saiu apressada do espelho d’água
■ Queda do celular. Não será apenas a roupa que precisa secar, mas seu celular muito provável não tenha conserto.
■ Você está bem: um dos funcionários de limpeza do shopping perguntou à senhora se estava tudo bem - ela respondeu, 'Sim - Eu estou apenas um pouco molhada
Essa foi à cena do incidente. O inevitável acontece quando a desatenção leva à queda no espelho d’água ou algum outro tipo de queda.

Enviar mensagem e dirigir é proibido em muitos estados e os riscos de distração quando usa o celular enquanto dirige são óbvias. Também tornou-se uma tendência preocupante, os pedestres ferindo-se durante a caminhada enquanto usava o celular. Quer seja uma saliência na calçada, um poste, um pedestre ou mesmo um carro estacionado, a obsessão das pessoas com seus celulares estão tropeçando ou caindo no chão com elevado número de lesões.

Fonte: Daily Mail-18th January 2011

Vídeo:

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terça-feira, fevereiro 08, 2011

Cientistas suíços escutam montanhas nos Alpes

A segurança das zonas de risco no arco alpino, na Itália e na Suíça, passa pelas pesquisas de um grupo de cientistas da Universidade Politécnica de Milão, da Universidade Suíça Italiana e da Escola Profissional Universitária Suíça Italiana.

Na primavera e no verão deste ano eles instalaram no monte San Martino, em Lecco, norte da Itália, os aparelhos que gravam os “murmúrios” das entranhas da rocha, os “micro-estalos” da estrutura interna da pedra.

Agora, durante o inverno, período no qual as fissuras aumentam de tamanho, os pesquisadores esperam estudar e decifrar os sinais da montanha que podem significar que esta ou aquela parede corre o risco de desabamento.

O resultado do trabalho é o monitoramento em tempo real e a criação de uma escala de riscos que acompanha, instante após instante, o surgimento das fissuras, a variação de tamanho das rachaduras já existentes e a avaliação da resistência à lei da gravidade daquele setor da montanha.

“A Suíça é um país de altas montanhas, com encostas inclinadas nas quais encontramos massas rochosas cortadas por vários sistemas de rachaduras que as dividem em blocos grandes, médios e pequenos. Durante a ação da chuva e da neve, os ciclos de gelo e desgelo, as rachaduras se abrem cada vez mais, os blocos de pedras que se tornam instáveis vão se destacar da parede e descerão”, explica o professor Silvio Seno, da Escola Profissional Universitária Suíça Italiana..

Os equipamentos foram presos em dois pontos do monte San Martino por alpinistas profissionais, os Ragni di Lecco. Dias e dias de escaladas acabaram por levar à montanha uma tecnologia de ponta. Eles colocaram nas fissuras e nas fendas do monte gravadores que captam os ruídos que chegam à superfície. Estes sons são enviados via cabo para um sistema autônomo no topo da montanha. Dali, os sinais são transmitidos para o laboratório do Politécnico de Lecco, na cidade à beira mar do lago de Como.

O professor Antonio Marullo, integrante da equipe, explica: “É como se ouvíssemos uma orquestra pouco antes de tocar, quando, todos, displicentemente, testam os instrumentos, enquanto o público fala ao mesmo tempo. É um barulho de fundo que não distinguimos muito bem. Nós conseguimos gravar quando um músico, por exemplo, começa a testar seriamente, mais alto, graças aos sensores muito avançados”.

MAPEAMENTO DOS PONTOS VULNERÁVEIS E MONITORAMENTO
Normalmente, na Suíça, as áreas expostas aos riscos de queda de rochas são conhecidas porque as leis obrigam a um mapeamento de todos os pontos vulneráveis e os bancos de dados são atualizados constantemente. “Mas se trata de um monitoramento mais direcionado ao controle dos movimentos das grandes massas rochosas que não são dos blocos de pedra isolados”, alerta o professor Silvio Seno, da Supsi.

O novo sistema adquire a informação sobre a “fratura exposta” da montanha de forma automática. “O nosso modelo tenta entender se a rocha está rompendo-se. São micro-terremotos que enviam sinais de ondas acústicas que podemos medir. Estes sinais são capturados, memorizados e transferidos via wireless à distância para elaboração final. Temos então um sistema na parede que adquire as informações de modo tradicional sobre o alargamento de uma fratura ou a inclinação do plano, mas, com os sensores podemos explorar melhor o que está ocorrendo dentro da rocha e não apenas constatar as conseqüências externas”, analisa o professor Cesare Alippi, coordenador da pesquisa na Escola Politécnica de Milão.

O monitoramento atual usa instrumentos de controle já bastante avançados como a coleta de dados em locais estratégicos na terra e a análise de imagens dos satélites. Mas, em todas elas, as informações chegam dentro de intervalos maiores ou menores de tempo. O sistema criado pelos pesquisadores italianos e suíços avalia e detecta a situação em tempo real.

“O objetivo no futuro deve ser a integração sempre mais profunda entre os dados monitorados para o desenvolvimento de instrumentos que sejam econômicos e que possam ser distribuídos em todo o território a ser observado”, diz o professor Silvio Seno.

O projeto dos pesquisadores enfrenta diferentes desafios. No campo tecnológico foi preciso criar um sistema de envio de dados que pudesse suportar as duas mil informações geradas por segundo, 24 horas. Na área geológica o espaço para as descobertas é cada vez maior

“Não queremos saber apenas se a rocha está caindo ou não, se estabilidade dela está comprometida. Queremos ir mais fundo, literalmente, e descobrir o ponto exato da ruptura dentro da rocha. Como fazem para descobrir o epicentro de um terremoto. Para isso, precisamos de dados que estão chegando, não apenas do alargamento das fendas, mas das micro-rupturas na estrutura cristalina da rocha”, explica o professor Alippi.

MONTANHA INSTÁVEL
A montanha não é estática como pode parecer à primeira vista. Nada mais equivocado do que afirmar que algo é sólido como uma rocha, se exposta ao tempo. A erosão e a lei da gravidade, fenômenos naturais, tendem a transformar, a corroer, e a esfarelar, ao longo de milhares de anos, os picos mais altos. Os desertos nada mais são de restos de montanhas. No último século, a densidade demográfica aos pés, nos vales, e nas encostas das montanhas aumentou e, com ela, os riscos de uma tragédia, de uma catástrofe também.

A Suíça está localizada no coração da cadeia alpina. E isto não ajuda. A exposição aos perigos que derivam da presença concentrada de montanhas é muito alta.

“Para o país esta pesquisa é importante, pois apresenta os meios para uma proteção mais eficiente contra os eventos naturais. Desmoronamentos, avalanches, inundações ocorrem. Os volumes de danos provocados crescem continuamente. Isso ocorre não apenas pelo incremento dos eventos naturais, mas também devido ao maior processo de edificação no território por causa das maiores exigências de mobilidade e de comunicação. As infra-estruturas se tornam mais vulneráveis”, explica o professor Silvio Seno.

Em 2006, desmoronamentos de rochas atingiram a rodovia ao norte do San Gottardo e resultaram numa tragédia. Duas pessoas morreram. Além disso, a estrada foi fechada por muitos dias provocando a interrupção de uma importante artéria de comunicação para a Suíça e para a Europa. No começo de 2011, durante o mês de janeiro, a equipe do professor italiano Cesare Alippi vai instalar novos sistemas para monitorar os riscos de deslizamento de encostas.

O trabalho não pára, assim como as montanhas, que se mexem silenciosamente, sem fazer muito barulho. Pois, quando fazem, é tarde demais para correr rumo a um abrigo.

Fonte: Swiss Info - 03. Janeiro 2011

Vídeo:
Deslizamento de terra na Calábria, Itália, próxima a cidade de Maierato. Causa provável chuva excessiva na região.

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sábado, fevereiro 05, 2011

Catástrofe da região Serrana: Prejuízos econômicos

INFRAESTRUTURA
■ 185 pontes e 5 rodovias foram danificadas pela chuva
No total, serão necessários R$ 395 milhões (235 milhões de dólares) ; sendo R$ 110 milhões (65 milhões de dólares) para a recuperação das pontes e R$ 295 milhões(170 milhões de dólares) para as estradas.

AGRICULTURA NA REGIÃO SERRANA
Os prejuízos da agricultura nos sete municípios atingidos pela chuva na Região serrana chegam a R$ 269 milhões (160 milhões de dólares) .
■ perdas diretas: foram de R$ 45 milhões (27 milhões de dólares)e na pecuária, de R$ 4 milhões (2,4 milhões de dólares).
A INFRAESTRUTURA PRODUTIVA RURAL
■ prejuízos de R$ 75 milhões (45 milhões de dólares), solo, erosão, etc
■ acessos/escoamento, R$ 55 milhões (33 milhões de dólares), e as
■ perdas seqüenciais por interrupção das atividades, efeitos secundários, representam R$ 90 milhões (54 milhões de dólares). Famílias de 3.200 produtores foram diretamente afetadas.

ATIVIDADE INDUSTRIAL
■ Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do estado do Rio (Firjan), 62% das empresas de toda a Região Serrana foram afetadas.
■ A maioria delas está em Nova Friburgo, onde 80% das empresas e indústrias da cidade sofreram prejuízos.
■ Em Friburgo, o setor metal-mecânico foi gravemente afetado e é responsável por 25% da produção nacional. O setor industrial emprega cerca de 15 mil empregos diretos nas indústrias, quase 40% da população vive em função da atividade econômica da indústria.

SETOR TEXTIL
■ O pólo industrial da região serrana, que reúne; Nova Friburgo e outros seis municípios: Cordeiro, Cantagalo, Bom Jardim, Duas Barras, Macuco e Sumidouro, é responsável por 25% da produção de moda íntima produzida no mercado brasileiro. Juntas, estas confecções geram mais de 20 mil postos de trabalho e produzem, aproximadamente 125 milhões de peças/ano. São mais de 1.000 empresas (entre formais e informais), sendo que 99% são micro e pequenas e o faturamento anual é de R$ 600 milhões.
■ As fábricas de Nova Friburgo foram as mais afetadas: 79,8%. Em Teresópolis, foram 68,8%. Petrópolis foi a menos afetada, com 30,7%.

O prejuízo estimado no setor industrial chega a R$ 153,3 milhões (91 milhões de dólares). Em Petrópolis, a indústria tem peso de 27% sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Em Nova Friburgo e Teresópolis, o percentual fica em torno de 12%.

DANOS MATERIAIS:
Edificações – 312 milhões de reais (186 milhões de dólares)

PERDA ECONÔMICA DA REGIAO
Obs: As cidades demorarão para retornar as atividades normais e o PIB da região sofrerá redução por algum tempo.
■ PIB da região: 1 bilhão de reais (595 milhões de dólares)
■ Perda de receita dos municípios : 105 milhões de reais (63 milhões de dólares)

Diagrama:
1-Danos externos: jardins, garagem, carros, limpeza
1A – Danos internos: reparos, consertos, estrutura, limpeza
1B- Acomodação em outro local, custo de interrupção (ausência no trabalho, trabalho em casa, etc)
2-Máquinas, equipamentos, estoques, custo de interrupção, limpeza
2A-Lucros cessantes, custo de interrupção, limpeza3 – hospitalização, doença, impactos psicológicos, etc

Comentário: Os prejuízos diretos da região equivalem a 10,13% do total dos PIB´s das cidades afetadas. Ou comparando com as receitas diretas das prefeituras, os prejuízos equivalem ao dobro das receitas totais das cidades afetadas.
Nota-se que a catástrofe natural tem um impacto muito grande na economia, afetando por longo tempo o crescimento econômico da região e parte da população afetada pelo desastre não recuperará o padrão de vida anterior.

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quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Os maiores desastres naturais no Brasil


Foto: Deslizamento na Serra das Araras - RJ - 1967

Os deslizamentos de encostas têm aumentado consideravelmente nas últimas décadas, principalmente nos centros urbanos dos países denominados emergentes, onde esses movimentos gravitacionais de massa são agravados em função da urbanização intensa e da construção de residências em encostas acentuadas.

Os deslizamentos constituem riscos da natureza, que provocam conseqüências graves como o bloqueio de vias de circulação, soterramento de casas e conseqüentemente, a ocorrência de vítimas fatais. Além disso, provocam diversos danos ambientais, alterando a paisagem urbana, tornando-a mais vulnerável a novas ocorrências.

No Estado de São Paulo são significativas as zonas de média, alta e muito alta suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa, tanto como fenômenos da dinâmica natural de evolução do relevo ou como processos induzidos pela ocupação.

Destacam-se, pela grande freqüência de acidentes associados a escorregamentos, a região da Serra do Mar (Baixada Santista e Litoral Norte), a Região Metropolitana de São Paulo e o Vale do Paraíba, assim como a Serra da Mantiqueira (Campos do Jordão).

Na Tabela são apresentados os registros de acidentes associados a escorregamentos no Brasil, no período de 1928 a 2005. Observamos que neste período houve um total de 3.522 mortes associadas a escorregamentos no Brasil. O maior deles ocorrido em janeiro de 1967 na Serra das Araras com 1.700 mortes.

Registros de acidentes associados a escorregamentos no período entre 1928 e 2005.



Fonte: Revista Brasileira de Geografia Física 03 (2010) 07-13

Comentário: O desastre da região Serrana será o segundo maior desastre natural do país. O número de mortes até o momento é de 869, com 423 desaparecidos.

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