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sábado, fevereiro 26, 2011

Mulher é atingida por raio no Parque Villa-Lobos, em SP

Uma mulher foi atingida por um raio na tarde de domingo, 20 de fevereiro, enquanto trabalhava dentro do Parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo. O episódio ocorreu no início do temporal que atingiu a cidade.

DESCARGA DO RAIO
Logo após os raios e a chuva começarem, ela pegou a bicicleta que usava para fazer a ronda e tentou obter abrigo em um dos banheiros do local.
Funcionários do parque relataram que viram o momento em que a vítima recebeu a descarga elétrica e caiu. Ainda segundo relatos dos colegas de trabalho, a funcionária, assim como eles, tentou se esconder quando notou que os raios e a chuva eram uma ameaça.

SOCORRO
A vítima, funcionária de uma empresa terceirizada que presta serviços de segurança para o parque, foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) por volta das 16h e levada ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas, onde permanece internada.
De acordo com os médicos, ela respira com a ajuda de aparelhos e seu estado é grave.

HOSPITAL
Segundo a assessoria do Hospital das Clínicas, a mulher permanece internada em estado grave na unidade.

PARQUE E PARA-RAIOS
Especialistas são unânimes em dizer que grandes áreas descampadas, como é o caso do parque Villa-Lobos, são consideradas de risco quando o temporal começa a se armar sobre o local.
Em janeiro de 2001, dois adolescentes morreram no mesmo parque Villa-Lobos atingidos por dois raios. Uma das vítimas, de 15 anos, estava sob um dos quiosques do parque, onde não havia para-raio.
Uma garota de 12 anos morreu ao tentar atravessar o campo de futebol do parque para se abrigar do temporal.
O Villa-Lobos, nos finais de semana e feriados, recebe de 20 mil a 30 mil pessoas. Durante um temporal com muitos raios, as pessoas devem tentar abrigo dentro de carros, casas ou edifícios, segundo os especialistas.

PARA-RAIOS
O sistema de pára-raios que existe no parque Villa-Lobos é eficiente, existem mais de 15 pára-raios no local, afirma a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, responsável pelo parque.
Segundo a secretaria, todos os prédios do parque estadual estão aparelhados com o dispositivo para a proteção de descargas elétricas atmosféricas.
Outra medida adotada após os acidentes de 2001 são de responsabilidade da própria segurança. Todos os funcionários recebem a ordem de pedir para os visitantes abandonarem o parque quando raios e trovões começam a surgir.
Mesmo com todo o sistema de segurança em operação, áreas como a do Villa-Lobos continuam vulneráveis, dizem os técnicos. Existem árvores altas e redes elétricas perto. Dois elementos que servem de chamariz para os raios.

PROBABILIDADE DE SER ATINGIDA POR UM RAIO
Apesar dos relatos de acidentes graves, estudos mostram que é pequena a chance de uma pessoa ser atingida por um raio _seis em um milhão no caso do Estado de São Paulo, indicam estimativas do grupo de eletricidade atmosférica do Inpe.

No país, caem em média 24 mil raios por dia. Na última década, os registros mostram que 132 pessoas morreram, a cada ano, por causa das descargas elétricas. O prejuízo material causado pelo fenômeno meteorológico é da ordem de R$ 1 bilhão
Fontes: Folha.com – 20 e 21 de fevereiro de 2011

COMENTÁRIO:
Dimensões e trajetória do raio
O comprimento de um raio pode variar entre 0,1 e 20 km e a sua velocidade atinge 40000 km/s, pouco mais de um décimo da velocidade da luz. O diâmetro da coluna de ar onde ocorre o raio é aproximadamente 3 cm.

Potência liberada por um raio
Um raio pode ter uma corrente elétrica superior a 100Kamp. Em cada segundo o globo terrestre recebe mais de 3 dezenas de descargas elétricas atmosféricas. A potência deste “fogo celeste” é da ordem de 700MW.

Cor do raio
A cor do raio está associada à composição da atmosfera onde ele ocorre, designadamente:
■ Vermelha indica presença de precipitação na atmosfera;
■ Azul presença de gelo / granizo Amarela indicação de poeiras na atmosfera;
■ Branca é sinal de ar muito seco.

Temperatura do ar circundante do raio
A temperatura do ar, ao longo da trajetória do raio, é muito elevada, cerca de 30.000ºC (cinco vezes a temperatura do sol). O ar atravessado pelo raio é assim “queimado” instantaneamente. Esta temperatura elevada é suficiente para pôr em combustão qualquer tipo de material combustível.

A corrente elétrica do raio possui em torno de 40.000 ampères em um microssegundo, e tem a preferência por passar pelos materiais ou tecidos onde há menor resistência e ela depende da umidade do material. A pele molhada conduz a eletricidade 40 vezes mais rápido, e dentro da água, 66 vezes.

O raio segue o caminho de menor resistência entre os pontos de contato do corpo, tornando qualquer órgão vulnerável. Os tecidos de menor resistência a passagem da eletricidade são a pele, o cérebro e os músculos. As alterações mais graves são; a parada respiratória e ou a parada cardíaca, que levam a morte rapidamente se não for revertida por uma pessoa próxima. Ainda assim, caso não ocorra a parada respiratória, sabemos que a perda da consciência ocorre em 72% das pessoas.

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posted by ACCA@8:57 PM