Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, fevereiro 15, 2011

A maior enchente ainda está por vir

Essa foi a manchete do jornal a Voz da Serra de Nova Friburgo, de autoria de Raphael L. de S. Jaccoud, publicado em 10 de janeiro de 2007. Parece que o autor acertou o desastre. Transcrevo a matéria integral que aponta os problemas e as autoridades vêem os problemas, mas não enxergam as soluções.

A nossa história registra que, pouco depois da fundação da vila, a pequenina Nova Friburgo sofreu, terrivelmente, com uma enchente que a assolou, muito embora os colonos tivessem aberto, por determinação das autoridades, a vala de proteção, nos fundos dos terrenos da Rua Direita, lado par da atual Praça Getúlio Vargas, até hoje existente, mesmo estando bastante assoreada. Naquela época foi, também, aberto um canal, agora capeado, ligando aquela região, a partir da parte alta da Rua Farinha Filho, passando pela Dante Laginestra e indo ao Rio Bengalas, que a Telerj, ao tornar subterrâneos seus cabos, obliterou ponderável parcela de sua área de vazão, na esquina com a Praça, ao lado do Edifício Elias Caputo, o que motiva, nos dias de hoje, grandes alagamentos por ocasião de chuvas intensas.

No fim do século 19 e início do século 20, a Câmara Municipal – então, também, órgão executivo – num esforço sem par, realizou a retificação do Bengalas, no trecho, hoje, junto às Avenidas Galdino do Valle e Comte Bittencourt. O prefeito César Guinle, nos anos 40, dragou e retificou o rio, que era repleto de meandros, até Conselheiro Paulino, e Heródoto, ao abrir o eixo rodoviário, disciplinou suas margens, até Duas Pedras, ao criar a Avenida Costa e Silva. Não me recordo de outro trabalho de envergadura que tenha sido realizado para melhorar a calha do rio, a não ser nos últimos anos, quando o governo estadual viu-se obrigado a reparar uma asneira sem conta, perpetrada pela administração municipal de então.

Ao ser aberta a Avenida Roberto Silveira, o estado a desenvolveu sempre em cotas superiores a 1,50 metro, em relação à maior enchente já observada, porque “a maior enchente ainda está por vir...” A Prefeitura, sem atentar para isso, permitiu edificações na margem esquerda do rio, abaixo da cota referida, bem como permitiu que se realizassem construções na margem direita, nos terrenos situados além da Roberto Silveira, como é o caso da antiga sede da Apae, que está, agora, sendo completamente reformulada, à custa de muito esforço e muito dinheiro. E esta é, sem dúvida, a única solução para livrar os demais lotes e construções existentes, em igual condição, de cheias futuras. Não vejo outra.

E as construções situadas junto às encostas ou ao longo das mesmas? E as ruas desenvolvidas nos taludes? São, também, “cochilos” do “santo chaveiro”?

É sabido que em ciclos de, aproximadamente, sete a doze anos, abrem-se as comportas do céu. Por quê? Não sei. A Bíblia já fala nisso, no célebre episódio de José, no Egito, sobre “os sete anos de vacas gordas e os sete anos de vacas magras”.

Há alguns anos atrás, no fim da década de setenta, em dois dias alternados e de chuvas copiosas, morreram, acidentadas, por volta de sessenta pessoas. E, me parece, nunca se chegou a um número exato. A tragédia, é certo, aconteceu, vem acontecendo e voltará a acontecer. Quando?Ninguém sabe. Mas há muito que passou da hora de o poder público exercer uma fiscalização efetiva, honesta, competente e diuturna, sobre a localização de loteamentos e construções, e esquecer que “o Brasil é um país de todos”, uma espécie de “casa da mãe Joana”, onde todos mandam e ninguém obedece.

Fonte: A Voz da Serra – 10 de janeiro de 2007

Comentário

Dados históricos

03/02/2008 – Chuva excessiva - O deslizamento de terras, que resultou na morte de nove pessoas, e o alagamento registrado no bairro Madame Machado em Itaipava, distrito de Petrópolis, na madrugada de domingo representam a situação mais grave, na região, desde a enchente de 1988. Choveu 135 milímetros em apenas meia hora em Itaipava, dez vezes a mais que em Petrópolis, onde choveu 13 milímetros. Muitas encostas deslizaram e várias casas desabaram com a força da chuva. Pelo menos nove pessoas morreram e 12 ficaram feridas após deslizamentos de terra. 1850 pessoas tiveram de deixar as suas casas.

05/01/2007 – Cinco dias de chuva em Nova Friburgo
Segundo a Defesa Civil, 1.086 pessoas estavam desabrigadas e 1.729 desalojadas. Onze morreram.

19/01/2005 – Temporal em Nova Friburgo, rio Bengalas transbordou

21/01/2004 – Temporal em Petrópolis. Os rios Quitandinha e Piabanha transbordaram --17 ruas ficaram interditadas e outras 17, alagadas. No total, 65 pessoas que estão desabrigadas foram levadas para escolas municipais e outras 50 foram provisoriamente alojadas em casas de parentes.

11/01/2003 – Petrópolis - Em menos de uma hora de chuva forte, 17 pessoas morreram. As águas dos rios danificaram o piso de várias ruas da cidade

23/12/2001 – Temporal em Petrópolis que durou 15 horas, provocou deslizamento de terra, com 45 mortos

03/01/2000 - Na região serrana, as cidades de Petrópolis e Nova Friburgo também tiveram problemas por causa da chuva. Em algumas ruas, a água chegou até a cintura dos pedestres e vários carros tiveram que ser empurrados. Ocorreram ainda deslizamentos de terra, sem vítimas. Teresópolis- Quatro das vítimas. Houve desmoronamento de encostas.

Em 1999, uma enxurrada deixou 41 mortos na Região Serrana. No ano de 2000, foram 22 vítimas fatais em Petrópolis, Teresópolis e Casimiro de Abreu. No ano seguinte, 60 mortes, a maioria delas ocorridas em Petrópolis, o que provocou intensa discussão entre autoridades estaduais e municipais. Em dezembro de 2003, novas inundações deixaram 36 mortos, 870 desalojados e 823 desabrigados na região.

05/01/1992 - Temporal que durou 9 horas. Em Teresópolis, sete pessoas morreram soterradas com o deslizamento de uma barreira sobre as casas que moravam, no Morro do Perpétuo. Em Petrópolis, nos distritos de Itaipava e Nogueira, dois deslizamentos de terra destruíram três casas, matando outras seis pessoas.

Em fevereiro de 1988 - Petrópolis - 134 pessoas morreram soterradas por deslizamentos, desabamentos ou levadas pelas águas.
A tragédia começou com duas fortes pancadas de água, seguidas de vários dias de chuva fina e persistente. Bairros inteiros estiveram sob ameaça de desabamento.

26/02/1987 – Enchentes - Petrópolis, Teresópolis- 171 vítimas fatais em Petrópolis

Pelos registros de ocorrências históricas, a região serrana sempre foi cenário de enchente, inundação, deslizamento de terra e morte. Existe um ciclo que se repete, entra ano, sai ano, com menor ou maior intensidade em função da ocupação irregular. Os erros do passado se repetem e poderiam ser prevenidos no futuro. Mas a história de acidentes demonstra que tais acidentes se repetem após um breve período. As lições são esquecidas. Essa é a realidade.

Existe na região serrana uma incompatibilidade entre a densidade demográfica elevada (641.000 habitantes) diante da geografia de risco. Não há como solucionar esse problema. Na década de 60 a região serrana não tinha 273.000 habitantes, praticamente dobrou 2,35 o número de habitantes, ocupando mais espaços da geografia de risco. Podemos simular um cenário que cada habitante impermeabiliza 50 m2, então, teremos 32 km2 de área impermeável ou degradada, ou ocupada em locais potencialmente perigosos na geografia de risco. .

Na década de 60, Nova Friburgo tinha 70.145 habitantes, hoje conforme IBGE tem 182.016 habitantes. Essa diferença de acréscimo de 111.871 habitantes necessita mais moradias, infraestrutura, o que acarreta maior expansão da área urbana invadindo ainda mais a área de geografia de risco da região. É a geografia humana sempre crescente em disputa com a geografia de risco.

Em termos práticos equivalem a 28.000 moradias ou 2 milhões de área impermeabilizada. A prefeitura tem registrado 78.000 imóveis (construções e terrenos) para pagamento de IPTU. A expansão da cidade atingiu mais encostas e fundo de vale. Os fatores para o desastre estavam presentes; expansão nas encostas, crescimento da cidade, desmatamento e a chuva excessiva foi o propelente dessa destruição.
A natureza é interessante, ela sinaliza que algo está errado, avisa e depois provoca o desastre. A natureza não tem objetivo, mas segue suas próprias leis.
Vídeo:

Marcadores: , ,

posted by ACCA@6:44 PM

0 comments

sábado, fevereiro 12, 2011

Um mês depois do desastre na Região Serrana

Um mês depois do desastre natural, a busca por corpos continua. A Empresa estadual de Obras Públicas (Emop) mantém quatro frentes para localizar soterrados.
■ O total de mortos chega a 892, e
■ ainda há 408 pessoas desaparecidas.

DOENÇAS
São 42 casos de leptospirose na região.

LIMPEZA
Os trabalhos emergenciais (limpeza e desobstrução de ruas, por exemplo) deverão ser mantidos até abril. Há 87 frentes de trabalho e 649 equipamentos pesados, como caminhões e tratores, em operação na região.

RECONSTRUÇÃO
A reconstrução, já começou, mas serão necessários dois anos para concluir os trabalhos. Os projetos de reconstrução vão incluir a recuperação da infraestrutura (pontes, muros) e a desobstrução de rios e córregos.

AGRICULTURA
Trinta dias após o desastre natural, áreas rurais ainda estão sem água e energia elétrica, o que impede a retomada da produção agrícola. A recuperação total da zona rural pode levar até dois anos, segundo estimativa da Secretaria de Agricultura do Estado, uma vez que cerca de 500 pequenas pontes ainda precisam ser recuperadas para permitir o transporte dos alimentos plantados na região.
Aproximadamente 3.200 famílias tiveram suas lavouras afetadas pelos alagamentos e deslizamentos de terra que atingiram sete municípios. Alguns campos ficaram cobertos por camadas de até 50 centímetros de lama e por toneladas de pedra. Toda a colheita se perdeu e as plantações que resistiram começaram a morrer devido aos danos em máquinas, sistemas de irrigação e redes de energia. As lavouras dos municípios atingidos pela chuva representam 28,5% da produção agrícola do Estado.

QUASE 35 MIL PESSOAS FORA DE CASA
Segundo dados das prefeituras e da Defesa Civil do estado,
■ Teresópolis tem 9.110 desalojados e 6.727 desabrigados;
■ Petrópolis (incluindo Itaipava) soma 6.223 desalojados e 191 desabrigados; e
■ Nova Friburgo já contabiliza 3.220 desalojados e 2.031 desabrigados.

Outros municípios bastante afetados;
■ São José do Vale do Rio Preto registra 2.018 desalojados e 300 desabrigados;
■ Bom Jardim tem 1.186 desalojados e 632 desabrigados;
■ Sumidouro soma 311 desalojados e 200 desabrigados; e
■ Areal contabiliza 1.469 desalojados.

A lista da Defesa Civil cita ainda outros municípios atingidos;
■ Santa Maria Madalena, 284 desalojados e 44 desabrigados,
■ Trajano de Moraes, 188 desalojados e 28 desabrigados,
■ Sapucaia, 30 desalojados e 140 desabrigados,
■ São Sebastião do Alto, 32 desalojados e 75 desabrigados,
■ Três Rios, 36 desalojados e 33 desabrigados,
■ Cordeiro, 43 desabrigados,
■ Carmo, 55 desalojados e 12 desabrigados,
■ Macuco, 28 desalojados e 24 desabrigados,
■ Cantagalo, 8 desalojados e
■ Cachoeiras de Macacu. 4 desabrigados.

Fontes: Globo Online e Estadão - 12 de fevereiro de 2011

Vídeo:
Vôo virtual sobre Nova Friburgo, primeira imagem sem nuvens após o desastre. Produzido pelo INPE com imagens de satélite do International Charter Space & Major Disasters. Imagem Geoeye via USGS sobre DEM do Google Earth.

Vídeo:
Campo Grande, Teresópolis

Marcadores: , ,

posted by ACCA@11:03 PM

0 comments

sábado, fevereiro 05, 2011

Catástrofe da região Serrana: Prejuízos econômicos

INFRAESTRUTURA
■ 185 pontes e 5 rodovias foram danificadas pela chuva
No total, serão necessários R$ 395 milhões (235 milhões de dólares) ; sendo R$ 110 milhões (65 milhões de dólares) para a recuperação das pontes e R$ 295 milhões(170 milhões de dólares) para as estradas.

AGRICULTURA NA REGIÃO SERRANA
Os prejuízos da agricultura nos sete municípios atingidos pela chuva na Região serrana chegam a R$ 269 milhões (160 milhões de dólares) .
■ perdas diretas: foram de R$ 45 milhões (27 milhões de dólares)e na pecuária, de R$ 4 milhões (2,4 milhões de dólares).
A INFRAESTRUTURA PRODUTIVA RURAL
■ prejuízos de R$ 75 milhões (45 milhões de dólares), solo, erosão, etc
■ acessos/escoamento, R$ 55 milhões (33 milhões de dólares), e as
■ perdas seqüenciais por interrupção das atividades, efeitos secundários, representam R$ 90 milhões (54 milhões de dólares). Famílias de 3.200 produtores foram diretamente afetadas.

ATIVIDADE INDUSTRIAL
■ Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do estado do Rio (Firjan), 62% das empresas de toda a Região Serrana foram afetadas.
■ A maioria delas está em Nova Friburgo, onde 80% das empresas e indústrias da cidade sofreram prejuízos.
■ Em Friburgo, o setor metal-mecânico foi gravemente afetado e é responsável por 25% da produção nacional. O setor industrial emprega cerca de 15 mil empregos diretos nas indústrias, quase 40% da população vive em função da atividade econômica da indústria.

SETOR TEXTIL
■ O pólo industrial da região serrana, que reúne; Nova Friburgo e outros seis municípios: Cordeiro, Cantagalo, Bom Jardim, Duas Barras, Macuco e Sumidouro, é responsável por 25% da produção de moda íntima produzida no mercado brasileiro. Juntas, estas confecções geram mais de 20 mil postos de trabalho e produzem, aproximadamente 125 milhões de peças/ano. São mais de 1.000 empresas (entre formais e informais), sendo que 99% são micro e pequenas e o faturamento anual é de R$ 600 milhões.
■ As fábricas de Nova Friburgo foram as mais afetadas: 79,8%. Em Teresópolis, foram 68,8%. Petrópolis foi a menos afetada, com 30,7%.

O prejuízo estimado no setor industrial chega a R$ 153,3 milhões (91 milhões de dólares). Em Petrópolis, a indústria tem peso de 27% sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Em Nova Friburgo e Teresópolis, o percentual fica em torno de 12%.

DANOS MATERIAIS:
Edificações – 312 milhões de reais (186 milhões de dólares)

PERDA ECONÔMICA DA REGIAO
Obs: As cidades demorarão para retornar as atividades normais e o PIB da região sofrerá redução por algum tempo.
■ PIB da região: 1 bilhão de reais (595 milhões de dólares)
■ Perda de receita dos municípios : 105 milhões de reais (63 milhões de dólares)

Diagrama:
1-Danos externos: jardins, garagem, carros, limpeza
1A – Danos internos: reparos, consertos, estrutura, limpeza
1B- Acomodação em outro local, custo de interrupção (ausência no trabalho, trabalho em casa, etc)
2-Máquinas, equipamentos, estoques, custo de interrupção, limpeza
2A-Lucros cessantes, custo de interrupção, limpeza3 – hospitalização, doença, impactos psicológicos, etc

Comentário: Os prejuízos diretos da região equivalem a 10,13% do total dos PIB´s das cidades afetadas. Ou comparando com as receitas diretas das prefeituras, os prejuízos equivalem ao dobro das receitas totais das cidades afetadas.
Nota-se que a catástrofe natural tem um impacto muito grande na economia, afetando por longo tempo o crescimento econômico da região e parte da população afetada pelo desastre não recuperará o padrão de vida anterior.

Marcadores: , ,

posted by ACCA@9:46 PM

0 comments

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Os maiores desastres naturais no Brasil


Foto: Deslizamento na Serra das Araras - RJ - 1967

Os deslizamentos de encostas têm aumentado consideravelmente nas últimas décadas, principalmente nos centros urbanos dos países denominados emergentes, onde esses movimentos gravitacionais de massa são agravados em função da urbanização intensa e da construção de residências em encostas acentuadas.

Os deslizamentos constituem riscos da natureza, que provocam conseqüências graves como o bloqueio de vias de circulação, soterramento de casas e conseqüentemente, a ocorrência de vítimas fatais. Além disso, provocam diversos danos ambientais, alterando a paisagem urbana, tornando-a mais vulnerável a novas ocorrências.

No Estado de São Paulo são significativas as zonas de média, alta e muito alta suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa, tanto como fenômenos da dinâmica natural de evolução do relevo ou como processos induzidos pela ocupação.

Destacam-se, pela grande freqüência de acidentes associados a escorregamentos, a região da Serra do Mar (Baixada Santista e Litoral Norte), a Região Metropolitana de São Paulo e o Vale do Paraíba, assim como a Serra da Mantiqueira (Campos do Jordão).

Na Tabela são apresentados os registros de acidentes associados a escorregamentos no Brasil, no período de 1928 a 2005. Observamos que neste período houve um total de 3.522 mortes associadas a escorregamentos no Brasil. O maior deles ocorrido em janeiro de 1967 na Serra das Araras com 1.700 mortes.

Registros de acidentes associados a escorregamentos no período entre 1928 e 2005.



Fonte: Revista Brasileira de Geografia Física 03 (2010) 07-13

Comentário: O desastre da região Serrana será o segundo maior desastre natural do país. O número de mortes até o momento é de 869, com 423 desaparecidos.

Marcadores: , ,

posted by ACCA@5:02 PM

0 comments

sábado, janeiro 29, 2011

Mapa Google Earth-NovaFriburgo

Mapa atualizado do Google Earth mostrando as regiões da Nova Friburgo que foram afetados pela chuva e deslizamento.



















Marcadores: , ,

posted by ACCA@4:14 PM

0 comments

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Fotos da tragédia na região Serrana

Um exemplo da tragédia em Nova Friburgo. Um morro de quase 150 m de altura, com edificações quase todo o seu contorno. Usando praticamente a base ou sopé do morro como limite das edificações. Um morro com mínimo de 30% de declividade. Nesse local teve seis deslizamentos

O grande problema das cidades brasileiras é que o crescimento da cidade é feito pela sociedade de forma caótica e depois é que a prefeitura procura adaptar esse crescimento no seu planejamento urbano, se porventura existe. Essa é a realidade

Todos os desastres naturais brasileiro têm na sua geografia de risco, um rio ou fundo de vale ou cadeia de montanha ou litoral ou encosta ou área alagada associadas a fatores climático, em que a cidade se desenvolveu e continua a crescer. Só o governo não percebe isso.

E o brasileiro com sua cultura de fatalidade constrói em qualquer lugar e entrega a sorte a Deus.
Quando ocorre o desastre como aconteceu na região serrana, os órgãos públicos não estão preparados para a emergência.

Como disse Peter Drucker, "a nossa tarefa hoje é estar preparados para um amanhã incerto ... a previsão de longa duração deverá ter em conta o futuro (decorrente) das decisões presentes".

Ou lembramos a realidade da lei de Murphy “Alguma coisa sinistra vai acontecer e acontecerá, no pior momento possível”.
Em emergência não se faz plano e sim a executa. Essa é a diferença entre um país que está preparado para tragédia e outro que pretende durante a tragédia elaborar um plano.

Marcadores: , ,

posted by ACCA@5:04 PM

0 comments

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Balanço parcial de vítimas em decorrência das chuvas na Região Serrana

O número de mortes na Região Serrana do Rio chegou a 838 na quarta-feira, 26 de janeiro.

MORTES
■ 398 mortos em Friburgo,
■ 344 em Teresópolis,
■ 67 em Petrópolis,
■ 22 em Sumidouro,
■ 06 em São José do Vale do Rio Preto e
■ 01 Bom Jardim.

DESAPARECIDOS
O número de desaparecidos de acordo com balanço do Ministério Público do Rio de Janeiro, o número chegou a 541 em toda a Região Serrana.
■ Teresópolis, com 244,
■ Nova Friburgo, com 185, desaparecidos,
■ Petrópolis (65),
■ localidades não informadas (38),
■ Sumidouro (4),
■ Bom Jardim (2),
■ São José do Vale do Rio Preto (2), e
■ Cordeiro (1).
Observação: são constantemente atualizados a partir de informações registradas por parentes e amigos.

DESALOJADOS E DESABRIGADOS
Segundo a Defesa Civil, mais de 20 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em sete municípios da região.
■ Petrópolis são 3.600 desabrigados, e 2.800 desalojados.
■ Teresópolis, 960 desalojados, e 1.280 desabrigados,
■ Nova Friburgo 3.220 desalojados, e 1.970 desabrigados,
■ Bom jardim 632 desalojados, e 142 desabrigados,
■ São José do Vale do Rio Preto 3.020 desabrigados e desalojados,
■ Areal 1.480 desabrigados e 130 desalojados.
■ Sumidouro são 200 desabrigados.
Ao todo, 72.355 pessoas foram afetadas pelas chuvas.

Fonte: Globo Online - 26/01/2011



Foto: Teresópolis - Nota-se pela foto a ocupação da encosta do morro com declividade de 30 a 45 graus.
Não deveria ser permitida essa ocupação.







Vídeo:
Teresopolis



Vídeo
Deslizamento no centro da cidade de Nova Friburgo. Seis deslizamentos ocorridos no mesmo morro. O vídeo consegue filmar dois, sendo o último mais grave. Nota-se no vídeo construções na encosta, não deveria ser permitido.


Comentário:

O número de vitimas fatais, já ultrapassou ao número de vítimas do terremoto do Chile do ano passado.

A região serrana possui uma população numerosa que a própria topografia da região não permite. Toda região podemos considerar como área de risco. Algumas sujeitas a deslizamento de terra e outras sujeitas a inundação. A cidade expandiu ao longo do rio Bengalas, que fica no fundo do vale, recebendo excesso de chuva das cadeias de montanhas que circundam a cidade, e dos morros que se situam na cidade. Como exemplo da expansão da cidade e degradação ambiental, voltamos a época de sua colonização.
Nova Friburgo foi inicialmente colonizada por 261 famílias suíças entre 1819-1820, totalizando 1.682 imigrantes. Já naquela época a região chovia bastante.

O rio São João das Bengalas, formado pela confluência dos rios Cônego e Santo Antonio que se encontram no rio Grande e deságua no Paraíba do Sul. Nova Friburgo sempre padeceu com as enchentes do velho Rio Bengalas, desde a instalação da vila em 1820, até os dias de hoje. Mas as civilizações sempre se formaram ao redor dos rios, devido atividade agrícola.
Quando instalou a vila de Nova Friburgo não se considerou que a sua proximidade com o rio acarretaria problemas de alagamento nas residências e logradouros com prejuízo material e à salubridade pública?





Foto - Avenida Galdino do Vale. 1940

O “tempo das grandes enchentes”, diziam os friburguenses, era como hoje, iniciando na primavera. Há registro de que choveu em Nova Friburgo ininterruptamente durante três meses consecutivos nessa época. Nova Friburgo possui extensa mata atlântica e daí o grande nível pluvial. Sempre foi uma constante na estação das chuvas as enchentes do Bengalas inundarem suas imediações, entrando nas casas, destruindo pontes e os precários caminhos. Dificultava o trabalho dos tropeiros causando-lhes perda de cargas e até de animais. Fonte: História e Memória de Nova Friburgo.

Em 1835, a população de Nova Friburgo era de quase 5.000 habitantes. Em 1850 a população era de quase 7.000 habitantes. Em 1856 era de quase 11.000 habitantes. Em 1872, a população de Nova Friburgo atinge 20.656 habitantes.

Foto-enchente na rua Francisco Miele em 02 de janeiro de 1938.

Em 1960, Nova Friburgo tinha uma população de 70.145, conforme lista de cidades do IBGE da época. Em 2010, com 182.016 habitantes, a população é 9 vezes a população de 1872 ou 2,6 vezes a população em relação a de 1960. Para assentar essa população houve desmatamento e ocupação das encostas que circundam a cidade,

A cidade de Petrópolis tinha em 1960, 150.300 habitantes, hoje, tem 296. 044, quase dobrou.
A cidade de Teresópolis tinha em 1960, 52.318 habitantes, hoje, tem 163.805, quase triplicou.

A região praticamente em 50 anos triplicou a população num espaço territorial definido pelas cadeias de montanhas e rios. Aumento da população numa região que chove muito devido a mata atlântica, a potencialidade de ocorrência de desastre natural é elevado.

Foto - Nova Friburgo - pontos em amarelo - deslizamentos - verde - rio

O histórico de chuvas é real e registrado no século passado. Não existe influência climática na região para o desastre ocorrido e sim áreas que eram cobertas por florestas ao longo do século foram sendo desmatadas e os rios foram perdendo suas matas ciliares, retificados, canalizados, para o desenvolvimento humano sem levar em conta o planejamento urbano com a potencialidade existente de riscos (inundação, deslizamento , tromba d´água) pela característica topográfica da região.

Construir nas encostas, no sopé, é suicídio urbano. Alguns moradores disseram que nunca tinham visto esse tipo de magnitude de desastre, moravam na região há quase 50 anos. O que é 50 anos para natureza, quase nada? O acumulo de tensões que a natureza absorve ou suporta vem desde a sua época de colonização (desmatamento) chegando ao limite de sua fadiga e água foi apenas o gatilho para provocar o desastre.

Marcadores: , ,

posted by ACCA@9:20 PM

0 comments

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Região Serrana: Balanço parcial das vítimas

Mais de uma semana depois da tempestade que devastou a Região Serrana do Rio, o número de mortes chegou a 814 nesta segunda-feira, após 13 dias de buscas a vítimas.

■ Nova Friburgo 394 mortes.
■ Teresópolis, 327 mortes.
■ Petrópolis, distrito de Itaipava, registra 67 mortes;
■ Sumidouro, 21
■ São José do Vale do Rio Preto, 4.
■ Bom Jardim, 01 morte
■ Areal, nenhuma morte

■ Desaparecidos: 469

Desalojados e desabrigados
■ Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
■ Teresópolis tem 960 desalojados e 1.280 desabrigados.
■ Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.
■ Bom Jardim, 632 pessoas estão desalojadas e 142 estão desabrigadas.
■ São José do Vale do Rio Preto, 3.020 desabrigados e desalojados.
■ Areal, 1.480 pessoas estão desabrigadas e 130 desalojadas.
■ Sumidouro, 200 desabrigados
Segundo a Defesa Civil , ao todo, 72.355 pessoas foram afetadas pelas chuvas..

Fonte: Globo Online, 24/01/2011

Vídeo:

Marcadores: , ,

posted by ACCA@10:23 PM

0 comments

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Imagens de satélite mostram extensão da tragédia na região serrana do Rio

Imagens de satélite reveladas pela primeira vez pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram com precisão a destruição causada pelas chuvas nas cidades serranas do Rio.

Nos mapas - produzidos pelo Núcleo de Pesquisa e Aplicação de Geotecnologias em Desastres Naturais e Eventos Extremos - é possível observar a extensão da tragédia. As imagens foram feitas no dia 16 de janeiro. Os pontos marcados em azul representam as inundações.






Área em azul - inundada




Observa-se pelo Google que a cidade foi desenvolvida em ao longo do rio, ocupando as matas ciliares. A cidade fica praticamente no fundo de vale, propiciando ocorrência de inundação. O círculo em amarelo indica a posição do rio.

Segundo dados do IEF - Instituto Estadual de Florestas., o desmatamento no Estado do Rio de Janeiro ocorreu mais intensamente na primeira metade do século XX, quando a cobertura florestal do Estado diminuiu de 81% para 25% de sua área total. De 1960 para cá, o desmatamento diminuiu mas não parou. Conforme levantamento realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, os desmatamentos ocorridos entre 1985 e 1990 no Estado foram observados de forma significativa nos seguintes locais: Parque Estadual do Desengano, entre os municípios de São Fidélis e Santa Maria Madalena; na região próxima às cidades de Volta Redonda, Rio Claro e Piraí; e entre os municípios de Nova Friburgo, Bom Jardim e Sumidouro. Todos na bacia do rio Paraíba do Sul. Fonte: Programa Estadual de Investimentos da Bacia do Rio Paraíba do Sul – RJ - SUB-REGIÕES A, B e C - CONTROLE DE EROSÃO - Junho de 1998. Obs: O s fatores para o desastre estavam se acumulando ao longo dos anos.



Região quase toda desmatada













Área em azul - inundada



Nova Friburgo - Campo do Coelho










A cidade foi construida no fundo de vale. Cercada por topografia acidentada

























A topografia é favorável a inundação e deslizamento.












Os municípios da Região Serrana, caracterizada pela maior expressão de remanescentes florestais na bacia, principalmente nos municípios mais procurados pelo turismo – Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Por outro lado, o rápido desenvolvimento urbano nos últimos anos, com crescimento de favelas e agravamento das condições de saneamento básico, vem atingindo os remanescentes florestais (Teresópolis e Friburgo foram os mais desmatados para ocupação urbana no período 1990-95) e criando áreas de risco de deslizamentos de terra. A Região Serrana destaca-se também pelo uso agrícola, com predomínio da olericultura e seus problemas ambientais associados (erosão, uso abusivo de fertilizantes químicos e agrotóxicos) e pelo pólo cimenteiro de Cantagalo. Fonte: Programa Estadual de Investimentos da Bacia do Rio Paraíba do Sul – RJ - SUB-REGIÕES A, B e C - CONTROLE DE EROSÃO - Junho de 1998


O estudo retrata fielmente os problemas, apontando os fatores para o desastre. Não existe fatalidade, chuva excessiva, mas sim os fatores básicos para provocar o efeito dominó. A chuva foi apenas o gatilho. Na regiao estava presentes, uso e ocupação do solo inadequado, falta de planejamento urbano, população excessiva para uma regiao montanhosa e degradação do meio ambiente. Nenhum desastre resulta de uma só causa.

BALANÇO DA TRAGÉDIA
Sobe número de mortes na Região Serrana no décimo dia de buscas a vítimas das chuvas
O número de mortes chegou a 770 nesta sexta-feira, 21 de janeiro, décimo dia de buscas a vítimas. De acordo com informações dos municípios, até o momento foram registradas:
■ 373 mortes em Friburgo,
■ 304 em Teresópolis,
■ 64 em Petrópolis,
■ 22 em Sumidouro,
■ 6 em São José do Vale do Rio Preto e
■ 1 em Bom Jardim.

DESAPARECIDOS
Já chega a 400 o número de desaparecidos.

DESABRIGADOS E DESALOJADOS
Segundo a Defesa Civil, mais de 20 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em sete municípios da região.
■ Em Petrópolis são 3.600 desabrigados, e 2.800 desalojados.
■ Em Teresópolis, 960 desalojados, e 1.280 desabrigados,
■ Em Nova Friburgo 3.220 desalojados, e 1.970 desabrigados,
■ Em Bom jardim 632 desalojados, e 142 desabrigados,
■ Em São José do Vale do Rio Preto 3.020 desabrigados e desalojados, e
■ Em Areal 1.480 desabrigados e 130 desalojados.
■ Em Sumidouro são 200 desabrigados. Ao todo, 72.355 pessoas foram afetadas pelas chuvas, segundo o órgão.

Marcadores: , ,

posted by ACCA@9:55 PM

0 comments

terça-feira, janeiro 18, 2011

Tragédia na Comunidade de Campo Grande

Para tentar mostrar um pouco da imensa tragédia ocorrida por aqui, peguei minha bicicleta e fotografei o que encontrei na Estrada da Posse até a comunidade de Campo Grande - onde o socorro é muito difícil de chegar (vocês verão o porque).

Moradores disseram que uma imensa onda, como uma Tsunami, varreu o bairro. A tragédia aparece logo após a curva da Cascata do Imbuí. Neste ponto, a onda encontra o Rio Paquequer e o terreno do Golfe Clube e então, seguiu outro rumo - provavelmente em direção a São José do Vale do RIo Preto (não sei se os rios se encontram em algum lugar).

Pelo que vi, todas as casas situadas a direita da estrada da Posse, após a Cascata do Imbuí (incluindo esta) foram inundadas e/ou destruídas por desabamento ou soterramento. Da estrada, de pé, a marca da água é de cerca de 2 metros de altura, cobrindo-me por vários centímetros.
Há muita lama, muitos carros destruídos por todo lado, muitas casas e sítios soterrados...
Quando se acha que já viu de tudo, chega-se a Toca do Coelho e ao Supermercado da Posse, onde encontramos o final da tragédia - a rua simplesmente desapareceu e em seu lugar, um mar de pedras enorme impede qualquer acesso até Campo Grande.

Tive dificuldade de chegar lá. Precisei deixar a bicicleta e seguir a pé. Passei por dentro de vários sítios arrasados até encontrar a trilha.

A paisagem é desoladora no caminho.

A chegada a Campo Grande é... imponderável. Um silêncio enorme confessa o enorme sofrimento de muitos que ali viviam. A sensação é que uma avenida de uns 100 metros de largura (da largura da Presidente Vargas) foi aberta no meio das residências e preenchida com pedras enormes... milhares delas... De onde vieram tantas?

Pelo caminho, percebi que em vários trechos o chão subiu mais de 1 metro de areia, soterrando muitas residências e carros de qualidade, para sempre - talvez...

Os prejuízos são incalculáveis, tanto em vidas como em riqueza municipal.
Texto de autoria de Fávio Morgado.

Comentário:
As fotos de autoria do Flávio ficaram excelentes e mostram o poder de destruição da natureza.
Apresentação
Para dar uma noção da real tragédia acometida apenas no bairro da Posse em Teresópolis, peguei minha bicicleta em 14.1.2011 e fotografei o que encontrei pelo caminho até chegar a comunidade de Campo Grande – localizada após o Supermercado da Posse, 3 dias após a trágedia que destruiu parte da cidade. Moradores dizem que uma imensa onda devastou o bairro e seus belos sítios. Praticamente todas as habitações situadas à direita da estrada da Posse (em direção ao final do bairro) foram ou inundadas ou destruídas (desabaram ou foram soterradas). A quantidade de água que encontrei era enorme – rios caudalosos cortam vários trechos do final da Posse e de Campo Grande.


Balanço das vítimas; últimas informações

A tragédia das chuvas que colocou sete cidades da região serrana do Rio de Janeiro em estado de calamidade pública:
■ Nova Friburgo 318 mortes.
■ Teresópolis, 277 mortes.
■ Petrópolis, distrito de Itaipava, registra 58 mortes;
■ Sumidouro, 20, e cinco desaparecidos
■ São José do Vale do Rio Preto, 4.
■ Bom Jardim, 01 morte
■ Areal, nenhuma morte

Desalojados e desabrigados
■ Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
■ Teresópolis tem 1.300 desalojados e 1.200 desabrigados.
■ Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.
■ Bom Jardim, 1.200 pessoas estão desalojadas e 700 estão desabrigadas.
■ São José do Vale do Rio Preto, 2.064 desabrigados e desalojados.
■ Areal, 1.200 pessoas estão desabrigadas e 2.500 desalojadas.

Video:
Mostra o poder de um flash flood ocorrido na Austrália numa planície. Imagina numa topografia montanhosa, o poder de destruição que equivale a um tsunami.
As testemunhas da tragédia da região serrana disseram que ouviram um barulho surdo. No vídeo dá para escutar esse barulho ensurdecedor.


Marcadores: , ,

posted by ACCA@2:55 PM

0 comments

domingo, janeiro 16, 2011

Catástrofe na região Serrana do Rio

Para entender o que ocorreu na região serrana do Rio devemos conhecer a geografia da região, o processo de ocupação e suas conseqüências.

NOVA FRIBURGO
Localiza-se no centro-norte do estado do Rio de Janeiro, na Mesorregião do Centro Fluminense, a uma altitude de 846 metros, distando 136 km da capital fluminense. Ocupa uma área de 935,81 km². Compreendem os distritos de Riograndina, Campo do Coelho, Amparo, Conselheiro Paulino, Lumiar, São Pedro da Serra e Muri.
Sua população estimada no dia 1 de Agosto de 2010, de acordo com o Censo do IBGE era de 182.016 habitantes. As principais atividades econômicas são baseadas em: indústria de moda íntima, olericultura, caprinocultura e indústria (têxteis, vestuário, metalúrgicas e turismo).

COLONIZAÇÃO- AGRICULTURA
Nova Friburgo foi inicialmente colonizada por 261 famílias suíças entre 1819-1820, totalizando 1.682 imigrantes. O município foi batizado pelos suíços ganhando o nome de "Nova Friburgo" em homenagem à cidade de onde partiram a maioria das famílias suíças, Fribourg (Friburgo em português, Fribourg em francês, Freiburg em alemão), no Cantão de Fribourg. É também o primeiro município no Brasil colonizado por alemães, tendo estes imigrantes, ao todo 332, chegado à cidade em 3 e 4 de maio de 1824.

GEOGRAFIA
A cidade localiza-se a 846 m de altitude na sede do município. Alguns bairros e distritos do município a altitude chega até 1000 m ou mais, como os bairros do Caledônia, alguns trechos da estrada Mury-Lumiar (RJ-142) e o Alto de Theodoro de Oliveira. Existem trechos da cidade, como a localidade de São Romão, em Lumiar, em que a altitude máxima chega a 200 metros.

RELEVO ACIDENTADO
Existem 19 picos e morros variando as alturas de 1.111 m a 2.316 m

HIDROGRAFIA
O município de Nova Friburgo é banhado pelas bacias do Rio Grande, Rio Bengalas, dos Ribeirões de São José e do Capitão e do Rio Macaé. Os principais rios que cortam o centro da cidade são: O Rio Santo Antônio, Rio Cônego, se encontram e formam e o Rio Bengalas.

TERESÓPOLIS
Localiza-se no centro-norte do estado do Rio de Janeiro, na Mesorregião do Centro Fluminense, a uma altitude de 871 metros. Ocupa uma área de 770,507 km² e uma população de 163 805 habitantes ( Censo IBGE/2010)

GEOGRAFIA
A cidade abriga a sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, bem como grande parte do Parque Estadual dos Três Picos, o maior parque estadual do Rio de Janeiro. É uma cidade cercada por matas e por formações bastante conhecidas, como o Dedo de Deus, Pedra do Sino, Agulha do Diabo, Pedra da Tartaruga e Mulher de Pedra. Por suas formações montanhosas, a cidade é considerada a capital nacional do montanhismo.
O relevo acidentado dos trechos mais altos da Serra do Mar é marcado por íngremes paredões, cujos pontos culminantes são a Pedra do Sino (2263 m) e o Dedo de Deus (1692 m), rodeados por densa vegetação. O relevo também favoreceu a formação de inúmeras cachoeiras.

HIDROGRAFIA
Cascata dos Amores, Cascata do Imbuí,Cachoeira dos Frades, Lago Iacy e Lago Comary

RELEVO ACIDENTADO
A bacia do Paquequer localizada no município de Teresópolis, região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Possui relevo montanhoso, escarpado e vales encaixados sustentados por rochas. O clima é úmido a super-úmido com temperatura média de 18°C..

PETRÓPOLIS
Petrópolis é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Ocupa uma área de 774,606 km², contando com uma população de 296.044 habitantes ( Censo IBGE/2010) .

GEOGRAFIA
Petrópolis localiza-se no topo da Serra da Estrela, pertencente ao conjunto montanhoso da Serra dos Órgãos, a 845 metros de altitude média, sendo que a sede municipal está a 810 metros de altitude. Situa-se a 68 km do Rio de Janeiro.
A cidade é excessivamente montanhosa, principalmente em sua zona urbana, o município de Petrópolis assenta-se em ramificações da Serra do Mar, denominada serra dos Órgãos e da Estrela. Órgãos.
Na divisa do Município de Teresópolis está uma seção da serra dos Órgãos, conhecida por serra Assú, onde se encontra a Pedra Assú, que é o pico culminante da serra do Mar, o qual tem, 2.232 metros.
O pico mais elevado do município de Petrópolis é o da Isabeloca, cuja altura é de 2.200 metros, situado nas proximidades da Pedra Assú.

HIDROGRAFIA
Muito numerosos são os pequenos rios que banham o município de Petrópolis, quase todos afluentes do Piabanha. O Piabanha é o principal rio de Petrópolis e dezenas de outros rios pequenos, que passam pela cidade ou na região.
Fontes: Wikipédia e Prefeitura Municipal de Petrópolis

DESSA DESCRIÇÃO DA REGIÃO PODEMOS TIRAR AS SEGUINTES CONCLUSÕES:
■ Região excessivamente montanhosa fora dos padrões normais, variando de 1.000 a 2.000 metros.
■ Região com vários rios. Podemos deduzir que esses rios possuem velocidade excessiva, podem receber uma carga de água rapidamente, transbordar, provocar enxurrada e avalanche de lama.
■ População excessiva para a região que possui dezenas de áreas de risco. População excessiva deduz, uso e ocupação do solo inadequada, degradação ambiental, ocupação de encostas. Vide as fotos de Nova Friburgo e Teresópolis.
PROCESSO DE EROSÃO E OCUPAÇÃO DA REGIÃO
Obs: São os fatores dinâmicos que degradam o meio ambiente

Os municípios da Região Serrana, caracterizada pela maior expressão de remanescentes florestais na bacia, principalmente nos municípios mais procurados pelo turismo – Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Por outro lado, o rápido desenvolvimento urbano nos últimos anos, com crescimento de favelas e agravamento das condições de saneamento básico, vem atingindo os remanescentes florestais (Teresópolis e Friburgo foram os mais desmatados para ocupação urbana no período 1990-95) e criando áreas de risco de deslizamentos de terra. A Região Serrana destaca-se também pelo uso agrícola, com predomínio da olericultura e seus problemas ambientais associados.

A bacia do rio Piabanha ocupa cerca de 2.000 km² e drena os municípios de Petrópolis, Teresópolis, São José do Rio Preto e Areal. Em seu percurso final, inclui ainda o município de Três Rios. Destaca-se, na bacia do rio Piabanha, a presença de duas das maiores cidades existentes em toda a bacia do rio Paraíba do Sul - Petrópolis e Teresópolis - ambas situadas nas regiões montanhosas do reverso da Serra do Mar, nos vales dos principais formadores da sub-bacia - o rio Paquequer em Teresópolis e o próprio rio Piabanha em Petrópolis.

TOPOGRAFIA
A região é fortemente caracterizada pelo seu relevo montanhoso, com muitos afloramentos rochosos.O relevo acidentado forma uma bela paisagem, especialmente nas áreas mais próximas à Serra do Mar, onde predomina a Mata Atlântica. Esta Serra forma o limite principal da região com o restante do Estado e recebe ainda influências dos ventos oceânicos que elevam a pluviosidade. As cidades mais próximas da Serra apresentam elevados índices pluviométricos, principalmente Teresópolis, com média anual superior a 1500 mm de chuva.

VEGETAÇÃO E USO DA TERRA
De acordo com os dados do mapeamento, a região tem 97,3 % de seus limites divididos entre três formas de cobertura vegetal;
■ as pastagens (41,6 %),
■ a vegetação secundária (29,8 %) e
■ as florestas (25,9 %).

No entanto, essa condição relativamente privilegiada não significa que a extensão de cobertura florestal na região seja satisfatória, principalmente quanto à função de controle de erosão exercida pelas florestas. Lembrando que, antes da ocupação antrópica, a região era quase 100% coberta por florestas, é de se supor que a redução para apenas 26% tenha trazido conseqüências ambientais significativas, tendo em vista a condição de elevada suscetibilidade do meio físico à erosão.

Na verdade, a existência ainda de cobertura florestal nessa região deve-se às condições de relevo montanhoso, extremamente íngreme e rochoso, absolutamente impróprio ao uso agropecuário, aliadas ao caráter de lazer e turismo que se estabeleceu na Região Serrana. Na medida em que o relevo torna-se menos acidentado, verifica-se diminuição da cobertura florestal, como nos casos de Cordeiro, Sumidouro e São Sebastião do Alto; este último já apresentando sérios problemas de falta de água para abastecimento nas sub-bacias que já perderam grande parte das florestas protetoras dos mananciais.

A Região Serrana não é indicada para a agricultura, principalmente a de lavouras temporárias (que predominam na região). O relevo é o principal fator restritivo. Com declividades superiores a 40%, não permite mecanização, o que torna impeditiva a adoção de práticas conservacionistas, como terraceamento e curvas de nível. A constante exposição dos solos a ação das chuvas, em fortes declividades, tende a diminuir sua capacidade produtiva.

As pastagens, embora menos agressivas ao solo que a agricultura, também encontram grandes restrições de uso na região. Restrições essas igualmente associadas ao relevo. A distribuição das pastagens na região não segue corretamente essas restrições. Os maiores pecuaristas da região (Cantagalo, Duas Barras, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e Trajano de Moraes) encontram-se em áreas de alta suscetibilidade à erosão, com relevo acidentado, até montanhoso, e fortes declividades.

Tanto a agricultura como a pecuária ocupam preferencialmente os fundos de vale, às margens dos cursos d’água e, portanto, à custa da exclusão de matas ciliares. Como essas áreas de relevo mais suave são poucas, a agropecuária vai se expandindo para as encostas, também tomando o lugar das florestas. O resultado é o aumento dos processos de erosão das encostas e de assoreamento dos rios desprotegidos.

POPULAÇÃO
A população dos municípios da de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo representam, juntos, cerca de 80% da região.

EROSÃO NA REGIÃO
Os condicionantes do meio físico determinam para a região uma suscetibilidade à erosão extremamente elevada quando a cobertura florestal é retirada.

Em Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, apesar da grande extensão de cobertura florestal ainda existente, observa-se que o crescimento urbano nesses municípios vem acarretando processos acelerados de erosão, associados à ocupação inadequada de encostas.

Petrópolis, que apresentou um rápido crescimento na década de 1980, já sofreu graves impactos sócio-ambientais com a ação das intensas chuvas de verão. Em fevereiro de 1988, ano de alta pluviosidade na região, houve 170 mortes e mais de 3.800 desabrigados em Petrópolis, com deslizamentos de terra das encostas e enchentes no rio Piabanha e afluentes.

Teresópolis vem apresentando um crescimento acentuado na direção de uma das áreas mais suscetíveis à erosão do município, o bairro conhecido como Jardim Meudon. A população vem ocupando as encostas em precárias condições, sem nenhum controle por parte da prefeitura no sentido de evitar a criação de áreas de risco.

O rio Paquequer, que atravessa a cidade, encontra-se carregado de sedimentos provenientes das encostas desprotegidas. Deságua no rio Preto, que passa pelo município de São José do Vale do Rio Preto, onde a agricultura ocupa intensamente as margens dos cursos d’água, aumentando a contribuição de sedimentos pela freqüente exposição do solo à ação das chuvas.

Ocupações irregulares podem, não raro, estar associadas também a irregularidades político-administrativas, tais como o interesse eleitoreiro no estímulo à ocupação, que faz "vista grossa" ao não cumprimento das normas de ocupação e uso do solo e ainda facilita a ocupação com abertura de ruas e fornecimento de luz e água.
Fonte: Programa Estadual de Investimentos da Bacia do Rio Paraíba do Sul - RJ - SUB-REGIÕES A, B e C CONTROLE DE EROSÃO - Junho de 1998 – observa-se que o estudo financiado pelo BIRD, incluindo a região Serrana é de 1998. O governo do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria do Meio Ambiente-SEMA tem conhecimento sobre esse projeto e os risco apontados nesse estudo para aquela região.

Os fatores que concorreram para o desastre conforme a analise anterior são antigos e vem desde a época da colonização, agravada pelo crescimento das principais cidades da região
■ Agricultura sem preocupação coma conservação do solo
■ Desmatamento das florestas existentes deixando o solo exposto à erosão
■ Desmatamento das matas ciliares que servem de proteção aos rios
■ Assoreamento dos rios devido à erosão
■ Região com elevado índice pluviométrico
■ Crescimento desordenado das cidades,
■ Topografia excessivamente acidentada, com numerosos rios, propiciando a formação de tromba d´água ou cabeça d´água. . Este fenômeno acontece em rios de montanha na época de muitas chuvas. Consiste em um aumento momentâneo e violento do nível de água por conta de uma chuva intensa. Pode ficar ainda mais violento se houver um aumento grande da água de um rio e romper com uma obstrução natural, formada por árvores caídas, pedras e terra. Seria uma avalanche de lama. Na enchente normal o rio sobe e transborda em seu caminho normal. Os americanos consideram esse tipo de enchente com lama, como flash flood, aparece e move rapidamente através do solo, sem aviso que está chegando. Tem um poder destruidor imensurável. Pode mover pedras, arrancar árvores, destruir edifícios e pontes. Pode formar uma parede de água de 3 m a 6 m, com enorme quantidade de detritos.

Os fatores para o desastre estavam presentes, faltava apenas à chuva excessiva com elemento desencadeador, para provocar o efeito dominó, resultando numa avalanche de lama e detritos.
Podemos considerar esse deslizamento de lama como se fosse uma avalanche de lama quando uma massa acumulada de água no solo provoca o deslizamento da terra de forma rápida e violenta e se precipita em direção ao vale. Durante a descida, com velocidade altíssima, a massa carrega cada vez mais lama, arrastando árvores, rochas e edificações.

Balanço parcial com informações até 16 de janeiro:
Mortes
■ Em Nova Friburgo, o número de mortos saltou para 267;
■ Em Teresópolis; para 261.
■ Petrópolis agora registra 53 e
■ Sumidouro continua com 18 vitimas.

Desalojados e Desabrigados
■ Em Petrópolis, há 3.600 desalojados e 2.800 desabrigados.
■ Teresópolis tem 960 desalojados e 1.280 desabrigados.
■ Nova Friburgo tem 3.220 desalojados e 1.970 desabrigados.

Comentário:
A tragédia que abateu a região serrana do Rio de Janeiro mostrou duas faces: a tragédia humana e a tragédia do governo. Da tragédia do governo, os únicos que se salvaram foram os bombeiros e a rede de voluntários.Para eles não existem reuniões, avaliações, esperar o que vai acontecer e sim chegar rapidamente nos locais das tragédias para salvar vidas. Eles tomam as decisões no local dos desastres. Também houve a rede de voluntários de rádio amadores que fizeram a rede comunicação, pois a pública, telefonia fixa e móvel não estava funcionando.
A preocupação deles é com o ser humano. E o que fez o governo? O governo fez reuniões, avaliações, não tinha um plano contra catástrofe. O plano contra catástrofe brasileiro é o plano de solidariedade e de voluntários. Começa com o prefeito pedindo socorro ao governo estadual, pela sua vez despacha a ajuda disponível . No agravamento da situação o governo estadual pede ajuda ao Federal, que por sua vez despacha, geralmente as Forças Armadas. Nesse espaço de tempo forma a rede de solidariedade, de donativos e alimentos. Esse é o plano brasileiro, sem cabeça.
O governo não assimilou o que houve de errado no passado e sugerir em regiões com riscos de natureza, acidentes similares podem ser prevenidos no futuro. Infelizmente as tragédias acontecem, os acidentes se repetem após um período. Após um breve período de consternação, as pessoas esquecem e as lições são esquecidas.
O país ainda não aprendeu com as recentes tragédias da necessidade de um plano de emergência.
Em emergência não se faz plano e sim a executa. Essa é a diferença entre um país que está preparado para tragédia e outro que pretende durante a tragédia elaborar um plano com voluntários.

Elaborar um plano de alerta e preparação de Comunidades para Emergências Locais não é complicado e não exige grande investimento.
A finalidade desse plano visa intensificar a conscientização e a preparação da comunidade para situações de emergência. O eixo central deste processo é o Grupo Coordenador constituído por autoridades locais, líderes da comunidade, dirigentes industriais e outras entidades interessadas.
Quais são os benefícios para a Comunidade?
■ Introdução gradual do plano em todas as áreas vulneráveis identificadas.
■ Preparação e coordenação dos serviços de atendimento à emergência.
■ Integração dos planos de emergência locais.
■ O mais importante é a conscientização da população quanto aos procedimentos de ação no caso de um acidente.

Em termos práticos o que significa "preparação"?
Entidades locais devem estar preparadas para eventuais riscos.
A comunidade deve:
■ conhecer os sinais de alarme;
■ seguir os planos de evacuação;
■ saber como agir no caso de um acidente;
■ dispor de edificações adaptadas; abrigos
■ ter acesso aos serviços de informação apropriada em caso de crise.

Os serviços de atendimento de emergência devem possuir:
■ equipamento e treinamento;
■ mapas de risco;
■ arranjos para o gerenciamento do tráfego;
■ canais de comunicação com o público durante uma situação de crise.

As autoridades governamentais devem tomar as medidas necessárias para garantir:
■ o planejamento seguro de uso e ocupação do solo;
■ a existência de uma legislação de risco;
■ a comunicação ao público das informações disponíveis sobre riscos;
■ a coordenação dos serviços de emergência;
■ a adequação dos serviços médicos locais a acidentes específicos.

O plano é um processo local de comunicação de risco e de coordenação ‘pertencente’ à comunidade e a defesa civil local

Quais são os resultado da introdução do plano?
1. Maior conscientização da comunidade local quanto aos possíveis riscos e impactos aos quais ela está exposta e melhor preparação para agir de forma adequada no caso de
um acidente, e

2. Melhor preparação da defesa civil no atendimento a emergências, que passam a dispor de sistemas de informação e coordenação adequados a potenciais desastres.
3. Interação com Programas Nacionais na Área de Risco (Defesa Civil)
Fonte: Adaptação do APELL Programme - United Nations Environment Programme – UNEP

Vídeos


Vídeos(1)

Marcadores: , ,

posted by ACCA@4:54 PM

0 comments

quarta-feira, abril 15, 2009

Liverpool lembra tragédia de Hillsborough

Imagens mostram o drama vivido pelos torcedores que estavam junto à grade

Em 15 de abril de 1989, 96 torcedores da equipe morreram pisoteados e esmagados na partida contra o Nottingham Forest, pela semifinal da Copa da Inglaterra, no estádio de Hillsborough, em Sheffield. O triste episódio, que rende homenagens todos os anos na cidade de Liverpool, foi o ponto inicial para uma série de mudanças e uma verdadeira revolução no futebol inglês. As cenas de Hillsborough geraram efeito imediato na Federação Inglesa de Futebol.
Os dirigentes exigiram mudanças;
■ na gestão dos estádios,
■ na segurança do torcedor contra os hooligans e
■ na profissionalização dos clubes e das ligas.
Além do investimento em treinamento para a polícia, uma legislação dura foi criada para evitar atos de vandalismo.

TRAGÉDIA QUE REVOLUCIONOU O FUTEBOL INGLÊS
Duas décadas após a tragédia em Hillsborough, o Campeonato Inglês é um dos torneios mais seguros, atrai os melhores atletas do mundo que desfilam em estádios modernos, até mesmo quando jogam em estádios de clubes pequenos. A Premier League, como a primeira divisão inglesa foi batizada em 1992, possui acordos lucrativos para transmissão televisiva ao redor do planeta.

“O modo que agendamos as partidas, que nos organizamos caso aconteça algo de errado e de distribuir os policiais dentro de campo foi definido de acordo com aquela tragédia", comenta David Triesman, presidente da Federação Inglesa.

INVASÃO DE CAMPO É PUNIDA
Atualmente, não há grades entre os fãs e os jogadores dentro de campo, mas, se alguém tentar invadir o campo, será retirado do estádio e proibido de comprar ingressos para futuros eventos esportivos. A torcida também é vigiada por sofisticadas câmeras, que são capazes de identificar os responsáveis por uma possível confusão. "Fizemos a mais profunda mudança que foi possível", diz o dirigente.

Triesman não acredita em um novo episódio tão grave na Inglaterra, apesar de ressaltar que muitos outros países ainda não aprenderam com o caso de Hillsborough. "É difícil ver uma tragédia desse tipo acontecer novamente, não só por causa da qualidade dos estádios, mas também pelo que a polícia aprendeu sobre mecanismos de segurança", encerra.

Fonte: UOL Notícias – 15 de abril de 2009

Vídeos sobre a tragédia

Vídeo(1)


Vídeo(2)


Comentário:
Esse tipo de tragédia ainda continua em alguns países do mundo.
Tumulto em partida de futebol na Costa do Marfim. Pelo menos 22 pessoas morreram e mais de 132 ficaram feridas em um tumulto durante uma partida de futebol eliminatória para a Copa do Mundo na Costa do Marfim, realizada no domingo, 29 de março de 2009, informou o Ministério dos Esportes do país. O tumulto começou quando milhares de torcedores tentavam entrar no estádio Houphouet-Boigny, em Abidjan, antes do início da partida. Parte de uma parede desabou, provocando pânico entre a multidão.

AS DEZ MAIORES TRAGÉDIAS EM ESTÁDIOS DE FUTEBOL
1. PERU X ARGENTINA
Local - Lima (Peru)
Competição - Torneio Pré-Olímpico
Vítimas - 318 mortos e mais de 500 feridos
Ano - 1964
A Argentina ganhava por 1 a 0 quando o juiz resolveu anular um gol do Peru, o que despertou a ira dos 54 mil torcedores que superlotavam o Estádio Nacional de Lima. Pedras e garrafas voavam no campo enquanto torcedores invadiam o gramado. A polícia interveio e milhares de torcedores correram para as saídas do estádio. Com os portões trancados, centenas de pessoas foram esmagadas.
2. HEARTS OF OAK x KUMASI ASHANTI KOTOKO
Local - Accra (Gana)
Competição - Campeonato Ganês
Vítimas - 126 mortos e 90 feridos
Ano - 2001
Briga entre os torcedores dos times de maior rivalidade no futebol ganês. A polícia tentou conter a briga com bombas de gás lacrimogêneo e os torcedores que tentaram escapar da confusão encontraram todas as saídas de emergência trancadas.
3. NOTTINGHAM FOREST x LIVERPOOL
Local - Sheffield (Inglaterra)
Competição - Copa da Inglaterra
Vítimas - 96 mortos e mais de 200 feridos
Ano - 1989
O jogo valia pela semifinal e o estádio de Hillsborough estava superlotado. Cerca de 5 mil torcedores sem ingresso forçaram a entrada no estádio até que a polícia abriu os portões. Os torcedores avançaram, esmagando quem já ocupava as arquibancadas. A tragédia só não foi maior porque alguns torcedores conseguiram pular para dentro do campo
4. MUKTIJODHA x JANAKPUR
Local - Katmandu (Nepal)
Competição - Amistoso
Vítimas - 93 mortos e mais de 100 feridos
Ano - 1988
Tudo começou com uma chuva de granizo. A multidão correu para se proteger e dezenas de pessoas foram pisoteadas e esmagadas contra os portões
5. GUATEMALA x COSTA RICA
Local - Cidade da Guatemala (Guatemala)
Competição - Eliminatórias da Copa do Mundo
Vítimas - 84 mortos e mais de 150 feridos
Ano - 1996
Cerca de 60 mil ingressos foram vendidos, embora o Estádio Mateo Flores não suporte mais de 45 mil espectadores. Antes da partida iniciar, uma multidão acabou espremida no alambrado.
6. RIVER PLATE x BOCA JUNIORS
Local - Buenos Aires (Argentina)
Competição - Campeonato Argentino
Vítimas - 74 mortos e mais de 150 feridos
Ano - 1968
O acidente começou quando alguns torcedores incendiaram uma pilha de papéis picados. O fogo assustou os torcedores, que correram em direção às saídas do estádio. No corre-corre muita gente caiu, foi pisoteada ou esmagada contra os portões.
7. SPARTAK MOSCOU x HAARLEM
Local - Moscou (Rússia)
Competição - Copa da UEFA
Vítimas - 66 mortos (mas 340 extra-oficialmente) e 100 feridos
Ano - 1982
O Spartak precisava vencer o jogo com diferença de três gols, mas vencia por 1 a 0. A torcida já ia embora quando saiu o segundo gol. Muita gente voltou para ver o fim do jogo, gerando tumulto e dezenas de torcedores espremidos.
8. CELTIC x RANGERS
Local - Glasgow (Escócia)
Competição - Campeonato Escocês
Vítimas - 66 mortos e 100 feridos
Ano - 1971
O Celtic abriu o placar faltando um minuto para o final. Mas, já nos acréscimos, o Rangers surpreendentemente empatou. A festa foi tão intensa que uma parte da arquibancada cedeu.
9. BRADFORD x LINCOLN
Local - Bradford (Inglaterra)
Competição - Campeonato Inglês (3ª divisão)
Vítimas - 56 mortos e 200 feridos
Ano - 1985
A torcida do Bradford festejava o título - conquistado na rodada anterior - quando um incêndio tomou conta das arquibancadas de madeira. Os torcedores tentaram escapar pelos portões do estádio, mas muitos não conseguiram sair.
10. ZAMALEK x DUKLA PRAGA
Local - Cairo (Egito)
Competição - Amistoso
Vítimas - 49 mortos e 50 feridos
Ano - 1974
O jogo era amistoso, mas a torcida compareceu em massa: o estádio, que tinha capacidade para 40 mil pessoas, teve que suportar 80 mil! A estrutura não resistiu e parte das arquibancadas desabou.

Marcadores: ,

posted by ACCA@11:30 AM

0 comments